Studying the Value of Library and Information Services. Part I. Establishing a Theoretical Framework SARACEVIC, T. KANTOR, P. B. Studying the value of library and information services: establishing a theoretical framework. Parte I. Journal of the American Society for Information Science. 48(6):527–542, 1997. Estudando o valor da Biblioteca e Serviços de Informação. Parte 1. Estabelecendo um Quadro Teórico Tefko Saracevic e Paul. B. Kantor Escola de Estudos de Comunicação, Informação e Livraria, Rutgers University, 4 Huntington St., New Brunswick, NJ 08903. E-mail: [email protected] and [email protected]De tudo que possuímos existem dois valores. Ambos pertencem à coisa tanto quanto, mas não da mesma maneira ... Por exemplo, um sapato é usado para vestir e é usado para troca. Ambos são usos do sapato. A palavra VALOR tem dois diferentes significados: algumas vezes expressa a utilidade de algum objeto particular e algumas vezes expressa o poder de compra que a posse do objeto transmite. Um pode ser chamado de “valor em uso” e o outro de “valor de troca”. Adam Smith. “ Uma investigação da natureza e das causas da riqueza nas nações”. Este relatório é derivado de um extenso estudo patrocinado pelo Conselho de Recursos Bibliotecários. Os dois dos objetivos do estudo foram: desenvolvimento da taxonomia do valor de uso da biblioteca e serviços de informação baseados nos acessos dos usuários e a proposição de métodos e instrumentos para estudos similares de biblioteca e serviços de informação em geral. Os resultados correspondentes são relatados em duas partes. Nesta primeira parte nós discutimos conceitos subjacentes relacionados ao valor que precisam ser clareados a fim de desenvolver qualquer estudo de valor e nós estabelecemos uma teoria do valor de uso da informação e de serviços de informação. Nós examinamos a noção do valor na filosofia e economia em relação aos serviços de informação e às bibliotecas, assim como a relação entre valor e relevância. Nós desenvolvemos dois modelos: um
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SARACEVIC Part I Establishing a Theoretical Framework
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Studying the Value of Library and Information Services.
Part I. Establishing a Theoretical Framework
SARACEVIC, T. KANTOR, P. B. Studying the value of library and information
services: establishing a theoretical framework. Parte I. Journal of the American
Society for Information Science. 48(6):527–542, 1997.
Estudando o valor da Biblioteca e Serviços de Informação.
Parte 1. Estabelecendo um Quadro Teórico
Tefko Saracevic e Paul. B. Kantor
Escola de Estudos de Comunicação, Informação e Livraria, Rutgers
University, 4 Huntington St., New Brunswick, NJ 08903. E-mail:
A dificuldade de tratar com valor de biblioteca e serviços de informação pode ser
comparada aos problemas e às ambiguidades no tratamento de valor aos outros
campos e em situações pragmáticas. Valor tem muitas dimensões, atributos ou
predicados. Lidar com valor é um desafio em qualquer campo. Ainda, em qualquer
consideração ou modelo de comportamento individual, organizacional, ou social
baseado na intencionalidade humana, valor é um conceito intermediador
indispensável para estabelecer e guiar ações, relações, prioridades e mudanças. Nós
nos reportamos à filosofia e economia para clarear o significado de valor. Nós
sintetizamos algumas das maiores visões desses dois campos que parecem mais
relevantes e úteis para estabelecer um arcabouço teórico para o estudo de valor nas
bibliotecas e serviços de informação.
2.1 Visões da filosofia
Como uma noção fundamental humana, o conceito de valor tem desafiado filósofos da
antiguidade até hoje. Filósofos consideram valor como mérito de algo e o processo de
avaliação como uma estimativa, apreciação ou medida de seu mérito. Nos seus
trabalhos, mérito parece ser um termo primitivo indefinido. Eles consideram que valor
está relacionado a, mas não é sinônimo de “bom”, “desejável” ou “que vale a pena” e
que pode ser positivo ou negativo. A teoria de valor, ou axiologia, é uma ramo da
filosofia que lida com a natureza e avaliação de valor.
Uma preocupação persistente tem sido distinguir vários tipos de dimensões de valor,
como exemplificado pelas aspas nesta parte por Aristóteles e Adam Smith. A
classificação deles, distinguindo entre valor de uso e valor de troca, é ainda válida.
Porém, classificações mais elaboradas têm emergido, as quais incluem investigação de
predicados de diferentes tipos de valor( Attfield, 1987;Perry, 1954). Na filosofia, é
comum a distinção entre:
Valor intrínseco, ser bom ou digno dele mesmo. É básico para todas as outras.
Experiências boas ou saudáveis podem ser consideradas como valores
intrínsecos.
Valor extrínseco ou instrumental, o qual é um meio/recurso para, ou contribui
para algo que é intrinsicamente valoroso. Frequentemente relacionado a uma
atividade. Um exemplo poder ser um exercício que contribui com uma boa
saúde.
Valor inerente, alguma coisa cuja experiência, contemplação ou entendimento
contribuem para valor intrínseco. Frequentemente relaciona-se com uma
entidade. Um exemplo pode ser um valor estético de um trabalho de arte que
contribui para boas experiências.
Valor contributivo, alguma coisa que contribui para o valor total no qual é uma
parte e no qual pode ser um contingente na existência de outras partes ou
atividades. Frequentemente relaciona-se a um constituinte/elemento.
Vantagem ou utilidade de um produto usado para um dado propósito pode ser
um exemplo.
Vamos agora estender esses conceitos para informação ou serviços de informação:
Se “ser informado” tem valor intrínseco, similar a experiências saudáveis e
boas, então nós podemos considerar que informação pode ter valor extrínseco
ou instrumental porque pode contribuir para ou avançar um estado de uma
pessoa de “ser informada” (ou melhor informada).
