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Mariana, So Paulo, SP - Brasil. 444 E-mail:
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Ilha do Medo: proposta de uma nova opo de produto turstico para
a cidade de So Lus (MA)
Ilha do Medo: proposal of a new tourism product option for the
city of So Lus (MA, Brazil)
Saulo Ribeiro dos Santos, Paloma Arajo Pinto, Protsio Czar dos
Santos
RESUMO O estudo apresenta uma proposta de um novo produto
turstico (Ilha do Medo) para a cidade de So Lus (MA), ressaltando a
insero de melhorias para que assim, o mesmo possa ser inserido no
portflio oferecido pela atividade, assim como suas peculiaridades e
a interao entre as diversas variveis que a integram. Como
metodologia de desenvolvimento da pesquisa, utilizou-se a
bibliogrfica e a documental, alm de observao direta e visitas in
loco, que resultaram em diagnstico e avaliao das condies do
atrativo. Avaliou-se a necessidade de planejamento do turismo, com
nfase no turismo comunitrio como uma maneira de qualificar o
atrativo a ser formatado a nvel local alm da metodologia do
processo de planejamento. Como resultado, apresenta-se uma proposta
inovadora para o atrativo, como nova opo de produto turstico para
So Lus. PALAVRAS-CHAVE: Produto Turstico; Ilha do Medo;
Planejamento Turstico.
ABSTRACT The study presents a proposal for a new tourism product
(Ilha do Medo) for the city of So Lus (MA, Brazil), emphasizing the
inclusion of improvements to it so it can be inserted into the
portfolio offered by the activity, as well as its peculiarities and
the interaction between the variables belonging to it. The
methodology of research development, we used the literature and
documents, direct observation and site visits, which resulted in
the diagnosis and assessment of the conditions of the appeal.
Assesses the need for tourism planning, with emphasis on community
tourism as a way to qualify the appeal to be formatted at the local
level beyond the methodology of the planning process. As a result,
we present an innovative proposal for attractive option as a new
tourism product for So Lus. KEYWORDS: Tourism Product; Ilha do
Medo; Tourism Planning.
Santos, S.R.; Pinto, P.A.; Santos, P.C. Ilha do Medo: proposta
de uma nova opo de produto turstico para a cidade de So Lus (MA).
Revista Brasileira de Ecoturismo, So Paulo, v.7, n.3, ago/out 2014,
pp.444-461.
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a cidade de So Lus
445 Revista Brasileira de Ecoturismo, So Paulo, v.7, n.3,
ago-out 2014, pp. 444-461.
Introduo As perspectivas em torno da atividade turstica so
otimistas e refletem
sua relevncia como fator de desenvolvimento socioeconmico das
regies. Economicamente est entre as cinco maiores atividades
econmica do mundo, gerando milhares de empregos, elevando o Produto
Interno Bruto (PIB) das localidades e proporcionando investimentos
de capital. Os benefcios econmicos gerados em torno dos recursos
tursticos dos destinos chamam ateno pelo nvel de contribuio
economia local e capacidade que detm de induzir o desenvolvimento
econmico e promover melhorias na qualidade de vida das
comunidades.
No entanto, apesar dessas vantagens, sua gesto eficiente e
adequada, bem como a consecuo dos seus benefcios, torna-se um
desafio s localidades que dispem de potencial turstico, pois, o
turismo uma atividade que interfere em uma srie de aspectos e sua
explorao necessita de estudos criteriosos e de medidas que
regulamentem sua utilizao. A explorao do turismo enquanto atividade
econmica, da mesma forma, no deve abster-se de critrios e normas
que norteiem seu desenvolvimento e que considere a integrao dos
aspectos econmicos aos demais aspectos envolvidos.
O planejamento turstico, assim, apresenta-se como um instrumento
que integra estudos, normas e mtodos racionais capazes de
desenvolver o turismo e garantir seus benefcios quando bem
executado e acompanhado. Alm disso, possibilita s localidades a
construo de um turismo competitivo e com maiores oportunidades de
crescimento.
Nesse sentido, aborda-se as relaes entre potencial turstico a
nvel municipal, atravs de estudos de atrativos de possveis
formataes de produtos para a cidade de So Lus (MA), afim de
produzir uma maior competitividade entre os produtos presentes no
portflio oferecido pela mesma. Portanto, objetiva-se propor uma
nova opo de um produto turstico para a cidade de So Lus (MA),
focando-se em um atrativo turstico sob as perspectivas e
recomendaes do planejamento e projeto turstico.
Os meios metodolgicos utilizados foram a pesquisa exploratria e
descritiva, na qual se utilizam dados tericos para alcanar os
objetivos. Adota-se ainda uma abordagem multidisciplinar, uma vez
que o tema trabalhado compreende vrias reas do conhecimento, ou
seja, histria, geografia, economia e administrao, que se tornam
essenciais sua compreenso e interpretao. Alm disso, elabora-se uma
proposta para o atrativo turstico, mostrando-se uma concepo dinmica
e reflexiva das variveis relacionadas.
