ss.. '.- '¦".¦..-- ¦ w.-f* ^mmmmmms3!m> Stí Correio da Manhã : Director-EDMUNDO BITTENCOURT Anno IV—N. 1.071 RIO DE JANEIRO-QUINTA-FEIRA, 19 DE MAIO DE 1904 Redacção—Rua Moreira César n. 117 ASSIGNATURAS Anno 30S000 Stismezes 18(000 Numero atrazado 100 réis O sr. João B. da Silva, que, em nome flesta folha tem percorrido üivcrsas loca- .idades do Estado de S. Paulo, entre as quaes: Sorocaba, Mayrink, São Roquo o outras da linha da Sorocabana, não è aosso agente. Naquello Estado são nossos agentes ge- raes, os srs- Gom, alves & Guimarães o agente viajante, o sr. José Dias Vieira de Castro. FALTA DE AGÜA Ao noticiar hontem o pavoroso incêndio que devorou as officinas da Estrada de Ferro Central, estabelecidas no Engenho de Dentro, a imprensa assignalou a falta absoluta de água. Lcvantando-sc as pri- ineiras labaredas As 7 horas e 50 minutos da noite, só ás 10 horas e 10 minutos appa- receit, conforme o /omal do Commercio, o e-liquido anciosanicute esperado c o servi- co de extincçüo pôde ser começado». Assim, durante mais de duas horas, o fogo imperou, levando a effeito sua obra devastadora, sem que, por falta de água, pudesse ser dominado. Repetiu-se no En- (Tenho de Dentro, o que se observa inva- riuvelmentc nesta cidade, sempre que ha inceadio. Os bombciros,que açodem prora- ptuiuente, surgem, como que por encanto, mal se dá o alarma, ficam horas inteiras de braços cruzados á espera de agita. Falta, portanto, águaquando ella se faz precisa, o que denota, sobretudo agora, depois de tantas chuvas que deviam ter enchido os reservatórios, continuar esta cidade desprovida do precioso liquido in- stanteménte reclamado, cujo supprimento cm abundância constitui- ninadas suas pri- meiras necessidades. Por ahi se pôde des- de já avaliar os tormentos e transesTpor que passará a população na futura esta- ção calmosa. Vtto falhando de todo as promessas do governo de dàr-nos água. Nem de longe se scutem, ueste caso, os efleitos da de- cantada actividade do ministro da in- ilustria e viação. Até agora nem indicio do trabalho cm que, ha seis mezes, a Cd- seta noticiava, com todo o cnthiisiasmo, achar se s. ex. empenhado com o fim de resolver, de modo decisivo, o problema de abastecimento de água a esta capital -do- lando-a de um serviço perfeito que faça ".essar por completo as' reclnmacc.es>', o que — uecrescentou o illustre collcga — não seríl dlflicil; «visto serem logarescom- iiiniis conhcctdlsslmps os meios de nos dar agita cm abundância, graças aos amplos recursos de que o governo dispõe». Na mensagem, o presidente da Republi- Cl registra sensível melhora na organiza- ção do serviço, c menciona, especialmente, como mais bem scrvidos,os subúrbios, que naquclle documento se uflirmu acharem- se regularmente abastecidos. Entretanto, justamente mim desses subúrbios, medo- nbo incêndio abraza, durante mais de duas horas, yalioslssimo próprio nacional, as ollicinus da primeira estrada de ferro do Estado, sem que possam fiiucciònar as bombas de cxtincçlo por falta absoluta de agita. Kaz mais de 11111 anuo que a imprensa propagadora das grandes idéas C memora- dor.i do» altos feitos do ministro da indiis- tria e de outros negócios, noticia repeti- das conferências de s. cx. com os seus íinxiliures technicos e não teclinicos; ex- pltrstics a mnuauciaes c visitas a reserva- torios; novas ligações e novas caixas; 110- vas redes c novas captações; novas revi- sões de peniias de água e até «novas distribuições e manobras especiaes». A aguu, todavia, não apparcçc, já para os misteres ordinários da' população, já para apagar incêndios. Entretanto, 11 uma cidade como esta, cm que (alta água, o primeiro elemento da saúde-, da vida e do conforto do homem, se derrubam, ua sua principal zona, uo centro da vida commercial, quarteirões inteiros, invocatido-sc as exigências su- pciiores da saúde publica, mas de facto para satisfazer gloriolas c outras ambi- ções mais praticas. Com .1 magnificência sonhada e projectada para .1 grande Ave- nid.i, onde só se construirão prédios de tres andares e de fachadas primorosamen- te artísticas, 11S0 se coaduna a falta de Ogua indispensável á lavagem do calça- mento c dos passeios, á limpeza dos pala- :ios e á rega da arborização. Cuida-se de obras de uformoseaiucnto c de apparatú, incompatíveis com a quadra ae embaraços c contruriedades que atra- vessamos, e dcscttra-sc o essencial. Pro- jectam-sc e rasgam-se avenidas; despen- ilcm-sc milhares de contos com desapro- pri.içòes c demolições, quando o paiz está indefeso <• morrem seus filhos de fome, c ao próprio Rio de Janeiro faltam outros melhoramentos mais necessários e mais urgentes, Nao se trata do abastecimento de agita a esta cidade, cmbellczada faus- tolamente, ao passo que seus moradores Continuam sijeitos a vexames c attribi.la- ções facilmente retnediaveis. Ha, porém, um morador da cidade, a quem nSo tocam esses vexames e attribu- layõts : b presidente da Republica. Em- quanto,nos rigores da canicula, passarem pela* torturas da falta de água quantos nlo poderem retirar-sc da cidade pociren- ta e abr.1s.1da, o sr. Rodrigues Alves nem idéa terá desses padecimentoa li nas ai- turas de Petropolis, rcgaladaraente aco- lbido i beüa vivenda que adquiriu, ador- nou c raobilíou, com dinheiro, icm e&cru- fpttics, arrancado dos cofres da nação. QU Vidal ²»«!«>«» leves borrifos é rápidas pliosphorecenclas de relâmpagos seguidas do mal ouvidos trovões A temperatura registrada pelo observatório do astello oscillou entre i3,s — máxima ohser- vada As 1' il - is,., que marcavam os thermo- menos ás 5 horas da inaiiliá. Ventos insignificantes, HONTEM com o presidente da Republica despacharam os ministros da guerra eda marinha.