Um serviço de informação tem um valor contributivo se ele fornece tal
informação. Em particular, ele pode ter valor contributivo de valor se a
informação fornecida serve para alguma aplicação ou decisão por uma pessoa
informada.
Finalmente, alguma coisa que pode “conter” informação, tal qual um objeto de
informação (ex. um objeto com potencial de conter informação) um artigo bem
escrito ou um livro bem desenhado podem ter valor inerente/próprio.
Em outras palavras, o valor de ser informado é intrínseco. O valor da informação é
extrínseco ou instrumental. O valor de um serviço de informação é contributivo. O
valor de um objeto de informação pode ser inerente/próprio dele mesmo. Enquanto
essas não são as mesmas, elas são aproximadamente relacionadas. As sutis diferenças
e relações são uma fonte de dificuldades sem fim/intermináveis, até mesmo confusas.
Nós, além disso, discutimos sobre o valor da informação na Seção 3 e sobre valor dos
serviços de informação na Seção 6.
É difícil mostrar o valor intrínseco de ser informado ou o valor inerente de um objeto
de informação. É um tanto mais fácil observar o valor extrínseco ou instrumental da
informação e o valor contributivo de um serviço de informação quando ele fornece
informação ao usuário que torna-se melhor informado. É um tanto mais fácil observar
o valor contributivo de um serviço de informação quando a informação fornecida serve
para um dado fim, e está sendo relatada para um fim - tal como informação de
utilidade na tomada de decisão. Esse último aspecto de valor contributivo é o mais
importante conceito quando estuda-se o valor da biblioteca e serviços de informação.
A importância de estabelecer o contexto de valor e o estudo de valor envolvendo
pessoas tem também sido considerada na teoria social por Nobel Laureate, Gunnar
Myrdal:
Uma premissa de valor não deveria ser dada arbitrariamente: ela
precisa ser relevante e significativa em relação à sociedade na
qual nós vivemos. Pode, por isso, apenas ser apurada por um
exame do que as pessoas efetivamente desejam.
Essas considerações contribuem para nosso quadro, como elaborado abaixo. Nós
fazemos distinções entre valor de informação e valor de serviços de informação, e com
base nisso nós estabelecemos modelos de uso de informação e uso de serviço de
informação. Nós consideramos valor em relação ao contexto. Nós estudamos o que os
usuários tinham para dizer sobre valor e nós construímos um modelo facetado no qual
a estrutura da taxonomia é baseada.
2.2 VISÕES DA ECONOMIA
Os economistas consideram valor como mérito/merecimento de algo que contribui
para a riqueza. É um conceito base dos economistas. A classificação de Adam Smith de
valor de troca e valor de uso permanece válida com, é claro, alguma elaboração
moderna do tema. Lidando com medida de valor de troca em economia é
consideravelmente mais fácil do que em outros campos porque (como explicado pelo
Nobel laureado Coase em uma conversa em 1975 visando atingir os bibliotecários).
A grande vantagem que a economia possui é que os economistas podem usar a
“medição pelo viés do dinheiro”.
Infelizmente, se considerar valor de informação e serviços de informação esse viés de
medição não pode ser facilmente aplicado. Para a maioria das bibliotecas e dos
serviços de informação, não há mercado no sentido econômico onde dinheiro é
trocado diretamente e por isso não podemos usar a medição pelo viés do dinheiro.
Outras formas de medidas são necessárias. Na maior parte, ao invés, nós precisamos
lidar com o valor de uso.
VALOR DE TROCA. Dois conjuntos distintos das teorias econômicas que estão em
utilização relacionados ao valor têm emergido seguindo a classificação do valor de
troca e do valor de uso. No primeiro conjunto, existem um número de elaborações,
alguns com considerável sofisticação resultando de uma interação de uma economia
de mercado. Em um tratamento formal clássico o Nobel laureado G. Debreu (1950,
p.1) chama isso de “teoria de valor”, enquanto lidando com:
...sistema de preço ou função de valor definida no espaço da
mercadoria:
(1) explicação dos preços das mercadorias resultando da interação de
agentes econômicos de uma propriedade privada através de mercados
(2) e a explicação do papel dos preços de um estado ideal de economia.
Heilbroner (1988) comentou que tais teorias de valor orientadas ao preço são de fato
teorias de preço. A força delas está na concentração na troca em termos de preços, e
tal qual, essas teorias foram com sucesso aplicadas em relação a numerosas
mercadorias e análise de mercado. Relacionada a essas teorias está frequentemente
aplicada a técnica de análise custo benefício, “a qual é essencialmente aplicada a
teoria de preço, tendo como seu objetivo o valor monetário que é ganho e que é
perdido seguindo um curso particular de ação” (Coase, 1994, p.40). Pragmaticamente,
em um sentido mais restrito, porém muito importante sentido de despesas ou de
investimentos, o valor de troca é medido em termos de retorno de investimentos,
significando trocas e retornos financeiros (equivalentes). A fraqueza da teoria do valor
de troca (ou de preço) é, primeira, que ela não envolve o segundo tipo de valor
denominando valor de uso que tem também grande significância econômica, e
segundo, que ela não pode ser aplicadas no mercado que não envolva preços e trocas
monetária, como nos casos de muitos serviços de informação.
Uma das áreas onde este conceito de preço de valor de troca e análise de custo
benefício em geral, e as derivações pragmáticas de ROI em particular, não têm sido
ainda aplicadas com sucesso é na informação e nos serviços de informação. Enquanto
que as organizações, instituições e comunidades financiadoras gostariam ter um custo
benefício direto ou nas respostas às perguntas do tipo ROI sobre o valor recebido nos
investimentos de tais serviços, isso não pode ser alcançado diretamente (REPO, 1989).
A razão encontra-se nas particularidades que fazem a informação um fenômeno único.
