UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UNIRIO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS ESCOLA DE BIBLIOTECONOMIA Av Pasteur, 458 - sala 404 - Prédio do CCH - Urca – RJ cep.: 22290-040 O SISTEMA DE LOCALIZAÇÃO FIXA COMO RECURSO DE PRESERVAÇÃO E ACESSO A LIVROS RAROS E ACERVOS DE MEMÓRIA Eixo temático: Políticas e projetos de conservação e preservação de acervos AUTORAS Carolina Marques Paula Estudante do 4º período da Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. Estagiária da Divisão de Obras Raras da Fundação Biblioteca Nacional. E-mail: [email protected]Lílian Alves de Oliveira Estudante do 5º período da Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. Estagiária da Divisão de Obras Raras da Fundação Biblioteca Nacional. E-mail: [email protected]
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Sistema de localização fixa como recurso de preservação e acesso a livros raros e acervo de memória.
Objetiva mostrar as vantagens na utilização do Sistema de Localização Fixa para a guarda de acervos raros e especiais, demonstrando que a simplicidade do método não desqualifica a sua funcionalidade,
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UNIRIO
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
ESCOLA DE BIBLIOTECONOMIA
Av Pasteur, 458 - sala 404 - Prédio do CCH - Urca – RJ cep.: 22290-040
O SISTEMA DE LOCALIZAÇÃO FIXA COMO RECURSO DE PRESERVAÇÃO E
ACESSO A LIVROS RAROS E ACERVOS DE MEMÓRIA
Eixo temático: Políticas e projetos de conservação e preservação de acervos
AUTORAS
Carolina Marques Paula
Estudante do 4º período da Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do
Rio de Janeiro – UNIRIO.
Estagiária da Divisão de Obras Raras da Fundação Biblioteca Nacional.
A economia de espaço ocorre a partir do momento que se atribui ao item um lugar fixo
na estante, através de notação própria, permitindo um maior controle quanto ao crescimento e
possível arranjo da coleção no espaço de armazenamento, já que sem a limitação da divisão
3 PINHEIRO, Ana Virginia – informação verbal, 2 jun. 2006.
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por assunto, pode-se ter um maior controle do crescimento da coleção e um melhor
aproveitamento do espaço oferecido por cada prateleira.
A fácil compreensão do sistema, que por ter uma notação simples e coerente permite a
assimilação imediata tanto pelos profissionais da biblioteca quanto pelos usuários,
proporciona eficiência no atendimento. O usuário não convive mais com a expectativa de
encontrar ou não uma obra na coleção, porque ela realmente estará alocada em um lugar
único, a ela destinado, e imutável.
O sistema de localização fixa mostra-se flexível para adequar-se à política e às
necessidades físicas da biblioteca.
Uma característica peculiar da Localização Fixa é evidenciada no processo de guarda,
no momento da acomodação dos livros no local de armazenamento, pois a cada item é dada a
sua indicação local na estante e prateleira, por meio de
notação única que o identifica. Este sistema viabiliza o
controle mais imediato da circulação dos itens, na
medida em que a retirada de cada item do acervo é
caracterizada pela inserção de “fantasma”, no local. O
“fantasma” é uma ferramenta de controle de retirada
de um item da coleção, que ocupa o lugar de
acomodação do item enquanto este estiver em
movimentar.
2.1 Tipos de Fantasma
Os fantasmas, a priori, eram peças de madeira, com uma fenda para inserção de um
pequeno formulário com dados de identificação da obra retirada da estante, bem como
informações sobre o consulente da mesma. A inadequação do material com que eram
fabricados – a madeira – levou à substituição dos “fantasmas” originais por recursos
alternativos, como o próprio formulário com dados de identificação, apenas. Esse
procedimento alternativo é adotado, por exemplo, pela Fundação Biblioteca Nacional
brasileira.
Figura 1: “Fantasma” ocupando o lugar
do livro na estante.
Fonte: Fundação Biblioteca Nacional
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Figura 2:
Fantasma de madeira
Fonte: Fundação Biblioteca
Nacional
Figura 3:
Exemplo de Fantasma de papel.
Fotografia de Lílian Alves de Oliveira
3 Notação
A notação no Sistema de Localização Fixa é composta pela associação de códigos
alfabéticos e/ou numéricos cuja função não é representar o conteúdo da obra, mas sim a sua
localização no ambiente de armazenamento (PINHEIRO; WEITZEL, 2000, p.6) – trata-se de
um número de chamada, com a mesma função das notações decimais: localizar e recuperar o
item no acervo.
