EP GRUPO www.licensingbrasil.com Revista Licensing Brasil | Ano 9 | Nº 48 www.licensingbrasil.com mar/abr ano 9 nº 48 A FICÇÃO INVADE O MUNDO DOS NEGÓCIOS Geeks revelam interessante perfil de consumo para o licenciamento
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Revista Licensing B
rasil | Ano 9 | N
º 48
www.licensingbrasil.com mar/abr ano 9 nº 48
A FICÇÃOINVADE O MUNDO DOS NEGÓCIOSGeeks revelam interessante perfil de consumo para o licenciamento
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E AINDA: MARC ECKÓ | PONY | BADGLEY MISCHKA | SHARPER IMAGE | CHARISMA | MODERN AMUSEMENT | ARTFUL DODGER
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ÍNDICE
(42)
(32)
Propriedade no assunto 14
Curtas do licenciamento 16
Entrevista – Marinho Ponci 20
Capa – A onda geek 22
Avant-première – Novas animações 30
Feira – International Licensing Show HK 32
Internacional – NY Toy Fair 36
Especial – Red Nose 38
Empresa – Piticas 40
Em destaque – Smiley 42
Agente – Ayrton Senna 44
Jurídico – Siqueira Castro 46
Mídia – André Porto Alegre 48
Executivo & cia. – Roberto Marinho [PPI] 50
(22)
Digital é a palavra que me vem à cabeça ao reler do início ao fim
esta edição. Aliás, o tema é a essência de quase todas as matérias
produzidas nos últimos meses, uma vez que a tecnologia trans-
formou a nossa realidade e afetou diretamente a forma de se consumir
informações e produtos.
Como não poderia deixar de ser, a reportagem de capa também está
inteiramente relacionada a esse universo web. Com a crescente onda dos
geeks, recentemente impulsionada no Brasil pela Comic Con Experience,
e todo o seu potencial de consumo de produtos, decidimos nos render à
temática com uma ampla matéria nesta edição. Nossa equipe foi atrás de
alguns jovens ligados a esse mundo e apurou seus principais gostos e hábi-
tos. O resultado da pesquisa ficou imperdível. Os respectivos depoimentos
apontam mais uma tendência para movimentar os negócios do setor.
Nosso entrevistado é especialista em gestão de marcas. O CEO da
Dom 48, Marinho Ponci, deu o seu parecer sobre o novo posiciona-
mento das marca.
Ainda em destaque, a cobertura da feira internacional de licenciamen-
to de personagens realizada na China – a Hong Kong International Licen-
sing Show – e, mais recentemente, da Toy Fair de Nova York pelos olhos
clínicos de nossas correspondentes. Confira o que rolou!
Por fim, um case de licenciamento! Com um mix totalmente licencia-
do, a Piticas, empresa de confecção, fabrica milhares de peças por dia,
atendendo desde o público baby até o adulto. Além disso, conta atual-
mente com 150 franquias espalhadas pelo País. Nada como uma trajetória
bem-sucedida para inspirar novos negócios.
Espero que gostem!
Conexão é a alma do negócio!
EDITORIAL
Ano 9 – Ed. 48 – Mar/Abr – 2016Espaço Palavra Editora e Arte Ltda.
‹ Direção-geral e jornalista responsável ›Marici Rosana Ferreira (MTB 36727)
‹ Conselho editorial ›David Diesendruck (Redibra), Ênio A. Kohler (Lepper), Kiko Smitas (Fantasias SulAmericana), Ana Amélia de Cesaro e Aurélia Picoli (Play Consultoria Infantil), Marici Foroni (Foroni), Gustavo Bacchi (Riclan), José Martins (Panini), Marcus Macedo (Abral), Edson Sawa (Regina Festas) e Germano Costa (Brandili).
‹ Revisão ›Renata Lopes Del NeroLu Peixoto‹ Redação ›Kika MartinsLívia de Vivo‹ Arte › Wilson AlvesMaurício Trocoli‹ Departamento comercial ›Alessandra Aragon FrateDaiane Miranda‹ Marketing ›Lívia Gimenes‹ Administrativo ›Cristina Venâncio‹ International sales › Multimedia, Inc. (USA)Tel. +1-407-903-5000 E-mail: [email protected]‹ Administração, publicidade e redação ›Av. Rouxinol 1041, conj. 1109Moema – São Paulo/SPCEP: 04516-001Tels. (11) 5092-5588/(11) 5094-0403E-mail: [email protected] [ Assinaturas ](11) 5092-5588 ou pelo site www.epgrupo.com.br
As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores e podem ser reproduzidas, desde que citada a fonte.
As fotos utilizadas nesta edição pertencem ao banco de imagens da Revista Licensing Brasil e podem ser utili-zadas desde que citada a fonte.
A Revista Licensing Brasil possui distribuição nacional para diretores, gerentes de marketing e demais pessoas envolvidas no mercado de licenciamento dos setores de publicidade, acessórios, alimentos, brinquedos, canais de TV, confecção, cosméticos, higiene e limpeza, papelaria, promocional, tecnologia e informática. Profissionais de outros setores poderão adquirir os exemplares por meio da assinatura da revista.
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PROPRIEDADE NO ASSUNTO
LICENSING BRASIL14
2016 NÃO DARÁ ESPAÇO A MARCAS
SIMPÁTICAS SE ELAS NÃO FOREM
EMPÁTICAS. SER MAIS EFICIENTE PASSA
TAMBÉM POR ESSE ENTENDIMENTO E NÃO
SOMENTE POR CORTE DE CUSTOS”
Eduardo Tracanella, superintendente de
marketing institucional do Itaú-Unibanco.
Fonte: Meio & Mensagem – 25/1/2016.
ESTA É A HORA DE APROVEITAR AS PRESSÕES
EXTERNAS PARA REPENSAR OS MODELOS
DE GESTÃO ADOTADOS, REFORMAR AS
ESTRUTURAS OPERACIONAIS QUE PODERIAM
SER MAIS EFICIENTES E BUSCAR REFERÊNCIAS
DE MELHORES PRÁTICAS PARA ASSUMIR A
VANGUARDA”
Juarez Lopes de Araújo, presidente da Deloitte.
Fonte: Mundo Corporativo – Dezembro 2015.
COMO DIVERSOS SETORES, TIVEMOS UM
2015 MUITO DESAFIADOR, COM UM CENÁRIO
DE INCERTEZAS NA ESFERA ECONÔMICA. AINDA
ASSIM, A INDÚSTRIA DE MALLS COMEMOROU
A CHEGADA DE 18 NOVOS EMPREENDIMENTOS
E APRESENTOU DESEMPENHO ACIMA DO
VAREJO EM GERAL”
Glauco Humai, presidente da Associação
Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).
Fonte: DCI – 28/1/2016.
EM 2016, ESPERAMOS CRESCER MAIS 50%.
QUEREMOS CHEGAR A 200 MIL PESSOAS E,
ASSIM, PASSAR O PÚBLICO DO EVENTO DE
NOVA YORK, O MAIOR ATUALMENTE. SER O
MAIOR DO MUNDO EM TRÊS EDIÇÕES É UM
PASSO ENORME”
Pierre Mantovani, CEO da Comic Con
Experience e do Grupo Omelete.
Fonte: Meio & Mensagem – 18/1/2016.
DEIXAR DE PARTICIPAR DO COMÉRCIO
ELETRÔNICO É UM GRANDE ENGANO;
NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2015, ELE
CRESCEU 16% E 17,6 MILHÕES DE PESSOAS
FIZERAM PELO MENOS UMA COMPRA PELA
INTERNET. NÃO CONFUNDIR CUSTOS COM
INVESTIMENTOS NA HORA DE CORTAR”
Maurício Stainoff, presidente da Federação
das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado
de São Paulo (FCDLESP).
Fonte: Papelaria & Negócios – Janeiro 2016.
A TALK, NOSSA EMPRESA DE
PESQUISA DIGITAL, TEM CRESCIDO MUITO,
PORQUE FAZ LEITURAS EM TEMPO REAL E
ABASTECE AS ESTRATÉGIAS DAS EMPRESAS.
NÃO TEM COMO OPERAR UM NEGÓCIO
HOJE SEM OUVIR AS PESSOAS”
Lucas Mello, CEO da Live AD.
Fonte: Meio & Mensagem – 18/1/2016.
Com rápida aceitação de mercado, a marca GANGSTER vem aumentandoseu leque de produtos e parceiros. Já possuimos mais de 350 sku’s licenciados, assim possibilitando aos nossos lojistas, uma vasta gama de produtos em sua loja e para nossos consumidores, entregamos a oportunidade de usarem a marca da cabeça aos pés. Venha fazer parte desta parceria de sucesso.