- - Tópicos e Noticias o Tempo BeísO # Mj&adeste d:.t Oe primavera o dl hontem, o c*o qtw pela manhã »« acresenuia |***itwr.t» iiiuuiifaüo de aius e <-»ca»us nu- »<>n*, ers»,u> dia uma .., ,,1 untfor&M »;»'.« •sal. 1 — *, . . ...-., ( muito leu d».\.,..i NM Irar a »•»¦ * «,-uWls *' sju» f»M»«v*>a 1 »*k 1 ... «,j H"'-,'<*>-!« •-» JM Umohí êo sus*, i*j..v aes .<,«..i No expediente da Câmara o deputado Affonso costa» fundamentou um projecto rectíflcuhdo uni crio da lei n. li 171 A, de lide janeiro de !)'*, relativo a pratieagemdo porto de Peruam- buco. Entro os rapeis lidos no expediente da (a- mara dos Deputados; constou um reipierimenio 1:0 dr. Sylv o Homero, lente da cadeira de lo glea do intcrnnto do cvmnasio Nacional, soli- citando um anno do licença, com todos os ven- eiineutos, para tratar do sua saude. No gabinete do presidente dn llepulilica esti- veiam o senador lYniieisco Glycêrio, deputados Rodrigues Saldanha e (iastáo da Cunha, dr. Gonzaga Pilho, cônsul brasileiro em Glasgow e o coronel Plácido de 1 astro. • 'onio de costumei confcrencloü á tarde com o presidente da Republica o ministro do inte- rior, sr J. J. Seabra. 0 ministro da Industria o viação não compã- reeeti á su secretaria. S. ex conservou se cm -sua residência, no Sylvestre. O coronel Tbaumaturgo de Azevedo, prefeito do Acre, apresentou-se com todo o seu estado maior ao ministro do Interior. O ministro da guerra esteve eonferoneiando com o seu eollega do interior na respectiva se- eretariu. Por portaria do mini-tro do interior, foi no- meado delegado fiscal do governo junto do In- ternato do Gymnasio Mineiro o dr. Modesto de Araujo Lacerda, sendo declarada sem eiloito aquella que nomeou para o referido cargo o dr. José Sevcriano de Lima Júnior. O dr Custodio Coelho, director do Banco da Hepublica, teve, .1 lorde, em palácio, demorada conferência com o presidente da Republica so- bie assumptosque interessam áquel e estabcle- cimento bancário. Po iun nomeados pelo ministro dn fazenda: O engenheiro Antônio 1'elix de Faria Albernaz, para o logar do fiscal do governo junto á Real Companhia lugleia de Seguros contra os riscos do fogo e da vida, como vencimento annuai de 61)0,1 i.O j José llernartllno Paranhosda Silva, paraidon- tico logar junto ã Atlas Aasurance Company, com (i: no nnnuaes de vencimentos i José Geraldo bezerra do Menezes, para egual cargo junto a companhia de Seguros 1'niáo; E o bacharel Annibnl Teixeira de Carvalho, para Idêntico logar, com o mesmo vencimento, junto a Northern Assunuicc lompany- Na lior.. do expediente do Conselho Munlcl- pai foram apresentados projêctos de lei auto- rizunüo o prefeito a nomear arbitras para de- cldiiem-a questão de limites com o Estado* do Rio i.e Janeiro ea piorogar por sete annos o contrato com o bnrao do Pedro Allonso para o Instituto Vacc.inico Municipal. Nessa mesma hora osr. Teixeira Sampaio de- fen ieu o prefeito de aeeiisuçôes solire o con- trato das obras do cães de Botafogo. prefeito do Alto Juriui, sr. coronel Thaiima ttirgo de Azevedo, acompanhado do seu secre taiio capitão Neiva do Figueiredo e dos seus Ajudantes de ordens capitão Jesuino do Allm- quorque a aiferes l.ima Mendes, despedluse do presidente dn Rcpulilica allm do partir pura o Acro a assumir o seu cargo. Em conferoncln com o presidente da Renu- blica esteve 110 palácio do Cattate o d. Nilo eçanha, presidente do Estado do Mo de Ja- neiro. Nao foram estranhos á conferência diversos assiiinpto-. financeiros do visinho estado. Polo presidente da Hepublica foram assigna- dos os se ulntes decretos rotativos ao niiiiis- terio da mariulia : exonerando o almirante gra- iiuaiio o reformado Manoel l.opes da Cruz, do lugar de consultor ellectlvo do conselho naval; exonerando o capitao-tenente Alrbnso d l'on seca llodrlgues.do eominundo do aviso Carioca e iioineando para substltiiil o o capitão tenente Arthur Pinheiro Hess-, exonerando o i- tenente H.,111 Vnrclla" Quadros do logar de ajudante do corpo do marinheiros naclonaes e nomeando 11:11a sulisiltiill-o o l- tenente Damliio 1 luto dn Silva 1 exonerando o capitão do fragata l.an- illilo 1'loi'iauo da Costa llarretu, do cargo de inspector do Arsenal de Marinha de Ladurio o noiiic.indo pura substltiiil-o o ofllcial do egual patente l.uiz Pereira Arantes. oiifereiiciarain com o ministro da fazenda os srs : deputados Paula Guimarães, Aquino Hdieiro, 1,,'iiiioiiuier (iodofrodo, Paula Ramos e José llonifacio; senador Paranaguá, coronel i.iiuha MattuSi presidente do a.to Acre , Jnnson Muller, fiscal das Obras do Porto: dr. João de Siqueira, juiz do direito do Acro, u Custodio Coelho, do lianco da Republica. A' tarde, esteve em conferência com o presi- dento du Republica o coronel Plácido de Castro, segundo ouvimos do fonte segura, o sr, Pln chio fui saber si o gover„o acceita ou não o ofToréolmento que fez, ha tempos, de uma es quadrilha do lanchas, do sua propriedade, o qua 110 momento actual podem prestar bons serviços Só depois do ouvir o ministro da marinha é quo o presidente da Hepublica resolver:!, não obstante o sr. Plácido du Castro não exigir re- inuiieração alguma. O presidente da Republica assiguou os se- gulntes decretos do ministério da guerrn 1 con- cedendo ao general de brigada José Aliplo Macedo da Fontoura Cústallati a exoneração que podlii do logar do commundante do Colle- glo Militar -, nomeando para aquelle logar o coronel Uo quadro esp ciai do exercito Manoel Rodrigues do Campos; reformando o tenente, coronel commandante do IG batalhão do infinito- rlU Henrique Justiuo José Alves Jacutlnga eo mu Slco nsvlado do 2- classe do exercito Fernando Pereira da Costa, visto contar mais de 'J5 annos de