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R628a Roaf, Sue.A adaptao de edificaes e cidades s mudanas
climticas / Sue Roaf David Crichton, Fergus icol ;
traduoAlexandre Salvaterra. - Porto Alegre: Bookman, 2009.
384 p. il.: coloro ; 25 em.
ISBN 978-85-7780-443-6
1.Arquitetura - Mudanas climticas. 2. Influncia do meioambiente
sobre o clima. I. Crichton, David. 11.Nicol, Fergus. III.Ttulo.
CDU 72:551.588
Sue RoafOavid CrichtonFergus Nicol
I:l!t:
III
I!
I
A Adaptao deEdificaes e Cidadess Mudanas ClimticasUm guia de
sobrevivncia para o sculo XXI
Traduo:Alexandre SalvaterraArquiteto e Urbanista
~jbookrnan"
L- ~~============~==============================~ ~~ ~~).AOQI~ ~
~
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Obra originalmente publicada sob o ttulo
Adapting Buildings and Citiesfor Climate Change: A 21st Century
Survival GuideXSBN9780750659116
Copyright 2005, Sue Roaf. AlI rights reserved
Thi~ edition of'Adapting Buildings and Cities for Climate
Change", ISBN 9780750659116 by Sue RoafDaV1dCnchton, and Fergus
Nicol ("the Authors") is published by arrangement with Elsevier
Limitedofthe Boulevard, Langford Lane, Kidlington, Oxford, OX5 1GB,
UK.
It is hereby stated and asserted that Sue Roaf, David Crichton,
and Fergus Nicol are the Authors ofthis work and as such have the
moral right to be named as Au thors of this work.
The Portuguese language translation is undertaken by Artmed
Editora SA., publishing as BookmanCompanhia Editora Limitada.
Capa: Rogrio Grilho, arte sobre a capa original
Leitura final: Renato Antonio Merker
Superviso editorial: Denise Weber Nowaczyk
Editorao eletrnica: Techbooks
Reservados todos os direitos de publicao, em lngua portuguesa,
ARTMED EDITORA S.A.
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SO PAULO
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IMPRESSO NO BRASILPRINTED IN BRAZIL
OS AUTORES
Professora Susan Roaf, Bacharel em Artes, AADipl, Doutora, ARB,
Membroda Real Sociedade de Artes, WCCA, Membro da Schumacher
Society,Cidad Honorria da Cidade de Londres
Formada em arquitetura na University ofManchester, na
Architectural Associa-tion e na Oxford Polytechnic, a professora
Roaf completou seu Doutorado sobreColetores de Vento em Yazd, em ~,
aps passar 10 anos no Oriente Mdio, ondeviveu na cidade de Yazd, no
deserto, morando com a Tribo Beiranvand no Luristo- ambos no Ir - e
passou sete anos em escavaes arqueolgicas com seu esposo,no Iraque.
Seu primeiro livro foi sobre os depsitos de gelo da Gr-Bretanha,
segui-do por obras sobre edificaes eficientes em energia, projeto
de casas sustentveisou "casas verdes" (ecohouses), referncias para
edificaes sustentveis e mudan-as climticas. Ela atualmente leciona
arquitetura na Oxford Brookes Universitye est envolvida com
pesquisas e o ensino de temas to diversos quanto
clulasfotovoltaicas e o ecoturismo na provncia da fronteira
noroeste do Paquisto ou astecnologias do mundo antigo. Ela tambm
Conselheira Liberal Democrata parao distrito de Wolvercote Ward, de
Oxford.
Professor David Crichton, Mestre em Artes, Membro da Corporation
ofInsurance, Financial & Mortgage Advisers (UK), Corretor
Associado aoChartered Insurance
David tem muitos anos de experincia na gerncia de departamentos
de vendade seguros e de pagamento de sinistro em seguradoras e
membro do CharteredInsurance Institute, do Reino Unido. Ele
atualmente trabalha como consultor depesquisas para seguradoras,
especializado nos impactos devidos s mudanas cli-mticas e Professor
Convidado do Benfield Hazard Research Centre [Centro dePesquisas
Sobre Ameaas Benfield] da University College London e tambm doFlood
Hazard Research Centre [Centro de Pesquisas Sobre Ameaas de
Enchente]da Middlesex University. membro honorrio de pesquisas da
University of Dun-dee, na Esccia. David d palestras sobre o mercado
de seguros e as mudanasclimticas em quatro continentes e trabalha
com a ONU e a OTAN, alm de vrios
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governos. Seu escritrio fica na Esccia, onde j prestou
consultoria para mais de20 departamentos de construo e planejamento
de prefeituras sobre questesrelacionadas ao seguro de enchentes, e
membro do Comit de Pesquisa do Scot-tish Building Standards
Advisory Committee [Comit Escocs de Aconselhamen-to de Padres de
Construo].
Afiliaes:
Benfield Harzard Research Centre, University College London
Este o maior centro de pesquisas acadmicas sobre ameaas naturais
da Europae conta com especialistas em todas as formas de desastres
naturais. Alguns dostrabalhos recentes publicados por David sobre
as enchentes e suas implicaes nomercado de seguros da Gr-Bretanha
podem ser baixados gratuitamente do seusite
www.benfieldhrc.org.
Flood Hazard Research Centre, Middlesex University, Londres
Este o maior centro de pesquisa sobre ameaas de enchentes do
Reino Unido.
University of Dundee
Este considerado por muitos o mais importante centro
especializado em hidro-logia e enchentes da Esccia e tem vnculos
estreitos com o setor de seguros. asede do banco de dados sobre
enchentes da British Hydrological Society e tambmdo United Kingdom
Flood lnsurance Claims Database [Banco de Dados Sobre oPagamento de
Sinistros de Enchentes do Reino Unido].
Professor Fergus Nicol, Bacharel em Cincia
Nas dcadas de 1960 e 1970, Fergus Nicol desenvolveu pesquisas
sobre a fsicadas edificaes e o conforto trmico humano no Building
Research Establishmente na Unidade de Fisiologia Humana do Medical
Research Council [Conselho dePesquisas Mdicas]. Ele lecionou nas
faculdades de arquitetura da University ofScience and Technology de
Kumasi, em Gana, e da Architectural Association, emLondres. Aps um
perodo afastado, trabalhando na livraria Bookrnarks, o profes-sor
Nicol voltou a lecionar, em 1992.
Fergus Nicol mais conhecido por seu trabalho sobre a cincia do
confortotrmico, no qual desenvolveu, com o professor Michael
Humphreys, a abordagem"adaptativa" ao conforto trmico. Nos ltimos
anos, ele tambm gerenciou in-meros projetos patrocinados pelo
EPSRCe outras agncias, incluindo a DETR, aDflD e um grande projeto
para a Unio Europia, chamado Smart Contro~s andThermal Comfort
(SCATS).Atualmente trabalha na Oxford Brookes University ena London
Metropolitan University,nas quais responsvel pelo desenvolvimentode
cursos de mestrado multidisciplinares sobre edificaes sustentveis e
eficien-
tes em energia. Oprofessor Fergus Nicol recentemente recebeu o
ttulo de Profes-sor Titular em ambas as universidades e
vice-diretor da LowEnergy ArchitectureResearch Unit [LEARN- Unidade
de Pesquisas em Arquitetura de BaixoConsumode Energia] da London
Metropolitan University.
Fergus membro-fundador do United Kingdom Thermal Comfort
lnterestGroup e membro de comits de consultoria britnicos e
europeus que orientamsobre questes de conforto na ventilao de
edificaes e, junto com MichaelHumphreys, est rescrevendo a nova seo
sobre conforto trmico do CIBSE Cui-de A. Foi responsvel pela
conferncia internacional "Moving comfort standardsinto the 21st
Century" em Windsor, no Reino Unido, em abril de 2001,
assistidapela maioria dos especialistas internacionais sobre
conforto trmico e padres deconforto trmico. Em outubro de 2002, ele
foi co-presidente de uma confernciaemJacarta, na lndonsia, chamada
"Building research and the sustainability ofthebuilt environment in
the Tropics".
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,PREFACIO
H mais de 25 anos penso em escrever este livro. Todos os estudos
que fiz duran-te o perodo contriburam para esta publicao sobre o
futuro da arquitetur~. Ajornada comeou h muito tempo. nas
antiqssimas vilas e cidades do bero dacivilizao. o Iraque, onde.
durante sete anos de escavaes. entramos em contatocom a vida
daquelas pessoas que comeram nos pratos. brincaram com os
brin-quedos. guiaram as carruagens e construram os prdios que
desencavamos. Nome refiro a uma civilizao de dcadas ou sculos. e
sim de milnios. a civilizaomesopotmica. que no passado prosperou em
planaltos que j foram frteis e quemais uma vez so assolados pela
guerra. O caminho que nos trouxe a este livropassou por tendas de
nmades junto a estradas tribais e atravs de grandes deser-tos onde
famlias inteiras. usando pouco mais do que gravetos para cozinhar.
tmvivido com conforto e. s vezes. at com luxo em regies com climas
extremos quemuitos considerariam como meros campos infrteis.
