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ANO 1 | Nº 1 | DEZEMBRO/2014 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | www.revistamundodacrianca.com.br Informação para todas as idades Vamos brincar?
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Revista Mundo da Criança - 2014

Apr 06, 2016

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Revista Mundo da Criança - 2014
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ANO 1 | Nº 1 | DEZEMBRO/2014 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | www.revistamundodacrianca.com.br

Informação para todas as idades

Vamos brincar?

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MUNDO DA CRIANÇA •3

Editora BittencourtRua Anita Garibaldi, 425 | Centro | Itajaí Santa Catarina | CEP 88302-130 Fone: 47 3344.8600

DiretorCarlos Bittencourt [email protected]

Jornalista responsável: Renara Almeida - DRT SC 0403 [email protected]

Diagramação:Solange Alves [email protected]

Contato ComercialRose de Souza - 47 8405.8773Sônia Bittencourt - 47 8405.9681 Adriano de Souza - 47 8819.9597

ImpressãoImpressul Indústria GráficaTiragem: 10 mil exemplares

Elogios, críticas ou sugestõ[email protected]

A Revista Mundo da Criança não seresponsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados, que são de inteira responsabilidade de seus autores.

ANO 1 EDIÇÃO Nº 1 Dezembro 2014

É fácil fazer um

castelo...Carlos Bittencourt

A Revista Mundo da Crian-ça, na sua primeira Edição, discute uma questão muito importante para a época

em que vivemos: nossos filhos e netos, essa geração que tem acesso à informa-ção rápida via internet, mas que também vive num mundo violento, terá ou está tendo a chance de viver uma das fases mais importantes do ser humano, que é ser criança?

Quando eu falo criança é no sen-tido literal da palavra mesmo, aquela que se relaciona com os amiguinhos com brincadeiras como as que existiam tem-pos atrás... Não é questão de querer ser saudosista ou fugir da realidade do mun-do moderno, mas as crianças hoje têm menos inocência por conta do excesso de informações, também por causa da falta de brincadeiras descompromissadas, e que mesmo assim ensinavam a alegria da vitória, o levantar depois da derrota, a interação com outras crianças, hoje chamada de socialização.

A preocupação maior de educado-res e pais conscientes é de que as crian-ças de hoje estão recebendo informações cada vez mais cedo, não permitindo que elas tenham a oportunidade de viver como crianças, com seus sonhos, suas dúvidas e incertezas, sua inocência.

Outras também recebem muitas responsabilidades, não dando espaço, para as horas de brincadeiras infantis. Os pais, na intenção de dar educação e para que seus filhos sejam os primeiros em tudo, acabam atropelando a infância e os sobrecarregando de cursos, ensaios, escolinhas...

Pobres crianças, nunca poderão como diz a música de Toquinho, imagi-nar, sonhar, que com alguns riscos numa folha qualquer é possível fazer qualquer coisa, a qualquer momento, como dese-nhar um sol amarelo, fazer um castelo, fazer chover e com dois riscos criar um guarda-chuva.

Não saberão que com um pingui-nho de tinta que cai no papel, a imagina-ção pode tudo, inclusive fazer uma linda gaivota voar no céu, ou um lindo avião rosa e grená surgir por entre as nuvens, com suas luzes a piscar...

A Revista Mundo da Criança convida os leitores a mergulhar nesse mundo infantil, nas brincadeiras de anti-gamente, sem deixar de discutir assuntos atuais como a “Geração Z”, a interação das crianças com os animais, a respon-sabilidade de todos com a sustentabili-dade, além, é claro, da saúde, principal-mente a alimentação, um problema que atinge muitas crianças.

Boa leitura!

www.revistamundodacrianca.com.br

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Não semais como antigamente!

“É no brincar, e somente no brincar que o indivíduo, criança ou o adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente

sendo criativo que o indivíduo descobre o eu”.

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Não se brinca mais como antigamente, isso é uma verdade incontestável. Atualmente, com o avanço da tecnologia, as crianças encontram formas de divertimento puramente virtuais dadas por pais que também não tem tempo de estar investindo em atividades com seus filhos.

Diversão virtual

Computadores e vídeo games substituíram completamente os jogos que eram tão conhecidos e praticados, principalmente na década de 80. Amarelinha, pular corda, queimada, corrida, bolinha de gude… Uma infinidade de atividades que foram substituídas pela frieza e solidão do mundo virtual da Internet, computadores e Jogos de Vídeo Games.

Vamos brincar?

É uma pena, pois os jogos ensinam as crianças como lidar com a frustração de uma derrota, aprendem como se comportar socialmente e desenvolvem formas sadias de lidar com a competitividade. Não apenas os jogos mudaram, mas as músicas e até as roupas. Hoje em dia não temos mais crianças e sim, mini adultos. As antigas canções de roda cantadas por gênios da Música Brasileira como Toquinho e sua inesquecível canção ” Aquarela ” foram substituídas pelas músicas carregadas de erotismo e duplos sentidos do Bonde do Tigrão ou da funkeira Tati Quebra Barraco.

A questão principal e o problema é que não existe espaço para crianças serem apenas crianças na sociedade moderna.

Desde pequena já é introduzida no mundo virtual da internet, surfando sozinha por bits e mais bits, conhecendo apenas

nomes ou figurinhas em uma tela de computador.

Mini adultos

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A competitividade é estimulada de forma muitas vezes cruel, buscando a destruição do adversário e não a união de forças ou mesmo a vitória sadia. O velho ditado popular ” O importante não é vencer…” caiu em desuso rapidamente e foi substituído quase que totalmente por um outro que diz ” Se não vencer, você não é ninguém…”.

O resultado de gerações de crianças que foram criadas para serem individualistas é assustador. É importante que as crianças sejam educadas dentro do mundo globalizado e al-tamente tecnológico dos dias atuais, mas também creio que é necessário treinar os educadores para continuar introduzin-do valores éticos e morais para que essa criança não se perca entre o trabalho quase que 24h dos pais e a negligência das escolas.

É algo a se trabalhar muito, principalmente para os Psi-cólogos e Pedagogos. As crianças não conseguem mais ser crianças e isso em um intervalo de tempo de médio prazo é desastroso.

Por onde andam os brinquedos que até uma déca-da atrás divertiam de forma saudável milhões de crian-ças ao redor do mundo? Onde estão aqueles jogos que ensinavam as crianças que o importante não era ganhar a qualquer custo (até ser desonesto) e sim participar da brincadeira??

Valores éticos e morais

Por : Marcelo C. Souza

Onde está o espaço onde a

criança pode ser apenas criança?

Realmente… Não se brinca

mais como antigamente.

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ssas brincadeiras viabilizavam momentos significativos de trocas afetivas. As crianças ficavam muito tempo juntas e juntas aprenderam a olhar nos olhos, a contar com um amigo, a fazer comparações

e escolhas, a abraçar, a dividir seus medos e angústias, a se desentender e depois fazer as pazes, a respeitar, a ouvir e aceitar o outro, a expressar seus sentimentos… Aprenderam que podiam ser felizes!!!

Vamos relembrar algumas

brincadeiras?

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ão faz muito tempo havia as maravilhosas brincadeiras da infância. Não era preciso muita coisa: bastava uma corda, uma bola, um pião, cinco pedrinhas, dois metros de elás-tico, bolas de gude, alguns meninos também faziam seus

fantásticos carrinhos de rolimãs e suas pipas voadoras. Se não tivesse um giz, um pedaço de gesso ou um caco de telha eram suficientes para que imediatamente, surgisse uma amarelinha ou as tocas do coelho na toca. E quem lembra das brincadeiras de garrafão, bandeirinha, doninha da calça-da, anel, cadê o grilo? tica-tica, 31 alerta, tá pronto seu lobo? licença meu bom barquinho, as cantigas de roda e a ousada tô no poço.