A pesquisa enquadra-se tambm, como bibliogrfica, dando todo um
suporte terico ao tema, e ao lado desta, a pesquisa de campo, onde
se coletou dados junto aos rgos pblicos e instituies responsveis
pela atividade turstica da localidade, alm da realizao de
entrevistas informais moradores, relacionados ao atrativo
turstico.
Justifica-se a importncia da pesquisa para a apresentao de
proposta de um novo produto turstico para a cidade de So Lus, com o
intuito de impulsionar a atividade e os roteiros tursticos, atravs
de uma
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Santos, S.R.; Pinto, P.A.; Santos, P.C.
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opo diferenciada, com planejamento e gesto, indicados pelos
princpios da segmentao turstica.
Turismo: concepes e atualidades O turismo, atualmente, um dos
fenmenos mais importantes do
ponto de vista poltico, econmico, ambiental e sociocultural.
Pois, deixou de ser visto apenas como um sinnimo de lazer e passou
a assumir um papel de agente social nas sociedades em que se
desenvolve (MARUJO, 2008).
Nesse aspecto, pondera-se que o mesmo um fenmeno e que deve ser
estudado e analisado sob a luz das cincias sociais, devido a sua
extenso ir alm das questes ligadas economia, poltica e cultura de
uma sociedade, ligando-se experincia de cada pessoa que se envolve
ou pratica o turismo.
Hoje com o desenvolvimento dos meios de transportes, com a
globalizao e uma maior renda e tempo livre por parte dos cidados
comuns, a preocupao destes com a obteno de cultura e bem estar, faz
com que o turismo desponte como setor econmico de maior potencial
de crescimento no mundo.
As pessoas comeam a sentir a necessidade de conhecer novos
lugares e culturas, de viajar e especialmente com o intuito de
descanso. O turismo inicia seu desenvolvimento e sua consolidao
como um dos objetos de consumo mais desejados da populao desse novo
sculo (CAMPOS, 2005, p.26).
Por ser considerado um impulsionador da economia, movimentar
grande quantia e ser uma atividade enrgica, o turismo dependente de
algumas estruturas para que torne a atividade turstica real, como
infraestrutura bsica, hospitais, hoteleiras, principalmente,
transportes que vm impulsionando cada vez mais a atividade, por sua
acessibilidade de usurios.
Segundo Trigo (1993, p.17), os fatores que levaram ao
desenvolvimento do turismo nestas ltimas trs dcadas foram os mesmos
que transformaram profundamente o planeta, seja no mbito das relaes
econmicas e polticas, seja no das relaes sociais e culturais.
O turismo vem conquistando um espao cada vez maior na sociedade,
por ser uma atividade que est em pleno crescimento (OMT, 2011). Alm
disso, a atividade turstica induz e compreende uma srie de aspectos
e relaes especficas que, devido complexidade que lhes so inerentes,
merecem um estudo analtico e que abranja suas caractersticas. De
acordo com os dados OMT (2011), entre 2000 e 2008, as viagens
internacionais cresceram 4,2% ao ano, alcanando o total de 922
milhes de turistas em 2008, gerando uma renda de aproximadamente
US$ 5 trilhes.
Percebe-se a descentralizao do turismo na Europa para as demais
regies do planeta, principalmente a sia, que foi um dos continentes
que mais investiu em equipamentos tursticos nos ltimos anos.
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Entendendo a oferta turstica como tudo o que oferecido para os
visitantes, possvel identificar, segundo Goeldner, Ritchie e
McIntosh (2002), quatro categorias que a compem e que juntas
oferecem diferencial da localidade ou regio:
a) Recursos e ambientes naturais: clima, flora, fauna, relevo,
praias entre outros atrativos da regio;
b) O ambiente construdo: neste tpico esto pautadas a
infraestrutura e a superestrutura, construes voltadas para dar
suporte aos turistas, produo coligada ao turismo e outros;
c) Transporte: a disponibilidade de transporte para o visitante,
da origem at o destino e dentro do prprio destino, incluindo avies
e voos, taxis, trens, navios, automveis e outros elementos que
permitam a visitao;
d) Hospitalidade e recursos culturais: so temas includos cultura
local do destino, como idiomas, crenas, costumes e conduta de
trabalho e lazer, a amabilidade, amizade e vontade de receber bem
dos residentes daquela localidade.
Portanto, a oferta turstica tudo que est disponibilidade do
turista, sendo mesclada dos mltiplos produtos tursticos de uma
localidade, e obrigatoriamente, est organizada para ser
proporcionada e gerar experincias positivas para um visitante com
demandas especficas.
Diferentemente da oferta turstica, que tem o produto como
responsvel pela realizao da oferta turstica, o principal agente
econmico responsvel pela demanda turstica o consumidor de produtos
tursticos ou, simplesmente, o turista ou usurio de produtos
tursticos.
Segundo Dias (2005), a demanda turstica o conjunto de turistas,
que de forma individual ou coletiva, esto motivados a consumir uma
srie de produtos ou servios tursticos com o objetivo de cobrir suas
necessidades de descanso, recreao, entretenimento e cultura em seu
perodo de frias.
