"A~aparencias do peeler: a paz no kudo 2.51 NotAs 26.5 i ;i A HJ)11AN (;A IM ATERIA l Prefaclo" 227 HISTORIA AO RES-DO-CHAo 1. Aos leitores que esperam de um Iivro de historia algo mais do que . u ma n ar ra ti va e nv ol ve nt e, u m e xo ti smo p re vi sf ve l, 0 e co c le s ua p ro pr ia .nostalgia, A h eran ca imaterial deve ria prop orci onar os pra ze res sutis e cornplicados de urna experiencia intelectual. 0 livre n50 lhes propoe na da menos do que a ssoc ia-l os ~' L r ef le xa o d e u m h is to ri ad or a procura 'de sell obj eto . Na da me nos pretensioso, n ada ma is ambici oso t ambem .do que este pequeno l ivro, cujo primeiro me rito enos o fe re ce r a c ha nc e de UIll verdadeiro depayscment. Chance por demais rara pam nao ser .aproveitada, A obra foi traduzida para 0 frances quatro anos depois de sua pu- bl ica ca o em i ta lia no co m 0 titulo Eeredita immateriale. A he ranc a i ma - t er ia l a nu nc ia da p or e ss a f or mu la c ri sr al in a e s ec re ta e, c omo l og o s ab e- r em os , a d o p ode r no i nt er io r d e l im a c om un id ade r ur al r ei ns er ida em s eu s d iv er so s c on te xr os . T er er no s o ca si ao de voltar a isso. Mas e conve- ni ente l emb rar que 0 l ivro foi publicado na c ole ca o "Mic rostori e" (Mi- c ro -h is to ri as ), q ue se u a ut or , G io va nn i Le vi , d ir ig e c om C ar lo G in zb ur g Lh44h Levi, Giov~lIlnl " P' -- A 1}(.'r;111~a m"tcri~l\; t r: lj e(J ri ;\ dc. urn C~(~~Clst~~~ 1~s \ .~ I XVIlI Giov;lImi LeVI:' prcbuo lit. J.\cqIlC. mom!.! l 0 SCL~ 0 . J -a d e O llvc lr;\. _ R io de Revel; r r ad n . ;' w Cynrlll;l l\I,nqncs janeiro: C i \ ' il i z ;\ ~ : i () Br:1sHc\r~1, 2tHlO. 272p, ISBN: XS_2(10-0497-tl , S" Is XVlIl' XVllL 1 C h it s: ), GU\l;\I1 B:.trtlsm - ~ccu () , , • r.. I T. _ H is r6ri :l - S (o cu \oX Vl 1. 3.Cura 2. ExorLlsmo - r;1 tu . " '. XVH 4 lt~ii;\~ " I It ',I',,,- Hl~[Ona - Scculo .' cspmtu:l - •.• . H i !\ (l rh \ - S (: cu t o X V l1 . 1. Tirulo. _ ~ . CDD- 94.>.!)7 CDU-94S • E sr c p r ef ac io f oi p ub li ca do n a e di ~[ lO f ra nc es a c om ( ) t it ul o " L'h is ro ir e all ras du sol" P a ri s, E d it io ns G a ll im a r d, 1 9 89 . 6 7
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REVEL, Jacques. Prefácio. A Herança imaterial. A história ao rés-do-chão
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5/10/2018 REVEL, Jacques. Prefácio. A Herança imaterial. A história ao rés-do-chão - slidepdf.com
desde 1980 na editora tur inense E in au d i. 0 livro adquire sentido dentro
d e urn proje to conjunto pa ra cuja f ormu la< ; ao e i lus t ra<;ao contr ibuiu, e
ao qual deve ser relacionado,
A micro-historia nasceu a parti r de urna serie d e proposras enuncia-
das ha dez au quinze allos POl' urn grupo de historiadores it alianos de-
dicados a empreitadas comuns . Nao constitui absolurarnente uma tecni-
ca , menos a inda uma discipl inn, ao contrri rio do q u e pOl' vezes tentou-sefazer dela: uma opiniao historiogra fica avida ao mesmo tempo de novi-
clades e d e certezas, Deve na verda d e ser cornpreendida como lim sin-
torna: como um a rea~ao a u m m om ento esp ec ffic o d a historia social, c i agu:I, propoe reforrnular cerras exigencias e proceduuentos.Nso pareceu
imiti l evocar aqui os grandes tracos do deba te.
2. Hri mais de meio seculo, a imporrdnc ia da hisroria social niio para de
aumentar, ao rne smo tempo que parecia ser cnpaz de renovar incessan-
r em en te se tl~ o bj ero s e se us p ro cc dim en ro s, M esm o que, hoje, e la e s te j n
longe de ter invadido 0onjunro das pr.iticas historiograficas -;']0COlJ-
trario do que e por vezes afi rrnado com dernas iada complacencia, seja
par~ se alegrar Oll para bmentar -, e verdade que arnpliou seu territorio
de forma desmcdida. 0 sucesso dessa ruet. ifora espacial (ede horn grade
imperialism) s u g er e o s p r og r es so s d e um a disciplina iiqua l , durante rnui-
to tempo, nada parec ia poder resisti r. Eta nfio fo i capaz de unexur terri-
t(~ri~s c on sid er nd os, p or d ef in i< ;u o on tradicfio, ir re du tf ve is . o ure m , a
h is to ri a d a s c u lt ur es , h oj e, r al ve z, ,1 h.istoria politica?