serviço; promovendo: 110 corpo do estado maior do exercito 1 a coronel, por antigüidade, o tenente coronel Sevcriano Carneiro da Silva Rego; a tenente coronel, por antigüidade, o major João l.uiz Pires do Castro o a major, por merecimento, o capitão Augusto Tusso Ira goso; na arma do nrullicria: a capitão o 1- te neiito Sylvestre Rocha, para o 1'batalhão, a r tenente o i Samuel barrei.a o .1 -• tenente o I- saigento Manoel Martins Ribeiro; trausfc- rindo para o corpo do estado-maior do exer cito o capitão do 4- batalhão do artilhem Francisco Silva da Moita e concedendo a Hon- rique Augusto da Azevedo Paiva dispensa do lapso de tempo para satisfazer a importância do leito da patente quo lho concedeu ,0 honras do posto de aiferes do exercito. CAMBIO 90 Jiv 12 3|í« }93 9.7 Curso ofUclat Praças Sobre l.ondre»,.,.. Paris Hamburgo.... > ttaila . Portugal » Nova York Libra esterlina em moeda Ouro nacional em vales, por 1M0 Hancano Sobcnoo» r,r,.,i.i da l fi'i.'c;a Rendi do dia I a 17 de maio. K ]\V. Avista 11 l.l li sot 3U9 1.15Í £0.3ÍJ 2.253 12 1116 JOI31.'. Idem do dia IS Km pape}., Em ouro... Em egual período de 1003. S.SOT.tJ.^IZW 232 37-' líHl S02TJ»l?l 3. ISO:'.-: 31t ** 3.*3SaS7l»6iJ HOJE Esti de nrvtço rta «partição central de I'o- lie a o dr. J delegado auxiliar. Pagam-se na Prefeitura as folhas de venci mantos doa proíesso.-es p.lmanos e auxúiosde alugueis de casa. Reun# se no Thesouro a mesa do concurso para a huprens.» Nacional, visto ter se apre sentado hontem of.soldo governo. Pagaie no Thesouro a folha do» fiscaes de impoitos de consumo do Esudo do Rio, corres- condenei ao mtt de abril, próximo passado- MISSAS Rf-am m »» »e#uK.tíi 1 por al^a do dr. H*nh! Br.nMv.iD. is 9 horas, na matr.» da Ciaria; de Ftotirxn.tv VIxru ba Coscjoçao, as % na «.ireja do Carastabo; de Jo»s tJiõts da ássT.s tkusEs. ãs?. na egreia de S Francisco d* Paula; de Gi-iuwhms WMiomoro*- *» * >|2. na ttMtit do Espírito.Santo: d« Joiifhiüa Ama-eu o'AuiEit>A cotrrtsno.así Ip. na «írreja da .irei» .tru: üo dr. Aí«ro.xio Cioposu»j 1* Soiza. ás s lií, ca egneja do Divino Elplf Ho Santo de Btxro Roomoccs Hsasísj. as a I**, na egreja do liivsno Espirito Saato; do woer.t* CoiovSA. as í. na -..:-. ú» .,-..;» a ..; d* Pa«oo«i. . AUiBaiA. aa 9, oa igreja de Saato An kwiiodesPobrts. A" NOITE FACULDADE LIVRE DE DIREITO Segundo uma informação, a que demos publicidade, o sr. dr. Frederico Rorges teve com o ministro do interior uma con- ferencia, a que não foi estranho o exame escandaloso do acadêmico Medeiros Cor- rêa. O sr. dr. Frederico Borges é professor da Faculdade I,ivre de Direito e acontece mesmo que fez parte da commissão que examinou c approvou com distincçío o filho do desembargador Medeiros Corroa. Dos tres lentes, porém, que a compuze- ram, 6 o único sobre quem não pesa res- -ponsubilidude pela tramóia que temos de- nunciado.Doscois outros, um, o dr. Fróes da Cruz, foi o portador do recado falso, e o outro, o dr. França Carvalho, foi quem, como director da Faculdade, prescindiu da coinmiinicaçao do lente de direito couimercial, fez-se a si mesmo presidente da mesa, nomeou examinador o protector do examinando, adiiiittiu-o á nova cba- muda, independente do attestado medico, expressamente exigido pelos estatutos, deixou finalmente de mandar annunciar a chamada,-como invariavelmente se pra- tica, alim de que do exame só se tivesse conhecimento quando se publicasse, como facto consiimiiiado, a approvação do filho do sr. desembargador, com a nota de dis- tineção exigida pelos que lhe queriam fazer a corte para os fins de direito, — nò que não vae está claro, nenhuma allusSo ã sua probidade, mas apenas a justa con- (lemnuçao dos que envolveram seu nome nesse enredo, para nos servirmos de uma palavra muito branda. A circiunstaacia de ter sido um dos juizes é natural que tenha infltiido 110 es- pirito do sr. dr, Frederico Borges para exculpar os seus collegas da commissão examinadora; estamos certos, porém, de que o não teria levado a adulterar os factos. Ora, é de factos exactamente que se trata, provados e, na sua maior parte, confessados pelo director da Faculdade Livre, e sobre os quaes o testemunho do sr. dr. Frederico Borges, por isso mesmo que o reputamos incapaz de faltar ã ver- dade, não pôde ter modificado a opinião que delles forçosamente terá formado o sr. Seabra, salvo o caso de não terem sido completas ou inteiramente exactas as informaçíJes que lhe foram prestadas pelo delegado fiscal. I_,embramo-nos, porém, de que, em carta dirigida ao Correio da Manhã, declarou esse ínnccionario que de tudo tinha informado o ministro do inte- rior, depois de ter tomado conhecimento dos factos, ouvindo ambas as partes, cir- ciimstaiicia esta ultima em que só. acredi- tamos,—devemos diznl-o,—porque s. s. o aflirma e por um esforço do nossa von- tade. Como quer que seja, a indifferença do sr. Seabra só se podendo explicar pelo rc- latorio do fiscal, é da honrados. ex.,si em algum apreço tem a opinião dos seus concidadãos, mandar publicar esse do- cumento. bancadas, quando têm de cumprir um dever para o qual sio pagos como em muito pou- cas nações. Isso é alndà um dos funestos resultados das oligarchias, quo para aqui atiram uns parvajolas e barraboias, cujo esforço supremo converge para a obedion- cia cega ao governo que, propositalmentc, os suspende a uma-importância immc- recida.¦.ç Ao Thesouro Federiü foram hontem re- mettidas as seguintes Quantias : De 273:589$U1, oiitq,.dri delegacia fiscal do Pernambuco; do - 3.A'l:89r>SÚí'í, ouro, da da Bahia; de .JõittrtgOKi, ouro, da do Gearít, cori-csponticnio a renda do me/, de abril próximo passado. 