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ão quero afirmar que as brincadeiras de antigamente, eram um elixir do equilíbrio do corpo e da mente. E que todas as crianças daquele tempo se tornaram adultos fortes, seguros, bem resolvidos… Quero somente su-blinhar uma época na qual as coisas pareciam ser mais simples e a alegria mais presente.

poca onde as crianças gostavam de ficar juntas e de brincar. Uma época encantadora, cheia de sonhos e de imaginação. Ressalto ainda que essas brincadeiras promoviam aquisições motoras, cognitivas e sócio-afetivas de grande importância.

AS BRINCADEIRAS DE RODA ficavam todos em sintonia, de mãos dadas girando no mesmo sentido, cantando a mesma canção, numa harmonia plena. Naquele momento mágico, eram fortes e seguros – uma

verdadeira equipe. Não era uma competição, não tinha um vencedor, um perdedor ou coisa parecida. Era o desejo de compartilhar com o outro um instante de prazer. Não havia solidão e nada os atingiria ali; estavam de mãos dadas e giravam pro mesmo lado.

Às vezes iam à Espanha buscar seus chapéus.. Jogavam alguém na lata do lixo, mas se fossem um peixinho e soubessem nadar o tirava lá do fundo do mar. Atirava-se o pau no gato, mas ele não morria; penso que a paulada era segura, porque dona Chica ficava até adimirada, mas acabava tudo bem com o pobre gatinho.

Tenho uma admiração especial por Mariazinha, que reagiu àquele que foi ao tororó beber água e não achou e teve, apesar da sede, a oportunidade de encontrar uma bela morena e a deixou lá.

Naquela época havia muitos abraços, muitos olhares, mãos dadas, cantigas, palavras, sentimentos compartilhados, troca, cumplicidade… tudo isso ainda ajudava a previnir ou minimizar as possíveis depressões, fobias, manias…

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uando brincavam de ESCONDE-ESCONDE, aquele que estava escondido, se percebia através do outro. Permaneciam diretamente ligados. Naquele momento um não existia sem o outro. Aqueles que

estavam escondidos, precisavam ser sutis, tolerantes e avaliar qual a hora mais adequada para agir. Como também era necessário serem ágeis, terem capacidade estratégica, equilíbrio estático e dinâmico, a discriminação auditiva e visual eram de extrema importância; assim como, a concentração e o silêncio eram imprescindíveis.

lém do que, entravam em contato com a ansiedade de serem encontrados, descobertos, revelados. Aquele que procurava, vivia inicialmente a sensação de ser o caçador, era dele que todos sumiam. Ele estava sozinho contra todos, mas, cada desvendamento trazia, além do sentimento de vitória, um reencontro. Era preciso ficar bastante atento a qualquer movimento, a qualquer som. E enquanto esse reencontro não acontecia, vivia-se um clima de mistério.

CABRA-CEGA, experimentava-se uma entrega absoluta, um contato com o próprio interior, uma intensa confiança e a certeza de que apesar de estar só, na escuridão, estavam todos por perto, bem pertinho mesmo.

olocar uma PIPA no ar, era viver a realidade e a imaginação ligadas por um fio. Com os pés no chão, controlando os movimentos, podia-se sonhar, voar e se distanciar. Tendo a garantia de que o fio estava lá, fazendo essa conexão.

BOLA DE GUDE, exigia um foco, concentração e é claro um pouco de sorte. Os poderosos “tecos”, atropelavam as bilocas comuns. E o barulho que faziam ao se encontrarem, anunciava que o alvo foi atingido.

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ular de ELÁSTICO? seguindo as etapas estabelecidas, vencendo os desafios, ultrapassando os limites. Era o corpo em movimento, tendo o elástico como um obstáculo que, às vezes não poderia ser tocado e em outros momentos se entrelaçava ao corpo, numa coreografia harmônica.

BAMBOLÊ que envolvia e girava, girava… num movimento coordenado, contínuo e divertido.

ogar AMARELINHA ? um espaço delimitado, riscado no chão, onde a regra era simples e clara. Esse espaço interno deveria ser pisado, explorado, mas suas linhas eram intocáveis. Era preciso ter

equilíbrio dinâmico e estático. Era imprescindível ter limite, concentração e destreza. Alguns pareciam verdadeiros gatos; rápidos, suaves e precisos.

uando se brincava de ANEL, se experimentava o toque do outro através das mãos. Era um toque suave.

Hoje… as crianças vivem de forma bem diferente, as brincadeiras de rua praticamente não existem mais, as escolas não passam mais atividades para casa, os interesses mudaram, agora existem os jogos de computador, a internet, os canais a cabo, os playstations, os celulares.

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ião é um brinquedo que existe desde os tempos remotos, mas animou muitas crianças que precisavam de muita destreza

e habilidade para rodar o brinquedo em alta velocidade. Alguns mais habilidosos faziam o pião rodar em cima das mãos, no próprio fio ou em cima de outros objetos.

arrinho de rolimã – Alguns pedaços de madeira velha eram o suficiente para a construção de um carrinho de rolimã, juntamente com as rodinhas conseguidas de antigas bicicletas. Depois de pronto, um dirigia e o outro empurrava até o carrinha ganhar velocidade e se houvesse competidores, alguém ganhar a corrida improvisada.

elefone com fio – Duas latas vazias de leite ninho ou nescau, uma linha ou barbante ligando as duas e estava feito o telefone para comunicação entre duas crianças. Simples, mas muito divertido.

as brincadeiras, o mais importante eram os amigos, não o brinquedo e se não tivesse nada para brincar, era possível conversar, cantar e contar piadas e ria-se muito. Ficar sozinho em casa… nem pensar, só quando ficavam doentes. Jemima Morais Veras

Psicóloga

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Sinto inveja da desconcertante criatividade das crianças que, sem cabecismos concretistas

ou ambições pseudo-literárias, de repente criam do nada sacadas poéticas como esta: – A cor do céu depende da hora, do tempo e de quem olha. Quem diz que o céu é azul, nem desconfia que, de noite, ele pode ser preto e, quando vai anoitecendo, pode até ser rosa ou vermelho. Quem diz que o céu é azul é analfabeto de céu.

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tem cada uma…POR ALEXANDRE INAGAKI

Adultos são o que as crianças se tornam depois que começam a produzir hormônios e a largar

sonhos pelo caminho. E é assim que nos tornamos maduros, responsáveis e burrocráticos. Não é de se estranhar, pois, o sucesso da coluna que o dramaturgo e pediatra Pedro Bloch publicava toda semana na revista Manchete, intitulada “Criança Diz Cada Uma”. Nela, Bloch narrava tiradas espontâneas e engraçadíssimas, protagonizadas pelas crianças (de 3 a 11 anos de idade) que passavam pelo seu consultório (como a fala sobre a cor do céu do parágrafo ao lado).