As noções de ROI e de troca medidas em termos monetários por si só não estão
apenas limitando, mas também inadequando e enganando quando considerados os
serviços baseados em informação ou mesmos outros intangíveis envolvendo valores
intrínsecos, tais como educação e instituição relacionadas como universidades, que
fornecem valor contributivo. A questão geral está levantada: em que medida pode o
valor intrínseco tal qual está sendo informado e o subsequentemente valor extrínseco,
tal como informação, e o relacionado valor contributivo de serviços de informação ser
endereçados pelos valores de troca econômicos? Até agora, não muito bem.
VALOR DE USO. Para direcionar sobre as limitações das teorias do valor de troca ou as
teorias de valor de preço, um segundo grupo de teorias econômicas emergiu baseado
no valor de uso. Isso foi feito para estender o tratamento de valor econômico para as
dimensões de valor intrínsecas, tais como exigências, necessidades, utilidades,
satisfações, prazer, dores e preferência. O conceito de economia unificada chamado
“utilidade” emergiu e as teorias resultantes são chamadas de teorias utilitárias.
Algumas delas são formais e muito especializadas, tais como a teoria da diminuição da
utilidade marginal. Até agora, as teorias utilitárias, enquanto populares, orientadas por
muitos economistas e acadêmicos, têm tido resultados mistos de análise de mercado
ou explicação de atividades econômicas ( ex. Coase, 1994 p.43 diz “até o presente ela [
teoria utilitária] tem sido largamente estéril). Ainda assim, ela é uma teoria utilitarista
e, correspondentemente ao valor de uso, em relação à teoria de troca e de valor de
troca, a informação e os serviços de informação podem ser frutuosamente ligados,
como discutido em algum detalhe mais tarde.
PROBLEMA DE VALOR. A questão de endereçar a alguma forma unificada as várias
concepções de valor (tais como aqueles representados nas teorias de troca e teorias
utilitárias) é a proposição mais difícil, como é a mesma questão em todas as áreas.
Heilbroner (1988. P.105, 107) discutiu o “problema do uso”.
Há uma problemática geral de valor- uma questão central que pode ser
discernida dentro do amplo espectro, definições e concepções que o
sujeito abraça? .....
A problemática geral do valor, como eu a vejo, é o esforço de ligar a
superfície do fenômeno da vida econômica a alguma estrutura interior
ou ordem... O valor da teoria é... à busca por processos ou estruturas
que transmitem configuração ordenada ao mundo empírico
aparentando arcos em preenchimentos de ferro sob a influência de um
magneto. (Ênfase no original)
A mesma dificuldade é experimentada quando na investigação do valor de serviços de
informação. Nosso estudo é de fato restrito à superfície do fenômeno do uso da
informação. Entretanto, especificando uma estrutura e derivando uma Taxonomia, nós
estamos fornecendo uma ferramenta para possibilitar ir debaixo da superfície.
O que cria valor? Passando de atributos específicos à preocupações mais amplas de
consequências externas visíveis nós vimos que o valor da economia é relacionado à
criação de riqueza. A questão que os economistas buscaram em Adam Smith é : a
resposta tradicional a essa questão foi que o valor é criado pela terra (recursos
naturais), trabalho e capital, depois foi adicionada a gestão. Algumas teorias
sublinharam/ressaltaram o trabalho (ex. Marx), outras capital, mais atualmente as
teorias capitalistas incluem uma combinação de todas. Com a evolução da ordem
social para uma sociedade pós-industrial (Bell,1973), ou sociedade “pós-capitalista”
(Drucker,1994) ou o que nós comumente chamamos de “sociedade de informação) um
grupo diferente de fatores contributivos tem emergido.
Os recursos econômicos básicos,- ‘os meios de produção’, para usar o termo dos economistas – não são mais o capital, nem os recursos naturais ( a ‘terra’ do economista), nem ‘trabalho’. É e será conhecimento ... Valor é agora criado por ‘produtividade’ e ‘inovação’ ambas aplicações do conhecimento no trabalho. O principal grupo social da sociedade do conhecimento será o dos ‘trabalhadores do conhecimento’ – executivos do conhecimento que sabem como alocar conhecimento para uso produtivo, assim como os capitalistas sabiam como alocar capital para uso produtivo; profissionais do conhecimento, empregados do conhecimento... O desafio da economia da sociedade pós- capitalista será, portanto, a produtividade do trabalho do conhecimento e o trabalhador do conhecimento. (Ênfase no original)(Drucker, 1994,p.5).
A frase pós alguma coisa sugere transição. Pós-industrial e pós-capitalista denota uma
sociedade em transição. O pensamento econômico a respeito do valor está também
em transição. Respostas, as quais, também constituem valor estão sendo modificadas -
isso está incluído no desafio emitido por Drucker. Se nós aceitamos a premissa de Bell
e Drucker que o conhecimento (e por extensão a informação) está se tornando central
na ordem econômica, então isso segue que o valor da informação está crescendo e
aumentando significantemente. Isso tem implicações enormes para biblioteca e
serviços de informação. Contudo, isso não significa que eles estão subitamente e na
presente configuração sendo impulsionados para um papel central. Não mesmo. Isso
significa que eles estão encarando muitos desafios, como fazem outras instituições em
transição. Definir seu próprio valor é um deles.
3. VALOR DE INFORMAÇÃO
Nesta seção, nós consideramos essas abordagens ao estudo de valor da informação.