20000',sú J.OO bilhetes, hoje. Telegramma Je Pernambuco reforo quo (m Caruaru o Timbauba é enorme a affluencia de r- tirantes, quo descem famintos dos sei- toes. Km Timbauba o commercio fechou com receio do ser saqueado. Asituação.coi.- duo o telegramma, A desesporadora. Ató agora não consta haja o governo do Pernambuco recorrido ao govoino fedoral podindo soeconos, El natural quo por si mesmo, cito se desempenho do dever do acudir os famintos. Mas, estadual ou fode- ral, o que cumpro a qunlquor governo é não doixar ao desamparo infelizes governados a quo porseguo dura calamidade, impopula- rizando ainda mais a Republica, viclima d. s comparações que, em seu detrimento, são feitas todos os dias. CHOCOLATE BHERlNO-7 do Setembro n. 63. O ACRE Relativamente ao Acre, couferenciou hontem com o ministro da fazenda o ma- rcchal Argollo, ministro da guerra. S. ex. sahiu do Thesouro,depois da con- ferencia com o dr. h. Bulh5es, ás 3 1(2 da tarde, dirigindo-se uo palácio do Cattete. O dr. Leopoldo de Bulhões, ministro da fazenda, nomeou hontem o sr. Raymuii- do Mclchiadcs Gomes da Rocha, 3- escri- pturario da alfândega de Manáos, para exercer, cm cominissão, o logar de escri- vSo da mesa de rendas do território do Acre. Maiursla Fluida de Granado A 0, O nosso illustre collaborador dr. Mello Moraes Filho acaba da ser incumbido pelo ministério do interior do rever ns provas o dirigir os trabalhos do ininres- são das Consultas do extineto Conselho do listado—os quites brevemente appa- receruo em volumes, suecossivos, imprès- sos por conta do referido ministério. HOJE Candelária, extracçao por C3pheras. Pur decreto do buntem foi nomeado di- r^etor do Collegio Militar o coronel Manoel Rodiigues de Campos, illustro educador cuja competência tem sido revelada em mais do uma oceasião. Certo, s. s. vao ser um digno continuador da administração do general Costallat. i-:oi(ijj(ooo Pelo thcsourelro da loteria Esperança foram pago» aos srs J. Vieira, estabelecido á rua 1'rugtinyana 59. Joaquim Elpidio moradora rua S. ¦ hrislovào 93, Pedro Senjueira de Almeida, com botequimápralado.S. ChrtstovâOK) Custo- dio negociante a rua General Hrucej', João Au- gusto F"erreira. operário, morador ã rua S. Ji- niiario I '.'. d. Maria Paula moradora a rui S ChrJatorio 5 A, Fiavio Novaes negociante do becco da» Cancellas 5. os 10 décimo» do bilhete n. >;.U7. premiado c mi I." 0^01 na loteria extra- i..:.i a il do corrente. No ministério da. faienda esta aberto in- querito administrativo, para apurar um es- tollionato verificado fla pagadoria do The- souro. ../~: Um indivíduo de norrw: Manoel Dantas Coelho, de posse do uma falsa procuração, recebeu na pagadorlAiverteimentos de Albl- no dos Santos Evorai empregado na Inspe- ctiria das Obras Publicas, jã fallecido, A S32CCA Na secção Correio do-Congresso publi- ermos na integra o discurso hontem pro nunciado no Senado polo eminente dr. Lauro Sodre, sobro a seecaque flogolla as regiões do Norte. UM PHENOMENO Desde alguns dias os moradores em uma das ruas mais ceutraos. desta cidade têm sido tomados de grande admiração ante um phenomeno quo 'por elles foi deseo- borlo. líspectaeulo bastantà- impressionante tom provacado tal descoberta, porquanto horas e lioras são perdlihnÜem se procurar ave- riguar da causa de s-niellianto phenomeno. Não é o quo já so tem visto por ahi o phenomeno do agora; ruio so traLi do um pinto de tros pernas, de um cachorro do duas cabeças, nem de'outras tantas aber- rações ultinviniento noticiadas. O phenomeno autuai; «aquelle quo tanto lem despeitado a curiosidade publica, um phenomeno cxcopcionalcomo elle é,e(|uejil chegou até a ser a sua' apparição transinitti- da por telegramma para. os diversos estados do llrasil, ô a leal, séria e real liquidação qun so eslá fazendo ã rua do Theatro n. 37. Isso é que é effectivamcnto um suecosso extraúidinaiio I Quando twdos procuram ganhar muito, os proprietários da Afmsoj» Rowje se esforçam om diminuir os preços do suas novidades o modas. E é por isso, o tal é a bar.iteza com quo se vonde nu La Maison Rowje, que a sua li- qitidação foi constdorifda como a mais ver (ladeira o séria. O SOI* llonlem, ás 8 o AOda manhã, no hemis- plioriú visível do sol,' nponus se notavu uma mancha dupla poiptena, soguida do outra também de exígua extensão. 0 intendente dr. Monteiro Lopes tém sido muito felicitado, tendo recebido cartas o to- legrammas do diversos 'Estados, pela pis- sagem om 2- dtsoussjo do sou projecto concedendo 8 horas do trabalho uus oporá- rios municipues. y QUE IMMORALIDADEI Recomeça esto anno a escandalosa vadla* gem dos representantes da nação na Câmara dos Deputados: 15 dias são já decorridos depois d.i abertura do Congresso Nacional e naquellá (.asa, ainda nao conseguiram com- pletar as commissões, por falta de numero legal. 1' ¦ ; '• :.: isso. os srs. deputados, com o subsidio garantido, vivem pachoü- sando pela rua do Ouvidor, a mostrar os ul- timos figurinos, quando não se encardumam nas rodas em que se disputam as honras de melhor servir as oligarchias que repreien- tatu. Isso parece patentear bem o proposiL; de escoar o tempo para, no fim do ann •, aproveitarem os rendimentos da prorcgiçâo e consumirem ciais esse dinheiro do paiz, que lbe paga o íuxo e a preguiça. Quando, depauperado e extacguido, o era- rio publico annaociir necessidade de eco- aomia, então os srs. deputados, do alto do seu iocondicíonalismo, cerrarão fileiras para tirar o pão do operário e lugmentar os im- postos dos que traba.bam; o subsidio, a dia- ria de 7jJC<A).flcaii inUcu, para que s. s. exs. se eafloreien e íe cubram de entontecedo ra» perfumarias. 17 uma immcraiidade o que estão faiendo es srs. diputados: ;»:*,.-, *» ás prímuras erdto*. de ukuIívo s,iMsde e« trata de .