UM PERCURSO DE EXCELÊNCIA Esta revista faz parte integrante da edição 1632 do Jornal de Leiria, de 22.10.2015
UM PERCURSO
DE EXCELÊNCIA
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Edição: Jorlis - Edições e Publicações, Lda.Director: João Nazário
Redacção: Lurdes TrindadeFotografia: Ricardo Graça
Paginação: Isilda Trindade, Rita Carlos Impressão: Ondagrafe
Tiragem: 17000N.º de Registo 109980
Depósito Legal n.º 5628/84 Distribuição:
Jornal de Leiria, Edição n.º 1632, 22 de Outubro de 2015
Tenho tido o privilégio de acompanhar de perto a
evolução da Lubrigaz nos últimos 27 anos enquanto
parceiro da SIVA para as Marcas Volkswagen, Audi,
Škoda e Volkswagen - V Comerciais.
Assisti aos momentos mais relevantes da expansão
que a empresa soube empreender nos últimos anos
dotando-se das estruturas, capacidades e competências humanas
necessárias e adequadas ao desenvolvimento do setor e ao cres-
cimento das Marcas.
Expressão visível desse facto são as magnificas instalações de
que dispõe para os seus clientes em Leiria também recentemente
alargadas às Caldas da Rainha.
Mas o que mais relevo é ter tido e continuar a ter pela frente in-
terlocutores francos e abertos, excelentes profissionais que sem-
pre souberam interpretar em tempo o sentido do tempo,
transformando quando necessário a sua organização, dotando-a
da liderança e dos meios adequados para servir melhor os seus
clientes e viver profundamente os valores das Marcas representa-
das.
Souberam e sentiram bem os custos exigidos para alcançar o su-
cesso, o qual é hoje reconhecido, não como um fim em si mesmo
mas como resultado da vivência diária, dedicada, e comprome-
tida com os seus clientes e com as suas Marcas.
E agora o futuro! Com ousadia e inovação, vai por certo ser me-
recedora do passado!
Parabéns à Lubrigaz, aos seus accionistas,
dirigentes e colaboradores pelo seu 75º Aniversário!
OPINIÃO
EM TEMPO O SENTIDO DO TEMPO
Fernando Monteiro,
SIVA
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Quando se completam 75 anos, é difícil abordar
todos os momentos importantes que fazem a his-
tória de uma empresa como a Lubrigaz. Sócios e
colaboradores vivenciaram, juntos, experiências
ímpares que, em muitos casos, não é possível
transpor para o papel. Enfrentaram desafios em
períodos de guerra e de pós-guerra mundial,
passaram por dificuldades que fariam com que
muitos tivessem desistido. Mas o espírito lutador
que sempre os caracterizou não os deixou cruzar
os braços e eis que, ao fim de sete décadas e
meia, se orgulham de continuar a trabalhar com
os mesmos princípios de transparência, de quali-
dade e honestidade. “Os nossos clientes têm a
garantia de que esta casa tem colaboradores que
lutam para que ela dure mais 75 anos”, afirma
Nuno Roldão, gerente da empresa, para quem
“o respeito pelos valores deixados pelos fundado-
res, a sintonia de interesses e a dedicação de
corpo e alma têm contribuído para a longevidade
de um negócio que tem passado por momentos
bons e outros muito difíceis.”
Passava o ano de 1940. O mundo vivia em
plena guerra mundial. Leiria assistia ao nasci-
mento daquela que viria a tornar-se uma das
mais emblemáticas empresas da região. Cinco
empreendedores locais ousavam criar a Lubri-
gaz, a empresa de gás e de lubrificantes respon-
sável pela aplicação do primeiro esquentador em Leiria e consequentemente pela
utilização de água quente canalizada na cidade, explica Frederico Brazão Ferreira,
principal sócio da empresa, que divide a gerência com o genro Nuno Roldão.
No dia 10 de Dezembro de 1940 Rivera Duran, Álvaro Pires de Miranda, João
Machado Polónia, Vasco Leitão Ritto e José Lino Franco assinavam a escritura da
empresa. Eram empreendedores com algum peso na região como recorda Fre-
derico Brazão Ferreira, natural do Funchal, e genro do empresário de origem es-
panhola Rivera Duran, que aos 28 anos fora um dos obreiros do saneamento da
cidade do Porto. “Vim para Leiria em 1965 para tratar dos interesses deste em-
presário, que passavam pela Companhia Leiriense de Moagem e pela Lubrigaz”,
conta. Na época, aceitou o desafio com a condição de comprar as quotas da Lu-
brigaz. “Rivera Duran cede-me uma grande parte das quotas, que mantenho e
até aumentei”, revela o maior accionista da empresa que se formou na London
RICARDO GRAÇA
DR
75 ANOS
UM LONGO PERCURSO AO SERVIÇO DA TRANSPARÊNCIA
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Ao longo dos anos, a Lubrigaz tem sabido
adaptar-se às diversas mudanças
do meio envolvente, iniciando novos negócios,
extinguindo outros. Actualmente
é uma empresa do Top Ten no ranking distrital
do sector automóvel.
School of Economics, em Londres.
Já Pires de Miranda, pai do recentemente falecido ex-ministro dos Negócios Estran-
geiros, Pedro Pires de Miranda, foi casado com uma filha do leiriense Pedro José
Rodrigues, que tinha uma casa de vinhos em Leiria e que foi presidente da Câmara
Municipal. João Machado da Polónia passava, então, mais tempo em Lisboa. Cu-
nhado de Pires de Miranda, era casado com Maria da Glória, que viveu até aos
104 anos. Vasco Leitão Ritto pertence à família fundadora da empresa Plásticos
Santo António, enquanto José Lino Franco era um empresário local também com
grande visão estratégica para os negócios.
Todos tinham outras actividades distintas, tendo em comum a partilha da Compa-
nhia Leiriense de Moagem. Com a criação da Lubrigaz, resolveram antecipar-se
quer ao final da guerra quer ao desenvolvimento da indústria que se adivinhava
próspero. Por isso, ao comércio do gás, dos esquentadores e fogões juntaram os lu-
brificantes, a área que, aliás, serviu de ponte para o sector automóvel que viria a
surgir na empresa pouco tempo depois.
Veja-se que na Rua Mouzinho de Albuquerque, ainda na década de 40, a Lubrigaz
introduziu um pacote alargado de serviços, nomeadamente uma oficina e estação de
serviço, gás urbano, combustíveis, peças e acessórios para automóveis e indústria.