Bloch compilou seus achados em dezenas de livros, dentre eles o Dicionário do Humor Infantil, meu predileto dentre todos por ter sido valorizado pelas ilustrações de Mariana

Massarani, também autora de seis livros para crianças. Como não sou egoísta, compartilho aqui algumas das melhores definições deste sensacional dicionário:

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ADULTO – É uma pessoa que sabe tudo, mas quando não sabe diz logo: “veja na enciclopédia”. ALEGRIA – É um palhacinho no coração da gente. AMAR – É pensar no outro, mesmo quando a gente nem tá pensando. BOCA – É a garagem da língua. BONITA – “Se eu sou bonita ou inteligente? Se eu sou bonita, você vê na cara. E se eu sou inteligente, nem respondo a uma pergunta boba dessas”. CABELO – É uma coisa que serve pra gente não ficar careca. CALCANHAR – É o queixo do pé. CHOCOLATE – É uma coisa que a gente nunca oferece aos amigos porque eles aceitam. COBRA – É um bicho que só tem rabo. CRIANÇA – Ser criança é não estragar a vida. DEUS – Um dia eu disse que Deus era muito distraído e todo mundo riu. Só não sei a graça que isso tem. ELÉTRONS – São os micróbios da eletricidade. ESPERANÇA – É um pedaço da gente que sabe que vai dar certo. FÉ – É uma menininha, na praia, esvaziando o mar com um baldezinho de plástico furado. FUTEBOL – É um jogo em que, às vezes, a trave joga melhor que o goleiro. Pega tudo. FUTURO – É tudo que vem depois e, quando chega, já era. INFERNO – É um lugar onde a gente morre muito mais.

MENTIRA – (ouve-se o estraçalhar de um vidro no banheiro e o menino grita) – “É mentira do barulho!” MISTÉRIO – É uma coisa que a gente não sabe explicar direito e, quando explica, já não é. NAMORADO – É uma pessoa que tem medo do claro. NEVOEIRO – É poeira do frio. PACIÊNCIA – É uma coisa que mamãe perde sempre. PIADA – É uma coisa engraçada que perde a graça quando a pessoa avisa que vai ser. POLUIÇÃO – É sujeira do progresso. REDE – É uma porção de buracos amarrados com barbante. REFLEXO – É quando a água do lago se veste de árvores. RELÂMPAGO – É um barulho rabiscando o céu. SAUDADE – É quando uma pessoa que devia estar perto está longe. SONO – É saudade de dormir. SORTE – É a gente acordar, se preparar pra ir pra escola e descobrir que é feriado nacional. TRISTEZA – É uma criança com gesso no pé, sem assinatura. VEIAS – São raízes que aparecem no pescoço das meninas que gritam. VIDA – A vida de muita gente é só gol contra. VIDA – A vida a gente não explica. Vive. XINGAR – Quando eu xingo a minha avó, só xingo a metade que é do meu irmão.

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Por que comprar um brinquedo novo se você pode trocar gratuitamente com uma outra criança? O Quintal de Trocas (www.quintaldetrocas.com.br) é

um site focado exclusivamente na troca de brinquedos, jogos, livros e fantasias.

O objetivo do site é estimular o consumo comparti-lhado, além de resgatar coisas simples como escrever uma carta, entender a importância de cuidar melhor do brin-quedo e ainda realizar novas amizades.

A atriz Carol Guedes criou o Quintal de Trocas porque que sentiu a necessidade de um espaço virtual para reali-zar o consumo compartilhado quando teve a oportunidade de participar de uma feira de trocas de brinquedos do Insti-

tuto Alana e viu a sua filha contagiada pela brincadeira.Totalmente gratuito, permite escolher o item a ser

trocado utilizando filtros por idade, tipo de brinquedo, marca, entre outros. Todos os itens são acompanhados por fotos e uma descrição detalhada do estado em que se encontram. No site há um mecanismo para a troca de mensagens entre os responsáveis pela troca.

O Quintal conta com os chamados "Pontos de Troca", que são instituições e empresas que possuem algum tipo de acesso ao público e que oferecem seus espaços como ponto de encontro para a troca real, combinada anterior-mente pelo site. •

Site permite troca de brinquedos gratuitamente

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O que é a?

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O que é a? V

ocê observa crianças no dia-a-dia usando tec-nologias com muita facilidade? Jovens usando o celular enquanto escutam música e assis-tem à TV ao mesmo tempo? Televisão ligada

enquanto se estuda para uma prova e fones nos ouvidos ao redigir um trabalho escolar são cenas bem comuns na atualidade entre os jovens nascidos em meados das déca-das de 1980 e 1990, conhecidos como Geração Z.

A grande nuance dessa geração é zapear. Daí o Z. Em comum, essa juventude muda de um canal para outro na televisão. Vai da internet para o telefone, do telefone para o vídeo e retorna novamente à internet. Também tro-ca de uma visão de mundo para outra, na vida.

Segundo alguns especialistas, a Geração Z é uma ge-

ração que nasceu sob o advento da internet e do boom tec-nológico e para eles estas maravilhas da pós-modernidade não são nada estranhas. Videogames modernos, computa-dores cada vez mais velozes e avanços tecnológicos inima-gináveis há 25 anos: esta é a rotina destes jovens.

Garotas e garotos da Geração Z, em sua maioria, nunca conceberam o planeta sem computador, chats, tele-fone celular. Por isso, são menos deslumbrados que os da Geração Y, com disquetes, chips e joysticks. Sua maneira de pensar foi influenciada desde o berço pelo mundo com-plexo e veloz que a tecnologia gerou.

Como vive a Geração Z?Se a vida no virtual é fácil e bem desenvolvida, muitas vezes a vida no real é prejudicada pelo não desenvolvimento de habilidades em relacionamentos interpessoais. Vive-se virtualmente aquilo que a realidade não permite. Talvez daí venha o fascínio dos jovens por jogos fantasiosos onde estes podem ser o que quiserem, sem censura ou reprimenda.

Seu mundo é tecnológico e virtual. Para eles é impossível imaginar um mundo sem

videogames com gráficos exuberantes, televisores e vídeos em alta

definição e novidades neste ramo. Sua vida é regada a muita informação imediata, pois tudo

que acontece é noticiado em tempo real e muitas vezes esse volume imenso acaba se tornando obsoleto em pouco tempo.

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Suas características

Essa geração – chamada também de Geração Silenciosa, talvez pelo fato de estarem sempre de fones de ouvido (seja em ônibus, universidades, em casa...), escutarem pouco e falarem menos ainda – pode ser definida como aquela que tende ao egocentrismo, preocupando-se somente consigo mesmo na maioria das vezes.

Obsolescência é algo bastante comum nos membros desta geração. A rapidez com que os avanços tecnológicos se apresentam atualmente acabaram por condicionar os jovens a deixar de dar valor às coisas rapidamente. Isso começa bem cedo, quando crianças esperam o ano todo para ganhar um brinquedo e depois de dois dias ele já está largado em um canto.

Outra característica marcante da Geração Z são problemas de interação social. Muitos deles sofrem com a falta de expressividade na comunicação verbal, o que acaba por causar diversos problemas principalmente com a Geração Y, anterior a sua. Essa Geração também é marcada pela ausência da capacidade de ser ouvinte.

A Geração Z é um tanto quanto desconfiada quando o assunto é carreira de sucesso e estudos formais, pois para eles isso é um tanto quanto vago e distante. Segundo especialistas, poderá haver uma “escassez” de médicos e cientistas no mundo pós-2020.

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Problemas? Ora, assim como todas as gerações anteriores, esta também passará por problemas, principalmente em relação a sua atuação profissional. Sua rapidez de pensamento e incapacidade para a linearidade pode facilitar muito em determinadas áreas, porém em outras

que exigem mais seriedade e concentração podem sofrer algumas dificuldades.

Contudo, o amadurecimento que vem com o passar dos anos deve trazer também um senso de responsabilidade a estes jovens (que certo dia deixarão de ser jovens) e passarão a se fixar mais em seus objetivos

profissionais.