A forma de atribuição do número de chamada segundo o sistema de Localização Fixa
é considerada primária ou alternativa por não evidenciar um modelo sistêmico de
classificação do conhecimento. O sistema, no entanto, segue uma estrutura lógica que gera
notações com números, letras e outros sinais que se configuram como número de chamada. A
notação pelo sistema de Localização Fixa pode ser indicada por:
a) Um número, em seqüência numérica ordinal;
b) Um conjunto numérico, onde os sinais são separados por vírgula, sendo que cada
grupo de números é indicativo de uma propriedade individual, como a estante, a
prateleira e o item na prateleira;
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Ex.: 605 , 5 , 24 4
(estante) (prateleira) (obra)
c) A reunião de códigos alfabéticos e numéricos;
Ex.: CDD, 413, C, 6 5
(prédio) (prateleira) (estante) (livro)
d) Utilização de código alfabético, numérico ou outro símbolo, precedendo o conjunto de
números indicativos da localização com a finalidade de identificar a coleção ou um
conjunto que se pretenda:
i) Reunir em seqüência independente da do acervo:
Ex.: TM - para a coleção Tobias monteiro; ou
IMP - para a coleção de impressos
ii) Simplificar a notação, permitindo a rápida localização da obra.
a. Os códigos alfa-numérico podem ser utilizados na identificação, em
combinação com a notação indicadora da localização, de obras publicadas em
partes ou mais de uma obra sob a mesma encadernação, como por exemplo:
Volumes, tomos e/ou partes Ex.: 23, 5, 15 t.1 / v.1 / p.1 ou
23, 5, 15 n.1,n.2 e n.3.
Todas as possibilidades de notação permitidas pelo Sistema de Localização Fixa,
aparentemente, ressaltam a falta de uma teoria fundamental com um método de organização
uniforme, levando à adoção de diversos critérios de caráter pouco científico gerando
disposições equivocadas.
3.1 Teoria
A literatura científica oferece poucas opções de registros, recentes, sobre o sistema de
Localização Fixa.
As Professoras e Bibliotecárias Ana Virginia Pinheiro e Simone da Rocha Weitzel
apresentaram em sua pesquisa “Sistema de Localização Fixa: uma abordagem preliminar”
(2000) uma proposta de critérios, a partir de práticas consagradas e alicerçadas no formato das
publicações, objetivando formalizar uma estrutura padrão:
4 Notação praticada pela Biblioteca Histórica do Itamaraty no Rio de Janeiro. 5 Notação praticada pelo Real Gabinete Português de Leitura.
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Cada notação é individual, não podendo repetir-se;
A organização do acervo será distinta e seqüencial nas estantes onde serão
acomodados.
Há casos específicos em que serão atribuídas notações diferenciadas e notações
distintas.
A notação diferenciada é utilizada no caso de obras divididas em volumes, tomos ou
partes, onde o número de chamada é constituído pela notação-base acrescida de um
diferenciador como já exemplificado no exemplo e desta mesa seção: 23, 5, 15 t.1.
As notações distintas são aquelas atribuídas a obras de caráter único, identifica o seu
lugar no armazém de guarda e desta forma não podem ser concedidas a nenhum outro
item.
Obras divididas em volumes são consideradas como sendo de caráter único, cuja
extensão é indicada por volumes, partes ou tomos. Logo a indicação de sua localização
também será única, atribuindo-se diferenciadores para a identificação de cada volume.
Ex. 23, 5,15v.1 23, 5, 15 v.2 23, 5,15 v.3
Neste caso considera-se que o conjunto de volumes da obra foram adquiridos juntos e
não de forma separada.
Na acomodação de exemplares de uma mesma obra, há que considerar a possibilidade
de reuni-los, não constituindo esse procedimento uma regra. Mesmo nesse caso a
localização será distinta e seqüencial. Vale lembrar que um exemplar é uma unidade
física, independente, duplicada ou triplicada de uma mesma obra – a existência de
exemplares exige sua reunião. No caso específico de obras manuscritas, deve-se
relevar a questão de exemplaridade como objeto de análise minuciosa visto que muitas
vezes, cópias de um mesmo códice não são necessariamente iguais.
Uma obra que seja dividida em partes e, por ventura, estas mesmas venham a ser
incorporadas ao acervo em diferentes períodos, não possibilitando a reunião dos
volumes, cada um deles, e somente nesse caso, receberá uma notação distinta (ao
invés da diferenciada). Através da ficha catalográfica a informação a cerca da divisão
da obra e sua respectiva localização poderá ser recuperada, assim como no item, o
número de chamada deverá indicar a numeração do volume, tomo ou parte,
evidenciando a extensão da obra.
