Top Banner
Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros
23

Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

Apr 07, 2016

Download

Documents

Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

Síndrome NefróticaSíndrome Nefrótica

Dr. Luiz Barros

Page 2: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

DefiniçãoDefinição

Síndrome caracterizada por proteinúria superior a 3,5g/1,73m de superfície corpórea nas 24 horas em adultos, ou maior do que 50 mg/kg/dia em crianças, hipoalbuminemia e edema.

Page 3: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

FisiopatologiaFisiopatologia

O edema observado é secundária à hipoalbuminemia que, por sua vez, é decorrente da proteinúria.

Outros mecanismos que contribuem para a formação do edema são: ajustes no sistema renina-angiotensina-aldosterona e no sistema nervoso simpático, aumento de ADH e maior reabsorção tubular de sódio e menor sensibilidade ao fator natriurético atrial.

Page 4: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

Fisiopatologia do Fisiopatologia do EdemaEdema

Proteinúria – hipoalbuminemia – diminuição da pressão oncótica do plasma -diminuição do volume intravascular - estímulos para o sistema renina-angioten-

sina-aldosterona – sns – aumento da secreção de ADH e menor sensibilidade ao fator natriurético atrial

Page 5: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

Sinais e Sintomas

Edema: pode ser discreto ou generalizado. Pela manhã é mais acentuado o edema bipalpebral; ao final do dia, o de membros inferiores.Derrames cavitários ( peritonial, pleural ) podem estar presentes.

Hipertensão arterial sistêmica e alterações de fundo de olho compatíveis com hipertensão podem estar presentes, com frequência variável de acordo com o tipo histopatológico da glomerulopatia.

Page 6: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

Investigação Investigação LaboratorialLaboratorial Exame de urina

1. Proteinúria: sempre presente

2. Glicosúria: se presente, verificar se existe hiperglicemia ou se reflete acometimento tubular associado à glomerulopatia;

3. Hematúria e leucocitúria: podem ou não estar presentes. A hematúria é mais importante nas glomerulonefrites mesangiocapilares.

Page 7: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

Continuação...Continuação... Proteinúria das 24 horas: níveis superiores a 3,5 g/1,73 m

de superfície corpória.

Determinação dos níveis séricos de albumina para demonstração da hipoalbuminemia que integra a definição da síndrome.

A eletroforese de proteínas permite não só documentar a hipoalbuminemiama, mas acrescenta informações sobre alterações protéicas eventualmente relevantes.

Page 8: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

Continuação....Continuação.... Elevação de alfa-2 e beta-globulinas, que se

constituem em indício indireto de que a hipoalbuminemia já tem algum

tempo de duração; Gamaglobulina normal e elevada sugere tratar-se de

síndrome nefrótica secundária ou associada a infecções crônicas, hepatopatias crônicas ou doenças auto-imune.

Hipogamaglobulinemia pode ser encontrada na doença de lesões mínimas e na glomerulosclerose segmentar e focal, mas também em mieloma múltiplo, produtor de cadeias leves.

Page 9: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

Continuação.....Continuação.....

.

Determinação de colesterol e triglicerídeo séricos, que frequentemente se mostram

elevados.

:

Page 10: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

Investigação de eventual Investigação de eventual doença de basedoença de base

Deve-se sempre proceder à investigação mais completa da doença de base de que se suspeita a partir da história e exame físico do paciente. Não havendo suspeita diagnostica clara, são comumente solicitados os seguintes exames pela importância e/ou frequência com que as doenças diagnosticadas por eles causam síndrome nefrótica:

1. Exame parasitológico de fezesEsquistossomose é doença associada a glomerulopatias que pode apresentar-se como SN e cuja investigação passa a ser necessária no Brasil, diante de sua prevalênciaEstrongiloidíase deve ser tratada com vigor antes de serem introduzidos imunossupressores.

