Top Banner

of 67

silvicultura basica

Nov 03, 2015

Download

Documents

Olavo Neto

notas de professor
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
  • UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE FLORESTA

    DEPARTAMENTO DE SILVICULTURA

    IF 214 - SILVICULTURA BSICA NOTAS DE AULA

    CARLOS ALBERTO MORAES PASSOS

    SEROPDICA - RJ JANEIRO - 2008

  • 2

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    SUMRIO

    1. INTRODUO ............................................................................................................................................................................. 4

    2. SISTEMAS DE CLASSIFICAO ..................................................................................................................................................... 4

    3. SISTEMA DE CLASSIFICAO FLORSTICA ..................................................................................................................................... 5

    4. SISTEMA DE CLASSIFICAO FISIONMICO-ECOLGICA (ELLEMBERG E MUELLER-DOMBOIS, 1965-66) ............................................... 7

    4.1. DELIMITAO DA REGIO ECOLGICA .............................................................................................................................................. 7 4.2. SEPARAO EM CLASSES DE FORMAO (FASE FISIONMICA) ................................................................................................................. 8 4.3. SEPARAO EM SUBCLASSE DE FORMAO (FASE CLIMTICA) ................................................................................................................. 9 4.4. SEPARAO EM GRUPO DE FORMAO .............................................................................................................................................10 4.5. SEPARAO EM SUB-GRUPO DE FORMAO .......................................................................................................................................10 4.6. SEPARAO EM FORMAO (PROPRIAMENTE DITA) ..............................................................................................................................10 4.7. SEPARAO EM SUB-FORMAO PROPRIAMENTE DITA ..........................................................................................................................11 4.8. SISTEMAS EDFICOS DE PRIMEIRA OCUPAO - FORMAES PIONEIRAS ........................................................................................................12 4.9. SISTEMA DE TRANSIO - TENSO ECOLGICA ......................................................................................................................................12 4.10. SISTEMA DOS REFGIOS VEGETACIONAIS - RELQUIAS ............................................................................................................................13 4.11. SISTEMA DA VEGETAO DISJUNTA .................................................................................................................................................13 4.12. SISTEMA DA VEGETAO SECUNDRIA (TRATOS ANTRPICOS) .................................................................................................................13

    CAPTULO 2: SEMENTES FLORESTAIS .................................................................................................................................................. 15 1. INTRODUO ........................................................................................................................................................................... 15

    1.1. ANGIOSPERMAS (DO GREGO SEMENTES ESCONDIDAS) .......................................................................................................................15 1.2. GIMNOSPERMAS (DO GREGO "GIMNOS" = "NU" E "SPERMOS" = "SEMENTE")..............................................................................................17

    2. MORFOLOGIA DE PLNTULAS ..................................................................................................................................................... 19 3. FISIOLOGIA E GERMINAO DE SEMENTES ................................................................................................................................... 21 4. VIGOR DE SEMENTES ................................................................................................................................................................. 23

    5. PRODUO DE SEMENTES ......................................................................................................................................................... 25 6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .................................................................................................................................................. 30 CAPTULO 3: PRODUO DE MUDAS DE ESPCIES FLORESTAIS .............................................................................................................. 31 1. INTRODUO ........................................................................................................................................................................... 31 2. SISTEMAS DE PRODUO DE MUDAS FLORESTAIS ........................................................................................................................ 31 3. RECIPIENTES E SUBSTRATO ....................................................................................................................................................... 32

    4. QUALIDADE DE MUDAS FLORESTAIS ............................................................................................................................................ 35

    5. VIVEIRO FLORESTAL ................................................................................................................................................................. 37

    6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .................................................................................................................................................. 40 CAPTULO 4: PLANEJAMENTO DE PLANTIOS FLORESTAIS ....................................................................................................................... 41 1. INTRODUO ........................................................................................................................................................................... 41 2. OBJETIVOS DA FLORESTA .......................................................................................................................................................... 41

    3. INFORMAES NECESSRIAS..................................................................................................................................................... 42 4. ESCOLHA DA REA ................................................................................................................................................................... 44 5. ESCOLHA DE ESPCIE ............................................................................................................................................................... 44 6. DEFINIO DO TIPO DE PLANTIO ................................................................................................................................................. 45 7. DEFINIO DO ESPAAMENTO .................................................................................................................................................... 46 8. TALHES, ACEIROS E DA REDE VIRIA. ........................................................................................................................................ 47 CAPTULO 5: IMPLANTAO E CONDUO DE FLORESTAS ..................................................................................................................... 48 1. INTRODUO ........................................................................................................................................................................... 48 2. MTODOS PARA FORMAR FLORESTA ........................................................................................................................................... 48

    REGENERAO................................................................................................................................................................................49 COBERTURA DA FLORESTA ..................................................................................................................................................................51

    3. PROTEO DAS FLORESTAS ...................................................................................................................................................... 52 4. TRATAMENTOS SILVICULTURAIS ................................................................................................................................................. 53

    PODAS .........................................................................................................................................................................................53 DESBASTES ...................................................................................................................................................................................56 MTODO DE DESBASTE ......................................................................................................................................................................56 TIPOS DE DESBASTES .......................................................................................................................................................................57

    5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .................................................................................................................................................. 58

  • 3

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    CAPTULO 6: SISTEMAS AGROFLORESTAIS ........................................................................................................................................... 60 1. INTRODUO ........................................................................................................................................................................... 60

    1.1. OBJETIVO ...............................................................................................................................................................................60 1.2. CONCEITOS .............................................................................................................................................................................60

    2. FUNES DAS RVORES NOS SAF .............................................................................................................................................. 60 FUNES ECOLGICAS .....................................................................................................................................................................60 FUNES SCIO-ECONMICAS ...........................................................................................................................................................61 ECONMICOS .................................................................................................................................................................................61 SOCIAIS .......................................................................................................................................................................................61

    3. CLASSIFICAO DOS SAF .......................................................................................................................................................... 61 3.1. CLASSIFICAO EM BASE ESTRUTURAL ............................................................................................................................................62

    4. PRINCIPAIS SISTEMAS E PRTICAS AGROFLORESTAIS ................................................................................................................... 64 5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .................................................................................................................................................. 67

  • 4

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    CAPTULO 1: FITOGEOGRAFIA BRASILEIRA

    1. INTRODUO Fitogeografia: distribuio geogrfica dos tipos de vegetao; Necessidade de classificar os tipos de vegetao para o planejamento e a pesquisa. Mapeamento da vegetao feito h muito tempo; > Alexandre F. Von Humboldt (1806): pai da Fitogeografia - descreveu a paisagem

    natural dos agrupamentos terrestres. > Grisebach (1872): agrupou as plantas por carter fisionmico definido, como florestas,

    campos, etc., denominando-os de formaes. > Engler e Prantl (1887): iniciaram a moderna classificao sistemtica das plantas. > Drude (1889): dividiu a Terra em zonas, regies, domnios e setores, de acordo com

    endemismo apresentado pelas plantas. > Schimper (1903): criador da moderna Fitogeografia - no fim do sc. XIX foi o pioneiro

    na tentativa de unificar as paisagens vegetais mundiais de acordo com as estruturas fisionmicas. Classificao > Deve ser universal (Botnica, Zoologia, Geologia, etc.); e > Varivel com a escala de trabalho;

    2. SISTEMAS DE CLASSIFICAO Definio da escala de trabalho

    Quadro 1 - Escala cartogrfica de acordo com o nvel de detalhamento

    Nvel de detalhamento Escala cartogrfica Regional 1:2.500.000 - 1:10.000.000 Exploratrio 1: 250.000 - 1: 1.000.000 Semi-detalhe 1: 25.000 - 1: 100.000 Detalhe 1: 1 - 1: 25.000

    Metas da classificao da vegetao: > 1. Classificao florstica > Zona

    Regio Domnio Setor

    > 2. Classificao fisionmico-ecolgica Tipos de vegetao Classe de formao: estrutura e forma de vida Subclasse de formao: clima e dficit hdrico Grupo de formao: fisiologia, transpirao e fertilizao; Subgrupo de formao: fisionomia Formaes:

  • 5

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Formao propriamente dita: ambiente e relevo Subformao: fisionomia especfica (Fcies)

    > 3. Classificao fitossociolgico-biolgica Fitossociolgica Comunidades: Associaes, subassociaes, variante, fcies, sociao Bioecologia: ecossistema

    3. SISTEMA DE CLASSIFICAO FLORSTICA DRUDE (1889): dividiu o imprio florstico (flora mundial) em: zona, regio, domnio e setor.

    Quadro - Imprio florstico de acordo com a escala de trabalho e endemismo

    Escala de trabalho Imprio florstico Endemismo Regional a exploratria Zona Famlia Regio Gnero Semidetalhe a detalhe Domnio Espcie Setor Raa (variedade) Zona: rea caracterizada por famlias endmicas;

    > Neotropical: do Mxico at a Argentina; > Paleotropical: frica e sia; > Holortica: norte da frica, sia e Europa; > Australiana: Austrlia e Oceania.

  • 6

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Flora brasileira: zona Neotropical com 60 famlias endmicas sendo as principais que caracterizam esta zona: > Cactaceae (Savana Estpica) > Caryocaraceae (Savana) e > Humiriaceae (Campinarana). Regio: rea caracterizada por gneros endmicos; Regies Florsticas Brasileiras > MARTIUS (1858): 5 regies florsticas com nomes de divindades gregas;

    Nayades - Flora Amaznica Hamadryades - Flora Nordestina Oreades - Flora do Centro-Oeste Dryades - Flora da Costa Atlntica Napeias - Flora Subtropical

    > Acrscimo de duas regies: Chaco Boreal - Flora Sul-mato-grossense; e Campinarana - Flora dos Podzis Hidromrficos dos Pntanos Amaznicos.

    > SAMPAIO (1940): Flora Amaznica ou Hyleae Brasileira: ntima correlao o com a Flora Africana;

    ligao tambm com a Flora da Amrica do Norte atravs dos Andes; Flora Extra-Amaznica: apresenta ligaes afro-americanas e australianas e

    asiticas; origem na Amaznia, Andes e Argentina; > RADAMBRASIL (1982): dividiu a vegetao o em quatro regies florsticas:

    Amaznia (Floresta Ombrfila Densa, Floresta Ombrfila Aberta e Campinarana): Bertholletia (castanheira) (Lecythidaceae), Erisma (cedrinho), Qualea e Vochysia (cambar) (Vochysiaceae), Sweitenia (mogno) (Meliaceae), Orbignya (babau) e Maximilliana (inaj), Barcela odorata (palmeira da Campinarana) (Aracaceae), Guadua superba (taquara) (), Phenakospermum (sororoca) ().