Nós sintetizamos a abordagem aos estudos de valor de informação na economia e
adaptamo-las à informação como obtido pelos usuários da biblioteca e serviços de
informação. Para fazer isso, nós desenvolvemos um modelo de uso de informação e
então fornecemos uma lógica para aplicação desse modelo. Nós fazemos uma
distinção entre valor de informação e o modelo de uso de informação como
apresentado nesta seção, e o valor dos serviços de informação e o modelo de uso dos
serviços de informação como apresentado na Seção 6. A razão para desenvolver um
modelo de uso de informação e mais tarde do uso do serviço de informação é simples
e direto: a fim de lidar com valor de uso da informação e dos serviços de informação
nós primeiro temos que estabelecer os elementos ou dimensões de uso. Nós
assumimos que o valor é relacionado ao uso. Essa é a nossa premissa central.
3.1 – O QUE É INFORMAÇÃO?
Primeiro, é claro, nós temos que refletir sobre o significado da informação. Um
número de interpretações existem, as quais são assumidas em um dado tratamento
do valor da informação. Nós podemos apresenta-las em uma escala na qual a
informação está relacionada em três sentidos. No primeiro e mais restritivo fim da
escala, informação é considerada exclusivamente como proprietária de ou contendo
uma mensagem (texto, gravação, documento...). Como um exemplo, a teoria de
Shannon de informação assumiu essa interpretação.
Mais adiante, em uma interpretação mais ampla, informação é considerada em
relação à cognição. Isso resulta da interação de duas estruturas cognitivas, uma
“mente” e (ampliadamente) um “texto”. Informação é o que afeta ou muda o estado
de uma mente. Em casos de serviços de informação, informação é mais
frequentemente relacionada à transmissão por meio de um texto, documento ou
gravação , ex., o que um leitor pode entender de um texto ou documento. A
interpretação por Tague-Suitcliff (1995,p. 11-12) encaixa-se:
Informação é um intangível que depende da conceituação e do
entendimento de um ser humano. Registros contêm palavras ou
figuras (tangíveis) absolutamente, mas elas contêm informação
relativas somente ao próprio usuário...Informação é associada
com uma transação entre texto e leitor, entre uma gravação e
um usuário.
Ainda mais adiante, em um sentido mais amplo de informação, ela é relacionada não
apenas às estruturas cognitivas, mas também à motivação ou intencionalidade, e por
isso é relacionada ao contexto social ou horizonte mais amplo, como cultura, trabalho
ou problema em questão. Do ponto de considerar o valor da biblioteca e serviços de
informação, nós precisamos também incluir o contexto e assim tratar a informação em
uma interpretação mais ampla.
Na definição de nossa estrutura para o estudo do valor, nós consideramos ambos, o
segundo, baseada na concepção interativa e cognitiva de informação e a terceira
concepção de informação inserida em um contexto representado pela
intencionalidade em relação a alguma razão, tarefa, ou problema em questão. Em
outras palavras, nós sugerimos que no estudo de valor dos serviços de informação nós
não podemos tratar “a mensagem isolada”, nós precisamos considerar a informação
no seu sentido cognitivo e contextual.
3.2 ABORDAGENS PARA O ESTUDO DO VALOR DA INFORMAÇÃO
A questão do valor da informação tem sido enfocada em poucos campos, mas
primariamente nos trabalhos relacionados a economia da informação. Seguindo a
classificação de Ahituv e Neuman, (1986,cap.3), as abordagens do valor da informação
podem ser distinguidas em :
Abordagem do valor normativo : aplicação do modelos formal e rigoroso
envolvendo informação e incerteza e/ou utilidade em relação à tomada de
decisão. A abordagem é baseada em um número de suposições subjacentes
que tomam restrição significativa no tipo de informação considerada e tipo de
aplicação em situações reais.
Abordagem de valor realista. Uma abordagem anterior e posterior medindo o
efeito da informação fornecida pelos novos (ou dado tipo de) serviços de
informação no resultado de decisões e/ou performance dos tomadores de
decisão. Junto com a abordagem normativa, essa abordagem assume a
informação como uma exclusiva, identificável variabilidade e compartilha a
dificuldade de resolvê-la de outra ou variáveis intervenientes que também
afetam o complexo processo da tomada de decisão.
Abordagem de valor percebido. Avaliação subjetiva pelos usuários de
informação, do valor ou benefícios de dada informação. Isso assume que os
usuários podem reconhecer o valor da informação (os benefícios
ganhos/perdidos). Se escalas forem usadas, assume-se que eles podem colocar
o valor em alguma posição ou, se termos monetários forem usados, que eles
possam traduzir o valor em unidades monetárias.
As três abordagens formam uma escala em termos de restrição. A primeira
abordagem, a abordagem normativa de valor, é até agora a mais rigorosa; ela alcança
o rigor por ser mais restritiva. A medida da informação por necessidade, toma a mais
estreita visão de informação. Isto é, a estreita visão restringe da medida os atributos
de informação e o contexto, pela exclusão de atributos e aspectos mais amplos ( como
discutido acima). Em contraste, nós acreditamos que a informação, em respeito ao seu
uso no contexto real (em oposição ao abstrato) de tomada de decisão e como
fornecido pelos serviços de informação, incorpora aspectos mais amplos. Como
desejável que esse rigor é, a abordagem normativa não tem sido aplicada com sucesso
na teoria ou prática relacionada ao valor da biblioteca e serviços de informação (REPO,
1989).
A abordagem de valor realística tem menos restrições no tipo de informação e serviços
de informação aplicados e menos rigor. Ela tem sido aplicada em um número de
variações na avaliação da biblioteca e serviços de informação. Essas são revisadas em
pesquisas de estudos na economia e e/ou o valor da biblioteca e serviços de
informação por King, Roderer, and Olsen (1982), Cummings ( 1986), Koenig (1990), and
Feeney and Grieves (1994); Repo(1989), conduz compreensivamente e criticamente
com uma variedade de abordagens e estudos de valor da informação em uma
economia peculiar.