Essn hist~ria t~llha por base in ic ia lr ne nr e u rn a conviccfio simples.
, Contra ( )Sm~lS .anngos habiros hisroriograficos, afirrnava que 0 destino
,co_lenvo ha:.l:l t ido mais peso d o que 0 d e st iu o d o s i nd i vf d u os , mesmo
. r ers o u h ero is, q ue as evolucoes macicas c ram as unicas capazes de des-: vendar 0 senrido ~ entenda-se a direcao e o significado - das trans-
f Ol :m a ~ 6e s d a s s oc ie d ad e s h u rn an as a tr av es do tempo. '1:11afirrnacao e
hoje banal, a t(;! ponro que nos e diffc il conceher que nao renha sido
sernpre assirn ..E no enranto recente , e inseparavel cia r eflexao que vern
sen d o c on du zid a pela s soc ied ad es d erno cniric as a seu proprio respeito
s
PREFAclO
ha dois seculos. Nao nos cabe aqui retracar sua historia, Lembremos
apenas que ela encontrou pontos de fixacao a partir do seculo XIX em
propostas de natureza muito diversa: no campo da anali se sociologies,
e cla ro, de Tocqueville a Marx e ele Durkheirn a Weber, m a s tambem em
uma reflexao psicologica desde entao esquec ida, ou ainda no romance,
para nao falar no ethos populista nunca desmentido do qual Miche let
permanece 0 profeta genial . De U111 pals a outro, segundo a forca e 0agenciarnento das tradicoes culturais nacionais , com descompassos ine-
vit aveis e atraves de forrnulacces algumas vezes muito diferentes tanto
pela argumentacao quanta pe lo tom, uma evolucao comparavel parece
rer imposto lenramente a conviccao de que nfioexis te his toria verdadeira
a nfio ser a do colet ivo.
Na Franca, como se sabe , foi 0movimento dos Annaics que, desde 0
final dos anos 20, se identif icou essencialrnente com essa inf lexf io his to-
riograf ca. Em seu nascimento hem como em suas reformulacoes , de nfio
pode ser separado de um conjunto de debates e de tensoes que arravessam
a v id a i nt el ec t un l f ra n c es a 11 0 seculo xx. 1 D e q ua lq ue r m od o, s eu su ce sso
catapultou osAnnales para rnuiro alcm das Ironreiras nacionais e transfor-m ou -es - ao prc \<\ e bern ve rd ade , de m uitos m al-en tend id os - em u m
d os term os d e referenda d o tra ba lh o h istoric o n o m u nd o. N Jo e portanto
abusive evocar em linhas gerais, a partir de seu excrnplo particular, as
consequencias para 0 trabalho dos hisroriadores acarretadas pela escolha
cia historia social. 0 privi lcgio dado ao grande mimcro, em derrimenro do"
singular, cxigia a invencao de fontes adequadas, on ainda urn novo trata- ,
m em o L ia s Io nre s r ra dic io na is, S up un ha ta ru ber n, e a o m esm o tempo, ()
ajuste de rratamentos adaprados aos materiais, na maior parte das vezes
iruperfei tos, conservados nos arquivos. A his toria dos procedirnentos de
q ua nr ific ac io e a qu ela , c om p le rn eu ta r, c bs fo rm a s d e c la ssific ac ao a in da
estfio inrcgralmente para set escritas. Elas nos interessarn aqui, sobretudo,pelas transforrnacoes que induz i r am .
Mencionarernos t rc s d e ss a s transforrnacoes principais, A primeira esta
di re tamente l igada ao proj cto de medi r os fenornenos socia is a partir de
indicadores simples 011 sirnplificados, A prirneira forma sa o os precos ou
a rcnda; depois os nfveis de for tuna e das dis tr ibuicoes profissionais, nas-
.!"
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cimentos, casamentos e falecirnentos; enf im, as assinaturas contadas em-
baixo dos atos notar iais ou documentos de estado civil , ou ainda clausulas
testamenreiras que permitiam reconstruir asatitudes de determinados gru-
pa s em relacao a morte. Reconhece-se, por tras desses exemplos escolhidos
dentre muitos outros poss iveis, alguns dos grandes sucessos da his toria
social f rancesa no ult imo meio seculo. Todos esses indices tern em comum
o desejo de extrair do documenro bruto uma propriedade, urn trace iso-lado cuja crf tica permita acornpanhar sua evoluqao atraves do tempo. Eles
podem em seguida ser aproximados uns dos out ros, suas corre lacoes po-
dem ser medidas, de forma que possam entrar na consti tuicao de modelos
mais ou menos complexos. Mas eles so sao pertinentes se permitirem
destacar da materia hist6rica lima realidade restrita e de natureza constan-
teo Trata -se de uma consra racao trivial, mas cujas consequencias para a
producao hisrorica nfio foram poucas.