O clima dessas regies marginais a terras arveis sempre desafiou
a sobrevivn-cia humana. mas o estudo que pela primeira vez me
alertou para os possveis im-pactos das mudanas climticas sobre a
vida que levamos em regies com climasmais temperados no foi sobre
eclificaes em desertos quentes. mas sim sobre osdepsitos de gelo da
Gr-Bretanha. Quando escrevi sobre a histria dos depsitosde gelo. na
dcada de 1980. ficou bvio que esta antiga tecnologia. deixada para
trscom o milagre da refrigerao mecnica. havia se tornado obsoleta
na meclida emque o mundo se tornou mais quente. At mesmo alteraes
mnimas nas tempera-turas globais. como fraes de graus centgrados.
podem acarretar o abandono deum grande setor econmico
internacional, se estas mudanas ultrapassarem umlimite trmico
crtico. como a temperatura de derretimento do gelo.
A imagem na pgina seguinte mostra como uma substncia simples
como ogelo importante para nossa sobrevivncia e por seu papel
fundamental na reor-denao dos climas. oceanos e territrios do
planeta.
No final da dcada de 1980. os problemas crescentes da destruio
da ca-mada de oznio e das mudanas climticas passaram a ser
discutidos commais freqncia. Minha preocupao aumentava ao perceber
a injustia da
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Figura 1Mapa mundi mostrando em vermelho as reas que seriam
inundadas se todas as calotas glaciais derretes-sem, causando a
elevao dos nveis dos mares em at 100 metros. (Fonte: Laurence
Williams, An End toGlobal Warming, 2002, Pergamon; reproduzido sob
permisso.)
realidade - as pessoas dos pases em desenvolvimento j esto
morrendo emgrande nmero devido s mudanas climticas, embora sejam os
pases de-senvolvidos os grandes responsveis pelas emisses de dixido
de carbono queesto aquecendo o planeta.
Avontade de mostrar que no precisa ser assim levou construo da
primei-ra casa fotovoltaica de Oxford,na qual minha famlia ainda
vive confortavelmente.
~cao smgela emite apenas algumas centenas de quilogramas de
CO2porano, em vez dos 5 ou 6mil quilos de uma casa tpica, e mais
confortvel do que aspoluidoras. Ns conseguimos reduzir nossas
emisses de gases com efeito estufapara menos de 10%das emisses das
casas tpicas, sem baixar nosso padro devida. Ento por que todo
mundo no est fazendo a mesma coisa? Por que os ar-quitetos esto
construindo "estufas"e "blobs' de madeira aglomerada e sem
janelasem vez das edificaes resilientes que nos do alguma chance de
sobrevivncianas prximas dcadas?
No consigo entender! Mas tenho certeza de que a estrada que
muitos de nspegaram aps a Crise Energtica da dcada de 1970,que
passa pelas questes cadavez mais graves das mudanas climticas,
esgotamento dos combustveis fsseis esustentabilidade, nos trouxe a
um presente e nos levar a um futuro muito diferen-te de qualquer
realidade do passado. fcil de ver por que muitas pessoas
evitampensar nisso - um futuro no qual a problemtica no , a cada
dia que passa, sobreconceitos confortveis de "sustentabilidade",
mas sobre a dura realidade de se pro-jetar para a
"sobrevivncia'.
NOTA
Se a comunidade internacional tivesse agido de maneira mais
firme na dcadade 1970, quando ficaram evidentes os desafios a serem
enfrentados, talvez hojeno estivssemos enfrentando uma situao to
difcil!A verdade inegvel quecabe nossa gerao em especial, e no a
qualquer outra que a antecedeu, enfren-tar o desafio enorme de
reprojetar o mundo de maneira a harmonizar as novasforas do fim da
era dos combustveis fsseis, das cidades sem luz, de um mundocom
menor crescimento econmico que sofrer com as mudanas climticas euma
populao global explosiva.
A escala das mudanas catastrficas ao nosso redor torna difcil
compreendera questo central. Ainda contamos com nossa velha maneira
de pensar, que nosdava a iluso de que o futuro seria tranqilo.
Porm, muitos de ns, que h anosvinham observando e trabalhando
diligentemente para tentar controlar os impac-tos dos avanos do fim
do sculo XX,tm se surpreendido com o quanto estva-mos errados.
Estvamos apenas tocando na superfcie do problema. No
passadoacreditvamos que o desenvolvimento sustentvel seria uma
brincadeira, mas es-tvamos completamente equivocados e as informaes
apresentadas nesta obrasero difceis de acreditar ou digerir para
muitos. So raras as pessoas que tmconseguido ver e pensar diferente
da forma tradicional e limitante que nos cega,e entre elas se
destacam meus co-autores, David Crichton e Fergus Nicol, alm
dopensador visionrio Edward Mazrial.
Poucas pessoas tm questionado os caminhos tomados ou entendido
queaquela estrada outrora vista como uma rota nica, eficaz e segura
para um futuroclaro e brilhante recentemente se transformou em um
atoleiro onde foras inter-relacionadas e complexas nos obrigam a
pensar alm das nossas edificaes e,acima de tudo, abrir as janelas e
abraar uma nova era da arquitetura> do plane-jamento e das
polticas de desenvolvimento. Ns podemos fazer a diferena, nspodemos
deixar um mundo adequado para nossos filhos e netos, mas esta
umatarefa urgente e enorme.
Ser que a dcadas no estamos procurando os alertas nos lugares
errados?Uma coisa fica cada vez mais evidente: hoje as mensagens
esto na paisagem etambm nas nossas edificaes.
Sue Roaf
1. Acesse http://www.metropolismag.com/htmI/ content_1003/
glo/index.html.
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~SUMARIO
1 As mudanas climticas: comea a batalha 192 A evoluo das
edificaes 513 fuscos, cenrios e mercado de seguros 814 Vai fazer
muito calor? 1025 Seguros e aquecidos; o efeito das mudanas
climticas
sobre o conforto trmico e a sade 1296 Vai chover muito? 1737 Os
vendavais 1978 A elevao do nvel dos mares 2119 Vulnerabilidade,
exposio e migrao 22810 O condicionamento do ar a soluo definitiva?
23911 Os edifcios altos 26212 A crise dos combustveis fsseis 29113
A garantia de combustvel: quando vai faltar luz? 31114 Os atores
32715 A batalha continua 365ndice 375
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rnunauLy rn l-nnSLCnurcn rvew z.eaianu rn reiation to weatner
ano air pouu-tion. Australian and New Zealand [ournal of Public
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82. Auger, N., Kosatsky, I. (2002) Chaleur accablante: Mise jour
de Ia littra-ture concernant les Impacts de sant publique et
proposition de mesuresdadaptaton. Montral, Rgie rgionale de Ia sant
et des services sociaux deQubec, Direction de Ia sant publique.
VAI CHOVER MUITO? 6A gua o principal bloco de construo da vida e
na medida em que nos aproxi-mamos dos anos das guerras por gua, o
excesso, ou a falta dela, talvez apresentea maior ameaa que
enfrentemos no futuro na construo de cidades slidas, in-clusive na
Gr-Bretanha, onde "sempre chove".
AS TENDNCIAS DAS PRECIPITAES NA GR-BRETANHAA Gr-Bretanha tem
muita sorte com suas paisagens verdejantes e as previsesdos climas
futuros para o pas. Ainda que as mudanas nas precipitaes
previstaspara as prximas dcadas paream ser severas para ns,
poderemos sobrevivercom um gerenciamento prudente e criterioso.
A previso para as precipitaes de inverno no Reino Unido de
aumento emtodos os perodos e para todos os cenrios de mudanas
climticas. Para a dcadade 2080, este aumento varia entre 10% e 20%
no cenrio de Emisses Baixas (de-pendendo da regio) e entre 15% e
35% nos cenrios de Emisses Altas. Por outrolado, ocorre o contrrio
nos padres para o vero, e quase todo o Reino Unido tal-vez se torne
mais seco, com uma diminuio das chuvas de at 35% no cenrio
deEmisses Baixas, e no cenrio de Emisses Altas a diminuio de
perturbadores50% ou mais. As maiores mudanas nas precipitaes de
inverno e vero estoprevistas para as regies leste e sul da
Inglaterra, enquanto as mudanas no noro-este da Esccia so as
menores.' O que estamos observando aqui o aumento dorisco de
estiagem no vero e de enchente no inverno.