A demanda turstica , portanto, real, em relao ao nmero de
pessoas que viaja, e potencial, pelo nmero de pessoas que deseja
viajar para usufruir de produtos e servios tursticos, alm de
vivenciar novas experincias tursticas.
O que se pode concluir que a demanda turstica est vinculada a
diversos fatores, alguns relativos s preferncias e motivaes dos
visitantes, e outros atrelados a aspectos relacionados aos
microambientes e ao mercado do qual o destino turstico faz
parte.
A segmentao de mercado veio como uma importante ferramenta que
passou a existir no mercado para aquecer a conquista, a criao de
necessidades e desejos no cliente, assim, instituies pblicas ou
privadas, como empresas ou organizaes ligadas atividade turstica
esto procurando os caminhos que atendam aos mais variados pblicos,
muitas vezes utilizando-se do conceito e das caractersticas da
segmentao de mercado.
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Santos, S.R.; Pinto, P.A.; Santos, P.C.
Revista Brasileira de Ecoturismo, So Paulo, v.7, n.3, ago-out
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De acordo com o Ministrio do Turismo (MTUR), a segmentao
entendida como uma forma de organizar o turismo para fins de
planejamento, gesto e mercado. Os segmentos tursticos podem ser
estabelecidos a partir dos elementos de identidade da oferta e
tambm das caractersticas e variveis da demanda. (BRASIL, 2010).
Os visitantes que consomem os produtos tursticos podem ser
divididos por categorias, a partir das vrias grandezas que os
envolve, como as questes geogrficas, demografia, o uso que fazem do
produto, e sua psicografia (BRASIL, 2010).
A partir da escolha de um pblico por um segmento, a estruturao
de produtos e a elaborao de roteiros, a escolha encaminhada para
que ocorra seu o desenvolvimento, pois a identidade dada a cada
roteiro ser criada atravs do levantamento feito sob a considerao
que o pblico se destina.
O consumidor passou a visar o diferente, o novo, o que julga
original, e o turista abrange esse aspecto com domnio, pois segundo
Waimberg (2003) o turismo o fenmeno da diferena, ou seja, a
diferena o principal agente motivador dos deslocamentos
tursticos.
Para atender as necessidades especficas, o mercado turstico vem
se segmentando cada vez mais, formatando novos tipos de turismo,
criando roteiros temticos, adaptando produtos e servios de acordo
com as especificidades, desejos, limitaes e necessidades dos
clientes turistas.
A segmentao com base na oferta define o tipo de turismo que ser
oferecido ao visitante. A definio desses tipos de turismo realizada
a partir da existncia de certas caractersticas comuns em um
territrio, que segundo o MTUR (BRASIL, 2010), so:
a)aspectos e caractersticas comuns (geogrficas, histricas,
arquitetnicas, urbansticas, sociais);
b) atividades, prticas e tradies comuns (esportivas,
agropecurias, de pesca, manifestaes culturais, manifestaes de
f);
c)servios e infraestrutura comuns (servios pblicos, meios de
hospedagem e de lazer).
Percebe-se que as caractersticas necessrias para o turismo em
uma localidade, se torna, tambm, uma forma de trplice caracterstica
para formatar com sucesso uma localidade, pois com os atrativos e a
cultura, se o local possuir servios, infraestrutura adequada,
possivelmente, o turismo conseguir se destacar como uma atividade
econmica importante na localidade.
Atrativo e produto turstico Entende-se como atrativo turstico
todo lugar, objeto ou acontecimento
de interesse para o turismo ou de acordo com Cerro (1992),
estabelece a relao do principal componente e mais importante do
produto turstico, pois produz a seleo, por parte do turista, do
local de destino de uma viagem, ou
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a cidade de So Lus
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seja, determina um fluxo turstico at a localidade. Os atrativos
tursticos podem ser naturais, culturais, manifestaes e usos
tradicionais e populares, realizaes tcnicas e cientficas
contemporneas e acontecimentos programados.
A partir das definies dispostas anteriormente, pode-se afirmar
que o atrativo turstico tem por desgnio o ato de atrair, como
derivado de atrativo, os grupos humanos para um determinado local.
Lugar este que engloba as caractersticas e funes de que necessitam
os grupos humanos sua vivncia (DIAS, 2005), sendo assim, os
atrativos de cada lugar devem satisfazer s necessidades e desejos
naturais que os visitantes tm do movimento.
Os autores analisam que o atrativo fundamental, mas que sem
planejamento no h como atender as exigncias dos turistas, e tambm,
importante analisar a situao atual para os autctones, de forma, que
a partir do momento, que o atrativo estruturado, no venha afetar ou
impactar negativamente o atrativo e o cotidiano dos moradores.
Por isso, Piperoglou (1967, p.169) esclarece que so necessrias
quatro etapas na avaliao do desenvolvimento de um atrativo
turstico:
a) investigao do mercado para descobrir as preferncias e as
necessidades dos turistas;
b) identificao dos elementos buscados pelos turistas na rea de
estudo;
c) definio da regio em termos de interao espacial dos
recursos;
d) estudo da capacidade de absoro de visitantes pela regio, do
ponto de vista espacial e humano.