Em 1946, a Lubrigaz vende o seu primeiro carro – um Dodge - e a partir daí quase
define o seu core business. A representação da Volkswagen chega em 1952, apro-
veitando o incremento do modelo Carocha que se seguiu à segunda guerra mun-
dial. Durante a guerra e alguns anos no pós-guerra, os carros que existiam para
venda eram essencialmente americanos.
Na década de 80, surge a Audi para enriquecer o portfólio de marcas da
empresa, sendo actualmente representada pela marca Lubrisport. Já a Skoda
surge nos anos 90.
No final da década de 70 e início da década de 80, a Lubrigaz vive momentos es-
pecialmente difíceis. Contribuíram para o efeito não só a primeira crise do petróleo
e as que se seguiram mas também o período conturbado que se viveu em Portugal
a seguir à revolução de 1974. Mais uma vez os sócios tiveram um papel fulcral na
motivação dos seus colaboradores. Nessa fase, já a empresa contava com a pre-
sença de quatro gerentes na sociedade. Frederico Brazão Ferreira explica que " foi
cedida uma participação da sociedade aos quatro principais e estimados colabora-
dores da empresa" nomeadamente a Armando Faria, Horácio Denis Ribeiro, Antó-
nio José Pascoal (não era gerente) e Mário Varino. "Hoje a sociedade tem na sua
gestão Nuno Roldão, que divide a gerência comigo".
Contudo, refere Frederico Frazão Ferreira, “Nuno Roldão é o principal rosto da em-
presa, é a sua pedra angular. Está preparado para uma gestão muito activa e inter-
veniente. É um homem de mão cheia até pela sua formação.”
Ao longo dos anos, a Lubrigaz tem sabido pois adaptar-se às diversas mudanças
do meio envolvente, iniciando novos negócios, extinguindo outros. Actualmente é
uma empresa do Top Ten no ranking distrital do sector automóvel. Hoje a Lubrigaz
representa as marcas VW, VW Comerciais Skoda e Audi esta última sob a designa-
ção Lubrisport.
GOSTAMOS DE ACREDITAR QUE SOMOS UMA FAMÍLIA“Não é o edifício que faz a empresa, mas a
excelência dos seus colaboradores dentro
da excelência da sua imagem”. Esta é a
visão que Nuno Roldão tem da empresa
para onde entrou há 28 anos pela mão de
Armando Faria, o homem que tinha dentro
da empresa uma visão global de toda a
organização e com quem teve oportuni-
dade de aprender muito. Em jeito de ho-
menagem ao sócio (já falecido) e a todos
os fundadores e accionistas da empresa,
Nuno Roldão adianta que a empresa são
todos os que nela trabalham. “Gostamos
de acreditar que somos uma família. Esta-
mos entre nós mais horas do que estamos
com as nossas famílias. Temos de ser capa-
zes de viver bem, em harmonia, em en-
treajuda, nos momentos de trabalho… isso
tem acontecido, felizmente.”
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Qual o balanço destes 75 anos da Lubri-
gaz?
A empresa nasce em 1940, em plena segunda
guerra mundial, enfrentou grandes dificulda-
des, mas o balanço é muito positivo. Temos ex-
celentes colaboradores. Essa é chave do
sucesso da Lubrigaz. Sem bons colaboradores
não há organização ou empreendedor que
consiga vencer. Somos uma família. Uma em-
presa são as pessoas e se não existir este espí-
rito por parte da gestão não há empresa. Eu
posso ter um helicopter view, mas tudo o que
está a jusante tem de funcionar e só funciona
se a família estiver unida. Portanto, a Lubrigaz
teve sempre esta cooperação inequívoca dos
colaboradores. Mas, mais importante, colabo-
radores e gerência sempre formaram um todo.
Outra das chaves do êxito da empresa
prende-se com a política de aplicação dos
resultados que, ao longo dos anos, foi
feita pelos sócios…
Sim, nos bons e nos maus momentos os sócios
tiveram presente a ideia de que os resultados
seriam para a expansão do negócio. Ao longo
dos anos foi solicitada aos sócios a entrada de
suprimentos e, também, aumento de capital. A
verdade é que devido a essa política de aplica-
ção dos dividendos no engrandecimento na
empresa desde o primeiro momento – os só-
cios não viviam da empresa, viviam para a em-
presa – a Lubrigaz dispõe hoje de um
património considerável. Iniciou a empresa em
instalações arrendadas e hoje detém um patri-
mónio próprio muito importante, designada-
mente o seu edifício sede na Cova das Faias,
junto ao IC2, e o edifício da Audi (Lubrisport).
Todas as instalações em Caldas da Rainha, da
Audi e da Volkswagen, um terreno na zona in-
dustrial de Pombal e uma loja na Marinha
FREDERICO BRAZÃO FERREIRA, SÓCIO-GERENTE DA LUBRIGAZ
A NOSSA CHAVE DO SUCESSO SÃO OS COLABORADORES
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Frederico Brazão Ferreira, 82 anos, sócio-gerente da Lubrigaz desde 1965, faz um balanço muito posi-tivo da empresa que completa 75 anos. O segredo? A cooperação dos colaboradores e a política dereinvestimento dos sócios ao longo dos anos.
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É preciso que as empresas invistam em
formação e em equipamentos de diagnóstico.
Fomos uma das primeiras empresas da região
do ramo automóvel, na década de 1980,
a contratar um engenheiro mecânico para
director dos serviços após-venda.
Grande. É um património muito interessante que contrabalança com um passado
de muitas dificuldades de ordem financeira.
A empresa atravessou todas as crises do pós II guerra mundial e conse-
guiu sobreviver durante estes 75 anos…
Sim. Viveu muitos momentos difíceis, incluindo a primeira grande crise do petró-
leo em 1970/80. Foi o seu pior momento, que exigiu de nós um grande esforço
para o ultrapassar. Foram crises que em nada se relacionam com esta “crise” ac-
tual que a Volkswagen atravessa, e que estamos convencidos que a marca sa-
berá resolver. Uma coisa que nos conforta é que a situação não põe ninguém em
perigo, ou seja não é um problema de segurança.
