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Sérgio Buarque de Holanda Daniel Oliveira Filipe Pontóglio Nathalia Diniz
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Sérgio Buarque de Holanda Daniel Oliveira Filipe Pontóglio Nathalia Diniz.

Apr 07, 2016

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Page 1: Sérgio Buarque de Holanda Daniel Oliveira Filipe Pontóglio Nathalia Diniz.

Sérgio Buarque de Holanda

Daniel OliveiraFilipe Pontóglio

Nathalia Diniz

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Cap. 1 – Fronteiras da Europa

“ Toda cultura só absorve (...) os traços de outras culturas quando estes encontram uma possibilidade de ajuste aos seus quadros de vida”

Tentativa de implantação da cultura EuropéiaFato dominante nas origens da sociedade

BrasileiraBrasil - Influência principal: Península Ibérica

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Cap. 1 – Fronteiras da Europa

Península Ibérica, Rússia, Balcãs Territórios-ponte pelos quais a Europa se

comunica com o mundoZona de transição

Menos carregadas da cultura Europeia

Portugal e EspanhaAté os grandes descobrimentos – Sociedade à

margem das congêneres europeias

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Cap. 1 – Fronteiras da Europa

Características da cultura Ibérica:Personalismo

Importa mais os feitos de um homem do que sua origem

Reduzida capacidade de organização social

Elementos aristocráticos ainda presentes Feudalismo menos forte do que no restante da Europa Burguesia não precisou adotar novas escalas de valores

ou outros modos de agir para ascender socialmente

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Cap. 1 – Fronteiras da Europa

Características da cultura Ibérica:Aversão a teorias negadoras do livre-arbítrio

Princípio unificador – Governo Organização política mantida por uma força exterior Em alguns casos a obediência cega era considerada

grande virtude Absolutismo, ditaduras militares

Repulsa a moral focada no culto ao trabalho “Ociosidade sempre pareceu mais excelente, e até

mais nobilitante (...)”

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Cap. 2 – Trabalho & Aventura

Formas de vida coletiva

Aventureiro

Trabalhador

Ambas participam de combinações múltiplas nos indivíduos

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Cap. 2 – Trabalho & Aventura

AventureiroObjeto Final mais importante“Colher o fruto sem plantar a árvore”Ignora fronteirasAmbiçãoObstáculo – Trampolim“Espaços ilimitados, projetos vastos, horizontes

distantes”Valor a esforços que se dirigem a uma recompensaRepulsa a estabilidade, paz, segurança pessoal

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Cap. 2 – Trabalho & Aventura

Trabalhador“Enxerga primeiro a dificuldade a vencer, não o

triunfo a alcançar”Esforço lento e persistenteMede desperdíciosProveito máximo do insignificanteParte maior que o todo “Valor às ações que sente ânimo de praticar”Repulsa as características do aventureiro: audácia,

imprevisibilidade irresponsabilidade, vagabundagem

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Cap. 2 – Trabalho & Aventura

Povos Ibéricos – “Espírito Aventureiro”

“Aptidão para a caça de bens materiais em outros continentes”

Colonização não foi metódica e racionalDesleixo e certo abandono

Papel do “trabalhador” - restrito

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Cap. 2 – Trabalho & Aventura

Influências na vida nacionalPortugueses aprenderam a dormir em redes“Onde lhes faltasse pão e trigo, aprendiam a

comer o da terra” Plantações de cana – replicação de técnicas já

utilizadas Negros escravos+ técnicas de produção em escala

Métodos de agricultura rudimentares Agricultura não era a principal atividade econômica

de Portugal Características naturais do Brasil

Benefícios sem sacrifícios

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Cap. 2 – Trabalho & Aventura

Influências na vida nacionalMistura racial – já presente na metrópoleRelações dos negros com os donos: de

dependentes à protegidosÊnfase nos latifúndios – desatenção com outras

atividades produtoras Grêmios de oficiais mecânicos - Lima

Dificuldades na organização dos ofícios Trabalho escravo Industria caseira Preconceitos com ofícios de baixa reputação social

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Cap. 3 – Herança Rural A ABOLIÇÃO: MARCO DIVISÓRIO ENTRE DUAS ÉPOCAS.

INCOMPATIBILIDADE DO TRABALHO ESCRAVO COM A CIVILIZAÇÃO BURGUESA E O CAPITALISMO MODERNO.