Dentro da sociedade, a atuação política destes jovens também pode se tornar bastante preocupante, afinal, a enorme quantidade de itens tecnológicos e informações desnecessárias acabam por distrair suas mentes, tornando-os, na maioria das vezes, alheios à vida política de sua comunidade, sua cidade, seu país e o próprio mundo. •

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Convivendo com os

animais desde cedo

Seu filho pede insistentemente um animalzinho de estimação e você tem dúvidas se atente ao pedido. Quer uma dica? Saiba que um animal de estimação ajudará no desenvolvimento

emocional e social da criança.Com um animal de estimação, o pequeno da família

não terá mais poder total como tinha com seus brinquedos. Para cada atitude dela, o animal de estimação terá uma reação, atuando diretamente no processo de socialização da criança. Um animal necessita de cuidados e a criança precisa ter responsabilidade sobre eles. Essa responsabili-dade depende da idade do menino ou menina e deverá ser orientada e estimulada por um adulto.

Crianças pequenas ainda não sabem distinguir o seu bichinho de pelúcia do animalzinho de estimação e podem

machucá-lo ao apertar demais, jogar para o alto ou mesmo bater para recriminar algo que o animalzinho tenha feito. Essa relação pode causar danos físicos ao animal e à crian-ça (o gato pode arranhar ou o cachorro morder ao reagir a uma “agressão”).

Nessa situação, o adulto tem que estar sempre muito atento, procurando conversar com as crianças sobre como lidar com o animalzinho, do que ele gosta e o que pode machucá-lo. A criança pode ficar encarregada, com ajuda do adulto, de limpar o ambiente do seu animalzinho, dar comida e fazer carinho. Com crianças acima de 5 anos, os cuidados com o animalzinho podem aumentar. O filho já pode levar o bicho de estimação para passear, dar banho e até aprender alguns comandos de adestramento. Existem cursos de adestramento para o público infantil.

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animais

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:: Aprendendo com os animais

:: Mamãe Agora o recado é para as mamães que ficam preocupadas quanto ao risco de alergias. Estudos mostram que crianças que convivem nos primeiros anos de vida com animais de estimação estão menos propensas a desenvolver alergia, pois o seu sistema imunológico já está “acostumado” com os agentes alergênicos encontrados nos animais.

Já o sistema imunológico de crianças que cresceram sem contato com animais não reconhece os agentes alergênicos provocando reações. Não se esqueça de levar o animalzinho ao veterinário sempre para que receba os cuidados necessários e evitar doenças, sempre acompanhado de seu filho para que ele também escute as orientações do doutor, criando assim mais responsabilidade.

:: Cuidados com os bichinhos Antes de escolher um bichinho, consulte um veterinário para que este auxilie na escolha de acordo com suas possibilidades, como ambiente onde o bichinho irá viver, espaço que necessitará, necessidade de passeios, etc. Além disso, ele lhe orientará quanto às questões de saúde e prevenção de doenças do seu animalzinho, especialmente quanto às zoonoses (doenças que são transmitidas dos animais para o ser humano). No caso, de crianças convivendo com animais isto é muito importante, pois elas estão sempre levando a mão à boca, e o risco de contrair algum tipo de zoonose é maior.

O convívio com o animal de estimação influenciará nas relações futuras com os amiguinhos. A criança que convive com animais de estimação é mais afetuosa, sociável, justa e não é individualista. Além do contato com os sentimentos que precisará para lidar com outras pessoas, o animal pode trazer a experiência com a perda. A criança aprenderá sobre o ciclo da vida, desde o nascimento até a morte e o quanto isso é natural.

A responsabilidade que a criança terá ao cuidar do seu animalzinho desenvolve a autonomia, afetividade e os mais diversos sentimentos como alegria, frustração e respeito.

Atenção para que os cuidados de relacionamento com o animal de estimação não se tornem uma obrigação para a criança. Ela deve estar consciente de que os animais precisam de respeito e carinho, assim como qualquer relacionamento.

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Entenda como animais invasores podem causar a extinção de espécies

Atenção, atenção! Bico-de-lacre e caturrita invadiram o estado do Rio de Janeiro e estão criando a maior confusão. Eles comem a

comida dos animais locais, ocupam seu habitat e podem levar até à extinção de espécies! E agora?

Calma, calma. Se você ficou alarmado com a notí-cia acima, saiba que bico-de-lacre e caturrita nada mais são do que pequenos pássaros originários de outras partes do país, que foram levados ao Rio de Janeiro pelo homem, como animais de estimação – isso aconteceu também com outros bichos, como o pardal, a lagartixa-de-parede e até o famoso sapo-cururu. Porém, com o tempo, alguns desses animais escaparam ou foram li-berados no ambiente. Então começou o problema…

Por não serem típicos da região, os invasores causam certa bagunça nos ecossistemas. Por exemplo, podem trazer aos animais locais algumas doenças que não existiam ali antes, ou se tornarem predadores de algumas espécies. Outra ameaça, mais séria, é que os invasores podem se misturar a bichos locais e gerar fi-

lhotes híbridos – ou seja, que unem características de dois animais diferentes.

Isso está acontecendo com o sagui-da-serra-escuro, por exemplo, que vive na região da Serra do Mar. “A população desse primata está se mis-turando com o sagui-de-tufo-branco, típico da região Nordeste, e com o sagui-de-tufo-preto, do Centro-oeste”, explica Sávio Freire Bruno, médico veterinário e biólogo da Universidade Federal Flu-minense. Desse jeito, as características do sagui-da-serra-escuro podem se perder e o bicho pode deixar de existir.

Os invasores são a segunda maior causa de extinção de espécies no planeta – só perdem para a destruição do habitat natural de bichos e plantas. Por isso, é muito importante tomar cuidado para não levar espécies de uma região a outra. “Uma medida simples que as pessoas podem tomar é evitar possuir espécies silvestres como animais de estimação”, alerta Sávio.

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Bagunça no ecossistema

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O hábito de catar conchas na areia pode ser prejudicial à natureza

Lugar de concha… é na praia!

Se você gosta de catar conchinhas quando passeia pela praia, está na hora de repensar. Um estudo feito por pesquisadores da Espanha e dos Estados Unidos mostrou que, apesar de divertido, o hábito pode prejudicar animais que usam as conchas como abrigo.

A pesquisa foi feita na praia Llarga, em Barcelona, na Espanha. Entre os anos de 2008 e 2010, os pesquisadores foram mensalmente

a uma parte da praia e contaram o número de conchas das espécies Chamelea gallina, Donax trunculus e Donax semistriatus

que estavam ali. Tais espécies foram escolhidas porque são predominantes em Llarga.

Essa mesma contagem havia sido feita há um tempão, entre os anos de 1978 e 1981, exatamente no mesmo local. Nessa época, os pesquisadores encontraram 1500 conchas, mas agora, trinta anos depois, contaram apenas 580. Segundo a equipe, a queda de 60% no número de conchas coincide com o aumento no número de turistas, que triplicou nas últimas três décadas.

Segundo o geobiólogo e coautor do estudo Michal Kowalewski, da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, a falta de conchas na

praia pode prejudicar muitos seres vivos. “As conchas proporcionam abrigo para peixes e caranguejos e são habitadas por vários

pequenos organismos que as usam como abrigo ou fonte de cálcio”, explica. “Além disso, também servem como superfície para plantas

marinhas como a grama do mar”.

Michal também explica que, como o ambiente ao redor da praia não

se modificou ao longo do tempo, a queda no número

de conchas provavelmente está associada ao aumento de

visitantes. “O número de conchas caía principalmente nos meses entre junho e agosto, quando a praia estava mais cheia de

turistas”, completa.

