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1revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
macroCOSMO.comrevistaAno II - Edio n 22 - Setembro de 2005
A PRIMEIRA REVISTA ELETRNICA BRASILEIRA EXCLUSIVA DE
ASTRONOMIA
Construindo umheliostato
ISS - A EstaoEspacial Internacional
ISSN 1808-0731
PlanetasExtrasolares
Deteco, dinmica e origem
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revista macroCOSMO.com | setembro de 20052
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Diretor Editor ChefeHemerson
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DiagramadoresHemerson [email protected]
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RevisoTasso [email protected]
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Artista GrficoRodrigo [email protected]
RedatoresAudemrio [email protected] I.
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[email protected] Gandhi
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[email protected] [email protected] A.
[email protected] Jos [email protected]
ColaboradoresCristin [email protected]
[email protected] Carlos [email protected]
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Estamos ss no Universo? Est tem sido uma pergunta constante que
permeiaa mente do homem h vrios sculos, mas que continua sendo uma
grandeincgnita. Estaramos vivendo num Universo desabitado, onde a
vida algoextremamente raro a ponto de que em apenas num pequeno
planeta azul naperiferia de uma galxia, igual a tantas outras,
teria sido possvel? Um Universode possibilidades criado
exclusivamente para conter apenas uma civilizao?
Se nos guiarmos pelas leis da probabilidade descobriramos que
muitoprovvel a existncia de vida em outros pontos do Universo.
Somente no nossoSistema Solar, h indcios que j poderia ter existido
vida em Marte, atualmenteexista vida em Europa, satlite de Jpiter,
e que Tit, satlite de Saturno, nofuturo seja o novo celeiro da vida
do nosso Sistema Solar.
Os mesmos elementos que deram origem vida na Terra esto
espalhadospor todo o Universo, e depois que ultrapassamos o nmero
de centenas deplanetas extrasolares descobertos, provando que a
formao de planetas no to raro quanto se imaginava, aumenta as
chances de existncia de planetassuscetveis ao surgimento da vida.
Mas ento se isso to provvel, ondeestaro os nossos irmos csmicos?
Por que civilizaes inteligentes aindano realizaram o seu primeiro
contato com a Terra?
A cincia afirma que at o momento no existem evidncias de que a
vidadesenvolveu-se em outra parte do Universo, e muito menos que
seresinteligentes viajantes pela galxia estejam nos visitando. Um
meteoritomarciano, encontrado na Antrtica com micro-fosseis em seu
interior, poderiaser considerado uma prova da existncia de vida
fora da Terra, mas no umaprova definitiva, j que o mesmo poderia
ter sido contaminado com vidamicrobiolgica terrestre.
Infelizmente para muitos isto no suficiente, e estes acabam
recorrendos cincias msticas e idias conspiratrias, se envolvendo em
teorias absurdascomo civilizaes avanadas desaparecidas
inexplicavelmente, aliengenassendo confundidos como deuses por
povos do passado, portaisinterdimensionais em vrias regies da Terra
como o combalido Tringulodas Bermudas, Terra Oca e civilizaes
intraterrenas, onde os governos domundo sempre teriam algo a
esconder sobre estes e outros assuntos.
H anos programas como o SETI, que busca contato com seres
aliengenasatravs de radiotelescpios, ainda no obtiveram sucesso. As
grandes dvidasso: para onde apontar os radiotelescpios? Em qual
dia? Em qual horrio? Emqual freqncia?
Previsto para ser lanado no prximo ano, o satlite europeu COROT
ter afinalidade de procurar planetas parecidos com a Terra,
compatveis para odesenvolvimento da vida, o qual o Brasil est sendo
convidado para participar.At o final desta dcada tambm deve entrar
em operao o genrico americanodo COROT, o Programa Origins, da
NASA.
Mas ser mesmo prioritrio e necessrio este esforo global voltado
para abusca de vida extraterrestre? O que ganharamos (ou
perderamos) seentrssemos em contato com uma civilizao inteligente
mais avanada? Seuma civilizao mais evoluda tecnologicamente que a
nossa fizesse contato,no correramos o risco de sermos subjulgados
pela sua cultura, assim comoforam os indgenas americanos pela
colonizao europia durante as GrandesNavegaes? Nossa civilizao no
deveria evoluir num ritmo natural, sem umaajuda externa? Se eles
existem na realidade, quem sabe no seja este o receiode seres de
outros planetas contatarem a nossa civilizao.
H apenas 5 milnios vivamos nas cavernas utilizando-se de
instrumentosrudimentares para sobreviver. Atualmente estamos
comeando a dar os nossosprimeiros passos rumo explorao do espao.
Este um intervalo de tempomuito curto na escala Universal, por isso
considerado um grande saltotecnolgico da humanidade. Quem sabe nos
prximos 5 milnios, quandoalcanarmos a tecnologia da viagem
interestelar rotineira, iremos nos depararcom uma civilizao menos
desenvolvida que a nossa e nos perguntaremos serealmente vale a
pena interferir no desenvolvimento natural de uma civilizaocom
tecnologia pr-espacial!
Boa leitura e cus limpos sem poluio luminosa!
Hemerson BrandoDiretor Editor Chefe
[email protected]
Editorialrevista macroCOSMO .comAno II - Edio n 22 - Setembro de
2005
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3revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
revista [email protected] sumrio
permitida a reproduo total ou parcial desta revista desde que
citando sua fonte, para uso pessoal sem finslucrativos, sempre que
solicitando uma prvia autorizao redao da Revista
macroCOSMO.com.
A Revista macroCOSMO.com no se responsabiliza pelas opinies
vertidas pelos nossos colaboradores.Verso distribuda gratuitamente
na verso PDF em http://www.revistamacrocosmo.com
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SA / T
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ubble
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itage
Team
(STS
cl/AU
RA) -
M64
Capa da Edio: Conceo artstica de planetas extrasolares orbitando
uma estrela binria NASA / JPL-Caltech
macroNOTCIASSaturno, Marcos Pontes e Deep Impact
macroEVENTOSXXXI - Encontro da SABAstronuticaISS - A Estao
Espacial InternacionalPlanetologiaPlanetas ExtrasolaresAstronomia
ObservacionalCatlogo REA-BrasilmacroGALERIACruzeiro do Sul
EfemridesSetembro de 2005Constelaes ZodiacaisConstelao de
AqurioClique AstronmicoPlanetrio de Itatiba
Pergunte aos AstrosTelescpios e Softwares Planetrios
05070913395056597174
macroOFICINAConstruo de um Heliostato 75Difuso
AstronmicaOlimpada Brasileira de Astronomia 86macroRESENHASMarcelo
Gleiser e Rogrio Vasconcellos 90Dicas DigitaisNavegando pelas
constelaes 94
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revista macroCOSMO.com | setembro de 20054
A Revista macroCOSMO.com, gostaria de de agradecer as centenas
deastrnomos que j participaram e convidar aqueles que ainda no o
fizeram,para participarem do "Censo Astronmico 2005".
A finalidade deste Censo, identificar o perfil e os interesses
dos astrnomosbrasileiros, onde eles esto e quantos so. Esto
convidados para participardeste censo todos aqueles que dedicam sua
vida astronomia, desde osimples entusiasta, que possui interesse
sobre os astros mas no participade atividades ligadas astronomia,
passando pelo astrnomo amador, queparticipa dessas atividades mas
no graduado em astronomia, at osprofissionais graduados ou
ps-graduados, tanto os que atuam no Brasil quantoos que esto no
exterior.
Atravs do resultado deste Censo, poderemos saber quais so os
nichosem que a astronomia se aglomera, e assim estimular um maior
contato entreeles, organizando encontros regionais e nacionais com
maior eficcia, almde destacar aquelas regies aonde a astronomia
ainda no chegou, planejandoassim estratgias de divulgao
astronmica.
Existem quatro verses de questionrios especficos para
Astrnomosentusiastas, amadores, profissionais ou astrnomos
brasileiros no exterior eno leva mais que 2 minutos para ser
respondido. As questes procuramidentificar o perfil, localidade e
que tipo de observao fazem os astrnomos,quanto tempo dedicam esta
atividade e como se informam.
O Censo estar online at a meia-noite do dia 1 de novembro de
2005. Olevantamento final ser aberto e publicado nas edies da
RevistamacroCOSMO.com.
Algumas matrias na imprensa sobre o Censo Astronmico 2005:
http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/3218http://www.comciencia.br/200412/noticias/2005/astronomia.htm
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=25159
Para acessar o questionrio clique em:
http://www.revistamacrocosmo.com/censo.htm
Maiores informaes: [email protected]
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5revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
Novos dados enviados pela sonda Cassini deixou os cientistas
espantados com as agitadasnuvens de gs de Saturno, a beleza e
turbulncia inesperada de seus anis e a diversidadede suas luas,
segundo uma conferncia celebrada nesta segunda-feira, 5 de setembro
naInglaterra.
Em dezembro, a misso de trs bilhes de dlares enviou a sonda
europia Huygens emum mergulho suicida a Tit, uma das luas de
Saturno, cuja bizarra fotoqumica - uma nvoade metano e outros
compostos de carbono - faz dela um dos corpos celestes mais
intrigantesdo sistema.
Uma das surpresas a grande diversidade de nuvens na atmosfera
profunda de Saturno.Diferente da nebulosa, extensa e grande faixa
de nuvens vistas regularmente na altaatmosfera de Saturno, muitas
das nuvens mais profundas parecem ser aspectos
isolados,localizados, disse Kevin Baines, membro da equipe de
mapeamento espectrmetro visuale infravermelho do Laboratrio de
Jato-Propulso da Nasa.
Elas aparecem em uma grande variedade de tamanhos e formas,
inclusive em formatoscircular e oval, de rosca e redemoinhos,
explicou. Estas nuvens se encontram em umaparte profunda da
atmosfera, cerca de 30 km abaixo das nuvens mais altas
normalmentevistas em Saturno.
Segundo o Laboratrio de Jato Propulso, elas tambm se comportam
diferentementedaquelas na parte mais alta da atmosfera e se compem
de outros materiais. So feitas deamnio, hidrosulfito ou gua, mas no
de amnia, o elemento qumico geralmente apontadona composio das
nuvens mais altas. A atmosfera turva e sufocante de Saturno tambm
dominada por enormes tempestades de relmpagos do tamanho de um
continente terrestre.Um evento cataclsmico registrado pelas cmeras
da Cassini foi batizado de TempestadeDrago (Dragon Storm) porque a
sua forma lembrou a de um drago, explicou Matson.
Longe de ser uma regio de tranqilidade e constncia, os
fragmentos rochosos dos seteanis de Saturno colidem e se separam,
dominados pela fora da gravidade do planeta erasgados pela passagem
das luas. O anel A - o mais externo acima de tudo espaovazio, pois
os fragmentos se aglomeraram, foram separados e ento voltaram a se
reunirgraas fora de gravidade do planeta. Parte do anel D - o mais
prximo do planeta - setornou opaco e moveu-se para dentro, na direo
de Saturno, por cerca de 200 km desdeque foi observado pela
Voyager, em 1980 e 1981.
O sistema dos anis uma regio absolutamente dinmica. Os anis esto
constantementese movendo, com a interao da gravidade e
possivelmente, de campos magnticos, disseCarolyn Porco, do
Instituto de Cincia Espacial de Boulder, Colorado.
Outra grande surpresa que um anel espiral envolve o planeta como
uma mola. Estebrao espiral existe em torno do anel F e poderia ser
a conseqncia de luas que, elasprprias atradas pela gravidade de
Saturno, liberaram algum tipo de material. Esta descobertalevantou
a questo de que o anel F poderia ser instvel ou at mesmo ter vida
curta.
Quanto s 46 luas de Saturno, a Enceladus se uniu Tit como fonte
de especulaessobre como foram formadas: um processo que lana luz
sobre o nascimento da Terra eoutros planetas rochosos que orbitam
perto do Sol. O plo sul deste satlite, coberto degelo, raiado com
fendas profundas e longas, apelidadas de listras de tigre.