Para licenciar:[email protected]+ 55 (11) 2796-3505
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LICENSING BRASIL
DOC
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LICENCIAMENTO
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Gloob aposta em marcas fortes para licenciamento
O Canal Gloob anuncia oportunidades para 2016 no setor de
licenciamentos com as marcas Detetives do Prédio Azul (D.P.A.) e
Miraculous – As Aventuras de Ladybug. Com o apoio da agência
Kasmanas Licensing, já foram lançados com a marca D.P.A.: linha
de festas pela Festcolor, uma coleção de livros pela Ciranda Cultur-
al, DVD com episódios da série pela Som Livre, cadernos escolares
da Tilibra e jogos pela Estrela. A primeira novidade da marca neste
ano chega em março, com o canal lançando um álbum ilustrado
de figurinhas da série em parceria com a Panini. Ao longo de 2016
outros licenciados lançam produtos. O sucesso do programa já ga-
rantiu a produção de seis temporadas já exibidas, com a estreia da
sétima marcada para o dia 4 de abril.
Em breve, a novidade nas lojas será a marca Miraculous – As Aventuras de Ladybug, animação inter-
nacional que estreia no dia 7 de março no Gloob. Ladybug é uma super-heroína muito corajosa e cheia
de energia que com seus superpoderes tem a tarefa de salvar Paris de um misterioso vilão. O grupo de
licenciados da marca já conta com mais de 12 empresas, antes mesmo da estreia da animação na TV.
Linha de camisetas Star Wars
O sucesso do lançamento de Star Wars: O Despertar
da Força provou que os personagens da saga es-
tão eternizados por gerações. Por essa razão, a
Malwee apresentou uma coleção de camisetas
especialmente desenvolvida para os fãs.
No total, foram 26 modelos estampados com
as figuras mais emblemáticas da saga, tais como Darth
Vader, Yoda, Chewbacca, os inseparáveis R2D2 e C3PO,
além de desenhos incríveis das naves do Star Wars. Da
minimalista a mais colorida, a marca desenvolveu estam-
paria para todos os estilos, sendo que algumas camisetas
contam com a técnica de sublimação na malha garantin-
do, assim, um efeito diferenciado. As peças de algodão
foram desenvolvidas na modelagem slim fit.
Nova linha de óculos da Coca-Cola®
A Master Glasses apostou na versatilidade para criar sua nova linha de óculos solares, de receituário e
teen da Coca-Cola®. Leveza e design são os pontos fortes da coleção, que tem como destaque a presença de
jeans nas peças destinadas ao público adulto. Na linha teen, o que chama a atenção são as cores vibrantes,
os gra fismos e a adaptação ao rosto.
A marca Coca-Cola® se transformou num dos principais ícones pop dessa geração, sendo reconhecida
como sinônimo de espontaneidade e otimismo. Essa ideia contribui positivamente para que todos os produtos
lançados pela marca caiam nas graças dos jovens.
A logo ganhou destaque especial, preparada em metal ou simulando grafites, uma representação artística
própria da juventude urbana das grandes metrópoles.
Homenagem da Prefeitura de São Paulo
Durante as comemorações do aniversário de 462 anos de
São Paulo, em cerimônia realizada no Palácio das Conven-
ções do Anhembi, o criador da Turma da Mônica, Mauricio de
Sousa, recebeu, da Prefeitura de São Paulo, a Medalha 25 de
Janeiro, pela contribuição de seu trabalho para o entreteni-
mento, a educação e a cultura da cidade e do país.
Nascido em Santa Isabel, Mauricio passou a infância em
Mogi das Cruzes, mas foi em São Paulo que realizou o son-
ho de ser desenhista. “Fico muito honrado e feliz com esta homenagem. Escolhi São Paulo como lar para
minha família e sede da minha empresa. Aqui nasceram meus personagens e cresceram meus filhos. A partir
daqui, a Turminha cresceu e ganhou o país e depois o mundo”, diz o criador da Turma da Mônica.
Créd
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LICENSING BRASIL
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LICENCIAMENTO
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Miami ganha loja Rommanel
Prestes a completar 30 anos de história, a Rommanel inaugura
sua primeira loja própria nos Estados Unidos, em Miami, dando
início ao processo de expansão internacional. Para comemorar,
a marca realizou um coquetel com a presença da apresentadora
Ana Hickmann, uma de suas licenciadas. Heaven – Ana Hickmann
Fashion Jewelry by Rommanel é a mais nova coleção da celebri-
dade, a 13a em parceria com a marca.
A Rommanel, que já exporta para mais de 30 países, pretende conquistar também o mercado
norte-americano. O espaço de quase 300 m² é inspirado no novo conceito de varejo da marca, com
decoração clean, moderna e toques femininos alinhados aos produtos. Acabamentos e materiais no-
bres imprimem o posicionamento da marca, inspirado por inovação e design contemporâneo.
O sucesso de vendas do Snoopy
O sucesso do Ovo de Páscoa da Barion com o personagem Snoopy, exclusivo para
a Qualitá do Grupo Pão de Açúcar, é apenas um dos destaques desde a estreia
do filme em janeiro. Parceira das maiores corporações do mundo, a marca
conta com 9,6 milhões de fãs no Facebook. O poder de Peanuts se traduz
pelo reconhecimento do consumidor com bilhões de aproximações via apps,
e-books e mídias sociais em todo o mundo. O Facebook do #snoopyecharli-
ebrown tem mais de 836 mil fãs e cada post chega a 35 mil curtidas. O Twitter
reuniu 24 milhões de seguidores, o Vine acumulou 16 milhões de visualizações e o
Instagram, 1,3 milhão de seguidores.
Em maio, o DVD e o Blu Ray serão lançados no Brasil. O videogame conta com um Jogo
da Activision, baseado no filme para as principais plataformas. O premiado musical da
Broadway volta aos palcos em março, no Teatro do Shopping Frei Caneca, com grande
elenco. Sem contar com a série de TV pré-escolar prevista para 2017.
As publicações somam mais de 30 milhões de livros vendidos no mundo. Novos títulos
foram lançados recentemente por importantes editoras brasileiras.
Recentemente, as estátuas do Snoopy em dez pontos turísticos da cidade de São Paulo
foram muito comentadas. Cerca de 150 lojas tematizadas, além de website e lojas de aeroporto, tam-
bém participaram do sucesso. Outra ação da marca foram áreas temáticas montadas em shopping cen-
ters de grande circulação. Para fechar, uma ação global com os designers mais famosos do mundo que
fizeram modelos exclusivos para Snoopy e sua irmã, Belle, desfilarem por aí.
LICENSING BRASIL20
ENTREVISTA
Branding, varejo e franquia. Estas são as prin-
cipais especialidades da Dom 48. À frente
da empresa está Marinho Ponci, um pro-
fissional experiente quando o assunto é imagem,
conceito ou canal de venda. “Sou um apaixonado
por marcas. Largar essa atividade seria abandonar
minha essência”, declara.
A seguir, conheça melhor o especialista e acom-
panhe algumas observações importantes sobre iden-
tidade e negócios.
Licensing Brasil – Você atua no segmento de
franquias e marcas há mais de 25 anos. Nesse perío
do, quais os principais ensinamentos adquiridos?
Marinho Ponci – Estou no mercado desde 1990
e o que mais aprendi é que sobrevivem as marcas que
falam a verdade para o consumidor. As marcas que
não apenas têm um DNA, mas sobretudo aquelas que
sabem transmiti-lo ao cliente, passando por toda a ca-
deia da empresa. Creio que esta seja a maior pérola
extraída ao longo destes anos.
LB – Hoje, quais princípios fundamentam a
sua atuação executiva?
Marinho – Sigo o princípio de ser empreendedor
e executivo. O desafio é equilibrar esses dois lados.
Se você for apenas executivo, perderá velocidade de
crescimento. Se for somente empreendedor, corre um
sério risco de quebrar a cara.
LB – Você foi um dos cofundadores da Chilli
Beans, onde atuou por 14 anos. Como avalia o
segmento de marcas no Brasil?
Marinho – Como muitos sabem, houve um boom
enorme. Na ocasião, a maior parte das empresas focou
somente em expansão, deixando um pouco de lado o
controle interno que deve acompanhar todo crescimen-
to exacerbado. Hoje, estamos passando por uma rees-
truturação forçada. Devido a essa aceleração, muitas
marcas se esqueceram de criar uma identidade e base-
aram suas decisões apenas nas finanças. Isso as deixou
frágeis e sem sustentação em um período de crise.
