Rildo Silveira Criado por rildosilveira@yahoo. com.br Cruzília – MG – Brasil Música: Spirits of Nature Intérprete: Yanni Fotos: Zdenia Tristão, Rildo Silveira Local: Sul de Minas Gerais - Brasil Texto: Rildo Silveira "Não devemos tirar a vida de qualquer criatura. Na verdade, não devemos nunca tomar aquilo que não podemos dar. E como não podemos restituir a vida a uma criatura morta, não temos direito de tomar sua vida”. J.P. Vaswani Foto: Rildo Silveira
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Rildo Silveira Criado por [email protected] Cruzília – MG – Brasil Música: Spirits of Nature Intérprete: Yanni Fotos: Zdenia Tristão, Rildo Silveira.
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"Não devemos tirar a vida de qualquer criatura. Na verdade, não devemos nunca
tomar aquilo que não podemos dar. E como não podemos restituir a vida a uma criatura
morta, não temos direito de tomar sua vida”.J.P. Vaswani
Foto: Rildo Silveira
Abate humanitário pode ser definido como o conjunto de procedimentos técnicos e científicos que garantem o bem-estar dos animais destinados
ao consumo, desde o embarque na propriedade rural até a operação de sangria no matadouro-frigorífico.
Conceito esse, definido e estampado exclusivamente sob a ótica do lucro.
Tal processo envolve cuidados específicos no embarque, transporte, desembarque no abatedouro, acondicionamento nos galpões de espera,
descanso e dieta hídrica, banho de aspersão, condução até a linha de abate, o atordoamento ou insensibilização e finalmente a sangria dos animais.
Foto: Rildo Silveira
No transporte, o stress pode provocar contusões e morte.
As contusões afetam a qualidade da carcaça e a privação de alimento e água conduzem à
perda de peso do animal.O stress físico ocasiona a depleção do
glicogênio muscular, resultando numa carne dura e escura.
Todos esses fatores afetam o bem estar do animal, mas é um pretexto para encobrir o mal estar daqueles que tiram vantagem do
abate de animais: a perda econômica.
Foto: Rildo Silveira
O descanso ou dieta hídrica é o tempo necessário para que os
animais se recuperem totalmente das perturbações surgidas pelo
deslocamento desde o local de origem até ao estabelecimento de
abate.Torna-se interessante o animal
readquirir sua normalidade fisiológica, reduzir o conteúdo
gástrico para facilitar a evisceração da carcaça e restabelecer as
reservas de glicogênio muscular. Estando eles descansados, fornecem
uma carne melhor, mais lucrativa, deixando aqueles que tiram
vantagens do abate, mais calmos também. Foto: Rildo Silveira
O banho de aspersão foi adotado em substituição ao banho de
imersão, evitando deslizamento ou quedas, não danificando a
carcaça. As contusões devem ser mínimas, não por causa do animal, mas por melhorar a qualidade final do produto e gerando melhor economia.
Foto: Rildo Silveira
A condução até a linha de abate deve ser executada de maneira menos estressante possível. As linhas de condução possuem a forma circular,
facilitando sua locomoção uma vez que estes não conseguirão enxergar o que os está esperando à sua frente, avançando com mais facilidade.
São evitados o uso de porretes e objetos pontiagudos, que poderão danificar a carne, o couro e o lucro.
O atordoamento ou insensibilização, conforme o animal, é feito por pistola pneumática de penetração, corte da medula ou choupeamento, eletronarcose, processos químicos e algumas vezes, marreta.
Instrumentos esses, classificados como "humanitários"...
Foto: Rildo Silveira
Finalmente a sangria, realizada pela abertura sagital da barbela com uma ou duas facas. Devido ao pH alto e ao grande teor protéico, o sangue tem uma rápida putrefação. Logo, a capacidade de conservação da carne mal sangrada é muito limitada. Além disso, constitui um problema de aspecto para o consumidor. Portanto, a eficiência da sangria é considerada uma
exigência importante das operações de abate para obtenção de um produto de alta qualidade, com preços superiores.
Foto: Rildo Silveira
O termo “abate humanitário” é uma bravata verbal criada por aqueles que lucram com esse despudor.
É um discurso que expressa a preocupação com o bem-estar do animal, mas que na verdade esconde um sistema cujo único
propósito é a economia, através de menores prejuízos.Foto: Rildo Silveira
A preocupação não é com o bem estar do animal, e sim
com o maior retorno financeiro que deverá surgir
em decorrência das menores perdas durante as
operações de abate dos animais e a melhora na
qualidade final do produto.Como os eventos que se
sucedem desde a propriedade rural até o abate
do animal tinham grande influência na qualidade da carne e no seu preço final, implantaram uma operação
tecnológica de alto nível científico, uma cientificidade
para matar.