As mudanas nas mdias anuais de precipitaes em todo o Reino Unido
tal-vez diminuam ligeiramente na dcada de 2080 (entre 0% e 15%):
embora pareahaver grandes diferenas regionais e sazonais nas
mudanas.
necessrio observar que essas so mdias. Se levarmos em
consideraoos eventos extremos de acordo com uma anlise publicada na
revista Naturi em2002, existe um consenso nos resultados de todos
os 19 modelos mundiais de mu-danas climticas de que as
probabilidades de um inverno com muita chuva naGr-Bretanha poderiam
aumentar cinco vezes at o final do sculo. Isto significaque as
enchentes provavelmente tero um aumento significativo na
freqncia,
-
Dcada de 2020 Dcada de 2050
906030 O 3L906030 O
Dcada de 2080
3L906030 O 3Le isto tem sido retratado no trabalho realizado sob
a iniciativa dos cenrios Fo-resight na Gr-Bretanha (acesse a seo
sobre cenrios no website: http://books.elsevier.com/
companions/0750659114).
provvel que as chuvas tambm se tornem mais intensas. A Figura
6.1mostra que tanto no inverno quanto no vero os padres de
precipitaesmudaro muito, exceto, talvez, no noroeste da Esccia. A
figura mostra queexiste mais de 50% de probabilidade de que chuvas
mais ou menos intensassejam registradas em um ano e estao qualquer
para as diferentes regies dopas. Dessa forma, para o sudeste em
particular, haver muito mais chuva e demaior intensidade no
inverno, provocando inevitavelmente maiores riscos de
enchentes na regio.As quantidades de neve diminuiro de forma
significativa no Reino Unido,
talvez entre 30%e 90%na dcada de 2080. Haver menos neve em todo
o ReinoUnido e para todos os cenrios, com as maiores redues
percentuais, de at 90%ou mais, na dcada de 2080,para o cenrio de
Emisses Altas junto costa e nasplancies da Inglaterra. Em termos
relativos, as terras altas da Esccia registra-ro as menores redues,
mas mesmo aqui as precipitaes totais de neve paraa dcada de 2080
talvez diminuam em 60%ou mais em relao aos totais atuais.Algumas
reas do Reino Unido parecem registrar perodos cada vez mais
longosde inverno com menos neve.
A umidadeNa medida em que o clima esquenta, a umidade especfica,
ou seja, a quantidadetotal de umidade na atmosfera, aumentar
durante todo o ano, apesar de que aumidade relativa talvez diminua,
especialmente no vero. A cobertura de nuvensdurante o vero e o
outono talvez diminua, principalmente no sul. A luz do sol e
aradiao solar no vero talvez aumentem de maneira semelhante.
AS MUDANAS SAZONAISPara a dcada de 2050, as temperaturas tpicas
de primavera talvez ocorramentre uma e trs semanas antes do normal
(esta afirmao est relacionadacom as mdias para a dcada de 1990, no
para o ano de 2003, que foi um anoatpico), e o incio das atuais
temperaturas de inverno podero se atrasar entreuma e trs semanas.
Provavelmente isto leve a um alongamento do perodo decrescimento
das plantas.
As necessidades de calefao e refrigerao dos edifcios tambm
mudaro,ser necessria menos energia para aquecer os edifcios durante
o inverno no Rei-no Unido e mais energia para resfn-los, sobretudo
aqueles edifcios que no pos-suem um bom projeto para desempenho
climtico.
60N 60NMudanas nasPrecipitaes
57N 57NEmIS5eSBaixas
54N 54N
51N 51N
Anual60N 60N
57N 57NEmisses Percentual
54NAltas
54N30
51N 51N 25
90 60 30 O 3L 90 60 30 O 3L 90 60 30 O 3L 20
90 60 30 O 3L 90 60 30 O 3L 90 60 30 O 3L 15
60N 60N10
57N 57NEmisses
54NBaixas -10
54N
-20
51N 51N
Inverno-30
60N 60N -40
57N-50
57NEmisses
54NAltas
54N
51N
9060300
9060300
3L90 60 30 O 3L906030 O 3L
3L 90 60 30 O 3L 90 60 30 O 3L
Mudanas dentro davariabilidade "natural"
O60N 60N57N 57N
Emisses
54NBaixas
54N
51N 51N
Vero60N
57N
54N
51N
906030 O 3L 90 60 30 O 3L906030 O 3L
Figura 6.1A variao percentual nas mdias das precipitaes anuais
de inverno e vero para as dcadas de 2020;OS? e 2080 para os cenrios
de Emisses Baixas e Emisses Altas, mostrando que o sudeste da
lnglatertaera murro chuvoso no Inverno e multo seco no vero.
(Fonte: UKCIP02 Climate Change Scenarios finan-ciado pela DEFRA,
produzido pelos Tyndall e Hadley Centres para UKClP) ,
-
Anual906030 O
Inverno Vero3L9060300 3L906030 O 3L
60N60N
57N 57N
EmissesBaixas
54N 54N
51N 51N
60N 60N Percentagem
25Emisses
57N
20Relativamente
Baixas S4N 54N 15
10
51N 51N
60N 60N -5
-10
57N-20Emisses
Relativamente-30Altas 54N 54N-40
51N 51N
60N60N
57N57N
EmissesAltas 54N54N
51N
906030 O 3L90 6030 O 3L90 6030 O 3L
Figura 6.2 , . .. _" oA variao percentual na dcada de 2080 na
quantidade rnaxirna de prectprtaoes dirias c~m 50%de probabilidade
de ocorrer em um ano determinado, mostrando que o clima seco do
verao nosul da Inglaterra e da Irlanda ser um problema na dcada de
2080. (Fonte: UKCIP02 Clirnate Chan-ge Scenarios, financiado pela
DEFRA,produzido pelos Tyndall e Hadley Centres para UKCIP)
AS MUDANAS EM CLIMAS EXTREMOS
Temperaturas altas durante o vero se tornaro cada vez mais
freqentes, e inver-nos muito frios sero cada vez mais raros. Um
agosto muito quente, como o expe-rimentado em 1995, e veres como o
vero recorde de 2003, com muitos graus aci-ma do "normal" nas mdias
das temperaturas, talvez ocorram a cada cinco anos,na dcada de
2050, e trs vezes a cada cinco anos, na dcada de 2080, para o
cen-
Emisses Baixas906030 O
EmissesRelativamente Baixas Emisses Altas
ErrussesRelativamente Altas
3L90 60 30 O 3L90 60 30 O 3L90 6030 O 3L
60N 60N
51N
57N57N
54N54N
Mudanas dentro davariabilidade "natural"
-90 -80 -70 -60 -50 -40 -30 -20 -10D
Figura 6.3A variao percentual da mdia na quantidade de neve no
inverno para a dcada de 2080,mostrando que os Natais com muita neve
(no hemisfrio norte) sero coisa do passado nadcada de 2080. (Fonte:
UKCIP02 Climate Change Scenarios, financiado pela DEFRA,
produzidopelos Tyndall e Hadley Centres para UKCIP)
rio de Emisses Relativamente Altas. At para o cenrio de Emisses
Baixas, cercade dois em cada trs veres talvez sejam to quentes ou
mais do que os veres de1995 na dcada de 2080, ou talvez mais
quentes que 2003. Se prev que o sudestede Inglaterra se tornar
entre 50-60% mais seco no vero.
Uma das conseqncias do clima mais seco durante o vero ser a
provvelreduo da umidade do solo em aproximadamente 30% na dcada de
2050 em al-gumas regies da Inglaterra no cenrio de Emisses Altas, e
de at 40% ou mais nadcada de 2080. Isto tem implicaes bvias na
desertificao do solo e nos danosrelacionados s edificaes. As
diferenas nas precipitaes regionais acentuaroainda mais este
problema, e o sudeste da Inglaterra, onde o solo argiloso
particu-larmente suscetvel eroso, ser muito afetado.
A estiagem poderia inclusive aumentar os riscos de enchentes: em
Amsterd,nos Pases Baixos, no vero de 2003, as condies da estiagem
fragilizaram umdique de conteno do rio a tal ponto que ele cedeu
causando uma enchente loca-lizada. Em Shetland, na Gr-Bretanha, no
vero de 2003, as condies da estiagemprolongada enfraqueceram a
turfa que revestia uma colina, e quando houve umachuva muito forte
o solo desmoronou, soterrando vrias casas.
Precipitaes extremas durante os invernos se tornaro mais
freqentes e,na dcada de 2080, as grandes precipitaes dirias que
hoje so experimentadasuma vez a cada dois anos em mdia, talvez se
tornem 30% mais fortes, e isto sig-nifica o aumento na
probabilidade de enchentes e o agravamento na intensidadedas
inundaes.
Veros muitos secos, como o de 1995, talvez ocorram na metade dos
anosem 2080, enquanto invernos muito chuvosos talvez ocorram na
mdia de quase
-
58N
57N
56N
53N
52N
51N 51N
50NL-~--~~~---L--~--~--~--~~~~50N70 60
Figura 6.4 . ..A tendncia ser de invernos muito mais chuvosos e
veres mais secos, mas Isto variara con-sideravelmente nas
diferentes regies do Reino Unido. A figura apresenta as tendncias
(1961-2000) na frao das precipitaes sazonais totais afetadas pelas
precipi:aes "mais .i~tensas"no inverno (barras esquerda) e no vero
(barras direita) para um numero de regroes, Osnmeros positivos (em
azul) indicam uma tendncia cada vez maior na proporo do total
deprecipitaes de eventos "mais intensos", ou seja, os eventos mais
intensos esto aumentandotanto na intensidade quanto na freqncia.
