-
Hoehnea 34(4): 433-446, 3 tab., 2007
Composio da flora vascular em um remanescente de floresta
montanano semi-rido do nordeste do Brasil
Maria Jesus Nogueira Rodal1,2 e Margareth Ferreira de Sales1
Recebido: 18.12.2006; aceito: 13.09.2007
ABSTRACT - (Floristic composition of a vascular flora in a
remnant of montane forest placed of the semi-arid region
ofNortheastern Brazil). The montane forests (altitude > 600 m)
at the semi-arid of Northeastern Brazil are surrounded by nonforest
thorn deciduous vegetation (caatinga), showings distinct flora and
plant physionomy. They occur in upper mountainsdue to special
climatic condition, originated by altitude. As the literature shows
that the flora of these forests also variesaccording to the degree
of humidity, a floristic survey was carried out in a humid montane
forest located at Parque EcolgicoJoo Vasconcelos-Sobrinho, city of
Caruaru, Pernambuco, in order to compare the results with other
montane forests in theregion. We registered 332 species/subspecies
of 85 families. Fabaceae, Asteraceae, Rubiaceae, Solanaceae and
Myrtaceaewere the richest families. Comparative analysis with other
montane forest show that the proportion of tree species decreaseand
bushes increase as increasing the distance of the Atlantic
coast.Key words: Brejo de altitude, floristic survey, habit, humid
forest
RESUMO - (Composio da flora vascular em um remanescente de
floresta montana no semi-rido do nordeste do Brasil). Asflorestas
montanas (altitude > 600 m) do semi-rido do nordeste do Brasil
so rodeadas por vegetao no florestal caducifliaespinhosa
(caatinga), apresentando flora e fisionomia distintas. Ocupam as
reas mais elevadas de determinados relevos, adepender da condio
climtica criada pela da altitude. Considerando que a literatura
mostra que a flora daquelas florestasvaria conforme o grau de
umidade do ambiente, foi realizado o levantamento da flora vascular
da floresta montana mida doParque Ecolgico Joo
Vasconcelos-Sobrinho, Caruaru, Pernambuco, com objetivo de comparar
os resultados com outrasflorestas montanas da regio. Foram
registradas 332 espcies/subespcies pertencentes a 85 famlias.
Fabaceae, Asteraceae,Rubiaceae, Solanaceae e Myrtaceae foram as
famlias com maior nmero de espcies. A anlise comparativa com
outrasflorestas montanas indica que a proporo de espcies de rvores
na flora total diminui e a de arbustos e subarbustosaumenta medida
que essas serras se distanciam do litoral.Palavras-chave: Brejo de
altitude, floresta mida, hbito, levantamento florstico
1. Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de
Biologia, Av. Dom Manoel de Medeiros, s.n., Dois Irmos,
52171-900Recife, PE, Brasil
2. Autor para correspondncia: [email protected]
Introduo
De acordo com Swaine et al. (1990), em qualquerlatitude, a
distribuio das florestas ocorre onde obalano entre precipitao e
evapotranspirao positivo. Alm disso, sabe-se que os conceitos
deflorestas mida e seca variam de acordo com osdiferentes autores e
com as regies fitogeogrficasonde ocorrem essas florestas e que o
grau desazonalidade das florestas cresce com o aumento donmero de
meses secos por ano e decresce com oaumento da precipitao anual
(Richards 1996, Lttge1997).
Apesar da literatura classificar as florestas combase em uma
serie de critrios, sempre enfatizando
a disponibilidade hdrica (floresta seca ou mida,floresta
estacional ou ombrfila, floresta caducifliaou pereniflia), ou mesmo
combinaes daquelesaspectos (Rizzini 1979, Veloso et al. 1991,
Richards1996, Lttge 1997). A respeito da riqueza de espciesnas
florestas, parece haver consenso de que medidaque diminui a
precipitao h um aumento do grau dedeciduidade e uma diminuio da
altura das rvores edensidade de cobertura do solo (Medina
1995).
Com relao s florestas do semi-rido donordeste do Brasil sabe-se
que ocupam, a dependerdas condies mesolgicas, as reas mais
elevadasde relevos residuais (chapadas e bacias sedimentares,macios
e serras isoladas) ou de planaltos como o daIbiapaba, entre o Piau
e o Cear e da Borborema,
HOEHNEA p433a446.pmd 14/2/2008, 17:27433
-
434 Hoehnea 34(4): 433-446, 2007
entre Alagoas e Rio Grande do Norte. Andrade-Lima(1981, 1982)
salienta que essas florestas esto situadasacima de 600 m de
altitude e que so rodeadas porvegetao de caatinga, da qual tem uma
flora distinta.Sales et al. (1998) relatam que na Paraba
ePernambuco essas florestas so conhecidas comobrejos de altitude
enquanto no Cear como serrasmidas e que seu surgimento em pleno
semi-ridoresulta de uma condio climtica especial em funoda altitude
e do relevo, que criam uma situaoparticular onde as massas de ar
depositam umidadena encosta de grandes macios e planaltos
voltadospara a direo do vento. Deve-se ainda destacar queessas
florestas situadas acima de 600 m, doravantechamadas florestas
montanas (sensu Veloso et al.1991), variam de ombrfilas (Tavares et
al. 2000,Ferraz 2002, Rodal et al. 2005), a semidecduas(Moura &
Sampaio 2001, Rodal & Nascimento 2002)a decduas (Ferraz et al.
2003, Lima 2006).
Apesar de no haver dados meteorolgicos maisdetalhados para
estimar a influncia do clima napresena e manuteno dessas florestas,
sabe-se desua importncia. Em um estudo comparativo de duasformaes
vegetacionais do semi-rido, separadas por20 km e com um desnvel
altitudinal de apenas 137 m,Lyra (1982) observou, ao longo de um
ano, que nafloresta montana a precipitao anual mdia foi 55%maior
que a da caatinga adjacente. Concluindo,assinalou que a floresta
montana tinha menoresamplitudes, tanto trmicas quanto de umidade
relativae que a precipitao oculta, a qual propicia umaintensa
condensao noturna, especialmente nosmeses mais frios, teria uma
grande contribuio parao desenvolvimento dessas florestas em pleno
semi-rido.
A partir de meados da dcada de 90, teve incio olevantamento
florstico extensivo das florestasmontanas de Pernambuco (Sales et
al. 1998), seguidode levantamentos florsticos pontuais (Moura
&Sampaio 2001, Ferraz 2002, Rodal & Nascimento2002, Agra et
al. 2004, Barbosa et al. 2004, Rodalet al. 2005) e de levantamentos
fitossociolgicos, tantoem florestas ombrfilas (Mayo & Fevereiro
1982,Tavares et al. 2000, Ferraz & Rodal 2006), quantoem
estacionais semideciduais (Correia 1996, Moura1997, Cavalcante et
al. 2000, Nascimento 2001, Ferrazet al. 2003, Rodal &
Nascimento 2006) e estacionaisdecduais (Ferraz et al. 2003, Lima
2006).
Tais variaes em termos de sazonalidade naproduo de folhas nessas
florestas esto, segundo
Vasconcelos-Sobrinho (1971), bastante associadas comsua distncia
do mar. O autor assinala que naquelasflorestas mais midas e prximas
costa atlntica aflora parece ser um prolongamento da
florestaombrfila costeira enquanto em reas mais interioranase mais
secas a flora diversa, o que confirmado pordiferentes autores que
estudaram o componente arbreona regio (Tavares et al. 2000, Rodal
& Nascimento2002, Andrade & Rodal 2004, Ferraz et al.
2004).
A conservao dessas florestas montanas crticauma vez que, de
acordo com Vasconcelos-Sobrinho(1971), no incio dos anos 70 havia
cerca de 8.569 km2nos estados do Cear, Rio Grande do Norte, Parabae
Pernambuco e que na atualidade, Tabarelli & Santos(2004)
comentam que restam apenas 2.626 km2 e quesomente 30,05 km2, que
corresponde a apenas 0,16%,esto em unidades de conservao.