DA LEI EUSÉBIO À CRISE DE 64. O CASO DE MAUÁ.

PATRIARCALISMO E ESPÍRITO DE FACÇÃO.

CAUSAS DA POSIÇÃO SUPREMA CONFERIDA ÀS VIRTUDES DA IMAGINAÇÃO E DA INTELIGÊNCIA.

CAIRU E SUAS IDEIAS.

DECORO ARISTOCRÁTICO.

DITADURA DOS DOMÍNIOS AGRÁRIOS.

CONTRASTE ENTRE A PUJANÇA DAS TERRAS DE LAVOURA E A MESQUINHEZ DAS CIDADES NA ERA COLONIAL.

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Cap. 3 – Herança Rural Sociedade colonial estruturada em meios rurais.

Civilização Agrícola vs. Civilização de Raízes Rurais.

A abolição representa o marco divisório para a evolução nacional.

Fazendeiros escravocratas dominavam o cenário econômico, político e social

Alguns movimentos liberais surgiam da classe dos senhores, e minavam o próprio sistema.

De 1851 a 1855: intenso período de reformas• 1851: Banco do Brasil• 1852: 1a linha telegráfica no RJ• 1853: Banco Rural e Hipotecário• 1854: 1a linha de estradas de ferro do país (Porto de Mauá – Estação Fragoso)• 1855: 2a linha de estradas de ferro do país (Corte – Província de SP)

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Cap. 3 – Herança Rural

Banco Rural e Hipotecário de MG

Banco do Brasil

Estrada de ferro: Mauá

Estrada de ferro: Mauá

Rua do Ouvidor

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Cap. 3 – Herança Rural Organização e expansão do crédito:

• Estímulo à iniciativa privada.

Maior rapidez na circulação das notícias:• Abreviação e incremento dos negócios.

Estabelecimento de meios de transporte modernos.

Ampliação da riqueza por meio de novos tipos de especulação estimuladas pelo surgimento desses novos meios.

Período de desenvolvimento dos especuladores sem raízes rurais (burguesia).

Supressão do tráfico negreiro: primeiro passo dado para a abolição da escravidão• Interesses mercantis poderosos• Paixões nacionais• Prejuízos arraigados

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Cap. 3 – Herança Rural

Supressão do tráfico negreiro:• Repressão dos ingleses

• Preocupação com carência de mão de obra por parte dos partidários eternos do status quo da época

• Riqueza portuguesa vs. Nativismo lusófobo

1850: Lei Eusébio de Queirós• Queda súbita da importação de negros

• Além da lei, ocorre também a intensificação da repressão por parte dos ingleses.

1851: Criação do Banco do Brasil• Aproveitamento dos recursos que eram oriundos do extinto tráfico negreiro

• Facilidade de crédito estimulou o desenvolvimento

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Cap. 3 – Herança Rural Fundamentos tradicionais:

• Fazendeiros escravocratas• Tráfico de escravos• Raízes rurais• Riqueza = posse de terras• Tradicional; Corpóreo / Sensível; Regional / Paroquial

Pós-Supressão do tráfico:• Classe de especuladores financeiros (burguesia)• Desenvolvimento do crédito• Início da vida urbana• Riqueza = ganho de capitais• Racional; Abstrato; Citadino / Cosmopolita

Mudanças nas ocupações existentes:• Senhorios rurais Atividade política, a burocracia, as profissões liberais

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Cap. 3 – Herança Rural

Concepção de filiação:• Indivíduo assume compromissos que não pode romper sem felonia

• Isso são princípios e ideias que a burguesia urbana tenderia a depreciar cada vez mais

Constituição das facções: Semelhança das famílias de estilo patriarcal onde os indivíduos se acham associados

por sentimentos e deveres e nunca por interesses ou ideias.

“Enquanto perdurassem os padrões econômicos e sociais herdados da era colonial e expressos principalmente na grande lavoura servida pelo braço escravo, as transformações mais ousadas teriam de ser superficiais e artificiosas.”

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Cap. 3 – Herança Rural

Confronto entre trabalho manual e espiritual:• Visconde de Cairu: confusamente questiona se para a riqueza e prosperidade das nações o que

contribui mais, a quantidade de trabalho ou a quantidade de inteligência?