Sensores trmicos mostram que esta rea um ponto quente, embora
ainda muito friopara os padres da Terra, e com uma atmosfera
localizada de vapor dgua. A idia quepossa existir ali, sob a
superfcie, um oceano quente. Mas como isto teria
acontecido?Teoricamente, a Enceladus muito pequena para desenvolver
calor interno suficiente parafazer isto. A conferncia de cinco dias
rene at sexta-feira membros da Sociedade Americanade Astronomia e
da Sociedade Real Britnica de Astronomia.
AFP
Novos dados sobre Saturnoespantam cientistasmacroNOTCIAS
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JPL
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revista macroCOSMO.com | setembro de 20056
1 astronauta brasileiro ir ao espao em abril A primeira misso de
um astronauta brasileiro no espao ser em abril de 2006. A Agncia
Espacial
Brasileira (AEB) deve fechar nos prximos dias um contrato com a
agncia espacial russa para o envio dotenente-coronel Marcos Pontes
Estao Espacial Internacional, numa misso da espaonave Soyuz.Pontes
deve iniciar ainda este ms o treinamento na Rssia. Desde 1998 ele
se prepara para uma missoespecial na Nasa (agncia espacial
americana).
De acordo com o presidente da Agncia Espacial Brasileira, Srgio
Gaudenzi, a misso deve durar deuma a duas semanas. Pontes vai levar
15 quilos de material de universidades e empresas brasileiras,como
a Petrobras, para experimentos no espao.
Alm de trabalhar com as experincias brasileiras, Pontes dever
realizar tarefas especficas para aEstao Espacial Internacional, que
ainda no foram definidas. Na estao, o astronauta dever ter umcanal
especial de voz e vdeo para manter contato com o Brasil durante a
misso.
Cometa Tempel 1 s uma bola de neve, dizem cientistas O cometa
Tempel 1, que no dia 4 de julho recebeu o impacto de um projtil
lanado da sonda Deep
Impact (Impacto Profundo), s uma enorme bola de neve que vaga
pelo espao, revelaram hoje cientistasque participaram da elaborao
da misso. Em sua maior parte, o cometa muito poroso e est vazio.Em
toda sua estrutura formado por pequenos grnulos de gelo, destacou
Michael AHearn, especialistada Universidade de Maryland, numa
teleconferncia.
Os resultados do primeiro estudo feito de maneira direta sobre a
estrutura de um cometa sero publicadosna revista Science. O cometa
incrivelmente frgil. Tem menos densidade que uma bola de neve,
disseAHearn.
A sonda Deep Imapct partiu em direo ao cometa em janeiro de 2005
e 172 dias depois, disparou umprojtil equipado com cmeras
fotogrficas e instrumentos contra o corpo celeste. Na coliso, um
dosexperimentos cientficos mais precisos realizados at hoje, foi
observada por mais de 70 telescpios naTerra, pelos observatrios
espaciais da Nasa e pela sonda Rosetta da Agncia Espacial
Europia.
O estudo da estrutura do cometa foi motivado principalmente pela
crena de que estes corpos carregamos primeiros materiais da criao
do sistema solar. Os cientistas destacaram que a anlise do
materiallanado pelo impacto identificou uma grande quantidade de
molculas de carvo. Isto faz supor queoutros cometas como o Tempel
contm uma quantidade substancial de material orgnico e que
estepossivelmente chegou Terra quando o impacto de asterides e
meteoritos era algo comum, disseram oscientistas.
Na srie de artigos que a Science publicar, os cientistas
destacam que a anlise da informaorecebida confirma que o cometa um
exemplar tpico dos cometas da famlia do planeta Jpiter.
EFE
Primeiro Asteride com satlites descoberto Astrnomos Americanos
anunciaram hoje terem descoberto satlites orbitando um grande
asteride.
A descoberta na verdade de trs asterides com orbitas que se
parecem a planetas com satlites. O grupo de asterides, chamado 87
Sylvia, um dos maiores asterides que orbitam o sol, entre Marte
e Jupiter. tem o formato de uma batata, com 280 quilmetros de
dimetro. Ele foi descoberto em 1866. A primeira lua foi descoberta
quatro anos atrs, a segunda, foi anunciada hoje.
Srgio A. Caixeta | Astronomus [email protected]
macroNOTCIAS
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7revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
PergunteAstrosaos
Qual a configurao mnima de um telescpio para observar
comdetalhe, os planetas do Sistema Solar?
Denis, 20 anosManaus/AM
Denis, a olho nu possvel observar 5 ou 6 planetas (Mercrio,
Vnus, Marte,Jpiter, Saturno e/ou Urano), como sendo um ponto
luminoso, semelhante auma estrela. Urano o sexto e ltimo que pode
ser visvel a olho nu, na magnitudelimite do olho, a depender da
acuidade visual de cada observador. Tambmconseguimos observar e
diferenciar a cor e o brilho destes planetas.
Com um bom binculo 10x50 j podemos distinguir a forma ovalada de
Saturnoe vemos a sua lua Tit. Tambm observamos o disco de Jpiter e
suas 4 luasgalileanas alm das fases de Vnus. Comeamos a observar
Netuno como umapequena estrela.
Com uma pequena luneta de 50 mm de abertura e 50 x podemos
separar osanis de Saturno do corpo do planeta (os anis ainda
visveis como se fossesum nico anel), ver dois cintures de Jpiter e
observar as fases de Mercrio.
Aumentando para um telescpio de 120mm observamos, com 100 x ou
mais,a calota polar de Marte e manchas na sua superfcie, mais
cintures e detalhesdas nuvens de Jpiter e a Grande Mancha Vermelha.
Tambm distinguimos osanis A, B a C de Saturno, a diviso de Cassini
entre o A e o B, uma ou outrafaixa no planeta e mais 4 ou 5 luas.
Comeamos a ver o pequeno disco de Uranoe Netuno ainda continua um
pequeno ponto.
Com aberturas maiores que 300 mm comeamos a observar alguma
alteraode tonalidade em Urano em funo da presena ou no de nuvens,
mas deNetuno apenas o pequeno disco. Comeamos a observar Pluto como
um ponto.
Somente grandes telescpios conseguem observar detalhes das
superfciesde Urano e Netuno.
Para estas observaes se supe o uso de instrumentos de qualidade,
emnoite de cu limpo, escuro e sem turbulncia. Para observao de
detalhes deplanetas usamos a maior ampliao que o instrumento pode
fornecer ainda comqualidade de imagem, por isso a importncia da
qualidade do instrumento e docu (condies atmosfricas). A maior
ampliao que um instrumento podefornecer aproximadamente igual a sua
abertura em milmetros, vezes 2,5(exemplo: uma luneta de 60mm
fornece no mximo 150x; um telescpio de200mm, 500x). Estas observaes
ainda requerem um certo treino do olho doobservador. No espere
observar tudo isso (nem metade disso) com qualquerluneta barata, em
qualquer noite e dentro de uma cidade com toda a sua
poluioluminosa.
Para enviar suas dvidas astronmicas para a seo Pergunte aos
astros, envie um e-mail para
[email protected],acompanhado do seu nome, idade e
cidade onde reside. As questes podero ser editadas para melhor
compreenso oulimitao de espao.
Por Zeca Jos Agustoni | Revista
[email protected]
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revista macroCOSMO.com | setembro de 20058
PergunteAstrosaos
Resido em Campo Mouro/PR, distante de 100 km de Maring que
cortada pela linha do Trpico de Capricrnio. Gostaria de sabercomo
utilizar um mapa estelar para localizar as Trs Marias, almde
identificar e gravar as principais constelaes e suas estrelas?Quais
so os melhores livros recomendados para introduo daAstronomia
Amadora?
Sidney Kuerten, 18 anosCampo Mouro/PR
Sidney, os softwares planetrios so timas ferramentas para
explorar o cu.So muitas vezes freewares, que mostram o cu como ele
visto das coordenadasde suas localidade e na hora que desejares
observar. Um muito bom e gratuito o Cartes du Ciel (possui a verso
em portugus do Brasil):
http://www.stargazing.net/astropc/download.htmlFaa o download do
pacote bsico (so 14 MB) e efetue a instalao. Quando
for solicitado, insira as coordenadas de sua cidade e o fuso
horrio correspondente.Para comear a localizar as constelaes e suas
principais estrelas imprimamapas das dias e horrios que pretende
observar. Nesta poca, por volta das20h (horrio de Braslia) observar
uma estrela brilhante e avermelhada bem noalto do cu (no znite),
Antares, que faz parte da constelao do Escorpio.Partindo desta
estrela vai perceber uma seqncia de estrelas indo para o sul
edepois para o oeste que fazem uma forma de gancho de quase um
palmo deextenso (mea com o brao extendido) simbolizando a cauda com
o ferro doEscorpio. A partir da voc ter a referncia de tamanho e
posio para asdemais constelaes que estejam ao redor. a melhor
maneira de identificar asconstelaes.
As Trs Marias fazem parte da constelao de rion que nesta poca
comeaa ser visvel pouco antes do amanhecer no leste. A melhor poca
para v-las o vero.
Para os iniciantes na Astronomia, um livro recomendado o Manual
doAstrnomo do Ronaldo Rogrio Mouro, que caso voc no encontre em
suacidade, poder encomenda-lo pela internet em alguma livraria
virtual.
Na internet voc pode encontrar muito material pesquisando em
sites de buscapor astronomia amadora. Outras sugestes so os grupos
virtuais de discussosobre Astronomia. Um bastante conhecido o
Urania_BR, aberto a todosinteressados em discutir sobre todos
assuntos relacionado com a Astronomia:
http://br.groups.yahoo.com/group/urania_br
Para enviar suas dvidas astronmicas para a seo Pergunte aos
astros, envie um e-mail para
[email protected],acompanhado do seu nome, idade e
cidade onde reside. As questes podero ser editadas para melhor
compreenso oulimitao de espao.
Por Zeca Jos Agustoni | Revista
[email protected]
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9revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
XXXI EncontroSABdaREUNINDO TRABALHOS DEASTRONOMIA DE TODO
BRASIL
guas de Lindia/SP foi o ponto de encontro de295 congressistas
que participaram do XXXI Encontroda SAB - Sociedade Astronmica
Brasileira, realizadade 31 de julho a 4 de agosto no Vacance
Hotel.
Fernanda Calipo | Revista [email protected]
macroEVENTOS
Fe
rnan
da C
alipo
Participantes atentos s palestras do XXI Encontro da SAB
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revista macroCOSMO.com | setembro de 200510
Foram 280 trabalhos, divididos em 50 orais e230 psteres, dos
quais parte das pesquisasem Astronomia se concentram nas reas
deAstrofsica Estelar, Astronomia Extragaltica,Meio Interestelar,
Sistema Solar, Instrumentao,Astrometria e Astronomia Dinmica.
importante ressaltar a crescente demanda detrabalhos observacionais
e sobre Ensino,Histria e Divulgao de Astronomia, quereceberam um
destaque especial no Encontrocom uma tarde exclusiva para
apresentaesorais somente sobre temas afins.
No podemos deixar de citar que NaeltonMendes de Arajo (RJ),
redator da RevistamacroCOSMO.com, apresentou um pstersobre algumas
iniciativas da divulgaoastronmica, entre elas a
RevistamacroCOSMO.com: Urnia, ENAST e RevistamacroCOSMO.com:
experincias virtuais emdivulgao cientfica.
A SAB - Sociedade Astronmica Brasileira foifundada em 1974 pela
comunidade deastrnomos brasileiros e desde ento tempromovido
reunies anuais para discusses detrabalhos cientficos, alm da promoo
desimpsios, reunies de trabalho e servir decontato com os rgos
vinculados pesquisano pas. Atualmente, a SAB conta
comaproximadamente 400 scios. Destes,aproximadamente, 200 so
portadores do ttulode Doutor em Cincias, ou esto em vias deobter a
titulao.