Nessa perspectiva, foi investigada a composioflorstica de uma
floresta montana ombrfila do ParqueEcolgico Joo Vasconcelos
Sobrinho, Caruaru,Pernambuco, rea apontada como sendo de
prioridademxima para conservao, segundo o Workshopsobre reas
Prioritrias para a Conservao da MataAtlntica do Nordeste (SOS MATA
ATLNTICA1993), e comparar os resultados com os de outrasflorestas
montanas do nordeste do Brasil buscandoidentificar famlias de maior
riqueza nos diferenteshbitos.
Material e mtodos
rea de estudo - O Parque Ecolgico JooVasconcelos-Sobrinho conta
com 359 ha, em suamaioria com cobertura florestal contnua.
Localiza-sea 13 km da sede do municpio de Caruaru,
Pernambuco,microrregio do brejo pernambucano, nas serras queformam
o divisor dgua entre as bacias do Ipojuca eUna (CONDEPE 1993, CPRH
1994). umremanescente secundrio de floresta ombrfilamontana, com um
dossel em torno de 20 m de altura(Tavares et al. 2000), que,
segundo informaes dosmoradores locais, era ocupado por plantios de
cafsombreado at meados da dcada de 40 do sculoXX.
O parque localiza-se em terrenos de origem pr-cambriana
pertencentes ao complexo cristalino daBorborema, formado por
granodioritos com gradaopara granitos e tonolitos de colorao e
granulometriavariada (Andrade & Lins 1965, CPRH 1994).
Trata-sede um relevo residual (serra) sobre a superfcie
HOEHNEA p433a446.pmd 14/2/2008, 17:27434
-
M.J.N. Rodal & M.F. Sales: Flora vascular de uma floresta do
semi-rido nordestino 435
pediplanada do planalto da Borborema, com relevoondulado a forte
ondulado, variando de 800 a 950 mde altitude.
Os solos so profundos, predominando o PodzlicoVermelho-Amarelo
Distrfico Latosslico no topo dasserras; Podzlico Vermelho-Amarelo
Distrfico nasencostas; Planossolo Soldico, circundando a reaserrana
e Gley hmico e pouco hmico nos vales dasserras (CPRH 1994).
O clima bastante distinto em relao ao semi-rido que circunda a
serra, em funo da interaoda altitude e exposio ao fluxo de massas
de ar midoe da chamada precipitao oculta. O clima tropicalchuvoso
com vero seco (As), segundo o sistema declassificao de Kppen (CPRH
1994). A temperaturamdia de 24 C e a precipitao mdia anual
oscilaentre 650 a 900 mm, com perodo de maior pluviosidadeentre os
meses de abril e junho, com estao secavariando de cinco a sete
meses (CPRH 1994).
Coleta e tratamento de dados - Para olevantamento da flora
vascular foram realizadasexcurses mensais durante 12 meses. As
coletas dematerial botnico, com durao de dois dias, seguiramas
tcnicas usuais (Mori et al. 1989) e foram realizadasem trilhas no
interior da mata e caminhadas aleatriasnas bordas. As exsicatas
foram processadas edepositadas no herbrio PEUFR
(ProfessorVasconcelos-Sobrinho) da Universidade Federal Ruralde
Pernambuco, com duplicatas encaminhadas adiversos especialistas
para confirmao ouidentificao, sendo as plantas com
sementesorganizadas por famlia de acordo com APG II (2003).As
plantas vasculares sem semente, aqui denominadasPteridfitas, foram
agrupadas nas famliasreconhecidas por Tryon & Tryon (1982). A
grafia eautoria das espcies foram confirmadas no site do
INPI(http://www.ipni.org/ipni/plantnamesearchpage.do). Asplantas
identificadas no nvel de subespcie foramconsideradas como taxa
distintos na lista florstica darea de estudo, que incluiu ainda
informaes de hbito(Font Quer 1977).
Os resultados foram comparados aos de outrasflorestas montanas
que tenham realizado levanta-mentos florsticos de todos os hbitos
de plantasvasculares (Ferraz 2002, Rodal & Nascimento
2002,Rodal et al. 2005, Lima 2006). Em seguida foramcomparadas as
listas das famlias com maior nmerode espcies arbreas em diferentes
levantamentosrealizados em florestas montanas do nordeste doBrasil
(Ferraz et al. 1998, Nascimento 2001, Ferraz
2002, Rodal & Nascimento 2002, Rodal et al. 2005,Lima
2006).
Resultados
Foram registradas 332 espcies/subespciespertencentes a 85
famlias (tabela 1). A tabela 2 mostraainda um quadro comparativo
com dados do nmerode espcies e famlias, proporo de espcies porhbito
e caractersticas do hbito da rea de estudo ede outras florestas
montanas do semi-rido querealizaram levantamento da flora
vascular.
Entre as espcies amostradas houve ocorrnciade uma Gymnospermae
(Podocarpus sellowii Klotzschex Endl) e quatro Pteridophyta:
Blechnum occidentaleL., Campyloneurum repens (Aubl.) C.
Presl.,Microgramma lycopodioides (L.) Copel. ePhlebodium aureum
(L.) J. Sm. Nas Angiospermae,destaque para Fabaceae com 51 espcies
seguida porAsteraceae (20), Rubiaceae (19), Solanaceae (14)
eMyrtaceae (13), que juntas totalizaram 35% dasespcies coletadas.
Ainda com relao s Angiospermaeocorreram 16 famlias de
monocotiledneas(Alstroemeriaceae, Amaryllidaceae,
Arecaceae,Bromeliaceae, Commelinaceae, Costaceae,Cyperaceae,
Dioscoreaceae, Gesneriaceae,Heliconiaceae, Marantaceae,
Orchidaceae, Poaceae,Pontederiaceae, Smilacaceae e Typhaceae),
totalizando57 espcies.
Dos hbitos encontrados, destaque para rvores,com 117 espcies
distribudas por 43 famlias, sendoque apenas duas Fabaceae e
Myrtaceae responderampor 36% das espcies do componente
arbreo.Fabaceae bastante freqente no dossel (Albiziapolycephala,
Dialium cf. guianense, Diplotropisincexis, Erythrina velutina,
Hymenolobiumjaneirense), juntamente com Tapirira guianensis
eThyrsodium schomburgkianum (Anacardiaceae),Cordia sellowiana
(Boraginaceae), Buchenaviacapitata (Combretaceae), Lamanonia
ternata(Cunoniaceae), Ocotea glomerata (Lauraceae),Eriotheca
crenulaticalyx (Malvaceae) e Guapiraopposita (Nyctaginaceae). Ainda
no componentearbreo, porm ocupando o subdossel, Myrtaceae temuma
posio de realce, principalmente pela riquezade Eugenia e Myrcia. A
tabela 3 indica as famliasmais importantes desse componente e tambm
deoutras florestas montanas no nordeste.
Os arbustos e subarbustos correspondem aosegundo componente com
maior nmero de espcies,95 distribudas em 25 famlias. Asteraceae e
Solanaceae
HOEHNEA p433a446.pmd 15/2/2008, 08:35435
-
436 Hoehnea 34(4): 433-446, 2007
Tabela 1. Lista das plantas vasculares do Parque Ecolgico
Municipal Vasconcelos Sobrinho, Caruaru, Pernambuco, Brasil. O
materialbotnico est depositado no herbrio Professor Vasconcelos
Sobrinho (PEUFR). H hbito: ARB - arbusto, SUB subarbusto, AR
-rvore, ER - erva terrestre, ER-E - erva epfita, ER-H - erva
hemiparasita, ER-A - erva aqutica, T trepadeira. CN iniciais do
coletorcoletor e nmero de coleta. Especialistas, e seus respectivos
herbrios, que auxiliaram na determinao de todos ou parte dos taxa
estolistados aps cada famlia. AG - Alexandre Gomes, AL - A.