    Brasil Central (Savana, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual): Qualea e Vochysia (cambar) (Vochysiaceae), Curatella americana (Dilleniaceae), Himathanthus (sucuuba) (Apocinaceae), Parkia (faveira) (Leguminosae Mimosoideae), Platonia (bacuri) e Kielmeyera (pau-santo) (Guttiferae), Dimorphandra (faveiro) (Leguminosae Caesalpinioideae).

    Nordestina (Savana Estpica, Floresta Estacional semidecidual, Floresta Estacional Decidual e Savana): principais gneros

    Zona da Mata gneros amaznicos - Parkia e Enterolobium (Leguminosae Mimosoideae), Hymeneae (jatob) (Leguminosae Caesalpinioideae) e Peltogyne (roxinho), Diplotropis (sucupira) e Myroxylon (blsamo) (Leguminosae Papilionoideae);

    Zona do Agreste Zizyphus (juazeiro) (Rhamnaceae); Zona do Serto Cereus, Pilocereus e Melocactus (Cactaceae), Amburana

    (cerejeira) e Prosopsis (algaroba) (Leguminosae Caesalpinioideae) e , Zizyphus (juazeiro) (Rhamnaceae), Schinopsis (Anacardiaceae).

    Sudeste (Floresta Ombrfila Densa, Floresta Ombrfila Mista, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual e Savana): Araucaria (pinheiro-brasileiro) (Araucariaceae), Podocarpus (pinheirinho) (Podocarpaceae), Ocotea

  • 7

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    (canela) (Lauraceae), Cabralea (canjerana) (Meliaceae), Schinus (aroeirinha) (Anacardiaceae).

    4. SISTEMA DE CLASSIFICAO FISIONMICO-ECOLGICA (ELLEMBERG E MUELLER-DOMBOIS, 1965-66)

    a segunda meta a ser atingida pelo levantamento da vegetao; A classificao fisionmico-ecolgica segue as seguintes etapas:

    > Delimitao da regio ecolgica > Definio do tipo de vegetao:

    Classes de formaes Subclasses de formaes Grupos de formaes Subgrupos de formaes

    > Definio da formao Formao propriamente dita; Sub-formao

    4.1. Delimitao da regio ecolgica

    Correspondente a um tipo de vegetao. So espaos definidos pela florstica de gneros tpicos e formas biolgicas caractersticas que se repetem dentro de um mesmo clima, podendo ocorrer em terrenos de litologia variada, mas com relevo bem marcado. No Brasil identificam-se nove regies ecolgicas:

    > Regio ecolgica da Savana (Cerrado), vegetao que ocorre predominantemente no Centro-Oeste. Suas disjunes aparecem tambm na Amaznia, no Nordeste, Sudeste e Sul do Pas. Devido intensa ao antrpica a que foi submetida, grande parte de sua vegetao nativa foi substituda por agricultura, pastagens e reflorestamento. Caracteriza-se por apresentar uma estrutura composta por rvores baixas e tortuosas, isoladas ou agrupadas sobre um contnuo tapete graminoso.

    > Regio ecolgica da Savana Estpica, tipo de vegetao neotropical, em geral de cobertura arbrea composta de elementos fanerofticos, camefticos espinhosos e vrias cactceas, cobrindo um estrato graminoso hemicriptoftico, entremeado por algumas terfitas, representado no Brasil em quatro reas geograficamente distintas - na Caatinga do serto rido nordestino, no Pantanal Mato-Grossense, nos Campos de Roraima e na Campanha Gacha.

    > Regio ecolgica da Estepe abrange a Campanha Gacha, com disjunes em Uruguaiana e no Brasil meridional (Campos Gerais). Caracteriza-se por uma vegetao essencialmente campestre. Dominam as gramneas cespitosas e rizomatosas sendo raras as gramneas anuais e oxalidceas bem como leguminosas e compostas. As fanerfitas so representadas por espcies espinhosas e deciduais.

    > Regio ecolgica da Campinarana, tipo de vegetao restrito s reas do alto rio Negro e adjacncias dos seus afluentes, penetrando na Colmbia e na Venezuela, onde ocorre em reas semelhantes. Reveste as reas deprimidas, quase sempre encharcadas, sendo caracterizada por agrupamentos de uma vegetao arbrea fina e alta, que resultante da pobreza de nutrientes minerais do solo.

    > Regio ecolgica da Floresta Ombrfila Densa (Floresta Tropical Pluvial), ocupa parte do espao amaznico e estende-se pela costa atlntica, desde o Rio Grande do Norte, at o Esprito Santo, em "bolses" contidos entre o litoral e as serras pr-cambrianas marginais ao oceano, ampliando a sua rea de ocorrncia sobre as encostas das mesmas at o Rio Grande do Sul. constituda por grandes rvores nos terraos aluviais e nos tabuleiros tercirios e rvores de porte mdio nas encostas martimas.

  • 8

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    > Regio ecolgica da Floresta Ombrfila Aberta (Faciaes da Floresta Ombrfila Densa), tipo de vegetao, situado entre a Amaznia e o espao extra-amaznico. A fisionomia florestal composta de rvores mais espaadas, com estrato arbustivo pouco denso.

    > Regio ecolgica da Floresta Ombrfila Mista (Floresta de Araucria), caracterstico do Planalto Meridional Brasileiro, apresentando, contudo reas isoladas nas partes elevadas das Serras do Mar e da Mantiqueira.

    > Regio ecolgica da Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Tropical Subcaduciflia), onde a percentagem das rvores caduciflias, no conjunto florestal situa-se entre 20% e 50% na poca desfavorvel, e

    > Regio ecolgica da Floresta Estacional Decidual (Floresta Tropical Caduciflia), que apresenta o estrato arbreo predominantemente caduciflio, com mais de 50% dos indivduos desprovidos de folhagem na poca desfavorvel. Ocorre no territrio brasileiro de modo disperso e descontnuo.

    4.2. Separao em classes de formao (fase fisionmica)

    Caracterizada pelas formas de vidas das espcies vegetais dominantes. > Formas de vida: formas de crescimento das plantas (RAUNKIAER, 1934);

    Diferenciao atravs da proteo e dos rgos de crescimento (gemas e brotos) em relao aos perodos climticos;

    Fanerfitos: plantas lenhosas com gemas e brotos protegidos, situados acima de 0,25 m do solo; macrofanerfitos: 30 - 50 m mesofanerfitos: 20 - 30 m microfanerfitos: 5 - 20 m nanofanerfitos: 0,25 - 5 m

    Camfitos: plantas sublenhosas e, ou, ervas com gemas e brotos situados acima do solo; atingem at 1 m de altura; ocorrem em reas campestres e pantanosas. Ex.: vassouras (Baccharis spp), alecrim (Heterotalamus sp)

    Hemicriptfitos: plantas herbceas com gemas e brotos protegidos ao nvel do solo (gramneas cespitosas); ocorrem em reas campestres. Ex.: Andropogon spp (capim-caninha), Aristida pallens (capim-braba-de-bode);

    Gefitos: plantas herbceas com gemas e brotos (gema, rizoma e bulbo) situados no subsolo (gramneas rizomatozas); ocorrem em reas campestres. Ex.: Paspalum notatum (grama-forquilha);

    Terfitos: plantas anuais, cujo ciclo vital completados por sementes; ocorrem em reas campestres;

    Lianas: plantas lenhosas e, ou, herbceas reptantes (cips) com gemas e brotos situados acima do nvel do solo; ocorrem em reas florestais;

    Epfitos: plantas que tm como suporte outra planta; Xeromrfitos: plantas lenhosas e, ou, herbceas que apresentam duplo modo de

    sobrevivncia ao perodo desfavorvel: um subterrneo, pelos xilopdios, e outro areo, com gemas e brotos protegidos; possuem altura de 0,25 a 15 m; ocorrem em reas de savanas e campestres;

  • 9

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Chave de classificao das formas de vida de Raunkiaer, adaptada ao Brasil (Veloso et al, 1991): 1. Plantas autotrficas com um s tipo de proteo dos rgos de crescimento............................................................................................................................2 Plantas autotrficas com dois tipos de proteo dos rgos de crescimento.....................................7 2. Plantas perenes...................................................................................................................3 Plantas anuais, reproduzidas atravs de sementes............................................................Terfitos 3. Plantas lenhosas com rgos de crescimento protegidos por catfilos.........................................4 Plantas sublenhosas e/ou herbceas com gemas peridicas protegidas por catfilos e situadas at 1 m do solo.............................................................................................Camfitos Plantas herbceas com outros tipos de proteo dos rgos de crescimento..........................................................................................................................5 4. Plantas lenhosas eretas......................................................................................................6 Plantas lenhosas e/ou herbceas reptantes (cips).............................................................Lianas 5. Plantas com gemas situadas ao nvel do solo, protegidas pela folhagem morta durante o perodo desfavorvel....................................................................................................Hemicriptfitos Plantas com rgos de crescimento localizados no subsolo................................................Gefitos 6. Plantas com altura entre 30 e 50 m................................................................Macrofanerfitos Plantas com altura entre 20 e 30 m.....................................................................Mesofanerfitos Plantas com altura entre 5 e 20 m......................................................................Microfanerfitos Plantas com altura entre 0,25 e 5 m....................................................................Nanofanerfitos 7. Plantas lenhosas e/ou herbceas com gemas protegidas por catafilos na parte area e com rgos regenerativos subterrneos....................................................................................Xeromrfitos

    Quadro 2 - Tipo de vegetao de acordo com as formas de vida

    Tipo de vegetao

    Classe de Formas de vida

    Formao Fanerfito Camfito Hemifito Terfito Gefito Liana Epfito Xeromrfito

    Macro Meso Micro Nano

    Floresta X X X X Campinarana X X X X X X Savana X X X X X X X X Savana Estpica X X X X X X X X Estepe X X X X X X X

    4.3. Separao em subclasse de formao (fase climtica)

    Caracterizada por dois parmetros de clima temperatura e precipitao -, ambos diferenciados pelas correlaes das mdias mensais de temperatura e precipitao, checada pela adaptao dos rgos de crescimento das plantas.