A Reunio Anual da SAB o evento maisimportante da Astronomia
Brasileira. Umaoportunidade mpar para que seus membrosdivulguem
seus trabalhos e possam discutirtemas de interesse geral da
comunidadeastronmica. Para os astrnomos jovens, aindaem formao,
trata-se de uma excelente
macroEVENTOS
Prof. Lcio da Silva, presidente da SAB Fer
nand
a Cali
po
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11revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
oportunidade para interagir com colegas maisexperientes, afirma
o presidente da SAB, Prof. Dr.Licio da Silva (ON/MCT).
As reunies da SAB tm como objetivosprincipais, como a apresentao
e discusso detrabalhos de pesquisa em andamento no pas almde temas
atuais de interesse da comunidade, taiscomo a poltica cientfica do
pas, a implantao denovos telescpios, o desenvolvimento
deinstrumentao para os telescpios j existentes,entre outros. Outro
objetivo a reciclagem deconhecimentos atravs da realizao
deconferncias de reviso ou simpsios sobre temasespecficos. Alm da
oportunidade do intercmbiode informaes com os colegas da rea
oscongressitas tiveram a oportunidade de participaremde conferncias
dos mais variados temas, inclusiveinternacionais, entre elas:
- A aurora da astrofsica ptica brasileira, CarlosAlberto Torres
(LNA);
- The Square Kilometer Array (SKA), RichardSchilizzi
(International SKA Project Director,Dwingeloo, The
Netherlands);
- Situao da mulher na Astronomia brasileira,Adriana V. R. Silva
(CRAAM/Mackenzie);
macroEVENTOS
Naelton Mendes de Araujo, expondo seu trabalho sobre divulgao
astronmica virtuais,destacando o trabalho da lista de discusso
Urnia Brasil, os ENASTs (Encontros Nacionais deAstronomia) e a
Revista MacroCOSMO.com F
erna
nda C
alipo
- Status of SOAR and first science, S.O. Kepler(IF/UFRGS &
SOAR Telescope);
- Cosmic magnetic fields, Elisabete M. G. dalPino (IAG/USP);
- Instrumentao para o telescpio GEMINI,Cludia Mendes de Oliveira
(IAG/USP);
- Simulating stellar photometric surveys with theTRILEGAL code,
Leo Girardi (ObservatrioAstronmico di Trieste-INAF, Itlia);
- O satlite CoRoT: dia D menos um ano,Eduardo Janot Pacheco
(IAG/USP).
Paralelo programao do Encontro, a CESAB- Comisso de Ensino da
SAB, realizou mini-cursospara mais de 50 professores da regio, como
formade estmulo a reciclagem e capacitao, j que amaioria tem formao
em outras reas de exatasou cincias.
CONTATOS:SOCIEDADE ASTRONMICA
BRASILEIRAhttp://www.sab-astro.org.brRua do Mato, 1226, Cidade
Universitria05508-900 So Paulo SPTel.: 011 3091 27 05 / FAX.: 011
3091 28 60E-mail: [email protected]
Fernanda Calipo Cossia Jornalista, publicitria, locutora de
rdio, assessora de comunicao e psgraduada em relaes Pblicas.
Trabalhou 5 anos na Universidade Metodista de So Paulo e
acumulouexperincias para hoje atuar na rea de assessoria de
comunicao para os mais diversos segmentos.Atualmente, ela dedica-se
especializao na rea de jornalismo cientfico.
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revista macroCOSMO.com | setembro de 200512
macroEVENTOS
Naelton Mendes de Araujo e Fernanda Calipo Cossia, redatores da
Revista macroCOSMO.com,presentes no XXXI Encontro da SAB F
erna
nda C
alipo
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13revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
ISS A Estao Espacial
A Estao Espacial Internacional ISS (International SpaceStation)
um projeto multinacional composto por 16 pases: Estados
Unidos,Rssia, Japo, Canad, Dinamarca, Noruega, Blgica, Holanda,
Frana,Alemanha, Espanha, Inglaterra, Sucia, Sua e Brasil, com um
custoestimado de 60 bilhes de dlares.
A idia de construir uma estao espacial internacional
surgiuinicialmente no governo de Ronald Reagan, durante os anos 80,
e chamava-se Freedom (Liberdade). Posteriormente, com a queda da
Unio Sovitica,iniciou-se uma colaborao entre os dois antigos rivais
e, em 1993, o projetopassou a se chamar Alpha. Posteriormente, foi
rebatizado como ISS paradar uma aparncia multinacional para o nome
da estao.
Daniel Bins | [email protected]
Internacional
ASTRONUTICA
NA
SA
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revista macroCOSMO.com | setembro de 200514
da Mir. Estes intercmbios tinham como objetivoos preparativos
para a construo da estaoespacial internacional. O recorde de
permannciano espao americano foi obtido pela astronautaShannon
Lucid, que ficou 188 dias no espao,dentro da estao Mir, em 1996. O
mdulo Spektrfoi utilizado como mdulo de habitao pelosastronautas
americanos. O astronauta NormanThagard foi o primeiro americano a
decolar numanave russa, fazendo parte da misso Soyuz TM-21, em
1995. Da mesma forma, os russospassaram a fazer parte das tripulaes
dos nibusespaciais americanos. O primeiro deles foi
SergueiKrikalev, que fez parte da tripulao do STS-60,em 1994.
DAS PRANCHETAS PARA O ESPAO
A ISS comeou a sair do papel com o projetoShuttle-Mir. A
construo da ISS foi dividida em trspartes:
Fase I (1994-1997): Os astronautas americanosfariam parte das
tripulaes da estao espacialrussa Mir, sendo conhecido como projeto
Shuttle-Mir. Em junho de 1995, o nibus espacial Atlantis,na misso
STS-71, acoplou com a Mir. Foi asegunda vez que uma nave americana
acoploucom uma nave russa. A partir da, no perodo de1995 a 1998,
vrias misses americanasacoplaram na estao russa, e os
astronautasamericanos passaram a fazer parte das tripulaes
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A experincia Shuttle/MIR
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15revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
Fase II (1997-1999): Incio da construo, eestabelecimento de uma
estrutura mnima para 3astronautas. A estao comearia a ser
habitadaquando o mdulo de servio estivesse em rbita.
Fase III (1999-2002): Trmino da construo daestao, com a chegada
do mdulo de habitao edos mdulos cientficos.
Como podemos ver, a fase 3 do projeto continua.Os atrasos
motivados pela crise econmica russa epelo acidente do nibus
espacial Colmbia atrasaramconsideravelmente o trmino da estao.
Os astronautas americanos passaram mais de1.000 dias a bordo da
estao Mir. Como resultado,dezenas de sugestes foram implementadas
paraa construo da ISS. Porm, muitos comentriosnegativos foram
feitos. Veja alguns deles:
- Deveria existir um melhor suporte para osexperimentos
cientficos;
- A agenda diria deveria ser feita pelo controleem terra e no
pela tripulao;
- O lixo e o armazenamento foram consideradosum problema. Um
inventrio de todo o equipamento,com a sua localizao deveria ser
providenciado;
- Para trabalhar de forma segura, seria necessriouma melhor
compreenso do idioma russo. Foisugerido a utilizao exclusiva do
ingls para astarefas na ISS;
- Os astronautas americanos receberamtreinamento limitado para
reparos;
- Eles receberam treinamento para serempassageiros, e no pilotos
das naves Soyuz.
- As atividades cientficas americanas foramlimitadas devido a
problemas de comunicao comas equipes de controle em terra;
- No existia comunicao horizontal entre asorganizaes russas. As
informaes iamdiretamente de uma organizao a outra sem asdemais
tomarem conhecimento;
- Os astronautas americanos no estavamsatisfeitos com a
comunicao entre os membrosda tripulao e o controle em Terra;
- A comunicao entre a estao e o controleem terra tinha seus
defeitos. Era impossvel falar eouvir outras pessoas durante uma
videoconferncia;
- A Rssia limitou o acesso aos detalhestcnicos sobre a estrutura
da Mir, Soyuz eProgress, incluindo-se sistemas eltricos,mecnicos, e
sistemas de suporte vitais;
- Os cosmonautas recebiam um bnus de1.000 dlares a mais por cada
tarefa consideradaperigosa, como uma sada no espao, um msa mais na
estao, ou um acoplamento feito deforma manual. Isto, segundo a
NASA,aumentaria o risco ao qual os astronautasamericanos estariam
expostos dentro daestao. A coliso com um cargueiro Progress,em
1997, ocorreu devido a um erro durante umacoplamento manual.
O INICIO DA CONSTRUO
O primeiro mdulo, o russo Zarya, financiado pelosEstados Unidos,
foi lanado em novembro de 1998.O mdulo seguinte, o norte americano
Unity, foienviado em dezembro de 1998. Para levar o mduloZarya ao
espao, foi utilizado um foguete Proton.Para levar o Unity, foi
utilizado um nibus espacialamericano.
A estao foi colocada numa rbita terrestre baixa,em torno de 300
km de altura, com inclinao de51,6 graus. Este grau de inclinao bem
maiorque o do nibus espacial, e foi utilizado por causados russos,
devido ao local de lanamento das naves.Como a maioria era lanada do
Casaquisto, queera a repblica mais ao sul da URSS, o caminho
dos foguetes no atravessava nem a Monglia, nema China. Isso quer
dizer que em caso de falhas, osfoguetes cairiam dentro do territrio
sovitico, e nonos pases vizinhos. Como conseqncia disso, osfoguetes
russos utilizam sua mxima capacidade,enquanto isso, o nibus
espacial precisa gastar maiscombustvel para atingir a estao.
Um intervalo de 1 ano e meio ocorreu at a chegadado prximo
componente, o mdulo de habitao russoZvezda, apenas enviado em julho
de 2000, devido adificuldades financeiras russas e a defeitos no
fogueteProton durante o ano de 1999. O Zvezda originalmentetinha
sido planejado para substituir a estao espacialMir, sendo muito
parecido com ela.
ASTRONUTICA
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revista macroCOSMO.com | setembro de 200516
Estando o mdulo de servio acoplado estao,comeou a ocupao da
mesma, sendo a primeiratripulao transportada numa nave Soyuz, e a
partirda, as demais tripulaes foram transportadaspelos nibus
espaciais. Periodicamente, os russoslanariam naves Soyuz, pois a
vida til de cadauma de 6 meses. Isso permaneceria assim at
oacidente com o nibus espacial Colmbia.
Para abastecer a estao, so utilizados nibusespaciais americanos
e naves cargueiras russasProgress. Enquanto se est na fase de
construo,a tripulao de 3 tripulantes, mas se espera queao concluir
a estao possa abrigar 6 tripulantes.
Os lanamentos so feitos desde o csmodromode Baikonur e desde
Cabo Canaveral, na Flrida. Ocontrole das misses feito desde
Houston, noTexas, e desde Korolev, prximo a Moscou. Os
norte-americanos possuem satlites que permitem
comunicao 24 horas e os russos utilizavam omesmo recurso na poca
da Mir. Atualmente acomunicao obtida quando a estao est sobrea rea
de cobertura das estaes de comunicaorussas.
No final de 2000, foram acrescentadas asestruturas Z1 Truss, P6
Truss, painis solares PVA.A primeira tripulao chegou no final de
outubro.
Em 2001, a estao recebeu o mdulo cientficoDestiny, o brao rob
canadense, o Airlock e oDocking Compartment russo Pirs, alm da
partecentral da larga estrutura de segmentos, o S0Truss. Em 08 de
outubro de 2001, os cosmonautasVladimir Dezhurov e Mikhail Tyurin
se tornaram osprimeiros tripulantes a conduzir uma
caminhadaespacial fora da estao espacial internacional. Oprimeiro
cientista a bordo foi a bioqumica PeggyWhitson da NASA.
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SAA configurao atual da ISS
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17revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
No ano seguinte, foi a vez de receber maissegmentos, o S1 e o
P1. O acidente com o nibusespacial Colmbia, em fevereiro de 2003,
paralisoumomentaneamente a montagem do complexo, queem grande parte
depende dele.