Laurnio, AM - A.B. Marcon, CA - C. Arajo, CZ - C.S. Zickel, EA -
E.B.Almeida, EI - E. Incio, EM - E. Menezes, ER - E.H. Rodrigues,
ES - E.B. Souza, FV - F.M.O. Villarouco, JC - J.R.R. Cantarelli, KA
-K. Andrade, LS - L.F. Silva, MB - M. Borges, MCS - M.B. Costa e
Silva, MH - M.J. Hora, ML - M.F.A. Lucena, MM - M.R.C. Salesde
Melo, MO - M. Oliveira, MR - M.J.N. Rodal, MS - M.F. Sales, MT -
M.C. Tsch, SL - S.S. Lira, SM - S. Mayo, ZT - Z. Travassos.As
informaes das coletas de CT (Maria Cristina Tavares) foram
retiradas do artigo Tavares et al. (2000). Especialistas que
auxiliaramna determinao de todos ou parte dos taxa esto listados
aps cada famlia.
Famlia/Espcie H CN
ANGIOSPERMASAcanthaceae (D. Wasshausen - US)
Dicliptera ciliaris Juss. ER MT 7Hygrophila brasiliensis
(Spreng.) Lindau ER MS 277Lychniothyrsus mollis Lindau ER LS
86Ruellia cearensis Lindau ER MS 401Ruellia aff. cearensis Lindau
ER AM 81Ruellia devosiana Hort. Makoy ex E. Morr. SUB MT 274Ruellia
ochroleuca Mart. ex Nees ER MM 209Ruellia paniculata L. ARB MCS
204
Amaryllidaceae (P. Wilkin - K)Hippeastrum aulicum Herb. ER CZ
3
Alstroemeriaceae (P. Wilkin - K )Bomarea salsilloides M. Roem.
ER MO 64
AnacardiaceaeTapirira guianensis Aubl. AR CT 15Thyrsodium
schomburgkianum Benth. AR CT 26
AnnonaceaeGuatteria sp.1 AR CT 196Guatteria sp. 2 AR CT 72
Apiaceae (M.F. Sales - PEUFR)Spananthe paniculata Jacq. ER MCS
200
Apocynaceae (M.F. Sales - PEUFR)Asclepias curassavica L. ARB EM
71Blepharodon nitidum (Vell.) J.F. Macbr. T LS 109Mandevilla
lasiocarpa Malme T MT 314Matelea maritima subsp. glanglinosa
(Vell.) Fontella T JC 66Peltastes peltatus (Vell.) Woodson T MT
591
Aquifoliaceae (S. Andrews - K)Ilex sp. AR CT 141
Araceae (S.J. Mayo - K)Anthurium aff. pentaphyllum G. Don T SM
1030Anthurium scandens (Aubl.) Engl. ER-E MM 135Asterostigma
riedelianum Kuntze ER SM 1044Monstera adansonii Schott ER-E MT
320Philodendron leal costae Mayo & G.M. Barroso ER-E EA
1Philodendron aff. longilaminatum Schott T MM 39Philodendron
pedatum (Hook.) Kunth T MR 864
AraliaceaeSchefflera morototoni (Aubl.) Maguire, Steyerm. &
Frodin AR CT 115
ArecaceaeAttalea oleifera Barb. Rodr. AR CT 208
Asteraceae (D.J.N. Hind - K, H. Robinson - US)Ageratum
conyzoides L. SUB MM 208Austroeupatorium inulifolium (Kunth) R.M.
King & H. Rob. SUB MT 583Baccharis oxyodonta DC. SUB MT 99
continua
HOEHNEA p433a446.pmd 14/2/2008, 17:27436
-
M.J.N. Rodal & M.F. Sales: Flora vascular de uma floresta do
semi-rido nordestino 437
Tabela 1 (continuao)
Famlia/Espcie H CN
Baccharis serrulata Pers. SUB MT 58Centratherum punctatum Cass.
ER MB 36Conocliniopsis prasiifolia (DC.) R.M. King & H. Rob.
SUB CA s/nConyza bonariensis (L.) Cronquist ER MB 1Delilia biflora
(L.) Kuntze SUB MS 252Diacranthera cf. crenata (Schltdl. ex Mart.)
R.M. King & H.Rob. ARB MS 405Eclipta prostrata (L.) L. ER MM
57Emilia sonchifolia (L.) DC. ER MM 118Gochnatia oligocephala
(Gardner) Cabrera ARB MB 41Mikania cf. hemisphaerica Sch. Bip. T MR
245Trixis antimenorrhoea (Schrank) Mart. ex Baker SUB CA s/nTrixis
divaricata (Kunth) Spreng. T MT 611Verbesina macrophylla S.F. Blake
SUB MT 192Vernonia acutangula Gardner ARB MT 268Vernonia brasiliana
(L.) Druce ARB KA 212Vernonia cf. scorpioides (Lam.) Pers. ARB AL
225Wulffia baccata (L.) Kuntze SUB MM 103
Bignoniaceae (L. Lohmann - USP)Lundia cordata DC. T MR
237Pyrostegia venusta Miers T MT 312Tabebuia ochracea (Cham.)
Standl. AR DS 55
Boraginaceae (M. Rodal - PEUFR)Cordia discolor Cham. ARB FV
147Cordia polycephala (Lam.) I.M. Johnst. ARB MT 492Cordia
sellowiana Cham. AR CT 82
Brassicaceae (M.F. Sales - PEUFR)Lepidium bonariense L. ER MCS
199
Bromeliaceae (M.G.L. Wanderley - SP)Bromelia plumieri (E.
Morren) L.B. Sm. ER DS 20Canistrum aff. aurantiacum E. Morren ER-E
EI 28Portea leptantha Harms ER DS 20Hohenbergia ramageana Mez in C.
DC. ER MT 365
Cactaceae (N.P.Taylor - K)Epiphyllum phyllanthus (L.) Haw. ER-E
MM 93
Campanulaceae (M.F. Sales - PEUFR)Centropogon cornutus (L.)
Druce SUB MT 109
Cannabaceae (M. Rodal - PEUFR)Trema micrantha (L.) Blume AR MR
241
Caryophyllaceae (M.F. Sales - PEUFR)Drymaria cordata Willd. ex
Schult. ER MCS 201
Celastraceae (M. Rodal - PEUFR)Maytenus sp. AR MT 172
Chrysobalanaceae (G.T. Prance - K)Licania octandra Kuntze AR CT
74
Clusiaceae (V. Bittrich - UEC)Clusia dardanoi G. Mariz &
Maguire AR FV 156
Combretaceae (M.I. Bezerra Loyola - PEUFR)Buchenavia capitata
Eich. AR CT 210
Commelinaceae (R.C. Barreto - UFP)Dichorisandra hexandra (Aubl.)
Standl. ER MT 768
Convolvulaceae (M.F. Sales - PEUFR)Merremia macrocalyx (Ruz
& Pav.) O Donell T MT 345
Costaceae (J. Colley - K)Costus brasiliensis K. Schum. SUB MT
95Costus spiralis Rosc. var. spiralis SUB MT 778
Cucurbitaceae (M.F. Sales - PEUFR)Gurania bignoniacea (Poepp.
& Endl.) C. Jeffrey T MT 809
continua
HOEHNEA p433a446.pmd 14/2/2008, 17:27437
-
438 Hoehnea 34(4): 433-446, 2007
Tabela 1 (continuao)
Famlia/Espcie H CN
Gurania subumbellata (Miq.) Cogn. T MR 550Cunoniaceae (C.S.
Zickel - PEUFR)
Lamanonia ternata Vell. AR CT 60Cyperaceae (MT. Stong - US, D.
Simpson - K)
Becquerelia cymosa Brongn. ER SM 901Becquerelia merkeliana Nees
ER MT 335Bulbostylis consanguinea Nees ER SS s/nCyperus odoratus L.
ER MM 80Fuirena umbellata Rottb. ER MO 286Scleria arundinacea Kunth
ER MR 216Scleria latifolia Sw. ER MT 311Scleria panicoides Kunth ER
AM 52
Dioscoreaceae (G. Pedralli - HXBH)Dioscorea adenocarpa Mart. T
MS s/nDioscorea demourae R. Knuth T MS 215Dioscorea dodecaneura
Vell. T MS 219Dioscorea ovata Vell. T MS 289Dioscorea polygonoides
Humb. & Bonpl. ex Willd T KA 60
Elaeocarpaceae (M.F. Sales - PEUFR)Sloanea guianensis Benth. AR
CT 83Sloanea obtusifolia K. Schum. AR CT 76
Erythroxylaceae (M.I. Bezerra Loyola - PEUFR)Erythroxylum aff.
citrifolium A.St.-Hil. ARB CT 106Erythroxylum mucronatum Benth. ARB
MB 3Erythroxylum revolutum Mart. ARB MCS s/n
Euphorbiaceae (M.F. Sales - PEUFR)Alchornea triplinervia Mull.