A Lubrigaz foi evoluindo a cada ano, introduzindo na empresa novas
áreas de negócio…
A Lubrigaz começou em 1940 com os fogões, os esquentadores, o gás e os com-
bustíveis. A sua primeira venda de automóveis em 1946, um Dodge D24C. O seu
proprietário, ainda hoje é nosso cliente. Logo em 1952, começou a ligação com a
Volkswagen e, nos anos seguintes, a representação da David Brown tractors,
abrindo, na década de 50/60, uma filial da empresa em Coimbra. Vende tracto-
res, camiões Fargo e Ebro (espanhol). Foram muitas as marcas americanas e al-
gumas europeias que a Lubrigaz vendeu, como a Rover por exemplo. Foi
também representante da Piaggio com grande aceitação no mercado. Na década
de 50, regista-se também a mudança da representação do gás e de combustíveis
da marca Cidla para a Shell, que mantivemos durante muitos anos.
O relacionamento comercial com a Volkswagen conhece, pelo menos,
duas fases…
A primeira é feita através da Guérin e surge em 1952. Somos o agente mais an-
tigo em Portugal, se não mesmo da Europa da marca Volkswagen. Há uma fideli-
zação à marca e uma responsabilidade perante a qualidade e a satisfação do
cliente. Entretanto, a Guérin é substituída pela SIVA, o importador do Grupo
Volkswagen. Somos desde então representantes das marcas Volkswagen, Volks-
wagen Comerciais, Skoda e Audi.
Independentemente das marcas que representavam, o após-venda sem-
pre foi ponto de honra na Lubrigaz…
No ramo automóvel, existe a venda ou a compra de impulso. A pessoa gosta do
carro e compra-o. Mas depois o que é muito mais importante – claro que a
venda é que vai alimentar o após-venda – é a garantia de um serviço que man-
tém a máquina em funções ideais. Durante anos, este serviço foi considerado um
mal necessário por muitos, mas é dos maiores bens que podemos oferecer ao
cliente. É a mesma coisa que fazer a medicina preventiva. É a garantia de que
quando o carro tem um problema, tem um hospital tecnicamente preparado para
lhe dar resposta. Para isso, é preciso que as empresas invistam em formação e
em equipamentos de diagnóstico. Fomos uma das primeiras empresas da região
do ramo automóvel, na década de 1980, a contratar um engenheiro mecânico
para director dos serviços após-venda.
A aposta na formação é mais uma das características que tem distin-
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guido a empresa…
A Lubrigaz sempre apostou muito em formação
em todas as áreas da empresa, desde a recep-
ção à gestão. Hoje o mundo está feito com
base na procura da perfeição, no sentido de
sermos o melhor que as nossas faculdades nos
permitem. Não podemos ou não devemos ser
medíocres. Temos de ser bons. Por outro lado
também já não basta ser um mero vendedor
de automóveis. O cliente já sabe tudo sobre as
características do automóvel quando chega à
Lubrigaz. O que ele vai encontrar no vendedor,
para o caso específico da marca que procura, é
um complemento do conhecimento que já tem.
O vendedor vai ser o seu interlocutor para os
seus desabafos. E vai aconselhar, canalizar e
resolver os seus problemas. Tem de estar pre-
parado. Isso requere formação sólida. Portanto,
o negócio hoje não é uma coisa isolada. A glo-
balização é isso mesmo, tem vantagens e des-
vantagens, mas temos de ter conhecimentos,
respostas ou maneiras de as encontrar para
ajudar, servindo-nos de vários canais. Por isso a
formação sempre foi valorizada na Lubrigaz!
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Está na empresa desde 1989, mas co-
nhece-a como as palmas das mãos…
Partilhei experiências e vivências com o se-
nhor Armando Faria, que foi nosso sócio-ge-
rente, e que nos dizia, orgulhosamente, que
tínhamos sido a primeira empresa a montar
o esquentador de água quente em Leiria. Ele
passou-me toda a sua experiência. Era um
homem com muito valor na empresa. Mor-
reu recentemente, com 90 anos. Foi um dos
primeiros funcionários da Lubrigaz, pelo que
se lembrava de tudo desde a sua génese.
Bebi dele toda a imagem desta empresa fun-
dada por empreendedores locais que resol-
veram dar um passo importante na vida
empresarial da região, com negócios que es-
tavam a borbulhar na altura: o gás e os lu-
brificantes para as máquinas que surgiram
em força naquela época de desenvolvimento
industrial. Como diz o povo, o sapato
adapta-se ao tamanho do pé e com o rolar
dos tempos deu-se mais realce à área dos
lubrificantes, que foi o elo condutor que
levou ao sector automóvel.
Numa época em que a relação dos con-
cessionários com as marcas era bastante
diferente…
Muito. Hoje temos laços umbilicais com as
marcas, que têm regimes para distribuição
de viaturas e peças muito apertados. É uma
relação quase filial. Antes não. Havia uma
iniciativa privada muito mais livre. Uma em-
presa podia chegar junto de uma marca e
propor a compra de um determinado nú-
mero de viaturas e chegar junto de outra
marca e fazer o mesmo. Razão pela qual a
Lubrigaz vendeu várias marcas até à fideliza-
ção com o grupo VW. A própria assistência
era muito mais generalista. Hoje temos uma assistência após-venda muito
focada marca-a-marca, mas se assim não fosse não conseguiríamos ter tão
elevados níveis de exigência.
Como sentiu o crescimento da empresa?
A Lubrigaz nasceu pequena e cresceu bastante pelos seus próprios meios.
Ainda hoje militamos na filosofia de que a empresa tem de ser capaz de sus-
tentar o seu próprio crescimento, que é um circuito fechado. Geramos fundos
que investimos novamente no negócio. Para isso sempre contribuiu muito o
acreditar dos accionistas na empresa, que não são remunerados no capital,
mas transformam livremente esse capital em riqueza da empresa para que
ela possa crescer cada vez mais. Portanto, a Lubrigaz tem crescido de forma
consolidada e não dá nunca passos maiores que o tamanho das suas pernas.
Agarra as oportunidades de negócio que lhe surgem e que estrategicamente
a fazem conseguir tomar boas decisões. Honra seja feita à gestão do pas-
sado que nos trouxe até hoje, com o meu humilde contributo e do senhor
Frederico Brazão Ferreira, a uma situação ímpar. Sim, porque temos algumas
características de que nos orgulhamos: somos legalistas, rigorosos e consis-
tentes. Em termos de legalidade, levamos o tema à potência. Digo muitas
vezes aos nossos colaboradores que os accionistas só nos pedem que traba-
lhemos bem. Somos 100% legalistas. Temos visitas regulares por parte das fi-
nanças, ambiente e estamos sempre tranquilos
A Lubrigaz é reconhecida pela sua aposta forte na formação dos cola-
NUNO ROLDÃO, GERENTE DA LUBRIGAZ
SOMOS LEGALISTAS, RIGOROSOS E CONSISTENTES
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Em criança, era um apaixonado pelos carros e pelo desporto. Licenciou-se em educação física porque amãe não achou boa ideia que fosse para Londres tirar engenharia automóvel. No dia em que se tornouefectivo numa escola, bateu com a porta e foi trabalhar para a Lubrigaz. Há 28 anos. O seu mundo.Onde reivindica legalidade, rigor e consistência. E excelência.