Além da coleta das conchas pelos turistas, atividades como a passagem de carros pela areia, a presença de embarcações e a realização de escavações na praia também causam o sumiço das conchas. Agora você já sabe: quando for à praia, pode admirar a beleza das conchas à vontade, mas nada de levá-las pra casa!

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Você já deve ter notado como as borboletas logo aparecem em campos e áreas naturais preservadas, mas raramente aparecem em

cidades e metrópoles, não é mesmo? A poluição é um dos culpados por afastar esses insetos. Por isso, a presença ou não de borboletas pode ser um bom indicador da qualidade do ar de uma região.

Borboletas de alerta

Além disso, o desmatamento também é uma ameaça, pois as lagartas – que depois viram bor-boletas – dependem muito das plantas.

Se as borboletas correm o risco de sumir por causa do ar poluído e da destruição das florestas, você pode imaginar o que essas condições não es-tão fazendo também com outros seres – incluindo nós, humanos, que estamos expostos à mesma po-luição e temos nossa saúde prejudicada.

A observação das borboletas para avaliar a qualidade do ar é um exemplo de biomonitoramen-to, ou seja, uso de organismos vivos (como plantas e bichos) para monitorar o meio ambiente.

Pesquisadores afirmam que umidade e tempera-tura, e também variações na quantidade de luz – todas influenciadas pela poluição –, mexem muito com a vida das borboletas.

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Não, isso não passa de lenda. Os elefantes podem reagir à presença de um rato atacando-o, recuando ou tentando

pisar nele. Essa reação varia de um indivíduo para outro e pode ser observada também em relação a outros animais. A origem do mito está no fato de se acreditar que o elefante teria receio de o rato entrar em sua tromba, matando-o asfixiado. Mas isso não acontece, porque o órgão é flexível e ágil, o que impediria um ataque. O programa Caçadores de Mitos, do Discovery Channel, pôs a lenda à prova e chegou a uma conclusão oposta. Especialistas, no entanto, disseram que a experiência não tem cunho científico, por ter sido feita com apenas um elefante. Além disso, a reação dele - identificada no programa como de medo - pode ter sido apenas susto ou surpresa.

têm medo de

RATO?ELEFANTES

Poderosas abelhasMas não pense que os elefantes são os valentões do reino animal. Cientistas descobriram que esses animais têm medo de abelhas, a ponto de soar um alarme quando as encontram. Uma das explicações para este medo é de que as abelhas podem picá-los em partes sensíveis, como na tromba.

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Efeito dominó

Coloque várias peças de dominó em pé, enfileiradas uma atrás da outra, e dê um peteleco na primeira delas. As peças vão caindo uma em cima da outra, até a última peça. Esse movimento, conhecido como “efeito dominó”, pode se aplicar a muitas outras situações

em que um determinado fato que leva a uma série de consequências.

Na natureza, é comum observar isso. Plantas e bichos dependem sempre do ambiente ao seu redor e, se alguma coisa muda, é

provável que muitas outras mudanças aconteçam em decorrência da primeira. Por exemplo: ao desmatarmos uma área, prejudicamos a vida de animais que vivem naquele habitat. Mas o efeito dominó pode ir ainda mais longe – você sabia que as consequências do desmatamento chegam até os oceanos?

Um estudo da Universidade de Macquaire, na Austrália, mostrou que recifes de corais são

afetados pelo desmatamento que ocorre a quilômetros de distância. Isso porque a falta de vegetação faz com que uma maior quantidade de sedimentos seja despejada nos rios. O curso natural das águas leva terra e restos orgânicos até os oceanos, onde eles prejudicam a vida dos corais.

Os sedimentos deixam o mar mais turvo e a redução da transparência da água limita a produtividade de algas e corais. Abrolhos, a

região que concentra os maiores recifes de corais do Brasil, já sofre esse efeito. A solução para este triste problema

você já deve imaginar qual é: evitar o desmatamento. Quanto mais

árvores nas florestas, menos sedimentos nas águas dos rios e oceanos, o que significa mais recifes de corais, mais peixes, mais vida marinha… E, quem sabe assim, a gente não transforma o significado da expressão “efeito dominó” em uma coisa boa?

O resultado é uma espaécie de “desertificação marinha”, que acaba diminuindo as populações de peixes.

A redução é ruim não só para pescadores, mas também para quem trabalha com ecoturismo.

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A água

acabar?vai mesmo

A água

acabar?vai mesmo

Não, a água não vai acabar, mas o volume dos reservatórios tem diminuído consideravelmente

nos últimos anos. Parte disso se deve ao desperdício de água nas residências. A outra parte se deve ao desmatamento. Nos últimos 20 anos o chão foi o destino de 20% das árvores da Floresta Amazôni-ca original e esse crime ambiental tem a ver com a falta d'água em muitas cidades da América Latina. No Brasil, a Amazônia bombeia para a atmosfera a umidade que

vai se transformar em chuva nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Quanto maior o desmatamento, menos umidade e, portanto, menos chuva. E sem chuva, os reservatórios ficam vazios e as torneiras, secas.

Será que podemos ajudar a conser-var esse recurso natural tão valioso? E contribuir para poluir menos e evitar des-perdícios? A resposta é sim! E tudo começa com a nossa conscientização. Acompanhe a lista a seguir e pense sobre o assunto:

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Confira algumas dicas para ajudar a economizar água

em casa:

Uma descarga sanitária em uma residência gasta aproximadamente 230 litros por dia.

Uma lavagem de roupa na máquina consome aproximadamente 130 litros de água.

Lavar a calçada com mangueira por 15 minutos gasta 280 litros de água.

Lavar o carro por meia hora gasta 260 litros de água.

Escovar os dentes por cinco minutos com a torneira aberta desperdiça 12 litros de água.

Fazer a barba com a torneira aberta consome cerca de 70 litros de água.

Deixar a torneira aberta enquanto lavamos as mãos consome cerca de cinco litros de água.

Lavar uma pia cheia de louça consome cerca de 110 litros de água.

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É o lugar onde mais se consome água em uma residência. Feche a torneira enquanto escova os dentes ou ensaboa as mãos. Tente limitar o banho em 6 minutos. Desligue o chuveiro enquanto se ensaboa. Só ligue o chuveiro depois de tirar toda a roupa. Uma válvula de privada gasta muita água em um único aperto. Não acione à toa e aperte somente o tempo necessário. Não jogue lixo no vaso sanitário (fio dental, cabelos...) para evitar entupimento.

Banheiro: Antes de lavar a louça, limpe pratos e panelas e deixe-os de molho. Feche a torneira enquanto ensaboa a louça. Se usar máquina de lavar louça, só ligue quando estiver cheia. Deixe as verduras em água com um pouco de vinagre por alguns minutos antes de lavar. Utilize sabão ou detergente biodegradáveis, que não poluem os rios, porque se decompõe mais facilmente. Ao comprar máquina de lavar roupas ou lavar pratos, verifique no manual o consumo de água do produto. Não jogue óleo de frituras ou restos de comida em pias ou na privada, pois pode causar entupimentos e dificulta o tratamento do esgoto.

Cozinha:

Lavanderia:

Peça para a mamãe acumular a roupa e lavar tudo de uma vez.

Se ela for lavar a roupa na mão, diga para ela colocar as roupas de

molho em água e sabão e só usar água corrente para enxaguar.

Não usar sabão em excesso para evitar maior número de enxágues.

E se você quiser ajudar a mamãe, reaproveite a água da máquina de

lavar roupas para lavar o quintal.