(Para mais detalhes, veja a Nota 3.) (Fonte: Figuraproduzida por
Tim Osborne. UKCIP02 Climate Change Scenarios, encomendado pelo
DEFRAe
elaborado pelos Tyndall and Hadley Centres for UKClP)
um por dcada nos cenrios de Emisses Relativamente Altas. A
combinao dascondies de calor e estiagem nos veres tambm se tornar
mais comum e, nadcada de 2080, talvez todos os veres na Inglaterra
e no Pas de Gales sejam mais
'1~VU"vU v uv __ u -- '1.-- - _._- -- -- - -, .... -
nos cenrios de Emisses Baixas. necessrio tomar algumas medidas
bsicas de precauo para proteger as
edificaes das ondas de chuva ou estiagens muito intensas. Para
os perodos detempestades com chuva forte devem ser providenciadas
calhas, e as paredes eespecialmente suas bases, devem ser
protegidas das chuvas muito fortes ou dosrespingos de gua.
Elementos de reteno da gua da chuva devem ser previstos,como
coberturas verdes e superfcies de cho absorventes, bem como
recursos noarmazenamento de gua para os edifcios ou
localidades.
difcil imaginar a Gr-Bretanha sofrendo os problemas da "seca',
mas ima-gens de reservatrios quase vazios encheram os jornais do
Reino Unido no invernode 2003 e esto se tornando lugar comum. Um
dos reflexos da crescente escassezde gua no sistema do Reino Unido
o aumento dos preos, pois os impostos so-bre a gua e o sistema de
esgoto aumentaro, em mdia, mais de 40% at o fim dadcada. Os
desmoronamentos so outro problema.
o RECALQUE DIFERENCIALEmbora a atitude dos projetistas ao
permitir empreendimentos em plancies alu-viais seja preocupante,
talvez uma preocupao ainda maior seja a probabilidadede exposio a
futuros recalques diferenciais. Atualmente na Gr-Bretanha, os
pe-didos de pagamentos por recalques custam s seguradoras, em mdia,
2 milhesde dlares por dia, e isto parece aumentar. Os projetistas,
pelo menos, consultamfreqentemente a Environment Agency [Agncia
Ambiental do Reino Unido]sobre os riscos de recalque diferencial,
mas eles no so obrigados a consultar aBritish Geological Survey
[BGS] sobre os riscos de recalque. No existe apenas aquesto do
aumento das secas devido s mudanas climticas que causam
des-moronamentos em solos argilosos que retraem, mas tambm h
problemas deconstruo em solos imprprios. Existem polticas de
planejamento para solosinstveis (PPG14) e solos contaminados
(PPG23A), mas com freqncia as con-dies do solo se baseiam em
levantamentos muito antigos onde somente o BGS,com seu enorme
arquivo de 640 mil amostras de furos de sondagem, esto cientesdos
problemas. As Normas de Construo de 1991, subordinadas Building
Act[Lei da Edificao] de 1984, se focam na estrutura e no no
terreno, e as nicasnormas relacionadas ao terreno so as
relacionadas ao radnio (BR211).
O governo disse que, para no utilizar grande parte das terras
dedicadas agricultura, 60% dos 3,8 milhes de novas casas projetadas
tero de ser cons-trudas em "terrenos contaminados" (brownfields).
Muitos desses terrenos po-dero ser antigos aterros, aterros
sanitrios, ou conter restos de minas desati-vadas e estar
contaminados. Ainda que o governo tenha acenado com
algumaassistncia disponvel para recuperar alguns terrenos para
moradia, muitas
-
prefeituras so muito pequenas para dispor de recursos tcnicos ou
financei-ros para obter informaes pertinentes sobre o local. Se os
planejadores noconhecem os problemas e no se informam sobre eles,
ento no poder serprovidenciada a soluo correta e as diretrizes de
planejamento no sero apli-cadas. A questo dos crescentes riscos de
recalque causados pelas secas in-duzidas pelas mudanas climticas j
foi delineada neste estudo; o risco seriamuito maior se houvesse
muito mais casas construdas em locais imprprios.Isto poderia criar
grandes problemas para as seguradoras, e existe o perigomuito real
de prefeituras irresponsveis que talvez ganhem uma m reputaopor
isto, j que todas as novas edificaes nessa rea talvez se tornem um
riscoalto e inaceitvel para obter a cobertura por recalque.
A escala potencial deste problema foi descrita em outubro de
2003, quando acidade de Xangai anunciou que o solo da cidade estava
cedendo taxa de 2,5 emao ano por causa da construo de novas torres
e pela drenagem das reservas degua subterrnea para abastecer com
gua potvel explosiva populao de maisde 20 milhes de pessoas. Estes
problemas talvez aumentem de forma significati-va com as mudanas
nos padres das precptaes.'
No Reino Unido, um indcio do problema crescente foi visto no
longo e quentevero de 2003, quando a empresa Direct Line Insurance
declarou que, devido aosseis meses secos experimentados no sul e
leste do pas, eles notaram um aumentonos pedidos de pagamentos de
sinistros devidos a recalques, de 38% em junho e15% em julho em
relao ao mesmo perodo de 2002.5
Estes so alguns dos problemas enfrentados pelo Reino Unido. Mas
muitopior para aqueles pases onde j existe uma falta crnica de gua,
que resulta emtumultos civis e na iminncia de guerra!
OS TUMULTOS CIVISOs tumultos civis por falta de gua so um
problema crescente em muitos pases,como confirmam os seguintes
exemplos.
Na Espanha tem havido um nmero de demonstraes violentas por
causado desvio de nada menos do que 30% das guas do rio Ebro no
nordeste do pasatravs de um novo canal que vai at as secas
provncias de Mrcia, Valnciae Andaluzia, no sudeste, onde est
situado o maior centro de turismo da Cos-ta del Sol. Seis diques
inundaram os habitats de vida selvagem nica no nortedo pas, e os
habitats das plancies do delta do Ebro esto desaparecendo emuma
velocidade alarmante. Mais de 80% do oramento total da Espanha
paraprojetos ambientais tem sido direcionado para o canal, que foi
projetado paratirar gua das provncias tidas como as mais pobres
para encher as piscinasdos ricos do sul.6Um dos principais
problemas do projeto, de acordo com seusopositores, que os clculos
do fluxo do rio foram feitos com base no histrico
climtico da metade do sculo passado, enquanto as condies do
sculo XXIsero muito diferentes, levando a conseqncias
potencialmente catastrficaspara o futuro de todo o leste da
Espanha.
O fato de que a escassez de gua pode levar a ondas de crimes
ambientais lo-cais foi ressaltado pelo estranho caso do roubo de
gua na Austrlia durante a secade 2003. Os ladres utilizaram vrios
equipamentos, incluindo mquinas para es-cavao do solo, para roubar
gua em mais de 146 casos registrados, geralmentede barragens e de
pequenos lagos prximos. Uma das vantagens de roubar guados vizinhos
que dessa forma se evita as leis australianas, que so muito
severasem relao a furos de sondagens e extrao de gua dos rios, mas
que s vezes,como mostra este caso, acabam encorajando os crimes
ambientais. Na Austrlia,as estatsticas sugerem que cerca de 40 mil
empregos j foram perdidos por causada estiagem de 2003, e o custo
para o pas foi estimado em mais de 2,5 bilhes dedlares somente
naquele ano.
AS GUERRAS PELA GUA
Quando os incidentes ocorrem dentro das fronteiras nacionais,
eles so resolvi-dos judicialmente. Quando os incidentes envolvem
dois pases, ento, pode se de-sencadear uma guerra. As Guerras
Globais por gua j foram previstas h muitotempo e existe um nmero de
focos de conflito ao redor do mundo, desde o rioMekong at o rio
Rdano.
Uma regio com perfil claro de escassez de gua, combinado com
instabilida-de poltica, a regio ao redor do rio Jordo. Apesar de um
programa inteligentepara unir os hidrlogos da Iordna, Palestina e
Israel para melhorar a qualidadeda gua do rio e gerenciar a demanda
e o suprimento de gua na regio, a dispo-nibilidade de gua
inevitavelmente levar a conflitos, particularmente na medidaem que
as populaes nas regies continuam a crescer rapidamente e as
chuvasse tornam praticamente inexistentes durante os perodos de
estiagem dos veressecos devido s mudanas climticas. Uma das
esperanas reside no desenvolvi-mento de tecnologias de
dessalinizao, como a que atualmente fornece a maiorparte da gua
para a cidade de Eilat, em Israel, com uma populao de 56 mil
habi-tantes, e 80% da gua necessria para os kibbutzim do deserto de
Negev7, adjacen-te ao Mar Morto que j baixou impressionantes 17
metros desde 1975, de acordocom o Times Atlas of the World.