Quando nós vamos para o outro fim de escala, para a abordagem de valor percebido,
nós afrouxamos o rigor e a precisão e, acima de tudo, nós temos grande dificuldade de
lidar com o que tem sido chamado de “coleção unida (untidy) de atributos de
dissimulação”. Porém, nós ganhamos por admitir os julgamentos dos usuários, os
quais, afinal, são os principais receptores de um serviço de informação. Usando essa
abordagem, diversos estudos (revisados acima) envolveram usuários na avaliação de
biblioteca e serviços de informação. O nosso continua nessa linha de pesquisa.
Contanto que os pressupostos e as subsequentes limitações dai decorrentes,
vantagens e desvantagens de todas as abordagens, são compreendidas e não
ignoradas pode-se proceder com qualquer abordagem e / ou interpretar os resultados
de um estudo tendo os pressupostos de uma determinada abordagem em questão.
Mas, para sublinhar: a suposição de que se entende por informação, e as restrições de
uma determinada abordagem têm que ser reconhecidas.
3.3 ABORDAGEM NORMATIVA
Devido ao rigor e à sua conveniência, vamos revisar a abordagem normativa em
detalhe para ver o que podemos adaptar dos conceitos e do rigor. Os avanços nas
teorias da incerteza e informação, uma área da economia da informação tem sido
pesquisada por Hirshleifer and Riley (1992). Ela pode ter um potencial para o
desenvolvimento de um quadro teórico para estudo do valor da informação. A teoria
fornece:
Uma rigorosa fundamentação para análise da tomada de decisão individual e do equilíbrio de mercado sob condições onde agentes econômicos estão incertos sobre sua própria situação e/ou sobre as oportunidades oferecidas para eles pelas relações de mercado... Uma primeira distinção fundamental é entre as economias da incerteza e as economias de informação. Na economia da incerteza cada pessoa adapta para sua ou seu dado estado de limitada informação por escolher a melhor ‘possibilidade’ de ação disponível. Na economia de informação, em contraste, os indivíduos podem tentar superar a sua ignorância pela ação “informacional” operacionais designados para gerar, ou caso contrário, adquirir novo conhecimento antes que uma decisão final seja tomada. (Ênfase no original) (ibid p.1-2)
Os autores fornecem os seguintes exemplos. Na economia da incerteza, um indivíduo
precisa agir com base nas atuais crenças ex., decidindo ou não carregar um guarda-
chuva baseada na estimativa presente de uma chance de chover; enquanto na
economia da informação uma pessoa está tipicamente tentando chegar em crenças
improváveis, ex., analisando um relatório do clima antes de pegar o guarda-chuva.
Uma informação pode ser considerada como causando a diferença entre as crenças
fixas e as melhoradas/aperfeiçoadas ou, em termos cognitivos, entre diferentes
estados de conhecimento do tomador de decisão. O valor da informação é calculado
como a diferença entre a expectativa do (tomador da decisão) e a utilidade da decisão
tomada sem a informação e a expectativa da melhor escolha possível na decisão
tomada após receber e analisar a informação. Em outras palavras, o valor da
informação repousa no melhoramento das decisões tomadas. Indivíduos podem, em
alguma extensão, superar a “ignorância” deles ou incerteza por alguma ação
informacional, tal como usando um serviço de informação. Essa abordagem da teoria
da decisão tem sido aplicada para análise da distribuição/co-participação de preços,
receitas de vendas, medidas de prevenção de acidentes, e situações similares onde a
informação tinha atributos reduzidos/limitados e utilidade definida.
As medidas da “utilidade esperada” usada nesse tratado para expressar o valor da
informação são baseadas nas probabilidades e na razão formal probabilística. Essas são
ferramentas poderosas usadas em muitas áreas com grande sucesso. Porém, o uso de
tais ferramentas exige dois pressupostos chave, raramente discutidos. Primeiro,
assume-se que o tomador de decisão pode, de fato, selecionar a melhor decisão, com
ou sem informação. Como mencionado, isso restringe o tipo de “informação” que
pode ser negociada com e exclui outros aspectos de cognição e da razão e outras
variáveis que entram na tomada de decisão, ex., assumindo uma conexão linear direta
entre informação e decisão, como no relatório sobre o clima e na decisão sobre o
guarda-chuva. Segundo, assume-se/isso pressupõe que o tomador de decisão pode, de
fato, atribuir/especificar/fixar utilidades e probabilidades.
A teoria fornece uma distinção entre uma “mensagem” e um “serviço de mensagem”
ou, na nossa linguagem, entre informação e serviço de informação. “Uma vez que você
não pode nunca saber antecipadamente o que você aprenderá, você nunca pode
comprar uma mensagem, mas apenas um serviço de mensagem - um grupo de
possíveis alternativas de mensagens. (ibid p.168) Vamos agora explorar o valor da
informação com uma visão de alguma adaptação de conceitos elaborados nesta
seção em um quadro teórico. Mas primeiro, nós expandimos uma relação importante
e frequentemente confusa .
3.4 RELAÇÃO ENTRE INFORMAÇÃO E SERVIÇO DE INFORMAÇÃO.
A relação entre informação e serviço de informação é complexa como é a relação
entre valor de informação e valor de serviços de informação. O serviço de informação
é o mecanismo ou organização que fornece a informação (sobre o estado do mundo
ou conhecimento público) para um usuário. No caso no qual o usuário usa a
informação para tomar decisões, nós podemos pensar no usuário como um tomador
de decisão. Quando a informação é disseminada, o serviço de informação tem
completado seu papel no processo. Mas o usuário não tem realizado ainda a atividade
cognitiva, (ex., revisando a avaliação do estado do mundo ou aumentando o estado
dele/dela de conhecimento) e, certamente, não realizado alguma aplicação baseada na
atividade cognitiva. No caso do tomador de decisão, a aplicação é selecionar a melhor
decisão possível com algum valor correspondente esperado.
