SALVADOR, SÁBADO, 18 DE MAIO DE 2013 4e5 Sem quebrar o PORQUINHO Gastar para se divertir está fora de moda. Saiba que economizar pode ser uma brincadeira bacana Mila Cordeiro/ Ag. A TARDE Alice Sá, 8, gosta de trocar seus livros e brinquedos e detesta desperdício PAULA MORAIS Contando o troco Renato Felipe Mascarenhas, 11, adora tecnologia. O iPhone é o aparelho preferido. As músicas são baixadas de graça por um aplicativo e o crédito de R$ 30 por mês é controlado por ele. Mas Renato confessou que uma vez faltou dinheiro, porque passou do limite. “Tive que pedir emprestado”. Ele ganha R$ 70 de mesada, que divide para o lanche da escola, jogos e roupas. A mãe, Janaína Mascarenhas, explicou que cada dia do mês vale R$ 2,30. O total dá R$ 69, e o R$ 1 é o bônus. “Ele faz as próprias contas e as próprias economias”. Renato disse que não olha apenas o preço quando vai comprar. Mas também pensa por que precisa ter o produto. “Um livro de R$ 50 não é caro, porque pode me ajudar na escola. Mas posso sentir falta dos R$ 10 que gastei em um carrinho sem necessidade”. Brincando de inventar brinquedos Tesoura, cola, jornal e tinta. Foram os materiais que Maria Fernanda Luckesi, 7, usou para fazer um capacete espacial. Ela também já fez bonecas de pano, boliche de latinhas e fone de papel. Os materiais são recicláveis. Dinheiro não dá em árvore Seria muito fácil se dinheiro desse em árvore. Era só subir no caule e puxar uma nota. Mas onde nasceriam os frutos? Teve gente que não pensou nisso e foi plantar moedas. Assim que nascessem as notas, poderiam comprar muitas coisas: talvez o mundo. A árvore cresceu depois de muitos cuidados. Mas, em vez de notas e moedas, ela deu flores, frutos e sombra. É, tem coisas que o dinheiro não compra. [ vá lá ] [ leia ] Eduardo Martins / Ag. A TARDE Felipe, 11, adora tecnologia e ainda está aprendendo a lidar com as contas No próximo sábado, dia 25, vai acontecer uma feira. Mas não daquelas que vendem legumes, frutas e verduras. Na verdade, nada é vendido lá. É trocado. Para participar da Segunda Feira de Troca de Brinquedos e Livros, que acontecerá a partir das 14h no Palacete das Artes, basta juntar tudo na sacola e descobrir a melhor maneira de convencer o colega. Alice Machado, 8, já separou tudo que deseja trocar. Ela prefere as trocas porque não é sempre que seus pais podem dar algo novo. Certa vez, quis uma boneca que custava R$ 300. Mas desistiu. Viu que o dinheiro dava para comprar 25 da coleção em miniatura. A mãe dela, Mariana Sá, é organizadora da feira. Para ela, é uma nova forma de ter brinquedos. “Comprar é legal. Mas dá para conseguir as coisas sem gastar”, ensina. Maria fez o primeiro brinquedo aos 4 anos. Foi um peão construído com tampa de perfume e bolinha de desodorante. “Dá para brincar sem gastar nada”. O brinquedo não precisa ser da loja para ser divertido. Maria fez o elefante de pelúcia, Dumbo, com a ajuda da mãe. O Dumbo da loja era mais de R$ 100. Já o elefante de Maria custou apenas R$ 10, de pano, tesoura e linha. “Quando compro um brinquedo não tenho a mesma diversão de construir um”. A árvore de dinheiro Autor: Sonia Junqueira Ilustração: Mariângela Haddad Editora Autêntica 32 páginas Preço: R$ 29 O segredo Comprar é normal. O importante é saber como se pode e deve gastar. O psicólogo Rodrigo Nejm contou que três perguntas devem ser feitas antes da compra: por que preciso? Qual a utilidade para mim? Eu posso ter? Ele falou que o importante é conversar com os pais. “Não é porque você tem dinheiro que pode comprar tudo o que quer” Fernando Vivas / Ag. A TARDE Fernanda, 7, cria brinquedos com a ajuda da mãe, que é artesã Elefante Dumbo feito por Maria Fernanda Segunda Feira de Brinquedos e Livros Sábado, 25, às 14h Palacete das Artes Rodin Bahia – Teatro e Cultura, Rua da Graça, 284, Graça Mais informações: Mariana Sá – 8109-7163