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boradores. É uma herança do passado?
Mais uma vez, nessa matéria, tiro o chapéu à gestão anterior, nomeada-
mente do senhor Armando Faria, que sempre viu longe, encarando a forma-
ção profissional como algo essencial para o futuro e não um mal necessário.
Vivi essa realidade anos a fio. Quando houve uma explosão do mercado au-
tomóvel, com um crescimento de vendas - todos os colaboradores eram pou-
cos para assistir às viaturas vendidas na empresa – a gestão desta casa
nunca se coibiu de enviar para formação os seus colaboradores quando éra-
mos convocados pelas marcas, enquanto outros concessionários encontra-
vam sempre desculpas para não irem. As pessoas faziam falta dentro das
empresas, mas a formação era essencial para prestarmos um serviço de qua-
lidade. Sempre funcionámos ao contrário, permitindo criar uma base consis-
tente de pessoas formadas que fez com que andássemos à frente em termos
de após-venda.
A importância que a empresa dá ao após-venda é também histó-
rica…
Das primeiras coisas que aprendi foi que o após-venda tem obrigatoriamente
de suportar os custos fixos de uma empresa concessionária de automóveis.
Tem de ser o seu alicerce. Ressalvo, contudo, que o após-venda não vive sem
a venda, porque esta cria matéria-prima para o após-venda. Se o após-
venda não for eficiente o cliente nunca encarará como possível uma troca da
viatura. Mas o essencial para mim, e que historicamente também sempre foi,
é que não podemos ver a empresa como uma herdade com uma série de
quintais à volta. A empresa é uma herdade única, em que todas as áreas são
nobres e vivem de braço dado. Só assim se consegue atingir o patamar de
excelência. Não é uma tarefa fácil, mas tem sido possível!
O após-venda é, naturalmente, uma área mais dinâmica até pelo nú-
mero de clientes que envolve…
A área do após-venda tem duas a três vezes mais movimento do que a área
das vendas. Não é mais importante, é mais viva. Passam pelas nossas mãos,
diariamente, cerca de sete dezenas de clientes no após-venda. Nas vendas
de viaturas seria bom que assim fosse. A relação com o cliente é muito mais
intensa no após-venda do que nas vendas. Também depende das marcas,
dos produtos novos de cada uma das marcas, das campanhas em vigor de
cada uma das marcas. Tudo isso faz oscilar o número de clientes que visita o
nosso show room. Embora hoje em dia estejamos a viver um paradigma dife-
rente. Com a realidade virtual, temos de ir à procura de clientes. A internet é
um mundo e temos de estar dentro dele, sob pena de lhe fecharmos as por-
tas. Antes tínhamos apenas a porta física. Hoje o cliente vem ter connosco já
conhecedor das características do automóvel. A procura de clientes faz-se de
uma forma muito proactiva através de motores de busca, redes sociais, mai-
lings, campanhas, site…temos de ter gente muito atenta a tudo o que é co-
municação para o exterior. Temos, por exemplo, netos que procuram na
internet soluções de veículos para os avós, como aconteceu com um colabo-
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A Lubrigaz tem crescido de forma consolidada e
não dá nunca passos maiores que o tamanho
das suas pernas. Agarra as oportunidades de
negócio que lhe surgem e que estrategicamente
a fazem conseguir tomar boas decisões.
rador nosso… hoje pensamos que estamos a
dominar a situação e amanhã somos com-
pletamente ultrapassados se não estivermos
atentos às mudanças.
As pessoas ainda têm a ideia de que
fica mais caro fazer uma revisão na
marca…
A tecnicidade da viatura está a reduzir o es-
paço para os reparadores multimarca. Os
carros estão a ser cada vez mais técnicos,
mais precisos, mais únicos, o que obriga a
uma especialização no após-venda! Claro
que ainda há algumas áreas multimarcas
que dão para todos trabalharmos, mas o fu-
turo vai obrigar a que as concessões de
marca tenham cada vez mais preponderân-
cia nos trabalhos de elevada tecnicidade. Os
investimentos que fazemos em tecnologia e
em formação são incomportáveis para quem
faz trabalho com várias marcas. Um repara-
dor independente multimarca não pode in-
vestir dezenas de milhares de euros em
equipamentos para todas as marcas. Mas no
que respeita ao nosso trabalho, temos o
nosso preço devidamente tabelado. Quem
vem às nossas oficinas sabe que o carro será
trabalhado exclusivamente com mão-de-
obra especializada para aquela marca e com>>>
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peças originais para aquela marca. E depois há uma coisa
que nos distingue: trabalhamos com tempos de fábrica.
Mudar as pastilhas de travão de um carro aqui, em Nova Ior-
que, em Xangai ou Singapura tem sempre o mesmo tempo. O
que difere é o preço por mão-de-obra. É transparência acima
de tudo. O nosso preço pode parecer caro, mas acaba por ser
mais barato. Além disso temos agora uma ferramenta, única,
que se traduz em pacotes de serviço. Há total transparência,
além da garantia de que esta casa tem 75 anos, dando a
tranquilidade ao cliente de que nós cá estaremos amanhã
para o que der, e vier.
Como se tem comportado o sector automóvel no dis-
trito?
Os negócios que fazemos são sempre poucos, mas os nossos in-
dicadores dizem-nos que a quota de mercado que temos atin-
gido na nossa zona de influência está em linha com as quotas
nacionais. Estamos bem. Desejaríamos fazer mais negócio, mas
a nossa luta não está no volume, mas na qualidade da venda.