Arg. AR CT 040Aparisthmium cordatum Baill. ARB CT 12Croton
rhamnifolius Kunth ARB MT 362Croton rhamnifolius var. moritibensis
(Baill.) Mll. Arg. ARB MS 272Dalechampia cf. brasiliensis Lam. T MT
165Euphorbia pulcherrima Willd. ex Klotzsch ARB EM 70Mabea
occidentalis Benth. AR CT 63Pogonophora schomburgkiana Miers ex
Benth. AR CT 238
Fabaceae (R.Barneby - NY, G.P. Lewis - K, L. Rico - K)Acacia
paniculata Willd. AR MS 287Acacia polyphylla DC. AR MB 6Acacia sp.
AR CT 228Acosmium sp. AR CT 99Albizia polycephala (Benth.) Killip.
ex Record AR CT 224Bocoa mollis (Benth.) R.S. Cowan ARB EI
227Crotalaria cf. mucronata Desv. ER KA 211Crotalaria vitellina Ker
Gawl. SUB MB 43Desmanthus virgatus (L.) Willd. SUB MO 125Desmodium
axillare (Sw.) DC. ER MB s/nDesmodium glabrum (Mill.) DC. ER MS
242Dialium cf. guianense (Aubl.) Sandw. AR CT 288Dioclea virgata
(Rich.) Amshoff T MS 453Diplotropis incexis Rizzini & A. Mattos
AR CT 215Erythrina velutina Willd. AR MT 363Hymenolobium janeirense
Kuhlm. AR CT 53Indigofera hirsuta L. ARB MS 254Indigofera
suffruticosa Mill. ARB MT 798Inga cf. bahiensis Benth. AR CT
171Inga striata Benth. AR MT 364Inga subnuda Salzm. ex Benth. AR DS
53Inga thibaudiana DC. AR CT 221
continua
HOEHNEA p433a446.pmd 14/2/2008, 17:27438
-
M.J.N. Rodal & M.F. Sales: Flora vascular de uma floresta do
semi-rido nordestino 439
Tabela 1 (continuao)
Famlia/Espcie H CN
Inga sp. AR CT 143Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld AR CT
212Macroptilium lathyroides (L.) Urb. SUB EM 66Macrosamanea
pedicellaris (DC.) Kleinh. AR CT 142Mimosa arenosa var. arenosa
Poir. AR MT 280Mimosa rixosa Mart. ARB AG 201Mimosa sensitiva L. T
AM 100Ormosia fastigiata Tul. AR CT 70Periandra coccinea (Schard.)
Benth. T MT 190Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke ARB DS
32Piptadenia cf. viridiflora (Kunth) Benth. AR AM 101Poiretia
punctata (Willd.) Desv. T MS 269Rhynchosia minima (L.) DC. T MS
445Rhynchosia phaseoloides (Sw.) DC. T MB s/nSenna aversiflora
(Herb.) H.S. Irwin & Barneby ARB MS 211Senna georgica H.S.
Irwin & Barneby var. georgica AR FV 150Senna macranthera (DC.
ex Collad.) H.S. Irwin & Barneby var. macranthera AR FV 96Senna
macranthera var. pudibunda (Mart. ex Benth.) H.S. Irwin &
Barneby ARB FV 58Senna occidentalis (L.) Link ARB MM 40Senna
spectabilis var. excelsa (Schrad.) H.S. Irwin & Barneby AR DS
30Senna spectabilis (DC.) H.S. Irwin & Barneby var. spectabilis
AR MR 553Stryphnodendron pulcherrimum (Willd.) Hochr. AR CT
81Stylosanthes scabra Vogel ER MB 42Swartzia flaemingii Raddi AR MT
810Swartzia macrostachya Benth. AR MB 5Swartzia pickelli Killip. ex
Ducke AR CT 66Vigna vexillata (L.) A. Rich. T ZT 235Vigna sp. T MM
123
Fabaceae 1 AR CT 51Gentianaceae (P.J. Maas - U)
Irlbachia purpurascens (Aubl.) Maas ER MS 208Gesneriaceae (A.P.
Chautems - G)
Paliavana tenuiflora Mansf. ER FV 56Heliconiaceae (P. Wilkin -
K)
Heliconia angustifolia Hook. SUB MT s/nHeliconia psittacorum L.
f. SUB MT 96
Hypericaceae (M.F. Sales - PEUFR)Vismia guianensis (Aubl.) Pers.
AR MT 568
LacistemataceaeLacistema robustum Schnizl. ARB CT 42
Lauraceae (H.Van der Werff - MO)Cinnamomum chana Vattimo-Gil. AR
CT 3Nectandra cuspidata (Nees et Mart.) Nees AR CT 68Ocotea cf.
bracteosa (Meisn.) Mez AR CT 121Ocotea glomerata (Ness) Mez AR CT
80Ocotea cf. limae Vattimo-Gil AR CT 62Ocotea pretiosa (Nees) Mez
AR CT 6
Loranthaceae (B.L.Stannard - K)Struthanthus marginatus (Desr.)
Blume ER-H MS 448
Lythraceae (T. Cavalcanti - CEN)Cuphea carthagenensis (Jacq.)
J.F. Macbr. ER FV 65Cuphea punctulata Koehne ER ML 75Cuphea
racemosa (L.f.) Spreng. ER MM 201
Malpighiaceae (W.R.A. Anderson - MICH, M.C.H. Mamede -
SP)Byrsonima crispa A. Juss. AR MR 551Byrsonima sericea DC. AR MR
555Tetrapterys aff. discolor (G. Mey.) DC. SUB SL 31
continua
HOEHNEA p433a446.pmd 14/2/2008, 17:27439
-
440 Hoehnea 34(4): 433-446, 2007
Tabela 1 (continuao)
Famlia/Espcie H CN
Malvaceae (A. Krapovickas - CTES, P.A. Fryxell - NY)Corchorus
tortipes St.-Hil. SUB EM 72Eriotheca crenulaticalyx A. Robyns AR CT
52Pavonia blanchetiana Miq. SUB FV 112Sida galheirensis Ulbr. SUB
MS 274Sida salzmannii Monteiro SUB MS 465Sidastrum micranthum (A.
St.-Hil.) Fryxell SUB MS 274Sidastrum paniculatum (L.) Fryxell SUB
MS 280
Marantaceae (K.Y. Arns - IPA)Stromanthe tonckat (Aubl.) Eich. ER
MR 228
Melastomataceae (S. Renner - MAINZ)Clidemia cf. capitellata
(Bonpl.) D. Don ARB MS 267Clidemia debilis Crueg. ARB EI
226Clidemia hirta (L.) D. Don ARB MS 227Miconia calvescens Schrank
& Mart. ex DC. AR MS 475Miconia cf. cuspidata Mart. ex Naudin
AR MT 270Miconia cf. dodecandra Cogn. AR AM 85Miconia cf. falconi
Brade AR MR 404Miconia guianensis (Aubl.) Cogn. ARB MR 401Miconia
leandroides Cogn. & Gleason ex Gleason ARB MT 201Miconia cf.
minutiflora (Bonpl.) DC AR MT 326Miconia nervosa (Sm.) Triana ARB
MT 783Tibouchina multiflora (Gardn.) Cogn. ARB MT 336
Meliaceae (M.F. Sales - PEUFR)Cedrela fissilis Vell. AR MT
354Cedrela odorata L. AR CT 217Cedrela sp. AR CT 21Guarea
macrophylla Vahl AR MT 573Guarea sp. AR CT 163
MoraceaeBrosimum sp. AR CT 65Ficus cf. maxima P. Miller AR CT
240Sorocea ilicifolia Miq. AR CT 101Sorocea sp. AR CT 147
MyristicaceaeVirola gardneri (DC.) Warb. AR CT 79
Myrsinaceae (M. Rodal - PEUFR)Rapanea cf. gardneri (A. DC.) Mez
AR MR 231Rapanea guianensis Aubl. AR MT 346
Myrtaceae (G.M. Barroso - RB)Eugenia ligustrina (Sw.) Willd. AR
SM 1001Eugenia mimus Mc Vaugh AR MR 552Eugenia punicifolia (Kunth)
DC. AR MB 9Eugenia sp. AR CT 155Myrcia alagoensis O. Berg AR CT
230Myrcia amazonica DC. AR MB 10Myrcia fallax (Rich.) DC. AR MT
601Myrcia sylvatica (G. Mey.) DC. AR MT 490Myrcia tomentosa (Aubl.)
