MINHA SÉRIE... O bunker que dominou toda a primeira temporada agora rara- mente aparece. Pouco também se fala sobre o culto esquisito li- derado por Richard Wayne Ga- ry Wayne (Jon Hamm). Os duvi- dosos passados negros dos per- sonagens são importantes para acontecimentos atuais, mas as apresentações e explicações desses tempos difíceis igual- mente estão em segundo pla- no. Os fãs de Unbreakable Kimmy Schmidt já se apaixona- ram pela série e por aqueles que fizeram a primeira tempo- rada ser a melhor comédia de 2015. Então estamos nos novos tempos dessa comédia ora ne- gra, ora escrachada, ora huma- na, sempre excelente. Os fãs sabem o que Kimmy (Ellie Kemper), Titus (Tituss Burgess), Jacqueline (Jane Krakowski) e Lillian (Carol Ka- ne) enfrentaram na vida e por- que eles são como são. Mais do que isso, como foram parar jun- tos, mesmo todos sendo tão di- ferentes uns dos outros. Essa deliciosa descoberta (que se tor- nou um dos maiores hits do hu- mor no ano passado) já se foi. Agora, o momento é de saber como eles vão lidar com a vida a partir daqui e achar uma no- va identidade, afinal tudo mu- dou, para todos, justamente porque eles se conheceram. Ou seja, o fato de Kimmy ter ficado 15 anos presa em um bunker — enredo que domi- nou os primeiros 13 episódios da sitcom — mal existe na espe- rada segunda temporada, dis- ponibilizada pela Netflix na sex- ta-feira. O que dá mais espaço para ela ser ela mesma, e isso significa desdenhar a privilegia- da vida da ex-patroa (e ainda amiga) Jacqueline (que, coita- da, se divorciou e levou apenas US$ 12 milhões do marido), ar- rumar um novo emprego (em uma loja de Natal que funcio- na o ano inteiro) e esquecer o ex-namorado Dong (Ki Hong Lee), que preferiu se casar com uma velha para ter um green card e não ser deportado. E se o primeiro encontro en- tre Unbreakable Kimmy Schmi- dt e público foi bom, o segun- do é ainda melhor. O ritmo é o mesmo: “se piscar perdeu a pia- da”. O texto continua ácido, in- teligente e debochado, caracte- rística de Tina Fey e Robert Car- lock (criadores da série). Mas ele chega aqui a um nível “sem censura” difícil de ver, diferen- te daquele normalmente esta- belecido pelos canais america- nos de televisão (motivo pelo qual a série foi rejeitada pela TV aberta e foi parar justamen- te na Netflix). Tudo feito por um elenco que consegue nave- gar por mares cômicos, nonsen- se e humanos, muito huma- nos. Não há medo em satirizar outras séries, personalidades (as Kardashians que o digam), filmes e padrões norte-america- nos, principalmente novaior- quinos. As referências são inú- meras, mas nunca são explica- das. Portanto, pegue o que con- seguir. Indiferente do placar marcado, o riso alto é garanti- do e muito apreciado. ● Marília Mendes, 27 anos, jornalista “Eu adoro séries, mas Game of Thrones é minha predileta, por sua fotografia, história e emoção. Uma série que te prende do começo ao fim, que te faz querer saber o que virá, com um enredo que passa longe da monotonia. Quem procura algo surpreendente, que te faça perder fôlego, essa é a série certa. Os personagens são um show à parte, todos muito bem trançados e interligados. E o legal é que você pode se apaixonar por um dos personagens instantaneamente, mas não se iluda, será que ele estará no próximo episódio? A nova temporada vem aí com a expectativa de mais emoções e surpresas, eu não vou perder e, se fosse você, não perderia também.” Demasiadamente HUMANA FIQUE SABENDO Novidade na Netflix, a segunda temporada da série UNBREAKABLE KIMMY SCHMIDT chega a superar o primeiro ano da produção e mostra uma AUDÁCIA muito rara na TV norte-americana; o texto continua ácido e inteligente, e o elenco, encabeçado por Ellie Kemper, navega com DESENVOLTURA pela comédia ...que o esperado crossover de Flash e Supergirl acontece nesta quarta-feira, às 22h30, na Warner. Os velozes super-heróis precisarão unir forças com a chegada de dois perigosos inimigos em National City, no episódio chamado World’s Finest. Barry Allen (Grant Gustin) viaja para outra dimensão para se encontrar com Kara Danvers (Melissa Benoist), e os dois enfrentarão a dupla de inimigos formada por Curto-Circuito (Brit Morgan, de True Blood), a vilã que manipula eletricidade, e Banshee Prateada, nova identidade do mal de Siobhan Smythe (Italia Ricci, de Chasing Life), ex-assistente de Cat Grant (Calista Flockhart) que descobre seus poderes de força, velocidade e resistência sobre-humanas. Ou seja, ela quer se vingar da antiga chefe. Ellie Kemper como a personagem-título de Unbreakable Kimmy Schmidt: humor negro e escrachado Divulgação Campinas DOMINGO 17 / 04 / 2016 CORREIO POPULAR