Porque volume, temos, mas a qualidade da venda é fazer a ren-
tabilidade desejada em cada negócio. Ora, a concorrência está
muito acesa, inter-marcas e intra-marcas. O cliente, com as fer-
ramentas que tem ao seu dispor, consegue procurar com facili-
dade uma viatura de norte a sul do país e fazendo aquilo a que
nós chamamos shopping around, tentando o melhor negócio. O
que distingue o sítio onde o cliente compra é a tranquilidade, a
confiança e a segurança no futuro que o operador lhe dá. Há
muitos casos em que o barato sai caro e nós temos, ao longo
destas décadas, lutado contra muitos operadores no mercado
que deixaram mossa e nós cá estamos. Acreditamos que a trans-
parência, a seriedade e a legalidade têm um peso e uma força
que nos fazem permanecer no mercado ao longo dos anos. Per-
demos muitos negócios para operadores que não estão hoje no
mercado.
Como avalia esta crise da marca VW?
Entendo que depois da tempestade virá a bonança. Os erros
do passado vão ser um veículo para o fortalecimento do fu-
turo. Costumo dizer que só não falha quem não trabalha,
pelo que todos falhamos. Isto foi uma falha, não deveria ter
acontecido, mas acredito que com esta aprendizagem, todos
desde a marca à rede de distribuição e às concessões, vamos
sair mais fortes. No passado, tivemos marcas concorrentes
que viverem momentos igualmente negros e até mais ne-
gros… aqui não há vidas em risco. Este assunto será corri-
gido… até lá os carros continuarão a circular sem qualquer
risco. Da adversidade há-de sair a oportunidade e nós temos
de ter a acutilância para a aproveitar.
A empresa está a ser afectada?
Apenas porque somos a face visível do grupo. Os clientes vêm
falar connosco para o bem e para o mal. É uma regra do jogo
e é assim que vivemos. Há um espírito de marca. Temos de
honrar os símbolos, como dita a ética profissional.
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INVESTIMENTOS EM CONTRACICLO: UMA TENDÊNCIA HISTÓRICA
CERCA DE DOIS MILHÕES DE EUROS PREPARAMEMPRESA PARA O FUTURO
Investir em contraciclo. Este parece ser um dos desígnios da Lubrigaz desde o
seu nascimento, já que foi em tempo de guerra que a empresa foi fundada.
“O investimento em tempo de crise permite combater a adversidade e pre-
para-nos para o crescimento”, revela Nuno Roldão, dando como exemplo
mais recente a aquisição das instalações em Caldas da Rainha, que repre-
senta cerca de 1.7 milhões de euros, além dos 300 mil euros nas obras na
sede da empresa. São cerca de dois milhões de euros em menos de um ano.
É histórica esta tendência de investimento em tempo de maiores dificuldades
socioeconómicas do país. O edifício-sede, na Cova das Faias, foi construído
no momento que antecedeu a explosão das vendas, entre 1999 e 2002.
“Quando as instalações ficaram prontas, estávamos preparados para o cres-
cimento do negócio.” O mesmo aconteceu com o hangar da Audi que foi
concluído em 2007, num período de quebra de vendas, mas que mais tarde
apanhou o boom de vendas nos anos de 2009, de 2010 e de 2011.
Com a aquisição dos edifícios em Caldas da Rainha, em 2014, a Lubrigaz
ficou com instalações integradas de vendas e após-venda, nesta região, para
as marcas VW e Audi, permitindo não só o alargamento da sua área de mer-
cado, como um maior acompanhamento do cliente. “Embora estejamos num
período menos bom, estamos muito confiantes no futuro e só por isso consi-
derámos a possibilidade de investir nesta fase da nossa vida.”
Nada acontece por acaso na vida da Lubrigaz. Em 2003, foi criada a em-
presa Lubriflores para explorar o negócio Audi em Leiria e Caldas da Rainha,
em resultado de uma sociedade com a Florescar.
O ano passado, o sócio da Lubriflores quis cessar a actividade, pelo que sur-
giu a oportunidade do investimento de vulto por parte da Lubrigaz, que ad-
quiriu a quota da Lubriflores, integrando-a, por fusão, na empresa.
Quanto à actividade da VW, “adquirimos as instalações, algumas existências,
tomámos a sua posição contratual no leasing imobiliário e contratámos 50%
do seu pessoal”, revela Nuno Roldão. A Lubrigaz passou, pois,
a ocupar as instalações que eram da Florescar e alargou a sua área territo-
rial a todo o distrito.
Neste momento, a Lubriflores não existe. Foi criada a marca Lubrisport para
explorar o negócio Audi quer em Leiria quer
em Caldas da Rainha.
“Ainda estamos a arrumar a casa em Caldas
da Rainha… refazer a opinião pública sobre
uma marca ou sobre uma assistência de-
mora muito tempo. Temos de consolidar e
estabilizar esse ‘aterrar’ que fizemos em
Caldas”, explica o gerente da Lubrigaz.
Mas em Leiria também há obras, proce-
dendo-se à adaptação das instalações do
edifício-sede para dar corpo à nova imagem
corporativa VW e Skoda. Até há pouco
tempo a marca Skoda funcionava nas insta-
lações da Mouzinho de Albuquerque, em
Leiria, sendo transferida para o edifício se-
diado na Cova das Faias, junto ao IC2. “Até
ao final do ano, os trabalhos estarão con-
cluídos”, diz Nuno Roldão.
“Costumo dizer que na vida é preciso ter
sorte, mas ter sorte dá muito trabalho.
Temos tido sorte no momento em que faze-
mos o nosso investimento”, assegura o ge-
rente da empresa, para quem “os
investimentos são melhor negociados em
momento de menor crescimento econó-
mico”. Por outro lado, diz, “temos a sorte de
ter uns sócios que têm vindo a economizar
de modo a que o balanço da empresa seja
forte e robusto, permitindo-nos investir
quando outros estão fragilizados. É como a
cigarra e a formiga… amealhamos para
fazer bons investimentos na altura certa”.