«¦.« ciatru-ias a* assa «su» è* airo s M ta- tirisei i-j»...«, «¦«ioi.i 1 ¦ »».<• a* Cartas Sinceras (A'S QUINTAS) Mossa hora do grando ainaigura quo atra- vossa a nossa p.tria, entre a miséria avo- luinando-ss do um lado,' e do outro o vicio u inlllirar-sa desinosiirada o impudonteincn- to nos costumes, maia» (jue as ladroices om quo so afundam os homens do governo, eno- jain o ropugnam os punogyricos brotados do interesse, certos todos do se não esbar- rondarem contra desprego egual áquollo com quo das mãos de Aristóbulo foi arranca- do o volume das suas objaoções, para ser atirado ás iiguas do Hydaspa, por Alcxan- dre, o Grande, a quom proouravam ellas li- songaar. Os cortejos humilhantes do hoje conseguem inosino premiar os seus autores, carecendo, como carocoò, os homenagea- dos do quom lhos alimente a vaidade, e do* sejosos talvez do se illudirem aos propiios olhos; e, para quo logo üío se apague o fo« go das loas o palino.lias que os enaober- batn, f.-pilh.iui-iias anciadamente, atiram* ms do um para outro lado, acarretando embora saorillcio onormo aos cofres publi- c's, Eó do soífrimentoii do mattyrio da nação inteira quu su vas arrancar a paga aos mercadores do eiicomios: elles Be abar* roíam 0 so fariam, s«v"s o obodiontos a quem lhes alquilla o es?|)iritú mileavel o lhes traz a soldo a alma uteerada de tor- poz.is.• l Ainda assim, poiéui. is que corvejam so- bre os destroços da nação - nâo consegui* rã 1 puritlc ir-se das m.lCuBis inapagaveis que os estygmatitam: nh:.es|i essa labyiintho de desgraças cm .que 1-nação inteira se ton torço para m'Stral-o ' culpados do grande crime que penamos. .Yrrébaladus pelos cn. tujos insaciáveis do irandexa, espadanan- do sacrilegamonte ¦' lodo das ambições mais repellentos, ell •« rénbaram a destrui- r.mi o quo tinh imos« « mais puro e de uais forte para implantar outre nós o reguiun do assalto, o governada cubiça; por mais clangorosas quo sejar.^TVnzes das iouva mlnbas do aluguel, hlo de ser abafadas pe- los gemidos de mili.ires do victimas, cuja existência so tornou núndavel solfrer, cuju lar so enlutou do ii'ermlnaveis dores. E mais cresço ainda a lepulsa por essas baju- laçõos asquerosas sempre quo se procura enaltecer ostercposle hoji, deixando na penumbra um passada coberto de glorias, quando é ali exactamanta que deve estar o nosso orgulho. NAo ht seitas nem pirti- d?sque possam vivor da ingratidão e do esquecimento, e .1 seita o o partido mais po- derows o mais respeitados sio aqucllos que tòm como r ligião e «orna bandeira .111 gura da pátria engradecida. E essos serio 03 vencedures, sobro qaaiquer dos rcgirnons, lego que o povo soberano, consciente do seu poter enorme a-da sua força invencível, quizer reconquistar o logir perdido no con- vivio universal. Nada mais temos do que tanto nos en- gradecia: o exercito anniqutlado, a marinha reduiidissima.a instrucção publica transfur- miJa em objecto de nttrcancia, o commet» cio afíiig.d) por impostos de toda a or- dem, a lei feita em retalhos e, sobro tudo isso.a deshonestidade campeando sem freios e sem temores. Diier isso é affirmar o que á luz do sol se está vao-io todo o dia e a toda a hora, é repetir o q<ic, como voi íso- laJa, ba muito vem clamando o Correia da Manhã. Outr'cra, para os cargos de respenjabl; ltdtde, para a migUtraiura, eram chama- dos aqueiies que nos partidos militactes mais se destacavam feio saber e peles do- tes eiraet-r. A indiciçie vialn dabi, c-rea- da de tua respeito qae |4m*ii foi dei menti, de. E t, .t, quem .,'.-:. ea ¦..-¦;..-:¦, ji aa cirUsa da vic torta t -Biji 71 - *.» ai *«.;»«» it j .Uiic 1 .-X. O. r 0 POETO E AS As Obras do Porto-c Avenidas projecta- oOSEMONDE- ocoliete predüecto das nos das foram o pretexto financeiro, sanitário íssas elegautcs. „„..:.»:„^„./—i.:i.^.£i-tÁn „»L -,.,-,1 n lazendas pritts. Uruguayana 6. ministro da justiça resolveu quo as ses- soes tenham logar no salão de recepção dastia secretaria, que para tal üm soiirerá ligeiros reparos. e artístico ou architectonico pelo qual o governo do sr. Rodrigues Alves despe- nhon-se nas prodigalidades por que se vae distinguindo. Nem' taes pretextos têm consistência em si, nem quando a tivessem justificariam os escândalos dos desvios das boas normas com dois empréstimos,!!!!! interno, de réis I7.500:000g, outro externo, de £ 8.500.000, na permanência da moratória de 1897, com o contrato c adjudicação das obras sem concorrência e por preços lesivos, e com as famosas encampações preparatórias da Melhoramentos c suas. adjacências c de- pendências, por preço triplo do que fora recusado pelos dois iiuinediatos antecesso- res na presidência. Não tem consistência o pretexto finan- ceiro; porque o movimento commercial do porto do Rio de Janeiro na*c tem diminui- do por falta das obras projectadas, sinão pela crise geral que pesa sobre o paiz e pela descentralização política, administra- tiva e industrial, que a Republica trouxe. Basta considerar o movimento da renda alfandegária desta capital comparado com a renda das Alfândegas dos Estados de- pois de entrar em plena execução o novo regimen em 1893, que consta do Quadro Syuoptico amiexo ao relatório do minlste- rio da fazenda, do anno findo, para cxpli- car o plieuomeuo econômico do decresci- mento. Até aquellc anno e desde o exerci- cio de 1860, a que remonta o quadro, a renda aduaneira desta capital acompanha- va a renda de todas as demais alfândegas, com ligeiras alternativas, ora para mais, ora para menos. Somente depois do anno de 1892, em que os Estados se organizaram e cessou a arrecadação geral que se fazia, não só baixou a renda federal de 1893 por deante quanto aos direitos de exportação, transferidos