LB – Quais mudanças de comportamento dos
consumidores exigem mais atenção das empresas?
Marinho – O foco tem de estar no movimento
do consumidor. É necessário reagir rapidamente para
seguir o jogo do varejo.
Marinho PonciCEO da Dom 48 fala sobre gestão de marca
Mar/Abr 2016 21
Marinho – Sou um apaixonado por marcas. Largar
essa atividade seria abandonar minha essência. Poder
ter a oportunidade de gerir marcas em outras culturas
e para outros públicos é um desafio que me encanta.
LB – Como a “franquia Brasil” é recebida no
exterior?
Marinho – O Brasil ainda precisa de uma franquia
de sucesso lá fora. Isso leva tempo, requer bastante tra-
balho e capital. Apesar disso tudo, a imagem do Brasil
mesmo com todas as complicações do atual período
consegue ser muito bem aceita internacionalmente.
LB – O que você vislumbra para o segmento
no Brasil nos próximos anos?
Marinho – Acredito que o Brasil passsará por
um período já vivido no qual temos de olhar para
dentro de nossas empresas, passar óleo nas engre-
nagens e buscar melhor produtividade. Esse perío-
do equivale a uma parada forçada na aceleração,
mas necessária. Como costumo dizer: Em épocas de
calmaria, me preparo para crise.
Serviço:
As mArcAs precisAm ser, AcimA de tudo, honestAs. FAlAr A verdAde pArA o consumidor.
deixAr clAro quem você reAlmente é, o que entregA
e Até o que não entregA. hoje, mAis do que nuncA, é necessário ser umA mArcA
sincerA com seu público
LB – Como as marcas devem se posicionar
nos dias atuais?
Marinho – As marcas precisam ser, acima de tudo,
honestas. Falar a verdade para o consumidor. Deixar
claro quem você realmente é, o que entrega e até o
que não entrega. Hoje, mais do que nunca, é necessá-
rio ser uma marca sincera com o seu público.
LB – O que ainda precisa ser feito pelo licen
sing no Brasil?
Marinho – O empresário brasileiro precisa apren-
der o que significa realmente licenciamento e não
usá-lo apenas como recurso para ganhar dimensão. A
ferramenta vai muito além disso.
LB – Você está de mudança para Londres,
onde iniciará um projeto de marketing. Qual é
exatamente sua ideia?
Marinho – Ainda não posso abrir detalhadamen-
te, mas diria que está na hora de construirmos mar-
cas brasileiras de verdade no exterior. Estou disposto
a mostrar esse Brasil com S e não com Z como é visto
pelos estrangeiros.
O modelo de negócio não segue nenhum projeto se-
melhante, foi criado com base em meu know-how e de
minha sócia, pois detectamos uma brecha nesse sentido.
LB – Quais as principais vantagens e desvan
tagens de se trabalhar em marcas brasileiras?
Marinho – As vantagens de trabalhar com mar-
cas brasileiras consistem na criatividade e no molejo
latino de adaptação. Já as desvantagens ficam por
conta da burocracia e dos custos proibitivos na pro-
dução dos produtos.
LB – Pretende continuar atuando com gestão
de marcas e varejo mundo afora?
22 LICENSING BRASIL
CAPA
“Como estamos voltados para o segmento da cultura pop, as licenças são as responsáveis por todo o nosso crescimento”
Um misto de cultura pop, cinema, tecnologia,
games, HQs e outras formas de entreteni-
mento é o que faz a cabeça deles, os geeks.
Mais do que um target, eles representam atualmente
um estilo de vida que tem tudo a ver com licensing – e
vai ter cada vez mais! Para Pierre Mantovani, CEO do
Grupo Omelete, a cultura pop é o tema mais famoso
do momento. “Mas ainda não caiu a ficha de todas
as pessoas sobre isso. Das dez maiores bilheterias de
cinema no Brasil em 2015, por exemplo, oito eram de
filmes geeks. Para o futuro, acreditamos na conscien-
tização de que todos somos geeks; este é um assunto
que iremos explorar pelos próximos anos”, comenta.
De fato, a indústria cinematográfica sente cada
vez mais fortes os desdobramentos deste fenômeno –
basta notar algumas bilheterias recordistas. Star Wars
– O despertar da força, por exemplo, atingiu a cifra de
5 milhões de espectadores no Brasil apenas 20 dias
após sua estreia. E o varejo foi inundado de produtos
da saga com bastante antecedência.
A cultura pop, no entanto, vai muito além dos
principais blockbusters e o consumidor pede por di-
Geeks na mira do licenciamento!
Mar/Abr 2016 23
versidade nos itens licenciados. Para a estudante de
design Carolina de Stefano, por exemplo, o mercado
brasileiro é bastante carente na oferta de produtos
para geeks. Ela é fã de quadrinhos e games e cole-
ciona goodies (chaveiros, capas de celulares, fronhas,
DVDs etc.) – tudo relacionado às suas franquias predi-
letas. “Seria interessante ter mais lojas especializadas
nisso, ou mesmo que os grandes centros comerciais
conseguissem trazer uma quantidade maior desses
produtos. Muitas vezes acabamos recorrendo a im-
portações, pela variedade oferecida lá fora”, diz.
E ela não está sozinha. Muitos dos autodenomina-
dos geeks têm opiniões similares. “A exploração desse
CCXP
O sucesso da Comic Con Experience (CCXP), evento organizado no Brasil pelo Grupo
Omelete, Chiaroscuro Studios e Piziitoysno, ilustra justamente o interesse do público por
diferentes franquias e produtos. Na última edição, foram 142 mil visitantes em quatro dias
de evento. Além de conteúdo, estandes e produtos, a CCXP conta com a presença de
estrelas internacionais, que aumentam ainda mais o buzz em torno do encontro.
Pierre Mantovani, CEO do Grupo Omelete
mercado está começando, porque até então só esta-
vam no segmento infantil”, opina Pierre Mantovani.
Um prato cheio de oportunidades para os agen-
tes e fabricantes!
Coleção de figuras colecionáveis ilustra o gosto pela cultura pop
LICENSING BRASIL24
CAPA
De olho no varejo – Empresas
como C&A, Riachuelo e Imagina-
rium já contam com personagens
em coleções que vendem rapidinho.
Para Luciana Darwich, gerente de criação de produ-
tos, comunicação e VM da Imaginarium, a iniciativa
de licenciar é um sucesso e os resultados são anima-
dores. A comunidade geek já foi contemplada com
coleções especiais. “Entendemos que esse público é
irreverente, inovador, transformador e muito diver-
tido, e este comportamento tem tudo a ver com a
marca Imaginarium. Por isso, buscamos produtos
que surpreendessem”, explica Luciana.
Além das grandes redes, o Brasil começa a obser-
var o surgimento de lojas especializadas. É o caso da
Iron Studios, com duas unidades físicas em São Paulo.
A empresa é desenvolvedora e produtora de figuras
colecionáveis oficiais e trabalha com licenças como Os
Vingadores, Cavaleiros do Zodíaco e Ayrton Senna.
Para Renan Orenes, fundador e CEO da Iron Stu-
dios, um colecionador não quer um simples item, ele
quer o melhor, o mais detalhado. “Como estamos
voltados para o segmento da cultura pop, as licenças
são as responsáveis por todo o nosso crescimento
e fazem parte da infância de muita gente. O apelo
emocional e a nostalgia são essenciais para decisão
da compra. O público está crescendo e avançando
no Brasil, descentralizando”, opina.
Loja da Iron Studios
Produtos irreverentes da Imaginarium
LICENSING BRASIL26
CAPA
LB – A partir de que idade uma criança geral-
mente torna-se fã de determinado personagem
ou franquia?
AP – A partir de um ano e meio a criança já co-
meça a ter personagens preferidos, mesmo que não
consiga verbalizar. É bastante comum ver as crianças
ganharem uma fantasia do seu personagem predileto
e não tirarem para ir à escola ou mesmo para dormir.
FIQUE DE OLHO!
Um levantamento encomendado pelo
Grupo Omelete mapeou alguns dos
hábitos e preferências do consumidor de
cultura pop. Confira.