o segundo dos efeitos evocados tambem remere a ambicao, que foi
ados fundadores dosAnnales, de uma hisror ia que se desviar ia do tinico,
, \~Io acidental , para invesr ir -se compleramenre no estudo das regular ida-
,. des - e, par que nao, das leis - do social. Aqui a referencia durkhei-rniana, retomada com vigor por Francois Simiand, e decisiva. Mas a
primazia dada a s regularidades, em detrimento do acidente, as repeti-
qaes em detr imento do incidente, perrnire sern diivida compreender por
que essa his tdria interessou-sz quase imediatamente pelos sistemas e pe-
las estabil idades , em vez de pela mudanca. His toria pesada, histor ia len-
ta, e que encontrou insrint ivarnente, nas sociedades pre-indus tr iais , em
urna Idade Media quase rni lenar e em uma modernidade que se estende
por mais de tres seculos, a Ionga duracao necessaria a execucao de seu
projeto, Tal escolha irnplicava, e clare, a remincia a um certo mimero
de objetos de estudo. Tarnbern servia de reconforto a conviccao de que
a iinica his roria imporrante escapava, para parafrasear uma celebre for-mula de Marx, ao conhecimento e, mais €linda, a vontade dos homens
cia historia.! 0 curto e mesmo ° medio prazo tornavarn-se, assim, de
di ffcil compreensao, Mas ha mais ainda. A va lorizacao diferenc ial dos
nfveis e dos r itrnos cia realidade his torica parecia, scm que isso fosse diro
de manei ra tao c lara, favorecer as evolucoes mais Iemas, no ponto delas
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Cl :
PREFAclO
tornarern-se praticamente indiscernfveis, A admiravel primeira par te de
'( 0 Mediterr/lneo, de Fernand Brandel (1947), nos deixou, depois dos
It ' Ii a co s o r ig ina is da h i st 6 ria ru ra l [ rance sa de Marc Bloch (1931L 0 pro-.'\~,
tot ipo de uma hisroriaestrutural de inicio atenta aquilo que nao mudava.
Mais perto de ~o;, 0sucesso da "historia imovel" de Emmanue l Le Roy
Ladurie (1973) junto a um publico que as vicissitudes da historia real,
a s do fim do crescimento e da crise economics mundial haviarn tornadocetico, da uma boa ideia do enraizamento de uma conviccao i rnplfcit a.?
Paradoxalmente, tude aconteceu como se oshisror iaclores se convences-
sem, de bom grado, que nas sociedades que estudavam nada acontec ia
realmente, ou talvez ate elas so fossem tao interessantes jus tamente por-
que nada acontecia.
Urna terceira grande transforrnacao remere rambern ao projeto cien-
tifico - alguns dirfio, sem indulgencia, cientista - que desde a origem
inspirou a ernpreitada dos Anna/es, ao mesmo tempo que a dinarnica de
uma pesquisa at iva, produtiva , segura de seus objet ivos e de seus recur-
sos. Bloch, Febvre e lima parte de sua geracao haviam aprendido com
seus mestres durkheirnianos que so existe obj eto de estudo consrruido. .arraves de procedimentos explicirados em funcao de uma hipotese dada,
' eem seguida submetido a validacao. Essas regras de metcdo elernenrares
foram respeitadas sempre? Sern duvida a his toria cia pesquisa e a historia
da consrrucao de objetos cada vez mais sofist icados . Os procedimentos
tomararn-se mais complexos e 1113iscontrolados. No entanto, ao mesmo
tempo, 0 cara ter experimental , hipotet ico desses obje tos foi a lgumas
vezes deixado de lado. Com frequencia f icou-se tentado a considera-los
como coisas, A evolucao da historia dos precos entre os rrabalhos do
, prirneiro Labrousse (1933) e os anos 60 e urn bom exemplo dessa ten-
dencia ao endeusamento dos recortes e das categorias, assim como 0 e ,
a u ma gera ca o de distancia, a h i s t6 r ia das classificacoes socioprofissio-, na is ou a das unidades espaciais de observacao.I A prioridade pareee ter
side dada cada vez mais a acurnulacao de dados class if icados de acordo
com categorias sedimentadas e 1150 cri ticadas, descri tas mais que anali
. sadas, e que pensa triunfar hoje com 0 estoque inforrnatizado de enor-
mes bancos de dados inertes, que deveriarn urn dia poder servir para
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tu do (o u seja , po ssiv elm ente , a na da ). T alv ez esse a ch ara men ro d a p es-
qu isa tam bern fa ca c om preend er q ue se tenh a, a fina l, refle tid o m uito
POlICO s ob re a s a rt ic u la s;o es i nt er na s c ia r ea lid a d e h is ro ri ca a ss im r ec o ns -
tituida. Duran t e muito t empo, contenrou-se em justapor seus diferentes
aspectos . Na tradicao dos Annales, sabe-se, a historia d o s g ru p os s oe ia is
entrou no molde proposto pela historia economica, e a s prirneiras ten-
t at iv as d e u rn a historia soc ia l d a c ultu ra , a pa rtir d a m eta de d os a nos 60 ,s ub m et er ar n-s e p or s ua v ez i ns tin ti va m en te a g ra d e d e l eit ur a s oc io ec o-
nornic a q ue lhe era oferec id a. Pod e-se ver a f m enos a influ enc ia d e u rn
marxisrno q u e, d ev id o a s u a p ro p ri a m e d io c ri d ac l e teorica e m n os so pais,
pro va velm enre n ao exerc eu u ma in flu enc ia d eterrn in an te na reflexa o
d os historiadores franceses, c l o q u e 0efeito d e u ma especie d e dormencia
e pi st em o lo gi ca q u e fo i e 01 11 00 c on tr ag olp e d e u m a p es qu is a s up er at iv a,
q ue m u lt ip lic ou su as a rea s d e interesse e su as c on qu ista s d ura nte q ua tro
ou c inco decadas.