aos Estados, como rompeu se o equilíbrio entre a renda da Alfândega desta capital e a das Alfândegas dos Es- tados, elevando se esta gradualmente e abaixando-sc aquella. Ora, para o movi- mento commercial, assim limitado, o porto não carecia das obras projectadas, que como obras podiam ser adiadas para me- lhorcs tempos, uma vez que lhe bastaram as que possuc para muito maior movituen- to cm outras épocas, Não a tem o pretexto sanitário; • porque as obras do porto não são de natureza a melhorar a situação sanitária, antes a de- vem empeiorar, cmquanto uSo se comple- tarem de todo e por toda a bahia, do que 11S0 se trata, nem tão cedo so tratará; e quanto ás avenidas, cilas serão, em regra, cm vez de melhoramento .sanitário, ex- ccllentes fabricas de insolação durante o verão, c com o nrrazamento dos morros, cxccllcutcs fabricas de pneumonias, pleu- risias, conslipações e outras graves enfer- midades resultantes das bruscas transi- cções do extremo calor e da extrema bit- midade introduzida pelo vento da barra, c canalizadas por aqueiies canudos. Não é questão nova a discutir, sinão velha e por demais discutida. Em climas quentes não convém ruas com a largura projectada de 33 metros e sim vias de me- nos de metade dessa medida, porque os prédios dos dois lados protegem-se mutua- mente com a sombra que projectam 6 n- tra os rigores dos raios do sol. No incen- dio que devorou 11 dos 14 quarteirões do Roma, 110 principado de Nero, at- testa Tácito em seus Auiiacs, 1. lSn.43, que foi considerada a maior largura dada ás ruas nas reconstritcçOes como contraria á satubridade. Vem a propósito citar as próprias expressões dó historiador : .( Erant tãmen oiii crederent ve terem illam formam salubritati magis conduxisse, quo- niam angustia ilinerum et alliludo tectorum tion perinde solis vapote perrmnperentur ; at nunepatulam latitudinem, et nuüa umbta defendam, gtaviore es/a ardescere.» O que em vernáculo quer diücr tanto como: Alguns entretanto acreditavam a antiga fôrma mais conveniente á salubri- dade : as ruas estreitas c os tectos eleva- dos nSo deixavam passagem tão livre aos raios do sol; ao passo que agora toda essa largura, que fica a descoberto, sem uma sombra que a defenda, está exposta a to- dos os raios de um calor de vorador. Em apoio de conceito tão antigo como vcrdadeiro,ahi está a experiência hodierna dos povos modernos do sul da Europa, da Andaluzia, da Itália meridional, da Grc- cia, do norte da África, com suas ruas es- treitas consultando a saltibridade publica e contrastando com as grandes avenidas de Nova-York, da America do Norte, á maneira dos boulevards das cidades do nor- te da Europa, sacrificando pela insolação centenas de vidas em cada verão. O arrazamento dos morros, que tem o privilegio de ar mais puro e rarefeito, não oceorreu ainda a povo algum, antigo ou moderno, do norte ou do sul, frigido ou calido : estava reservado para a sabedoria niveladora indígena. Todas as cidades do planeta, antigas ou modernas, conservam suas collinas n.itur.ies com zelo nunca des- mentido : jamais cogitaram de arruzalas, padendo aliás fazel-o com facilidade com- parativa Roma, Paris, Londres, Nápoles, etc, etc. O que fazem, c do que nos te- mos descuidado, é construir vias commo- das de connnunicação entre o valle e as colbuas. Não a tem o pretexto artistlco; porque o que se pretende, nem müis nem menos, 6 destruir a paizagem natural e bella das nossas sete collinas—de S.Bento, Castcllo, Gloria, Santo Antônio, Conceição, Santa Thereza e Livramento. O arrazamento, para dar-se-nos em troca a chata c uni- forme planície do valle, que mais convém á symetria da geometria 1 E quanto ás edificações, em vez da variedade dos gos tos particulares das construcções, que cs- tabclecem a harmonia do conjuneto, pre- tende-se dar-nos edifícios uniformes nas dimensões, nos andares, nos estylos, nas construcções, isto é, pura monotonia e contristadora uniformidade, que é a enfer- midade conhecida de todos os governos, uma edição correcta de Lisboa reedifica- da por Pombal depois do terremoto, com suas ruas ceutraes esquadrejadas pelos moldes do desgracioso estylo roeocó, en- tão dominante na região official. Amigo da natureza e das montanhas.da salubridadc que cilas produzem, da ini- ctativa individual nas artes e da liberdade em todas as suas manifestações, protesto contra os mostreugos projectados em nome do officialismo conjugado com o espirito nivelador e dcuiolidor da nossa fortuna publica, da nossa salubridade, das nossas bellezaa naturaes e do desenvolvimento espontâneo de nossa educação artística. R(0, 17-5-904. ruguayí Por oceasião de ser discutido o tratado de Petropolis, o sr. Domicio da Gama, secreta- rio do sr. Rio Branco, nâo sahia do gabinete do sr.'Bulhões. Agora amiudam-so do novo as idas do sr. Domicio á ma do Sacramento. 0 motivo é fácil. 