    > Ombrfilo: at 4 meses secos; > Estacional: 4 a 6 meses secos ou 3 meses com temperaturas < 15oC;

    Quadro 3 - Tipo de vegetao de acordo com as subclasses de formao

    Tipo de vegetao Classe de formao Subclasse de formao Clima Floresta Ombrfila 0 a 4 meses secos Estacional 4 a 6 meses secos Campinarana Ombrfila 0 a 2 meses secos Savana Estacional At 6 meses secos Savana Estpica Estacional + 6 meses secos ou

    3 meses com temp < 15oC Estepe Estacional 3 meses T

  • 10

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    4.4. Separao em grupo de formao

    Caracterizado pelo tipo de transpirao estomtica foliar e pela fertilidade do solo. > Fisiologia (transpirao):

    Higrfitas: plantas adaptadas s condies de alta umidade; Xerfitas: plantas adaptadas s condies de dficit hdrico; Mesfitas: plantas adaptadas s condies intermedirias de umidade;

    > Solo: Eutrfico: alta fertilidade; Distrfico: baixa fertilidade; lico: alto teor de alumnio trocvel;

    4.5. Separao em sub-grupo de formao

    Indica o comportamento das plantas segundo seus hbitos. a fisionomia estrutural da formao. > Densa copa das rvores se toca; > Aberta copa das rvores no se toca > Mista angiospermas e gimnospermas > Semidecidual menos que 50% das rvores perdem folhas > Decidual mais que 50% das rvores perdem folhas > Florestada presena de microfanerfitos e nanofanerfitos em dossel fechado; > Arborizada apresenta nanofanerfitos em dossel aberto; > Parque - apresenta nanofanerfitos espaados; > Gramneo-lenhosa vegetao campestre podendo ter a presena de nanofanerfitos

    espaados.

    4.6. Separao em formao (propriamente dita)

    Indica a fase ambiental da formao, onde so observados o ambiente e o relevo. > Relao entre a temperatura e a latitude: relao inversa. Ao nvel do mar a

    temperatura varia 2oC a cada 10o de latitude; > Relao entre a temperatura e a altitude: relao inversa. A temperatura varia 1oC a

    cada 100 m de altitude. Frmula de Holdridge (1978): t = 3*latitude (o)*(t-24oC)2/100

    Formao aluvial: no varia topograficamente, ocorre em terraos aluviais dos flvios;

    Quadro 6 - Classificao das formaes (propriamente ditas) de acordo com a latitude e a altitude

    Latitude Formaes Terras Baixas Sub-Montana Montana Altomontana Altitude (m) 4 N 16 S 5 - 100 100 - 600 600 - 2.000 > 2.000 16 S 24 S 5 - 50 50 - 500 500 - 1.500 > 1.500 24 S 32 S 5 - 30 30 - 400 400 - 1.000 > 1.000

  • 11

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    4.7. Separao em sub-formao propriamente dita

    Faz parte da formao, mas diferencia-se por apresentar fcies especficas que alteram a fisionomia da formao.

    Quadro - Principais tipos de formaes e formaes da vegetao brasileira

    Tipo de vegetao Formao Classe Sub-

    Classe Grupo

    Sub- Grupo

    Propriamente dita

    Sub- formao

    Floresta Ombrfila Higrfita

    Distrfico Eutrfico

    Densa Aluvial Terras Baixas Sub-Montana Montana Altomontana

    Dossel Uniforme Dossel Emergente

    Aberta Terras Baixas Sub-Montana Montana

    Com palmeiras Com cip Com bambu Com sororoca

    Mista Aluvial Sub-Montana Montana Altomontana

    Dossel Uniforme Dossel Emergente

    Estacional Higrfita Xerfita

    lico Distrfico

    Semidecidual Aluvial Terras Baixas Sub-Montana Montana

    Dossel Uniforme Dossel Emergente

    Eutrfico Decidual Aluvial Terras Baixas Sub-Montana Montana

    Dossel Uniforme Dossel Emergente

    Campinarana Ombrfila Higrfita lico Distrfico

    Florestada Arborizada Gramneo-lenhosa

    Relevo Tabular Depresso Fechada

    Com Palmeiras Sem Palmeiras

    Savana Estacional Higrfita Xerfita

    lico Distrfico

    Florestada Arborizada Parque Gramneo-lenhosa

    Planaltos Tabulares Plancies Tabulares

    Com Floresta de galeria Sem Floresta de galeria

    Savana Estpica

    Estacional Xerfita Eutrfico Florestada Arborizada Parque Gramneo-lenhosa

    Dep. Interplanltica Depresso Sedimentares Recentes

    Com Floresta de galeria Sem Floresta de galeria

    Estepe Estacional Higrfita Xerfita

    Eutrfico Arborizada Parque Gramneo-Lenhosa

    Planaltos Pediplanos

    Com Floresta de Galeria Sem Floresta de Galeria

  • 12

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    4.8. Sistemas edficos de primeira ocupao - formaes pioneiras

    Vegetao em constante sucesso de terfitos, criptfitos, hemicriptfitos, camfitos e nanofanerfitos, presente em terrenos instveis (dunas, restingas e mangues) e ao redor de depresses aluviais (pntanos e lagoas); Vegetao que nem sempre indica estar no caminho da sucesso para o clmax circundante; > Vegetao de influncia marinha - restingas: Remirea e Saliocornia; > Vegetao de influncia fluviomarinha - manguezal e campos salinos: Rhizophora

    e Avicenia;

    > Vegetao de influncia fluvial - plancies aluviais e reas alagveis (vrzea): Euterpe, Mauritia, Typha, Cuperus, Juncus, Panicum, Paspalum.

    4.9. Sistema de transio - tenso ecolgica

    Comunidades indiferenciadas existentes entre duas regies ecolgicas ou tipos de vegetao, onde as floras se interpenetram, constituindo as transies florsticas (ectonos) ou contatos edficos (mosaico de reas edficas ou encraves). Detectados nas escalas de semi-detalhe e detalhe. Ectonos (mistura florstica entre tipos de vegetao) podem ser imperceptveis em fotointerpretao, como nos contatos entre Floresta Ombrfila/Floresta Estacional ou perceptvel em fotointerpretao, como nos contatos entre Floresta Ombrfila /Savana;

    Encraves (reas disjuntas que se contatam) mosaicos de reas edficas so facilmente delimitados cartograficamente mesmo quando o contato se d entre dois tipos de vegetao com estruturas fisionmicas semelhantes.

    Floresta Ombrfila Densa Savana

    Encraves da S em FOD

    Floresta Ombrfila Densa Floresta Estacional Semidecidual

    Ectono FOD x FESd

  • 13

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    4.10. Sistema dos refgios vegetacionais - relquias

    Vegetaes que diferem florstica e fisionmico e ecolgicamente da regio ecolgica ou tipo de vegetao no qual se insere como nos cumes litlicos das serras e nas reas tufosas;

    4.11. Sistema da vegetao disjunta

    Disjunes so repeties, em menor escala, de um tipo de vegetao prximo, que se insere no contexto da regio ecolgica dominante, tal como os encraves edficos;

    4.12. Sistema da vegetao secundria (Tratos antrpicos)

    reas em que houve interveno humana; Vegetao secundria reflete os parmetros ecolgicos do ambiente; Sucesso natural

    Figura Mapa climtico do Brasil

    Fonte: IBGE

    Savana Floresta Ombrfila Densa

  • 14

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Figura Mapa dos biomas do Brasil

    Fonte: IBGE

    Figura Mapa dos tipos de vegetao do Brasil Fonte: IBGE

  • 15

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    CAPTULO 2: SEMENTES FLORESTAIS 1. INTRODUO Espcies florestais pertencem a dois grandes grupos:

    > Angiospermas: grupo de plantas com flores e sementes protegidas; > Gimnospermas: so plantas vasculares com sementes desprotegidas, inseridas em

    escamas que formam uma estrutura mais ou menos cnica (pinha). Semente

    > Ponto culminante das atividades de uma gerao de plantas e o comeo de uma nova gerao;

    > Planta em miniatura (embrio) com potencial para se tornar uma planta adulta; > Meio de reproduo e disperso das plantas; > Vegetal em estado embrionrio; > o vulo desenvolvido aps a fecundao, contendo o embrio, com suas reservas

    nutritivas, protegido pelo tegumento. rgos reprodutores femininos e masculinos:

    > Na mesma planta: Na mesma flor: Hermafrodita; Na mesma rvore: Monica;

    > Em plantas separadas: Diica;

    Fonte: http://www.herbario.com.br/cie/universi/flor.htm (acesso em 12/11/2007) Figura: Plantas monicas (hermafroditas) e diicas. 1.1. Angiospermas (do grego sementes escondidas)

    Grupo das plantas com flores (Fanergamas) e com sementes (Espermatfitas) protegidas pelo fruto. So o maior e mais moderno grupo de plantas, englobando cerca de 230 mil espcies. Possuem flores completas com clice, corola (conjunto de ptalas), androceu (conjunto de rgos masculinos) e gineceu (rgo reprodutivo feminino) (Figura 1);

  • 16

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Fonte: http://www.herbario.com.br/cie/universi/flor.htm (acesso em 12/11/2007)

    Figura: Esquema de uma flor de angiosperma.

    Gineceu: rgo reprodutor feminino formado basicamente pelo carpelo: > Estigma; > Estilete;

    > Ovrio. Androceu: aparelho reprodutor masculino formado pelos estames: > Antera: onde se encontram os sacos polnicos (onde se encontram os gros de plen); > Filete. Fertilizao > Disperso do plen polinizao chegada do plen ao estigma emisso do tubo

    polnico atravs do estilete diviso da clula reprodutiva masculina em duas (n): Fecundao da oosfera por um dos gametas masculinos Embrio; Fuso nuclear tripla (3n) entre o segundo gameta masculino e os dois ncleos

    polares (tecido de reserva, p.ex. mamona e trigo) Endosperma; > Ocorre em perodo curto; Estrutura da semente > Endosperma ou albume: tecido de reserva que nutri o embrio durante o crescimento;

    Ausente em muitas espcies florestais (leguminosas, eucalipto, louro);

  • 17

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    > Embrio: a planta rudimentar formado por: Dois cotildones ou paracotildones com funo de reserva, produo e absoro

    de alimento para a plntula; Hipoctilo: regio entre os cotildones e a radcula; Radcula: a raiz rudimentar;

    > Tegumento: constitudo pela testa (externo) e tegme (interno) e tem a funo de proteo, reguladora da entrada de gua e gases e de disperso;

    > Perisperma: derivado do ncleo; > Envoltrio da semente ou testa: derivado do tegumento do vulo;

    Fonte: http://www.herbario.com.br/cie/universi/flor.htm (acesso em 12/11/2007)

    Figura: Estrutura de sementes de angiospermas (dicotiledneas). 1.2. Gimnospermas (do grego "gimnos" = "nu" e "spermos" = "semente")

    Plantas vasculares com sementes que no esto fechadas num ovrio como nas angiospermas; as sementes das gimnospermas so desprotegidas, inseridas em escamas que formam uma estrutura mais ou menos cnica (pinha).