3. Esse quadro c , naturalmente, tendencioso. Insiste nas dificuldades ouim pa sses d e u rn ernpreendimento generoso, inv en tivo , p od eroso e q ue
se revelo u d e u ma fec und id ad e su rp reen denre . N ao m en cio na ta mpo uc o
os esforcos, ind iv idu a i s Oll c o le ti vo s, p a ra repensar novarnente 0 proje to
e o s r ec u rs os d e U l1 1ah is ro ria s oc ia l p ro bl em a ti ca . N os p ro pr io sA n na le s,
e e m t orn o d eles , e sses e sfo rc os a pa rec era m , m esrn o se c on tin ua rn os c om
a irnpressao d e que e les ne m sernpre forum escutados c omo deveriam
t er sid o. T ra ra -se a qu i, a lia s, n fio d e fa ze r u m j ulga m en to , fa cil d er na is a
posteriori, m as sim a o c ontra rio d e c ornpreend er com o, a pa rtir d a p ro-
pria prat ica dos historiadores do socia l , nascerarn a s ref lexoes e a s exi-
genc ia s qu e esboc am h .1 c erc a d e d ez a nos u rn pon to enrico."
Ha r nu it o t em po a lgu m as p esso as vern denunc i ando 0 q ue c ha m a-
Ya m, d e m od o amblguo, "os cansacos d e C lio" - entenda-se a despro-
porcao e nt re o s a rd uo s tr ab alh os d a h isto ria q ua nt it at iv a e o s re su lt ad os
o bt ic lo s. M a s e em rorno d o fina l d es a nos 70 qu e a d u vid a pa rec e ins-
talar-se no seio d a corporacao. E enrao q ue L aw ren ce S ton e, gra nd e
pra t ic a nte c ia h isto ria soc ia l - se a lgu m d ia exist iu ta l co isa -- e urn d os
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PREFA c iO
,~
e dito re s d e Past and Presen t, profetiza a "volta d a na rra tiva " a o m esm o~} ,
tem po q ue ofereee um diagnostico pessimista e raivoso sobre 0 t rabalho
rea liza do por su a geracao d e h ist oria d ore s.? S e, a despeito d e su as apro-
xim ac oes e d e seu s eq ufv oc os, esse exa rn e d e c onsc ien cia teve ta rna nh a
rep erc ussa o interna cio na l, foi sem d uv id a porq ue S ton e fo i u m d os p ri-
m eiro s a fo rrn ula r, sem se p reoc up ar c om su tileza s, u m m al-esta r, q ues-
t oe s e sb oc a da s pOI' tod a pa rte, e rna is a ind a porqu e c onvid a va , a seum od o, a re flet ir so bre u rn m om en to c ia h is to rio gr afia .
o ot im ism o q ue h avia a nim ad o o s grandes empreendimentos d a p es-
q uisa , e q ue c ulrnina va c om a in trod uc ao d os m etod os infc rm at iza dos,
p ar ee e en ta o se o bsc ure ce r. A in da d ev e-se b usc ar u m a e xp lic ac ao p ara essa
m u da nc a rec en te . A ssin alern os a o m eno s q ue ela rernete a ordens d e ra -
c io cfn io m u it o d iv er sa s, A lg um a s d ela s s ao in te rn a s a disciplina , E provavelq ue m u itos h isto ria dores tenh arn t id o a sensa ca o d e u rn rend im en to d e-
c re sc en te d as v asta s p esq uisa s q ua nr ir at iv as d os a no s 1 96 ()-1 97 0 (m esm o
-que 0 esr ab ele cir ne nt o d os q uest io na rio s est iv esse , sc m d u vid a a lg um a ,
. m uito rn ais n a b er li nd a d o qu e a a bord agem pesa da propria mente d ira ).