As cidades surgem com elementos estreitamente vinculados ao velho sistema senhorial e com baixa representatividade comparado aos centros de produção agrícola.

Os senhores de terras estavam fortemente presentes nos meios urbanos. A mentalidade de “casa-grande” estava presente nas cidades, conquistando todas as profissões.

“O predomínio do ruralismo foi antes um fenômeno típico do esforço dos nossos colonizadores do que uma imposição do meio.”

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Cap. 4 – O Semeador e o Ladrilhador

A FUNDAÇÃO DE CIDADES COMO INSTRUMENTO DE DOMINAÇÃO.

ZELO URBANÍSTICO DOS CASTELHANOS: O TRIUNFO COMPLETO DA LINHA RETA.

MARINHA E INTERIOR.

A ROTINA CONTRA A RAZÃO ABSTRATA. O ESPÍRITO DA EXPANSÃO PORTUGUESA. A NOBREZA NOVA DO QUINHENTOS.

O REALISMO LUSITANO.

PAPEL DA IGREJA.

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Cap. 4 – O Semeador e o Ladrilhador

O espírito da dominação portuguesa está associado com a forma de vida rural, que se desenvolveu no país.

Cuidaram menos em construir, planejar ou plantar alicerces, do que feitorizar uma riqueza fácil e quase ao alcance da mão.

Comparado ao dos castelhanos, o esforço dos portugueses distingue-se principalmente pela predominância de seu caráter de exploração comercial.

O trabalho realizado pelos portugueses no Brasil teve um caráter mais acentuado de feitorização do que de colonização.

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Cap. 4 – O Semeador e o Ladrilhador Colonização portuguesa: litorânea e tropical. Criavam dificuldades às entradas terra a

dentro, receosos de que com isso se despovoasse a marinha.

Colonização espanhola: permite aos europeus desfrutar um clima semelhante ao que lhes é habitual em seu país.

Princípio norteador dos portugueses: rotina e não a razão para a atividade colonizadora.

Cidade criada sem nenhum rigor, nenhum método, nenhuma previdência, significativo abandono, desleixo.

Visão espanhola: “As ruas não se deixam modelar pela sinuosidade e pelas asperezas do solo; impõem-lhes antes o acento voluntário da linha reta.”

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Cap. 4 – O Semeador e o Ladrilhador

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Cap. 5 – O Homem Cordial

Família X EstadoPertencem a ordens diferentes em essênciaTransgressão da ordem doméstica e familiar –

Estado

Estado – Noção Abstrata e impessoal X

Família - Tangível

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Cap. 5 – O Homem Cordial

“Em todas as culturas o processo pelo qual a lei geral suplanta a lei particular faz se acompanhar de crises (...) que podem afetar profundamente a estrutura da sociedade”

Separação e libertação da comunidade doméstica para adaptação à“vida prática”

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Cap. 5 – O Homem CordialArtesanato X Sistema Industrial

Artesanato – Familiar Proximidade entre os membros Relações diretas Hierarquia Natural Membros partilham das mesmas privações e confortos

Sistema Industrial Distância entre o proprietário e o trabalhador Ausência de relação humana Sentimento de irresponsabilidade, dos que dirigem, pela

vida dos dirigidos Antagonismos de classe

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Cap. 5 – O Homem Cordial

EducaçãoObediência cega X Adoção de valores e regras

Educação para o Estado “Adoção a opiniões e valores que a criança

reconheça como formulados por adultos e tenha experiência nos terrenos em que ela ingressa”

Desobediência nos pontos em que os pais falham

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Cap. 5 – O Homem Cordial

EducaçãoEstudante universitário“Arrancados de seus meios provinciais”Aprender a “viver por si”

Personalidade particularista x Novas relações sociaisRevisão de valores, atitudes e crenças

Em nossa política e em nossa sociedade, são os órfãos, os abandonados que triunfam

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Cap. 5 – O Homem CordialBrasil – Família Patriarcal

Urbanização e desenvolvimento dos meios de comunicaçãoDesequilíbrio social

Gestão PúblicaConfusão entre o público e o privadoContratação de funcionários por confiança, não por

capacidadesSistema administrativo norteado e fundado por

interesses objetivos - Exceção

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Cap. 5 – O Homem Cordial

Brasileiro – Homem Cordial“Expressões de um fundo emotivo

extremamente rico”