DC. AR MT 616Psidium guianense Pers. AR MT 805Syzygium jambos (L.)
Alston AR MR 405
Myrtaceae1 AR CT 91Myrtaceae2 AR CT 71Nyctaginaceae
Guapira opposita (Vell.) Reitz AR CT 33Guapira sp. 1 AR CT
233Guapira sp. 2 AR CT 13
continua
HOEHNEA p433a446.pmd 14/2/2008, 17:27440
-
M.J.N. Rodal & M.F. Sales: Flora vascular de uma floresta do
semi-rido nordestino 441
com 14 e 13 espcies, respectivamente, so as famliascom maior
nmero de espcies, sendo tpicas dasclareiras e bordas, especialmente
os diversosrepresentantes do gnero Solanum. Em seguida
ocorreRubiaceae com 12 espcies dos gneros Chiococca,Coutarea,
Ixora, Palicourea e Psychotria. As espciesdesse ltimo gnero formam
populaes caractersticasdo interior do fragmento. Juntas, essas trs
famliasrespondem por cerca de 50% das espcies dessecomponente.
Em seguida aparece o componente herbceocom 83 espcies
distribudas em 29 famlias, a maioriaterrestre (67), sendo que cinco
(Poaceae,Orchidaceae, Cyperaceae, Acanthaceae eFabaceae) perfazem
50% das espcies. Cabeenfatizar que as ervas epfitas concentraram-se
emquatro famlias: Orchidaceae, Araceae, Cactaceaee Bromeliaceae. A
maior parte das ervas terrestresfoi coletada na borda ou em
clareiras no interior dofragmento. Habenaria obtusa e H.
petalodes(Orchidaceae) e Dichorisandra hexandra(Commelinaceae) so
tpicas das reas sombreadasda floresta.
Entre as trepadeiras, com 37 espcies em 14
famlias, destaca-se Fabaceae com seis espcies dosgneros Dioclea,
Mimosa, Poiretia, Rhynchosia eVigna, seguida por Dioscoreaceae
(cinco espcies) eSapindaceae e Araceae, ambas com trs espcies.As
Fabaceae foram observadas especialmente nasbordas e clareiras,
formando, juntamente, comClematis dioica (Ranunculaceae), populaes
tpicasdas reas mais abertas enquanto as populaes deDioscoreaceae
(Dioscorea adenocarpa,D. demourae, D. dodecaneura, D. ovata eD.
polygonoides) ocorreram no interior da floresta.
Discusso
Componente arbreo - De um modo geral os dadossugerem que a
proporo de espcies arbreas degrande porte na flora total diminui
que medida queas serras se distanciam do litoral (tabela 2).
Acontribuio cai de 65% na floresta ombrfila do Brejode So Vicente
Frrer (Ferraz 2002), situada a 50 kmda costa, passando para 35% na
rea de estudo,distante 150 km do litoral, e 27% na floresta
estacionalsemidecidual de Serra Negra (Rodal & Nascimento2002),
localizada a 400 km do oceano. Entretanto,
Tabela 1 (continuao)
Famlia/Espcie H CN
OchnaceaeOuratea sp. AR CT 159
Onagraceae (M. Rodal - PEUFR)Ludwigia octovalvis (Jacq.) Raven
ARB MS 235
Tabela 2. Dados da composio florstica, hbito e do ambiente das
reas estudadas em florestas montanas do nordeste do Brasil.SVF -
Ferraz (2002), BC - neste trabalho, BO - Rodal et al. (2005), SN -
Rodal & Nascimento (2002), SA - Lima (2006), OM -
florestaombrfila, ES - estacional.
Dados SVF BC BO SN SA
Tipo de floresta O M O M O M ES ESNmero de espcies 375 332 217
245 104Nmero de famlias 94 90 65 74 40rvores (%) 65 35 5 27
42Epfitas e hemiparasitas (%) 15 11 11 18 0Ervas (%) 6 21 38 11
7Arbustos/Subarbustos (%) 12 28 24 26 37Trepadeiras (%) 2 4 22 18
14Distncia litoral (km) 50 150 136 400 320Altitude (m) 600 800 550
800 650Precipitao mdia anual (mm) 1032 650-900 1100 900
1044Temperatura mdia anual (C) 24,1 24 - 25,3 24,8
HOEHNEA p433a446.pmd 14/2/2008, 17:27441
-
442 Hoehnea 34(4): 433-446, 2007
vale a pena destacar que na floresta estacional decidualde Serra
das Almas, Cear (Lima 2006), situada a 320km da costa atlntica,
houve 42% de espcies arbreas,todavia em sua maioria absoluta
microfanerfitos (at8 m de altura), o que no ocorreu nas outras
florestasacima mencionadas, onde o dossel est entre 18 e 22m de
altura. A baixa proporo de espcies arbreasna floresta ombrfila
montana de Bonitoprovavelmente se deve a pouca conservao de
seusfragmentos (Rodal et al. 2005).
Fabaceae e Myrtaceae esto presentes em todosos levantamentos
florsticos de florestas montana daregio, sempre entre as famlias de
maior riqueza(tabela 3). Bignoniaceae e Salicaceae tm maiorriqueza
nas florestas mais secas enquantoBurseraceae, Clusiaceae,
Melastomataceae,Lauraceae, Sapotaceae, Moraceae e Meliaceae nasmais
midas. Essas ltimas cinco famlias tambm tmmaior riqueza nas
florestas das terras baixas, muitasvezes com as mesmas espcies,
como j observadopor Tavares et al. (2000). A respeito de florestas
secasneotropicais, Gentry (1995) cita Fabaceae,Bignoniaceae,
Salicaceae, entre outras, como sendoas famlias mais ricas em
espcies. Cabe destacar que
no caso das famlias com maior riqueza de espciesarbreas das
florestas estacionais (tabela 3),especialmente nas deciduais
(Ferraz et al. 1998, Lima2006), houve uma tendncia de haver poucas
espciespor famlia e que isso no parece ser um problema decoleta e
sim uma caracterstica dessas florestas.
No contexto da regio do semi-rido nordestino,Fabaceae famlia com
maior riqueza de espcies nacaatinga propriamente dita, a qual est
assentadaprincipalmente nos terrenos expostos e erodidos dadepresso
sertaneja (Andrade-Lima 1981) e nasflorestas montanas em reas
sedimentares (Rodal &Nascimento 2002) ou instaladas no
cristalino (Ferrazet al. 1998) ou quer sejam mais midas (Tavares et
al.2000, Ferraz 2002) ou mais secas (Lima 2006). Almdisso, deve-se
destacar que h uma substituio deespcies da caatinga (terrenos mais
baixos), para asflorestas montanas, semelhante ao relatado
porGillespie et al. (2000) nas florestas da secas da CostaRica e
Nicargua. Essa famlia tambm ocupa posiode destaque nas florestas
midas da Amaznia Central(Ferreira & Prance 1998), da costa
atlntica do sudestebrasileiro (Scudeller et al. 2001) e em
florestas secasda Costa Rica e Nicargua (Gillespie et al.
2000).
Tabela 3. Famlias com maior nmero de espcies arbreas em
diferentes levantamentos de florestas montanas do nordeste do
Brasil.OM - floresta ombrfila, ES - estacional semidecidual, ED -
estacional decidual, SVF - Ferraz (2002), BC - este trabalho, BO -
Rodalet al. (2005), SN - Rodal & Nascimento (2002), TR1 e TR2 -
Ferraz et al. (1998), BMD - Nascimento (2001), SA - Lima (2006).