. . A o rnesmo t empo, seus pr6prios avances empurravam a hisroria socia l em ~
. d irec ao a fo rm as d e esp ec ia liza ca o tec nic a d efin id as p or c om petenc ia s e
m u it as v ez es a ceit as c om o p re ssu po st os, O s Annales q uise ra rn c ria r e on - "~ ' "
dicoes para uma interdisciplinaridade maleavel . No entanto via-se 0 rea -D ,
·.i}. p a re c im e n to d e c ir c u ns c ri co e s bern d elim ita da s, c io sa s c le s u a n ov a a ut o-
·nom ia . A "historia t ot al" o u "historic g lo b al ", e ss a palavra d e ordern alga
·~'hebulosa mas apesar d e tu do empolgante e q u e havia impu l s ionado tres
g era co es d e p esq uisa do re s p are eia e sq uec id a e m p ro ! d e fo rm a s r na is rigi-
. ' d as d e institucionalizacao. E r a e vo ea c la entao d e rnaneira n os ra lg ic a . A o
·,rn esI1 10 te mp o, essa re nd en cia a o e sfa ce la m en to , a lia s p re visiv el, e n c on - ,'. '
. : t ra va -se reforc a da por u ma evolu ca o intelec tu al rna is p rofu nd a e m ais ,(
. . . ~ ·a m pla . E sse s m esm os a no s v ir ar n 0c ola pso d e g ra nd es p ara d ig ma s, p at ti . .
. ,. cularrnenre a s d o marxismo e d o estruturalismo, q u e , j u nt os ouem con-
_ .~ ; 'c ' or re n ei a , h~v ia l 1 1do;~i~"}·adoc 1 u ~: ;I ;t ef ;I gu ~ ' te ~p o a h is to ri a e a s c ie nc i as
~ oc ia is . C o m e le s a pa ga va -s e, a o m e no s p ro vi so ri am e nt e, 0 p ro je to , e ta l-
v ez a a m bic ao , d e u m a sin te se d os sa be re s s ob re a s so cie da des,
Deve-se acrescentar a essas razoes internas, q ue a qu i a pena s ev oc a-
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a profissao, 0 lugar no processo de producao etc.), as classificacoes in-
digenas, que par sua vez re tomam ant igos recorres, signifi cat ivos em sua
epoca (par exemplo, de acordo com 0 poder, a est ima , as diferentes
distribuicoes profissionais, de novo a fortuna etc .). Giovanni Levi nfio
ignora nenhuma das duas, e boa parte do enorme trabalho prosopogra-
fico que conduziu serviu a construcao de tais quadros descritivos -
mesmo que DUlKa aparecarn em seus textos como tais. Ainda assim, sua
concepcao das identidades socia is e diferente, me smo que n ao se ja c a pa z
de ignorar as propriedades "objerivas" da populacao analisada. Ela e ,em primeiro lugar , inseparavel da interrogacao sobre a "racionalidade
limitada" que e le tenta explicit ar nos comportamentos do mundo cam-
pones. Testemunha exemplar disso e 01011goe importanre debate sobre
a famil ia "t radic ional". Levi nao se conrenta em lernbrar que nfio sc tram
aqui de uma sociedade onde a aventura - a aventura do sucesso on, na
maior par te d o s c a se s, a lura pelo statu quo - pede scr pensada em
terrnos de empre itada individua l: ela e fundamentalmentc familiar, Ele
demonstra ainda que as estraregias familiures nao podcm SCI' comprcen-
d i d a s no nfve! c i a f am i li a t o rn a d a C01110 u nid ad e resid cn cia l (o u seja , d arealidade que e alva cle arencao dos arquivos fiscai s OLl paroquiais qlle
os regis tram enos permitern, conseqtienternente, reconstruir ), Essas es-
trategias colocam em jogo, e e esse urn dos aspectos rnais irnportuntcs
deste I ivro, "frentes familiares" forrnadas por unidades que nfio residem
juntas mas "unidas por laces de parentesco consanguineo, por al iancns
ou relacoes de parentesco I icticias" . Efetivamente, e nessc nivel que se
pode evi tar a incerteza propria as sociedades rurais do Antigo Regime,
que os calculos em terrnos de ganho ou perda tornam-se signifi carivos
ao longo de geracoes (como dernonstra, em particular, a longa discussi io
sobre 0 funcionarncnto do mercado da terra ).