- No Brasil, o fã de cultura pop tem em média
25,5 anos, renda familiar entre 3 e 6 salários
mínimos e ensino superior completo
- Ele prefere assistir a filmes no cinema (66%),
depois em plataformas de streaming (21%) e,
por último, na TV a cabo (3%)
- Warner e HBO são os canais preferidos,
considerando TV aberta e fechada
- São 70% homens e 30% mulheres
- 69,1% deles moram no Sudeste (60% são
de Rio de Janeiro e São Paulo)
- 80% são solteiros
- 87% não têm filhos
- 95% fazem compras pela web
- 95% possuem smartphones
Fonte: Grupo Omelete (dados coletados no
2º semestre de 2015)
Mirando no alvo certo!
Nada melhor do que conhecer bem o target antes
de fazer a mira e atirar. Por isso, a redação da Licensing
Brasil conversou sobre a cultura geek com Aurélia Picoli,
da Play Pesquisa e Conteúdo. “Nós acreditamos que to-
das as crianças têm um pouco de geek, já que nasceram
neste contexto digital. Isso ainda está mais presente no
universo masculino, mas hoje já vemos YouTubers mulhe-
res, como a Malena (agora gerenciada pela Kasmanas),
fazendo sucesso e sendo respeitadas por ambos os gê-
neros”, diz ela. Leia a entrevista completa.
LB – Como você definiria o público geek?
Aurélia Picoli – Não acho que seja possível definir
o público geek de uma maneira simples, por isso, pre-
firo “pegar emprestada” a definição deles. Dizem que
é uma pessoa apaixonada e expert em um assunto
geralmente ligado à tecnologia e tudo que a envolve.
Games, por exemplo.
LB – O que a Play concluiu em sua recente pes-
quisa sobre esse público?
AP – No ano passado realizamos uma pesquisa
com os geeks adolescentes (13 a 18 anos de idade) e
a equipe da Play, mesmo acostumada a acompanhar
as tendências, ficou surpresa com alguns aprendizados:
- 71% dos entrevistados acreditam que ser geek
está na moda
- 24% desejam fazer uma faculdade e cursar um
curso “tradicional”
- 76% desejam empreender
- Destes 76%, 80% desejam ser YouTubers porque
acreditam que são experts em algum assunto, princi-
palmente games
- 87% deles têm um personagem preferido
- 47% acreditam que as marcas não se relacionam
bem com este público.
Mar/Abr 2016 27
LB – Pela experiência de vocês, os pequenos
têm influência suficiente para pedir a compra de
itens colecionáveis (que muitas vezes são mais
caros do que brinquedos comuns)?
AP – Infelizmente, nesse sentido, as crianças de até
8 anos têm dificuldade de influenciar, porque o processo
de colecionar é difícil para elas, que tendem a não cui-
dar ou cuidar pouco dos produtos que ganham. O con-
sumo da expectativa faz a criança ser, nessa fase, muito
mais acumuladora do que colecionadora. Ou seja, a
quantidade do objeto é mais importante do que todo
o acabamento dele. Em uma pesquisa realizada com
661 crianças, 87% afirmaram acumular brinquedos;
73% figurinhas; e 61%, pequenos presentes (brindes).
LB – Em sua opinião, o mercado brasileiro
está bem suprido de opções de produtos para
os geeks?
AP – Não! Na verdade, o empresariado brasileiro
ainda tem dificuldade de entender como se comu-
nicar e desenvolver produtos para eles, afinal, esta-
mos falando de experts. Os geeks conhecem muito
bem as características da sua adoração, por isso a
importância de se ter um produto excelente.
LB – As crianças de hoje têm medo de ser
rotuladas como nerds, geeks etc.?
AP – Não! Hoje as crianças acham cool ser nerd,
afinal, boa parte dos YouTubers faz parte disso.
LICENSING BRASIL28
CAPA
MINIDICIONÁRIO GEEK
Cosplay – Costume play. Ato de fantasiar-se e agir
como certo personagem fictício.
Gadget – Dispositivo tecnológico.
Goodies – Pequenos acessórios, prendas, colecionáveis
– objetos de desejo.
MMO – Sigla para Massive Multiplayer Online.
Jogos virtuais de estratégia que permitem muito
mais jogadores do que os MOBAs.
MOBA – Sigla para Multiplayer Online Battle Arena.
Jogos virtuais de estratégia.
P2P – Peer to peer. Computadores conectados
em rede para compartilhamento de arquivos.
RPG – Role Playing Game. Jogos interativos, de
interpretação de papeis e estratégia.
Streaming – Tecnologia de transmissão de dados
para reprodução de mídias, sem a necessidade de
download do arquivo.
Fala geek!
“Sou colecionador de quadrinhos, action figures e derivados. Sempre me aprofundei no estudo das histó-rias em quadrinhos, bem como de seus universos fictícios. Se pudesse fazer uma sugestão aos fabricantes seria investir mais em propriedades in telec tuais locais, prezar a diversida-de étnica e de gênero na fabricação e distribuição de seus produtos, bem como também conhecer melhor o que os colecionadores procuram”Volney Antonio de Oliveira, 30, designer
“Meu gosto é mais por quadrinhos, fil-mes e jogos, mas existem vários outros como livros, séries... Sou um grande fã de ficção científica! Compro muitos quadrinhos e camisetas temáticas e o meu gasto médio mensal é de 250 reais, mas depende dos lançamentos”Lucas Caetano Amaral Santos, 18, estudante de
administração
“Primordialmente, sou fã de anime/man-gá, que – apesar de alguns negarem – é um “subgênero” do universo geek. De-pois, sou fã de alguns personagens de quadrinhos... Acho que o que mais se destaca aqui é o Deadpool. E a mi nha paixão é quase doentia pelo Loki do Tom Hiddlestom. Por fim, fã de jogos, princi-palmente os MMOs espalhados por aí”Carolina de Stefano, 21, estudante de design
“Me considero geek, principalmente porque sou um grande fã de conte-údo de ficção científica e fantasia, como Star Wars e Senhor dos Anéis – meus preferidos” Pierre Mantovani, CEO do Grupo Omelete
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LICENSING BRASIL
AVANT-PREMIÈREAVANT-PREMIÈRE
ANIMAÇÃO PREVISTA ATÉ 2017!Muitos programas de licenciamento serão abertos no Brasil. Planeje novas linhas com os próximos lançamentos de cinema
TROLLSEstreia: 27 de outubro de 2016
[Estúdio Dreamworks Animation]Agente: CPL do BrasilTel.: (11) 2537-3575
AS TARTARUGAS NINJA – FORA DAS SOMBRAS
Estreia: junho de 2016[Estúdio Paramount Pictures]Agente: Nickelodeon/Viacom
Tel.: (11) 3866-1756
THE ANGRY BIRDS MOVIEEstreia: 12 de maio 2016
Agente: Tycoon 360º Tel.: (11) 3522-5557
ALICE ATRAVÉS DO ESPELHO (3D) Estreia: 26 de maio de 2016
Agente: The Walt Disney Company Brasil
Tel.: (11) 5504-9400
CAPITÃO AMÉRICA – GUERRA CIVIL (3D)
Estreia: 28 de abril de 2016
PROCURANDO DORY (3D) Estreia: 30 de junho de 2016
PETS – A VIDA SECRETA DOS BICHOS
Estreia: 25 de agosto de 2016.[Universal]
Agente: Exim Licensing Brasil Tel.: (11) 3885-9275
GHOSTBUSTER – CAÇA FANTASMAS
Estreia: 14 de julho de 2016.[Sony]
ROGUE ONE: A STAR WARS STORY (3D)
Estreia: 15 de dezembro de 2016
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EM 2017...
BATMAN VS SUPERMAN –
A ORIGEM DA JUSTIÇA Estreia: 24 de março Agente: Warner Bros.