Em uma escala ainda maior, o Mar de Aral j foi descrito como o
pior desastreambiental do mundo, e se prev que dentro de 10 anos
ele ser a causa de um confli-to armado. OMar de Aral um mar interno
na sia, dividido entre as ex-RepblicasSoviticas do Cazaquisto e
Uzbequisto, que vem secando progressivamente h25 anos, desde que a
ex-Unio Sovitica comeou um amplo esquema de irrigaodrenando a gua
de seus dois rios principais, para plantar arroz e algodo no
deser-
-
to. A rea irrigada se estendeu dos 6 milhes de hectares na dcada
de 1960 para8 milhes de hectares, e o mar comeou a encolher. Hoje o
mar est dividido emtrs partes e continua evaporando. O litoral
recuou em mdia 250 quilmetros, e asalinidade tem aumentado
dramaticamente, transformando a gua em um lquidosalobro e viscoso
em muitas partes e contendo pesticidas e minerais. Altos nveis
decncer de fgado e rim ao redor do mar se tornaram comuns. Apesar
da introduode um plano de ao na regio, parece haver pouco
entendimento entre os cincopases que compartilham o lago no que diz
respeito forma de proceder, e a propos-ta de construo de um dique
no norte do mar, a ser construdo pelo Cazaquisto,talvez seja a gota
final que leve a uma inevitvel guerra por gua na regio,"
Inmeros outros exemplos podem ser dados, como a luta constante
entre a Tur-quia, a Sria e o Iraque pelas guas dos rios Tigre e
Eufrates. A ndia planeja desviargrandes quantidades de gua de
grandes rios, incluindo o Ganges e o Brahmaputra,ameaando a
subsistncia de mais de 100 milhes de pessoas rio abaixo, em
Ban-gladesh. Os ambiciosos planos de ligar os principais rios que
descem do Himalaia edesvi-los para o sul atravs de reas propensas a
secas ainda esto no papel, masa preocupao de Bangladesh tanta que
eles esto pensando em apelar s NaesUnidas para uma nova redao das
leis internacionais sobre diviso de guas. Oprojeto enorme, seu
custo estimado de 90 a 250 bilhes de dlares e ele demorarpelo menos
14 anos para ser concludo. Se o projeto for adiante, Bangladesh
talvez
Figura 6.5As secas esto ameaando cada vez mais no apenas a
agricultura, mas tambm a disponibi-lidade de gua das fontes
subterrneas e superficiais. Os assentamentos entre o deserto e
asgrandes cidades sero os primeiros locais a ficar sem gua, alm dos
lugares onde o bombea-mento de gua do solo tem causado a repentina
diminuio dos lenis freticos, como nasvilas do deserto persa
central. (Fonte: Sue Roaf)
tenha que construir uma enorme rede de canais para irrigar as
terras agrcolas quehoje so irrigadas pelo Brahmaputra, mas eles
afirmam que o projeto todo poderiater efeitos catastrficos no pas.
Estar se formando outra guerra pela gua?"
A GUA DE POOS ARTESIANOS
Um dos problemas dos poos artesianos que eles levam a uma reduo
dos re-cursos. As guas subterrneas so o ;:>rincipal fornecimento
para mais de 2 bilhesde pessoas ao redor do mundo e elas esto
diminuindo em quase todo lugar. De-baixo da Cidade do Mxico, o
lenol fretico j diminuiu dois metros em mdia,e no Meio-Oeste
norte-americano sua reduo de trs metros em uma dcadae 30 metros em
alguns lugares. Tem-se bombeado tanta gua subterrnea na Fl-rida que
os aqferos correm o risco de serem inundados pela gua do mar. Doze
'cidades com mais de 10 milhes de habitantes dependem das reservas
de guas Isubterrneas, incluindo Xangai, Bangkok, Londres e Calcut.
A gua utilizadapara o uso domstico da populao mundial, que cresce
rapidamente, alm dosfins industriais e agrcolas. So necessrias mil
toneladas de gua para se cultivaruma tonelada de trigo e 2 mil
toneladas de gua para uma tonelada de arroz, eos pequenos
agricultores sero os primeiros a sofrer as conseqncias quando
osaqferos secarem. A populao estimada que depende das guas
subterrneasnas diferentes regies inclui: 75% da Europa, 32% da sia
da regio do Pacfico,29% da Amrica Central e do Sul e, em mdia, 32%
do mundo. IO
QUEM O DONO DA GUA?Temos aqui o problema de quem o dono da gua
do solo, uma questo parecidacom: quem o dono do ar? Uma coisa certa
- ela no pertence Coca-Cola. EmKochi, na ndia, o "Davi", na forma
de um grupo de aldees, levou "Golias", uma gran-de indstria de
refrigerantes, a Hindustan Coca-Cola Beverages, Suprema Corte
deKerala, para interromper a drenagem das guas subterrneas que eram
utilizadasna engarrafadora de Plachimedu, no distrito de Palakaad.
Davi ganhou, e a Corteordenou ao municpio e ao governo do Estado
que se assegurassem de que a inds-tria parasse de extrair a gua
subterrnea aps um perodo determinado. A Corteentendeu que a gua
subterrnea no pertence ao dono do terreno. Normalmente,cada
proprietrio pode extrair uma quantidade "razovel" de gua subterrnea
parasuprir as necessidades domsticas e agrcolas. Mas aqui eram
extrados 510 m" degua por dia, transformados em produtos e
transportados para fora do Estado, que-brando assim o "ciclo
natural da gua', e causando o ressecamento dos campos davila a
quilmetros de distncia da fbrica. A Corte declarou que a extrao de
guasubterrnea era ilegal, mesmo nos limites admitidos pela
companhia. A empresano tinha direitos legais para extrair toda essa
riqueza natural e a Panchayat e o go-verno eram obrigados a
impedi-Ia. A Corte decidiu que a gua subterrnea pertence
-
ao pblico em geral e a empresa no tem o direito de reclamar para
si uma enormeparte dela. O governo tambm no tem o direito de
permitir que uma empresa pri-vada extraia tamanha quantidade de gua
subterrnea, o que poderia resultar naexausto dos lenis freticos. Ou
seja, no futuro, o mercado dever atentar para a
_ I '. .' I. 11instalaao de mdustnas que consomem muita
agua.
O caso da Coca-Cola uma questo de super explorao da capacidade
domeio ambiente de fornecer gua suficiente para sustentar tanto a
produo derefrigerantes nos nveis necessrios, como apoiar as
expectativas da comunidadelocal tradicional. Este clculo bsico de
capacidade deveria ter sido feito e revisa-
do no estgio de planejamento da instalao da indstria.
DE QUEM O PROBLEMA DA GUA?H duas questes aqui:
A primeira o desenvolvimento no sustentvel - o projeto excede a
capaci-dade do meio ambiente da rea para sustent-lo. Esta anlise
deveria ser feita,de acordo com o que vimos no caso da Coca-Cola
citado anteriormente, usan-do clculos dos recursos da gua corrente,
para cenrios de climas futuros,para avaliar a capacidade de reduo
do meio ambiente para sustentar umademanda exacerbada. Os clculos
de capacidade deveriam ser feitos no est-gio de planejamento, como
parte da anlise de impacto ambiental do projeto,e as decises de
rejeitar indstrias como a de Kochi, devem ser tomadas antes
que se incorra em grandes perdas. A segunda questo diz respeito
s leis claras que deveriam existir para a distri-
buio proporcional da gua disponvel, garantindo que os
dretoabscos dohomem gua limpa sejam mantidos pelo mximo tempo
possvel.l
2
Mas estas questes so pertinentes inclusive na Gr-Bretanha, onde
deveriam ser
feitas ao governo perguntas do tipo:
A escassez crnica de gua no sudeste, atual e futura, foi levada
em conside-rao quando se concedeu permisso para a construo do
empreendimentoThames Gateway, no leste de Londres, com 200 mil
novas moradias?
Quais so os custos extras de infra-estrutura para instalar essas
novas mora-dias no sudeste, onde novos diques e estaes de
tratamento de gua devemser construdos para atender o aumento da
demanda, ao contrrio do noro-este, onde haver mais gua durante o
vero, e os custos de longo prazo seromenores para os proprietrios
comuns? Quem pagar por isso?
O morador comum concorda em pagar uma conta de gua mais cara
para queessas 200 mil pessoas a mais vivam na regio do Thames
Gateway?
De que forma o srio problema do aumento do nmero de lares, que
agrava asestiagens do vero no sudeste, tem sido tratado no processo
de planejamento?
Os agricultores, que a cada dia que passa dispem de menos gua e
que jsofrem a presso das secas nos cultivos, tendo que reservar a
gua para osvegetais de maior valor e para as hortas.f tero como
exigir indenizao dospolticos que, de forma imprudente, aprovaram os
projetos que excederam acapacidade do meio ambiente regional?
AS ENCHENTES NA GR-BRETANHAAs enchentes so um problema crnico
crescente no mundo. No Reino Unido seprev um aumento significativo,
devido a:
Intensificao das chuvas durante o inverno. Nveis mais altos dos
mares, junto com ondas maiores e ciclones mais fortes. Tempestades
de inverno mais intensas e mais freqentes. difcil prever a in-
cidncia de tempestades e, ainda que os modelos do Hadley Centre
prevejamum aumento, muitos outros modelos no o fazem. Porm, podemos
dizer comsegurana que as tempestades sero mais violentas.
No Reino Unido estima-se que 1,7 milho de casas esto situadas em
plancies alu-viais, e 200 mil delas correm o risco de 1 em 75 de
sofrer com as enchentes (riscode uma vez na vida). O setor das
seguradoras tem concordado em continuar co-brindo as casas com algo
melhor do que o risco de 1 em 75 e at 2007 as casas de-vero ter
defesas contra enchentes. Os proprietrios nos vales do Tmisa e
Severne de outras partes do sudeste da Inglaterra talvez vejam seus
prmios subirem, emcertos casos chegando a algo entre 2 e 10 mil
dlares por ano, e inclusive talvezlhes neguem cobertura. Ser mais
difcil vender essas casas, particularmente se osbancos que
financiam a compra de imveis exigirem seguro. No ano 2000,10
milmoradias foram inundadas, e as chuvas, com as perspectivas de
mudanas clim-. 14ticas, comeam a aumentar de forma considervel.