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Comer demais engorda! Mas o que é comer demais? Para os médicos especialistas em nutrição, comer

demais é comer acima do nosso gasto de energia. E nós gastamos energia em tudo o que fazemos – correndo, nadando, dançan-do, caminhando, andando de patins, pen-sando e até dormindo. Só que os gastos de energia são diferentes: tudo aquilo em que empregamos mais força física consome mais energia.

Um carro, para se mover, precisa de combustível – seja gás, álcool, gasolina, ele-tricidade, luz solar etc. e a energia de que precisamos? Vem de onde? Claro: vem dos alimentos, daqueles que contêm proteínas, açúcares e gorduras.

A energia fornecida pelos alimentos é medida em calorias. Os atletas consomem muita energia, por isso, precisam comer mais do que pessoas sedentárias, as que não praticam atividade física regularmente. No entanto, se uma pessoa sedentária comer o mesmo que um atleta, as calorias que não forem transformadas em energia vão se acu-mular e fazê-la engordar.

Mas as coisas não são tão simples assim. Até que os alimentos estejam pron-tos para serem utilizados ou armazenados, passam por um longo processo bioquímico. O termo pode parecer complicado, mas quer dizer química da vida (bio, em grego, signi-fica vida). Para entender melhor, podemos comparar o nosso organismo com um labo-ratório de química com muitos funcionários.

Os funcionários mais ativos do labora-tório do corpo são as enzimas. Elas estão em toda parte do organismo e algumas delas têm a função de modificar os alimentos que ingerimos, para que eles possam “viajar”

pela corrente s a n g u í n e a . As enzimas atuam desde a boca até o intestino, transformando arroz, batata, carne e tudo mais em unidades bem pequenas, fáceis de serem transportadas pelo sangue. Alimentos ricos em carboidratos – como arroz, massas e doces – viram molé-culas de vários tipos de açúcar, como a glicose e a frutose.

Desses açúcares, o que mais engorda quando ingerido em excesso é a glicose, con-tida em doces, balas e refrigerantes. Mas, ao mesmo tempo, ela é de grande importância quando precisamos de energia.

Quando estamos com mais glicose no sangue do que é necessário para fazer nosso organismo funcionar, o excesso transforma-se numa gordura chamada palmitato. Este é o principal componente das indesejáveis gorduras, que os médicos e químicos cha-mam de triglicerídeos.

É verdade que uma pessoa gorda pode gastar essas reservas de energia, isto é, as gorduras acumuladas, fazendo muito exercício e, assim, emagrecer. Mas também é verdade que é muito mais fácil engordar do que perder peso. Portanto, o melhor é ter uma dieta variada, equilibrada de acordo com as nossas necessidades. Não existe um peso ideal, nem um tipo ideal: há pessoas que são mais gordinhas, mas são saudáveis porque se alimentam de modo correto. •

Saúde na balança:

de onde vêm as gordurinhas?

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Como preparar a

lancheira ideal para seu filho?

As crianças e adolescentes na hora do lanche do recreio escolar, lon-ge dos olhos dos adultos, podem

optar por batatinhas fritas, chocolate, bis-coitos recheados e refrigerantes. Já os pais e responsáveis gostariam que elas comes-sem um bolo integral, uma fruta e um suco, por exemplo. A base da alimentação das

crianças está relacionada com a da família e com a do ambiente em que ela convive. Se a garotada come pizzas, hambúrguer e doces em casa pode fazer a mesma esco-lha na escola. Uma dica para buscar uma alimentação saudável é conversar com os filhos, descobrir o que eles gostam e juntos elaborar um cardápio equilibrado.

Alimentos perecíveisOs pais também devem evitar o uso de alimentos perecíveis como a maionese ou creme de leite na lancheira dos filhos. Coloque pão com uma fatia de queijo e suco ou frutas. Adote cuidados na higienização da lancheira, lavado-a diariamente. Nos finais de semana, uma limpeza mais pesada, com a esterilização com álcool nos vasilhames. Prefiram recipientes térmicos e lancheiras/bolsas térmicas. Os sucos e iogurtes, desde que previamente resfriados, se mantêm sem refrigeração até o horário de lanche dos estudantes.

FrutasEm relação às frutas, elas devem ser higienizadas e consumidas de preferência com cascas (maçã, morango, ameixa, uva, dentre outros). A banana, por sua vez, pode ser levada e a criança tira a casca na hora de comer. Os alimentos que não podem ser consumidos com casca (laranja, mamão, manga, dentre outros), podem ser levados descascados, picados e acondicionados em recipientes bem vedados. Estes devem ser consumidos no mesmo dia que forem levados para a escola.

Como montar a LancheiraProcure colocar uma fonte de carboidratos (pães, biscoitos, barrinhas de cereais), uma de proteína (leite e derivados, frios) e outra de vitaminas e minerais (frutas e suco de frutas). Dúvidas na hora de escolher a bebida? Os sucos podem ser naturais, desde que colocados em garrafas térmicas, ou de caixinha, do tipo néctar. Água de coco é uma ótima opção. As frutas boas são as que podem ser cortadas em pedaços e não escurecem, como mamão e melancia. Uma salada de frutas bem colorida também pode estimular a garotada. Lembre-se de enviar um talher. Uma dica para evitar que o filho enjoe dos lanches preparados é alternar o tipo de pão. Ofereça pão de forma comum ou integral, pão sírio, bisnaga, pão de leite, torradas e bolos simples, feitos em casa.

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Quando toca o sinal da escola, saem pelas ruas alunos e mais alunos, todos com mochi-las enormes e pesadas. Parecem tartarugas carregando a casa inteira nas costas. Só uma

tartaruga ninja para aguentar tanto peso…A cada ano, aumenta a quantidade de livros e cadernos

que os meninos e as meninas levam às escolas. Como pesam! Será que não é peso demais? Até quantos quilos esses alunos podem

carregar? O que acontece com um jovem que trans-porta um peso maior do que seus músculos aguentam?

Existe um peso máxi-mo que uma criança pode carregar sem que seus ossos e músculos sejam prejudica-

dos. O valor varia de acordo com a idade da criança e o tipo de equipamento (mochila, bolsa, pasta etc.) que ela usa para transportar a carga.

Um peso muito grande pode prejudicar o corpo. Por exemplo, meninos e meninas que usam mochilas penduradas nas costas têm que dobrar o corpo para a frente para manter o equilíbrio. Com isso, os músculos

da região lombar (parte de baixo das costas) re-cebem um peso grande demais, forçando

muito as vértebras da coluna. Isso faz com que a coluna fique mais curva-da do que ela é normalmente, em

especial na região do pescoço.Crianças que penduram

mochilas ou bolsas em um dos ombros também apre-sentam o desvio nos om-

bros, além de no pescoço.Fique de olho: as crianças

devem carregar, no máximo, pesos iguais à capacidade de seus músculos,

de acordo com a idade e o tipo de equipamento que usam para carre-gar o material. Veja a tabela:

Idade – tipo de equipamento – peso máximo

8 e 9 anos – mochila nas costas – 920 gramasBolsa ou mochila no ombro – 1.150 kg

10 e 11 – mochila nas costas – 1.470 kgBolsa ou mochila no ombro – 1870 kg

12 a 14 anos - mochila nas costas – 1930 kgBolsa ou mochila no ombro – 2410 kg

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Como funciona o

O Sol é fonte de luz e calor, que be-neficia a Terra. Porém, ele emite uma radiação chamada ultravio-leta, que é altamente energética,

e que, em excesso, pode alterar a composição das células de nossa pele. Esse órgão, a pele, que recobre o corpo inteiro, tem suas células renovadas o tempo todo e essas células no-vas expostas ao sol em excesso podem nascer modificadas e dar origem a outras células com alterações. A pele, então, pode vir a apresentar manchas, enrugar e até desenvolver doenças como o câncer.