Tel.: (11) 2133-3935
Agente: Warner Bros. Tel.: (11) 2133-3935
ESQUADRÃO SUICIDA
Estreia: 21 de julho
ANIMAIS FANTÁSTICOS E ONDE HABITAM
Estreia: 17 de novembro
SMURFSEstreia: Março de 2017Agente: BR Licensing Tel.: (11) 5031-3411
BOSS BABYEstreia: Março de 2017
CAPTAIN UNDERPANTSEstreia: Junho de 2017
[Estúdio Dreamworks Animation]Agente: CPL do BrasilTel.: (11) 2537-3575
FILME: THE CROODS 2Estreia: Dezembro de 2017
MOANA (3D) Estreia: 5 de janeiro de 2017
STAR WARS: EPISODE VIII (3D) Estreia: 25 de maio de 2017
CARS 3 Estreia: 6 de julho de 2017
PIRATES OF THE CARIBBEAN: DEAD MEN TELL NO TALES (3D)
Estreia: 13 de julho de 2017
THOR: RAGNAROK (3D) Estreia: 2 de novembro de 2017
SING Estreia: 22 de dezembro de 2017
[Universal]
VELOZES E FURIOSOS 8Estreia: 14 de abril de 2017
[Universal]
DESPICABLE ME 3 – MEU MALVADO FAVORITO 3
Estreia: 30 de junho de 2017
MY LITTLE PONYEstreia: Novembro de 2017Agente: Hasbro do Brasil
WONDER WOMANEstreia: 22 de junho
LIGA DA JUSTIÇA – PARTE 1 Estreia: 16 de novembro
Agente: The Walt Disney Company Brasil
Tel.: (11) 5504-9400
Agente: Exim Licensing Brasil Tel.: (11) 3885-9275
LICENSING BRASIL32
FEIRA
14º Hong Kong International Licensing Show
A redação da Licensing Brasil esteve na últi-
ma edição do Hong Kong Licensing Show,
que aconteceu entre 11 e 13 de janeiro. O
evento organizado pelo Hong Kong Trade Develop-
ment Council (HKTDC) apresentou importantes ten-
dências, como personagens inspirados em animais e
propriedades na categoria lifestyle. Além disso, uma
variedade de produtos concebidos com muita criativi-
dade – desde utensílios domésticos até capinhas para
gadgets, vestuário e eletrônicos –, tudo licenciado.
Separamos algumas das marcas que fazem suces-
so do outro lado do mundo. Fique de olho!
Smiley World - Smiley A. C. Milan - Click! Licensing Asia
Bloody Bunny - 2SPOT
Bodo Cat - EP Comic
B Duck - ENS Global Marketing
Larva - Click! Licensing Asia Batman - Warner Bros.
Doraemon - Animation International Limited
33Mar/Abr 2016
Peppa - PPW Pororo - Iconix Yale - Interasia & Associates
Mofy - Sony Creative Products So So Happy - Click! Licensing Asia University of Cambridge - Interasia & Associates
NBA - Click! Licensing Asia Plants Vs Zombies - Eletronic Arts
Martial Canine - Sign Up Studio
Noo-Hin - Vithita Minions - Click! Licensing Asia
Hello Kitty - Sanrio
LICENSING BRASIL34
FEIRA
Durante a cobertura do HK Licensing Show, a re-
dação da Licensing Brasil entrevistou Bianca
Lee, gerente de marketing da Warner para o
território asiático. Confira o bate-papo.
Licensing Brasil – Quais são as propriedades
apresentadas pela Warner nesta edição do HK
Licensing Show?
Bianca Lee – Neste ano temos um conjunto muito
legal de conteúdo em filmes e animações. Quanto aos
filmes, nosso primeiro projeto é Batman Vs Superman –
Dawn of Justice, com lançamento global em março. Em
seguida, Suicide Squad, outra franquia DC Comics, e até
o fim do ano teremos Fantastic Beasts, que é um filme
com roteiro escrito por J.K. Rolling, um spin-off de Harry
Potter. Esse conteúdo será transformado em três filmes,
o primeiro previsto para 2016, depois 2018 e 2020.
Além disso, temos dez filmes DC Comics previstos
para os próximos cinco anos, entre eles estão Wonder
Woman, Lego Movie e o primeiro da Liga da Justiça. En-
tão, a perspectiva é muito animadora para a Dc Comics.
Falando em animações, trouxemos DC Super Hero
Girls, uma propriedade muito importante para nós. Fo-
cada em meninas de 6 a 10 anos de idade, seu enredo é
sobre girl power, ou seja, independência feminina. Vamos
lançar produtos até o outono de 2016 e nossos principais
licenciados em brinquedos serão a Mattel e a Lego. Além
de brinquedos, faremos tudo, de vestuário a papelaria!
LB – Qual a importância da feira de licencia-
mento de Hong Kong para a Warner?
Bianca – É a maior da região e nós temos trabalhado
proximamente ao Hong Kong Trade Development Coun-
cil por muitos anos. Eles têm se esforçado imensamente
a fim de promover a indústria de licenciamento em toda
a Ásia e nós realmente gostamos de trabalhar com eles.
Acredito que forneceu muito esclarecimento para o pú-
blico em geral e fabricantes sobre que é o licensing.
LB – Como é estar em meio a tantas proprie-
dades asiáticas nessa feira?
Bianca – É bom! Propriedades locais também têm
sua importância. Algumas delas são criadas para mer-
cados muito específicos e os atendem bem.
LB – O que o licenciamento na Ásia tem a ensi-
nar para outros países?
Bianca – Como o licenciamento é relativamente novo
por aqui, nós temos sido inovadores no que fazemos.
Por exemplo, fomos pioneiros nessa região com as lojas
DC Comics Super Heroes, que lançamos na China, em
Hong Kong, Macau, Singapura, Malásia e na Indonésia.
Também fizemos lançamentos como os Looney Tunes Ice
Cream Corners e o DC Comics Café. O mercado regional
está sempre em busca de novas oportunidades.
LB – Que tipo de produtos destacaria?
Bianca – Definitivamente o mercado de brinque-
dos colecionáveis está em alta nesta parte do mundo
e, como são produtos relativamente caros, agradam
principalmente ao público adulto.
Bianca Lee, gerente de marketing da Warner para o território asiático
LICENSING BRASIL36
INTERNACIONAL
Entre os principais eventos de produtos infantoju-
venis do mundo, a Toy Fair organizada pela Toy
Industry Association (TIA) se destaca, com mais
de 1.200 expositores e reúne desde os brinquedos pré-
-escolares até bonecas, jogos, atividades de artes e cons-
trução, produtos ecológicos, bicicletas e triciclos, veícu-
los de radiocontrole, pelúcias, games e equipamentos
esportivos. A última edição, realizada entre os dias 13 e
16 de fevereiro, reservou boas surpresas para os visitan-
tes. Várias marcas apostaram na interação para receber
os clientes e profissionais curiosos pelos lançamentos
da indústria. Um escorregador da animação Paw Patrol,
um túnel de Teenage Mutant Ninja Turtle e bonecos
Star Wars da Lego foram algumas das ações promovi-
das no evento para anunciar novas linhas.
De modo geral, as novidades para o mercado
infantil reservam interessantes propostas para o de-
senvolvimento motor, intelectual e emocional das
crianças, sobretudo com produtos de criação e cus-
tomização do tipo do it yourself – faça você mesmo.
A Mattel, por exemplo, apostou em novas ofertas
de produtos da Barbie. Agora, a coleção de bonecas
inclui maior diversidade étnica e corporal. Além disso,
a companhia lança uma linha de super-heroínas da
DC, baseada nas personagens dos quadrinhos.
Já a Hasbro apresentou cinco novos produtos da po-
pular linha Play-Doh, bem como novas coleções de Nerf.
A Zing Toys aproveitou o evento para exibir o Stik-
Bot, um estúdio de animação em stop-motion.
A próxima edição já tem data marcada: entre os
dias 18 e 21 de fevereiro de 2017. Para obter mais
informações, acesse www.toyfairny.com.
13ª edição registra 16% de aumento no número de visitantes
EXPO TRANSAMÉRICAAV. DOUTOR MÁRIO VILAS BOAS RODRIGUES, 387 – SANTO AMARO
20x26cm
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LICENSING BRASIL38
ESPECIAL
A Red Nose juntou a fome com a vontade
de comer, literalmente! Com base na pro-
posta de um grande parceiro do ramo de
alimentos – sócio do grupo Bovinus –, a empresa de-
cidiu criar um food truck personalizado para os fãs
de esportes radicais. “Trata-se de um grande cliente,
com know-how na área. Quando fomos procurados,
ficamos lisonjeados e animados com a ideia. Logo, co-
meçamos a desenvolver o projeto”, conta o gerente
de marketing da empresa Fábio Brauner.
Assim, a tradicional rede de restaurantes passa a
levar a marca Red Nose para diversos food parks de
São Paulo. “Nosso parceiro tem anos de experiência
e, agora, prepara lanches inspirados especialmente
no público da marca.”
Atualmente, a Red Nose conta com 36 empresas
licenciadas. “Como não poderia deixar de ser, o truck
também disponibiliza outros produtos da marca, tais
como camisetas e bonés, além de energéticos e água
de coco. Tudo da melhor qualidade.”
Alimentos, brinquedos, relógios, bicicletas, artigos
editoriais e de cama, mesa e banho são algumas das
categorias em aberto para o desenvolvimento de no-
vas linhas Red Nose. A marca foi criada no Brasil e
carrega a superação de limites em seu DNA.