A pele das edificaes propensas a enchentes tambm causa de
preocu-pao, na medida em que os construtores procuram uma utilizao
mais ampladas estruturas de madeira nas edificaes. Nas reas onde h
grandes conjuntoshabitacionais, como os propostos para a expanso da
rea do Thames Gateway,existe o risco de futuras enchentes, e
deveria ser regulada a utilizao de materiaisimprprios que absorvem
a gua, que talvez sucumbam a infestaes de mofo eapodrecimento
quando secarem.15
Buscando reduzir os impactos das enchentes nos cidados, os
investidoresimobilirios enfrentaram um baque multimilionrio de
"taxa de enchente" paraconter os crescentes custos das mudanas
climticas. O relatrio do Departamen-to de Questes Ambientais,
Alimentares e Rurais (DEFRA) de janeiro de 2003 re-comendou que os
investidores que constroem nas plancies aluviais deveriam
serobrigados a pagar uma taxa nica para arrecadar mais de 40 milhes
de dlarespara construir sistemas de defesa no litoral e nos rios.
Os gastos com proteo
-
Figura 6.6O rio Dee, em Maryculter, novembro de 2002 - uma das
vrias fotos tiradas durante o pico daenchente de dentro de um
helicptero pelos funcionrios municipais de Aberdeenshire. Os
li-mites do municpio vo at a metade do rio, estando Aberdeenshire
direita e Aberdeen City esquerda. Observe o camping inundado no
centro da fotografia. O tamanho normal do rio podeser visto perto
do topo da fotografia, onde os agricultores tinham construdo uma
barragemcontra enchentes. A estratgia de Aberdeenshire geralmente
encorajar os agricultores a remo-ver as barragens ao longo do rio.
mais sustentvel permitir a inundao dos campos, assim, searmazena a
gua da enchente e se atenua o fluxo corrente abaixo que reduz as
enchentes emoutros lugares. (Fonte: Reproduzida com a gentil
autorizao da Prefeitura de Aberdeenshire.)
contra enchentes subiro de 820 milhes de dlares em 2002 para 1,1
bilho de d-lares at 2005, embora isso seja pouco comparado com os
investimentos necess-rios para proteger as pessoas em reas
vulnerveis, devido ao aumento dos riscosde enchentes provocados
pelas mudanas climticas. Na poca, grupos ambien-talistas rejeitaram
as concluses do relatrio, as quais, eles afirmavam, estavam,. na
verdade, encorajando empreendimentos imobilirios nas plancies
aluviais,enquanto a Federao dos Construtores de Casas
[Housebuilder's Federation] ad-vertiu que as taxas propostas
agravariam a escassez de moradias, pois elevariamos preos das
casas. 16 A taxa, claro, no foi aprovada.
Outro grande problema que talvez resulte das enchentes a
contaminao dosolo. Uma das caractersticas principais de muitos
poluentes que eles so maispropensos a deslocar-se em solo mido do
que em solo seco. Muitos stios dasplancies aluviais com histrico de
toxicidade do solo talvez se tornem ainda maispoludos se o solo for
inundado. Neste caso, mesmo que uma poro da camadasuperficial do
solo seja removida e substituda, inundaes freqentes podem fa-zer
com que os poluentes subam atravs da nova camada superior do solo
at asuperfcie. Desta maneira, as piores condies advm da combinao da
contami-
nao do solo com as freqentes inundaes, agravando os problemas de
conta-minao resultante de reas industriais nas plancies
aluviais.
Uma grande preocupao na Gr-Bretanha, sendo to propensa a
inundaes,c~ntmua s~n.do as permisses para novos empreendimentos
imobilirios nas pla-mCl~s aluviais, sem levar em considerao os
impactos que tero ao aumentaros nscos ~e enchentes nas reas
adjacentes. Diversos problemas aumentam osnsc~s d~ mundaes
resultantes desses novos projetos: um deles que
muitosfuncIOnanos_de planejamento e membros dos comits dos
municpios locais sim-ples~ente nao compreendem as questes
envolvidas porque no possuem nfor-ma.oe: detalh~das e adequadas; o
segundo problema que as metodologias paraavalJa~o .dos senos fiSCOS
de tais decises para as comunidades locais no estodisponveis para
eles; e por ltimo, a natureza do homem tal que com f .. A _. , . ,
requencia, e m~ls conveniente para as pessoas esconder a cabea na
terra e ignorar osverdadeiros problemas, talvez devido falta de
imaginao de muitos.
. At os "peritos" no esto de acordo sobre como calcular
corretamente osI~pactos relacionados com as enchentes, como fica
evidente a spera discus-sao em torno de uma srie de novos
empreendimentos projetados por Kohn Pe-derson,F~x, RM]M e Nicholas
Grimshaw & Partners, s margens do rio Clydena Escoc~a. O
projeto exige o aterramento de algumas bacias de diques, o
queprovocara, segundo alguns, o aumento do risco de grandes
enchentes em Glas-gow, de acordo com um relatrio do Clyde Heritage
Trust. O relatrio conclui
Figura 6.7No a~enas.os meios urbanos, mas tambm as rotas de
transporte, a agricultura e a sade so~u~eravels as ench:ntes
litorneas e dos rios devido propagao da poluio e do esgoto5o
e-se(!er uma idia da dimenso do problema nesta vista da inundao
provocada pelo rioevern. rente: R.L.Wilby, Environment Agency)
-
que Glasgow talvez esteja correndo risco de enchentes similares
quelas quecausaram danos enormes em Praga e Dresden em 2002. Todo
empreendimentoimobilirio na beira dos rios contribui para seu
estreitamento, o que reduz suacapacidade de armazenamento de gua, e
ele transbordar em algum lugar dacidade. O ClydeHeritage Trust
tambm exige que um plano consistente e abran-gente para inundaes
seja integrado no replanejamento total da cidade, similarao da
construo da Barreira do Tmisa em 1984.17
Os investidores e os peritos no concordam com as concluses deste
Rela-1 trio e a luta se acirra. Mas existe aqui uma questo tica: de
que lado se deveestar, do lado da precauo, que tenderia a retardar
a aprovao de um projetoque talvez tenha impactos catastrficos nas
comunidades vizinhas, ou do ladoda valorizao imobiliria da rea
total atravs de um projeto de empreendimen-to moderno? Dois grupos
de pessoas tero que sofrer quaisquer conseqncias"desastrosas de
tais projetos: os contribuintes dos impostos municipais e aque-les
cujas casas perderiam seu valor ao serem inundadas. Aparentemente,
h umnus moral em assegurar que estes dois grupos entendam
apropriadamente aavaliao feita pelas foras opostas, para que possam
decidir da melhor formaseus prprios futuros. Os investidores no tm
demonstrado estar preocupadoscom o bem-estar da comunidade da rea
no longo prazo, mas as seguradorasdessas propriedades estaro
envolvidas no futuro de tais empreendimentos, e por isso que sua
participao crucial.
As enchentes urbanas esto aumentando ao redor do mundo, na
medida emque as cidades se expandem, e o~ campos e florestas que
absorvem a gua, d~olugar a estradas, edifcios e estacionamentos
Impermeveis. Chuvas torrenciaispodem ocasionar enchentes relmpago
com conseqncias devastadoras, nclu-sive em cidades que, h sculos,
no sofrem com este fenmeno." Isto se deve,em grande parte, no
apenas ao menor nmero de superfcies permeveis, mastambm prtica
contnua de construo em plancies aluviais e ao aumentona intensidade
das chuvas com as mudanas climticas. A infra-estrutura paraa gua da
chuva e o esgoto tambm um problema no Reino Unido, e
muitosmunicpios hoje utilizam Sistemas de Drenagem Urbana
Sustentvel [SUDS -
J- Sustainable Urban Drainage Systems] para reduzir o risco de
enchente urbana,embora devesse ser observado que ele no funciona
nas plancies aluviais ondea gua no tem para onde ir, uma vez que os
depsitos de gua j esto freqen-temente debaixo do lenol fretico
durante as enchentes. Um grande problemadas inundaes urbanas tambm
a velocidade de escoamento e os efeitos da"enchente relmpago", que
pega as pessoas desprevenidas e responsvel pormuitas das mortes por
afogamento, quando as pessoas tentam escapar em seusveculos pelas
estradas inundadas. Para uma excelente bibliografia sobre o
as-sunto veja a Lista de Leitura do tema das enchentes fornecida
por David Cri-chton no website
http://books.elsevier.com/companions/0750659114.
o aumento dos nveis dos maresOproblema das enchentes no sudeste
da Inglaterra agravado com o recalque damassa continental na regio
e pelo fato de que grandes reas no sudeste j corremo risco de
sofrer enchentes litorneas e ribeirinhas. Muitas regies no mundo
com-partilham o mesmo problema.