2. Pesquisa de anticorpos antinucleares FAN Inclusive Acs anti-DNA 3. Pesquisa de HbsAg e anti-HBc; anti-HCV4. Pesquisa de anti-HIV ( quando a epidemiologia sugerir )5. Exames específicos para outras doenças, de acordo com o quadro e a história

clínica apresentados pelo paciente.6. Os exames que se fizerem necessários para afastar neoplasias,

particularmente em pacientes idosos.

Page 11: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

Subdivisão das glomerulopatias que se manifestam como sn de acordo com a Subdivisão das glomerulopatias que se manifestam como sn de acordo com a ocorrência ou não de consumo de complemento em alguma fase de curso da doençaocorrência ou não de consumo de complemento em alguma fase de curso da doença

Tabela 1Tabela 1

________________________________________________________Normocomplementências Hipocomplementêmicas

DLM GNMPGESF Nefrite lúpicaGNM GN da crioglobulinemiaDoença de Berger

________________________________________________________

Page 12: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

Achados Histológicos em Glomerulopatias PrimáriasAchados Histológicos em Glomerulopatias Primárias

Tabela 2Tabela 2

Tipo Histológico MO IF ME

DLM alteração mínimas ou negativa fusão dos pedicelos dos podócitos

ausentes vacuolização de célula epitelial.

_____________________________________________________________________________________

GESF hialinose segmentar, IgM eC3, granular, fusão dos pedicelos dos podócitos

aderência à capsula; segmentar em àrea sem esclerose glomerular;

colapso de alças vacuolização de célula epitelial.

capilares; áreas de

atrofia tubular.

_____________________________________________________________________________________

GNM espessamento da MBG IgG(e às vezes C3), depósitos eletrondensos subepite

(fases I e IV) envolvimento granular, ao longo liais.

glomerular uniforme e difu- das paredes capila-

so; presença de espículas res.

nas impregnações pela

prata.

Page 13: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

ContinuaçãoContinuaçãoGNMP ( tipo I ) aumento da matriz depósitos interposição dos processos

mesangial, duplo frequentes de C e de das células mesangiais e

contorno das alças Igs. Matriz entre células endote-

capilares, hipercelulari- liais e MBG; depósitos ele-

dade. trondensos subendoteliais.

_____________________________________________________________________________________

Page 14: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

Doenças que podem estar associadas a glomerulopatias que se manifestam como Doenças que podem estar associadas a glomerulopatias que se manifestam como síndrome nefróticasíndrome nefrótica Tabela 3Tabela 3

Tipo Histopatológico Doenças associadas

DLM Linfomas

AINH

anti-HIV________________________________________________________________GESF Linfomas

Esquistossomode

anti-HIV (*)

________________________________________________________________

GNM Hepatite B

LES

AR

Neoplasias

Sífilis

Malária

Medicações

Page 15: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

Continuação da tabela 3Continuação da tabela 3

GNMP Infecção variadas:endocardite,bacteriana,malária,hepatites

( sobretudo C )

Criogluobulinemia

LES

Esquistossomose

_________________________________________________________________________

Complicações de SN

Distúrbios tromboembólicos A hipercoagubilidade observada na SN decorre de:

1. Deficiência de antitrombina III.

2. Anormalidades nos níveis das proteínas S eC:

3. Fibribólise deficiente;

4. Agregabilidade plaquetária aumentada;

Page 16: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

Complicações......Complicações......5. Agregação eritrocitária aumentada;

6. Níveis plasmáticos aumentados de fatores pró-coagulantes: fibrinogênio, Lp (a), fator VIII.

Observa-se tendência aumentada a tromboembolismo, destacando-se: trombose de veia renal, trombose de veia cava inferior, tromboembolismo pulmonar, trombose venosa ou arterial periférica.

São achados sugestivos de trombose de veia renal,num paciente com SN:

1. Dor de flanco;

2. Declínio agudo no ritmo de filtração glomerular;

3. Hematúria;

4. Alteração no nível de proteinúria;

A trombose de veia renal crônica pode ser assintomática.

As doenças que cursam com SN que mais apresentam trombose de veis rena são:

GNM, GNMP, nefrite lúpica e amiloidose.

