Sa Saú de, Desgaste e de, Desgaste e Envelhecimento Envelhecimento Marco Polo Dias Freitas Mestre em Clínica Médica – UFMG Especialista em Geriatria – SBGG/AMB/CRM Especialista em Medicina Interna – MEC/CRM Doutorando em Saúde Coletiva/Epidemiologia – Fiocruz (MG) Ex-Coordenador da Área Técnica Saúde do Idoso – MS/BR Brasília (DF), março de 2010 2 Conceitos Envelhecimento Fenômeno comum a todos os seres vivos animais Fase de todo um continuum que é a vida, começando com a concepção e terminando com a morte Velhice Última fase do ciclo da vida, caracterizada pela redução da capacidade funcional, calvície, canície, redução da capacidade de trabalho e da resistência, entre outras, associam-se perdas dos papéis sociais, solidão, perdas psicológicas e motoras, e afetivas Papaléo-Netto. Tratado de Geriatria e Gerontologia 2ª ed, 2006
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SaSaúúde, Desgaste e de, Desgaste e EnvelhecimentoEnvelhecimento
Marco Polo Dias FreitasMestre em Clínica Médica – UFMG
Especialista em Geriatria – SBGG/AMB/CRMEspecialista em Medicina Interna – MEC/CRM
Doutorando em Saúde Coletiva/Epidemiologia – Fiocruz (MG)Ex-Coordenador da Área Técnica Saúde do Idoso – MS/BR
Brasília (DF), março de 2010
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Conceitos
� Envelhecimento� Fenômeno comum a todos os seres vivos
animais� Fase de todo um continuum que é a vida,
começando com a concepção e terminando com a morte
� Velhice� Última fase do ciclo da vida, caracterizada pela
redução da capacidade funcional, calvície, canície, redução da capacidade de trabalho e da resistência, entre outras, associam-se perdas dos papéis sociais, solidão, perdas psicológicas e motoras, e afetivas
Papaléo-Netto. Tratado de Geriatria e Gerontologia 2ª ed, 2006
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Teorias Biológicas do Envelhecimento
� Mudanças relacionadas com a idade
1. Deletérias – reduzem a funcionalidade
2. Progressivas – estabelecimento gradual
3. Intrínsecas – componente ambiental variável,
influenciador, não suficiente
4. Universais – semelhança das mudanças graduais
entre os membros de uma mesma espécie
Strehler, 1959
Jeckel-Neto & Cunha. Tratado de Geriatria e Gerontologia 2ª ed, 2006
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Teorias Biológicas do Envelhecimento
� A seleção natural atua no sentido de prover maior sucesso reprodutivo aos indivíduos mais adaptados
� Qual o papel, então, dos indivíduos de idade avançada no contexto coletivo?
Jeckel-Neto & Cunha. Tratado de Geriatria e Gerontologia 2ª ed, 2006
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Alterações Anatômicas
� O crânio aumenta de diâmetro� Crescimento contínuo do nariz e orelhas� Calvície e canície� Perda da elasticidade da pele� Redução do tecido subcutâneo
� Bolsas orbitais� Aumento dos sulcos labiais
Envelhecimento/Desgaste
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Alterações Anatômicas
� A boca sofre mudança em todas as suas estruturas
� Olhos: circulo branco em torno da córnea, arcus senilis
� Modificações anatômicas na coluna vertebral, com redução da estatura� Perda de 1cm a cada década, após
os 40 anos
� Em indivíduos ativos, bem alimentados, essa redução não alcança 2cm
Envelhecimento/Desgaste