Nos próximos anos, o projeto dos food trucks
deve ser expandido e, assim, a empresa pretende
colocar em circulação cerca de 30 veículos temá-
ticos. O primeiro já está em atividade – é possível
acompanhar seu itinerário todos os dias pelo site
www.rednosefoodtruck.com.br e pelo perfil no
Instagram @rednosefoodtruck.
Serviço:
Red Nose – Tel.: (11) 5506-7350
Um banquete de experiências
LICENSING BRASIL40
EMPRESA
Em 2009, ao iniciar as atividades de uma sim-
ples estamparia, os proprietários da Piticas
nem imaginavam a proporção que o negócio
tomaria. “Vender conceitos, além de camisetas” –
este passou a ser o diferencial e também a principal
justificativa para a considerável expansão da em-
presa no mercado brasileiro.
Atualmente, a Piticas conta com uma enorme
rede de franquiados e um portfólio completo de li-
cenças em sua linha de vestuário. Entretanto, o resul-
tado do intenso trabalho realizado pelos empresári-
os Vinícius e Felipe Rossetti passou por diferentes
etapas ao longo desses anos. “Quando começamos,
trabalhávamos com estampas autorais e desenvolvi-
das internamente. A partir de 2013, iniciamos com
licenciamento da Viacom e, assim, adotamos a fer-
ramenta em nossa linha de produtos. Desse modo,
tivemos a oportunidade de crescer junto com as
maiores marcas do mundo”, conta Vinícius.
Ao reconhecerem a demanda dos clientes,
surgiu a necessidade de abrir o leque de atuação
da marca. “No começo, eram confeccionadas so-
mente camisetas, mas percebermos a procura pelas
peças infantis. Assim, passamos a produzir também
os bodies, em parceria com marcas como Mauricio
de Sousa e Nickelodeon.” À medida que o universo
da cultura pop se desenvolveu, com destaque sig-
nificativo na mídia, os empresários também deram
mais atenção a esse público.
Hoje, a Piticas contabiliza cerca de 350 fun-
cionários, 150 franquias no País e uma produção
de 10 mil camisetas por dia. “No momento, temos
em média 50 coleções em linha, estampadas com
artes desenvolvidas por um dos melhores estúdios
de São Paulo.” Camisetas unissex, regatas femini-
nas e bodies infantis compõem o atual mix.
Para a devida seleção das propriedades, a di-
retoria realiza uma cuidadosa análise, de acordo
com a propriedade apresentada pelas empresas.
“Avaliamos o que condiz com nosso público, nos-
sas ideias e produtos. Assim, decidimos as parce-
rias de vendas”, observa Vinícius.
150 franquias e uma produção de 10 mil camisetas licenciadas por dia!
Mar/Abr 2016 41
Confirmando o potencial do licensing em outros
segmentos além do infantil, Vinícius anuncia o público
jovem/masculino como target primário da empresa.
“Temos maior sinergia com esse segmento, devido às
licenças de filmes e super-heróis.” Entre as proprie-
dades mais vendidas no momento, destacam-se DC,
Marvel, Star Wars, Disney e Universal Music.
Ao avaliar o mercado brasileiro, o empresário
aponta a pirataria como principal dificuldade.
“Principalmente quando falamos de licenças e
marcas geeks, inevitavelmente essa questão vem
à tona – trabalhamos somente com produtos li-
cenciados. Por isso, temos uma parceria com um
dos maiores escritórios de advocacia do Brasil para
erradicar as peças ilegais. Estamos focados em
vencer essa batalha.”
A Piticas tem centenas de lojas Brasil afora e a di-
retoria já anuncia novas negociações para abertura de
mais unidades nos estados de Roraima, Amapá, To-
cantins, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Alagoas,
Sergipe e Paraíba. “Em 2016, daremos continuidade
ao processo de expansão”, garante.
Por fim, o empresário anuncia as apostas da marca
para 2016. “Estamos bem focados nos lançamentos
de filmes e este ano promete ser um dos melhores da
indústria cinematográfica, com títulos como Batman
vs. Superman e Guerra Civil, que certamente aumen-
tarão as vendas em nossas lojas.”
LICENCIADAS MAIS VENDIDAS
• DC
• Marvel
• Star Wars
• Disney
• Universal Music
LICENSING BRASIL42
EM DESTAQUE
Marcas icônicas que se renovaram ao longo
do tempo. Assim são as propriedades da
empresa Smiley, cujo programa de licen-
ciamento global conta com mais de 230 licenciados
em 13 diferentes categorias.
Tudo começou graças a Frankln Loufrani, que
teve a ideia de indicar notícias positivas em um
jornal francês com uma carinha sorridente. Dessa
forma, ele permitia que os leitores pudessem ver
o lado bom no noticiário a qualquer dia. “Essa foi
a origem ícone Smiley e isso se estendeu até que
a marca passasse a ser usada para ações promo-
cionais”, explica Matt Winton, filho de Frankln e
diretor de marketing da empresa.
Atualmente, a companhia trabalha com duas
marcas-núcleo: Smiley e SmileyWorld. A primeira é
uma unlimited brand, clássica e mundialmente reco-
nhecida. A segunda, é composta por uma vasta gama
de emoticons, conversando diretamente com a ge-
ração digital. “SmileyWorld é dedicada àqueles que
se inspiram com tecnologia, música e o estilo de vida
conectado dos dias de hoje. Como uma propriedade
multimídia e interativa, ela se estabeleceu como uma
linguagem que desempenha um papel importantíssi-
mo em nosso vocabulário diário, com milhões de emo-
ticons compartilhados a cada dia”, ressalta Winton.
Em processo de expansão pela Europa, pelas Amé-
ricas, pelo Oriente Médio e pela Ásia, o programa de
licenciamento da Smiley tem apoio de equipes com-
pletas em diferentes áreas como marketing, design,
área jurídica e de suporte aos licenciados. Matt Win-
ton aponta para a abrangência do suporte aos parcei-
ros. “Temos uma equipe de social media especializada
em criar conteúdo envolvente para nossos produtos
licenciados. Somos experts na produção de feiras de
negócios e damos a nossos licenciados excelentes fer-
ramentas para a participação nas feiras. Ainda há o
time de designers gráficos que coordena peças cria-
tivas, anúncios, design de novas lojas e web design.”
Mar/Abr 2016 43
Case de sucesso – Entre os parceiros que obtiveram me-
lhor resultado licenciando Smiley está a Pelikan Herlitz, com
uma coleção de itens escolares. A empresa alemã lançou sua
primeira coleção em 2011 e logo superou a garantia mínima
inicial de vendas em 50%. No segundo ano de trabalho, o ne-
gócio com licenças Smiley cresceu quase 900% e em 2013 con-
tinuou crescendo. “Eles acabaram de renovar o contrato para
ganhar novos territórios e lançar novos produtos”, diz Winton.
Aqui no Brasil, o objetivo do momento é focar justamen-
te nas categorias de papelaria e presentes, além do nicho de
moda. E para 2017 está prevista uma animação de Smiley,
o que deve gerar ainda mais oportunidades de negócios no
mercado infantil e junto às indústrias de brinquedos.
Presença fashion
Itens de vestuário são os cam-
peões em vendas para a Smiley:
somente nos últimos doze meses
foram 3,2 milhões de unidades
comercializadas pelo mundo. Ta-
manho sucesso é fruto de uma
mistura entre parcerias com es-
tilistas famosos e licenciamen-
tos feitos com grandes varejistas
como H&M, TopShop e Zara.
“Abrimos mais de 50 lojas
franqueadas na China para adul-
tos e crianças e temos 120 corners
de vestuário pelo Oriente Médio.
Na Índia, temos 200 ‘shop in
shops’, lojas dentro de outras lo-
jas. Também nos esforçamos para
manter sempre pelo menos três
colaboradores do mundo fashion
no mercado”, diz Winton.
Atualmente, Anya Hindmarch,
Fendi e Black Martine Sitbon co-
locam a marca Smiley nas passa-
relas de todo o mundo.
LICENSING BRASIL44
AGENTE
A nualmente, o Instituto Ayrton Senna be-
neficia 1,8 milhão de crianças e jovens
e forma 65 mil educadores em cerca de
700 municípios de 19 estados brasileiros. Este é o
resultado de um sonho do piloto Ayrton Senna, con-
cretizado por Viviane Senna após a morte do irmão
em 1994. Desde então, o projeto tem qualificado
a educação pública em todas as regiões do Brasil,
a fim de garantir que todas as crianças e jovens te-
nham direito à educação integral e à oportunidade
de traçarem um futuro de sucesso.