    > Principais caractersticas das gimnospermas: So os pinheiros, ciprestes e sequias; Tm raiz, caule, folhas, sementes; No apresentam frutos; Sua estrutura reprodutiva o estrbilo (pinha); Monicas (Pinus sp.); Diicas (Araucaria sp).

  • 18

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Fonte: http://www.educa.aragob.es/cprmonzo/webgeo/finf12.htm (acesso em 12/11/2007).

    Figura: Estrutura de sementes de angiospermas.

    Fertilizao > Processo distinto ao das angiospermas vulo desenvolve diretamente na flor sem a

    proteo do ovrio; > Ocorre em perodo longo;

    Ex.: Pinus > Flores femininas cones ou condios eixo central com escamas tendo dois vulos

    na base antes da fertilizao o cone verde aps fertilizao o cone marrom; vulo: gametfito feminino formado pela nucela que protegida pelo integumento

    apresenta abertura micrpila por onde penetra o gro de plen; preso escama; Oosfera protegida pelos dois arquegnios (saco embrionrio das gimnospermas);

    > Estrbilo flor masculina eixo central com escamas com os sacos polnicos; Plen: apresenta expanses alares que facilitam a disperso pelo vento; formado

    por 4 clulas duas degeneram uma clula reprodutiva e outra vegetativa; Plen disperso pelo vento atinge a parte superior das escamas do cone sugado

    pela micrpila desenvolvimento do tubo polnico penetrao atravs da micrpila diviso da clula reprodutiva (n) fuso com o ncleo reprodutivo da oosfera clula-ovo;

    Estrutura da semente > Tecido de reserva ou endosperma primrio: material de reserva para o

    desenvolvimento do embrio (n); > Embrio:

    Cotildones: nmero varivel de (5 a 10) Hipoctilo: d origem ao caulinculo; Radcula: d origem raiz;

    > Tegumento: funo de proteo, regulador das trocas e gua e gases e de disperso (expanses alares);

    Testa ou episperma (externo); Tegme (interno);

  • 19

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Fonte: http://www.herbario.com.br/cie/universi/flor.htm (acesso em 12/11/2007)

    Figura: Estrutura de sementes de gimnospermas.

    2. MORFOLOGIA DE PLNTULAS

    Importncia: > Verificar o potencial de produzir plantas normais; > Classificao de espcies;

    Definies e conceitos > Plntula normal: sementes que apresentam na emergncia das sementes

    desenvolvimento das estruturas essenciais do embrio; > Plntula anormal: no apresentam capacidade para dar continuidade ao seu

    desenvolvimento, no formando completamente ou de maneira defeituosa as estruturas essenciais do embrio; Tipos de germinao:

    > Epgea: os cotildones e a gema apical so elevados acima do nvel solo; Fanerocotiledonar: os cotildones emergem do tegumento, escapando a testa e

    expandindo-se. So epgeas.

    Fonte: (Smith et al. 2003).

    Figura Germinao epgea.

    > Hipgea: os cotildones esto situados abaixo ou no mesmo nvel do solo; Criptocotiledonar: os cotildones no emergem do tegumento da semente,

    permanescendo dentro da testa at o final do processo. A maioria das higeas criptocotiledonar.

  • 20

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Fonte: (Smith et al. 2003)

    Figura Germinao hipgea.

    > Intermediria ou transitria

    Fonte: (Smith et al. 2003).

    Figura Germinao intermediria.

    Fonte: (Smith et al. 2003). Figura Germinao criptgea.

  • 21

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Estrutura das plntulas > Raiz:

    Formada a partir da radcula (embrio) numa raiz mestra no ramificada ramificao ocorre no final da fase de plntula;

    Tem a funo de fixao, absoro de gua e sais minerais; > Colo:

    Zona que separa a raiz do hipoctilo; > Hipoctilo:

    Parte do eixo da plntula situada acima da raiz primria e abaixo da insero dos cotildones;

    Desenvolvimento acentuado quando em germinao epgea e reduzido em hipgeas;

    > Cotildones: So as primeiras ou cada uma das primeiras folhas encontradas nos embries; Funes: Primeiros rgos fotossintetizadores das plntulas fanerocotiledonares

    paracotildones; Tecido de reserva no embrio permanece durante a germinao em

    criptocotiledonares; Haustoral onde se realiza o transporte de reservas alimentcias da semente para a

    plntula em criptocotiledonares; > Epictilo

    Poro do eixo da plntula entre a unio dos cotildones e a primeira folha o primeiro entren;

    Fanerocotiledonares epgeas pequeno crescimento do epictilo se manifestando na fase de desenvolvimento apical j como caulculo e com as primeiras folhas;

    Criptocotiledonares e hipgeas: grande crescimento junto com o sistema apical com as plmulas ou primeiras folhas;

    > Plmula Folhas compostas ou inteiras desenvolvidas ou fracamente perceptveis

    encontradas entre os cotildones de alguns embries; a gema apical diferenciada em diversos tipos de embrio, acima do n cotiledonar, onde um ou mais entrens e folhas ou escamas podem ser discernidas em estgio primordial;

    > Gema apical ou terminal: Ponto vegetativo responsvel pelo desenvolvimento areo da plntula; Situada entre os cotildones e seus pecolos podendo estar envolvidos por

    catafilos (funo de proteo); 3. FISIOLOGIA E GERMINAO DE SEMENTES

    Germinao de sementes reativao do crescimento ativo do embrio resultando no rompimento do tegumento da semente e emergncia da plntula; Sementes:

    > Germinao aps fertilizao > Dormentes

  • 22

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Maturidade Germinao

    Embebio de gua

    gua absorvida pelas aberturas naturais do tegumento tecidos da semente (difuso) clulas trgidas aumento do volume da semente tegumento torna-se permevel ao O2 e CO2 rompimento do tegumento emergncia

    Ativao de enzimas

    1. Quebra dos tecidos de reserva (p.ex.: amilase; lpase) 2. Colaborao na transferncia dos nutrientes dos tecidos de reserva (cotildones ou endosperma) at os pontos de crescimento; 3. Acelerao de reaes qumicas que usam os produtos da quebra das reservas em novos compostos

    Iniciao do crescimento do embrio

    Sntese de novos compostos aumento do eixo embrionrio (epictilo hipoctilo radcula) diviso celular ou elongao das clulas

    Rompimento do tegumento e emergncia da plntula

    Crescimento do eixo embrionrio emergncia da raiz primria

    Estabelecimento da plntula

    Estgio de transio plntula absorve e produz nutrientes a partir dos tecidos de reserva Absoro de gua e fotossntese plntula estabelecida

    Requerimentos da germinao > Germinao e crescimento da plntula afetada pela:

    Espcie/Cultivar Maturidade da semente Ambiente de crescimento

    > Fatores ambientais gua capacidade de campo

    Temperatura Permeabilidade do tegumento Composio qumica da semente Tamanho da semente

    Temperatura Espcie/variedade Procedncia Tempo de armazenamento

    Mnima Mxima 35 a 40oC tima mxima % de germinao no menor tempo (15o a 30oC) Variaes dirias diurnas e noturnas

    Oxignio Tegumento

  • 23

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Teor de umidade Temperatura Dormncia Concentrao:

    O2 20% - concentraes menores inibem a germinao CO2 0,03% - concentraes maiores inibem a germinao N 80%

    Luz

    Idade da semente Perodo de embebio Perodo de estratificao Temperatura Produtos qumicos Duas classes de sementes:

    - Germinao ativada pela luz (fitocromos) - Indiferentes

    Intensidade varivel entre espcies - Em dia de sol 10.000 velas - Em dia nublado 1.500 velas

    - Maioria das espcies 100 a 200 velas Qualidade

    - Promoo 660 700 nm (670 mx.) vermelho - Inibio < 290 nm, 440 nm (azul) e > 700 nm

    Zona de inibio

    290 Inibio

    440 Inibio

    670 > promoo

    Zona de inibio

    Vio

    leta

    / Az

    ul

    Verd

    e/

    Amare

    lo

    Lara

    nja

    Verm

    elh

    o

    0

    400 500 600 700 10000 nm

    Visvel

    4. VIGOR DE SEMENTES

    Aps colheita sementes submetidas a diferentes circunstncias afetam sobrevivncia Vigor: capacidade de uma semente produzir mudas normais e vigorosas em condies fora do seu timo;

  • 24

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Fatores que afetam: > Gentica > Tamanho

    > Fatores externos Temperatura Teor de umidade Substrato

    > Idade da semente (maturao) > Armazenamento

    > Danos mecnicos > Ataques de insetos e fungos Mtodos de avaliao do vigor > Direto

    Peso de matria seca da plntula Velocidade de emergncia

    > Indireto Teste do tetrazlio (sal) Teste do raio X (Brio) Teste do embrio nu Comprimento da raiz Primeira contagem Velocidade de germinao: CVG = Ai/(Ai*Ti)*100

    Onde: Ai quantidade de sementes germinadas no perodo Ti = tempo de germinao da semente

    Deteriorao da semente Fatores que afetam:

    > Variaes climticas > Inimigos naturais > Beneficiamento

    Tipos de alteraes: > Fisiolgicas - % de germinao, cor, tempo de germinao, < crescimento,

    anormalidades na plntula, etc. > Bioqumicas respirao, atividade enzimtica, reservas, tegumento, etc.