Mesmo em construo, a ISS recebeu a visita de2 turistas, a bordo
de naves Soyuz russas. Oprimeiro foi o norte americano Dennis Tito,
em 2001,e o segundo foi o sul africano Mark Shuttleworth,em 2002.
Eles ficaram 7 dias no espao e pagaram20 milhes de dlares pela
viagem. Dennis Tito tinhapagado para ir a estao espacial Mir, mas
comoela foi derrubada em maro de 2000, os russos olevaram at a ISS.
Outros vos com turistas foramsuspensos devido ao acidente com o
nibusespacial Colmbia.
Com o novo governo americano do presidente Bushe o acidente com
o nibus espacial Colmbia, a ISSsofre alguns cortes, onde o mdulo de
habitao, omdulo de propulso e o CRV (Crew Return Vehicle)foram
cancelados. O plano do governo americano concluir sua parte quando
o mdulo Node 2 forentregue, pois ele permite o acoplamento
dosmdulos do Japo e da Europa. As centrfugasoriginalmente
planejadas tiveram o mesmo destino.A ltima reviso do projeto da
estao foi feita emjulho de 2004.
Os cortes foram causados pelo novo rumoadotado pelo governo
americano, em querer umprograma de explorao marciana mais robusto,
eque no est disposto a pagar pelos custos extrasda estao. Os custos
extras se devem a muitosfatores, como a demora no lanamento do
mdulode servio russo Zvezda, atrasado em 1 ano, e osconstantes
aumentos no preo da construo dosmdulos americanos.
Com isso, a utilizao cientfica da ISS ficacomprometida, pois
para se desenvolver trabalhossrios, seria necessrio uma tripulao
maior.Atualmente, apenas 3 astronautas podem ocupara estao, pois o
mximo que as cpsulas Soyuzcomportam. Se mais uma cpsula
fossedisponibilizada, ento a tripulao poderia seraumentada para 6
pessoas. Isso implica numa maiorparticipao dos russos no
projeto.
Porm, devido ao acidente com o nibus espacial,a tripulao teve
que ser reduzida a duas pessoas.Desta forma, a quantidade de
lanamentos de
cargueiros de reabastecimento Progress pode sermantida. A cada 3
meses, os russos lanam umsatlite cargueiro no tripulado levando
comida, gua,combustvel e equipamentos para a estao. Comuma tripulao
de 3, a periodicidade dos vos deveriaser maior, o que acarretaria
maiores custos para osrussos.
As tripulaes atuais permanecem 6 meses naestao. Antes do
acidente, em media, umatripulao permanecia entre 3 e 4 meses no
espao.
O CRV seria um nibus espacial em miniatura, queseria utilizado
apenas em caso de emergncia, paraa tripulao da ISS abandonar a
estao e retornarem segurana para a Terra. J o mdulo de propulsofoi
projetado pensando-se na possibilidade do fracassodo mdulo russo
Zvezda, mas no foi concludo. Pararetornar Terra em caso de
emergncia, utilizam-seas naves russas Soyuz.
Apesar da Rssia gastar o equivalente a 6% docusto total do
projeto, ela vai ter direito a utilizar30% dos recursos da estao.
Isso se deve ao custode construo dos mdulos, que bem menor quenos
EUA, e forma de lanamento. Um fogueteProton custa em torno de 50
milhes de dlares.Um lanamento do nibus espacial implica emgastos de
500 milhes de dlares. O total demdulos e componentes da estao de
36. Aparte russa composta de 11 mdulos. Destes,provavelmente 2 tero
ajuda da iniciativa privada, e1 foi financiado pelos EUA
(Zarya).
A PARTE DE CADA UM
A parte que ser construda pelos Estados Unidosinclui o mdulo
cientfico Destiny, Z1 Truss, Node 1(Unity) e Node 2, uma estrutura
metlica de 96 metrosde comprimento, composta de 10 segmentos
paraacomodar os painis solares, e o Airlock. Para colocarsua parte
no espao, os norte americanos utilizaroseus 3 nibus espaciais
(Discovery, Atlantis eEndeavour). O Colmbia era o nico da frota que
noestava preparado para acoplar com a estao espacial.O custo da
parte norte americana deve ser no mnimode 11 bilhes de dlares.
A parte russa da estao ser composta por ummdulo de comando e
controle (Zvezda), que serutilizado como habitao durante a construo
daestao, 2 mdulos cientficos baseados nas naves
ASTRONUTICA
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revista macroCOSMO.com | setembro de 200518
Soyuz, 1 mdulo de carga (Zarya, financiado pelosEstados Unidos),
um mdulo com vrios pontosde acoplamento, chamado Universal
DockingModule, 2 docking compartments, uma naveSoyuz de emergncia
para abandonar a estaoenquanto ela estiver em construo, uma
estruturapara acomodar os painis solares chamadaScientific Power
Plataform, e talvez 2 mduloscomerciais feitos em parceria com as
empresasnorte americanas Boeing e Spacehab, e as russasEnergia e
Khrunichev. Os russos utilizaro suasnaves Soyuz para transportar os
cosmonautas, eas naves automticas Progress M, parareabastecer a
estao.
Devido a restries oramentrias, oscomponentes do segmento russo
podem sofrerredues ou at ser excludos da configurao finalda estao.
Com o acidente do nibus espacial,os americanos poderiam comprar
naves russasSoyuz ou mais cargueiros Progress para suprirmelhor a
estao. Entretanto, isso no possvelpois existe uma lei americana que
impede a NASAe outras empresas norte americanas de
comprartecnologia russa. Isto ocorreu porque a Rssiafacilitou
tecnologia nuclear para o Ir, uma naoconsiderada do "Eixo do
Mal".
A parte da Agncia Espacial Europia inclui umlaboratrio
cientfico, um pequeno brao rob a serinstalado no segmento russo e
naves automticasde reabastecimento, que acoplaro no mdulo deservio
russo Zvezda. Ao total, o custo estimado daparticipao europia de
4,7 bilhes de dlares.
As naves de carga automticas europias sechamaro ATV e sero
lanadas por foguetesAriane-5 da base de Kourou, na Guiana
Francesa.
A parte japonesa inclui 1 laboratrio cientficocom uma plataforma
para experimentos fora daestao, ao custo total de 3,1 bilhes de
dlares.
O Canad ir fornecer um brao rob de 18metros de comprimento, e
uma estrutura compostade trilhos para deslocar o brao pela
estruturametlica da estao. O custo da contribuiocanadense de 1
bilho de dlares.
A Itlia construiu 3 mdulos logsticos,denominados MPLM (Multi
Purpose LogisticsModule) batizados Leonardo, Rafaello e
Donatello,ao custo de 550 milhes de dlares. Em troca dosmdulos, a
Itlia poder mandar seus astronautaspara a estao.
O Brasil inicialmente iria construir paletas paracolocar
experimentos fora da estao (ExpressPalet), ao custo de 120 milhes
de dlares. Cadapaleta, com peso de 1 tonelada e vida tilestimada de
10 anos, poderia levar 6 cargas de225 Kg. Tambm teria um astronauta
prprio, otenente aviador Marcos Cesar Pontes, que foitreinado para
subir para a estao atravs donibus espacial e foi escolhido em 1998.
Porm,devido a problemas oramentrios, a participaodo Brasil foi
reduzida a 21 equipamentos menoresque sero construdos sem custo
pelo SESI.Quanto ao astronauta brasileiro, foram feitasnegociaes
com a agncia espacial russa, paraenviar Marcos Pontes em uma nave
Soyuz emabril de 2006.
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Astronauta brasileiro Marcos Pontes, escaladopara a 13 expedio
ISS, conforme acordo
brasilerio com a Agncia Espacial Russa
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1 Expedia31-10-2000Baikonur
O primeiro grupo permanente enviado ISS, foitransportado pela
Soyuz TM-31, e composto pelocomandante norte americano Bill Sheperd
e pelosrussos Yuri Gidzenko e Serguei Krikalev. Estamisso preparou
seus sistemas para utilizaopermanente, e recebeu os primeiros
painis solaresfeitos nos Estados Unidos e o mdulo laboratrionorte
americano Destiny. A tripulao permaneceu140 dias, 23 horas e 28
minutos no espao,retornando para a Terra em 18 de maro de 2001.
TRIPULAES DA ISS
2 Expedio10-3-2001Cabo Canaveral
A 2 Expedio foi composta pelo comandantecosmonauta Yuri Usachev
e os seus colegas norteamericanos Susan Helms e James Voss.
Elesforam a bordo da STS-102 Discovery. Durante suamisso, foi
adicionado o CanadArm e o mduloQuest (Joint Pressurized Airlock).
Este grupotambm recebeu o primeiro turista espacial, omilionrio
norte americano Dennis Tito. Eles ficaramno espao 167 dias, 6 horas
e 41 minutos,retornando Terra em 22 de agosto de 2001.
3 Expedio10-8-2001Cabo Canaveral
A 3 Expedio foi composta pelo comandantenorte americano Frank
Culbertson e pelos russosVladimir Dezhurov e Mikhail Tyurin. Eles
foramtransportados estao pelo STS-105 Discovery.Permanncia no espao
de 128 dias, 20 horas e 45minutos, retorno em 17 de dezembro de
2001.
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5 Expedio5-6-2002Cabo Canaveral
A 5 Expedio foi composta pelo comandanterusso Valery Korzun,
pela norte-americana PeggyWhitson, e pelo russo Sergei Treschev.
Retornaramno dia 07 de dezembro de 2002, apspermanecerem 184 dias,
22 horas e 14 minutos noespao.
4 Expedio5-12-2001Cabo Canaveral
A 4 Expedio foi composta pelo comandanterusso Yuri Onufrienko e
pelos norte americanos CarlE. Walz e Daniel W. Bursch. Eles
foramtransportados para a estao pelo STS-108Endeavour. Permanncia
no espao de 195 dias,19 horas e 39 minutos, retorno em 19 de junho
de2002.
6 Expedio23-11-2002Cabo Canaveral
A 6 Expedio foi comandada por mais umveterano da Mir, Nikolai
Budarin, e seus colegasamericanos Donald Pettit e Ken
Bowersox.Permaneceram na ISS 161 dias, 1 hora e 17minutos,
retornando Terra em 03 de maio de 2003.
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21revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
7 Expedio25-4-2003Baikonur
A 7 Expedio foi composta pelo comandanterusso Yuri Malenchenko e
pelo norte americano EdLu. Permaneceram no espao 184 dias, 21 horas
e47 minutos, retornando Terra em 27 de outubrode 2003.
8 Expedio18-10-2003Baikonur
A 8 Expedio foi composta pelo comandanterusso Aleksandr Kaleri e
pelo norte americanoMichael Foale. Retornou em 29 de abril de
2004.Permanncia de 194 dias, 18 horas e 35 minutos.
9 Expedio18-4-2004Baikonur
A 9 Expedio foi composta pelo engenheiro devo norte americano
Mike Fincke e pelo comandanterusso Gennady Padalka. Permanncia a
bordo daISS de 187 dias, 21 horas e 17 minutos, retornandoem 23 de
outubro de 2004.
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revista macroCOSMO.com | setembro de 200522
11 Expedio14/04/2005Baikonur
A 11 Expedio composta pelo comandanterusso Sergei Krikalev e
pelo norte americano JohnPhillips. Seu retorno est previsto para 7
de outubrode 2005. Serguei Krikalev o novo recordista empermanncia
no espao, recorde este quebradodurante a misso atual.
10 Expedio13-10-2004Baikonur
A 10 Expedio foi composta pelo comandantenorte americano Leroy
Chiao e pelo russo SalizhanSharipov. Retornaram Terra em 24 de
abril de 2005aps 192 dias, 19 horas e 2 minutos.