Em nenhuma hipótese poderá admitir-se a inserção, inclusão, intercalação de obras em
seqüência estruturada - mesmo sob o critério da afinidade. Notações distintas podem ser
recuperadas através da reunião de itens em uma base bibliográfica e/ou documental eficaz.
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Vale lembrar que o importante na notação é que esta cumpra a sua principal
finalidade: permitir a localização do item na estante (PIEDADE, 1983).
4 Armazenamento e Preservação
A organização é um fator importante no ambiente da biblioteca e os diversos
procedimentos adotados influem de maneira direta na qualidade do atendimento que será
prestado ao usuário assim como na preservação do acervo, permitindo que este possa ser
consultado também pelas gerações futuras.
Incluir a arrumação do acervo em bibliotecas, como um dos procedimentos
necessários à conservação e preservação das obras, parece não ser um método vislumbrado
pelos bibliotecários da atualidade, que não vêem a acomodação do item na estante como um
momento importante, influente e decisivo no que diz respeito a definir a probabilidade de vida
útil da obra. Após retornar das mãos do usuário, será lá, no ambiente de guarda onde o livro
passará a maior parte do tempo, por isso um armazenamento inadequado, assim como a falta
de cuidado no momento de guarda ou a superlotação nas prateleiras resultam em danos
irreversíveis ao acervo.
Pode-se observar a preocupação com a guarda dos itens de forma a preservá-los desde
as bibliotecas da antiguidade, já que eram compostas de tabuinhas de argila (bibliotecas
“minerais”) que eram acomodadas em cestos com etiquetas identificando os itens em seu
interior ou de rolos de papiro ou pergaminho (bibliotecas “vegetais” ou “animais”,
respectivamente); passando pelas bibliotecas monacais, já na Idade Média, cuja algumas
ordens de monges, como os agustinos, recomendavam que os armários das bibliotecas em seu
interior possuíssem prateleiras com divisões verticais, o que impediria o contato entre os
livros (códex) permitindo desta forma que a obra não sofresse um desgaste antecipado; o que
também objetivava facilitar a localização da mesma (ESCOLAR SOBRINO, 1990, p. 166).
No século XVII com o advento da tipografia, o espaço para armazenar a grande
quantidade de livros que chegavam as bibliotecas tornou-se um fator preocupante
desencadeando diversos métodos de arrumação do acervo, como organizá-los pela ordem de
entrada, respeitando os tamanhos: os maiores, fólios, ficavam na parte inferior, e os menores
na parte superior. O bibliotecário Gabriel Naudé, neste mesmo período, sugere que os livros
menores sejam colocados nas prateleiras superiores para que não ficassem tão acessíveis, e
dessa forma se evitasse o furto da obra (ESCOLAR SOBRINO, 1990. p. 291).
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A Localização Fixa com toda a sua flexibilidade, não tendo o rigor de organizar as
obras por assuntos ou por divisões classificatórias do conhecimento, permite uma organização
a favor da conservação do acervo. Os itens podem
ser agrupados de acordo com o tipo de material de
fabricação de suas encadernações, de acordo o
tamanho facilitando o manuseio da obra, e a
disposição do item na estante de modo que esta fique
cheia.
A indicação do lugar ocupado pelo livro é
feita com tiras de papel de constituição mais firme
que o comumente encontrado, como marcadores de
livro, possibilitando a não utilização de etiquetas, tão
prejudiciais à encadernação dos livros.
O agrupamento por tipo de encadernação
permite que não haja dano pela fricção imposta aos materiais no momento de guarda, e para
que certos tipos de deterioração não se transfiram entre os materiais causando danos de
proporções maiores.
A manuseabilidade do livro também é favorecida quando o Sistema de Localização
Fixa é empregado no ambiente de guarda devido à disposição dos livros por tamanho, atributo
ainda considerado como meramente estético pela maioria dos bibliotecários, que
desconhecem os benefícios trazidos por este tipo de organização.
A arrumação por tamanho permite que o manuseio do livro se dê em condições ideais
para a sua preservação e que seja mais confortável a reposição dos itens para aqueles
encarregados de guardar o acervo. Os livros alocados na parte superior não impõem
dificuldades, pois devido ao seu diminuto tamanho tornam-se mais leves; o que impede de
serem puxados pela lombada, o que sempre é causa de dano à mesma. Aos que ficam na parte
mediana da estante, de tamanho relativamente normal, podem ser facilmente retirado
empurrando os livros que se encontram ao lado daquele que se deseja. Quanto aos maiores,
localizados na parte inferior da estante, são retirados com ambas às mãos: uma segurando a
lombada e a outra apoiando o livro na parte inferior do corte, oferecendo maior segurança no
seu deslocamento.