Portanto, o organizador e planejador do turismo deve possuir
conhecimento profundo e saber utilizar as estratgias de marketing
para ento atrair os visitantes.
Mediante estes aspectos o atrativo estar preparado para atender
as exigncias e necessidades dos turistas, fazendo com que desperte
a qualidade da experincia recebida pelo mesmo, o que
consequentemente aumentar a satisfao.
A atividade turstica se torna, ao passar do tempo, cada vez mais
complexa, no sentido de desvendar as necessidades e desejos do
consumidor da atividade, pois, de acordo com o que foi visto
anteriormente, os desejos e necessidades passaram a depender de
mais caractersticas ou fatores internos e externos que influenciam
na sua escolha de destino.
Panosso Netto e Gaeta (2010, p.16) afirmam que o consumidor do
turismo e o contexto no qual se integra apresentam, atualmente,
caractersticas que favorecem a experincia e nos levam a pensar na
autenticidade dos produtos e servios.
Uma multiplicidade de bens e servios oriundas do consumo e
satisfao das motivaes gerada pela atividade turstica, alm de
anseios e necessidades dos visitantes, que buscam cada vez mais
produtos e
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Santos, S.R.; Pinto, P.A.; Santos, P.C.
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servios de qualidade para atender suas exigncias, conforme
comentado anteriormente (BRASIL, 2010).
Contudo, determinar quais so os bens e servios passveis de tal
consumo turstico, torna-se uma empreitada perturbadora, lembra-se
que existem produtos que, criados para a populao local, so
consumidos pelos turistas, assim como existem produtos que so
criados com o objetivo de atender a entrada de turistas, mas podem,
igualmente, satisfazer as necessidades da populao local.
A produo no turismo determinada atravs dos bens e servios
congregados a outros fatores oriundos da atividade. A produo no
turismo , assim, uma conciliao de produtos ou, de acordo com Cunha
(1997), o conjunto dos elementos que, podendo ser comercializado,
direta ou indiretamente, motiva as deslocaes, gerando uma procura.
Os visitantes so atrados pelas produes tursticas de uma diversidade
de destinos que competem entre si para abrigar, ao mximo, elementos
que faam parte das motivaes tursticas.
As caractersticas da produo no turismo so dotadas de
personalidade prpria, diferenciada de outras produes, pois, se
desenvolve de maneira peculiar e aborda aspectos no encontrados em
outras atividades, muito embora enfrente os mesmos problemas de
escassez de recursos presentes em outras produes.
Dentre os aspectos destacados pelo Ministrio, possvel a formulao
de produtos que sejam interessantes do ponto de vista do turismo.
De acordo com Ignarra (2003, p.50) o produto turstico formado por
seis componentes: bens, servios, servios auxiliares; recursos;
infraestrutura e equipamentos; gesto; imagem da marca; e preo.
Assim, os bens e servios so a matria-prima para o
desenvolvimento da atividade turstica e so compostos por: produtos
de alimentao, materiais esportivos e de limpeza, servios em geral
(receptivo, hospitalidade, informao etc.). J os servios auxiliares
complementam estes ltimos e so formados por: viagem, alojamento,
alimentao, atraes, comrcio, indstria, lavanderias, livrarias,
cinemas, locadoras de veculos, guias de turismo, organizadores de
eventos, dentre outros (IGNARRA, 2003).
Planejamento e projeto turstico No planejamento turstico, as
leis necessrias para o desenvolvimento
de infraestrutura bsica destinada ao bem estar do turista e
tambm da populao local, que os recebe, de responsabilidade do
Estado, assim como a conservao, proteo e preservao do patrimnio
ambiental, seja ele natural, cultural e psicossocial (RUSCHMANN
1999, p.84).
Para um bom resultado do planejamento de turismo, o mesmo deve
envolver mo de obra especializada, capaz de realizar os passos do
processo, tais como a investigao e estudo de casos, definir as
polticas e processos de implementao do programa, prever os recursos
oramentrios e de pessoal, elaborar a escala metodolgica de execuo
das tarefas, administrar a realizao das tarefas e obras, fazer a
reviso constante do
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processo e refaz-lo quando necessrio. Por estas mltiplas
tarefas, o planejamento deve ser realizado por uma equipe
envolvendo capacidades tcnicas e administrativas especficas da rea
(BRASIL, 2010).
Nesse sentido, torna-se relevante verificar a viso de Ruschmann
(1999), que relata que o planejamento turstico pode abranger os
nveis internacional, nacional, regional e local, devendo ser
observadas as regies geograficamente homogneas e no os limites
poltico-administrativos, como por exemplo, a regio amaznica que
envolve estados brasileiros e pases da Amrica do Sul, ou das
Cataratas do Iguau que envolvem o Brasil e a Argentina.
Na elaborao do planejamento recomendada a assinatura de acordos
que definam a manuteno e preservao dos recursos tursticos. Ao
tratar dos nveis de planejamento, Ruschmann (1999) nomeia que no
nvel local o planejamento deve legitimar, entre outras coisas, as
zonas industriais e de comrcio.