Como forma de arrecadação de recursos para o
trabalho da organização, a família Senna decidiu utili-
zar a força da imagem do tricampeão e, desde então,
os royalties provenientes das marcas Ayrton Senna e
Senninha são destinados à educação pública do País.
“A primeira licença a ser criada foi a marca Senna,
em 1990, inspirada na curva do Autódromo de Inter-
lagos que leva o nome do piloto. Depois, em 1993,
foi lançada a marca Ayrton Senna, uma releitura da
assinatura do piloto. E, em janeiro de 1994, Ayrton
Senna lançou o personagem Senninha, com o objeti-
vo de levar às crianças os valores que cultivava dentro
e fora das pistas, como determinação, motivação, su-
peração e coragem”, conta Barbara Robles, gerente
de licenciamento da marca Ayrton Senna.
Essas marcas já nasceram fortes por estarem
diretamente ligadas a um dos maiores ícones da
história do Brasil. “Ayrton Senna é um ídolo mun-
dial. Há pesquisas em várias partes do mundo que
apontam o piloto brasileiro como um dos maiores
nomes da história do esporte”, comenta Barbara.
Para garantir que a marca Ayrton Senna estives-
se disponível globalmente, o instituto criou dois
e-commerces, um dedicado ao mercado brasileiro
(www.ayrtonsennashop.com.br) e outro para atender
ao restante do mundo (www.ayrtonsennashop.com).
“Nossa estratégia é desenvolver soluções dedicadas
a cada mercado nos próximos anos. Todo apaixona-
do por automobilismo conhece o piloto, sabe de seus
Mar/Abr 2016 45
tuto deve triplicar ou até quadruplicar esse número.
Papel sulfite A4 com Report-Suzano; maçãs com a
Agropecuária Schio; geleias; ketchup e mostarda com
a Cepêra Alimentos são alguns dos principais produtos
em linha. “Alguns parceiros apresentam performances
bastante positivas. Apesar das dificuldades econômi-
cas, nossa expectativa é que 2016 seja um ano de ex-
pansão das marcas no varejo, tendo um desempenho
melhor do que tivemos em 2015”, anuncia Mauro.
Brinquedos, confecção
e calçados, além de al-
guns itens de papelaria,
ainda estão em aberto
para licenciamento.
Para 2016, muitas
novidades estão previs-
tas. Senninha estará pre-
sente em mais produtos
e serviços, promoverá
eventos em shop pings
ao longo do ano
e também ga-
nhará um
desenho
animado
e um canal
do persona-
gem do YouTube.
Já a marca Ayrton Senna estará ainda mais
presente em eventos de automobilismo pelo
mundo. Ayrton Senna é um ídolo que traz
boas lembranças. As pessoas enxergam nele
as melhores características como determina-
ção, superação e muita garra para superar
todos os obstáculos e conquistar vitórias.
“A maioria das marcas quer vender experi-
ências e este atributo, a emoção, já é inerente
à marca Ayrton Senna”, finaliza Barbara.
feitos nas pistas e dos valores que ele cultivava fora
delas. Naturalmente, estamos presentes em todos
os eventos importantes de automobilismo, como os
GPs de Fórmula 1 e o Goodwood Festival.”
Valor, sofisticação, qualidade e design empregados
aos produtos e serviços são alguns dos benefícios de se
associar às marcas do instituto. “Automaticamente, o
licenciador mostra que compartilha dos valores defen-
didos por Ayrton Senna e os princípios de responsabili-
dade social do Instituto
Ayrton Senna.”
Em relação ao per-
sonagem Senninha, o
primeiro produto licen-
ciado foi uma linha
de salgadinhos da
Elma Chips, no início
de 1994. “Desde
a concepção do
per sonagem,
Senninha tinha
como missão
levar para as
crianças valo-
res que o tri-
campeão mundial
de F1 cultivava den-
tro e fora das pistas, como
determinação, motivação, su-
peração e coragem”, relembra
Mauro Ratto, gerente executivo
do Núcleo Senninha do Instituto
Ayrton Senna. Passados mais de
20 anos, o personagem foi atualizado.
Porém, a essência foi mantida, com foco
no público de 4 a 7 anos de idade.
Atualmente, existem cerca de 80 itens
licenciados. Nos próximos dois anos, o insti-© A
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JURÍDICO
O ano de 2016 começou mesmo?
Para nós da Associação Brasileira de Licenciamento
(Abral), sim. Já para o nosso País, parece que não.
O Brasil vive um período de muito pessimismo,
estagnação, e de muito baixo astral e desesperança.
O ano de 2015 passou não deixando boas lem-
branças, apesar de, em retrospectiva, as ações que
priorizamos no jurídico da Abral avançaram. E os de-
safios para este ano de 2016 (que para uns começou,
e para outros não), não são muito diferentes.
Devemos avançar nas questões envolvendo a im-
prescindível discussão acerca da publicidade dirigida
ao público infantil, e o combate sem tréguas à pira-
taria, que dinamita a nossa economia e o nosso seg-
mento de licenciamento.
Sobre o tema da publicidade dirigida ao público
infantil, muito temos a evoluir, por meio de um amplo
debate envolvendo este importante tema, contando
com a participação de um time multidisciplinar de
profissionais, como representantes de entidades de
classe, órgãos de autorregulamentação, promotorias
especializadas, magistratura, legislativo, terceiro setor,
indústria, consumidores, pais e educadores, e isso, so-
mente a título de exemplo.
A defesa intransigente de teses extremistas, por
meio das quais se prega a total proibição da comu-
nicação dirigida ao público infantil, ou mesmo a cor-
rente que defende a sua total liberação, não levará
a qualquer solução. É importante um debate aberto
e aprofundado acerca do tema, a fim se encontrar
um equilíbrio no qual se puna os excessos; em que se
puna a exceção, e não a regra!
Já em relação ao combate à pirataria, os investi-
mentos têm de ser concentrados e constantes. O tema
é bastante complexo, pois quanto pior a economia de
um país (e parece ser o nosso caso), mais as pessoas
migram para a ilegalidade/informalidade, formando-
-se um verdadeiro exército de “trabalhadores” a servir
para o desrespeito à propriedade intelectual, à sone-
gação de impostos, à corrupção e à perda dos postos
formais de trabalho.
Digo isso pois o desrespeito à propriedade intelec-
tual é um câncer para o nosso segmento de licencia-
mento. É só pensar que, no mínimo, a cada produto
pirata revendido, um original deixa de o ser.
Não é segredo que é o crime organizado que co-
manda os negócios de pirataria, contrabando e des-
caminho no nosso País. Nós, da sociedade chamada
legal, devemos estar também muito bem organiza-
dos, por meio de uma verdadeira união de esforços,
na qual os agentes de licenciamento, licenciantes,
licenciados, varejo e representantes do governo en-
trelacem as mãos, investindo esforços e receitas, para
combater um crime que lesa a nossa sociedade.
Assim, no âmbito da Abral, foi elaborado um
inovador e articulado Plano de Combate Conjunto,
o nosso PCC do bem, no qual se pretende atacar
a pirataria online (oferta de produtos falsificados
pela internet), a pirataria presente no País (fábricas,
lojas, feiras e depósitos), e a pirataria que chega
aos montes, pelos nossos portos e fronteiras. Vale a
pena aos interessados que se inteirem deste plano
junto à nossa presidência.
A ideia é criar um ciclo virtuoso de valorização
da propriedade intelectual com ações efetivas que
possam auxiliar no crescimento do mercado formal –
aquele que paga impostos, emprega formalmente e
que respeita os direitos dos consumidores.
Como se pode verificar tanto em relação ao tema
da publicidade dirigida ao público infantil, quanto
em relação ao tema do enfrentamento à pirataria,
a palavra de ordem é UNIÃO, bandeira sempre de-
fendida pela nossa entidade. Com ela, maximizam-se
resultados e minimizam-se despesas.
São temas que demandarão muito envolvimento
de nossa diretoria jurídica, de nossos associados, e
de todos aqueles que lidam com o negócio do licen-
ciamento em nosso País.
Agora, e mais uma vez, é erguer as mangas e se
dedicar, intensamente, ao que foi por nós prioriza-
do, esperando alcançar resultados que auxiliem no
crescimento sustentável dos negócios envolvendo o
licenciamento em nosso País.
Márcio Costa de Menezes e Gonçalves é sócio
da Siqueira Castro Advogados, coordenador
da área de propriedade intelectual, presidente
do ICI – Instituto do Capital Intelectual, diretor
jurídico da Abral, e foi secretário executivo do
Conselho Nacional de Combate à Pirataria do
Ministério da Justiça. É diretor-adjunto de relações
internacionais e comércio exterior do CIESP –
Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.