Para reconhecer a distinção e a conexão entre valor informação e valor de serviços de
informação, nós temos desenvolvido dois distintos, mas relacionados modelos: um de
uso de informação, elaborado depois e outro do uso de serviços de informação,
elaborado na Seção 6.
3.5 AQUISIÇÃO - COGNIÇÃO - APLICAÇÃO DO MODELO DE USO DE INFORMAÇÃO
Nós assumimos que os usuários dos serviços de informação estão engajados em
alguma tarefa ou estão lidando com um problema em questão que fornece as razões
para a busca de informação e por conseguinte usar o serviço. Em outras palavras,
tomamos a terceira, a mais ampla concepção de informação, onde não apenas os
aspectos cognitivos e interativos são refletidos, mas a intencionalidade está envolvida
também. Nós então postulamos um modelo de uso da informação. Nós chamamos isso
de aquisição -cognição- aplicação, ou modelo A-C-A. É o nosso modelo básico ou de
início de nosso estudo. O modelo envolve três atividades ou fases em um ciclo relatado
à informação obtida de um serviço de informação:
1-Aquisição: o processo de aquisição de informação ou objetos potencialmente
transmissores de informação, relacionado à alguma intenção.
2-Cognição: o processo de absorção, entendimento e integração da informação.
3-Aplicação: o processo de uso (potencial) da nova informação entendida de modo
novo ou cognitivamente processada.
Nós fazemos uma diferença entre esse modelo A-C-A do uso de informação e um
modelo apresentado mais tarde (Seção 6.4) de uso de serviços de informação, que nós
chamamos de modelo Razão – Interação - Resultados- ou modelo R-I-R. Como já
mencionado, mas elaborado depois, há uma conexão, mas também uma importante
diferença entre o uso da informação e uso de serviços de informação, o qual é
refletido em avaliação de valor e chama por diferentes modelos. Cada modelo
representa através de seus elementos as dimensões ou facetas envolvidas na avaliação
de valor. O primeiro modelo (A-C-A) reflete as facetas envolvidas no valor da
informação e o segundo, modelo (R-I-R) e aquele envolvido no valor dos serviços de
informação.
As três fases do ciclo podem ser empacotadas juntas em uma sequência curta ou
podem ser algum período de tempo que passa entre eles. Aquisição pode envolver
algum serviço de informação que forneça algum material de informação ou
informação. Cognição envolve algumas mudanças no estado de conhecimento dos
usuários- nós não especificamos a natureza dessas mudanças, se existirem. Poderá
haver um número de tipos de usos da Aplicação ,uma delas pode ser a tomada de
decisão. A abordagem da teoria de decisão assume a tomada de decisão como
Aplicação. Tipicamente, o ciclo pode ser repetido muitas vezes pela mesma tarefa ou
problema, ex., um usuário pode usar um serviço várias vezes em respeito ao mesmo
ou à evolução do problema.
3.7 APLICAÇÃO DO MODELO A-C-A.
A fim de mostrar que o ciclo de Aquisição, Cognição e Aplicação estabelecem valor da
informação mesmo sem referência à concepção probabilística (como na teoria de
decisão, na perspectiva da incerteza e informação revisada acima), nós consideramos
um evento típico do uso da biblioteca em uma pesquisa na biblioteca. (O exemplo
poderia ser estendido para outros tipos de bibliotecas e centros de informação).
Um estudante vai a uma biblioteca a fim de consultar algum livro ou artigo para
informar-se melhor sobre o estado de conhecimento dele ou de algum campo de
interesse antes de uma tarefa de escrever um artigo - tal qual esta. Ele pode ler o livro
ou artigo, emprestá-lo, ou copiar certas páginas ou transcrever passagens ou frases à
mão. Ir para a biblioteca e pegar alguns artigos ou livros representa a fase do ciclo
denominada Aquisição.
Na fase Cognitiva, o processo cognitivo toma lugar, em parte durante a leitura ou
cópia, e continua por algum tempo depois. No fim, quando o estudante compromete-
se ele mesmo com a fase de Aplicação, que é a tarefa de escrita, ele escreve
pensamentos particulares expressados em dadas palavras, e não outras. A
introspecção revela que as decisões para escrever palavras em um papel é uma tarefa
muito complexa, influenciada por muitos fatores. Há, certamente, nenhuma maneira
em muitas situações para traçar o impacto específico desse evento específico de uso
de biblioteca na formulação de um artigo. Assim, podemos argumentar que não houve
nenhum uso considerando a perspectiva da teoria de decisão na tentativa de
derivar/obter valor.
Não obstante, nós discutiremos que é sensível considerar a abordagem de tomada de
decisão em consideração do valor, mas sem as probabilidades e razões probabilísticas.
Para ajudar a clarear o nosso raciocínio, nós podemos pensar nas decisões possíveis,
como colocando em algum espaço abstrato de possíveis decisões, representadas na
figura 1.
Os conjuntos da figura 1 são suposições para representar todos os possíveis artigos
que esse estudante pode escrever sobre seu tema. Nós podemos pensar neles como
os artigos que o estudante poderia ter escrito sobre seu tema e os que ele poderia ter
rejeitado. Um conjunto de possíveis artigos, são os artigos que o estudante poderia ter
escrito se ele nunca tivesse ido à biblioteca e nem emprestado aqueles livros e os
artigos em particular (opções disponíveis “sem biblioteca”). O outro conjunto são os
artigos que o aluno poderia ou pode escrever depois que visitou a biblioteca. [Existem
algumas citações lidas nos livros que também são visíveis agora, mas não eram visíveis
para ele anteriormente. Esses são itens representados no segundo grupo e não no
primeiro]. Agora, a curva pode sugerir que a segunda curva simplesmente cerca a
primeira. Isso é, tendo lido mais, o estudante poderia certamente escrever o mesmo
artigo que ele poderia escrever sem ter lido ou ele poderia escrever um diferente. No
entanto, recorrendo novamente à introspecção, afirmamos que após exposto a
determinadas informações, certas linhas de expressão escrita tornaram-se
inaceitáveis para ele. Em outras palavras, existe uma região (opção ''não viável após
uso da biblioteca'') que está contido no primeiro grupo e não é mais contida no
segundo, porque ele ficaria constrangido ou se sentiria que ele estava correndo o risco
de erro caso ele o escrevesse. Do mesmo modo, há um conjunto de expressões
alternativas (incluindo as cotações mínimas de ou referências a novos materiais
recolhidos) que está disponível para ele agora e não estava disponível antes. Estes
representam os itens que estão no segundo grupo, mas não estão no primeiro grupo.