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23revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
DADOS SOBRE A ISS, AT O FINAL DA EXPEDIO 10
rea habitvel: 425 metros cbicos;Dimenses: 75 metros de largura
entre os painis solares, 27,5 metros de altura, 43,8 metros do
mdulocientfico Destiny at o mdulo de servio Zvezda; 51,3 metros com
uma nave Progress acoplada;Peso: 183,03 toneladas;Vos: 16 vos norte
americanos e 28 vos russos;Atividades Extraveiculares: 65 sadas,
sendo 25 partindo de dentro do nibus Espacial, totalizando 348horas
e 15 minutos;Experimentos cientficos: At o final da Expedio 7, em
agosto de 2003, tinham sido feitos 129 experimentos.
COMPONENTES DA ESTAO
ZARYA20-11-199820.000 KgBaikonur - Proton
Mdulo russo, tambm conhecido como FGB(Functional Cargo Block, em
ingls). Possui 12,6metros de comprimento por 4,05 metros dedimetro,
e 2 painis solares. Possui 2 acopladores,1 utilizado pelo mdulo
Unity e outro que pode serutilizado por naves Soyuz ou
Progress.
UNITY3-12-199820.000 KgCabo Canaveral - Space Shuttle
Mdulo norte americano. Possui 4,5 metros decomprimento por 6,6
metros de dimetro. Possui 2acopladores, 1 utilizado pelo mdulo
Zarya e outroque pode ser utilizado pelos nibus
espaciaisamericanos. Este mdulo feito inteiramente emalumnio.
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revista macroCOSMO.com | setembro de 200524
ZVEZDA12-7-200020.000 KgBaikonur - Proton
Mdulo russo, tambm conhecido como ServiceModule. Possui 2 painis
solares, e 4 acopladores,sendo que 1 na parte traseira e 3 na parte
dianteira.Possui 13 metros de comprimento e 4,05 metrosde dimetro.
O Zvezda possui 14 janelas, e seuinterior dividido em 3
compartimentos. Possuicabines para os tripulantes, e ser utilizado
comomdulo de habitao durante a construo da ISS.
Z1 TRUSS5-10-20008.280 KgCabo Canaveral - Space Shuttle
Serve como central de comunicaes dosegmento americano. Tambm
utilizado como basepara a estrutura P6 Truss. Possui 4
giroscpiosutilizados para estabilizar a estao, e uma antenade
telecomunicaes. Custo de 273 milhes dedlares.
P6 TRUSS30-11-200017.000 KgCabo Canaveral - Space Shuttle
Estrutura que serve para acomodar os radiadorese os imensos
painis solares PVA (PhotoVoltaicArrays). So ao todo 4 PVAs com
comprimento de73 metros, de ponta a ponta, e 3 radiadores. Custode
600 milhes de dlares.
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25revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
DESTINY7-2-200114.515 KgCabo Canaveral - Space Shuttle
Pea central da parte cientfica da EstaoEspacial Internacional.
Feito em alumnio, possui 8,5metros de comprimento, peso de 14.515
Kg e 4,5metros de dimetro. Possui 3 sees cilndricas, ecapacidade
para alocar 24 racks com experimentos.Responsvel pelo controle da
estao, em substituioao mdulo de servio russo Zvezda.
MPLM LEONARDO/RAFAELLO/DONATELLO10-3-20014.100 KgCabo Canaveral
- Space Shuttle
Os MPLM (Multi-Purpose Logistics Modules)foram construdos pela
Agncia Espacial ItalianaASI, e pela empresa Alenia Aerospazio,
localizadaem Turin, na Itlia. Estes mdulos pressurizadosservem para
transportar e trazer carga para aEstao. Sua construo foi iniciada
em 1996.Possuem 6,4 metros de comprimento por 4,6 metrosde dimetro.
Podem transportar 9,1 toneladas decarga em 16 racks standard.
CANADARM19-4-200117.000 KgsCabo Canaveral - Space Shuttle
Primeira parte do brao robtico canadenseCanadArm. Este brao, com
seus 17,7 metros decomprimento e suas 17 toneladas de peso,
serutilizado para construir a estao. Anexado aomdulo Destiny,
possui a singular capacidade deandar pelo mdulo, o que aumenta seu
raio deatuao.Custo de 600 milhes de dlares.
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revista macroCOSMO.com | setembro de 200526
S0 TRUSS5-6-200212.247 KgCabo Canaveral - Space Shuttle
Primeira parte da estrutura principal da ISS,composta por 9
partes. Possui comprimento de 13,4x 4,6 metros. Nele foi fixado o
Mobile Transporter,que permite ao brao rob CanadArm se deslocarpela
estao.
JOINT AIRLOCK QUEST12-7-20016.500 KgsCabo Canaveral - Space
Shuttle
Airlock (sada externa da estao) anexa aomdulo Unity. Compatvel
com roupas espaciaisamericanas e russas. Custo de 164 milhes
dedlares.
CO-1 PIRS/DOCKING COMPARTMENT13-9-20015.000 KgsBaikonur -
Proton
Mdulo russo que possui um pequeno airlock parasadas
extraveiculares, compatvel apenas com trajesrussos. Serve tambm
como ponto de acoplamentopara naves Soyuz e Progress M. Acoplado ao
mduloZvezda. Possui comprimento de aproximadamente 5metros e
dimetro mximo de 2,80 metros. Foitransportado para a estao atravs
de um mdulode servio Progress adaptado.
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27revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
S1 TRUSS7-10-200215.000Cabo Canaveral - Space Shuttle
Comprimento de 13,7 metros, peso de 15toneladas, o terceiro
componente da seo centralda estao, composta por 11 peas. Foi
anexadoao segmento S0. Possui 2 cameras de TV, umsegundo canal
S-Band de comunicao, e o primeiroThermal Radiator Rotary Joint.
P1 TRUSS23-11-200212.400 KgCabo Canaveral - Space Shuttle
Comprimento de 13,7 metros, peso de12,4 toneladas, anexado ao
segmentoS0. Possui uma antena de UHF, e damesma forma que o
segmento S1, possuiradiadores e tambm tem instalado oCrew and
Equipment Translation Aid(CETA).
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revista macroCOSMO.com | setembro de 200528
FOGUETESFoguetes empregados para levar naves e componentes para
a ISS:
SOYUZComprimento: 34,5 mDimetro: 3 mPeso: 297 toneladasEstgios:
3 ou 4Carga til LEO: 7 toneladas
Descrio dos sistemas:Primeiro estgio: 4 exaustores 42.810 Kg
101.600
kgf. Isp: 314 sec. Tempo de Queima: 118 segundos.Isp(sl): 257
sec. Lox/Kerosene Motores: 1RD-107-11D511P
Segundo estgio: 101.160 Kg 103.100 kgf. Isp:319 segundos. Tempo
de Queima: 286 segundos.Isp(sl): 252 segundos Lox/Kerosene Motores:
1 RD-108-11D512P
Terceiro estgio: 25.400 Kg 30.400 kgf. Isp: 330segundos. Tempo
de Queima: 250 segundos. Isp(sl):0 segundos Lox/Kerosene Motores: 1
RD-0110 (4)Ikar/Fregat
Histrico:O Soyuz um foguete da famlia R7, composto
de 2 estgios, desenvolvido em 1963, capaz decolocar 7 toneladas
numa rbita de 200quilmetros de altitude. Foi utilizado para
lanaraproximadamente metade das missesespaciais tripuladas e no
tripuladas. Osfoguetes Soyuz tambm foram utilizados paracolocar em
rbita, satl i tes mil i tares dereconhecimento.
Famlia:R-7 8K71, Sputnik 8K71PS, Luna 8K72, R-7A
8K74, Sputnik 8A91, Molniya 8K78, Vostok 8K72,Vostok 8K72K,
Molniya 8K78L, Vostok 8A92,Polyot 11A59, Voskhod 11A57,
Molniya8K78M,Vostok 11A510, Vostok 8A92M, Soyuz11A511, Soyuz
11A514, Soyuz 11A511L, Soyuz11A511M, Soyuz 11A511U, Soyuz
11A511U2,Soyuz 11A511U/Ikar, Soyuz M.
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29revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
PROTONComprimento: 57 mDimetro: 4,2 mPeso: 707 toneladasEstgios:
3 ou 4Carga til LEO: 20 toneladasCarga til GEO: 5,5 toneladas
Descrio dos sistemas:Primeiro estgio: 450.510 Kg 1.067.659 kgf.
Isp:
316 segundos. Tempo de Queima: 124 segundosIsp(sl): 267 segundos
N2O4/UDMH Motores: 6 RD-253-11D48
Segundo estgio: 167.828 Kg 244.652 kgf. Isp:327 segundos. Tempo
de Queima: 206 segundosIsp(sl): 230 segundos N2O4/UDMH Motores:
4RD-0210
Terceiro estgio: 50.747 Kg 64.260 kgf. Isp:325 segundos. Tempo
de Queima: 238 segundosIsp(sl): 230 segundos N2O4/UDMH Motores:
1RD-0212
Quarto estgio: 14.000 Kg 8.670 kgf. Isp: 352segundos. Tempo de
Queima: 570 segundos Lox/Kerosene Motores:1 RD-58M
Histrico:Os foguetes Proton comearam a ser utilizados
em 1965. Foi o primeiro foguete sovitico que nofoi baseado num
mssil balstico intercontinental. OProton pode utilizar 3 ou 4
estgios, e foi utilizadopara a maioria das misses espaciais
soviticas,como as estaes Salyut, Mir e sondas espaciais.Verses de 4
estgios so utilizadas para colocarem rbita satlites
geoestacionrios.
O primeiro estgio do Proton tem 6 motores e possuiempuxo de 2
mil toneladas. O terceiro estgio podecolocar em rbita cargas de 20
toneladas.
Famlia:UR-100, Monoblock UR-500, Polyblock UR-500,
UR-200, Proton 8K82, Proton 8K82K/11S824,Proton 8K82K, UR-700,
UR-700/11D54, UR-700/RD-350, UR-700/RO-31, UR-900, UR-700M,
Proton8K82K/11S86, UR-500MK, Proton 8K82K/11S824M, UR-100N, UR-530,
Proton 8K82K/11S861, Proton 8K82K/11S824F, Rokot,
Proton8K82K/11S861-01, Proton 8K82K/DM1, Proton8K82K/DM3, Strela,
Proton 8K82K/17S40, Proton8K82K/DM2, Proton 8K82K/DM4, Proton
8K82KM.
ASTRONUTICA
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SA
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revista macroCOSMO.com | setembro de 200530
SPACE SHUTTLEComprimento: 56 mDimetro: 8,7mPeso: 2.040
toneladasEstgios: 2(*)Carga til LEO: 27,5 toneladas (*)
Descrio dos sistemas:Foguetes de combustvel slido: 2 SRB 589.670
kg
1.174.713 kgf. Isp: 269 segundos Tempo de Queima:124 segundos
Isp(sl): 237 segundos. Motores deCombustvel Slido: 1. SRB
Tanque externo (Shuttle External Tank): 750.975 kg0 kgf. Isp:
455 segundos. Tempo de Queima: 480segundos Isp(sl): 363 segundos
Lox/LH2 Motores: 0
nibus Espacial: Shuttle Orbiter Gross 99.318kg 696.905 kgf. Isp:
455 segundos Tempo deQueima: 480 segundos Isp(sl): 363 segundos
Lox/LH2 Motores: 3 SSME
Histrico:O sistema do nibus espacial composto por 2
foguetes laterais de combustvel slidodenominados SRB (Solic
Rocket Booster), queimpulsionam a nave durante a fase inicial da
subida.Ao se esgotar o combustvel, so ejetados, e oShuttle utiliza
seus 3 motores SSME, alimentadospelo imenso tanque de combustvel de
cor laranja,para completar o resto da subida, at atingir a
rbitaterrestre.