Por isso, o uso do protetor solar é muito importante. Ele funciona como um guarda-sol invisível para nossa pele. Em sua fórmula, há substâncias que absorvem a energia luminosa do Sol e a transformam, por exemplo, em calor.

Existe, também, um produto similar ao protetor chamado de bloqueador solar. Como

sugere o nome, ele atua como uma barreira, evitando que a radiação do Sol penetre na pele. Em sua composição, há substâncias químicas — como dióxido de titânio e óxido de zinco — que refletem o excesso de luz solar.

Proteger a pele é importante desde cedo porque as alterações provocadas nesse órgão são cumulativas. Isso quer dizer que: se ao longo da vida você se expuser ao Sol sem pro-teção, com mais idade, as chances de ter uma pele envelhecida precocemente ou desenvolver câncer de pele serão maiores.

O Sol é um ótimo aliado, estimula a for-mação de vitamina D, que é responsável pela fixação de cálcio nos ossos. Porém, é preciso ficar de olho nos horários. De dez da manhã às dezesseis horas, a intensidade da radiação solar é grande, sendo que ao meio-dia é a máxima. Portanto, fuja da exposição solar nestas horas e use sempre protetor ou bloqueador solar! •

Para muitos de nós, ele é companhia apenas na praia,

mas deveria estar grudado na gente o tempo todo, até

mesmo durante a prática de

qualquer atividade ao ar livre. O

protetor solar não só previne

queimaduras doloridas, como

também é um aliado para evitar doenças causadas

pela exposição aos raios solares.

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Primeira franquia de Santa Ca-tarina e segunda loja do país encanta fãs dos produtos Dis-

ney em Balneário Camboriú“Fantasia” é o nome de um dos

filmes mais famosos produzidos pela Disney, e também é o nome de uma rede de franquias criada no Brasil há três anos. Licenciada pela própria Disney, a Fantasia vende mais de mil produtos de Mickey, Donald e todos os personagens que marcaram a in-fância de muitas gerações, incluindo brinquedos, livros, bolsas, mochilas e roupas.

A iniciativa inovadora no país, oferece ao consumidor uma experiên-cia única de encontrar vários produtos licenciados de desenhos animados, nacionais e importados. Desde o ano passado, toda essa magia de Orlando

está perto de crianças, jovens e adul-tos que frequentam a loja Fantasia, localizada no Balneário Shopping, em Balneário Camboriú.

“Nosso objetivo é ser muito mais que um negócio, a missão de nossa franquia é a de unir todos os fãs dos produtos Disney em torno de uma marca com conceitos de qualida-de no atendimento como os parques em Orlando”, explica o empresário José Augusto Narciso dos Anjos, pro-prietário da primeira franquia de San-ta Catarina e segunda loja do país.

Além da grande variedade de produtos à disposição dos clientes, a loja costuma organizar eventos deno-minados “Encontros Mágicos” com a presença no local de personagens da Disney que interagem com o público presente.

A magia de Orlando perto de você

Em Orlando os seus sonhos viram realidade, na loja Fantasia você pode levá-los para casa!

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56 • MUNDO DA CRIANÇA

Com certeza, a ação de presentear é legal e faz parte do jogo, mas, porque além dos presentes físicos, não inserir conceitos de educação finan-ceira e sustentabilidade na vida das crianças?

Isso pode ser mais simples do que se pensa e, o principal, uma coisa não impede a outra. Para o Educador Financeiro, Rodrigo Soares de Azevedo, o tema sustentabilidade é um ótimo argumento de convencimento a ser adotado junto à criança, pois é fácil adotar uma analogia entre o meio am-biente e a vida financeira de qualquer pessoa.

“Pode se desenvolver na criança, desde cedo, o con-ceito não apenas de cuidado com a natureza, mas, princi-palmente, de contribuição ao meio ambiente. Um exemplo é estimular a criança a plantar uma árvore na própria resi-dência ou em algum local público e, corriqueiramente, re-tornar com a mesma para constatar a evolução da espécie plantada. O crescimento da árvore pode servir de referência para se defender o crescimento do patrimônio da criança, defendendo que não importa o tempo que levará; se houver atenção e cuidado com cada centavo que passar nas mãos dela, sem a menor dúvida, ela constatará o crescimento de seu saldo financeiro. Essa é uma forma lúdica e prática para se demonstrar que apesar de não ser imediato e repentino,

assim como o meio ambiente, o nosso dinheiro sempre gera-rá frutos quando bem cuidado”.

Assim, é importante que os pais, chamem as crianças para uma conversa e expliquem que os presentes que rece-berão terão um custo. É interessante que mostrem para os pequenos que este é um projeto de consumo e que, portan-to, deve ser feito de forma consciente e planejada.

Também é importante sair um pouco do senso comum e iniciar nessa data uma brincadeira de poupar para que pos-sa realizar três pequenos sonhos com prazos diferentes, um de curto (um mês), um de médio (até seis meses) e outro de longo (até um ano) prazo.

Para aquelas crianças que já recebem mesada e pos-suem a noção de quanto seu dinheiro rende, é interessante pedir que ela pondere sobre o tempo que precisará respeitar e o quanto necessitará reservar de sua mesada para com-prar o item desejado. “Desta forma, a criança perceberá o esforço necessário para adquirir o presente pretendido e se colocar na situação de seu pai, principalmente, se ele possuir irmãos”, explica o educador.

O presente deve ser algo simples, que sirva para mar-car a data e comemorar em família, jamais motivo de aflição e estresse decorrentes das despesas efetuadas. •

Educação Financeira e sustentabilidade devem caminhar juntas

As datas comemorativas muito festejadas pelo público infantil e principalmente pelo comércio, é uma boa oportunidade

para as crianças aprenderem a dar valor ao dinheiro.

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Essa parece uma pergunta simples, mas pode ser bem complicada para quem tem daltonismo – um distúrbio da visão que faz com que a pessoa ache difícil diferenciar uma cor de outra, confundindo,

por exemplo, o verde com o vermelho.Para admirar o azul do céu ou escolher uma maçã bem

vermelha no mercado, seu olho precisa de três tipos de cé-lulas chamadas cones. Cada conjunto de cones nos ajuda a enxergar uma cor primária – verde, vermelho ou azul – e suas combinações. Ao observarmos alguma coisa, esses co-nes entram em ação e enviam mensagens para o cérebro, que vai usar essas informações para formar uma imagem.

“No caso do daltonismo, a pessoa pode não ter cones em quantidade suficiente para ver a cor certa ou a mensagem sobre a cor não chega ao cérebro”, explica o oftalmologista

CORé essa?

Que

Qual é a sua cor favorita?Mário Araujo.

Para saber se alguém tem esse distúrbio, o of-talmologista – médico que cuida da visão das pessoas – mostra cartões com números coloridos em um teste chamado Ishihara. Na maioria das vezes, o daltônico confunde o verde com outras cores. Já em alguns casos raros de daltonismo, a pessoa não enxerga nenhuma cor, vendo tudo em preto e branco – como as televisões de antigamente.