MÍDIA
E m meio ao que se convencionou chamar de
crise, 1.135 brasileiros estiveram presentes,
entre os dias 17 e 20 de janeiro, na 1050 edi-
ção da NRF 2016, o congresso do varejo americano.
Não é de hoje que os brasileiros dedicados ao vare-
jo e aos serviços acessórios demonstram apetite pelas
experiências, informações e relacionamentos propor-
cionados pela National Retail Federation. Diversos gru-
pos nacionais, gerenciados por tradicionais consultores
do varejo, deslocam-se para o frio nova-iorquino todos
os anos para conhecer as boas práticas adotadas por
grandes, médios e pequenos varejistas americanos.
Participar de uma NRF é uma experiência encan-
tadora para todos os profissionais que se dedicam à
atividade e pode, efetivamente, fazer a diferença em
um ambiente altamente competitivo ou assolado por
uma forte retração. Para aqueles que pensam que só
os grandes são beneficiados pelas experiências retra-
tadas durante o evento, o cartão de crédito Amex
patrocinou cinco palestras destinadas aos pequenos
varejistas e foi um dos destaques dessa edição.
Em uma delas, especialistas americanos elenca-
ram 12 dicas que podem melhorar o desempenho
dos lojistas de pequeno porte. Vamos a elas:
Crise ou incompetênciaAs 12 dicas para o pequeno varejo debatidas na NRF
3 Trate os clientes que te recomendam como reis: estamos vivendo em um mundo de compartilhamento de
ideias. Aqueles que ousam falar bem do seu negócio para os outros devem ser muito bem tratados. Eles atu-
am como multiplicadores de boas experiências. Tratar bem quem te recomenda é mais barato que comprar mídia.
2 Escreva um livro: pode soar estranho, mas se você tem conhecimento sobre o seu nicho de mercado, tem do-
mínio sobre as boas práticas, tem uma história familiar no segmento de atuação ou no bairro onde está loca-
lizada sua loja, não hesite; coloque essas experiências no papel. Isso ampliará a percepção sobre o conhecimento
do negócio e seus vínculos com a comunidade. E não se esqueça da dica número 1; faça uma noite de autógrafos.
1 Crie eventos que gerem mídia espontânea: se o espaço existe, use-o. Toda a iniciativa que trouxer público
para a loja e proporcionar uma experiência diferenciada pode contribuir para a construção de uma percep-
ção altamente positiva sobre o seu negócio.
4 Explore marketplaces: a venda não está restrita à loja; ela pode estar em outros ambientes e ocasiões,
digitais ou não. Não se restrinja ao espaço convencional e, mais uma vez, não resista às experiências com-
partilhadas. Parcerias são bem-vindas.
5 Promova causas: seja o porta-voz de programas beneficentes que ajudem a comunidade ou que sejam
próximas dos seus componentes. As boas causas são elementos de união e a sua loja pode ser o espaço
para que essa união se materialize.
6 Conheça seus clientes: o grande diferencial competitivo do pequeno varejo é a sua capacidade de co-
nhecer a clientela. Faça isso por meio de tecnologias acessíveis que não encareçam o processo, mas que
demonstrem uma postura de atenção e proximidade.
7Ofereça experiências únicas: a degustação para os varejos de alimentação e bebidas, a sala de leitura para as
livrarias, o plantão de dúvidas para as lojas de tecnologia, o hospital de brinquedos ou o estilista de plantão
devem ser considerados investimentos capazes de fazer a diferença no momento da escolha de onde comprar.
8 Tenha os melhores talentos: não se engane, a constante substituição de maus colaboradores por outros
tão ruins quanto, porém baratos (ou mais baratos), não ajuda em nada. Todos gostamos dos talentos.
Incompetentes baratos acabam com sua loja, assim como os produtos de má qualidade.
9 Invista nos talentos: quando encontrar um talento para a sua loja, invista nele; o retorno é garantido.
Treine-o, valorize-o e evite perdê-lo para os concorrentes. Este é um ativo de difícil substituição.
10 Seja cuidadoso no uso dos recursos visuais: não há motivos para a sua loja ser feia ou desorganizada.
Caixas de embarque não podem ocupar corredores de circulação. Os elementos visuais devem pro-
porcionar a orientação e a informação dos consumidores – isso ajuda a vender.
11 Personalize a experiência na loja: faça todo o possível para que o consumidor se sinta reconhecido
como alguém importante. Não caia na ladainha de que sempre haverá o próximo consumidor. Pense
que aquele que entra na sua loja e não efetua a compra já fez o mais difícil, foi à sua loja. Faça o básico, trate-o
bem; a venda é consequência. Agora ou depois.
12 Tenha um mentor ou seja um: tenha alguém para trocar ideias. Varejistas, principalmente os que
tenham tradição familiar têm o péssimo hábito de se considerarem experts nos seus negócios. Não
são – ou não serão – se não se atualizarem, compartilharem experiências e estudarem. Ter um mentor ou ser
um mentor ajuda a manter os olhos e mentes abertas às radicais transformações que afetam o seu negócio.
A aparente singeleza dessas dicas reforça as ideias correntes
sobre simplicidade e detalhes. O varejo é feito desses dois ele-
mentos. Abrir mão deles é abrir mão dos resultados e chamar
de crise o que, na realidade, é incompetência.
André Porto Alegre é conselheiro
de administração e diretor executivo
da Associação dos Profissionais de
Propaganda – APP.
LICENSING BRASIL50
EXECUTIVO & CIA.
Roberto MarinhoFormação: MBA em Gestão Empresarial, pós-gradua-
ção em Comunicação, Marketing e Neuropsicopedago-
gia e graduação em Comunicação Social – Jornalismo.
Empresa: PPI Worldwide.
Cargo: Diretor de contas.
Profissional do mercado de licensing há: 12 anos.
Filosofia do executivo: Não fazer para os outros
aquilo que não gostaria que fizessem com você. Ter
foco em atitudes pessoais positivas que exalem ver-
dade, beleza, justiça, bondade e acolhimento.
Da cabine de controle: Vejo um setor em cresci-
mento, ainda com grandes oportunidades. Também
percebo um contingente de marcas que tende a
crescer e amadurecer. No momento, temos os seg-
mentos teen e adulto a serem explorados.
Prós e contras do mercado brasileiro: O ponto
favorável acredito que seja a oportunidade de criar
parcerias a partir do zero, com empresas que nun-
ca experimentaram o licenciamento. O êxito vem
da expectativa positiva e do devido cumprimento
do contrato. Isso é desafiador, magnífico. Em con-
trapartida, as fraudes, a pirataria e o não cumprimento do acordado pesam contra o setor.
Melhor ferramenta de marketing: Ações promocionais, especialmente quando entregam um prêmio ao
consumidor final para intensificar ainda mais o relacionamento. Sem contar com os programas de Brand
Loyalty, a exemplo do que a PPI vem fazendo na Europa.
Minhas referências: Poderia falar de tantas pessoas, mas citaria o Roberto Marinho, da Rede Globo. História
de vida à parte, só o fato de ter começado a emissora com quase 60 anos de idade – hoje, uma das maiores
do segmento – já seria um bom motivo. Tenho outros também que estão bem perto de mim, como o Helio
Baraldi, presidente da PPI Brasil; o José Martins, presidente da Panini; o Maurício de Sousa. Faço questão de
mencionar, ainda, o Abilio Diniz e o Silvio Santos. São os guerreiros deste Brasil multifacetado.
Tenho orgulho: De ter estudado temas bem variados e trabalhado com pessoas e segmentos bastante
diversificados – o que me ajuda muito nas tomadas de decisão. De ter feito ou participado de projetos
lindos. Tive e tenho o privilégio de fazer ações bem-sucedidas, sempre com o acolhimento de pessoas
incríveis em minha vida.
Lição de vida: É preciso entender que, às vezes, até os tolos têm razão. A única certeza que tenho é a de
que tudo vai mudar.
Ensinar é... Realizar funções com coerência. Naturalmente, seu comportamento será replicado por aqueles
que te observam.
Palpite: Com a restrição da comunicação ao público infantil, temos novos mercados para serem trabalhados.
Pretendo... Estar à frente de novas marcas/produtos e manias (como aconteceu com os Gogo’s) que possam
ser muito lucrativos para os meus clientes, além de divertidos para os consumidores.
EI,PSIU!
Para estar inserida no mercado brasileiro de licensing, sua empresa precisa estar aqui!
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