Influenciado, principalmente, pelas transformaes advindas da
globalizao econmica, o mundo vem passando por densas e aceleradas
transformaes no mbito social, econmico e cultural, alm das
redefinies geopolticas e do avano cientfico e tecnolgico. Como
consequncia, ocorre o aumento da concorrncia nos setores julgados
como empresariais.
A partir desse panorama, determinados fatores categricos ou
exigenciais para o sucesso se destacam: a agilidade, a capacidade
de adaptao, o poder de inovar de forma rpida e eficiente, e o
potencial de aprimoramento contnuo sob grandes restries de recursos
(PROMON, 2011).
Contrapondo a essas declaraes, fortalecem-se os sistemas de
gerenciamento de projetos, como forma de administrar os
empreendimentos transitrios, nicos e multifuncionais, que
caracterizam o processo de implementao de estratgias, inovao,
adequao e aperfeioamento.
Boulln (2002) define projeto turstico como qualquer atividade
humana que se desenvolve no momento atual, presente, visando uma
consequncia no futuro, utilizando a capacidade humana de previso de
possveis resultados de suas aes, que podem ser vinculadas a
princpios ideolgicos ou prticos questes mais complexas vinculadas a
solues de problemas operacionais.
Sobre a origem de ideias geradoras de projetos, no h uma ttica
determinante para a consagrao da mesma, que pode vir
espontaneamente ou, ainda como uma consequncia de um plano.
A Ilha do Medo A Ilha do Medo (Figura 1) localiza-se a Noroeste
da Ilha de So Lus, e
um pouco mais que seis quilmetros de distncia do bairro da Praia
Grande, onde se localiza o Centro Histrico da cidade, esta uma das
vrias outras ilhas que compem o Golfo Maranhense.
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Santos, S.R.; Pinto, P.A.; Santos, P.C.
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Chega-se Ilha, somente atravs de via martima, com embarcaes de
pequeno porte, como canoas, igarits, jangadas, catamars, entre
outras. As sadas de tais embarcaes se do atravs dos portos de
pequeno porte, como da Ponta da Espera/Terminal Hidrovirio,
localizado no centro histrico de So Lus. A travessia demora um
tempo mdio de dez a trinta minutos, dependendo da embarcao e do
ponto de partida da mesma. O trajeto feito pela embarcao saindo da
praia da Ponta DAreia, o tempo do percurso foi de 27 minutos.
Figura 1: Vista area da Ilha do Medo. Fonte: Google (2011).
Figure 1: Aerial view of Ilha do Medo. Source: Google (2011).
Com a presena de mata fechada, como babauais que so responsveis
pela principal atividade de subsistncia da Ilha, a extrao de babau,
alm da pesca e agricultura, a ilha possui ainda mangues, vegetao de
praias, rvores frondosas de mata capoeira e capoeiro, alm de uma
variedade de solo que vo do argiloso a arenoso, variando de acordo
com a topografia local.
Com relao fauna encontram-se espcies como tatu, paca,
bem-te-vis, sabis, dentre outras e espcies tpicas de regies de
mangue como insetos, peixes, moluscos, crustceos (camaro,
caranguejo, siri) e aves como garas, guars, dentre outros. A
maioria dessas espcies serve de alimento e renda para a prpria
populao.
Possui ainda um farol da marinha, localizado no alto da Ilha, o
qual os moradores so os responsveis informais, porm, o mesmo se
encontra desativado por cerca de seis meses desde a realizao da
pesquisa em novembro de 2011.
Hoje a ilha conta com a moradia de doze famlias, possuindo doze
casas no total, as quais os moradores revezam suas moradias na ilha
do Medo e na cidade de So Lus, devido s necessidades dos
componentes mais novos da famlia, que a ilha no supre, como
escolas, empregos fixos, entre outros.
De acordo com os relatos do senhor Manoel da Silva de 64 anos,
um dos moradores mais antigos e assduos da ilha do Medo, o local
comeou a
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a cidade de So Lus
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ser habitado pela famlia do senhor Raimundo Nonato Santos Alves,
56 anos que j habita a ilha h mais de 40 anos.
Manoel da Silva, juntamente com sua famlia, vieram do municpio
de Cajapi (MA) e acabaram chegando ilha do Medo por motivos de
trabalho com a pesca, onde deram incio ao povoamento junto com a
famlia do seu Raimundo Nonato Santos Alves. Atualmente moram duas
famlias no local (Figura 2), em residncias diferentes, uma de
Manoel da Silva e outra que pertence ao seu irmo.
Figura 2: Famlia de pescadores. Fonte: Produo da autora. Figure
2: Family of fishermen. Source: Production of the author.
Com poucos habitantes, a Ilha no dotada de infraestrutura bsica
adequada, carente em todos os aspectos, o que nos leva a concluso
da dificuldade de moradia e visitao ao lugar, que no possui energia
eltrica, rede de esgoto, nem gua encanada, que na improvisao, os
oradores conseguiram pequenos poos e fontes para abastecer toda a
ilha.