Mas hd mais a ind a , Essas idenridades sociais ainda sao concebidascomo realidades dinamicas, plast icas , que se constituem e se deforrnarn
diante dos problemas com os quais os atores sociais sao confrontados, 14
E claro, os senhores continuam sendo senhores e seus assalar iados COI1-
t inuam sendo, na maior par te das vezes , assalariados . As caracterfst icas
r igidas existern e seu papel e sern duvida predominante. Mas 0 capitulo
30
PREFAc lO
dedicado aos notaries - definicao improvavel e no entanto eviclente na
.~~i: 'h is toriado vilarejo - mostra como, durante 11111 periodo relativamente
.\,'longo, u m gru po que na o pode ser l imitado nem em termos d e c l a ss if i-
'cac ;iio indlgena nem tarnpouco de acordo com uma taxinomia mocle rna
..' toma forma diante de situacoes semelhantes; como urn grupo que joga
. )"'deliberadamente com a diversificacao de SU<lS atividades e de seus recur-
,,' .sos, se rn a rransmissao, em parte oculta , cle seu capi tal social, que nunca
: ~ ; , : : ~ ' d e t e J 1 1n en hu rn p od er i ns tit uc io na l v isi ve l, s e a fi rm a de modo a vir a ter
'.' urn peso decisive na poli tica local , at e poder ele tambern ser descri to em
, suas propriedades soc iai s. 15
Chego eufim ao terna que t 1 < 1 titulo a edici io frances a dew: livre e
'que 0 atravessa de ponta a ponta : 0 terna do poder. I:' Se existe lim con-
. ceito que fascina os hi storiadores e os especiali st as em ciencias socials,
com cerrcza e este, t alvez devido a uma especie de cornpensacao melan-
colica. E se cxiste UI1l conccito constanternente e abusivamcnte endeu-
sado, m.iis lima vez e este. inclusive , talvcz as duas constatacoes nao
. J/sejam cornpleramente estranhas uma rl outra. Segundo as inclinacocs dos
" que 0 cstudam, 0 poder sera colocado do Indo do comando, de UJ11
capital de cst ima 011 de fidclidade, do lado cia detencao de am capital
-de hens materiais on culturais, ou <lindanos csforcarernos para demons-
trar que todos esses capitais obedccern a lima lei t eudcnc ial de COI1-
centraciio, que des se acurnulam de acordo l:OI)1 regras mais ou menos
... complexus. Levi parte ciah iporese cont raria : () poder n.io e urna coisa.Deci frndo ao nfvel de u rn 1 1 1 11 n d o minuscule como () de Santenn, o sis-
terna aparcce bern dife rente : identifi ca-se a uma rede tradicional cons-
tantemcnte em rnovimento . Scm diivida b e t ali, como em toda parte,
ricos e pobres; ernpreendedores "livres" e trabalhadorcs presos a laces
:i, d e d cpen den cia . S cm d uvid a ta mb ern, a lu ra p elo sim bo lic o esu i sem pre
pronta para despertar: nao se poderia de out ro modo explica r () conflito,, ao meSI110 tempo burlesco e grave, das duas principais casas ser ihor iais
• 0 ltl'olll d o livre e m SU~] e d ic ;; :1 of ru u c es a, p u bl ic n da p el u C a ll im u rd c d a q u a l f oi t ir ad e
csrc prcfucio, e L e p ot /v oi r a u v i ll age - H i st oi ra d 'u n c x or ci st c d a ns le Pidntont d u X V JJ "
s ie cl e ( N , d a T),
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ineditas e fazem aparecer uma outra cartografia clo social . Qual poder ia
ser a representat ividade de uma arnos tra tao circunscrita? 0 que ela pede
nos ensinar que seja generalizavel?
A pergunra foi feita muito cedo e r ec eb eu r es po st as que n ao c on vi-
d a v am de modo a lg um a a desa o. E m u rn a rt igo j5 antigo, E d oa rd o G re n-
e li previra a objecao criando um oximoro elegante: propunha a nocao
de "excepcional l1or111al" .16 Esse diamante obscure deu muito 0 que
falar. Exerce a fascinacao dos conceitos que gostarfamos de poder utili-
zar se apenas soubessernos def ini- los exatamente, Devemos vel ' no "ex-
cepcional normal" 11111 ceo, em total consonfmcia com a sensibi lidade
dos a1105 p65-1968, cia conviccao segundo a qual as rnargens de uma
sociedade dizern mais sobre eta do que 0 seu centro? Que as lou cos, os
m a rg in ais, o s d oe nre s, a s rnulheres (e 0c on ju nt o d os grupos dominados )
sao os detentores privi legiados de lima especie de verdade social? Deve-
se compreender isso e m u rn se ntid o d ife re nt e, 0 d e lim a fa st am en ro
signif ica t ivo (mas d e que)? O u a ind a co I II 0 u m a p rir ne ir a fo rm u la ca o d o
paradigma indiciario rnais tarde proposro por Carlo Ginzburg? Essas
diversas hipoteses, e outras a in d a , t a lv ez s ej a m v er d a de ir a s, sao em rodocaso plausiveis; e pode a te ser que renhum coexisrido no pensamenro de
Grendi, sob a reserva de serem cornpatfveis entre 5i ( 0 que nao e cerro).
Nao sendo 0 autor desse rnister io epistemologico, nao fingirei organi-
za- lo e evitarei escolher l ima dessas diferentes interpreracocs. Observe
simplesmente que qualquer uma debs deixa em aberto 0 problema de
saber quais ensinamentos gerai s podemos esperar t irar de uma pesquisa
local, p on tu al, a nc ora da em su a p ro pria exc ep cio nn lid ad e.