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Alterações Anatômicas
� Tendência a ganho de peso devido a aumento de tecido adiposo e perda de massa (tecidos muscular e ósseo)
� Adiposidade central� Redução da água
corporal� Perda da densidade
óssea
Envelhecimento/Desgaste
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Alterações Funcionais
� O envelhecimento determina menor
capacidade de adaptação, tornando a
pessoa mais vulnerável a quaisquer
estímulos, seja traumático, infeccioso
ou, até mesmo, psicológico
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Alterações Funcionais
� O aparelho locomotor, a visão e a
audição sofrem expressivas alterações
MARCHA AOS 60 ANOS
MARCHA AOS 90 ANOS
O envelhecimento como O envelhecimento como
um processoum processo
UniversalUniversal
IndividualIndividual
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As várias transições:uma questão mundial
� Demográfica: Envelhecimento populacional acelerado
� Epidemiológica: Mortalidade por DCNT supera DT: Dupla carga de doenças
� Nutricional: Mudanças na alimentação e redução da atividade física
Globalização: Difusão rápida de hábitos e padrões de comportamento
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Prevenção de DCNT ao longo da v ida
Des
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das
DN
T V ida Feta l
V ida A du ltaA do lescênciaInfância
Nutriçãocrescim entodesenvolv im ento
Obesidadeinativ idadeTabacoálcool
FR com portam enta is / FR b io lóg icos
Fato re s m aternos e fe ta is
R isco acum ulado
idadeidadeFONTE: Aboderin, 2002. In: OMS, 2005
Situação ou Fator de Risco
� Situação ou Fator de Risco� Condição ou conjunto de
circunstâncias que tem o potencial de causar um efeito adverso, que pode ser: morte, lesão, doença ou dano à saúde
17Trivelato, 1998
� Risco� Incerteza da
ocorrência, possibilidade, e a magnitude do resultado adverso
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Relação Adoecimento e Trabalho
Os trabalhadores compartilham os perfis de adoecimento e morte da população geral, em função de sua idade, gênero, grupo social ou inserção em um grupo específico de risco.
Os trabalhadores podem adoecer ou morrer por causas relacionadas ao trabalho, como conseqüência da profissão que exercem ou exerceram, ou pelas condições adversas em que seu trabalho é ou foi realizado.
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Contexto Macroestrutural� Forças sociais,
econômicas, culturais e políticas modelam os determinantes sociais e as tendências de comportamentos de risco
� É o macro-contexto que determina os recursos disponíveis para os diferentes grupos. Recursos determinantes Recursos determinantes de estilos de vida, de estilos de vida, saudsaudááveis ou nãoveis ou não
Filosofia e Ciência no Mundo Ocidental
� Os quatro elementos (Água, Terra,
Fogo e Ar)
� Primórdios do Pensamento Ocidental
� Filósofos pré-Socráticos
� Escola Hipocrática (Séc. V a.C.)
� Racionalismo da arte de “curar”
� Teoria dos “quatro” humores do corpo
(sangue, fleuma, bile amarela e bile negra)
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FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Hippocrates.jpg, assessado em 14/08/2008
Evolução dos Determinantes e Condicionantes do Processo Saúde/Doença
� Galeno (Séc. II d.C.)