ASTRONUTICA
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31revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
NAVES ESPACIAISVeja a seguir a descrio das naves tripuladas
utilizadas para chegar na ISS
SOYUZ TMAPeso: 7.250 KgComprimento: 7,5 mDimetro: 2,7 mrea til:
9 m
Descrio dos sistemas:As Soyuz so compostas por 3 mdulos. O
mdulo de descida com capacidade para 3cosmonautas tem 2,2 m de
comprimento por 2,2 mde dimetro. Pesa 3.000 Kg e possui 4 m.
Possuipra-quedas para descida, sistemas de telemetria,e um
periscpio digital. O pouso amortecido pormotores de combustvel
slido utilizados no finalda descida. Os cosmonautas utilizam
roupaspressurizadas na decolagem e descida. O mduloorbital tem 3
metros de comprimento por 2,3 metrosde dimetro. Tem 5 m e pesa
1.300 Kg. Nele est
instalado o sistema de rendez vous Kurs,composto de 2 antenas,
alm de 1 janela. Omdulo de servio pesa 2.950 Kg e temcomprimento de
2,3 m e dimetro de 2,1 m. ASoyuz utiliza como fonte de energia,
painissolares de 10 m, e consome em mdia 0,60 Kw.
Histrico:Desenvolvidas nos anos 60, as Soyuz foram
criadas para fazer viagens da Terra para a Lua,mas acabaram
sendo utilizadas para levarcosmonautas para as estaes espaciais
Salyute Mir. So utilizadas atualmente para levarcosmonautas para a
estao espacialinternacional. Uma verso no tripulada da
Soyuz,denominada Progress, utilizada desde os anos70 para
reabastecer as estaes espaciaisrussas.
ASTRONUTICA
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revista macroCOSMO.com | setembro de 200532
SPACE SHUTTLEPeso Total: 104.328 kgComprimento: 37,2
mEnvergadura: 23,8 mrea til: 72 mTripulao: 8 astronautas com tempo
em rbita: 16 dias.Combustvel: 21.600 KgCarga: 21.190 KgPeso do
escudo trmico:18.500 KgSistema eltrico: baterias combustveis.
Descrio dos sistemas:Os nibus espaciais foram produzidos
para
transportar astronautas para o espao, e lanarou reparar
satlites. Seus primeiros estudos
foram nos anos 70, e o primeiro a ser construdo,o Enterprise,
nunca foi lanado. Foramconstrudas 5 naves, a primeira,
chamadaColmbia, fez seu vo inaugural em 12 de abrilde 1981, e foi
destrudo durante o retorno a Terraem fevereiro de 2003. Depois
vieram aChallenger, destrudo em 1986, Discovery,Atlantis e o
Endeavour, construdo para substituiro Challenger. Em 1995, o
Discovery foi o primeironibus espacial a acoplar com uma
estaoespacial, ao unir-se estao Mir. Foram feitas9 misses durante 3
anos, no projeto conjuntoShuttle-Mir. Atualmente, transportam peas
etr ipulaes para a Estao EspacialInternacional.
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33revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
PROGRESS_MAs Progress possuem formato idntico s naves
Soyuz. Possuem 7 metros de comprimento, 2,7metros de dimetro,
peso de 7,2 toneladas, e umarea destinada aos suprimentos de 7,6
metroscbicos. Possui 2 painis solares com 10 metrosquadrados de rea
que geram 1,3 KW de fora.
As Progress levam suprimentos paraaproximadamente 2 meses, para
uma tripulao de
at 3 cosmonautas. Satlites cargueiros, so naverdade verses no
tripuladas das naves Soyuz.Foram fabricadas para reabastecer as
estaesespaciais Salyut, posteriormente a Mir, eatualmente a ISS. As
Progress M alm de teremuma carga til maior que sua antecessora,
podemtransportar uma cpsula recupervel chamadaRaduga, que permite
transportar de volta para a Terraexperimentos feitos nas estaes
espaciais.
ASTRONUTICA
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revista macroCOSMO.com | setembro de 200534
Cabo CanaveralLatitude: 28.45 N / Longitude: 80.53 WIncio de
operao: 1949
Cabo Canaveral a maior e mais importante baseespacial dos
Estados Unidos. Foi dela que partiramas misses lunares Apollo. O
Cabo Canaveral utilizado para todos os lanamentos tripulados.Tambm
utilizado pelo Departamento de Defesados Estados Unidos.
A escolha da base de lanamentos foi feita em11 de maio de 1949.
Uma srie de estaes derastreamento foi instalada nas
Bahamas.Oficialmente, a base de Cabo Canaveral entrou
emfuncionamento em 01 de outubro de 1949. Osprimeiros lanamentos de
foguetes (V2 modificadas
DA TERRA PARA O INFINITO
Para chegar da Terra at a estao espacial por enquanto existem
dois centros espaciais: o de Baikonur,no Casaquisto, localizado na
sia Central, e o de Cabo Canaveral, localizado na Flrida, nos
EstadosUnidos. Veremos um pouco da histria de cada um deles a
seguir.
do tipo Bumper) foram feitos em julho de 1950.Durante os anos
60, foram construdas imensasinstalaes e plataformas para o programa
lunarApollo. Nos anos 70, estas instalaes foramaproveitadas para o
programa do nibus espacial.A primeira vez que a base foi aberta ao
pblico foiem 19 de maio de 1961. Os primeiros testes donibus
espacial foram feitos em 23 de julho de 1979,utilizando-se o nibus
espacial Enterprise (OV-101).Os lanamentos so feitos com
inclinaomnima de 28 graus e mxima de 57 graus. Existemplataformas
para lanar o nibus Espacial, efoguetes Atlas, Delta e Titan. As
principaisplataformas so as 39A e 39B, utilizadas pelosimensos
foguetes lunares Saturn V, e atualmenteutilizadas pelo nibus
espacial.
ASTRONUTICA
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35revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
BaikonurLatitude: 45,63 N / Longitude: 63,26 EIncio de Operao:
1955
Localizado no Casaquisto, Baikonur o maiorcosmdromo utilizado
pela Rssia, para a maioriados lanamentos e por todos os
lanamentostripulados.
O cosmdromo ocupa uma rea aproximada de7.360 quilmetros
quadrados numa rea prximaao rio Syr Darya na regio de Kyzl-Orda
Oblast, noCasaquisto, a 380 quilmetros da velha cidade deBaikonur.
O Cosmdromo fica prxima do velhovilarejo de Tyuratam e da cidade de
Zarya, que foirebatizada como Leninsk em 1958 e rebatizadacomo
Baikonur em 1996.
Inicialmente conhecido como Tashkent-50, aconstuo foi iniciada
em 12 de janeiro de 1955.Os construtores se referiam ao Cosmdromo
comoZvezdograd durante a poca da construo. A cidadede Leninsk teve
sua populao ampliada de 50.000habitantes em 1975 para 75.000
habitantes em 1990.A aprovao para a construo do Cosmdromo foiatravs
do Decreto do Conselho de Ministros daUnio Sovitica nmero 282-181,
no qual ocomplexo era chamado de rea de Teste nmero5. O primeiro
lanamento feito em Baikonur foi o deum foguete balstico SS-6 em 15
de maio de 1957,mas o lanamento falhou. O primeiro lanamentobem
sucedido foi em 03 de agosto de 1957.Baikonur comparado ao centro
de lanamentosde Cabo Canaveral, na
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revista macroCOSMO.com | setembro de 200536
Daniel Sanchez Bins, o autor do site Cosmonutica, dedicado ao
programa espacial russo, e usurioe colaborador da
Espacial.comhttp://www.cosmonautica.cjb.net
Flrida, Estados Unidos, devido a importncia etamanho, mas o
complexo de Baikonur consideravelmente mais extenso.
O cosmdromo possui 9 complexos delanamento, incluindo 15
plataformas, para osfoguetes do tipo Soyuz, Molniya, Zenith,
Rockot,Proton, entre outros. Alm disso, tem 11 linhas de
montagem e reviso de satlites e espaonaves, 3pontos de
abastecimento de combustvel, centromdico para cosmonautas, 2
aeroportos de grandeporte, plantas de nitrognio, oxignio e
gs,sistemas de abastecimento de energia eltrica egua, e para
concluir, um grande sistema deestradas e de vias ferrovirias.
ASTRONUTICA
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SA/E
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37revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
WWW.COMITEMARCOSPONTES.CJB.NET
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revista macroCOSMO.com | setembro de 200538
D sua contribuio! Vamos apoiar o Brasil nesse projeto que traz
oportunidadesnicas de estar frente em experimentos e tecnologia de
ponta
A campanha Sim, euquero ver o verde e
amarelo no espao,lanada pelo Comit
Marcos Pontes, tem oobjetivo de apoiar a
Agncia EspacialBrasileira na viabilizao
do primeiro vo orbitaldo nosso astronauta
atravs da continuidadeda participao
brasileira no projeto daEstao Espacial
Internacional (EEI).
Para isso, conta com acolaborao da
populao brasileira, quepode manifestar
mobilizao em prol dacampanha, assinando
um abaixo-assinadono site:
www.comitemarcospontes.cjb.net
-
39revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
Quantas vezes olhamos para o cu e nos perguntamos se estamos
sozinhosneste Universo? Quais so as chances reais de existir outra
civilizao? Pararesponder a estas e outras perguntas, os astrnomos
esto se dedicando a umanova rea de pesquisa, a Mecnica de Planetas
Extrasolares. A idia desenvolvernovas tecnologias capazes de
detectar planetas e/ou sistemas planetrios emoutras estrelas, e a
partir da, estudar as caractersticas que possam representarcondies
ambientais de presena de vida.
PlanetasExtrasolares
Deteco, Dinmica & Origem
Walkiria Schulz | Revista
[email protected]
Cristin Beaug | [email protected]
PLANETOLOGIA
NASA
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revista macroCOSMO.com | setembro de 200540
PLANETOLOGIA
A descoberta de planetas fora do nosso SistemaSolar um fato
recente. At cerca de 10 anos atrsns no dispunhamos de instrumentos
sensveis osuficiente para detectar corpos to pequenos,distantes e
pouco luminosos. Foi necessriodesenvolver aparelhos de deteco com
umapreciso jamais vista e anex-los a telescpiosdedicados a este
tipo de investigao.
Alm de vislumbrar a possibilidade de noestarmos sozinhos, os
planetas extrasolarestambm representam uma oportunidade para
aMecnica Celeste de estudar sistemas comdinmicas diferentes das
encontradas no SistemaSolar. Estes estudos podem vir a ser fontes
decorroborao de teorias cosmognicas atuais, queforam desenvolvidas
baseando-se no conhecimentode um nico sistema planetrio: o
nosso.
Ao comear a encontrar planetas extrasolares, aprimeira pergunta
que surgiu foi: estes novos objetosso compatveis com as nossas
idias de formaoplanetria? Para entender um pouco melhor estaquesto,
vamos comear falando sobre o que sesabe a respeito do nosso Sistema
Solar.
Teorias de Formao do Sistema Solar
Existem trs formas de construir um modelo paraexplicar como se
formou o Sistema Solar:
1. A partir de modelos de formao estelar,extrapolando para a
frente;
2. A partir da estrutura atual do nosso SistemaSolar,
extrapolando para trs;
3. Analisando e comparando as caractersticasde outros sistemas
planetrios em etapas distintasde evoluo.
Na verdade, todas estas possibilidades socomplementares e as
informaes provenientes decada uma devem ser coerentes entre si.
Modelos: Comeamos com uma nuvem proto-estelar, similar s
observadas na nebulosa de rion.A interao entre a contrao e a rotao
destanuvem de material provocou um colapso queresultou em uma
estrutura achatada, onde a maioriada massa se encontrava no centro
(proto-sol),enquanto o resto formava um disco ao redor.
Dentro desta nuvem existiam dois componentes:gs (aproximadamente
96%) e material slido (4%).A presso interna mantinha o equilibrio
hidrostticodo gs, mas no das partculas slidas, que sofriamfrico com
o gs caindo no plano da nuvem e maisperto do proto-sol. Como
resultado deste processo,o disco se dividiu em uma nebulosa gasosa
exterior(formada de elementos como hidrognio, hlio enitrognio) e um
disco compacto interno compostode partculas slidas de mais ou menos
1 cm deraio (com elementos tais como carbono, nquel eferro).