    Seqncia: Degradao de membrana Impedimento da sntese e energia Mudas anormais Taxa de germinao Perda de germinao

  • 25

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Causas: > Ataque de fungos > Reduo do nvel de reserva > Aberraes do cromossoma > Formao e ativao de enzimas hidrolticas > Coagulao de protena no embrio (baixa umidade) > Danos membrana celular

    Dormncia > Sementes em condies normais no germinam dormentes > Adaptao s condies ambientais > Dormncia primria: produto do meio e caracterstica gentica > Dormncia secundria: adquirida por fatores externos p.ex. temperaturas extremas,

    armazenamento inadequado; > Tipos de dormncia

    Devido ao tegumento permeabilidade; impedimento ao crescimento do embrio; Devido a inibidores presentes em diferentes locais das sementes;

    Inibidores: cido abscsico, cumarina, auxinas, etileno, herbicidas Devido ao embrio

    Imaturidade dormncia fisiolgica Formao morfolgica incompleta

    > Quebra de dormncia Tegumentar

    Escarificao gua quente cido sulfrico

    Inibidores Balano promotor/inibidor Aplicao de giberilina Lavagem Temperatura

    Embrionria Tempo para maturao

    5. PRODUO DE SEMENTES Sementes de espcies geneticamente melhoradas + tcnicas silviculturais

    > produtividade Fontes de sementes de espcies florestais geneticamente melhoradas: depende do mtodo de seleo; Decreto 5153 de 23 de julho de 2004 regulamenta a produo de sementes:

  • 26

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    > Categoria Identificada: Sementes e mudas identificadas com o nome da espcie e procedncia das

    sementes. Incluem as sementes coletadas em reas Naturais de Coleta de Sementes ou reas Alteradas de Coleta de Sementes;

    > Categoria Selecionada: Material coletado em reas Naturais de Coleta de Sementes ou reas Alteradas

    de Coleta de Sementes com Matrizes Selecionadas (ACM-MS) a partir de critrios fenotpicos e ecolgicos;

    > Categoria Qualificada: Material coletado de matrizes selecionadas em populaes selecionadas, isoladas

    contra plen externo e manejadas para a produo de sementes. Incluem as sementes produzidas em rea de Produo de Sementes (APS), Pomar Clonal de Sementes (PCS) e Pomar de Sementes por Mudas (de sementes) (PSM). Deve-se informar o critrio de seleo.

    > Categoria Testada: Material coletado de matrizes selecionadas geneticamente, com base em teste de

    prognie em reas isoladas contra plen externo e manejadas para a produo de sementes. A seleo gentica dever ser relacionar com a regio bioclimtica onde a seleo foi realizada (teste para locais especficos).

    Sistema de produo de sementes florestais (Decreto 5153 de 23 de julho de 2004) > rea Natural de Coleta de Sementes (ANCS)

    Coleta de sementes de povoamento nativo (sementes de espcies nativas), com ou sem a necessidade de marcao de registro de matrizes;

    > rea de Coleta de Sementes (ACS) Coleta de sementes de povoamentos com origem/procedncia conhecida, com

    seleo, marcao e registro das rvores-matrizes; Seleo de rvore-matriz: critrios Objetivo: produo de sementes comerciais Vigor:

    Tamanho da copa e da rvore rea foliar Resistncia a agentes biolgicos (pragas, doenas, etc.) e fsicos (vento,

    temperatura e umidade) Posio na floresta: Dominantes/co-dominantes Sanidade Forma Copa bem formada Elevada produo de flores, frutos e sementes.

    > Nmero mnimo de matrizes: manuteno da variabilidade gentica 20 matrizes frutificando na mesma poca Semente colhida de cada matriz misturada em quantidade igual lote de

    semente.

    > rea de Produo de Sementes (APS) Sementes colhidas de rvores selecionadas

  • 27

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Retirada das rvores com fentipos inferiores Intensidade de seleo 1:10 Material superior em curto prazo e baixo custo Para eucalipto: rea mnima de 3 ha 100 a 200 rvores selecionadas/ha; Isolamento da rea distncia > 300 m cruzamentos indesejveis e

    hibridao; > Pomar de Sementes (PS)

    Plantio isolado de rvores ou clones selecionados manejados para a produo de sementes

    Alta intensidade de seleo fenotpica: 1:10.000 Pomar de sementes clonal

    Material originrio de propagao vegetativa de rvores superiores (enxertia); Distncia de isolamento: 200 a 500 m Espaamento: 5 m x 5 m (400 rvores/ha) a 10 m x 10 m (100 rvores/h) Mnimo de 30 clones rvores de mesmo clone distantes 100 a 200 h para selecionar 100 a 200 rvores

    Pomar de sementes por mudas (sementes) Mistura de sementes de rvores selecionadas plantio desbaste Teste de prognie: sementes de rvores selecionadas e mantidas individualizadas plantio teste de prognie seleo das melhores rvores desbaste fentipo inferiores

    > Pomar de Sementes Testado (PST) Sementes de PS com especificao de seleo gentica e registro de matrizes Plantio isolado de rvores ou clones selecionados manejados para a produo de

    sementes

    Fatores que afetam a produo > Danos mecnicos > Clima > Posio da rvore no dossel > Condio nutricional > Idade

    Prticas que auxiliam na produo de sementes > Desbaste > Desrama

    > Adubao > Competio > Irrigao > Anelamento

    > Seccionamento da casca > Poda da raiz > Enxerto

  • 28

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Maturao da semente > Umidade > Tamanho

    > Peso seco

    Colheita Extrao Secagem Armazenamento

    Colheita > Direto na rvore

    Frutos muito pequenos ou muito leves; Frutos deiscentes de sementes pequenas e, ou leves

    > Direto no cho: Frutos grandes e pesados, que caem sem se abrir Sementes grandes facilmente catadas e no so disseminadas pelo vento Cuidados: predao;

    Extrao: retirada da semente do fruto Secagem: Reduo da umidade > Extrao da semente do interior do fruto > Teor de umidade adequado ao acondicionamento > Perodo de secagem depende:

    Espcie Umidade inicial da semente Velocidade da secagem Circulao de ar Temperatura do ar Contedo final de umidade.

    Armazenamento

    > Longevidade das sementes: Microbiticas perodo de vida inferior a 3 anos, incluindo a maioria das

    recalcitrantes; Mesobiticas perodo de vida superior a 3 e at 15 anos no mximo; Macrobiticas mantm a viabilidade por mais de 15 anos

    > Sementes devem ser armazenadas adequadamente reduzir a velocidade de deteriorao

    > Fatores que afetam a longevidade: Qualidade inicial das sementes; Tratamentos fitossanitrios e trmicos aplicados; Tipo de embalagem; Deteriorao do DNA embrionrio As protenas dos ncleos das clulas dos

    embries das sementes se degeneram com o tempo, causando aberraes cromossmicas que impedem a germinao

  • 29

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Umidade < teor de umidade das sementes < atividade fisiolgica < atividade fisiolgica dos agentes deterioradores exceto as recalcitrantes

    Temperatura < temperatura < atividade fisiolgica das sementes e dos agentes deterioradores exceto recalcitrantes

    Quantidade de substncias de reserva da semente < semente e < quantidade de substncias de reserva < perodo de viabilidade

    Teor de leo das sementes > teor de leos < perodo de viabilidade Luminosidade > luminosidade < perodo de viabilidade Tempo de estocagem (processo do envelhecimento) componentes qumicos de

    um ser vivo so instveis > A qualidade da semente no melhorada pelo armazenamento, mas pode ser

    mantida; > Condies fundamentais para o armazenamento de sementes:

    Umidade relativa do ar Temperatura do ambiente de armazenamento. Variam quanto ao tipo de sementes:

    Ortodoxas > Podem ser armazenadas com um baixo teor de umidade ( Mantm sua viabilidade por um maior perodo

    Recalcitrantes

    > No podem ser desidratadas para teor de umidade abaixo de 25% a 50% > Curto perodo de viabilidade > Sementes no sofrem secagem natural na planta me liberadas com elevado teor de

    umidade

    > Teor de umidade crtico reduo da longevidade varia com a espcie de semanas at meses

    > Fatores: Injrias por dessecao Resfriamento Contaminao biolgica Germinao durante o armazenamento.

    > Mtodos de armazenamento devem considerar os fatores limitantes: Evitar a perda de gua Tratamento preventivo contra microorganismos Inibio da germinao durante o armazenamento Propagao logo aps a colheita das sementes

    > Armazenamento seco com baixa temperatura - cmaras frias e desumidificadores adequado para sementes ortodoxas

    Espcies ortodoxas temperadas: 3 a 5 C Espcies ortodoxas tropicais: 10 a 20 C Umidade relativa: 45%

  • 30

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    > Armazenamento mido com baixa temperatura - cmaras frigorficas ou refrigeradores sementes recalcitrantes (Araucaria angustifolia).

    Espcies recalcitrantes temperadas: -3 a 5C Espcies recalcitrantes tropicais: 7 e 17C Umidade relativa: 99 a 99%

    > Armazenamento umidade e temperatura ambientais sementes de tegumento duro (bracatinga, guapuruvu, flamboiant)

    Embalagens adequadas - semipermeveis ou impermeveis Recomendvel para curto perodo de tempo

    > Criopreservao (ou crioarmazenamento) sementes ortodoxas ao longo prazo Conservao de germoplasma Temperaturas extremamente baixas: -80C a -196C - nitrognio lquido Pouca ou nenhuma perda de viabilidade: Pinus, Pseudotsuga menziesii, Thuja

    plicata e Tsuga heterophylla, Aegiphilla lhostzkiana, Albizia lebbek, Anadenanthera macrocarpa, Bauhinia sp., Cassia ferruginea, Chlorisia speciosa, Hymenaea stignocarpa, Mimosa setosa, Platipodium elegans, Qualea parviflora, Roupala montana, Sclerobium aureum, Tabebuia umbellata.

    > Embalagem Armazenamento:

    Aberto sementes que necessitam aerao Fechado sensveis s variaes de umidade

    Permeveis Impermeveis

    6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    SMITH, Michael; WANG, T. Ben S.P.; MSANGA, Heriel P. Chapter 5: Dormancy and Germination. In: Tropical Tree Seed Manual. [s.l]: USDA Forest Services/Reforestation, Nurseries, & Genetics Resources, 2003. Floriano, Eduardo Pagel Germinao e dormncia de sementes florestais, Caderno Didtico n 2, 1 ed./ Eduardo P. Floriano Santa Rosa: ANORGS, 2004. 19 p.b Floriano, Eduardo Pagel Armazenamento de sementes florestais, Caderno Didtico n 1, 1 ed./ Eduardo P. Floriano, Santa Rosa: ANORGS, 2004. 10 p.