O daltonismo é uma característica quase sempre herdada dos pais, assim como a altura ou o tamanho do nariz. Ele atinge geralmente os meninos e não tem cura, mas, segundo o jornalista daltônico Carlos Urbim, autor do livro Um guri daltônico (Editora Edelbra), confun-dir cores tem algumas vantagens. “Não é preciso, por exemplo, ter um estojo com 48 lápis de cores diferentes. Afinal, o que o daltônico vai fazer com tantos tons que não consegue enxergar?”, brinca Carlos. Uma boa tática para colorir sem erro é colar nos lápis etiquetas com o nome de cada cor. •

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Quem não gosta de flores? Uma rosa vermelha para enfeitar a janela ou tulipas amarelas para colorir o jardim. Quem não gosta de plantas?

Ainda bem que vivemos no Brasil, que tem 44 mil espécies de plantas para nos fazer companhia!

Infelizmente, muitas delas correm risco de extinção. Os botânicos Gustavo Martinelli e Miguel d’Ávila de Mo-raes que o digam. Eles lançaram o Livro Vermelho da Flora do Brasil, com informações científicas atualizadas sobre as plantas brasileiras que estão de alguma forma, ameaçadas.

As novidades não são muito animadoras. Os pesqui-sadores estudaram 4.617 plantas de nosso país e descobri-

ram que quase metade delas (2.118) pode ser classificada como ameaçada. Pior ainda: 500 são consideradas critica-mente em perigo!

No grupo das ameaçadas, estão as pteridófitas, que incluem samambaias, avencas e xaxins. Agora, grave mes-mo é a situação das famílias Bromeliaceae, Orchidaceae e Asteraceae – adivinhem? Bromélias, orquídeas, margaridas e girassóis.

Os biomas mais ameaçados são Mata Atlântica e Cer-rado, seguidos por Caatinga e Pampa. A floresta amazônica vem em quinto lugar – provavelmente porque por lá exis-tem muitas áreas protegidas por lei.

FLORAameaçada

Apesar de lindas, orquídeas, bromélias e samambaias correm perigo de extinção

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Tanto o abacaxizeiro quanto a bananeira têm pequenas mudas, como se fossem pequenos galhos, que nascem ao redor da planta principal e que podem ser cortados e replantados. Também é possível plantar

a ‘coroa’ do abacaxi. Você corta a coroa, limpa bem a base e coloca na terra.Todas as plantas têm um tecido chamado parênquima, responsável pela cicatrização de pequenas lesões nas plantas. Em algumas delas, como no abacaxizeiro e na bananeira, a parênquima pode formar raízes se a muda for plantada. Esses galhos conseguem produzir raízes, fixando-se no solo e conseguindo os nutrientes necessários para desenvolver uma planta adulta. Agora um detalhe curioso: há muito tempo, só existiam bananas e abacaxis com sementes. Por alguma mudança genética, algumas plantas começaram a produzir frutos sem sementes. O homem adorou, pois eram bem mais fáceis de comer, e passou a plantar só os frutos modificados. Muitos anos depois, o resultado é que a banana e o abacaxi sem sementes são muito mais comuns do que os frutos originais, que até hoje podem ser encontrados na natureza, mas nunca aparecem nas barraquinhas da feira!

Por que o bebê chora tanto?Os bebês estão começando a viver e não conse-

guem fazer nada sozinhos. Eles precisam dos adultos para conseguir a comida, o calor e o conforto de que precisam. Chorar é o único jeito que os bebês têm de comunicar o que eles precisam. Ou seja, eles choram quando estão com fome, frio, sede e até quando pre-cisam trocar a fralda!

O Sol, além de emitir luz, também propaga vento solar, formado por partículas cheias de energia. Esse vento solar, ao se misturar com a camada

magnética da Terra, produz um fenômeno natural chamado de aurora polar: luzes coloridas que se movimentam no céu. No Pólo Norte, chama-se aurora boreal; no Sul, austral.

Algumas partículas são desviadas, enquanto outras interagem com as linhas do campo magnético da Terra - as correntes das partículas dentro dos campos magnéticos se dirigem aos pólos. Essas correntes são chamadas "correntes de Birkeland", em homenagem ao físico norueguês Kristian

Birkeland, que as descobriu no início do século 20.Uma aurora polar pode ser observada normalmente à

noite. O povo indígena Cree chamava a aparição das luzes de "Dança dos Deuses", enquanto na Idade Média, as auroras eram consideradas uma mensagem dos deuses.

Planetas vizinhosA aurora não é exclusividade da Terra. Como é um fenô-

meno externo, ela pode ocorrer em outros planetas próximos ao Sol, como Vênus e Marte. Saturno e Júpiter também pos-suem campos magnéticos e grandes cintos de radiação.

O que são as auroras polares?

Plantar sem semente:

é possível?

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64 • MUNDO DA CRIANÇA66 • MUNDO DA CRIANÇA

Plantas nadaindefesas

Que as plantas servem de alimento para muitos animais, você já deve saber. Mas você sabia que

elas desenvolvem diversos mecanismos de defesa para tentar evitar serem devoradas? Algumas plantas, por exemplo, produzem venenos que podem ser perigosos até para os humanos.

Existem no mundo centenas de espé-cies vegetais venenosas. Algumas delas têm seu veneno sempre presente, outras produ-zem substâncias tóxicas apenas quando se sentem ameaçadas. De uma maneira ou de outra, quando ingeridas ou em contato com a pele, as plantas venenosas podem fazer mal e as maiores vítimas de ca-sos de intoxicação são as crianças de até 10 anos.

Uma pesqui-sa feita pela Fun-dação Oswaldo Cruz mostrou que essas plantas tó-

xicas estão mais perto do que imaginamos. Um trio de pesquisadoras visitou 69 esco-las do município do Rio de Janeiro e notou que 58 delas possuíam pelo menos uma espécie de planta tóxica – e nem sabiam disso!

Entre as cientistas estava a estatística Rosany Bochner. Ela explica que espécies vegetais como a espirradeira e a comigo-ninguém-pode são muito comuns, mas poucas pessoas sabem que fazem mal à

saúde. Por isso, é importante se in-formar. “As plantas não são

vilãs. Elas produzem veneno apenas para

se defender na na-tureza”, destaca a pesquisadora.

Porém, não precisa se assustar

nem fugir de tudo que é verde: o mais

importante é ter cuidado e não mexer nas plantas – mes-

mo quando estão dentro de casa ou na escola.

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Comigo-ninguém-podeO nome já dá uma pista de que devemos tomar cuidado com esta planta, não é? Esta espécie é a responsável pela maioria dos casos de intoxicação em crianças. Quando ingerida, pode causar inchaços na boca e língua que, em casos graves, impossibilitam o doente até de falar.

Antúrio Você sabia que a parte vermelha do antúrio não é a flor, mas uma folha modificada para abrigar o fruto da espécie? Deixando a curiosidade de lado, nenhuma das partes desta planta deve ser ingerida, pois poderiam causar inflamação interna e inchaço na boca e na garganta.

Espada-de-são-jorgeMuito comum nos jardins das escolas, a espada-de-são-jorge também é bastante tóxica. Pode levar a enjoos e até problemas sérios nos rins.

Bico-de-papagaio Comum em arranjos e enfeites de Natal, o bico-de-papagaio tem em seu interior um líquido esbranquiçado que pode causar problemas quando entra em contato com os olhos. Se tocar nesta planta, lave muito bem as mãos.

Azaleia Conhecida como azaleia, loureiro ou rododendro, a 'Rhododendron indicum' veio da China e do Japão para enfeitar nossos jardins. Mas cuidado: todas as partes desta planta são tóxicas! Ingeri-las pode causar vômitos, dor de cabeça e outros sintomas graves. Além de não mexer com ela, lembre-se de deixá-la longe de seu animal de estimação.

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