Osmbolo - significa que a famlia no esteve entre as de maior nmero
de espcies e no sua ausncia no levantamento.
Famlia/levantamento SVF BC BO SN TR1 BMD TR2 SA(OM) (ES)
(ED)
Myrtaceae 21 13 11 6 9 12 6 4Fabaceae 25 28 11 11 10 3 3
9Rubiaceae 19 6 - 6 5 3 4Sapindaceae 9 5 - 4 4 5 - -Sapotaceae 13 -
- - - - - -Euphorbiaceae - - - - 4 - 5 2Melastomataceae 8 5 - 4 - -
-Burseraceae 8 - - - - - - -Clusiaceae 8 - - - - - - -Lauraceae 14
6 - - - - - -Moraceae 11 - - - - - - -Celastraceae - - 3 - - - -
-Apocynaceae - - 3 - - - - 2Meliaceae 8 5 - - - - - -Bignoniaceae -
- - - - - 3 2Salicaceae - - - - - 4 - -Malpighiaceae - - 4 - - 3 -
-Ochnaceae - - - - - - - 2Combretaceae - - - - - - - 2Myrsinaceae -
- - 3 - - - -
HOEHNEA p433a446.pmd 14/2/2008, 17:27442
-
M.J.N. Rodal & M.F. Sales: Flora vascular de uma floresta do
semi-rido nordestino 443
Segundo Mori et al. (1983) e Peixoto & Gentry(1990)
Myrtaceae tem grande importncia florsticaem toda costa brasileira,
devido elevada riqueza deespcies. No caso do semi-rido, vale a pena
apontara riqueza desse txon em tipos vegetacionais instaladossobre
reas sedimentares, quer florestas montanas(Rodal & Nascimento
2002, Lima 2006) ou tiposvegetacionais no florestais como o
carrasco e outrostipos vegetacionais presentes nessas
reassedimentares (Oliveira et al. 1997, Rodal et al. 1998,Arajo
& Martins 1999, Lemos & Rodal 2002, Gomeset al. 2006), e em
florestas montanas do cristalino(Tavares et al. 2000, Rodal et al.
2005). Todavia, nacaatinga propriamente dita, essa famlia tem
sidoregistrada apenas nas reas que apresentam maiorumidade como a
regio do agreste (Pereira et al.2002, Alcoforado-Filho et al. 2003,
Loureno &Barbosa 2003) ou prximas a chapadas (Tavares et
al.1969).Componente no arbreo - O reduzido nmero delevantamentos
avaliando o componente no arbreodificulta uma maior discusso dos
padres florsticosnas florestas da regio. Nas florestas montanas
dosemi-rido nota-se que a contribuio percentual dosarbustos e
subarbustos na flora total duas vezesmaior na estacional mais
interiorana estudada por Lima(2006), que na ombrfila mais prxima
costaatlntica analisada por Ferraz (2002) (tabela 2). possvel que
tal padro se justifique pela maiorpenetrao de luz nas florestas
estacionais, devido aodossel ser mais aberto, bem como por se
tratar de umambiente mais seco. Todavia, deve-se destacar queem
Bonito e na rea de estudo, no respondem a essepadro, provavelmente
por serem florestas montanassecundrias, como j mencionado
anteriormente.
Das famlias com maior riqueza de espcies entreos arbustos e
subarbustos, Rubiaceae caractersticada vegetao do sub-bosque em
muitas florestas(Kinupp & Magnusson 2005). Nota-se
quePsychotria, txon citado por Joly et al. (1991) comofreqente no
estrato arbustivo da floresta ombrfilacosteira, tem elevada riqueza
de espcies nas florestasmontanas mais midas como a rea de estudo e
SoVicente Frrer (Ferraz 2002) e poucas espcies nasflorestas
montanas mais secas (Rodal & Nascimento2002). Outras famlias
importantes como Asteraceaee Solanaceae so consideradas tpicas de
ambientesmais alterados como atesta o trabalho de Liebsch &Acra
(2004) em uma floresta do Paran. Vale destacarque muitas das
espcies dessas duas ltimas famlias
so tambm encontradas em reas de caatinga querodeiam as florestas
montanas.
O nmero de espcies do componente herbceoterrestre (66 spp.) bem
maior que as 21 espciescitadas por Ferraz (2002) em uma floresta
ombrfilamontana e as sete espcies registradas em apenasum hectare
de uma floresta estacional decidual daSerra das Almas, Cear, por
Lima (2006). Enquantopouco se sabe sobre as herbceas presentes
nasflorestas montanas, o conhecimento da flora dacaatinga, vegetao
que circunda essas florestasmontanas, indica que na caatinga os
valores de riquezade herbceas so altos (Arajo et al. 2005, Pessoaet
al. 2004 e Costa et al. 2006).
Das famlias com maior nmero de espcies entreas herbceas
terrestres da rea de estudo, Poaceae eCyperaceae so tambm
importantes componentesno sub-bosque de vrios tipos de florestas
(Vieira &Pessoa 2001, Meira-Neto & Martins 2003) e
comformaes abertas como o cerrado (Rizzini 1979) ecaatinga (Arajo
et al. 2005).
Com relao s herbceas epfitas coletadas,destaque para
Orchidaceae. Gentry & Dodson (1987)notam tratar-se de um txon
conhecido por sua elevadariqueza de epfitos vasculares e que supera
todos osoutros grupos de plantas em nmero de espciesepifticas nos
trpicos e subtrpicos. A respeito dariqueza de epfitas, Gentry
(1995) ressalta que essegrupo tem maior riqueza nas florestas midas
que nassecas. Ao contrrio do esperado, a maior riqueza deherbceas
epfitas ocorreu na floresta estacionalmontana de Serra Negra (Rodal
& Nascimento 2002)e no nas ombrfilas (neste trabalho, Ferraz
2002).Possveis explicaes podem passar pelo levantamentodetalhado
das epfitas que houve na floresta montanade Serra Negra ou ainda
pelo bom estgio deconservao dessa floresta. A esse respeito,
Xavier& Barros (2005) observam o carter secundrio
doremanescente do Parque Ecolgico Joo VasconcelosSobrinho, o qual
teria no passado uma pteridoflora maisrica. Cabe ainda enfatizar
que na caatinga a riquezade epfitas muito reduzida, com destaque
apenas parao gnero Tillandsia (Bromeliaceae), como
argumentaAndrade-Lima (1981).
A comparao da contribuio das trepadeirasna flora total das
florestas montanas mostra que hacentudas mudanas entre ombrfilas
(neste trabalho,Ferraz 2002) e as estacionais (Rodal &
Nascimento2002, Lima 2006). possvel que a proporo de trepa-deiras
nas florestas acima citadas tambm tenha haver
HOEHNEA p433a446.pmd 14/2/2008, 17:27443
-
444 Hoehnea 34(4): 433-446, 2007
com seu estado de conservao uma vez que o estdiosucessional pode
ter influencia na sua abundncia eriqueza de espcies (Schnitzer
& Bongers 2002).
As informaes disponveis sobre as florestasmontanas situadas nas
serras do semi-rido, advindasde diversos levantamentos, apontam que
a coberturavegetal dessas serras varia de florestas
ombrfilas,passando de semideciduais a deciduais. Desta forma,o
conceito de floresta montana abriga uma srie detipologias. Cabe
ainda destacar que uma dessastipologias, os chamados brejos de
altitude (florestasombrfilas em serras do semi-rido), tm sido
citadosequivocadamente como sinnimo das florestasmontanas como um
todo.
Parece haver uma tendncia de diminuio naproporo das rvores de
grande porte na flora total medida que essas florestas montanas se
distanciamdo litoral, e um aumento na riqueza de arbustos
esubarbustos. Para compreender a distribuio e ospadres de riqueza
das florestas montanas necessrio conhecer, entre outros aspectos,
sua altitudee exposio aos ventos midos, ou a interao dessesfatores,
alm de informaes sobre a geologia, ohistrico de uso dessas reas, o
tipo e a profundidadedo solo, a altitude e exposio da superfcie na
qualesta assentada a serra, distncia do oceano, etc.