  • 31

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    CAPTULO 3: PRODUO DE MUDAS DE ESPCIES FLORESTAIS

    1. INTRODUO Produo de mudas o principal meio de regenerao artificial de espcies florestais

    > Disponibilidade e preo de sementes > Sobrevivncia das plantas > Espaamento

    Qualidade das mudas interfere no sucesso da floresta; Mudas produzidas em viveiros sob condies controladas em cada fase Mudas de boa qualidade > chances de sucesso na regenerao artificial Objetivo: dar noes sobre a produo de mudas de espcies florestais;

    2. SISTEMAS DE PRODUO DE MUDAS FLORESTAIS Tipos de propagao

    > Propagao sexuada sementes A mais usada Requer sementes de espcies melhoradas

    > Propagao assexuada (clonagem) Enraizamento de estacas Cultura de tecido;

    Tipos de mudas > Raiz nua;

    Simples e barato: No tem embalagem e nem substrato Permite a mecanizao de algumas operaes no viveiro Facilidade de transporte Permite a mecanizao do plantio da floresta

    Usado para Pinus, teca (Tectona grandis), freij (Cordia goeldiana), garrote ou tatajuba (Bagassa guianensis) e caixeta ou marup (Simaruba amara);

    > Mudas em torro Sem embalagem

    Torro paulista Torro natural

    > Mudas embaladas Mais caras

    Embalagem Substrato Transporte Infra-estrutura

  • 32

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    3. RECIPIENTES E SUBSTRATO

    Recipiente > Influencia a qualidade da muda > Depende da espcie > Escolha do recipiente:

    Resistncia: Perodo de encanteiramento Armazenamento Manuseio

    Facilidade de manuseio Facilidade do preenchimento com substrato Facilidade de acondicionamento para transporte Facilidade de decomposio no solo Permeabilidade s razes Capacidade de reteno de umidade Permitir o plantio mecanizado Ter custo acessvel

    > Tipos de recipientes: Laminados de madeira

    Taquara Sacola plstica

  • 33

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Baixo custo Indicado para viveiros temporrios

    Bandejas Papel (paper-pot)

    Plsticas

    Isopor

    Tubos plsticos (tubetes) Requer suporte 30 mm x 125 mm 40 mm x 140 mm 62 mm x 190 mm

  • 34

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Substrato: > Sustentar a planta e fornecer nutrientes > Parte slida (mineral e orgnica) + poros (ar + gua) > Caractersticas

    Textura - tamanho das partculas Estrutura modo como as partculas so unidas, arranjadas em poros, em forma

    de agregados Porosidade 40 a 60% do volume Densidade aparente Matria orgnica Compacidade

    > Dever ter: Proporo adequada de gua e ar Boa drenagem Resistncia compactao Baixa adeso s razes Baixa resistncia separao das mudas Uniformidade de composio Boa porosidade

  • 35

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Boa capacidade de campo Frtil Isento de pragas, patgenos e sementes

    > Componentes Vermiculita, composto orgnico, esterco, moinha de carvo, terra de subsolo,

    serragem, bagao de cana, casca de rvores, acculas de pinus; > Exemplos:

    Torro paulista: 40% argila, 40% solo frtil e 20% composto orgnico Sacola plstica: 33% solo arenoso, 33% de solo argiloso e 34% composto

    orgnico Tubos plsticos: 30% vermiculita, 10% terra subsolo e 60% composto orgnico 40% vermiculita, 20% terra subsolo e 40% casca de arroz carbonizada 40% terra de subsolo, 40% areia, 20% esterco

    80% composto e 20% casca de arroz carbonizada

    4. QUALIDADE DE MUDAS FLORESTAIS

    Classificao fisiolgica caractersticas internas; Classificao morfolgica caractersticas externas;

    > Dimetro do colo melhor indicador associado ao desenvolvimento da parte area e da raiz;

    > Altura do colo > Altura da parte area > Relao dimetro do colo/altura da parte area > Relao parte area/subterrnea > Peso de matria seca e verde > Rigidez da haste.

    Parmetros influenciados por: > Tcnicas de manejo > Processo de produo

    Local adequado para o viveiro, tipo e tamanho do recipiente, mtodo e profundidade de semeadura, grau de melhoramento gentico da espcie;

    Substrato Solo ideal:

    Massa mineral 45% Massa orgnica 5% Ar 25% gua 25% > Aerao razes bem desenvolvidas

    pH pH baixo

    Reduz a ao de bactrias e fungos;

  • 36

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Forma nitratos e sulfatos

    Reduz disponibilidade de clcio, magnsio e potssio; Insolubiliza o fsforo, boro, cobre e zinco; Solubiliza o alumnio, ferro e mangans;

    pH alto: Reduz a disponibilidade de fsforo, boro, cobre, zinco, ferro e mangans;

    pH ideal ~ 6,0 Folhosas: 6,0 a 6,5

    Conferas: 4,5 a 5,5 Fertilidade

    16 elementos essenciais ao desenvolvimento das plantas superiores: C, H, O ar e gua N, P, K Ca, Mg solo - macronutrientes S, Fe, Mn, B, Cu, Mo e CI solo - micronutrientes;

    Umidade Faixa ideal: acima do ponto de murchamento (maior crescimento da raiz) at abaixo da capacidade de campo (menor crescimento da raiz); Irrigao intermitente

    Micorriza Pinus associao essencial

    Cobertura do leito de semeadura Manuteno da umidade do substrato Manuteno da profundidade de semeadura Casca de arroz, moinha de carvo, palha, serragem ... Cuidados com a composio qumica da cobertura alelopatia

    Luminosidade Qualidade e intensidade Depende da espcie Germinao e fotossntese Sombreamento: sombrite, palha, ripado, ...

    Densidade de semeadura Quantidade de mudas por rea (No/m2) Competio por luz, gua e nutrientes; Desenvolvimento da raiz inversamente proporcional densidade de semeadura; > densidade favorece a ocorrncia de pragas e doenas;

    Poda das razes e da parte area Poda de raiz

    Estimula a produo de razes laterais Retarda o crescimento da planta;

  • 37

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Depende da espcie, intensidade, freqncia e poca Poda da parte area

    Bifurca a planta; Indicada para mudas de espcies no-madeirveis

    5. VIVEIRO FLORESTAL

    Local onde so concentradas todas as atividades de produo de mudas florestais;

    Aspectos a considerar > Tipos de viveiros:

    Temporrios Curto perodo Instalaes rsticas

    Permanentes Longo perodo Instalaes definitivas

    > Tipos de mudas Raiz nua Em recipientes

    > Facilidade de acesso Acesso fcil de caminhes Estradas transitveis em poca de chuva

    > Distncia ao plantio > Suprimento de gua

    Necessidade de abundncia de gua para irrigao Rios, lagos e subterrnea Isentas de algas e sementes de ervas Baixa concentrao de silte, clcio, sdio e boro

    > rea livre de plantas invasoras Vigilncia e erradicao de plantas invasoras

    > Facilidade de obteno da mo de obra > Declividade da rea

    Declividade < 2% - risco de eroso Canteiros em nvel

    > Extenso da rea Quantidade de mudas a produzir Mtodo de produo (tipo de mudas e tecnologia) Espcie e rotao Dimenses do canteiro Dimenses dos caminhos (circulao e estradas)

  • 38

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Dimenses das instalaes > Iluminao

    Exposio Sombreamento

    > Uso anterior Plantas invasoras, pragas e patgenos

    > Condies ambientais Clima

    Temperatura Precipitao Geadas Vento Nevoeiros

    Topografia Altitude

    Espcie/procedncia Etapas da produo de mudas

    Semeadura Seleo Raleio/Repicagem Seleo Adaptao Seleo Crescimento Seleo Rustificao Seleo Expedio

    Infra-estrutura > Semeadura - canteiro

    Suspensos/solo Sombreado/Pleno sol Textura leve Profundidade dimetro da semente Cobertura do canteiro

    Areia, palha de arroz, etc. Dimensionamento

    Mudas de razes nuas Quantidade de sementes por canteiro: K = D*A/[G*N*P*(1-f)] onde: K - quantidade de sementes em kg por canteiro.

  • 39

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    D - densidade de mudas por m2. A - rea do canteiro em m2. G - % de germinao em decimais. N - nmero de sementes por kg. P - % de pureza em decimais. f - fator de segurana (em geral: 0,10)

    Clculo da quantidade total de sementes:

    K = n/[G*N*P*(1-f)] Onde: K - quantidade total em kg de sementes. n - nmero de mudas a serem produzidas. N - nmero de sementes por kg. G - % de germinao em decimais. P - % de pureza em decimais. f - fator de segurana.

    Considerar as perdas: Germinao e na repicagem - at 25% Seleo da repicagem - at 10% Campo - at 20%

    > rea de raleio/repicagem Sombreada Mesas

    > rea de adaptao - canteiro Sombreado Suspenso/solo

    > rea de crescimento - canteiros Sombreada pleno sol

    > rea de rustificao - canteiro Pleno sol

    Semeadura Raleio/Repicagem Adaptao Crescimento Rustificao

    Manejo > Irrigao > Podas de raiz e parte area > Raleio

    Retirada do excesso de sementes germinadas por embalagem

  • 40

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    > Monda Retirada de invasoras

    > Dana Movimentao das mudas embaladas para evitar fixao das razes extravasadas

    6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    Simes, J. W. Problemtica de produo de mudas em essncias florestais. Piracicaba/SP: ESALQ/USP/DCF, v. 4, n.13, p.1-29, dez. 1987 (Srie Tcnica). Sturion, J.A.; Antunes, J.B.M. Produo de mudas de espcies florestais. In: Reflorestamento de propriedades rurais para fins produtivos e ambientais. Org. Antonio Paulo Mendes Galvo. Braslia: Embrapa, p. 125-150, 2000. Paiva, H.N. de; Gomes, J.M. Viveiros florestais. Viosa: UFV, 1993. Carneiro, J.G de A. Produo e controle de qualidade de mudas florestais. Curitiba/PR: UFPR/FUPEF; Campos/RJ: UENF, 1995.