A partir deste ponto existem duas possibilidadespara a evoluo
destas partculas at planetesimaisde raios entre 10 e 100 m. No
primeiro caso, oconjunto de pequenas partculas continua caindoem
direo ao plano at formar um disco to densoque torna-se
gravitacionalmente instvel, provocandoum colapso do material em
planetesimais maiores.A segunda possibilidade sugere um processo
maislento, onde a formao de corpos maiores deu-sepor colises entre
as partculas pequenas. Noentanto, ambas teorias tm problemas, e
ainda no
Formao de um sistema planetrio a partir deuma nebulosa
primordial
Crist
in B
eaug
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41revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
PLANETOLOGIA
possuimos um bom modelo para explicar atransio entre partculas
de 1 cm eplanetesimais de 100 m de raio. Esteproblema conhecido em
Ingls como o MeterSize Hurdle, ou o obstculo do tamanho deum metro
em uma traduo literal.
No entanto, independentemente domecanismo que produziu estes
objetos, apartir de uma populao de planetesimaiscom raios entre 10
e 100 m, sabe-se que aevoluo do disco rochoso se deu atravs
dacombinao entre gravitao mtua ecolises. Os corpos do nosso Sistema
Solarapresentam uma srie de evidncias destascolises, como
fragmentaes e crateras. Noentanto, se a velocidade relativa entre
oscorpos suficientemente pequena, as colises doorigem a um processo
construtivo conhecido comoacreo, que o mecanismo bsico de
formaoplanetria.
A princpio, o processo de acreo s funcionapara corpos slidos e
no para o gs. No entanto,e considerando que a temperatura do gs
decaicom a distncia ao Sol, existe um valor crtico destadistncia
tal que a temperatura do gs sejasuficientemente baixa para que a
componente voltilda nuvem condense. Esta distncia crtica conhecida
como a linha do gelo e corresponde aaproximadamente 4 ou 5 UA.
Portanto, alm destevalor, os elementos quimicos leves (e.g.
H,He,N)
Crateras na Lua, evidncias de um perodo decolises
tambm participaram do processo de acreo ederam origem a planetas
ricos em elementos leves,os chamados planetas Gigantes (Jpiter,
Saturno,Urano e Netuno). Enquanto isso, na regio maisprxima da
proto-estrela os planetesimais japresentavam raios da ordem de 100
km e eramembries planetrios.
Entre 6 e 10 milhes de anos de evoluo dosistema, o proto-Sol
entrou em uma fase conhecidacomo T-Tauri, na qual a nuvem de gs
remanescentecomeou a se dissipar. Assim, as etapas finais deformao
dos planetas terrestres continuaram emum cenrio praticamente livre
de gs. A presenado recentemente formado Jpiter tambm afetou
Cr
istin
Bea
ug
NA
SA
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revista macroCOSMO.com | setembro de 200542
esta formao planetria, invertendo o proceso deacreo e provocando
fragmentaes nos embriesplanetrios que encontravam-se perto do
planetagigante. Esta fragmentao deu origem aosasterides que hoje
encontramos entre as rbitasde Marte e Jpiter. Nos 100 milhes de
anosseguintes os planetas terrestres se formaram.
Em forma muito resumida, este o modelocosmognico mais aceito
atualmente. Ele consegueexplicar a existncia de planetas gigantes
eterrestres, a localizao dos planetas gigantes almde 4-5 UA, rbitas
praticamente coplanares ecirculares, a presena de asterides e
objetos docinturo de Kuiper, e a existncia de anis esatlites. No
entanto, existem alguns problemas.Talvez o principal deles seja a
impossibilidade deformar Urano e Netuno antes da dissipao danuvem
de gs. Devido baixa densidade departculas slidas e gs na parte
externa da nuvem,o processo de acreo necessitaria tempos maioresque
a idade do Sistema Solar. A suposio de quea nuvem primordial fosse
mais massiva poucoprovvel, j que seria necessrio algum
mecanismopara eliminar a massa restante depois da formaodos
planetas e no conhecemos nenhum que sejaeficiente neste sentido.
Uma outra alternativa paraUrano e Netuno seria que os planetas
gigantes nose formaram por acreo, e sim por
instabilidadegravitacional do gs. Simulaes com esta teorialevam a
condies planetrias diferentes das queencontramos nos planetas
atuais. A composioqumica de Saturno, por exemplo, incompatvelcom os
resultados das simulaes. Explicar asorigens dos sistemas planetrios
um dosproblemas cientficos mais importantes daatualidade (NASA,
2003).
Dinmica: Outra forma de estudar nosso SistemaSolar atravs de sua
dinmica, em particular, suaestabilidade orbital. Por estabilidade
se entende que,com o passar do tempo, as rbitas dos corposmaiores
permanecem quase-circulares, quase-planares e no existe a
possibilidade dos planetasse chocarem. Procuramos indcios de
estabilidadeorbital para tentar explicar a configurao atual
dosplanetas e prever seu futuro.
Na dcada de 90 foram realizadas vriassimulaes em computador da
evoluo das rbitasde todos os planetas por tempos da ordem da
idadedo Sistema Solar (Laskar, 1994). A idia eracorroborar que as
rbitas nuncam se cruzam. No
PLANETOLOGIA
Cr
istin
Bea
ugrbitas estveis e instveis
entanto, foi encontrado que existe a possibilidadede que, em
aproximadamente 3,6 bilhes de anos,Mercrio cruze a rbita de Vnus.
Se no houverum mecanismo de proteo natural, possvel queos planetas
se choquem e, como conseqncia, arbita de Vnus sofreria grandes
mudanas,podendo inclusive chocar-se com a Terra. Emboraestes
resultados possam depender da modelagemutilizada, sua concluso mais
importante que oSistema Solar interno pode no ser estvel
parasempre, embora o seja por perodos de tempo daordem de 4 bilhes
de anos.
Seja o que for que acontea daqui a 4 bilhes deanos, o Sistema
Solar um dos sistemas dinmicosmais estveis que se conhece no
Universo. Sendoassim, como possvel que um processo deformao catico
e colisional, to sensvel scondies iniciais, d origem a um
sistemaplanetrio to estvel? Aps muitos anos realizando
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43revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
PLANETOLOGIA
simulaes da ltima etapa da formao planetria,sem conseguir obter
nenhum Sistema Solar sintticoque reproduza o nmero correto de
planetas nemsua estabilidade, chegou-se concluso de queas posies
atuais dos planetas devem ter sidodefinidas nas primeiras etapas do
processo deacreo. O problema que realizar estudos destasetapas
tecnicamente complexo j que necessrio simular a evoluo de milhes
departculas planetesimais por gravitao e porcolises por perodos de
tempo muito grandes. Oscomputadores de uso geral no possuem
velocidadede clculo suficiente para realizar estas simulaes.A soluo
foi construir super-computadoresespecficos que pudessem ser
utilizados para assimulaes de formao planetria. O projetojapons
GRAPE tomou esta tarefa para si edesenvolveu um super-computador
equivalente a 1milho de PCs de hoje, com capacidade de
realizarsimulaes que levariam 2 anos em apenas 1minuto.
Entre os resultados preliminares do projetoGRAPE se destaca a
concluso de que a interaoentre colises e a dinmica de muitos
planetesimaiscria um fenmeno conhecido como repulso deembries
planetrios. Segundo esta teoria, se adistncia entre dois
proto-planetas maior que umcerto valor crtico, d, os dois corpos
crescem poracreo alimentando-se dos planetesimais ao redor,sem
variar sua posio relativa. No entanto, se adistncia inicial entre
os dois proto-planetas menorque aquele valor crtico, os corpos se
repelem e seafastam at que a distncia entre eles seja maiorque d.
Este processo suave e determinstico poderiaexplicar a quantidade
correta de planetas queencontramos hoje em rbitas
dinamicamenteestveis.
Resumindo, embora ainda existam problemas noresolvidos (Meter
Size Hurdle, formao de Urano eNetuno). atualmente dispomos de um
modelo deformao planetria baseado em um processo deacreo de corpos
slidos que consegue reproduzira maioria das caractersticas do nosso
SistemaSolar. Ser que o mesmo processo aconteceu emtodos os
sistemas planetrios, ou s aqui? Noexiste garantia de que todos os
planetas seformaram seguindo as mesmas condies, mas apossibilidade
de avaliar o que acontece em outrasregies do Universo abre toda uma
nova perspectivapara a Mecnica Celeste.
Os Planetas Extrasolares Conhecidos:Zoologia e Deteco
Em 1995, os astrnomos Michel Mayor e DidierQueloz, do
Observatrio de Genebra, descobriramo primeiro planeta extrasolar ao
redor de uma estrelado tipo sequncia principal. A estrela 51
Pegasi(G2, distncia Terra = 14,7 pc) e o planeta temuma massa
aproximadamente igual metade damassa de Jpiter.
No ano seguinte, os americanos Geoffrey Marcye Paul Butler
descobriram mais dois planetas. Oprimeiro orbita a estrela 70 Virgo
(G5, distncia Terra = 18,1 pc) e parece ter mais de 7 vezes amassa
do nosso planeta gigante. O segundo estao redor de 47 Uma (G0,
distncia Terra = 14,1pc) e tem 2,5 vezes a massa de Jpiter.
A populao atual de planetas alm do nossoSistema Solar
contabiliza ao redor de 160 objetos,todos com massas inferiores a
18 vezes a massade Jpiter. Entre os casos mais
interessantesencontram-se 15 sistemas planetrios:
- 12 sistemas com 2 planetas;- 2 sistemas com 3 planetas (Ups
And e GJ876);- 1 sistema com 4 planetas (55 Cnc).Curiosamente tambm
foram encontrados vrios
planetas orbitando estrelas binrias. Entre eles,podemos
mencionar 16 Cyg B, Boo e Cephei B.
Nmero de planetas extrasolares descobertosat maio de 2005.
Cristin Beaug
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revista macroCOSMO.com | setembro de 200544
Recentemente foi descoberto um planetaorbitando uma estrela
pertencente a umsistema estelar triplo.
Praticamente todos os planetasextrasolares conhecidos foram
detectadospor trnsito ou variao da velocidade radialda estrela
(Doppler). Existem outros mtodosde deteco que exigem
configuraesespeciais de posies relativas mais dificieisde encontrar
(por exemplo microlentes).
importante ter em conta que os planetasextrasolares, tambm
conhecidos comoexoplanetas, so objetos de luminosidade muitobaixa.
Um planeta como Jpiter possui umaluminosidade equivalente a 10-9 da
luminosidade doSol. Ou seja, os exoplanetas no so
observadosdiretamente. A exceo GQ Lupi, observado como Very Large
Telescope VLT.
No entanto, possvel perceber quando osplanetas passam em frente
ao disco da estrela. Este o mtodo de deteco via trnsito, que
permitemedir o perodo orbital (conseqentemente o semi-eixo maior) e
o raio do planeta. As limitaes destemtodo incluem: s possvel
observar objetos emrbitas a 90o com a esfera celeste; mais
fcildetectar planetas gigantes e em rbitas muitoprximas da estrela;
muito difcil (embora no sejaimpossvel) detectar mais de um objeto;
e estemtodo no oferece dados sobre a excentricidadeorbital.
Existem vrios projetos preocupados com adeteco de exoplanetas
via trnsito e muito
PLANETOLOGIA
GQ Lupi
NA
CO/V
LT
provvel que, em um futuro prximo, a maioria dosplanetas
extrasolares seja descoberta por estemtodo. Entre estes projetos,
um particularmenteimportante para o Brasil o COROT. Trata-se deum
satlite projetado pela CNES (Frana), comparticipao de pases como
Alemanha, Astria,Blgica, Brasil e Espanha. Com lanamento
previstopara junho de 2006, este satlite levar ao espaoum telescpio
de 30 cm de dimetro. Seu objetivoser estudar Sismologia Estelar e
Exoplanetas, epara tanto analizar as curvas de luz
deaproximadamente 12 mil estrelas com magnitudesmenores que 15,5. A
populao de estrelas a serestudada ainda est sendo definida pela
comunidadecientfica.