Agradecimentos
A Darwin Initiative e ao CNPq pelo financiamentodo projeto
Composio florstica e diversidade dosbrejos de altitude de
Pernambuco. equipe do projetopelo auxilio na coleta de material
botnico e a S.J.Mayo e G.T. Prance, por seu apoio.
Literatura citada
Agra, M.F., Barbosa, M.R.V. & Stevens, W.D.
2004.Levantamento florstico preliminar do Pico do Jabre,Paraba,
Brasil. In: K.C. Porto, J.J.P. Cabral & M. Tabarelli(orgs.).
Brejos de Altitude em Pernambuco e Paraba:Histria Natural, Ecologia
e Conservao. Ministriodo Meio Ambiente, Braslia, pp. 122-138.
Alcoforado Filho, F.G., Sampaio, E.V.S.B. & Rodal,
M.J.N.2003. Florstica e fitossociologia de um remanescentede
vegetao caduciflia arbrea em Caruaru,Pernambuco. Acta Botanica
Brasilica 17: 287-303.
APG II. 2003. An update of the Angiosperm PhylogenyGroup
classification for the orders and families offlowering plants: APG
II. Botanical Journal of theLinnean Society 141: 399-436.
Andrade, K.V.S & Rodal, M.J.N. 2004. Fisionomia e
estrutura de um remanescente de floresta estacionalsemidecidual
de terras baixas no nordeste do Brasil.Revista Brasileira de
Botnica 27: 463-474.
Andrade, G.O. & Lins, R.C. 1965. Introduo amorfoclimatologia
do nordeste do Brasil. Arquivos doInstituto de Cincias da Terra 4:
17-28.
Andrade-Lima, D. 1981. The caatingas dominium. RevistaBrasileira
de Botnica 4: 149-153.
Andrade-Lima, D. 1982. Present-day forest refuges inNortheastern
Brazil. In: G.T. Prance (ed.). Biologicaldiversification in the
tropics. The New York BotanicalGarden, New York, pp. 245-51.
Arajo, E.L., Silva, K.A., Ferraz, E.M.N., Sampaio, E.V.S.B.&
Silva S.I. 2005. Diversidade de herbceas emmicrohabitats rochoso,
plano e ciliar em uma rea deCaatinga, Caruaru, PE, Brasil. Acta
Botanica Brasilica19: 285-294.
Arajo, F.S. & Martins, F.R. 1999. Fisionomia eorganizao da
vegetao do carrasco no planalto daIbiapaba, Estado do Cear. Acta
Botanica Brasilica 13:1-14.
Barbosa, M.R.V., Agra, F.M., Sampaio, E.V.S.B., Cunha,J.P. &
Andrade, L.A. 2004. Diversidade florstica daMata de Pau Ferro,
Areia, Paraba. In: K.C. Porto, J.J.P.Cabral & M. Tabarelli
(orgs.). Brejos de Altitude emPernambuco e Paraba: Histria Natural,
Ecologia eConservao. Ministrio do Meio Ambiente, Braslia,pp.
111-122.
Cavalcante, A.M.B., Soares, J.J. & Figueiredo, M.A.
2000.Comparative phytosociology of tree sinusiae betweencontiguous
forests in different stages of succession.Revista Brasileira de
Biologia 60: 551-562.
CONDEPE. 1993. Perfil scio-demogrfico de Pernambuco,Recife.
Correia, M.S. 1996. Estrutura da vegetao da mata serranaem um
brejo de altitude em Pesqueira-PE. Dissertaode Mestrado,
Universidade Federal de Pernambuco,Recife.
Costa, R.C., Arajo, F.S. & Lima-Verde, L.W. 2006. Floraand
life form spectrum in an area of a thorn deciduouswoodland
(caatinga) of Northeastern, Brazil. Journal ofArid Environments 68:
237-247.
CPRH. 1994. Diagnstico para recuperao do ParqueEcolgico Joo
Vasconcelos-Sobrinho. Recife.
Ferraz, E.M.N. 2002. Florstica e fitossociologia de
umremanescente de floresta montana no municpio de SoVicente Frrer,
Pernambuco. Tese de doutorado,Universidade Federal de Pernambuco,
Recife.
Ferraz, E.M.N., Rodal, M J.N., Sampaio, E.V.S.B. &
Pereira,R.C.A. 1998. Variao florstica ao longo de um
gradientealtitudinal no alto vale do Paje, Pernambuco.
RevistaBrasileira de Botnica 21: 7-13.
HOEHNEA p433a446.pmd 14/2/2008, 17:27444
-
M.J.N. Rodal & M.F. Sales: Flora vascular de uma floresta do
semi-rido nordestino 445
Ferraz, E.M.N., Rodal, M.J.N. & Sampaio, E.V.S.B.2003.
Physiognomy and structure of vegetation alongan altitudinal
gradient in the semi-arid region ofNortheastern Brazil.
Phytocoenologia 33: 71-92.
Ferraz, E.M.N., Arajo, E.L. & Silva, S.I. 2004.
Floristicsimilarities between lowland and montane areas ofAtlantic
Coastal Forest in Northeastern Brazil. PlantEcology 174: 59-70.
Ferraz, E.M.N. & Rodal, M.J.N. 2006. Caracterizaofisionmica
- estrutural de um remanescente de florestaombrfila montana de
Pernambuco, Brasil. ActaBotanica Brasilica 20: 911-926.
Ferreira, L.V. & Prance, G.T. 1998. Species richness
andfloristic composition in four hectares in the Ja NationalPark in
upland forests in Central Amazonia. Biodiversityand Conservation 7:
1349-1364.
Font Quer, M.P. 1977. Diccionario de Botnica.
Lbor,Barcelona.
Gentry, A.H. 1995. Diversity and floristic composition
ofNeotropical dry forests. In: S.H. Bullock, H.A.Mooney & E.
Medina (eds.). Seasonally dry tropicalforests. Cambridge University
Press, Cambridge,pp. 146-194.
Gentry, A.H. & Dodson, C. 1987. Contribution of nontreesto
species richness of a tropical rain forest. Biotropica19:
149-156.
Gillespie, T.W., Grijalva, A. & Farris, C.N. 2000.
Diversity,composition, and structure of tropical dry forests
inCentral America. Plant Ecology 147: 37 - 47
Gomes, A.P.S., Rodal, M.J.N. & Melo, A L. 2006. Florsticae
Fitogeografia da vegetao arbustiva subcaducifliada chapada de So
Jos, Buque, Pernambuco-Brasil.Acta Botanica Brasilica 20: 1-12.
INPI. http://www.ipni.org/ipni/plantnamesearchpage.do(acesso em
25.09.2006).
Joly, A.B., Leito Filho, H.F. & Silva, S.M. 1991. O
patrimnioflorstico. In: I.G. Cmara (ed.). Mata Atlntica. SOS
MataAtlntica, So Paulo, pp. 96-128.
Kinupp, V.F. & Magnusson, W.E. 2005. Spatial patterns inthe
understorey shrub genus Psychotria in centralAmazonia: effects of
distance and topography. Journalof Tropical Ecology 21:
363-374.
Lemos, J.R. & Rodal, M.J.N. 2002. Fitossociologia
docomponente lenhoso de um trecho de vegetaoarbustiva espinhosa no
Parque Nacional Serra daCapivara, Piau, Brasil. Acta Botanica
Brasilica 16: 23-42.
Liebsch, D. & Acra, L.A. 2004. Riqueza de espcies
desub-bosque de um fragmento de floresta ombrfila mistaem Tijucas
do Sul, PR. Cincia Florestal 14: 67-76.
Lima, J.R. 2006. Florstica e estrutura da floresta
estacionaldecdua montana da Reserva Natural Serra das
Almas,municpio de Crates, Cear. Dissertao de Mestrado,Universidade
Federal Rural de Pernambuco, Recife.
Loureno, C.E.L. & Barbosa, M.R.V. 2003. Flora da
fazendaIpuarana, Lagoa Seca, Paraba: Guia de campo.
RevistaNordestina de Biologia 17: 25-60.