Instalações em Caldas da Rainha
representaram um investimento de
cerca de 1.7 milhões de euros
DR
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12 | LUBRIGAZ 75 ANOS
A origem da Volkswagen remonta aos anos 30
do século passado, coincidindo com a construção
de um veículo hoje lendário na história do auto-
móvel: o Carocha. Depois dos primeiros modelos
terem sido produzidos em Estugarda, na Alema-
nha, o crescimento foi de tal ordem que levou à
implantação de uma nova unidade fabril bati-
zada KdF-Stadt (atual Wolfsburgo). Em 1939,
como consequência da II Guerra Mundial, a sua
produção foi adaptada para veículos militares. E
depois de anos incertos tornou-se, a partir de
1948, no verdadeiro ícone da recuperação
alemã. De então para cá, e depois do Carocha, a
expansão pelos quatro cantos do mundo e o su-
VOLKSWAGEN:
ÍCONE DA INDÚSTRIA AUTOMÓVEL
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cesso estiveram sempre conciliados na história da Volkswa-
gen, nomeadamente com três modelos que permitiram uma
verdadeira “revolução” desde os anos 70: Golf, Polo e Passat. E até hoje o êxito conti-
nuou sempre em crescendo, não só pelo desenho inovador de cada modelo como
também pelas mais vanguardistas soluções tecnológicas oferecidas. Entretanto, foi no
dia 17 de Abril de 1950 que a Volkswagen chegou a Portugal com o famoso Caro-
cha, tendo no primeiro mês de comercialização vendido 36 unidades do seu único
modelo. É em 1987, porém, que se dá o maior salto no crescimento da marca em
Portugal, quando a SIVA se torna importadora da Volkswagen. Desde então foram
vendidas perto de 510.000 unidades. Também na competição automóvel a Volkswa-
gen ocupa posição destacada, concretamente no Mundial de Ralis onde conquistou o
título de Construtores nas três últimas temporadas (o mesmo acontecendo nos cam-
peonatos de Pilotos e de Co-Pilotos), tornando-se o Polo R WRC no carro mais bem
sucedido de sempre na história do WRC.
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LUBRIGAZ 75 ANOS | 13
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VOLKSWAGEN VEÍCULOS COMERCIAIS:
SEMPRE EM POSIÇÃO DE LIDERANÇA
Uma nova etapa na história do automóvel aconteceu quando o importador holandês
Ben Pon, em abril de 1947 na fábrica da Volkswagen em Wolfsburgo conheceu o que
designou por um "veículo estranho". Alguns trabalhadores da Volkswagen tinham cons-
truído um automóvel para uso interno, com a finalidade de transporte de placas pesadas.
Daí surgiu a 23 de Abril, o primeiro desenho no seu caderno, de um veículo com motor
traseiro e uma carroçaria tipo “pão de forma”… Foi o início de uma história de sucesso: a
Volkswagen Transporter.O protótipo, foi apresentado em novembro de 1949, com o
nome oficial Tipo 2 (a Tipo 1 era o carocha) que mais tarde passou a Transporter, mas ao
entrar rapidamente nos corações de todos os clientes, as alcunhas começaram a surgir
como "Bulli" na Alemanha ou “Pão de Forma” em Portugal e Brasil. Equipada
com o motor e os eixos do Beetle, mas com um chassis ligeiramente diferente, sem a es-
trutura apoiada num túnel central, criou-se um corpo auto-suportado com uma capaci-
dade de carga de 750 kg.O sucesso de vendas obriga a um grande investimento -
A inauguração de uma fábrica exclusiva para a Transporter em Hannover, a 8 Março
1956, onde ainda hoje é produzido este modelo, agora
na sua 6ª geração. Ao longo dos anos a gama foi cres-
cendo, surgindo a Caddy nos anos 70, então uma versão
pick-up do Golf e que chega hoje até nós na 4ª geração
com uma filosofia muito mais abrangente com versões de
carga e passageiros até 7 lugares. O maior da família é a
Crafter que pode ter até 17 m3 de volume de carga e 5
toneladas de pso bruto. Mas as estradas não são o limite
da Volkswagen Veículos Comerciais e em 2010 é lançado
o Amarok, uma pick-up que junta o até então julgado
como impossível – Conforto em estrada e capacidades
inultrapassáveis no todo o terreno. Assim se passaram os
primeiros 65 anos de marca líder na venda de Veículos
Comerciais na Europa.
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14 | LUBRIGAZ 75 ANOS
AUDI:
ESPÍRITO INOVADOR
A Audi é um dos mais prestigiados construtores
da indústria automóvel, incutindo sempre um es-
pírito inovador aos seus produtos. A sua génese
aconteceu quando no final do século XIX um
jovem de nome August Horch iniciou o projeto
para construir automóveis na Primavera de 1899.
Entretanto, os contratempos suscitados pela utili-
zação do seu próprio nome motivaram o reba-
tismo da mesma com outra designação. Horch
traduzido em latim: Audi (Horch em alemão sig-
nifica escuta). Uma nova fase na vida da Audi foi
iniciada em 1932, quando as marcas Audi, Wan-
derer, Horch e DKW se juntaram num novo
grupo designado por Auto Union. Depois, em
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1965, aconteceu uma nova página na história da Auto Union: a VW tornou-se sua acio-
nista maioritária, construindo em poucos anos uma imagem de eleição, à qual não foi in-
diferente a aposta na competição – ralis, rampas, circuitos, etc. – sempre através do
famoso e imortal sistema quattro, de tração integral permanente, que conferiu à marca
alemã parte da excelente reputação que ostenta hoje. Mas a chancela de inovação e pio-
neirismo da Audi estende-se a múltiplos outros domínios, casos das recentes novas luzes
Matrix OLED passando ainda pelos Audi urban concept, Audi virtual cockpit, o sistema de
condução pilotada ou pelo complexo de alta tecnologia sedeado em Neuburg an der
Donau. Na Audi, inovação está intrinsecamente ligada à sua proverbial filosofia: “Na van-
guarda da técnica”. No ano de 2014 o Grupo Audi – intregado no Grupo Volkswagen
desde 1965 - entregou aos seus clientes cerca de 1.741.100 automóveis da marca, sendo
subsidiárias a 100% da Audi AG, a quattro GmbH (Neckarsulm), a Automobili Lamborg-
hini, o fabricante de motos desportivas Ducati e mais recentemente o conceituado estúdio
Ital Desin fundado por Giorgetto Giugiaro.