No mundo todo, ao redor de 400 milhes de pessoas vivem em
localidadesa menos de 20 metros de altura em relao ao nvel do mar,
e aproximadamente23%,da populao vive a 20 km da costa. Porm, estes
nmeros so difceis decalcular de forma apropriada a partir dos dados
existentes. Onze das maiores ci-dades do mundo esto situadas nas
regies litorneas, e, nos Estados Unidos, nadamenos do que 53% da
populao mora perto da costa e, portanto, talvez sejamvulnerveis ao
aumento dos nveis dos mares."
Veneza uma das muitas cidades que enfrentam o mesmo problema que
Lon-dres: na medida em que os nveis dos mares aumentam, a prpria
cidade afunda nosolo aluvial. Em 1900,a rea central de Veneza, ao
redor da Praa de So Marcos,inundava aproximadamente 10 vezes por
ano. Hoje quase 100 vezes por ano e,neste sculo,j recalcou ao redor
de 20 em. Seos cientistas estiverem certos e o nveldo mar aumentar
entre 40-60 em durante o prximo sculo e a cidade continuar aafundar
na mesma velocidade, ento a eventual inundao da cidade ser
inevitvel
Figura6.8Muitos dos grandes reservatrios britnicos foram
construdos durante os anos de estiagem dosculo XIX, como a barragem
em Craig Goch Reservoir, uma de uma srie no Vale Elan, no cen-tro
do Pasde Gales, construda para fornecer a Birmingham, a 115km, um
suprimento segurode gua. A obra foi fruto da imaginao do ltimo
prefeito vitoriano de Birmingham e tem umacapacidade de reserva de
2 bilhes de gales de gua. Os diques do vale de Elan hoje perten-cem
companhia Welsh Water [guas Galesas]. (Fonte: Charles Knevitt)
-
e ficar, segundo as previses, inabitvel por volta de 2100.20
Muitos esto cticosquanto materializao da construo de uma barreira
ao redor da laguna da cida-de, e no por causa do custo, que seria
de bilhes, em vez de milhes.
A QUALIDADE DA GUAA qualidade da gua ser extremamente afetada
pelas mudanas climticas:
A diminuio das chuvas no vero afetar a disponibilidade e a
qualidade dagua, aumentando tambm a concentrao de CO2 e de
poluentes em rios,
barragens e lagos. Os nveis maiores dos mares interferiro com os
padres naturais de drena-
gem, linhas costeiras e redes de gua e esgoto. As tempestades
mais intensas e freqentes talvez poluam as fontes de gua. A mudana
nos nveis de gua subterrnea afetar o fornecimento de gua. O aumento
da temperatura da gua acelerar o crescimento de bactrias
transportadas pelas guas, plantas e fungos. A diminuio dos nveis
de oxignio na gua devido s temperaturas mais al-
tas e aos nveis mais baixos dos rios talvez mate espcies
fluviais, incluindo ospeixes, que so tambm fisiologicamente
sensveis s variaes de tempera-
tura nos seus habitats.
Os altos nveis de drenagem de gua da chuva, como conseqncia dos
aumentosnos nveis de precipitaes e freqncia de tempestades
exacerbaro a poluio
das reas construdas.Um exemplo onde a combinao de fatores est
aniquilando grandes extenses
de gua o Lago Tanganyika, na frica Central, onde o equilbrio
bioqumico do lagofoi to alterado que, devido falta de nutrientes
vitais, o nmero de peixes tem dimi-nudo drasticamente, afetando
muito a economia da pesca local. Em uma rea ondeentre 25% e 40% das
protenas necessrias dos habitantes locais dos quatro pasesque
margeiam o lago provm tradicionalmente deste, a queda brusca do
nmero depeixes, em grande parte devido s temperaturas mais altas da
gua e s mudanasnos padres dos ventos, ter um efeito catastrfico nas
populaes locais."
AS BARRAGENS EOS RESERVATRIOSOs nveis das precipitaes e os
perodos de estiagem e de chuva tm impactosdiretos na
infra-estrutura de captao de gua e nos sistemas de armazenagem
efornecimento. As mudanas climticas talvez se mostrem uma
verdadeira ameaa
para a integridade desses sistemas.Existe, por exemplo, um
problema muito real, mas invisvel, que paira sobre as
barragens, reservatrios e canais de muitos pases. Em 2 de
novembro de 1925 hou-ve uma exploso na seo inferior de uma parte da
barragem de Eigiau, no vale
Conwy, no norte do Pas de Gales. A gua atravessou rapidamente um
canal de 23 mde largura por 3,5 m de profundidade, na medida em que
50 milhes de ps cbicosde gua desciam em vagalhes em direo ao
reservatrio Coedty. O reservatrioestava quase cheio na poca, e o
vertedouro teve que lidar com uma descarga exces-siva, muito mais
do que sua capacidade podia suportar. A barragem
transbordou,arrastando as margens do rio, e o ncleo entrou em
colapso. Houve uma liberaoquase instantnea de 70 milhes de gales de
gua. Uma parede de gua, lama, pe-dras e concreto atingiu a vila de
Dolgarrog s 21h15min de segunda-feira.
Felizmente, muitos dos aldees estavam assistindo um filme no
salo comu-nitrio da vila, fora do caminho da enchente, e 200
operrios estavam trabalhan-do at mais tarde na fbrica de alumnio
prxima, pois, de outra forma, muitaspessoas poderiam ter morrido.
De qualquer maneira, 10 adultos e seis crianasmorreram e muitas
casas foram destrudas.22
Pedras enormes, do tamanho de uma casa, podem ser vistas ainda
hoje navila. Mais tarde se soube que o gerente geral e a direo da
empresa dona do diquesabiam da existncia de defeitos na obra desde
o comeo, mas decidiram mantero segredo. Ningum jamais foi
responsabilizado, e, na reconstruo da vila, duasdas ruas foram
nomeadas em homenagem aos diretores da empresa."
Deve-se enfatizar que nenhuma outra vida foi perdida por causa
de rompimen-tos de barragens no Reino Unido desde a tragdia de
Dolgarrog em 1925, emboraessas mortes ocorram em outras partes do
mundo. Em 1959, o dique Malpasset naFrana rompeu-se, ocasionando a
morte de 421 pessoas, e, em 1963, o transborda-mento de gua na
barragem Vaiont na Itlia causou um deslizamento de terra quematou
1.189 pessoas, ainda que a barragem tenha permanecido intacta. Em
1972,um dique em West Virginia, nos Estados Unidos, se rompeu,
causando 125 mortes.Os diques e reservatrios modernos do Reino
Unido possuem altos padres deconstruo, mas no futuro, as margens de
proteo sofrero uma maior erosodevido s mudanas climticas. Em termos
de nveis de segurana, a principalpreocupao o sigilo em torno das
condies dos diques e barragens. Existemtambm preocupaes quanto ao
silncio envolvendo os mapas das inundaespor ruptura de barragens, e
pela falta de preparo dos servios de emergncia emlidar com situaes
catastrficas.
As informaes de domnio pblico so suficientes para ilustrar a
escala do pro-blema.24 A Reservoirs Act [Lei dos Reservatrios], de
1975, se aplica a todos os re-servatrios com capacidade para mais
de 25 mil metros cbicos de gua. No ReinoUnido existem mais de 2.500
desse tipo de reservatrios, dos quais 530 so suficien-temente
grandes para serem includos no Registro Mundial de Grandes
Barragens.Os donos das barragens includas na lei so obrigados a
contratar, a cada 10 anos,inspees feitas por um engenheiro civil de
uma comisso especial, mas a lei noespecifica os detalhes da inspeo
e nem se os resultados devem ser publicados. Naprtica, a abrangncia
da inspeo depende quase unicamente de quanto o dono da
-
barragem est disposto a pagar, e o autor no tem conhecimento de
nenhum casoem que os resultados tenham sido publicados, ou sequer
fornecidos aos funcion-rios de planejamento de emergncias ou dos
servios de emergncia das prefeituras.Os donos das barragens tambm
se recusam a divulgar os papas de inundaes.Isto pode significar, e
de fato j aconteceu, que os funcionrios de planejamentotalvez
outorguem s prefeituras permisso para a construo de novas
moradiasdentro da rea que poderia ser inundada pela ruptura do
dique, simplesmente por-que eles no sabem que essa rea est dentro
da zona de perigo.
Em contraste, na Frana, todas as pessoas que vivem em reas de
risco de rup-tura de barragens esto perfeitamente cientes do fato,
e essas reas esto sujeitasa freqentes simulaes de evacuao.
Comentrios informais de engenheiros pa-recem indicar que eles
acreditam que os britnicos provavelmente entrariam empnico, mais do
que os franceses, se lhes fossem fornecidas tais informaes.
Asmudanas climticas poderiam muito bem levar a um aumento do
risco deruptura das barragens britnicas, algumas com mais de 200
anos. A ruptura podeser causada por muitos fatores - por exemplo,
as mudanas climticas e as chuvasmuito fortes poderiam ocasionar o
colapso das fundaes, deslizamentos de terrapara dentro dos
reservatrios ou transbordamentos de gua.
