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INTIMA ATLAS
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Revista intima atlas

Jul 21, 2016

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INTIMA

ATLAS

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ÍNDICE

Introdução........................................1Carta do Descobrimento..................3Oblívios Cartograficos I..................4Oblívios Cartograficos II.................5Carta de Peregrinação......................6Mapa Sônico I..................................7Mapa Sônico II................................8Mapa Sônico III...............................9Mapa Onirico I.................................10Mapa Onirico II................................11Mapa Onirico III...............................12Crítica: Lucas Martins......................13Crítica: Leila Ubbi Baldochi............14

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INTRODUÇÃOA performance Intima Atlas consiste em séries de instruções cartograficas que são distribuidas individualmente por correio. Os mapas gerados não necessariamente se materializam fisicamente, ficando somente na imaginação de quem o faz. Os primeiros mapas da série são pensados como exploração espacial Outros em que o foco são os sonhos, o mundo onírico, por meio de mapas imaginários e por fim instruções que mapeiem e que criam interações com paisagens sonoras. O projeto veio do meu interesse por cartografia e partituras performáticas e é influenciado pelo livro Grapefruit de autoria da artista japonesa Yoko Ono. No entanto a obra não é pensada como um livro dividido em séries de instruções . Intima Atlas foi apresentado no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo no final de 2014. Nessa versão, a performance foi apresentada como uma antologia das instruções cartograficas. Foram impressos cada instrução individualmente em papeis de gramatura alta e colocados em um envelope branco. Dessa forma, várias pessoas puderam ler ao mesmo tempo. Preferi esse formato do que as instruções encadernadas juntas, já que desta forma só uma pessoa por vez poderia tomar contato com o trabalho.Já na versão presente, em revista, todas as instruções que compõem a performance Intima Atlas estão compiladas e organizadas em sequência.

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CARTA DO DESCOBRIMENTO

Desenhe em um papel a planta de sua casa ou apartamento.

Deixe a folha de lado e procure espaços que lhe pareçam atraentes. Cantos da sala, do quarto, embaixo da mesa, em cima da pia, pendurado na janela,etc. Fique no mínimo 10 minutos em cada um.

Volte ao papel e anote os espaços que mais foram interessantes. Acrescenteuma nota a seu critério se achar pertinente.

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OBLÍVIOS CARTOGRAFICOS I

Escolha 5 ou mais objetos que sejam especiais para você. Esconda-os em lugares inusitados pela casa.

Espere 1 ano. Comece a procura-los.

Quando se sentir mais confiante os esconda pela cidade.

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OBLÍVIOS CARTOGRAFICOS II

Compre um caderno. Sempre que quiser esquecer-se de algo anote numa folha, destaque-a do caderno e ponha em uma garrafa. Solte pelo mundo.

Quando sentir a presença da morte comece a procurar suas lembranças.

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CARTA DE PEREGRINAÇÃO

Faça uma lista com o nome de todos os seus amigos e o lugar respectivo em que se conheceram.

Trace uma rota com todas essas localidades. Tire um final de semana do ano e siga toda a trajetória.

Repita novamente no ano seguinte adicionando ao trajeto original a localidade de todas as pessoas que conheceu até então.

Repita novamente no ano seguinte, no ano seguinte e no ano seguinte até enjoar.

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MAPA SÔNICO I

Feche os olhos. Escolha qualquer som que esteja a sua volta.

Fite-o até se dissipar.

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MAPA SÔNICO II

Vede os olhos. Com uma vareta, baqueta ou algo semelhante ande pela suacasa explorando percursivamente os objetos, móveis, paredes, etc.

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MAPA SÔNICO III

Sente-se em frente a sua maior janela. Observe os sons que provêm de fora.

Traga-os mais perto. Mais perto até ter todos os sons do mundo em sua casa.

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MAPA ONÍRICO I

No instante em que acordar, fite o teto. Tente lembrar de todos os sonhos que teve e os projete como se fossem janelas no teto.

Do canto inferior direito ao canto superior esquerdo os organize levando em conta seu interesse por cada um deles (de menor ao maior).

Escolha um. Durma Novante. Acorde. Escolha um. Durma novamente.

Repita até ter revisitado todos.

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MAPA ONÍRICO II

Enquanto estiver sonhando retire toda a água do planeta. Desenhe agora um mapa da Terra sem água.

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MAPA ONÍRICO III

Enquanto estiver sonhando esconda um tesouro em um lugar a sua escolha.Desenhe um mapa.

Acorde. Transcreva o mapa e o siga.

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CríticaPor Lucas Martins

Juliano Bernardo, natural de Ribeirão Preto, começou seus interessesartísticos por volta dos 16 anos quando ingressou um curso de desenhoartístico na cidade de Uberlândia. O artista chegou à ideia da performance “Intima Atlas” através deuma pesquisa que começou a ser feita ainda no final de 2013 sobrecartografias. O performer viu nelas grande potência para fazer diversasobras dentro dessa poética. Foi durante as aulas do segundo semestre delinguagem da performance, já no ano de 2014, que ele entrou em contato,graças à apresentação da professora, com a obra “grape fruit” da Yoko Onoe viu, nas suas partituras, o cenário ideal para unir sua vontade de trabalharcom a ideia das cartografias dentro das partituras “performáticas” para,dentro da imaginação da pessoa, compor uma espécie de mapa visual dasinduções que ele fazia com as partituras de seu trabalho. A obra foi apresentada em frente à biblioteca, dispondo sobre umamesa branca as referidas partituras. Em relação ao conteúdo delas, ficarambem interessantes e instigantes, no entretanto, algumas, de fato, foramfeitas, como ficou óbvio, para serem lidas dentro do ambiente residencialdo leitor, o que, no ambiente universitário, acabou gerando um ruído, umafalta de planejamento sob está óptica. Poderiam ter sido apresentadas maispartituras e, também, poderia ter sido pensado em uma maneira maisinteligente de apresentá-las. Pois, como pude constatar, poucas pessoaschegaram de fato à foleá-las, quanto mais a realmente imaginar aspreposições do artista. A maioria das partituras estavam “redondas” emuito poéticas, realmente muito bonitas, mas uma minoria precisa serrepensada, pois acham-se algumas lacunas nas suas preposições. A ideia émuito potente e merece continuar a ser trabalhada e aprimorada.

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CríticaPor Leila Ubbi Baldochi

Criar uma série de instruções ligadas a sentimentos e emoções humanas, que se materializam em desenhos ou apenas na mente é um trabalho muito próximo do universo da arte conceitual.

A ideia de Juliano trabalha com articulações poéticas e atingem o espectador em sua percepção de mundo, de cotidiano.De maneira simples e lúdica o artista dialoga com o espectador levando-o a uma ação que pode ser física ou não.

Assim o publico passa a fazer parte da obra agindo da maneira que escolherem. As instruções não direcionam a uma resposta e nem sufocam a imaginação, o que é positivo.

Não há nada a ser contemplado ou manipulado. A obra faz contato como espectador, com o tempo, com a memória e com o próprio artista.

Sugiro apenas uma revisão na ordem e na quantidade das instruções.

Juliano conseguiu a meu ver, criar uma ação instigante, mostrando quenão necessita de um resultado concreto e material para expor questões que vem do fundo do ser.

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