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LUBRIGAZ 75 ANOS | 15
ŠKODA:
REFORÇAR AS SUAS ASPIRAÇÕES NOS PRÓXIMOS ANOSVáclav Laurin e Václav Klement – os fundadores da ŠKODA - iniciaram a sua atividade
produzindo bicicletas numa fábrica sedeada em Mladá Boleslav, na então Boémia e hoje
República Checa. Decorria o ano de 1899. Desde 1906, fabricou triciclos motorizados e
depois do sucesso conquistado no Rali S. Petersburgo – Moscovo ganhou o concurso para
o fornecimento de veículos especiais de transporte de correio. E quando começou a pro-
dução em série de veículos, cedo granjeou fama ao ser escolhida como a Marca para o
transporte do séquito da corte imperial do Japão, do Pasha egípcio no Cairo e dos turistas
em Moscovo. Apesar da situação económica do pós-guerra não favorecer as exportações,
os automóveis checos despertavam um interesse generalizado, casos dos modelos 1001
(1947) e do Felicia 450 (1958). Em 1959, começou a ser produzido o ŠKODA Octavia de
duas portas e quatro lugares. Mas tudo mudou com a chegada de um novo modelo, o
Favorit, e acima de tudo, depois da empresa ter passado a integrar o Grupo Volkswagen,
a partir de 1991. Mais dinâmicos e apelativos modelos estiveram na origem de novos pa-
drões. O Octavia foi o primeiro modelo da ŠKODA Auto a ser desenvolvido e produzido
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com base numa plataforma comum adaptada do
Grupo Volkswagen. Tratou-se de um marco fundamen-
tal na reestruturação dos métodos de produção da
Marca, contribuindo ao mesmo tempo para a restaura-
ção e a imagem de prestígio. De então para cá o su-
cesso não parou de crescer com a gama Fabia, a ser
uma das mais bem sucedidas de sempre na sua histó-
ria. Sempre fiel ao princípio da melhor relação preço/
qualidade em todo o portfólio das suas atuais gamas, a
ŠKODA pretende crescer ainda mais, mantendo os va-
lores essenciais da Marca, tais como espaço e funciona-
lidade. Nos próximos anos, a Marca quer reforçar estas
aspirações. No ano de 2014 as vendas ultrapassaram
mais de 1.000.000 de veículos em todo o mundo.
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16 | LUBRIGAZ 75 ANOS
LUBRIGAZ SEMPRE NA LINHA DA FRENTE
PIONEIRA COM A CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE
A Lubrigaz foi a primeira empresa do sector, na região, a ser certificada pela
norma ISO 9001. Em 1998, foi também pioneira ao nível dos concessionários
Volkswagen/Skoda. “Sempre encarámos a certificação da qualidade como o
acto de passar para o papel aquilo que, desde há muito, praticávamos”, explica
Nuno Roldão, para quem é muito importante afirmar que sabe “quanto custa
uma certificação”, mas desconhece “quanto custaria não a ter”.
Com a certificação, uma das vantagens visíveis prende-se com o facto de poder
trabalhar com todos os clientes, o que não aconteceria se não existisse este re-
conhecimento. Por outro lado, há a garantia de que o trabalho é feito com qua-
lidade. “A calibração e a avaliação de desempenho dos instrumentos é
obrigatória, por exemplo”, diz o gerente.
Mas a certificação permitiu a introdução de outros métodos e soluções na em-
presa que foram pioneiros à data da sua criação. Nuno Roldão refere, por
exemplo, o programa interno de inquéritos feitos, desde 1990, aos clientes
após-venda sobre a qualidade da última passagem pela oficina. “Hoje todas as
marcas o fazem, mas há 25 anos era muito inovador este método de desempe-
nho, com gráficos e imagens objectivas sobre a nossa intervenção”.
A Central de Reservas criada na sequência do boom de vendas e consequente
após-venda, entre 1997 e 2000, foi mais um momento feliz na Lubrigaz. Sem
capacidade de resposta no após-venda, o sistema de marcações permitiu que
diariamente se atendessem os clientes possíveis com a qualidade desejada. “Na
altura não havia marcações de oficina. Fomos desafiados para divulgar este mé-
todo aos restantes concessionários do país.”
Inovadora foi também a contratação da primeira mulher para a recepção de ofi-
cina, uma área que era tradicionalmente masculina. “Foi uma pedrada em Lei-
ria. A reparação automóvel era um ambiente rude, para homens… E com uma
jovem no espaço, começou a criar-se um ambiente mais leve e elevou-se o cui-
dado no atendimento.”
DR
A GERAR VALOREM LEIRIA
DESDE 1985
A NERLEI – Associação Empresarial da Região de Leiria tem como missão principal prestar serviços úteis às empresas da região, principalmente aos seus associados, no sentido de reforçar a sua qualificação e capacidade concorrencial.
www.nerlei.ptAgregar para Desenvolver
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Entre as vantagens da certificação contam-se
a garantia de um trabalho feito com
qualidade e a mais-valia de se poder
trabalhar para todos os clientes,
o que não aconteceria se não existisse este
reconhecimento.
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LUBRIGAZ 75 ANOS | 17
LUBRIGAZ PREPARADA PARA ENFRENTAR NOVOS DESAFIOS
O FUTURO ALIADO AO ELÉCTRICO E HÍBRIDO
A expansão do sector automóvel vai passar, no futuro, pelo reforço das ener-
gias alternativas. Também nessa matéria a Lubrigaz está na linha da frente,
sendo uma das três concessões Volkswagen em Portugal a trabalhar com au-
tomóveis eléctricos e híbridos.
“Temos vindo a ser agradavelmente surpreendidos com a procura de viaturas
híbridas desde que começamos a comercializá-las”, diz Nuno Roldão. “No
futuro próximo a nossa visão é que a viatura híbrida é a solução mais inte-
ressante, ou seja, a que usa o motor de combustão para as viagens intercida-
des e o motor eléctrico para as viagens dentro das cidades”, elucida. “É uma
boa resposta que dentro de cinco a dez anos poderá estar massificada.”
A VW tem o Golf GTE, uma viatura híbrida apelativa em termos de perfor-
mance, com 204 cavalos e uma autonomia de cerca mil quilómetros, combi-
nada entre o motor eléctrico e o motor a gasolina. Tem consumos
anunciados na ordem dos 1,5l/100km. “A minha mulher tem um Golf GTE e
anda todo o dia com o motor eléctrico, viajando entre Leiria e Marinha
Grande”, exemplifica Nuno Roldão. Basta carregar a ficha à noite e no dia
seguinte está pronto. “O carro consegue percorrer 50 quilómetros em modo
totalmente eléctrico com apenas uma carga, até uma velocidade máxima de
130km/hora.”
Este tipo de viatura, como é natural em todas as novidades, é ainda mais dis-
pendiosa que o comum dos automóveis, contudo, este ano, o Orçamento de
Estado “dispõe de um forte incentivo para as empresas que optarem por esta
solução, quer ao nível de dedução do IVA quer em termos de tributação au-
tónoma”, observa Nuno Roldão. De qualquer forma, “com a massificação
destes veículos, o preço tenderá a baixar”.
A Lubrigaz tem também no seu portfólio o e-Golf e o Volkswagen e-up, veí-
culos 100% eléctricos.