O abastecimento da ilha tambm realizado atravs de captao de gua
no poo localizado na Ponta da Espera, pois a gua da ilha j no se
encontra em plenas condies de uso, pois, segundo o morador Raimundo
Nonato, uma espcie de planta cultivada prximo aos poos fez com que
a gua dos mesmos ganhasse uma cor avermelhada, causando receio nos
moradores para utilizao da gua para beber e cozinhar.
Durante as entrevistas, verificaram-se trs insatisfaes bsicas
dos moradores quanto a ilha, a primeira trata do julgamento de
procedncia da ilha, se a mesma pertence a cidade de So Lus ou
Marinha, que dita as regras na ilha, como o nmero de casas e
moradores; a segunda insatisfao trata da presena da empresa Vale,
que vem ampliando sua abrangncia na rea e, segundo os moradores, os
prejudicando quanto a pesca, pois, com a ampliao da mesma e a
presena de minrio, hoje no h uma quantidade suficiente de peixes
para a prtica da pesca de subsistncia, forando os mesmos a criar
outras espcies na ilha, como a galinha, boi, pato e porco; a
terceira insatisfao a falta de interesse de rgos pblicos em
melhorar a infraestrutura da ilha.
Sobre a visitao, realizada principalmente por pesquisadores,
bilogos, gelogos, universitrios e pessoas que procuram novas
alternativas. Na verdade a ilha um pedao de terra ainda inexplorado
pelas
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Santos, S.R.; Pinto, P.A.; Santos, P.C.
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agncias de turismo. Entretanto, de acordo com o relato do Senhor
Manoel da Silva, a ilha j foi mais frequentada h pelo menos cerca
de dez anos atrs, quando famlias de visitantes iam de So Lus e
permaneciam o final de semana, gerando renda aos moradores.
Foi verificado o desejo dos moradores em receber turistas na
ilha, de acordo que seja de forma ordenada, sem perturbaes aos
moradores e a prpria ilha.
Metodologia O incio da pesquisa realizou-se atravs de um estudo
a partir da
obteno de informaes por meio de pesquisa bibliogrfica. Segundo
Ander-Egg (1978, p.28), a pesquisa um procedimento reflexivo,
sistemtico, controlado e crtico que permite descobrir novos fatos
ou dados, relaes ou leis no campo atual do conhecimento humano.
A pesquisa tem carter descritivo que na viso de Pizam (1994,
p.97) conceitua como a descrio sistemtica, objetiva e precisa das
caractersticas de uma determinada populao ou rea de interesse e
apresentao de abordagem qualitativa. A partir desta anlise foi
estabelecido um carter de proposta pesquisa, a qual tem como
objetivo apresentar solues para algum tipo de problema
organizacional j diagnosticado, anteriormente, buscando um estudo
de viabilidade de planos alternativos, de concepo e implementao,
para a soluo de problemas organizacionais (MARTINS; LINTZ,
2000).
O local de execuo da pesquisa deu-se na cidade de So Lus, uma
Ilha pertencente costa martima da cidade, conhecida como Ilha do
Medo. O universo estudado foi formado pelos responsveis dos
atrativos tursticos e a amostra deu-se por acessibilidade, ou seja,
os elementos foram selecionadas pela facilidade de acesso a
eles.
Os instrumentos da coleta de dados foram observao e a
entrevista. Neste trabalho foi utilizada a semiestruturada, que
aquela em que o entrevistador formata previamente as perguntas,
seguindo um roteiro, porm sem estar preso a ele, as perguntas
feitas ao entrevistado so determinantes (MARCONI, 1999).
Quanto a observao esta deu-se mediante roteiro preliminar, onde
se equipamento fotogrfico para resultar em documento de pesquisa. A
coleta de dados relacionados anlise das localidades mencionadas
acima, ocorreu, tambm, atravs da observao e anlise do local e seu
entorno, com auxlio do equipamento fotogrfico para resultar em
documento de pesquisa. A pesquisa emprica foi realizada em novembro
de 2011.
Proposta para a Ilha do Medo O termo turismo de sol e praia
passou a ser empregado para uma
variedade de ambientes, considerando-se como praia a rea situada
ao longo de um corpo de gua, constituda comumente de areia, lama ou
diferentes tipos de pedras, abrangendo as praias martimas, fluviais
e lacustres (margens de rios, lagoas e outros corpos de gua doce) e
praias artificiais
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a cidade de So Lus
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(construes similares s praias naturais beira de lagos, represas
e outros corpos d gua) (BRASIL, 2009).
O segmento de sol e praia est associado ao nmero de horas de sol
anual dos lugares, o que gera uma concentrao muito grande de
turistas nacionais ou internacionais nos destinos nas pocas de mais
sol.
Historicamente, o segmento tem sido associado ao turismo de
massa, por concentrar um grande nmero de pessoas na mesma poca e em
um s lugar. Apresenta altas taxas de sazonalidade, o que traz, como
consequncia, uma demanda concentrada nos meses de vero ou estiagem
(no caso das praias fluviais) e em perodos de frias ou feriados
prolongados (BRASIL, 2009).