A e sse d eb ate a bert o, 0 livro de Giovanni Levi m e parece trazer urn
cerro mirnero de respostas que deslocarn a argumentacio de maneiru
ut i! ' Ele le rnbra em primei ro lugar que se pode reflet ir sobre a exernpla -
ridade de um faro soc ial sem ser em terrnos rigorosamente estat fsri cos.o segundo capitulo, dedicado a s estrategias desenvolvidas POt tres fa -
milias de meeiros de Santella, opera l ima escolha entre algumas centenas
de outros cases possiveis, que nfio recebern nenhum tratamento COI11-
paravel mas que estao todos presentes no dossie prosopogrrifi co. 0 pro-
cedimenro, portanto, nao consistiu em inserir esses tr2s exemplos na
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PREFAc lO
totalidade d a inforrnacao consti tuida , mas sim em extrai r deles os e le-
mentos para um modelo. Essas tres biografias familiares, bastante con-
trastadas , sao suficientes para fazer aparecer regular idades nos cornpor-
tamentos colet ivos de urn grupo social especi fico. Testar a valida de do
modelo consiste portanto nao em uma verif icacao de tipo estatistico,
mas sim em su a exper imentacac sob condicoes extremas, qu a nd o um a
ou muitas das variaveis que 0 formam sao submetidas a deforrnacoes
excepcionais. A f ormacao de u rn dossie sistematico e precisamente 0que
torn a possfvel uma verif icacf io desse t ipo.
o pcrcurso sinuoso, cornplicado, proposto por Levi me parece por
outro lado ter 0merito de nunca fechar 0 campo restrito da pesquisa
a sobre si mesmo, mas sim examinar de rnaneira racional 0 que
podcrfumos charnar de variacoes de escala de observacao.V Da propria
S an te na , s ab er no s g ro ss e modo tude 0 que hoje se pode saber sobre
urn periodo de meio seculo: tudo, ou seja, rnuito sobre a s r ea l id a d e s
econom icas c sociais, e algurna coisa, muitas vezes vestigios mais re-
. d uzid os, sob re a d infim ic a po lit ic a que anima essa comunidade. Mas
a intcligcncia dessa aventura paroquial nao pode ser apreendida ape-. 11>15 110 nivel local. E atraves do recurso sistematico a variacoes de
· . ;, ~ li st i 1nc i a fo c a l, que permitern inscrever Santena em 11l11a se rie de COI1-
. t e xr os c n c ai xu d o s, qu e e ss a h i st o ri c torna no s pOllCOS sen ti d o. A c ad a
vel de leirura, a rculidade aparece difcrente, e 0 jogo do microisto-
r c onsiste em c onec ta r essa s real ida des em Ul11 sis tema de intern-
<;;ocs miilriplo. Da mesma forma que o destine do Estado moderno se
descnhou no pa lc o d e centenas, d e m il hares d e Santenas, 0 agencia-
mente de l i c a do e sutil dos equilfbrios no interior da cornunid ade e
u lta d o d e forcas plurais, orientadas em todos os sentidos, que ora
o ampliadas, ora obscurecidas. A manipulacao deliberada desse jogo
e escalas sugere uma paisagern toralmente diferente, ao mesmo tern-
que uma outra ideia cla represenratividade de um caso local. Os
tecimentos s a o , naturnlmenre, unicos, mas 56 podern ser corn-
ndidos, ate mesmo em sua particularidade, se forein restituidos
aos di fe rcntes nive is de uma dinarnica hi storica.
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9. Contentamo-nos aqui em puxar alguns dos fios da teia sabiamente
tec ida por Giovanni Levi. Resta ao le itor recompor, de a cordo com su a
vontade e seu prazer, 0 bela objeto que the e proposto . Gostaria no
entanto de Iernbrar, para terrninar, que e no ponto ao qua l chegamos,
onde os p r iv i le g io s c i a m i c r o -h i sr o ri a parecem rnais evidentes, que estes
me parecern se dissolver e 110S remeter a lei comum dos historiadores
do social. Pais 0conjunto das exigencias e ambicoes que acabam de ser
rapidarnente citadas nao e , ou nao dever ia ser, privi legio dos micro-his-
roriadores. E justa: nao se pode ver muito bern 0 qlle poderia impedir
os macro-historiadores (ou qualquer out ro membro cia t ribo) de usar os
rnesmos procedirnentos, em particular clebuscar escalas var iaveis de ob-
se rvacao mais adequadas ao es t udo de fenornenos relacionados entre si,
o m e ri to c ia p ro po sr a r ni cr o-h is ro ric a t er ti s id o ao m enos d e ch a rna r a
atencfio, at raves do exernplo e atraves d o fa ro , para e ss a s v er d a de s de
b o rn s en se , ao sugerir lima mudanca d e parametres eficaz, De reafirrnar
tarnbem que 0 social nao e urn obj ero definido, mas que deve ser cons-
truido a par tir de interrogacoes cruzadas. Nesse sentido, A h er an ca i ma -
terial pode servir de modele, j, i que nos conduz par caminhos urn poucone gl ig e nc i a c \o s d a h i st o ri a -p r ob l er n a .
J ACQUES REVEL
NOTAS
I Cf . J . R ev el , " His ro ir e e r s ci en ce s s oc ia lc s: le s p aru d ig m es d es A nu a lc s" , Annates
E.S.C ., 6, '1979, pp. 1360-1376.