Foto: Rildo Silveira
O termo "abate", significa o ato ou efeito de abater animais para o consumo.O termo "abate", significa o ato ou efeito de abater animais para o consumo.O termo "humanitário" significa bondoso, benfeitor, aquele que é humano, que ama.O termo "humanitário" significa bondoso, benfeitor, aquele que é humano, que ama.
Abater e amar. Dois termos antagônicos para tentar justificar a industrialização da morte.Abater e amar. Dois termos antagônicos para tentar justificar a industrialização da morte.Ao tentar minimizar a transgressão pelo assassinato de milhões de animais, estamos Ao tentar minimizar a transgressão pelo assassinato de milhões de animais, estamos
desensibilizando as pessoas no tocante ao valor da vida, como se ao reduzir o desensibilizando as pessoas no tocante ao valor da vida, como se ao reduzir o sofrimento, nos isentamos de culpa.sofrimento, nos isentamos de culpa.
Poderíamos então, dessa forma, criar a “pena de morte humanitária”.Poderíamos então, dessa forma, criar a “pena de morte humanitária”.Será ainda humanitarismo os animais nos matadouros cheirar, ouvir e, muitas Será ainda humanitarismo os animais nos matadouros cheirar, ouvir e, muitas
vezes, ver o abate dos outros animais que estão à frente deles? vezes, ver o abate dos outros animais que estão à frente deles?
Foto: Rildo Silveira
Estabeleceram o termo "carne ética" evitando proferirem "morte ética". E sendo o abate humanitário e a morte ética, porque não estampar as fotos internas dos
matadouros nas embalagens? E alguém teria coragem de assistir ao abate industrial em série, ainda que dito "humanitário"?
Pressupõe-se, dessa forma, que os animais sejam “produtos” eticamente aceitáveis.Criar animais para alimento, independente do rótulo, continua sendo uma atividade
prejudicial ao meio-ambiente e um desperdício de alimentos que poderiam ser usados diretamente pelos seres humanos, a um preço muito menor que sua carne.
Foto: Rildo Silveira
A criação de animais cuja única finalidade é a matança,
ultraja as pessoas em sua dignidade, sendo cruel e
extraindo todo o humanismo daqueles envolvidos, tanto no processo de produção quanto no de consumo.
Temos um caminho inteligente a seguir, o de
racionalizar e nos tornarmos vegetarianos.
Ou banalizar e chamar a morte de “limpa”, mesmo sabendo do sofrimento de um animal para ser nossa
vítima, as condições as quais nasceu, foi criado e abatido.Ao desconsiderarmos tudo
isso, estamos sendo indignos em nossa condição
de humanos.
Foto: Rildo Silveira
“Morte limpa” é uma fantasmagoria pregada por aqueles interessados em continuar essas práticas hediondas e lucrativas.
Os animais têm consciência da vida e por conseqüência, da morte também.E os que afirmam o contrário, provavelmente não terão ambas.
O sistema capitalista atropela boa parte das pessoas e procura impor-nos um modo de vida padronizado, baseando e direcionado-nos ao consumismo.
Desse modo, propuseram esse antagonismo esdrúxulo, o “abate humanitário de animais”, esperando que não reflitamos e, consequentemente, os empresários
ávidos pelo lucro desses massacres, não sejam questionados.Foto: Rildo Silveira
Esse mesmo capitalismo avassalador fomenta igualmente os meios de
comunicação hoje em dia, que pouca ou nenhuma crítica fazem aos assuntos relacionados à matança de animais. Comportam-se alheios e estáticos ao
sofrimento deles, aos danos causados pelo consumo de carne, como doenças, escassez de água, poluição e a derrubada de nossas
últimas florestas para a formação de pastagens e produção de grãos
exclusivamente para alimentação animal. Foto: Rildo Silveira
Ao lobby dessa carnificina, interessa apenas que a população se torne mais alienada, de forma a não
cobrarem as conseqüências dos animais serem continuamente explorados e tratados como
máquinas, sem direito à defesa e dando cada vez mais, lucro a
eles. Se essas verdades vierem a público, serão eles, e não a
humanidade, que passarão fome. Podemos, como fantoches, nos
refugiar no comodismo da ignorância. Ou podemos, como