REVISTA publicação mensal da construção civil - ano 2 - nº 15 - maio de 2005 As dúvidas sobre especificação, instalação e manutenção são freqüentes para quem constrói. Aprenda a escolher o piso ideal para cada ambiente. PISOS PISOS
REVISTA
p u b l i c a ç ã o m e n s a l d a c o n s t r u ç ã o c i v i l - a n o 2 - n º 1 5 - m a i o d e 2 0 0 5
As dúvidas sobre especificação, instalação e manutenção são freqüentes para quem constrói.
Aprenda a escolher o piso ideal para cada ambiente.
PISOSPISOS
Maio de 2005 Revista Obras on Line
Energia
Maio de 2005 Revista Obras on Line15
Ao bater recordes consecutivos e se aproximar dos US$ 60, a cotação do barril de petróleo vem alarmando economias de todo o mundo. O motivo, tanto da alta no preço quanto da preocupação dos especialistas, é simples: a economia global vem crescendo sistematicamente nos últimos 100 anos, pois a população mundial cresce a cada dia, criando sistematicamente novas demandas, como fraldas descartáveis e telefones celulares, que, para serem produzidos, necessitam de petróleo, seja em forma de energia ou como matéria-prima.
Em algumas décadas – a maioria de nós verá isso acontecer – a humanidade não contará com a fartura das fontes energéticas não renováveis: petróleo e gás natural. Seja pelo simples esgotamento ou por restrições ambientais em resposta às mudanças climáticas acentuadas que poderão colocar em risco toda a vida do planeta.
Os parágrafos acima são pessimistas? Aposto que pensaram em várias alternativas como as hidrelétricas, o álcool, as células de hidrogênio, a energia solar, os moinhos
carbono pela decomposição de matéria orgânica alagada nas represas – Tucuruí é um grande exemplo –, causam prejuízos socioambientais em suas imensas áreas alagadas, como mudanças climáticas regionais, mudanças de cidades inteiras, destruição de sítios arqueológicos e da biodiversidade.
outro país tem, ao mesmo tempo, condições propícias e terras disponíveis para o plantio de cana-de-açúcar – fonte mais efi ciente – como o Brasil. Entretanto, além de gerar resíduos, como o temível vinhoto, no caso do álcool de cana, a área de plantação necessária para suprir as necessidades mundiais seria grande demais, inviabilizando o plantio de alimentos.
A energia solar ainda é inviável economicamente, pois é gerada por meio de células fotovoltaicas, cujo custo de instalação e manutenção é cerca de cinco vezes maior que a energia convencional. A efi ciência de absorção é hoje de 12%, o que permite gerar cerca de 200 Kwh por m2/ano, em países temperados, e cerca de 50% mais em países tropicais. Sabemos que o maior uso reduzirá seu custo a patamares competitivos. Mas, embora a operação dos painéis seja limpa, utiliza-se silício puro na confecção das células fotovoltaicas e alumínio na confecção dos painéis – dois materiais cuja produção consome muita energia e gera poluição.
E s c a s s e z e n e rg é t i c aRacionalizar o consumo é a saída imediata
A energia eólica é mais barata e competitiva, mas também tem seus limites. Não é confi ável em todas as regiões do globo, e usá-la em larga escala signifi ca também cobrir extensas áreas com moinhos de vento. Também é fi nita e não acompanharia um aumento signifi cativo da população mundial.
Já as células de combustível, movidas a hidrogênio, ainda estão engatinhando, são caríssimas e necessitam de fontes geradoras de hidrogênio, como o etanol. Nesse caso, caímos no mesmo caso dos biocombustíveis. Destaca-se ainda que o hidrogênio é uma forma de armazenar e distribuir energia, não de produzi-la.
Não resta dúvida de que há investimentos mundiais em todas essas fontes renováveis de energia. Porém, analisando friamente, se não racionalizarmos hoje a energia que temos, seja reduzindo o consumo por meio de soluções arquitetônicas que poupem a energia na iluminação ou refrigeração de casas e escritórios, ou racionando o uso da energia como no recente “apagão”, ou mesmo utilizando as alternativas citadas acima, em que elas são mais competitivas, corremos sérios riscos de esses e de futuros projetos não se tornarem efi cientes e viáveis a tempo.