Na senda de um planeta mais ecológico. É assim que o futuro se adivinha no
que à venda de automóveis diz respeito. Por
isso, Nuno Roldão diz que a Lubrigaz está já
há muito a preparar-se para as consequên-
cias da poluição nas cidades que, na sua
opinião, se vão repercutir na forma como a
vida das pessoas será organizada. “Vamos
assistir àquilo que se fala há vários anos,
que é a necessidade de mais partilha do au-
tomóvel”, revela. “As cidades vão deixar de
ter filas intermináveis com uma pessoa den-
tro do automóvel para ter filas mais peque-
nas com os carros cheios”. Esta partilha na
utilização do automóvel vai levar a uma es-
tabilização do sector. “A população aumenta,
mas baixa a distribuição de viaturas per ca-
pita”, anuncia o gerente da empresa que
desde há 75 anos tem definido as suas es-
tratégias com inteligência, adaptando-as à
realidade de cada momento. “Estamos pre-
parados para todos os cenários, não é por
acaso que somos um dos três concessioná-
rios portugueses com viaturas eléctricas e hí-
bridas, como referido anteriormente. Sempre
estivemos atentos aos mercados, procurando
ser inovadores.”
O Golf GTE é um carro hibrido com uma
perfomance muito apelativa, com uma
autonomia de cerca mil quilómetros,
combinadaentre o motor eléctrico
e motor a gasolina.
DR
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18 | LUBRIGAZ 75 ANOS
Na passagem dos 75 anos da fundação desta casa – a Lubrigaz – os seus ge-
rentes, e muito bem, quiseram assinalar tão importante data na vida da em-
presa.
Tiveram a amabilidade de me convidar, o que muito me sensibilizou, na qua-
lidade de primeiro cliente da empresa, para recordar essa importante efemé-
ride. É com toda a satisfação que o faço, pois estou também a lembrar
momentos felizes da minha vida pessoal.
Quando terminei o curso de Engenheiro Agrónomo, o meu pai quis presen-
tear-me com um automóvel. Estávamos no pós-guerra e só se conseguiam
carros americanos. Foi assim que, com muita confiança, o meu pai se dirigiu
à Lubrigaz pedindo uma opinião. Nessa altura, para se deslocar da Batalha a
Leiria utilizava a sua charrette que, para ganhar velocidade não tinha acele-
rador, mas sim o chicote para bater na mula.
Chegado a Leiria, e depois de muita conversa, foi-lhe aconselhada a compra
de um automóvel da marca Dodge. Um grande carro americano que veio de
cor verde alface. Com as suas linhas modernas e motor potente fez grande
sucesso e permitia, quando havia estrada para isso, elevada velocidade.
Desde início confiei todos os cuidados de oficina à Lubrigaz, onde sempre fui
bem tratado na minha qualidade de primeiro cliente, o que até hoje posso
testemunhar.
Mais tarde comprei um Volkswagen, por ser mais pequeno e prático para as
voltas do dia-a-dia, mas o Dodge continuou sempre a ser o meu carro de es-
timação, porque também foi o primeiro. Recordo com satisfação os agradá-
veis passeios, já com a família constituída, e principalmente as viagens a
Guimarães, terra da minha mulher, percorrendo a antiga nacional um.
Termino desejando à Lubrigaz, hoje uma empresa moderna e dinâmica, os
maiores sucessos futuros, nunca esquecendo que os clientes, desde o pri-
meiro ao último, são o seu ativo mais valioso.
António de Almeida Monteiro
OPINIÃO
O PRIMEIRO CLIENTE, O PRIMEIRO CARRO
USADOS ASSUMEM EXPRESSÃO
NO NEGÓCIO
O mercado de usados tem vindo a ganhar
cada vez maior expressão. “É um negócio
com uma importância ímpar na nossa renta-
bilidade e que está a crescer de ano para
ano”, revela Nuno Roldão. Lembra que a
Europa está a viver agora uma realidade a
que os EUA já assistiram há uma década e
onde hoje os usados assumem uma propor-
ção de mais de dois veículos para um novo.
Na Lubrigaz a proporção de carros usados
vendidos é também ligeiramente superior. A
razão é simples. Por um lado, “o acesso ao
crédito é facilitado como acontece com uma
viatura nova e por outro existem as mesmas
garantias”, revela.
A Lubrigaz trabalha com um braço finan-
ceiro – a Volkswagen Bank – para o financia-
mento de viaturas, financiando de igual
forma uma viatura nova ou uma seminova
ou usada.”
Há, contudo, uma diferença em relação ao
carro novo: “se com uma viatura nova o
cliente pode fazer o shopping around sem
sair de casa, com um carro usado não é
capaz”, afirma Nuno Roldão. Porquê? Um
veículo usado é único. Não há nenhum
igual, com aquela quilometragem, com
aquele tempo, com aquela utilização. “Isso
cria-nos alguma independência em relação
ao mercado global dos usados”, revela o ge-
rente da Lubrigaz, para quem este negócio
deixou de ser um mal necessário para ser
um negócio de per si.
Por isso, a Lubrigaz tem um contrato com uma
marca – também do grupo VW – Das WeltAuto
- para os usados e semi-novos. “Quem com-
pra uma viatura usada, sabe que está cono-
tada com um grupo forte e com uma empresa
forte, neste caso com a Lubrigaz.
DR
DR
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LUBRIGAZ 75 ANOS | 19
DE CALDAS DA RAINHA A LEIRIA
A FAMÍLIA LUBRIGAZ
Colaboradores da empresa
nas instalações recentemente
adquiridas em Caldas da Rainha
EM CIMA:
Colaboradores ao serviço no edifício sede da empresa,
dividindo-se entre as marcas VW, VW Comerciais e e Skoda
EM BAIXO:
Equipa da Lubrisport, que representa a marca Audi
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20 | LUBRIGAZ 75 ANOS
> COLECTOR | FILTROS DE PARTÍCULAS | VÁLVULA EGR | INJECTOR | TURBO | CÁRTER | CABEÇA DE MOTOR
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LUBRIGAZ 75 ANOS | 21
Rua Cidade São Filipe,Lote 34, Lj CV DtaUrb. Vale da Cabrita2410-270 LeiriaTel./Fax: 244 000 152Telm.: 919 193 773
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22 | LUBRIGAZ 75 ANOS
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LUBRIGAZ 75 ANOS | 23
Tel.: 244 812 500 . E-mail: [email protected]
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