  • 41

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    CAPTULO 4: PLANEJAMENTO DE PLANTIOS FLORESTAIS

    1. INTRODUO Espao e tempo na empresa florestal

    > Empreendimentos florestais Grandes reas Longo prazo

    No planejamento do plantio definem-se: > Objetivos da floresta > rea plantada

    Total Anual

    > Dimensionamento dos talhes > Rotao florestal > Espcie > Espaamento > Mtodo silvicultural > Vias de acesso e aceiro > Mercado e comercializao

    2. OBJETIVOS DA FLORESTA

    Produo: > Produtos madeireiros

    Fibras (papel e celulose) Carvo vegetal Energia (lenha, lcool) Madeira para serraria Lminas (compensados e painis) Painis reconstitudos (aglomerados, chapas de fibras e MDF); Postes e estacas Mltiplos produtos;

    > Produtos no madeireiros Frutos Folhas Ltex, goma e resina;

    Adequao de condutas: > Recomposio de ARL, APP; > Recuperao de reas degradadas.

  • 42

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Tabela Quantidade de rvores (nmero por hectare) em povoamentos nativos de Mimosa scabrella Bentham em com seus respectivos sortimentos (m3.ha-1) para idades agrupadas.

    Idade (ano) Qtde. (n. rv/h) Estoque (m3/ha) Total (m3/ha) Serraria Escora Lenha 6 a 7 2.388 10,17 106,73 47,95 164,85 8 a 9 1.706 24,09 69,22 30,69 123,99 10 a 11 1.114 60,27 78,31 22,24 160,82 13 a 14 497 74,74 23,14 15,46 113,33 Fonte: QUEIROZ, D Avaliao de funes de afilamento e sortimentos para Mimosa scabrella Bentham em povoamentos nativos da regio metropolitana de Curitiba/PR Curitiba/PR: UFPR (Dissertao em Cincias Florestais), 2006.

    Exemplo: Veracel

    3. INFORMAES NECESSRIAS Com base nas informaes solicitadas para o licenciamento pela FEEMA/RJ (http://www.feema.rj.gov.br): > rea de at 10 hectares:

    Delimitao do permetro da propriedade (croqui). Uso do solo na rea da propriedade

    reas de cultivo reas inaproveitadas reas de reserva legal rea de preservao permanente

    Recursos hdricos (nascentes, cursos dgua, brejos). Indicaes da localizao de acesso propriedade. Indicao das espcies a serem plantadas.

    > rea entre 10 e 50 hectares Delimitao do permetro da propriedade (croqui). Uso do solo na rea da propriedade

    reas de cultivo reas inaproveitadas reas de reserva legal rea de preservao permanente Recursos hdricos (nascentes, cursos dgua, brejos).

    Indicaes da localizao de acesso propriedade. Indicao das espcies a serem plantadas. Fotografias da rea de implantao do projeto. Projeto de Implantao de Povoamentos Florestais, informando:

    rea total do projeto de implantao. Relao das espcies e espaamento a serem utilizados. Cronograma das operaes de implantao:

  • 43

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Construo e/ou conservao dos acessos a rea; Preparo do terreno; Plantio;

    Replantio; Tratos culturais.

    Colheita. > rea entre 50 e 200 hectares

    Caracterizao do meio: Meio fsico: clima, solos, hidrografia, topografia; Meio biolgico: flora e fauna; Meio socioeconmico.

    Descrio das reas da propriedade: Planta georreferenciada da propriedade com o uso atual do solo, em relao a microbacia ou sub-bacia; Planta do projeto;

    rea total da propriedade (hectare); rea de reserva legal (hectare); rea de preservao permanente (hectare), identificando as faixas

    marginais de proteo e tero superior dos morros e montanhas; rea total do projeto (hectare); rea j utilizada (hectare); rea remanescente (hectare); Infraestrutura; Previso de corte (colheita); Hidrografia; Rede viria; Fotografias da rea de implantao do projeto.

    Projeto de Implantao de Povoamentos Florestais: Relao das espcies e do espaamento a serem utilizados; Cronograma das operaes de implantao; Cronograma das operaes de implantao:

    a) Construo e/ou conservao dos acessos rea; b) Preparo do terreno; c) Plantio; d) Replantio; e) Tratos culturais.

    Impactos ambientais significativos detectados no empreendimento e medidas mitigadoras desses impactos.

    Para projetos com rea superior a 200 hectares exigido EIA/RIMA, com base em Instruo Tcnica especfica. Legislao de Referncia

  • 44

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    > Deliberao CECA/CN N 4.543, que dispe sobre o licenciamento de projetos de silvicultura.

    4. ESCOLHA DA REA

    Localizao > Replantar Diagnstico ambiental

    Vegetao: original e atual > Clima > Solo > Topografia Mercado Infraestrutura

    5. ESCOLHA DE ESPCIE

    Fundamental para o sucesso da floresta Deve atender s seguintes condies: > Adequao s condies ecolgicas da rea: solo, clima, altitude, etc. > Fcil adaptao; > Ser rstica; > Vigorosa; > Pouco exigente quanto nutrio mineral; Destinao da matria prima Grau de domesticao da espcie > Espcies de eucalipto indicadas em funo do uso:

    Celulose: E. alba, E. dunnii, E. globulus, E. grandis, E. saligna, E. urophylla e E. grandis x E. urophylla (hbrido).

    Lenha e carvo: E. brassiana, E. camaldulensis, E. citriodora, E. cloeziana, E. crebra, E. deglupta, E. exserta, E. globulus, E. grandis, E. maculata, E. paniculata, E. pellita, E. pilularis, E. saligna, E. tereticornis, E. tesselaris e E. urophylla.

    Serraria: E. camaldulensis, E. citriodora, E. cloeziana, E. dunnii, E. globulus, E. grandis, E. maculata, E. maidenii, E. microcorys, E. paniculata, E. pilularis, E. propinqua, E. punctata, E. resinifera, E. robusta, E. saligna, E. tereticornis e E. urophylla. Mveis: E. camaldulensis, E. citriodora, E. deglupta, E. dunnii, E. exserta, E. grandis, E. maculata, E. microcorys, E. paniculata, E. pilularis, E. resinifera, E. saligna e E. tereticornis.

    Laminao: E. botryoides, E. dunnii, E. grandis, E. maculata, E. microcorys, E. pilularis, E. robusta, E. saligna e E. tereticornis.

    Caixotaria: E. dunnii, E. grandis, E. pilularis e E. resinifera. Construes: E. alba, E. botryoides, E. camaldulensis, E. citriodora, E. cloeziana,

    E. deglupta, E. maculata, E. microcorys, E. paniculata, E. pilularis, E. resinifera, E. robusta, E. tereticornis e E. tesselaris.

  • 45

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Dormentes: E. botryoides, E. camaldulensis, E. citriodora, E. cloeziana, E. crebra, E. deglupta, E. exserta, E. maculata, E. maidenii, E. microcorys, E. paniculata, E. pilularis, E. propinqua, E. punctata, E. robusta e E. tereticornis.

    Postes: E. camaldulensis, E. citriodora, E. cloeziana, E. maculata, E. maidenii, E. microcorys, E. paniculata, E. pilularis, E. punctata, E. propinqua, E. tereticornis e E. resinifera.

    Estacas e moires: E. citriodora, E. maculata e E. paniculata. leos essenciais: E. camaldulensis, E. citriodora, E. exserta, E. globulus, E.

    Smithii e E. tereticornis. Taninos: E. camaldulensis, E. citriodora, E. maculata, E. paniculata e E. smithii.

    Espcies de eucalipto indicadas em funo do clima: > mido e quente: E. camaldulensis, E. deglupta, E. robusta, E. tereticornis e E.

    urophylla. > mido e frio: E. botryoides, E. deanei, E. dunnii, E. globulus, E. grandis, E. maidenii, E.

    paniculata, E. pilularis, E. propinqua, E. resinifera, E. robusta, E. saligna e E. viminalis. > Submido mido: E. citriodora, E. grandis, E. saligna, E. tereticornis e E. urophylla. > Submido seco: E. camaldulensis, E. citriodora, E. cloeziana, E. maculata, E. pellita, E.

    pilularis, E. pyrocarpa, E. tereticornis e E. urophylla. > Semirido: E. brassiana, E. camaldulensis, E. crebra, E. exserta, E. tereticornis e E.

    tessalaris. Espcies de eucalipto indicadas em funo do solo:

    > Argilosos: E. citriodora, E. cloeziana, E. dunnii, E. grandis, E. maculata, E. paniculata E. pellita, E. pilularis, E. pyrocarpa, E. saligna, e E. urophylla.

    > Textura mdia: E. citriodora, E. cloeziana, E. crebra, E. exserta, E. grandis, E. maculata, E. paniculata, E. pellita, E. pilularis, E. pyrocarpa, E. saligna, E. tereticornis e E. urophylla.

    > Arenosos: E. brassiana, E. camaldulensis, E. deanei, E. dunnii, E. grandis, E. robusta E. saligna, E. tereticornis e E. urophylla.

    > Hidromrficos: E. robusta. > Distrficos: E. alba, E. camaldulensis, E. grandis, E. maculata, E. paniculata,

    E.pyrocarpa e E. Propinqua

    6. DEFINIO DO TIPO DE PLANTIO Quanto composio

    > Puro

    > Misto Quanto cobertura

    > Pleno sol

    > Sob cobertura Quanto ao preparo do solo

    > Preparo de terreno convencional > Cultivo mnimo

  • 46

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    7. DEFINIO DO ESPAAMENTO rea vital de cada rvore Espaamento: > Densidade > Arranjo espacial Espaamento influencia: > Taxas de crescimento > Qualidade da madeira > Idade de corte > Tecnologia adotada > Consrcios > Praticas de manejo

    Desbaste Poda

    > Custos de produo > Exemplo Definido em funo dos objetivos do plantio Espaamentos: > Simples

    Retangular (3mx2m, 4m x 2m) Quadrado (2m x 2m, 3m x 3m)

    > Mltiplos Fileiras duplas: 2x(3m x 1,5m) x 10m; (3m x 1,5m) x 20 m Fileiras triplas: 3x(3m x 1,5m) x 10m; 3x(3m x 1,5m) x 20m

    Tabela - rea vital por rvore e densidade de rvores em funo do espaamento em fileiras simples e mltiplas

    Fileiras Simples Fileiras Mltiplas

    Linha Entre linhas rea Densidade Linha

    Entre linhas

    Entre fileiras rea Densidade

    (m) (m) (m2) (N.rv.ha-1) (m) (m) (m) (m2)

    (N.rv.ha-1)

    2,00 3,00 6,00 1666,67 2,00 3,00 5,00 8,00 1250,00 3,00 3,00 9,00 1111,11 2,00 3,00 10,00 13,00 769,23 4,00 3,00 12,00 833,33 2,00 3,00 15,00 18,00 555,56 5,00 3,00 15,00 666,67 2,00 3,00 20,00 23,00 434,78 6,00 3,00 18,00 555,56 2,00 3,00 25,00 28,00 357,14 1,50 4,00 6,00 1666,67 2,00 4,00 5,00 9,00 1111,11 2,00 4,00 8,00 1250,00 2,00 4,00 10,00 14,00 714,29 2,50 4,00 10,00 1000,00 2,00 4,00 15,00 19,00 526,32 3,00 4,00 12,00 833,33 2,00 4,00 20,00 24,00 416,67 3,50 4,00 14,00 714,29 2,00 4,00 25,00 29,00 344,83 4,00 4,00 16,00 625,00 2,00 4,00 30,00 34,00 294,12 4,50 4,00 18,00 555,56 2,00 4,00 35,00 39,00 256,41

  • 47

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    8. TALHES, ACEIROS E DA REDE VIRIA.