Eng. M. Sc. Clémenceau Chiabi Saliba Jr.Professor de Engenharia Civil da PUC Minas
Diretor Técnico Adjunto do Instituto Mineiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (IBAPE-MG)
E-mail: [email protected]
Usinas hidrelétricas: a “energia limpa” é uma ameaça aos ecossistemas das fl orestas brasileiras
Usina Hidrelétrica de Tucuruí,no rio Tocantins, no Pará
Foto
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Usina Termelétrica de Candiota no Rio Grande do Sul
Coletores solares em teste para certificação
Maio de 2005 Revista Obras on Line
Energia
Maio de 2005 Revista Obras on Line15
Ao bater recordes consecutivos e se aproximar dos US$ 60, a cotação do barril de petróleo vem alarmando economias de todo o mundo. O motivo, tanto da alta no preço quanto da preocupação dos especialistas, é simples: a economia global vem crescendo sistematicamente nos últimos 100 anos, pois a população mundial cresce a cada dia, criando sistematicamente novas demandas, como fraldas descartáveis e telefones celulares, que, para serem produzidos, necessitam de petróleo, seja em forma de energia ou como matéria-prima.
Em algumas décadas – a maioria de nós verá isso acontecer – a humanidade não contará com a fartura das fontes energéticas não renováveis: petróleo e gás natural. Seja pelo simples esgotamento ou por restrições ambientais em resposta às mudanças climáticas acentuadas que poderão colocar em risco toda a vida do planeta.
Os parágrafos acima são pessimistas? Aposto que pensaram em várias alternativas como as hidrelétricas, o álcool, as células de hidrogênio, a energia solar, os moinhos
carbono pela decomposição de matéria orgânica alagada nas represas – Tucuruí é um grande exemplo –, causam prejuízos socioambientais em suas imensas áreas alagadas, como mudanças climáticas regionais, mudanças de cidades inteiras, destruição de sítios arqueológicos e da biodiversidade.
outro país tem, ao mesmo tempo, condições propícias e terras disponíveis para o plantio de cana-de-açúcar – fonte mais efi ciente – como o Brasil. Entretanto, além de gerar resíduos, como o temível vinhoto, no caso do álcool de cana, a área de plantação necessária para suprir as necessidades mundiais seria grande demais, inviabilizando o plantio de alimentos.
A energia solar ainda é inviável economicamente, pois é gerada por meio de células fotovoltaicas, cujo custo de instalação e manutenção é cerca de cinco vezes maior que a energia convencional. A efi ciência de absorção é hoje de 12%, o que permite gerar cerca de 200 Kwh por m2/ano, em países temperados, e cerca de 50% mais em países tropicais. Sabemos que o maior uso reduzirá seu custo a patamares competitivos. Mas, embora a operação dos painéis seja limpa, utiliza-se silício puro na confecção das células fotovoltaicas e alumínio na confecção dos painéis – dois materiais cuja produção consome muita energia e gera poluição.
E s c a s s e z e n e rg é t i c aRacionalizar o consumo é a saída imediata
A energia eólica é mais barata e competitiva, mas também tem seus limites. Não é confi ável em todas as regiões do globo, e usá-la em larga escala signifi ca também cobrir extensas áreas com moinhos de vento. Também é fi nita e não acompanharia um aumento signifi cativo da população mundial.
Já as células de combustível, movidas a hidrogênio, ainda estão engatinhando, são caríssimas e necessitam de fontes geradoras de hidrogênio, como o etanol. Nesse caso, caímos no mesmo caso dos biocombustíveis. Destaca-se ainda que o hidrogênio é uma forma de armazenar e distribuir energia, não de produzi-la.
Não resta dúvida de que há investimentos mundiais em todas essas fontes renováveis de energia. Porém, analisando friamente, se não racionalizarmos hoje a energia que temos, seja reduzindo o consumo por meio de soluções arquitetônicas que poupem a energia na iluminação ou refrigeração de casas e escritórios, ou racionando o uso da energia como no recente “apagão”, ou mesmo utilizando as alternativas citadas acima, em que elas são mais competitivas, corremos sérios riscos de esses e de futuros projetos não se tornarem efi cientes e viáveis a tempo.
Eng. M. Sc. Clémenceau Chiabi Saliba Jr.Professor de Engenharia Civil da PUC Minas
Diretor Técnico Adjunto do Instituto Mineiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (IBAPE-MG)
E-mail: [email protected]
Usinas hidrelétricas: a “energia limpa” é uma ameaça aos ecossistemas das fl orestas brasileiras
Usina Hidrelétrica de Tucuruí,no rio Tocantins, no Pará
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Usina Termelétrica de Candiota no Rio Grande do Sul
Coletores solares em teste para certificação