Mesmo sendo invisveis, os planetas extrasolarespodem ser
suficientemente massivos para provocarmovimentos na estrela que
possam ser detectadosdaqui da Terra. Os mtodos de deteco
indireta
se aproveitam do fato de que devido presena de um ou mais
planetas, a estrelase move ao redor do centro de massa
dosistema.
Embora no possamos observar o planeta,podemos deduzir suas massa
e rbita atravsda medio do movimento prprio da estrela.Observando as
variaes peridicas navelocidade radial da estrela, por efeito
Doppler,podemos estimar a velocidade orbital. Noentanto, a
velocidade medida por Doppler no a velocidade total, e sim sua
projeo sobrea linha que une a estrela ao observador. Estalimitao de
medida provoca uma grandeimpreciso sobre as estimativas, pois nose
conhece a inclinao orbital em relao linha de visada.
CN
ES
Satlite COROT
-
45revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
PLANETOLOGIA
As limitaes dos mtodos de deteco deplanetas extrasolares
provocam uma espcie deseleo natural sobre os objetos que
conseguimosver. Assim, a maioria dos exoplanetas apresentagrandes
massas, localiza-se perto das estrelas etem rbitas muito
excntricas.
O problema neste caso nem tanto pela poucaquantidade de planetas
tipo Jpiter ou Saturnoencontrados (recm estamos em condies
deobserv-los), mas que a maioria dos exoplanetasdescobertos tem
caractersticas queconsidervamos impossveis de existir quando
sconhecamos o nosso sistema. Temos planetasgigantes em rbitas de
planetas terrestres. Temosexcentricidades to altas quanto as de
estrelasbinrias. Como explic-los?
Existem duas escolas ou linhas de pesquisa. Umaacredita que
estes planetas foram formados pormecanismos diferentes dos do nosso
Sistema Solar,por exemplo, via instabilidade gravitacional.
Estalinha defendida principalmente por astrofsicosestelares. A
segunda escola, composta na maioriapor dinmicos, acredita que o
processo de formao
Grfico dos planetas extrasolares detectados, em unidades de
massa de Jpiter, por semi-eixo maior.(J corresponde a Jpiter e S a
Saturno) / Cristin Beaug
foi similar ao dos nossos planetas. Segundo estateoria, aps a
formao existiu um processo deMigrao Planetria que levou os corpos
at a sualocalizao atual com rbitas muito excntricas.No entanto,
para que esta hiptese tenha sentidonecessitamos uma evidncia
dinmica de migraoe um mecanismo para torn-la efetiva.
Origem dos Planetas Extrasolares:Hiptese da Migrao
Com o objetivo de explicar os pequenos valoresde semi-eixo maior
e as altas excentricidades, surgea Hiptese da Migrao. Existem trs
propostasde mecnismos para explicar a migrao dosplanetas at suas
posies atuais: scatteringplanetrio, interao com o disco de
planetesimaise interao com o disco de gs.
Scattering planetrio: No primeiro caso,imaginemos um cenrio onde
dois planetas gigantesencontram-se ao redor de uma estrela em
rbitas
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revista macroCOSMO.com | setembro de 200546
PLANETOLOGIA
coplanares e com excentricidades pequenas. Seestes planetas no
sofrem encontros prximos entresi, podemos supor que exista uma
espcie deacoplamento entre as suas excentricidades. Istosignifica
que um planeta influenca o outro de talforma que se a
excentricidade de um aumenta, ado outro diminui. O acoplamento e-e
funciona comoum mecanismo de proteo, evitando encontrosprximos
entre os planetas, a menos que os semi-eixos sejam muito parecidos.
No caso em que ossemi-eixos so similares, a interao gravitacional
to forte que o acoplamento e-e no consegueevitar encontros prximos
e podem ocorrer colisescom acreo de ambos planetas, ou o
scattering,que significa a ejeo de um dos planetas. Com
oscattering, o planeta que no ejetado do sistemase aproxima da
estrela (diminuindo seu semi-eixo)e sua excentricidade aumenta.
Embora estemecanismo possa funcionar em casos isolados, no geral o
suficiente para explicar a migrao detantos exoplanetas.
Interao com o disco de planetesimais: Estemecanismo foi
inicialmente proposto para explicara migrao no nosso Sistema Solar.
Segundo estateoria, as interaes gravitacionais entre os
planetasgigantes (Jpiter, Saturno, Urano, Netuno) e o discode
planetesimais remanescentes provocaram aejeo final destes
planetesimais para o cinturode Kuiper. Como conseqncia, o semi-eixo
maiorde Jpiter diminuiu, enquanto os semi-eixos deSaturno, Urano e
Netuno aumentaram. Portanto,os locais de formao dos planetas teram
sidodiferentes dos atuais. Os problemas com esta teoriaso numricos.
Para que um exoplaneta migrassede 4 ou 5 UA para perto da estrela,
a massa dodisco primordial devera haver sido da ordem de 1massa
solar. Alm deste disco ser altamenteinstvel, este mecanismo de
migrao no explicaas altas excentricidades encontradas
nosexoplanetas.
Interao com o disco de gs: No final dadcada de 70, os astrnomos
Peter Goldreich eScott Tremaine analizaram a interao entreplanetas
gasosos e um disco massivo de gs(Goldreich e Tremaine, 1979 e
1980). Elesencontraram que, se essa interao fosse muitoforte, a
troca de energia e momento angularresultante poderia causar uma
diminuio drsticanos semi-eixos dos planetas. Ao no existir
evidncia
de tal migrao planetria em nosso Sistema Solar,esta teoria cau
em descrdito. No entanto, adescoberta de outros sistemas planetrios
provocouo renascimento desta hiptese de migrao e, hoje,ela a
preferida entre os cientistas que se dedicama estudar os
exoplanetas.
O problema que este tipo de migrao muitorpida. Ao causar uma
migrao durante o processode acreo dos planetas, no haveria
temposuficiente para completar a formao antes destescarem na
estrela. A soluo encontrada para esteproblema foi propor um
comportamento diferenciado.Segundo este, a migrao muda quando a
massado planeta superior a 30 massas terrestres, poisforma-se um
buraco no disco que modifica avelocidade da migrao.
A pergunta seguinte sera: e como freiar estamigrao? Embora
nenhuma resposta elegantetenha surgido nos ltimos tempos, umas
daspossibilidades em estudo a de que no h freiopossvel e o que
estamos observando so os Uranose Netunos que ainda no foram
engolidos por suasestrelas.
Conclundo, dadas as hipteses de formao eos sistemas conhecidos
hoje em dia, podemosdizer que as rbitas dos exoplanetas
detectadosno so compatveis com o processo de formaoe evoluo do
nosso Sistema Solar. Por que? Onosso sistema especial? Ou s
estamosdetectando objetos viciados devido s nossaslimitaes
instrumentais? Parece que a descobertade outros sistemas planetrios
abriu uma caixa dePandora, trazendo mais perguntas que
respostas.
Jpiteres Quentes, Binrias e OutrosBichos (Planetas
Habitveis)
Entre a fauna de objetos descobertos ao redorde outras estrelas,
alguns se destacam porcaractersticas no esperadas. Se a
nossamotivao inicial era procurar planetas gmeos daTerra, para
averiguar se estamos ou no sozinhosneste Universo, qual no foi a
nossa surpresa aoperceber que muitos exoplanetas so mundosjamais
imaginados se quer por escritores de ficocientfica?
Jpiteres Quentes: Os primeiros objetos asurpreender os
observadores terrestres foram os,
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47revista macroCOSMO.com | setembro de 2005
PLANETOLOGIA
Ilustrao de um planeta recentemente descoberto orbitando a
Estrela 55 cancri
ento batizados, Hot Jupiters, ou Jpiteres Quentesem uma traduo
literal. Tratam-se de exoplanetasmassivos, muito prximos da estrela
(semi-eixomaior < 0,1 UA). Segundo dados obtidos porDoppler,
estes corpos estariam em rbitas quasecirculares (excentricidade
aproximadamente iguala zero). Uma combinao de observaes porDoppler
e por trnsito indica que o raio destesplanetas muito maior que o
esperado, e existemevidncias de que estes estariam sendo
aquecidospela estrela. Modelos atmosfricos indicam quealguns dos
Jpiteres Quentes mais prximos desuas estrelas (semi-eixo maior <
0,01 UA) podemestar sofrendo evaporao de sua componentegasosa.
praticamente impossvel explicar a formao insitu destes objetos.
A hiptese de migrao amelhor candidata, mas atravs do estudo
dadinmica destes corpos que se espera encontrarmais respostas. A
proximidade entre a estrela eum planeta tipo Jpiter Quente faz com
que estesno possam ser assumidos como massas puntuais.Assim, o
estudo destes sistemas tem queconsiderar efeitos de mar, como no
conjunto Terra-Lua. Estrelas do tipo solar tm velocidades de
rotao da ordem de 27 dias. Esta velocidadecombinada com
distncias menores que 0,17 UAsugerem que estes exoplanetas deveriam
estarcaindo em direo ao centro de massa do sistema.As estimativas
so muito dependentes da estruturainterna das estrelas, mas os
clculos atuais prevmum tempo de aproximadamente 100 milhes deanos
para que as estrelas engulam seus planetasdo tipo Jpiteres
Quentes.
Planetas em Estrelas Binrias: Atualmente seconhecem trs sistemas
estelares binrios (comdistncia entre as estrelas < 20 UA) com
pelomenos um planeta gigante acoplado. Em todos oscasos, os
planetas se encontram prximos sestrelas mais massivas, de forma que
no existemproblemas de estabilidade. No entanto, no se sabeainda
como explicar a formao destes objetos.
Mais surpreendente ainda foi a deteco de umplaneta orbitando uma
estrela pertencente a umconjunto triplo. Esta descoberta to recente
queos dados a respeito deste objeto ainda esto sendodiscutidos.
Estima-se que aproximadamente metade dasestrelas conhecidas
sejam binrias. Uma vez que
ES
A
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revista macroCOSMO.com | setembro de 200548
algumas possuem planetas gigantes possveis deserem detectados,
nos perguntamos se podemexitir planetas do tipo terrestres ao redor
dascompanheiras. Esta pergunta nos leva ao objetivofinal deste
artigo: a busca de planetas habitveis.
Planetas Habitveis: Existem duas questes-chaves quando comeamos
a falar neste assunto:
1. Sob que condies uma estrela pode possuirum planeta
habitvel?
2. Sob que condies um planeta pode serhabitvel?
necessrio ter em conta que o critrio dehabitabilidade
completamente baseado no nossoconceito geocntrico de vida. Nada
impede queexistam outros critrios. Apenas no somoscapazes de
extrapolar o nosso conhecimento eimaginar outras condies para o
desenvolvimentode vida.
Um artigo muito esclarecedor sobre este assuntofoi publicado
recentemente por um astrnomo daSrvia e Montenegro (irkovi, 2005).
Milanirkovi define os limites do que se usa chamarde zonas de
habitabilidade na nossa prpriagalxia e demonstrou que o Sol ocupa
uma posiomuito bem definida dentro desta regio. Esta novarea de
pesquisa aplica conhecimentos deAstrofsica, Dinmica e
Astrobiologia.
Para que uma regio da galxia seja consideradacomo um possvel
berrio de planetas habitveis, importante combinar fatores que
propiciam odesenvolvimento de vida (por exemplo umacomposio qumica
bsica) junto com uma baixaincidncia de fatores que poderiam
inviabilizar esteprocesso (determinados nveis de radiao). Ostempos
disponveis para a formao de sistemasplanetrios tambm so
considerados neste estudo.
PLANETOLOGIA
Entre os critrios de habitab