Lttge, U. 1997. Physiological ecology of tropical
plants.Springer-Verlag, Berlin.
Lyra, A.L.R.T. 1982. Efeito do relevo na vegetao de duasreas do
municpio do Brejo da Madre de Deus (PE).Dissertao de Mestrado,
Universidade Federal Ruralde Pernambuco, Recife.
Mayo, S.J. & Fevereiro, V.P.B. 1982. Mata de Pau-Ferro:
Apilot study of the Brejo Forest of Paraiba, Brazil. RoyalBotanic
Gardens, Kew.
Medina, E. 1995. Diversity of life forms of higher plants
inNeotropical dry forests. In: S.H. Bullock, H.A. Mooney& E.
Medina (eds.). Seasonally dry tropical forests.Cambridge University
Press, Cambridge, pp. 221-238.
Meira Neto, J.A.A. & Martins, F.R. 2003. Estrutura do
sub-bosque herbceo-arbustivo da Mata da Silvicultura,uma floresta
estacional semidecidual no municpio deViosa, MG. Revista rvore 27:
459-471.
Mori, S.A., Boom, B.M., Carvalino, A.M. & Santos, T.S.1983.
Ecological importance of Myrtaceae in a easternBrazilian wet
forest. Biotropica 15: 68-70.
Mori, S.A., Silva, L.A.M., Lisboa, G. & Coradin, L.
1989.Manual de manejo do herbrio fanerogmico. Centrode Pesquisas do
Cacau, Ilhus.
Moura, F.B.P. 1997. Fitossociologia de uma mata
serranasemidecdua no brejo de Jataba, Pernambuco, Brasil.Dissertao
de Mestrado, Universidade Federal dePernambuco, Recife.
Moura, F.B.P. & Sampaio, E.V.S.B. 2001. Flora lenhosa deuma
mata serrana semidecdua em Jataba, Pernambuco.Revista Nordestina de
Biologia 15: 77-89.
Nascimento, L.M. 2001. Caracterizao fisionmico-estrutural de uma
floresta montana do Brasil. Dissertaode Mestrado, Universidade
Federal Rural dePernambuco, Recife.
Oliveira, M.E.A., Sampaio, E.V.S.B., Castro, A.A.J.F.
&Rodal, M.J.N. 1997. Flora e fitossociologia de uma reade
transio carrasco-caatinga de areia em PadreMarcos, Piau. Naturalia
22: 131-150.
Peixoto, A.L. & Gentry, A. 1990. Diversidade e
composioflorstica da mata de tabuleiro na Reserva Florestal
deLinhares (Esprito Santo, Brasil). Revista Brasileira deBotnica
13: 19-25.
Pereira, I.M., Andrade, L.A., Barbosa, M.R.V. &
Sampaio,E.V.S.B. 2002. Composio florstica e anlisefitossociolgica
do componente arbustivo-arbreo deum remanescente florestal no
agreste paraibano. ActaBotanica Brasilica 16: 357-369.
Pessoa, L.M., Rodal, M.J.N., Silva, A.C.B.L. & Costa,
K.C.C.2004. Levantamento da flora herbcea em um trecho decaatinga,
RPPN Maurcio Dantas, Betnia/ Floresta,Pernambuco. Revista
Nordestina de Biologia. 18: 23-57.
HOEHNEA p433a446.pmd 14/2/2008, 17:27445
-
446 Hoehnea 34(4): 433-446, 2007
Richards, P.W. 1996. The tropical rain forest: Anecological
study. 2 ed. Cambridge University Press,Cambridge.
Rizzini, C.T. 1979. Tratado de Fitogeografia do Brasil:aspectos
sociolgicos e florsticos. HUCITEC/ USP, SoPaulo.
Rodal, M.J.N. & Nascimento, L.M. 2002. Levantamentoflorstico
da floresta serrana da reserva biolgica deSerra Negra, microrregio
de Itaparica, Pernambuco,Brasil. Acta Botanica Brasilica 16:
481-500.
Rodal, M.J.N. & Nascimento, L.M. 2006. The arborealcomponent
of a dry forest in Northeastern Brazil.Brazilian Journal of Biology
66: 479-492.
Rodal, M.J.N., Andrade, K.V.S.A., Sales, M.F. & Gomes,A.P.S.
1998. Fitossociologia do componente lenhosode um refgio
vegetacional do municpio de Buque,Pernambuco. Revista Brasileira de
Biologia 58: 517-526.
Rodal, M.J.N., Sales, M.F., Silva, M.J. & Silva, A.G.
2005.Flora de um brejo de altitude na escarpa oriental doplanalto
da Borborema, Pernambuco. Acta BotanicaBrasilica 19: 845-860.
Sales, M.F., Mayo, S.J. & Rodal, M.J.N. 1998.
Florestasserranas de Pernambuco: um checklist das plantasvasculares
dos brejos de altitude. ImprensaUniversitria da Universidade
Federal Rural dePernambuco, Recife.
Schnitzer, S.A. & Bongers, F. 2002. The ecology of lianasand
their role in forests. Trends in Ecology andEvolution 17:
223-230.
Scudeller, V.V., Martins, F.R. & Shepherd, G.J.
2001.Distribution and abundance of arboreal species in theAtlantic
ombrophilous dense forest in SoutheasternBrazil. Plant Ecology 152:
185-199
SOS MATA ATLNTICA. 1993. Mapa de remanescentesda Floresta
Atlntica nordestina. In: SociedadeNordestina de Ecologia,
Conservation International &Fundao Biodiversitas (eds.).
Workshop Prioridadespara a Conservao da Floresta Atlntica do
Nordeste,
Recife. http//www.bdt.org.Swaine, M.D., Lieberman, D. &
Hall, J.B. 1990. Structure
and dynamics of a tropical dry forest in Ghana. Vegetatio88:
31-51.
Tabarelli, M. & Santos, A.M.M. 2004. Uma breve descriosobre
a histria natural dos brejos nordestinos. In: K.C.Porto, J.J.P.
Cabral & M. Tabarelli (orgs.). Brejos deAltitude em Pernambuco
e Paraba: Histria Natural,Ecologia e Conservao. Ministrio do Meio
Ambiente,Braslia, pp. 15-22.
Tavares, M.C., Rodal M.J.N., Melo, A.L. & Lucena,
M.F.A.2000. Fitossociologia do componente arbreo de umtrecho de
Floresta Ombrfila Montana do ParqueEcolgico Joo
Vasconcelos-Sobrinho, Caruaru,Pernambuco. Naturalia 25: 17-32.
Tavares, S., Paiva, F.A.V., Tavares, E.J.S., Lima, J.L.S.
&Carvalho, G.H. 1969. Inventrio florestal de Pernambuco.Estudo
preliminar das matas remanescentes domunicpio de So Jos do
Belmonte. Boletim deRecursos Naturais 7: 113-139.
Tryon, R. & Tryon, A.F. 1982. Ferns and allied plants
withspecial reference to tropical America. Springer-Verlag,New
York.
Vasconcelos-Sobrinho, J. 1971. Os brejos de altitude e asmatas
serranas. In: J. Vasconcelos-Sobrinho (ed.). Asregies naturais do
Nordeste, o meio e a civilizao.Conselho de Desenvolvimento de
Pernambuco, Recife,pp. 79-86.
Veloso, H.P., Rangel Filho, A.L.R. & Lima, J.C.A.
1991.Classificao vegetao brasileira adaptada a umsistema universal.
IBGE, Rio de Janeiro.
Vieira, C.M. & Pessoa, S.V.A. 2001. Estrutura e
composioflorstica do estrato herbceo-subarbustivo de um
pastoabandonado na Reserva Biolgica de Poo das Antas,municpio de
Silva Jardim, RJ. Rodrigusia 52: 17-30.
Xavier, S.R.S. & Barros, I.C.L. 2005. Pteridoflora e
seusaspectos ecolgicos ocorrentes no Parque EcolgicoJoo
Vasconcelos-Sobrinho, Caruaru, PE, Brasil. ActaBotanica Brasilica
19: 775-781.
HOEHNEA p433a446.pmd 14/2/2008, 17:27446