0 tr. Domicio A quem se encarr.ga do transporte da pólvora com que o carissiuio chanceller sustenta as suas brilhantes cam- pjiiha.s diplomáticas. MERCÚRIO- Seguros Hospício 16. Volta d monarchia Em extenso artigo, publicado no /ornai do Commercio de 13 do corrente, o couse- Ibeiro Coelho Rodrigues, ex-senador da Republica e ex-prefeito do Districto Fe- deral, estudando a Republica desde as suas origens, acompanhando a sua vida aqui c nos Estados, manifesta-se pela res- tauração da monarchia, não com a prin- ceza d. Isabel, mas «com um dos filhos, ou um dos sobrinhos, que viesse casado, sem corte e já advertido de que os seus direi- tos não seriam regulados pelo cap. 8- do liv. 1- dos reis; que a sua missão princi- pai seria superintender o governo, promo- vendo, quanto em si coubesse, o bem pu- blico, e que o seu único titulo era a vou- tade dos governados, convencidos por uma experiência de 15 annos; que custa muito mais saciar vinte e uma alcatéas de lobos famintos, do que sustentar uma única fa- milia de leões já fartos e dispensados do cuidado de procurar presas para o dia de amanhã.» uSeria isto, acerescenta o emérito ju- risconsulto, o mais sensato e o meio mais fácil de reatar o nosso passado ao nosso futuro, porque, depois da grande tolice que fizemos a 15 de novembro, só podere- mos fazer outra maior, que será manter o stattt quo, apesar das duras provações que nos tem custado e nos vão levando á dissolução do Brasil, cuja unidade vale incomparavelmente mais do que a sua fôrma de governo.» Pondera ainda o sr. Coelho Rodrigues: ((Errar é dos homens, mas perseverar no erro é dos brutos.» uO novo regimen falliu sem rehabilita- ção possível c a fallcucia, si não foi cul- Fosa, fòi fraudulenta. E' preciso pol-o a bom recato, sinão para punil-o do mal que tem feito, para evitar outros maiores, com que nos ameaça. Isto interessa a to- dos os homens de paz e de boa vontade; é o melhoramento maior c mais urgente de uo.ssa actualidade e pódc ser feito sem re- voltas, nem conspirações, com o concurso de todos bons cidadãos, convencidos do mal feito e resolvidos a reparai o.» CASA VÁRZEA Alfaiataria, Ouvidor Ul. faculdade Xivre de Sciencias Jurídicas e Sociaes Na data de boje, em !«*?, foi fundada nesta capital a Faculdade Livro de Sciencias Jurídicas o Sociaes, que, desdo o seu íunc- cionamonlo, tem prestado serviços incstl- mavels ao paiz. Com um corpo docente do 0 unpetencia firmada, atravessando sempre administrações inexcedivclmente zelosas, a faculdade tem progredido incessantemente, contando bacharéis dali sabidos om posição saliente nos vários ramos do actividade. Desdo aquella data até o presento oe- cuparam o cargo do director os srs. i con' sellieiros Manoel Portella e Baptista Perci- ra, já fallocidos; conselheiro Bandeira de Mello, dr. João Manoel Carlos de Gusmão, dr. Herculano Marcos Inglez do Souza e por ultimo foi eleito o dr. João Evangelista Sayão do Bulhões Carvalho, que dova ser empossado amanhã. Continua na Casa das Fazenda» Pretas, á rua dos Ourives 23 e 25, a venda extraordinária com 25 (. do abatimento sobro todos os preços marcados, por motivo de mudança da mosma casa, comprchondida no tra- çado da Avenida Contrai. Andrade Figueira GU1NLE A C . luceessores de Atchoff i CuíQle, Ouvklor n. ^1, K;o de Janeiro, üt- relta n. 7, S. Paulo, rua da Balua, fíelío Hori- tome. 0 ministro do interior visitou hontem o edifício do Eiternato do Gymnasio Na- cional, afim de julgar Je rtiu das condi- ções em que se acha o salão nobre do edi- licio cara ali f unectonar a Conferência Sa- nítana em qne deverão tomar parte os delegados do Brasil, Argentina, Estado Oriental e Paraguay e qne se reunirão no dia 5 de junho do corrente anno. A' vista das o :>-iiç•'•>"- em que s< ene. n- tra attuaimenifl aquelle salão, carecendo grandes retoiraas que nlo podem itr Utido* ¦.(... t- im Bil.»** houii, • , E' provável quo desça bojo do Petro- polis o- liarão do llio Brunco. O ministro do exterior vem a esta ca- pitai a chamado de seu collega, sr. Sca- bra, nuo: deseja ter com s. ex. uma con» ferencia, afim de combinarem as rc- ceptoes quo serão feitas aos médicos ar- gontinos, uruguayos e ao paraguayo, quo aqui devem chegar por estes dius para tomarem parto no convênio sanitário. Villar ° mais generoso vinho do Porto II1"' próprio para convaloscentes ¦ « «—»¦ ' TIIKATRO RECRKIO DRAMvTICO ff e LA'... ——.„, —¦¦ aji «•»«> •—² Pingos e Respingos Um jornal dá o titulo de conselheiro ao sr. Accioly, um tolegramma do ceará enama-lhe deputado, mas nenhum lhe di o tratamento que lho soa mais agradavelmcnte neste ir.o- mento — o de presidente eleito do Ceará. Também sí> o deputado Studart acredita nisso. * Alguns jornaes extranham que a Câmara não se reuna para completar as suas commissões. Hora essa! aqulllo é meio do vida e nâo de morte. Si não for assim, corno ha de chegar a sea-áo até o dia de S Sylvestre ? ja bastam os quatro mezes que íe perdem comendo o ga- utiado. * Está eaipora a Central, Furtoi. arrombamen- tos, des;i«tre», incendloa... Ao pi delia o padre VtoO è um aborto de felicidade 1 * * A AVEM DA CE5THAL Animados com o esplendido luccesso Po roubo do caixote, hoje immomi, Os gatuno» qutzeram ter ingresso Na prbprla casa-forte da Centra;. A ella tiveram facilmente accesto Sem que «Iva abna ali díssepor tal. Executando o etaatteo proces*o Qual si fosse em recôndito quintal. Do sol nío viesse a luz Inopportüaa» B slies teriam lido a grã fortuna De vereisa Bastilha demolida. Quem labe li atacando a casa-forti O» gatunei queriam de 11, tone Abrir ali também uma... AvenidaT * Com esta bumidade «•-.:.:• i 1 11« minhas fossas aazaea St« o .<•!•• nplrro.. II 1. .... ».