[ou seja, o estudante tem duas opções: poderia ter escrito um texto como se ele não
tivesse aprendido algo a mais, ou poderia ter escrito um bom texto, visto que ele
adquiriu novos conhecimentos].
Para ser de alguma forma mais rigorosos sobre isso, supomos que todos os itens que
estão disponíveis são, em última instância, tão bons como qualquer uma das
alternativas que ele agora constatou/julgou inaceitável, então nos sentimos
confortáveis em afirmar que a visita à biblioteca aumentou o valor do artigo que será
escrito por esse estudante. [Para ser de alguma forma mais rigorosos sobre isso, pode-
Opção
disponível
após o uso
da
biblioteca
Estas opções
são
disponíveis
com ou sem o
uso da
biblioteca
Esta opção é disponível com
o uso da biblioteca
Esta opção não é viável
depois do uso da biblioteca
Esta curva contém opções em
o uso da biblioteca
se supor que todos os itens agora disponíveis para o estudante após a visita à
biblioteca, aumentaram bastante o valor do seu artigo]. Nós não necessitamos uma
complexa estrutura probabilística, mas simples razões como as apontadas nesse
parágrafo.
Um novo artigo pode ser escrito devido as novas alternativas adquiridas. E,
correspondentemente, ele não é escrito do grupo de alternativas agora consideradas
inaceitáveis. Em uma comparação de pares, não importa qual desse incontável número
de alternativas é escolhido, o artigo será melhor escrito por ele ter visitado a biblioteca
do que se ele não tivesse visitado. Por um lado, o novo artigo poderá ser escrito entre
a gama de possibilidades que pertencem à ambos os grupos. Nesse caso, a visita à
biblioteca talvez não tenha nenhum efeito.
Assim, sem recorrer ao cálculo explícito de qualquer tipo de medida de utilidade,
podemos, não obstante, dizer que informação adquirida a partir de uma biblioteca
exibe o seu valor na Aplicação e o produto final (nesse caso o artigo escrito) mesmo
que não podemos especificar como a ação foi uma decisão escolhida em alguma lista
finita pequena.
Assim, nós podemos separar o serviço de informação da informação e considerar o
problema do valor do serviço de informação ele mesmo/ a si mesmo sem avaliar a
informação independentemente dos usuários e dos serviços para eles. É útil considerar
outros. Por exemplo, os serviços de saúde são avaliados de maneira que não nos
obrigam a atribuir valor para a própria saúde. Serviços financeiros são avaliados de
suas próprias complexas maneiras sem recorrer a valores de finanças. Essa é a
justificativa para a abordagem tomada nesse estudo.
4. RELEVÂNCIA E VALOR DE INFORMAÇÃO
Relevância é uma noção chave na ciência de informação porque é central no projeto e
avaliação dos sistemas e técnicas de recuperação da informação (IR). É também um
fenômeno complexo com uma longa e turbulenta história da ciência da informação,
voltando aos anos de 1950. (para uma revisão, veja Saracevic, 1975 e Schamber,1994).
Em geral, relevância, segundo Webster, significa ser significante tendo um assunto em
questão. Como muitos outros conceitos, relevância assume significado mais específico
relacionado em contextos mais específicos e aplicações. No contexto da comunicação
humana, relevância é o critério ou atributo que reflete a efetividade da troca de
informação entre as pessoas (ou pessoas e objetos) nos contatos comunicativos. Essa
eficácia envolve cognição e estruturas cognitivas e comunicação como um processo
interativo. Em aplicações relacionadas a sistemas de informação e IR, relevância é o
atributo ou critério que reflete a efetividade da troca de informação entre pessoas (ex.,
usuários) e sistemas de informação em contatos de comunicação baseados na
avaliação das pessoas. Dada à dinâmica natural da troca de informação e comunicação
em geral, a relevância torna-se... “um conceito dinâmico que depende do julgamento
do usuário, da qualidade do relacionamento entre informação e a necessidade de
informação em um certo ponto de tempo” (Schamber, Eisenberg & Nilan,1990)
Relevância como um critério e julgamento humano de relevância de objetos
recuperados (tais como documentos, textos, dados, imagens) como um instrumento
de medida, as medidas de precisão e de revocação são amplamente usadas na
avaliação de sistemas de recuperação da informação. A força dessa medida é que ela
envolve pessoas – usuários- os julgadores da efetividade da performance. A ameaça é
a mesma: envolve julgamento de pessoas, com todos os perigos da subjetividade e
variabilidade.
Relevância indica uma relação e o mesmo acontece com VALOR como discutido acima.
Na relevância, algumas relações tem sido estudadas/investigadas. Um (UNEASY)
consenso tem emergido na CI que operacionalmente nós podemos distinguir três
relações entre três facetas (algumas vezes chamados tipos) de relevância:
Relevância topical- Relação (grau de correspondência) entre um tópico
expresso na consulta representada em um sistema de informação e nos tópicos
cobertos nos objetivos recuperados.
Relevância cognitiva- Relação entre o estado de conhecimento e informação
cognitiva necessária de um usuário e os objetos fornecidos pelo arquivo do
sistema.