Page 17: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

InfecçõesInfecções

Há susceptibididade aumentada a infecção bacterianas

Favorecem infecções, dentre outras causas:

1. Deficiência adquirida da IgG;

2. Deficiência de fator B, acarretando opsonização inadequada;

3. Depressão inespecífica da resposta imune.

Medidas usualmente adotadas:

1. Antibioticoterapia profilática;

2. Vacinação ( por exemplo, contra pneumococos )

A vacinação deve ser realizada preferencialmente durante a remissão, pois, pode não ser efetiva se administrada quando o paciente está descompensado.

Page 18: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

Insuficiência Renal AgudaInsuficiência Renal Aguda

Pode ser precipitada ou causada por:

(1) Depleção severa de volume decorrente da hipoalbuminemia agravada ou não pelo uso de diuréticos;

(2) Trombose aguda de veia renal bilateral;

(3) NTI aguda por hipersensibilidade a diuréticos ou outras drogas;

(4) Uso de AINH, determinando NTA.

Page 19: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

TratamentoTratamento

1. Geral

1.1. Dieta: hipossódica e normoprotéica, desde que não haja insuficiência renal importante.

1.2. Restrição hídrica: o volume permitido não deve exceder o da diurese atual do paciente.

1.3. Diureticoterapia: os diuréticos devem ser usados com parcimônia para evitar hipotensão e insuficiência renal aguda. Dá-se preferência aos diuréticos com ação na Alça de Henle. Pacientes em anasarca podem requerer a administração endovenosa dessas drogas.

1.4. Expansores plasmáticos: devem ser usados apenas quando houver instabilidade hemodinâmica.

2. Da glomerulopatia propriamente dita

Os diferentes tipos histológicos têm tratamentos preferenciais ( as drogas usualmente utilizadas estão na tab. 4), que devem ser considerados uma vez confirmado o diagnóstico histológico e afastadas as doenças associadas que requeriam outros tratamentos.

Page 20: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

Drogas imunossupressoras habitualmente utilizadas no tratamento das Drogas imunossupressoras habitualmente utilizadas no tratamento das glomerulopatias primáriasglomerulopatias primárias

Tabela 4Tabela 4

Droga via de adm. Dose atual de Controlar devido a efeitos

ataque colaterais

Predinisona Oral 1mg/kg/dia

Ciclofofamida Oral 2mg/kg/dia hemograma

Azatrioprina Oral 2 mg/kg/dia hemograma e transaminases

Ciclosporina Oral 4-5mg/kg/dia função renal/lesão tubular

(nefrotoxicidade)

Metilprednisolona Endovenosa 10-15mg/kg/dia

pulso

_________________________________________________________________________

Page 21: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

Tratamento..Tratamento..3. Tratamento de condições paralelas

3.1. Dislipidemia

Tratar quando a proteinúria e a hipoalbuminemia forem persistentes com consequente dislipidemia.

Dá-se preferência aos inibidores de hidroximetilglutaril coenzima A-redutase.

3.2. Hipertesão Arterial

Deve-se buscar controle total, dando-se preferência às drogas inibidoras de enzima conversora de angiotensina ou bloqueadoras de receptor de angiotensinaII. Além do controle de pressão arterial, almeja-se com essas drogas obter um efeito renoprotetor e antiproteinúrico.

Page 22: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

Indicação de biópsia renalIndicação de biópsia renal

A biópsia renal está indicada em pacientes adultos com síndrome nefrótica, desde que apresentem rins de tamanho normal e não sejam conhecidas contra-indicações relevantes à sua realização.

Motivos para fazer-se biópsia renal em adultos com SN

1. Definir tipo histológico, visto que os achados clínico-laboratoriais em geral não são suficientes para estabelecer com certeza qual a glomerulopatia que está causando a SN em cada caso.

2. Existem tratamentos mais adequados para cada tipo histológico.

Page 23: Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrótica Dr. Luiz Barros.

Fim