« •--* I Cvraoa * O. ÁGUA DE JUVENTA' A Leopoldo Amaral. {Coiiliiutaçào) Reabriu os olhos humidos o mais vivo o calor ardou-llie no corpo qneimnndo-lho oseio,-ineendinndo-lhe ns tacos. Bateram do leve a porta—era Eugenia. Elsa per- guntou pelo marido. ²Alfredo disse-mo quo ello ostà com o doutor. A senhora não vai ao banho '? ²Sim; vou. —Quer antes uma ohieara de café? ²Pois sim. Kngenia entreabriti aja* nella do toilctte e houve um clarão,- Elsa espregiiiçou-so, ergueu-se lesta o toda a sua farta cabolleira, dosenrolando-se, des- penhou-se pesadamente. No toilctlc, cmquanto lavava o rosto o escovava os dentes, ouvia Eugenia que, a abrir malas, ia fazendo a descripção mi- ; nuciosa do que vira no estabelecimento balnear: Os compridos o estreitos corro- dores ondo ficavam os cubicnlos dos ba- nhek-os, os typos curiosos quo encontrara pelo passadiço, na sala do espera—gento de outros hotéis: homens màciléntos, li- vidos, alguns escondendo mnzcllas, com os pescoços muito alabafudns, as mãos - enfiadas nos bolsos dos capotes, calados, iniicamlm/ios; mulheres com mantilhaa pela cabeça, amarellas, enjoadas, tos- sindo. Um entrevado, que fora om braços, sor- rindo idiotamento, licúra encolhido num banco, entro um negro e uma velha, o olhar, com a bocea aberta, o lábio pendi- do, escorrendo baba. Um padre quu lia, fungando alto, resmungando ,do instnnto a instante, furioso, impaciente, a espichar os olhos para o corredor central. Uma balburdin, um ir e vir constante do doou- tes e todos servindo-se das mesmas ba- nheiras. Eugenia concluiu com um momo do nojo: «Eu ó quo não mo mctto nesse» banhos. Deus me livre) Estou lá para apa- nhar alguma coisa». Elsa sorrio o, curiosa, post-so a Interro* gal-a sobre pessoas do hotel: si as vira, si lhes notara alguma coisa, o n creada lá ia estendendo as suas informações, fu/.cu- do comnientarios, aventurando suspeitas. Quando so viu prompta,- mirou-so ao os- pelho o decidiu-so a snhir. A croácia to- niou um casacão do agasalho o a toalha felptula, e lá foram as unas pelo corredor. Os homens afastavam-se, cosinm-so eom a parede, cumprimentando respoitosanien* te; senhoras passavam ligeiras, dn cabeça baixa, muito forradas d'ubut'os, rocoiando as correntes do nr. Na.saln, o «philo&opho», replmpado na cadeira do balanço, eom a tmmonsá lesta a roluzir, os bigodes muito esticados, agudos como espinhos, lia 11111 grande li- vro; mas, sentindo passos femininos, voltou o olhar hypocritii, aoergucu-so, muito gravo, curvou-so «com o respeito quo a escola impòo a todas as mulheres, mesmo ns mais intimas», depois refeslo- lou-sc, ainda retorceu as pontas dos bigo- des o mergulhou os olhos no transcon- dente, com o espirito ranis faceto c invi- sivel, a espairecor em carnes. Quando Elsa chegou uo estabelecimento, o df.Altíno, quo conseguira um banhoiro o conversava intimamente com o homem quo o lavava a grandes vassouradas, fui questão do o ceder. Não tinha pressa. E, snracoteando, n rir, com o rosto contra- hido pnra quo não nppurei-essmii os den- tes podres, afastou-se triumplintito, quan- do Elsa, vencida, agradeceu-lho o ohse- quio. Rcjnbilou com nqinlln neto doca- valheirisino «medieval», já deiiciando-so com os parabéns quo receberia quando o reforisso na «roda», com alguns accrcsci- mos — uni" nperto do mão, um sorriso amável.j» Eugenia, que antipathisnva com ello, conaorvou-so sompro reservada, sisuda, muito direita, com o casacão o a toalha no braço, sem o olhar siquer o, quando entrou, acompanhando Elsa ao banheiro, explodiu: ²Quo homemsinho ridículo I E como encara a gento, sempro a torcer aquellc." fiapos da cara. A água jorrava das tor- neiras, o Elsa olhava-a dlstriihidamento, tão límpida, suavo como um oleo llno. Quuudo o creado apparceeu, com o ther- momotro, para tomar a temperatura d'a- gua, cila perguntou pelo marido — si o vira ? ²Sim senhora : está nas duchas. ²Ha muito tempo? ²Não, senhora ! não ho doz minuto! ainda. Prompto o banho, Elsa dospedlti Etigo» nia* com ordom do lícar á porta, esperan* do-a. Despiu-se, o alva, no esplendor do sou corpo do linhas todas puras, roflectlu» so n'agua, como uma nympha, o deitou» so, deliciada, gozando a carteia tepida, esticando-so a todo o comprimento do ba- nhuiro do cimento escuro. A voluptuosa água amollccia-a o, inerte, os braços cru* zadoa sobro os selos rijos, cerrou os olhos, 0 ali jazia, longo du vida, num sonhei suave, quando bateram ã portu. ²Quem »':'/ perguntou, sobresultadu. ²Eu I disso Eduardo alegremente. Do moras muito? ²Não. Vou sahIr. ²E' tarde. SI queres da» um possclu antes do almoço, avia-te. ²Vou já. É eó o tempo de enxugar o vestir-me. Sahíu d'agua, eontontoconio si houvosso recebido uma bon -.—.•-, c.uu um sorriso estampado no rosto lindo. Eu* x.igou-so ás pressas, voNtiit-sn e, entre- abrindo a porta, chamou a creada, ancíosa por saber o resultado da con.ulta, "quo dissera o medico.», sentindo, do novo, o calor que lhe abrazava o corpo, a mosma sensação deliciosa de um vclludo quo llio fosso roçando a espinha. Vestida, deu nm olhar ligeiro ao espe- lho, enfiou o casacão dá golla alta o foi-so apressada, sem mesmo olhar, attender Ai pessoas aue a saudavam. A gorda, que gra.snava num grupo, voltou o rosto o cspirroii um nslnno quando a viu passar eom um furfalho <!< rendas; outras senhoras ficaram aadtnl» ral-n, achamlo-a linda — gabavam-lhe 01 olhos,oscabeilo*. a corda pella fina, 3 graça do andar uiroso. Eduardo entava á porta do quarto, sor- rindo—dando com os olhos nelle, «cm prcoecupar-se com os homens que pas- sçavam no corredor, partiu a correr, como uma creança, o atirou selhe nos braços. Entraram — elle levou-a, muito chegala ao peito, para o «ofátlnho, e hentaram-s*?. ²Estás cora as mãos geladas, dissa el!a,achegando-se muito ao marido, co- mo a querer transmitlir-lho o calor quo sentia, e ei!*,radiante: ²Tirit-i, mc»i amor. Mas creio que o medico disse a verdade 1 é a vida quo volta. ²Quo sentes?perguntou ingenuamen- te. Elle tttou nelia ura olhar cheio de de- sejo, ficou a contemplat-a langnidament* e, enlaçando-líio a cabeça com « braço,at» trabtu-lhe a bocea, e ficaram enlevados num beijo que os fazia estremecer c lhe» tomou o hálito. Ella, sem fôlego, arran- eou-s-, anciada, respirando largamente, cançadamente. ²Ahi Elsa... Súbito, numa decidida resolução, levantou-** afogm-ado: Queres vir? Esta uma manhã lindíssima 1 Yatno- por ahi devagar. ²Vou arranjar-me. Olba como leaaf os caXcllos. linda a»¦ :r> íé 4* — .'.iL '.* Bi..* I it*.»»...-*; CmIAo Kílla