Constituir um perfil nico do turista de sol e praia um desafio,
pois este segmento est coligado a um circuito de atividades e
dinmicas distintas ao longo do territrio. importante entender os
princpios bsicos da eleio da destinao entre os distintos grupos de
consumidores, caracterizando, assim, as necessidades, desejos e
satisfaes de cada grupo, de forma detalhada (BRASIL, 2009).
So percebidas so algumas caractersticas comuns aos turistas e
usurios do segmento de sol e praia, motivados pelo desejo de
descanso, prticas esportivas, diverso, novas experincias e busca de
vivncias e interao com as comunidades receptoras.
Vrias acepes tm sido utilizadas para o segmento de sol e praia,
mas para fins de formulao de polticas pblicas, considera-se o
segmento denominado como: Turismo de Sol e Praia constitui-se das
atividades tursticas relacionadas recreao, entretenimento ou
descanso em praias, em funo da presena conjunta de gua, sol e
calor.
A partir da anlise do segmento, percebe-se a potencialidade da
Ilha do Medo em receber um projeto turstico voltado para as
caractersticas do turismo de Sol e Praia, pois, possui um ambiente
propcio a recreao e lazer, alm do favorecimento do clima do estado
do Maranho que permite um grande perodo referente a sazonalidade, j
que possui o clima vero como predominante.
A proposta se daria em melhorias a infraestrutura bsica como
energia, rede de esgotos ou processos alternativos de manejo de
resduos, afim de facilitar a estadia do turista na Ilha. A
capacitao dos moradores para a prtica de atividades relacionadas ao
turismo, como um guia local que auxilie algumas atividades j
existentes na ilha, como as trilhas locais para visitao ao farol e
visitar as praias que rodeiam a ilha.
Outra capacitao dada aos moradores pode ser relacionada a rea de
culinria tpica (Figura 3) do estado do Maranho, para que a partir
da a atividade possa render lucros a comunidade local.
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Figura 3: Culinria local. Fonte: Produo da autora. Figure 3:
Local cuisine. Source: Production of the author.
So consideradas atividades tursticas o conjunto de atividades e
servios gerados em funo do turismo, ou seja, no caso do turismo de
pesca, da viabilizao da prtica da pesca amadora aos indivduos que
se deslocam a partir de sua residncia habitual (BRASIL, 2009). Esse
conjunto envolve a oferta de equipamentos, produtos e servios, tais
como:
a) Operao e agenciamento servios de operao de viagens, excurses,
organizao, contratao e execuo de programas ou itinerrios, alm de
recepo e assistncia ao turista;
b) Transporte servios de deslocamento de pessoas ou carga em
veculos ou embarcaes at as regies de pesca;
c) Hospedagem hotel, camping, barco-hotel, pousada, dentre
outros; d) Alimentao servios culinrios ofertados nos barcos de
apoio
pescaria, restaurantes, cafeterias, bares e similares; e) Recepo
e conduo guias e condutores de turismo especializados no
segmento e conhecedores dos pontos de pescaria, responsveis por
acompanhar, orientar e transmitir informaes a pessoas ou
grupos;
f) Eventos competies de pesca, palestras, festas, encontros
relacionados ao tema;
g) Material para pesca iscas, varas, molinetes etc.; h) Outras
atividades complementares que existam em funo do turismo
(BRASIL, 2009, p.140).
Aps compreender a definio do termo atividades tursticas quando
inserido ao conceito de turismo de pesca, resta refletir sobre o
termo pesca amadora.
O IBAMA (2009) define a pesca amadora como aquela praticada por
brasileiros ou estrangeiros com a finalidade de lazer, turismo e
desporto, sem finalidade comercial. (Art. 2 da Portaria N4, de 19
de maro de 2009). A pesca amadora, portanto, no envolve,
necessariamente, a devoluo do peixe gua, atitude relacionada ao
conceito de pesca esportiva.
A pesca esportiva uma modalidade da pesca amadora em que
obrigatria a prtica do pesque e solte, sendo vedado o direito cota
de transporte de pescados, prevista na legislao. Portanto, ela diz
respeito a uma modalidade em que se devolvem gua todos os peixes
capturados por
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meio da prtica do pesque e solte, possibilitando a sua
sobrevivncia (BRASIL, 2009).
Em ambos os casos, o conhecimento e o respeito legislao vigente
so fundamentais para que a atividade no se transforme em um
problema para o turista de pesca. Nesse sentido cabe, aos
fornecedores dos servios tursticos prestarem as informaes
necessrias ao turista, visando garantir o respeito legislao.
A pesca esportiva pode ser outro segmento a ser abordado na ilha
(Figura 4), j que a mesma possui potencial para a atividade, se
tratando de ilha, possui locais que podem ser adaptados afim de
proporcionar maior segurana ao visitante. A construo de um per,
para captao de embarcaes pode ser prolongado afim de estabelecer
locais para o praticantes da pesca na localidade. O per poderia ser
localizado no lugar em que as embarcaes costumam desembarcar os
passageiros (Figura 5).
Figura 5: Prtica da pesca esportiva. Fonte: Produo da autora.
Figure 5: Practice of sport fishing. Source: Production of the
author.