Relevância situacional ou utilidade - relação entre a atividade ou problema em
questão e os objetivos recuperados (ou arquivos). Relaciona a eficácia da
utilidade na tomada de decisão.
Praticamente, os sistemas IR acessam apenas a relevância topical – eles respondem a
todas as perguntas - esperando que os objetos recuperados possam ter também
relevância cognitiva e mesmo mais utilidade. Contudo, um usuário pode julgar um
objeto por qualquer ou por todas as outras facetas ou tipos de relevância– para um
usuário pode ter três facetas dinamicamente. Dificuldades aparecem quando um
objeto é de relevância topical, mas não tem relevância cognitiva ou de utilidade, ou
inversamente. Se os itens são de relevância cognitiva ou de utilidade, mas não são
refletidos na questão, eles não são ou não podem ser recuperados. A variedade de
tratamento da questão (modelando usuário, expansão da pergunta baseado em
relevância de feedback) foram iniciadas para superar essas dificuldades com o objeto
para ter a consulta correspondente, tanto quanto possível da relevância cognitiva e /
ou relevância situacional ou utilidade. Por exemplo, um número de técnicas de IR
(revisadas por Kantor, 1994) tem sido desenvolvidas com o objetivo de fornecer
sistemas de IR com alguma chance de discernir o estado cognitivo e/o estado
situacional do usuário.
Nós podemos conectar as três facetas de relevância em IR para uma perspectiva mais
ampla. Na Filosofia, Schutz (1970) lidou extensivamente com relevância como uma
propriedade que determina as conexões e relações em nosso mundo social. Ele sugere
que uma pessoa em algum momento tem um “tema” – o objeto presente ou aspecto
de concentração – e um “horizonte” – espaço físico, experiências próprias, prática
social (social background) que são potencialmente relevantes para o tema.
Subsequentemente, ele definiu três tipos básicos e independentes de relevância, as
quais estão em interação dinâmica em um “sistema de relevâncias”.
Relevância topical - Percepção de algo problemático que é separado do
horizonte para formar um tema, ex. do ponto de vista de um leitor, a parte do
livro que o leitor decide ler tem relevância topical.
Relevância interpretativa- Envolve o horizonte, o estoque de conhecimentos,
experiências passadas e similares, na compreensão do significado para que o
tema possa ser relacionado.
Relevância motivacional- Envolve seleção. Quais das muitas interpretações
alternativas são selecionadas? Refere-se ao curso da ação a ser adaptado.
Enquanto Schutz lida com uma arena maior do que a ciência da informação e
concentra nas pessoas e sua relações com o mundo social em que vivem, as categorias
que ele sugeriu correspondem bem às facetas operacionais de relevância distinguidas
da ciência de informação. Eles representam uma seleção do tópico ou problema em
questão, a cognição na interpretação, e a consequente seleção de interpretação e ou
ação.
Na última faceta ou tipo de relevância, a saber, relevância situacional ou utilidade na CI
corresponde à relevância motivacional que para Shcutz diz respeito ao valor de uso da
informação, como discutido na seção anterior. Num certo número de aspectos, eles
são os mesmos. Contudo, valor de uso tem uma variedade de dimensões que a
relevância não cobre, e, além disso, ele não parte dos pressupostos de relevância.
Entretanto, nós podemos argumentar o seguinte: nenhuma (informação ou objeto
potencialmente coberto de informação) fornecido pela biblioteca ou pelo serviço de
informação pode ser relevante sem ter valor. Em outras palavras, relevância e valor
estão relacionados. Assim, questões de relevância precisam ser levantadas quando se
refletir sobre valor. Contudo, relevância, mesmo envolvendo usuários é muito mais
operacional e ligada ao sistema, enquanto valor envolve muito mais dimensões
relacionadas com intenção do usuário, experiências, interação com o sistema e
utilidade, e utilização do resultado.
Para sublinhar, enquanto valor e relevância são distintos, eles também são
relacionados. Essa relação motiva um número de questões sobre relevância que
perguntamos nas entrevistas de usuários enquanto exploramos suas percepções de
valor. Isso também motiva um número de categorias específicas na nossa Taxonomias
apresentadas na Parte II. Mas o fato de que a relevância não é equivalente ao valor
motiva perguntas adicionais em entrevistas de usuários e dimensões adicionais ou
facetas na Taxonomia que não são relacionadas à relevância.
5. VALOR DA BIBLIOTECA E SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO.
5.1 Critério de avaliação. Suas relações na dimensão de valor.
Bibliotecários têm uma grande tradição de avaliação, as quais começaram com a
emergência da biblioteconomia no fim do século 19 e concentraram-se por um longo
tempo depois na avaliação como observação dos padrões estabelecidos e melhores
práticas, relacionadas a participações, representações, arranjos, espaço, quadro de
funcionários, operações, etc. critérios derivados dos padrões e boas práticas não
refletem dimensões de valor. Avaliação dos sistemas de RI iniciaram nos anos de 1950
e concentraram-se mais na relevância. No fim dos anos 70, um número de estudos
emergiu e usou diferentes perspectivas e critérios de avaliação para bibliotecas e
serviços de informação (King,1978). A abordagem para avaliação de biblioteca e de
serviços de informação tem sido frequentemente dicotomizada/bifurcada na
abordagem centrada no sistema e centrada no usuário. (Dervin & Nilan, 1978). Embora
não haja e não deve haver qualquer conflito entre os dois - são muito relacionados -
há uma forte escola de advocacia para a necessidade de avaliação centrada no usuário,
como articulado por Orr (1973) e, mais recentemente, por Bawden (1991).
ESTUDOS CENTRADOS NOS USUÁRIOS. Tais estudos têm sido conduzidos usando uma
variedade de critérios e medidas associadas: satisfação, sucesso, utilidade, relevância,