� Teoria dos humores
� A partir do Renascimento
� Experimentação científica
� Suspeição da existência de microrganismos
� Distribuição geográfica, social e cultural das doenças
(1849/Virchow)
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� Reforma Sanitária (Inglaterra, Séc. XIX)� Factory Act, Public Health Act
� “Doença causa pobreza”� Necessidade de trabalhadores sadios para a indústria
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Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra, Engels, 1845
“Todas as grandes cidades possuem um ou vários bairros de má reputação –
onde se concentra a classe operária (...) A ventilação torna-se difícil, pela
má e confusa construção de todo o bairro, e como vivem muitas pessoas
num pequeno espaço, é fácil imaginar o ar que se respira nesses bairros
operários”
TEORIA DOS MIASMAS
Evolução dos Determinantes e Condicionantes do Processo Saúde/Doença
Semmelweis e a Febre Puerperal
Puerperal fever mortality rates for the First and Second Clinic at the Vienna General Hospital 1841-1846. The First Clinic evidently has the larger mortality rate. Longer data series
First clinic Second clinic
Year Births DeathsRate (%) Births Deaths
Rate (%)
1841 3,036 237 7.8 2,442 86 3.5
1842 3,287 518 15.8 2,659 202 7.6
1843 3,060 274 9.0 2,739 164 6.0
1844 3,157 260 8.2 2,956 68 2.3
1845 3,492 241 6.9 3,241 66 2.0
1846 4,010 459 11.4 3,754 105 2.8
23FONTE: http://en.wikipedia.org/wiki/Ignaz_Semmelweis, acessado em 14/08/2008
Puerperal fever mortality rates for the First Clinic before and after instituting a handwashing policy by mid-May 1847. Longer data series
Year Month Births Deaths Rate (%) Sort restore1846 Jan 336 45 13.4 61
Podem ser confundidas como parte do Podem ser confundidas como parte do
processo normal de envelhecimentoprocesso normal de envelhecimento
“É“É DA IDADEDA IDADE””
FONTE: Guimarães RM. Os compromissos da Geriatria. Sinais e Sintomas em Geriatria, 2004
Efeito Dominó
DesidrataDesidrataççãoão
ConstipaConstipaççãoãointestinalintestinal
FecalomaFecaloma
IncontinênciaIncontinênciaUrinUrinááriaria
DeliriumDelirium
QuedaQuedaImobilizaImobilizaççãoão
Baixa ingestãoBaixa ingestãode lde lííquidoquido
As Grandes SAs Grandes Sííndromes Gerindromes Geriáátricastricas
�� ImobilidadeImobilidade
�� Instabilidade posturalInstabilidade postural
�� IncontinênciaIncontinência
�� Insuficiência cognitivaInsuficiência cognitiva
�� IatrogeniaIatrogenia
FONTE: Guimarães RM. Sinais e Sintomas em Geriatria, 2004
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...“SOS saúde” (”Sicko”) , uma crítica devastadora ao sistema de saúde americano. Ele denuncia que o lucro fala mais alto entre as seguradoras (...). Uma médica confessa, numa audiência no Congresso, que foi promovida ao vetar um procedimento médico no valor de 500 mil dólares ao custo da vida do segurado.
O ex-deputado Billy Tauzin, ex-presidente da comissão responsável pela fiscalização da indústria farmacêutica, que trocou o Congresso pela presidência da PharmaceuticalResearch and Manufacturers ofAmerica, o lobby da indústria, com um salário de US$ 2 milhões anuais.
35FONTE: http://rodrigopaixao.wordpress.com/2008/03/04/michael-moore-denuncia-sistema-medico-americano-em-sos-saude/. Acessado em 18/08/2008
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(...) Especialistas estimam que100 000 americanos morram todos os anos por problemas decorrentes do uso de remédios. Feitas as contas, são cerca de 270 vítimas diariamente — o dobro das mortes causadas por acidentes com automóveis. “Os remédios com prescrição matam mais americanos que o diabetes ou o mal de Alzheimer”, diz Melody. (...)
FONTE: http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0923/gestaoepessoas/m0164672.html Acessado em 18/08/2008
Our Daily Meds — How the Pharmaceutical Companies Transformed Themselves into Slick Marketing Machines and Hooked the Nation on Prescription Drugs (numa tradução livre, “Os remédios nossos de cada dia: como as empresas farmacêuticas se transformaram em máquinas de marketing escorregadias e viciaram a nação em drogas prescritas”).
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Os medicamentos condenados
A quantidade de medicamentos retirados do mercado por causa de efeitos colaterais graves alarma os consumidores e lança a pergunta: até que ponto se pode confiar nos laboratórios?
Fonte: Revista VEJA. Edição 2085. 5 de novembro de 2008
� A velhice é o resultado de toda uma vida� O contexto Macroestrutural define os doentes
� A indústria farmacêutica aponta “$oluçõe$”
� Os Sistemas de Saúde estão focados nas doenças
� O senso comum reforça o paradigma da causa/efeito