Figura 5: Sugesto de local para o per na Ilha do Medo. Fonte:
adaptado de Google (2011). Figure 5: Suggested location for the
pier in Ilha do Medo. Source: adapted from Google (2011).
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A capacitao dos moradores para servirem de instrutores de pesca
de fundamental importncia, devido gerao de renda para as famlias
residentes na localidade, alm de estabelecer um contnuo contato com
uma atividade caracterstica da comunidade, assim preservando-a.
Podem ainda, os produtos e servios estabelecidos na prtica do
turismo de base comunitria que , ainda, um segmento pouco
conhecido, cientificamente, entretanto tem sido visvel como um
campo de estudo e como uma atuao mais efetiva por parte do poder
pblico, no que tange incentivos:
[...] em maio de 2008, foi anunciado publicamente o lanamento do
Edital 01/2008 do Ministrio do Turismo voltado para o financiamento
especfico de projeto de Turismo de Base comunitria. Embora no se
possa definir como uma poltica pblica federal, esse foi um marco
das primeiras aes do poder pblico federal em apoio a um outro
modelo de turismo onde as populaes tradicionais, os trabalhadores
rurais, os pescadores, os representantes das culturas indgenas so
os principais protagonistas (MINISTRIO DO TURISMO, 2009b,
p.15).
Assim, o turismo comunitrio entendido por toda configurao de
organizao empresarial amparada na particularidade e na autogesto
sustentvel dos recursos patrimoniais comunitrios, assim como as
tcnicas de colaborao e igualdade no ambiente de trabalho e na
distribuio dos benefcios gerados pelos servios tursticos, com a
particularidade do turismo comunitrio, sua dimenso humana e
cultural e o objetivo de incentivar o dilogo entre iguais e
encontros interculturais de qualidade com nossos visitantes, na
perspectiva de conhecer e aprender com seus respectivos modos de
vida (BRASIL, 2009b)
Fundamentado em princpios de solidariedade, o turismo comunitrio
est entre as atividades que movimentam a localidade juntamente com
a comunidade, por no se tratar de concorrncia, adversrios, e sim
utilizar a comunidade com um todo, como empreendedores e
protagonistas do local (ECODESENVOLVIMENTO, 2011).
A partir destes conceitos sobre o turismo de base comunitria,
pode-se, tambm, adequar as atividades j citadas acima para a
qualificao do turismo nesta nova temtica, ainda no oficial, do
Ministrio do Turismo, como a atividade da pesca, culinria local,
trilhas, entre outras atividades, prezando sempre pela
sustentabilidade ambiental e social da localidade.
Concluso A fim de permitir a conduo apropriada da utilizao do
turismo, faz-
se necessria a incorporao do planejamento e projeto turstico
como instrumentos de organizao e estruturao de espaos tursticos. O
planejamento e os projetos so os meios pelo quais se pode elaborar
e direcionar polticas pblicas com o intuito de regularizar e
melhorar o
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a cidade de So Lus
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aproveitamento do turismo, independente de qual seja sua
utilizao. Permite ainda a construo de cenrios e futuros desejados
pelos seus idealizadores.
No mbito municipal a relao da economia do turismo com a
necessidade de planejamento da atividade torna-se visvel, pois
nesta unidade territorial que se encontram efetivamente os recursos
tursticos e os atrativos que possibilitam o interesse e as
deslocaes dos turistas. A interveno dos municpios nas polticas de
desenvolvimento do turismo torna-se, assim, imprescindvel e
fundamental para promoo e ampliao dos benefcios da atividade
turstica local.
A cidade de So Lus (MA), por sua vez, possui os recursos e o
potencial turstico necessrios para fomentao da atividade turstica
na localidade. No entanto, alguns atrativos ainda no foram mapeados
ou simplesmente no foram transformados em produtos, por isso, neste
trabalho, utilizou-se de alguns atrativos e props-se a formatao dos
mesmos como novas opes para os roteiros da cidade.
Para que um destino turstico mantenha-se competitivo necessrio
que inove cada vez mais, pois a concorrncia no mercado nacional e
internacional alta. Alm disso, a qualidade exigida hoje pelo
turista deve ser refletida no produto formatado.
Dessa maneira, espera-se tambm contribuir para o melhor
posicionamento do destino So Lus, juntamente com os produtos
tursticos formatados no mercado e para o atendimento s novas
demandas do turista.
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ago-out 2014, pp. 444-461.
Saulo Ribeiro dos Santos: Universidade Federal do Maranho, So
Lus, MA, Brasil. E-mail: [email protected] Link para o
currculo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6334574563260950
Paloma Arajo Pinto: Universidade Federal do Maranho, So Lus, MA,
Brasil. E-mail: [email protected] Link para o currculo
Lattes: http://lattes.cnpq.br/7904283579429076
Protsio Czar dos Santos: Universidade Federal do Maranho, So
Lus, MA, Brasil. E-mail: [email protected] Link para o currculo
Lattes: http://lattes.cnpq.br/8366575648240693
Data de submisso: 02 de julho de 2012
Data de recebimento de correes: 02 de julho de 2012
Data do aceite: 25 de julho de 2014
Avaliado anonimamente