:I. E. Le Roy Ladur ie , "Lhisroire immobile" , aula inaugural n o C olle ge d e F ra nc e, 30de uovembro de 1973, publicado em Annales E.S.C., 3, 1974, pp. 673-692, e em Le
territoire de l'historien, t omo Il,Pa r is , Ga l l ima r d , 19n, pp . 7-34 . No te -s e a in fl exao do
rem a n o e sp ac o d e a lg un s a no s: Les PIlYSIIIIS de Languedoc ( 19 66 ) e vo ca va u rn g ra nd e c ic lo
u gra rio d e m ais d e q ua tro se cu lo s, c uj o im ob ilisrn o a pa re nre c nc ob riu , n a v erd ad c, o sc i-
J a~6e s rnuit o impor rantes . A estabi lidade da s nn ri ga s socicdades r ur nis ro rnou-s e rema
pred om inanre d a a ula d e 1973. N en hu mu d uv id a d e q ue e le fo i a in da m uis a rn plific ad o
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P RE F Ac IO
m u lr ip lo s a ta qu es d e l im p ub li co decididarnente n osra lg ic o d o " mu nd o q ue p erd e-
n os a no s de MOlltailloll e do C h ev al d 'o rg ue il ( 19 7 5) .
Sobre este ul t imo ponto, remero aos arr igos incisivos de J. Rougerie, "Faut-il depar-
jpn""li<pr l 'h i sr oi re d e F r an c e ?" , Annales E.S.c., 1, 1966, pp. 178-193, e d e C h ri st op h e
e, "Histoire professionnelle, histoire sociale?", A nn at es E .S .C .) 4, 1979, pp. 787-
.4 Cf., r na is r ec enre r nent e , 0 apelo "Hisroire ersciences sociales: 1111 tournant cr i t ique?",
E.S.C ., 2,1988, pp. 291-294.
L. Stone, " Th e R ev iv al o f Nar ra ti ve . Ref le ct ions on a New Old His to ry", Pa st a n d
85, 1979, pp. 3-24, bern como n um er os os o u rr os anigos do mesmo a u t o r deci-
. "revisionistas".
b e , Ginzburg e C . Poni , " I I nome e il COI11(; : mcrcaro sroriografico e scarnbio disugua-
,Qullderni Storici, 40, 1979, pp. 181-190. Ver tarnbern a aprcsenracao da colecao
par G. L e vi , T u ri m, E in nu d i, 1980.
Grcndi, "Microaualisi e storia sociale", Quadami Storici, 33, 1972, pp . .5 06-520.
Ut: t -< : : :SSCI · ' vo l umes publicados ate 1989.
~'c.G in zb urg , "S pic , R ad ic i d i u n p ara dig ma in diz iu rio ", e m A . C arg an i, Crisi del/a
Nuovi model li nel rapporto Ira sapere e attioita umane, Turirn, 1979, pp. 56-106.
H. James, D a ns 1 (1c ag e ( N a j au la ), rrad, f ru n c ., P a ri s, Stock, 1982.
111:11 e , por exernplo, 0 ponto de vis ta desenvolvido por Sergio Ber te ll i em urn inveu-
o rn ui ro n eg at iv e ( e, p od e- se d iz er, POllCO c or up rc en si vo ) p ub li ca do n a Revue d'huma-
. e t Rena is s ance , 1987, pp . 297-302.
' 12 : Sa o est es o s r erm os d e u m a d isC lI 5S [IO ,c vo ca du em L im a n ora , d o u uro r c om se u p ai,
L ev i, a q ue m 0 livro e d cd ic ud o e de m c sm o a u ro r d e l im a b ela a u ro bi og ra fi a
. <. politica.
1 3 A p ro xim a rc m os C S S,I Sp ro po sr as d a s d e I~o u re l ic l I em E sq ui ss c d 'u ne th eo ne d e II IP a ri s e GC I I (~ bw ,B r o z, 1 Y73, descnvolvidus cmLeSclIspratique, P a ri s, E e l. d e M i n u ir ,
No t emos no e nra nro q ue L ev i n c m se mp re e sc ap e d u tent,l~iio I u nc io na li sr a. ( ~o c a so ,
" " , r n C I I " ' , r q u an do u s la cu na s d nc u me nrn is 0 f orc ar n a r ec on st ru ir h ip or er ic am e nt e u m a
h is to ri ca a partir d e r es ul ta d os c o ns ta ra v ci s: a ss im e 110 r ela to ri o d e a tiv id a de s d e
Cesare Chiesa c nq ua nro p od esra de d e Santella, n o fin al d o c ap itu lo I V,
14 Dc vC lI10 s evoc ar a qu i a obra q ue c ontinu a a ser 0 m od ele d este ripo d e a na lise, o
de E. e Thompson, T he M ald llg o f th e E ng lis h W ork in g C la ss, Londres, 1963.
ts Para 11m cxcmplo conrcmporanco cornparavel, d. L. Bolranski, L .e s C ad re s. L a f or -
d'un groupe social, Paris, E d . de Minui t, 1982.
. '1 6 E . G rc n di , "Microanalisi . . .", a rt . c it .
1 .7 E ss as li nh as d ev cm m u ir o U S d i sc u ss oe s q u e r iv e s ob re esse t em a c om B er na rd L ep eu r,
d e q ue sro es q ue nos parecerarn comuns. Sou 0 unico responsavel , e evidenre, pela