    Aceiros

    > Estruturas que retardam o avano do fogo > Construdos na poca de formao da floresta > Mantido livre de material combustvel > Aceiros externos (6m a 12m) mais largos que os internos (3m a 6m).

  • 48

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    CAPTULO 5: IMPLANTAO E CONDUO DE FLORESTAS

    1. INTRODUO A funo das florestas produz madeira, outros produtos e benefcios; A renda que as florestas podem dar o principal incentivo para a formao de florestas; As florestas geram empregos tanto na produo de matria-prima quanto na sua transformao; O produtor rural espera que sua floresta, natural ou plantada, fornea renda capaz de suprir suas necessidades e melhore ou mantenha uma boa qualidade de vida. As florestas sofrem influncia de fatores dos ambientes: fsico, tais como, temperatura, precipitao, umidade relativa do ar, tipo de solo; biolgico, como outras plantas, inclusive rvores, animais e outros organismos; e do homem, como o mercado, economia, cultura, educao, tecnologia, entre outros. As rvores podem ter diferentes respostas ao nmero de rvores por rea, ao arranjo que estas podero ter e a seqncia de plantio: > Produtividade e qualidade do produto > Funo esperada na paisagem. Os tratamentos aplicados nas rvores como a poda e o desbaste, podem alterar essas respostas no sentido de alcanar os objetivos esperados pelo produtor.

    2. MTODOS PARA FORMAR FLORESTA

    As florestas podem ser formadas por diferentes mtodos Mtodos influenciados por: > Exigncias da(s) espcie(s);

    Luz Intolerantes sombra (Helifilas) Tolerantes sombra (Umbrfilas)

    > Caractersticas do local Clima Solo Histrico da rea

    > Caractersticas socioeconmicas e culturais do produtor > Disponibilidade de mo-de-obra As florestas so formadas por: > Regenerao natural sem interferncia direta humana > Regenerao artificial com interferncia direta humana As florestas so formadas sob diferentes coberturas: > Ambientes abertos - pastagens ou reas de culturas agrcolas anuais > Ambientes protegidos por uma cobertura vegetal - florestas naturais ou plantadas,

    capoeiras e culturas agrcolas semi-perenes e perenes.

  • 49

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Regenerao

    Regenerao natural > Produo, disseminao, germinao de sementes, desenvolvimento e o

    estabelecimento das mudas > Indicada quando:

    Fonte de sementes ou cepas e razes das espcies de interesse na rea ou nas proximidades

    As espcies apresentam produo, propagao e germinao regular das sementes;

    > Florestas produtivas formadas por meio de operaes ou tratamentos silviculturais: Derrubada de semeadura que consiste em aberturas no dossel da floresta

    primitiva ou explorada e cortes no sub-bosque, com objetivo de aumentar o espao disponvel para as rvores produtoras de sementes, a fim de aumentar a produo de sementes, facilitar a disseminao e germinao de sementes e favorecer endurecimento de mudas. Deve-se considerar a produo de sementes das espcies de interesse, a distribuio das rvores matrizes, e o peso e a forma da semente;

    Abertura de copagem que consiste no corte de ervas, trepadeiras e pequenas rvores, no incio da estao chuvosa, e no anelamento e envenenamento de rvores sem valor comercial; no incio da estao seca, com objetivo de distribuir a luminosidade por toda a rea;

    Anelamento - inciso na casca em torno do fuste feita com faco, machadinha ou machado, que atinge interrompe o fluxo do floema. Tem como pontos positivos o baixo custo e a no contaminao do ambiente e como pontos negativos o favorecimento da queda de galhos e a rebrota em espcies resistentes ao anelamento.

    Tipos de incises:

    3030

    entalhe anelamento

    Envenenamento - aplicao de arboricidas em incises, folha, casca e razes de rvores resistentes ao anelamento, aplicados com injetor, pulverizador ou pincel. Os arboricidas so produtos qumicos usados para eliminar rvores cuja eficincia depende da espcie florestal e da forma de aplicao (pincelamento da casca, anelamento e pincelamento e injeo no sistema vascular da planta). Tem como ponto positivo a reduo da queda de galhos e como pontos negativos a toxidade, no atingir todas as espcies, a contaminao do ambiente e a necessidade de cuidados na armazenagem, no manuseio e na sua aplicao.

    Tratamento de solo que consiste na conservao ou melhoria das condies do solo por meio de gradagem, arao, subsolagem, correo do pH e fertilizao, fogo ou pela cobertura vegetal, micorrizas, minhocas, organismos decompositores, etc., com objetivo de melhorar as condies para o estabelecimento da regenerao. aplicado de acordo com as caractersticas do solo, clima, declividade e histria de uso do solo.

    Refinamento consiste na remoo de parasitas, ervas, trepadeiras, arbustos e rvores sem valor comercial e aquelas comerciais defeituosas ou caducas, que estejam ou no interferindo negativamente nas espcies desejveis.

  • 50

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Derrubada de melhoramento consiste em corte feitos na floresta para a retirada de indivduos de espcies sem interesse econmico atual e aqueles indesejveis quanto forma, sanidade ou crescimento com objetivo de agregar o crescimento num menor nmero de indivduos com melhores caractersticas. Esta operao pode causar danos regenerao natural e de custo elevado, portanto, deve ser feita somente para elevar o crescimento pela reduo da competio e quando existe a possibilidade da utilizao do material a ser retirado. Pode ser feita pela derrubada das rvores ou pelo anelamento e, ou, envenenamento das rvores inferiores;

    Derrubada comercial consiste na derrubada de rvores de valor para atender s necessidades do mercado e do empreendimento. O planejamento da derrubada comercial deve estar condicionado ao mtodo de formao de florestas. A derrubada um dos tratamentos silviculturais que mais causa danos floresta, portanto, requer cuidado especial. Os danos esto relacionados direo de queda das rvores, intensidade de colheita e densidade do povoamento. O direcionamento da queda das rvores de modo a reduzir danos s rvores j estabelecidas e regenerao natural.

    Extrao consiste nas operaes de classificao e arraste das rvores do povoamento florestal. Deve ser planejada de acordo com o mtodo de formao de florestas, com as caractersticas do produto a ser extrado, da vegetao, do clima, da topografia, do solo e dos recursos disponveis.

    Regenerao artificial > Estabelecimento de povoamentos florestais por meio do plantio direto de sementes, de

    galhos razes, ou por meio de mudas, com interferncia humana. > Semeadura direta ou plantio direto

    - Reduz os custos - Requer plantio adensado e posterior raleio das plantas - Requer abundncia de sementes ou de material de propagao vegetativa - Indicada para espcies com facilidade de germinao da semente ou

    enraizamento de estacas ou com problemas no estabelecimento do sistema radicular

    > Plantio de mudas -Indicado quando existe carncia de sementes ou material vegetativo ou a

    dificuldade de germinao ou de enraizamento de estacas. -Indicada para: - Espcies com produo de sementes irregular - Espcies com produo de sementes regular, mas a regenerao natural tem -

    dificuldade de adaptao e estabelecimento - Espcies com sementes que perdem a vitalidade em curto prazo - Espcies com ocorrncia de pragas ou doenas - Substituir povoamentos com baixo valor econmico - Estabelecer espcies exticas - Enriquecer ou adensar um povoamento florestal - Estabelecer povoamentos com espaamentos das rvores definidos.

    > Pontos positivos: Flexibilidade na escolha do local, da composio, da densidade, do arranjo

    espacial e da seqncia de plantio;

  • 51

    Silvicultura Bsica: notas de aula. Prof. Carlos Alberto Moraes Passos

    Maior controle do local; Uso da mecanizao; Reduo do tempo de estabelecimento de florestas; Estabelecimento de espcies de outras regies.

    > Pontos negativos: Elevado custo; Possibilidade de introduo de espcies sem adaptao ou de difcil controle; Possibilidade de introduzir doenas ou pragas na rea de plantio.

    > As florestas produtivas podem ser formadas com as seguintes operaes silviculturais: Colheita ou aquisio de sementes ou estacas que consiste na escolha de

    rvores vigorosas para a colheita de sementes. Deve ser feito um acompanhamento peridico para se determinar poca mais provvel para a colheita da semente.

    Produo de mudas em viveiros consiste em produzir muda das espcies de interesse para serem plantadas no incio do perodo chuvoso. Poder ser feita por diferentes mtodos.

    Preparo do solo consiste nas operaes de melhoria das condies para o estabelecimento das mudas a serem plantadas. Pode envolver a retirada total da vegetao e de seus resduos da rea e a correo do pH e da fertilidade, ou apenas no cultivo mnimo do solo.

    Plantio das mudas ou sementes consiste em plantar as mudas das rvores em espaamentos estabelecidos, em covas ou sulcos, preferencialmente adubados.

    Limpeza do terreno consiste no controle da competio entre as espcies invasoras e as rvores de interesse.

    Desrama ou poda consiste no corte dos ramos e galhos das rvores a fim de dar forma s rvores e reduzir defeitos na madeira.

    Desbaste consiste na derrubada de rvores com o objetivo de reduzir a competio entre as rvores desejveis e aumentar o volume de madeira por rvore.

    Colheita e extrao consistem na colheita e na extrao do produto florestal. Regenerao mista:

    > Associao das regeneraes natural e artificial > Indicada para florestas com falhas e para enriquecimento ou adensamento > Empregados os tratamentos para as regeneraes natural e artificial.

    Cobertura da floresta

    Ambientes abertos > Condio mais