Aproximadamente a metade das 2.500grandes barragens do Reino
Unido derepresas de aterro, a maioria delas construdas antes de
existirem equipamentospesados de compactao de solo. Pouco se sabe a
respeito da composio de taisaterros, especialmente o ncleo, ou o
nvel de recalque interno ou de distrbioscomo, por exemplo, tocas de
coelhos.
As secas poderiam provocar rachaduras nas paredes dessas
barragens, e asmudanas climticas ocasionaro mais secas no vero,
seguidas de mais chuvasno outono. Isto poderia impor cargas
adicionais, que no foram levadas em con-siderao quando o
reservatrio foi planejado. Tambm podem haver cargas adi-cionais
pelo acmulo de neve nas reas superiores, que derreteriam
rapidamente,devido s chuvas. Velocidades do vento mais altas na
parte superior do reserva-trio poderiam causar transbordamentos de
gua mais freqentes, provocando aeroso das barragens de aterro, a
menos que fossem devidamente protegidas.
Outras possveis causas de ruptura incluem atos de vandalismo em
comportas,tubulaes ou controles, o terrorismo ou a queda de
avies.Muitas barragens estoperto ou dentro das reas urbanas.
Existe, por exemplo, uma grande barragem emBrent, em Londres, que
est situada muito perto das casas e das rotas areas. Amaioria dos
reservatrios do ReinoUnido tem mais de 100anos. Existe um
registrodetalhado dos defeitos das barragens, mas ele no publicado.
As razes para o se-gredo sobre as condies das barragens do
ReinoUnido no so claras, mas os pru-dentes corretores das
seguradoras esto sempre inclinados a pensar o pior quando ainformao
no fornecida. Ohistrico da segurana das barragens no ReinoUnidotem
sido excelente desde 1925,mas os temores com as mudanas climticas
talvez
faam com que algumas s~radoras reavaliem a situao. extremamente
pro-vvel que existam pessoas~morando e trabalhando dentro das zonas
de pertg
-
ABritish Waterway est muito ciente do risco e tm um sistema de
compor-tas, represas, bombas e eclusas para controlar o fluxo nos
canais. Eles tm um sis-tema cuidadoso de procedimentos de emergncia
que tem funcionado muito bemat agora, mas as mudanas climticas, com
previses de perodos de chuva cadavez mais intensos, devero impor um
desafio maior para essa velha rede de canaisde 200 anos, e este
desafio parece ainda no ter sido completamente reconhecido
pelo governo.Os nveis de chuva e neve em muitas regies tm
efeitos diversos sobre nosso
ambiente construdo e tm o potencial de criar perigos
significativos para as casase cidades de cada regio. O esforo para
reduzir a exposio a essas ameaas tal-vez influencie cada vez mais
as reas de assentamentos das populaes no futuro,assim como a
necessidade de tomar maiores medidas para reduzir a
vulnerabili-dade das edificaes a tais ameaas, ao redor do
mundo.
O que impossvel de fazer, porm, sair do caminho de uma
tempestade
vista.
NOTAS E REFERNCIASL Hulme, M., Turnpenny.}. e Jenkins, G. (2002)
Climate Changes Scenariosfor
the United Kingdom: The UKCIP02 Briefing Report: Tyndall Centre
for ClimateChange Research, School of Environmental Sciences,
University of East An-glia, Norwich, UK.Disponvel em formato pdf
em: http://www.ukcip.org.uk/publications/pub.html.
2. Palmer, T.N.e Rlsnen.]. (2002)Quantifying the risk of extreme
seasonal pre-cipitation events in a changing climate. Nature, 415,
512-14.
3. O limite interior para a classe de eventos "mais intensos"
definido (separa-damente para cada estao e regio) por uma
quantidade (mm) calculada doperodo de 1961-90, isto , as
precipitaes dirias excedidas em um nmeromnimo de dias necessrios
responsveis por exatamente 10%das precipita-
es sazonais.4. Guardian, 6 December 2003,p. 21.5. Observer,
Cash, 31August 2003,p. 5.6. Guardian, Society;27November 2002,pp. 8
e 9.7. Guardian, 14November 2002,p. 25.8. Guardian, 29 October
2003,p. 13.9. Guardian, 24July 2003,p. 15.10.
http://www.unep.org/Documents/Default.asp?DocumentID=321&ArticleID=
4026.11. http://timesofindia.indiatimes.com/ articleshow
/362916.cms.12. "O direito humano gua o direito de todas as pessoas
gua suficiente,
a custo razovel, fisicamente acessvel, segura e aceitvel para
usos pessoais
e domsticos", afirma o documento da Comisso. "Enquanto o uso da
guavaria entre as diferentes culturas, uma quantidade adequada de
gua segura necessria para evitar as mortes por desidratao, reduzir
o risco de doenasrelacionadas com a gua e para o consumo, cozimento
dos alimentos e ne-cessidades de higiene pessoal e domstica',
http://www.globalpolicy.org/so-cecon/ffd/gpg/2002/1127water.htm,
veja tambm a Indigenous People KyotoWater Declaration, do Third
World Water Forum, Quioto, Japo, Maro
2003,http://www.treatycouncil.org/ new_page_52112111.htrri.
13. Guardian, 27August 2003,p. 10.14. Observer, Cash, 12October
2003,p. 11.15. "What's in your backyard", da Environment Agency,
retrata na pgina do site
YourEnvironment, o risco de enchentes na Gr-Bretanha em qualquer
locali-dade no http://216.31.193.171/asp/l_introduction.asp. O
servio da Environ-ment Agency s se aplica Inglaterra e ao Pas de
Gales, mas existe um sitecomercial que fornece um servio gratuito
de pesquisa por cdigo de ende-reamento postal para toda
Gr-Bretanha, Ele pode ser acessado em:
www.home-envrosearch.corn.
16. Observer, 5 Ianuary 2003,p. 2.17. Building Design,
13September 2002,p. 2.18. Roaf S. (2004) Cloosing the Loop:
Benchmarksfor Sustainable Buildings. Lon-
don: RIBAPublications, ch. 19,"Flooding". Sobre o sistema de
drenagem sus-tentvel em particular, veja:North East Scotland Flood
Appraisal Group (2002)Drainage Impact Assessment: Guidance for
Developers and Regulators. Stoneha-ven: Aberdeenshire Council.
Disponvel no Aberdeenshire Council, telefone01569768300,perguntar
por Ms Hilary McBean ou via email:
[email protected] (em breve tero um website).
Aguarde Floods and SUDS:A Guidance Note for Local Authorities on
SUDS Issues by David Crichton aindano publicado, mas disponvel de
forma gratuita por email: davidgicrichton.sol.co.uk. Veja tambm
dois novos sites importantes: Foresight Flood e Co-astal Defence
Report, lanados em 22 de abril de 2004, com previses paraentre 30 e
100 anos e usos dos Cenrios das Mudanas Climticas UKCIP02e Previso
Futura de cenrios socioeconmicos. Eles descrevem os possveisriscos
de enchentes e eroso cos~ do Reino Unido e ressaltam as decisesque
precisam ser tomadas para proteger as pessoas, as casas, as
empresas e omeio ambiente no futuro. Em cada cenrio, se as polticas
de gerenciamentode enchentes permanecerem as mesmas, o risco de
enchente aumenta signi-ficativamente, e os danos podero custar
muito. Nos cenrios mais extremos,os custos anuais dos danos
poderiam ser 20 vezes superiores aos atuais. Ascpias dos relatrios
podem ser baixadas do site http://www.foresight.gov.uk/fcd.html.
Tambm Flooding and Insurance - Information and Advice
fromABI.AAssociation ofBritish Insurers desenvolveu uma pgina na
Internet de-
-
dicada a informar sobre as enchentes e questes de seguros.
incluindo deta-lhes de opinies e relatrios daABI. e relatrios de
enchente com informaespara proprietrios de como reduzir os danos
provocados pelas inundaes.Acesse www.abi.org.uk/flooding.
19. http://www.giss.nasa.gov/research/intro/gornitz_04/.20.
Guardian, G2. 18 September 2003. p. 3.21. Independent, 14 August
2003. p. 11.22. Thomas, D. (1997) Hydro Electricity in North West
Wales. Llanrwst: National
Power plc.23. Draper, C. (2002) Walks in the Conwy Valley.
Llanrwst: Gwasg Carreg Gwalch.24. Veja: O Babtie Group e o Centre
for Ecology and Hydrology (2002) Clima te
Change Impacts on the Safety of British Reservoirs. Relatrio
encomendado peloDepartment of the Environment. Transport and the
Regions (DETR) agora DE-FRA. atravs do seu programa de pesquisa de
segurana de reservatrios (nopublicado) e Hughes, A.. Hewlett, H..
Samuels, P..Morris. M.. Sayers, P..Moffat,L. Harding. A. e Tedd, P.
(2000) Risk Management for UKReservoirs. Construc-tion Industry
Research and Information Association (CIRIA) Research projectreport
C542. London.
25. Muitas das informaes desta seo se baseiam no seguinte
ensaio: Sim. S..Morgan. L. e Leftley. D. (British Waterways) (2002)
British Waterways' role inflood mitigation and emergency response.
Municipal Engineer, 151. 305-11.