Máscara : “Libertação do pavor em viver consigo mesmo” “Expansão para com os outros reduz o indivíduo”

Aversão a ritualismos

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Cap. 5 – O Homem Cordial

Dificuldade de reverência prolongada diante de um superiorDesejo de adquirir intimidade

Emprego de diminutivosFamiliarizar-se mais

Omissão do nome de família“Abolir psicologicamente as barreiras

determinadas pelo fato de existirem famílias diferentes e independentes

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Cap. 5 – O Homem Cordial

Convívio ditado por fundo emotivoPara conquistar um freguês é necessário fazer

um amigo

Sentimento religioso mais humano e singeloCulto amável e fraternoOposição ao Deus “palaciano”Aversão ao ritualismoReligiosidade de superfície

Horror as distâncias

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Cap. 5 – O Homem Cordial

Reação natural ao meio não é uma reação de defesa

Vida íntima nem muito coesa nem muito disciplinada

Liberdade para abandonar e assimilar idéias, gestos e formas

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Cap. 6 – Novos TemposBrasileiros possuem apego ao recinto doméstico e são

avessos à superindividualidade e às atividades morosas e monótonas.

Buscam a própria satisfação no trabalho. Não se limitam a serem homens de sua profissão e estão sempre almejando cargos mais altos e rendosos.

Bacharelado era muito almejado por representar prestígio na sociedade colonial urbana, possuindo forte inclinação pelas profissões liberais.

Ansiedade pelos meios de vida definitivos, que dão segurança, estabilidade, exigem um mínimo esforço pessoal, como sucede a alguns empregos públicos.

Amor pelas formas fixas e pelas leis genéricas. Dispensa qualquer trabalho mental aturado e fatigante.

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Cap. 6 – Novos TemposPositivismo: sucesso no Brasil, Chile e México.

Ideias racionais e difíceis de serem postas em dúvida.Prosperaram no Brasil devido à crença no poder das ideias

em um período difícil da adolescência política e social do país.Liberalismo democrático: nunca se adaptou ao Brasil

Horror do brasileiro às hierarquias.Tratamento familiar aos governantes.“A democracia no Brasil foi sempre um lamentável mal-

entendido.” Foi importada e adaptada de acordo com os privilégios para a aristocracia semifeudal. Apenas uma fachada.

As reformas partiram quase sempre de cima para baixo, com inspiração intelectual, como nossa independência, as conquistas liberais, a proclamação da república. O povo recebeu as reformas com hostilidade, surpreso e sem conhecer o que significava.

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Cap. 7 – Nossa RevoluçãoAbolição: marca o fim do predomínio agrário e a nova

composição social do país.Início de uma lenta revolução verdadeira revolução.Centros urbanos: início de um novo sistema2 movimentos simultâneos e convergentes:

tendência a aumentar a ação das comunidades urbanas restrição à influência dos centros rurais, transformados em

apenas fontes abastecedoras, em colônias das cidades.Outras revoluções foram apenas agitações do período

republicano que desviaram a trajetória da vida política legal do Estado.

Revolução deve ser boa, honesta e plácida, trazendo a tona elementos mais vigorosos e destruindo para sempre os velhos e incapazes.

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Cap. 7 – Nossa RevoluçãoDiminuição da importância da lavoura do açúcar

e sua substituição pelo café.Oeste da província de São Paulo: cafezais

adquiriram seu caráter próprio e a terra de lavoura se tornou fonte de renda e riqueza ao senhor de engenho, deixando de ser um local para a economia de subsistência.

Desenvolvimento das linhas férreas: zonas produtoras de café.

Abolição da escravidão: catástrofe agrária na plantação de cana e queda dos preços do açúcar no mercado mundial.

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Cap. 7 – Nossa Revolução“Nada há mais parecido com um saquarema do que

um luzia no poder” (Holanda Cavalcânti).Reflete a semelhança dos partidos, em que quase

nada os distinguia, exceto os rótulos.Ausência de verdadeiros partidos: sintoma da

inadaptação do país ao regime legitimamente democrático.

Brasil: país pacífico e brando.Bons regulamentos refletem uma apurada educação

política, alfabetização e aquisição de hábitos civilizados.

Perfeição dos povos e governos dependem da sabedoria e da coerência das leis.

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OBRIGADO!