A arrumação do livro com seus pares de mesma característica física evita a inclinação
do livro para um lado ou para o outro o que resulta em prejuízo a encadernação. O que pode
ser usado, caso a prateleira não esteja cheia, é o bibliocanto que é utilizado para manter os
Figura 4: Indicação do numero de
chamada na BN.
Fotografia de Lílian Alves de
Oliveira.
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livros de pé. Esse suporte deve ser de material durável, com superfície lisa e cantos
arredondados, de forma que não estrague os livros que entrarão em contato com ele,
amassando, rasgando suas folhas, ou arranhando suas encadernações.
5 O Sistema de Localização Fixa em Bibliotecas do Rio de Janeiro: acervos raros e
especiais
Para verificar o nível e a qualidade de uso do Sistema de Localização Fixa em
bibliotecas, saiu-se a campo para visitar àquelas que possuíssem as características necessárias
para aplicação do sistema. Examinou-se a importância do acervo sob sua guarda e se os
critérios básicos do sistema eram respeitados em sua adoção.
A primeira observação registrada foi a já citada falta de conhecimento dos
bibliotecários, até mesmo quanto às regras consagradas do sistema. Foi verificado, por
exemplo, divergências quanto à notação, o que dificulta a compreensão do Sistema pelo
usuário, que não tem acesso ao armazém de acervos de memória. Dificuldades também
encontram os funcionários responsáveis pela guarda da obra, que sem o auxílio do
“fantasma”, freqüentemente acomodam o item em local incorreto, provocando o
desaparecimento de obras.
A arrumação das obras pelo tamanho e pelo tipo de material da encadernação (couros,
pergaminhos, papéis de trapos, papéis de polpa de madeira, seda, tafetá, pedrarias etc.) não é
utilizada por ser considerada apenas um atributo estético do sistema, o que revela um
comportamento nocivo dos bibliotecários em relação ao acervo, já que não consideram os
cuidados com o armazenamento um dos mais importantes estágios para a preservação e
conservação do mesmo. O ato de preservar restringe-se ao cuidado esporádico dispensado a
Figura 5: Bibliocanto
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um item que apresente uma deterioração mais avançada, não admitindo a prevenção do
conjunto, evitando a perda total de peças importantes para o acervo.
5.1 Real Gabinete Português de Leitura
Histórico
O Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro foi fundado em 14 de maio de
1837. Possui a maior biblioteca de obras de autores portugueses fora de Portugal.
A construção do edifício-sede foi iniciada em 10 de junho de 1880 (D.Pedro II lançou
a pedra fundamental) e orientou-se por um projeto de traço “neomanuelino6” de autoria do
arquiteto português Raphael da Silva e Castro. A inauguração ocorreu em 10 de setembro de
1887 e contou com a presença da princesa Isabel e do Conde D’ Eu. Na fachada, de autoria do
escultor Simão Lopes, estão as estatuas de Camões, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral e
do Infante D. Henrique.
A biblioteca é aberta ao público e seu acervo é formado por obras raras portuguesas
como ”Os Lusíadas”, de 1572, que pertenceu a Companhia de Jesus; as “ordenações de D.
Manuel” por Jacob Cromberg, editada em 1521; os “Capitolos de Cortes e Leys que sobre
alguns delles fizera” editados e 1539; e outras além de manuscritos, cartas e primeiras
edições, coleção numismática e pinturas .
Características
A biblioteca é adotante do Sistema de Localização Fixa para sua organização, visando
principalmente a economia de espaço proporcionada pelo sistema, já que o Real Gabinete
Português de Leitura é a única instituição fora de Portugal a receber obras por depósito legal
de autores portugueses. A demanda de livros volumosa acaba provocando a guarda de muitos
deles duplas nas estantes.
Algumas características do Sistema de Localização Fixa são de fato respeitados,
observado no salão principal da biblioteca, como a organização dos livros pelo seu tamanho,
6 O estilo neo-manuelino foi uma corrente revivalista que se desenvolveu dentro da arquitetura e das artes
decorativas portuguesas entre meados do século XIX e o início do século XX. Seguindo a moda revivalista
gótica que se espalhava por toda a Europa a partir de meados do século XVIII, o estilo gótico final português
foi considerado o mais caracteristicamente nacional. A historiografia da arte dava então os seus primeiros
passos e o nome manuelino, ligando o estilo à produção artística do reinado de D. Manuel I (1495-1521), foi introduzido em 1842 pelo historiador Francisco Adolfo de Varnhagen.