Seminário sobre Gestão e Política de Energia Lisboa, 22 de Março de 2002 Vasco Coucello - EDP Energia
Seminário sobre Gestão e Política de Energia
Lisboa, 22 de Março de 2002
Vasco Coucello - EDP Energia
Serviço Público e Liberalização
Áreas de competição
Competição entre centrais produtoras
Trading
Comercialização
Mercado Ibérico
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A não liberalização tradicional é resultado de uma opção política (segurança de abastecimento, função estratégica das utilidades...)
A liberalização nestes sectores não se impõe por si própria o sector das utilidades é capital intensivo, é muito dependente de economias de escala, tem importantes barreiras à entrada…
A liberalização exigia um importante impulso dos Estados Este impulso teve origens diversas nuns casos, a genuína crença de que mercado é melhor que monopólio, de que privado é melhor que público noutros, procuraram-se outras finalidades políticas: construção do mercado interno, limitação de défices públicos, necessidade de financiamento externo
Mas o que é motor de tudo isto é a perspectiva de baixar preços: só assim a liberalização pode fazer sentido para os Governos
Infraestruturas de Serviço Público – decisão de liberalizar
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Nos regimes de monopólio, as infraestruturas de serviço público eram frequentemente exploradas por empresas
verticalmente integradas
Infraestruturas de Serviço Público – cadeia de valor tradicional
TRANSFORMAÇÃOGRANDE
TRANSPORTEDISTRIBUIÇÃO
Os monopóplios tradicionais são integrados
Recebe energia potencial edisponibiliza energia útil
• refinarias• centrais eléctricas• terminais de GNL• sistemas de recepção de LNG
Interliga centros de produção
Nas energias de rede, inclui o sistema global de controlo dos fluxos energéticos
Sistema arterial que“leva“ a energia à casadas pessoas
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Infraestruturas de Serviço PúblicoA cadeia de valor pós-liberalização
Com a liberalização, a cadeia de valor desintegra-se e nascem novas funcionalidades
PRODUÇÃO
GRANDE TRANSPORTE
DISTRIBUIÇÃOFÍSICA
TRADING COMERCIALIZAÇÃO
As infraestruturas físicas são monopólios naturais
A competição concentra-se em três áreas : produção, trading e comercialização
A gestão dos activos é estática
A gestão dos fluxos é dinâmica
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Competição na Produção – A questão é o preço
Alta Tensão
Média Tensão
Baixa Tensão
85 % 1%
70 % 28 % 2 %
40 % 57 %
3 %
14 %
Estruturas de custo em função do nível de tensão
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Competição na produção – emergência de custos “ociosos”
Ao colocar em competição, por um lado, centrais antigas com custos mais elevados e, por outro, tecnologias mais recentes e eficientes, as centrais antigas podem não recuperar os custos de produção
Pior ainda quando os custos das centrais antigas já foram incorridos (hidroeléctricas e centrais a carvão com custos fixos elevados) e não estão amortizadas
Ocorrem riscos de enorme desequilíbrio económico
Duas soluções mais conhecidas a privatização de produção em Inglaterra, por 30% do valor contabilístico dos activos privatizados (o Estado a pagar, ele próprio, os custos”ociosos”) a consagração de CTC’s (Custos de Transição para a Concorrência) pagos por todos como forma de recompensar os detentores de activos com custos “ociosos”
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O Trading sob duas perspectivasa) Os mercados grossistas
Para alargar âmbito da concorrência é preciso que os agentes que não possuem meios de produção, lhe tenham acesso fácil
Nascem assim os mercados grossistas os vendedores representam os detentores de meios de produção
os compradores não são os utilizadores finais de energia, compram-na por grosso para a revenderem nos mercados de retalho
O que permite a correcção de posição de empresas integradas
E, sobretudo, permite a operação quotidiana do sector eléctrico, fazendo o encontro entre a oferta e a procura e ajustando, no curtíssimo prazo, as posições dos agentes
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CompradorComprador
CompradorCompradorVendedorVendedor
VendedorVendedor
CompradorComprador
CompradorCompradorVendedorVendedor
VendedorVendedor
VendedorVendedor
VendedorVendedor
CompradorComprador
VendedorVendedor
VendedorVendedor
VendedorVendedor CompradorComprador
CompradorComprador
Exchange Multilateralou Bolsa Independente(muitos com muitos)
Trader(um com muitos)
Consolidador(leilão)
Exchange bilateral(com ou sem broker)
Trader
Consolidador
broker
broker
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Mercados Grossistas – Diferentes formas
PLX
LPX, EEX. EPX
Nord Pool
Pool RTE
APX
OMEL
UKPX
GOPool
Italiana
Swiss PX
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Mercados Grossistas - Proliferação de Mercados Locais...
Centro-Sul
Sudoeste
Nórdico
Ilhas Britânicas
Centro
Mercados grossistas – Emergência de Mercados Regionais
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O Trading sob duas perspectivas b) Os mercados não físicos
As diferentes formas de mercados grossistas fazem pressupor a emergência de mercados não físicos (financeiros)
Os mercados grossistas proporcionam um preço de referência e um histórico
A mercadoria transaccionada nos mercados grossistas é uma commodity
A flutuação de preços nos mercados grossistas é muito grande (maior no petróleo e no gás), logo a questão do risco é elemento essencial de competitividade
Os utilizadores finais são compradores “on-going” do produto
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A comercialização – Três dimensões do mercado de retalho
Uma empresa que compete no mercado retalhista de electricidade tem que, no mínimo, ser capaz de gerir três variáveis
Preço - que é determinante para alguns segmentos- é elemento em que o risco deve ser do fornecedor- é fundamental ajustar diagramas de aprovisionamento e de - e ser capaz de gerir diferentes maturidades
Canais - desde os canais “ one- to- one” - até canais indirectos como o call center ou a internet
SVAs - tentar vender “ services beyond the meter”13
A comercialização – O papel dos SVAs e da multiutility
A electricidade é um “produto” indiferenciado
A primeira diferenciação possível está ao nível do serviço comercial Contudo, a replicação da política de serviço é muito simples
Torna-se necessário aprofundar os elementos de diferenciação, procurando tornar a electricidade palpável: os Serviços de Valor Acrescentado ou o “bundling” de serviços têm essa função
E podem tornar-se uma das áreas mais palpáveis em que a liberalização cria realmente valor para os clientes
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Mercado Ibérico – Organizações de partida
SENVSENV SEPSEP
Distribuição Comercial Distribuição
ClientesTarifa
POOL REN
MercadoLiberalizado
ClientesTarifa
MercadoLiberalizado
ProdutoresProdutoresVinculados
ProdutoresNão Vinculados
POOL
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Mercado Ibérico – O que está feito e o há que fazer
Do lado do mercado de retalho, pouco há a fazer: os agentes de um lado já podem actuar no outro e vice-versa A questão é, sobretudo, a da criação do mercado grossista
Embora seja difícil a criação de um único mercado grossista unindo dois países de dimensão tão diferente
O que é complicado por três níveis de questões
A discussão sobre pool versus contratos bilaterais
A preparação para o aprofundamento da liberalização Clientes profissionais em baixa tensão? Clientes residenciais?
E, sobretudo, pela discussão dos “custos ociosos” Em Espanha, não recuperação dos CTCs Em Portugal, necessidade de reconhecê-los, calculá-los e processá-los
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