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CONTEÚDO Uma Visão Geral da Vida Espiritual . . . . . . . . .1 A Habilitação da Trindade e a Vida da Graça . . . . . . . . . . . . . . .2 Vida Em e Com Jesus . . . .3 A Vontade do Pai para Nós – Nossa Fonte de Paz . . . . . . . . . . .5 O Espírito Santo e Maria 6 A Igreja . . . . . . . . . . . . . . . .6 Os Sacramentos . . . . . . . .8 A Eucaristia . . . . . . . . . . . .8 O Sacerdócio . . . . . . . . . .10 Oração . . . . . . . . . . . . . . .12 Relacionamento com os Outros . . . . . . . . .13 O Cristão e o Mundo . . .13 Purificação . . . . . . . . . . .14 A Visão da Fé . . . . . . . . . .14 Confiança em Deus . . . .14 Humildade . . . . . . . . . . . .15 Força na Fraqueza . . . . .16 Vivendo no Momento Presente . . . . . . . . . . . . . .16 A Entrega a Deus . . . . . .16 Mente e Coração . . . . . . .17 A Vida Mística . . . . . . . .17 Coração de Cristo, Coração de Maria . . . . . .18 A Teologia da Consagração . . . . . . . . . .18 Uma Oração pelos Sacerdotes . . . . . . . . . . . . . . Ato da Consagração . . . .22 Cartas . . . . . . . . . . . . . . . .22 REV. EDWARD CARTER S.J., Editor 2000 EDIÇÃO 3 Veja Visão Geral...página 2 ardorosos e desejavam todos os prazeres que a vida podia lhes oferecer. Havia alguns bem sendo realizado. A imoralidade, contudo, era excessiva. O que São Paulo nos conta sobre que se seguiram a existência de Cristo certamente, também, podia ser aplicada aos tempos da sua entrada neste mundo. Em breve, era uma imagem muito feia a que São Paulo nos descreve (Rom 1:22-32). Em tais condições depravadas, Jesus entrou com um Coração pleno e generoso, para conduzir a humanidade das pronfundezas do pecado para as riquezas vibrantes de uma nova vida Nele. Através de sua encarnação, este mesmo Cristo se torna o ponto central de toda a história, as autênticas esperanças e sonhos autênticos da família humana, ainda tão ofuscadas pela feiúra do pecado, convergiram sobre este Cristo. Ele as reuniria em Si mesmo e lhes deveria dar um novo esplendor, um novo brilho e dinamismo e deveria conduzir a família humana de volta ao Pai no Espírito Santo. Cristo deveria nos libertar do domínio do pecado e nos elevar a um novo plano de existência. Esta vida que Cristo nos deu não é um tipo de superestrutura que é exigida em cima da natureza humana. Embora a natureza e a graça sejam distintas, elas não se colocam lado a lado como entidades separadas. Antes, a graça permeia a natureza. O Cristão é uma pessoa agraciada. Uma Publição dos Minist erios dos Pastores de Cristo UM BOLETIM INFORMATIVO PARA SACERDOTES E OUTRAS PESSOAS INTERESSADAS NA VIDA ESPIRITUAL O P ast o r C he f e d o R e banho Uma Visão Geral da Vida Espiritual Eu sou o bom pastor: o bom pastor dá sua vida pelas suas ovelhas. O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê o lobo aproximar-se, abandona as ovelhas e foge, e o lobo as arrebata e dispersa, porque ele é mercenário e não se importa com as ovelhas. Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas me conhecem, como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas minhas ovelhas. (João 10:11-15) 1 O Bom Pastor deu a Sua vida para que possamos ter a vida e tê-la em abundância. Nesta edição nós oferecemos uma visão geral da vida que Jesus veio nos dar. Nós começamos apresentando um breve esboço da vida espiritual. Em seguida, um conteúdo mostrará mais detalhadamente as várias dimensões da vida espiritual – nossa vida em Cristo. Um Esboço da Vida Espiritual A vida cristã está enraizada no grande acontecimento da Encarnação. Devemos, consequentemente, focalizar nossa atenção em Cristo, compreendendo que o Pai nos falou através da vida, morte e ressurreição de Jesus. Resta-nos, portanto, esforçarmo-nos para entender com maior introspecção do Verbo Encarnado (Heb 1:1-2). Qual era a condição da humanidade no tempo da vinda de Cristo? De muitas maneiras, as pessoas eram as mesmas como nos nossos dias. Havia aqueles que simplesmente nasciam neste nosso mundo e no drama humano. Haviam aqueles que, na morte, deixavam esta situação, alguns dos quais pouco conseguiram entender do sentido da vida. Havia aqueles que eram saudáveis e vigorosos. Havia aqueles que eram doentes e aleijados. Alguns especialmente sentiram o peso, a tristeza e o sofrimento da condição humana. Outros eram ESTAMOS AMPLIANDO O NMERO DE NOSSOS LEITORES Estamos ampliando nossa circulaªo ao convidarmos explicitamente para serem nossos leitores, aqueles que nªo sªo sacerdotes, mas que estªo interessados na vida espitirual. O Boletim Informativo continuarÆ a ser escrito para sacerdotes de maneira especial. Contudo, ns achamos que muito do seu conteœdo, tambØm serÆ do interesse daquelas pessoas que nªo sªo sacerdotes. E para melhor mostrar o fato que estamos estendendo a nossa leitura a todas as partes interessadas, achamos por bem oferecer um novo ato de consagraªo, cujo palavreado nªo seja s para sacerdotes, mas para todos. EDI˙ˆO ESPECIAL! Esta Ø uma ediªo especial e ampliada, com o propsito de dar uma visªo geral da vida espitirual. s vezes, nos Ø vantajoso rever brevemente os vÆrios elementos que constituem a vida espitirual. Ns esperamos que esta ediªo especial seja œtil para tal exerccio e que ela possa tocar tanto ao coraªo quanto mente.
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REV. EDWARD CARTER S.J., Editor EDI˙ˆO ESPECIAL! · Em breve, era uma imagem muito feia a que São Paulo nos descreve (Rom 1:22-32). Em tais condições depravadas, Jesus entrou

Aug 04, 2020

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Page 1: REV. EDWARD CARTER S.J., Editor EDI˙ˆO ESPECIAL! · Em breve, era uma imagem muito feia a que São Paulo nos descreve (Rom 1:22-32). Em tais condições depravadas, Jesus entrou

CONTEÚDO

Uma Visão Geral da Vida Espiritual . . . . . . . . .1

A Habilitação da Trindade e a Vida da Graça . . . . . . . . . . . . . . .2

Vida Em e Com Jesus . . . .3

A Vontade do Pai para Nós – Nossa Fonte de Paz . . . . . . . . . . .5

O Espírito Santo e Maria 6

A Igreja . . . . . . . . . . . . . . . .6

Os Sacramentos . . . . . . . .8

A Eucaristia . . . . . . . . . . . .8

O Sacerdócio . . . . . . . . . .10

Oração . . . . . . . . . . . . . . .12

Relacionamento com os Outros . . . . . . . . .13

O Cristão e o Mundo . . .13

Purificação . . . . . . . . . . .14

A Visão da Fé . . . . . . . . . .14

Confiança em Deus . . . .14

Humildade . . . . . . . . . . . .15

Força na Fraqueza . . . . .16

Vivendo no MomentoPresente . . . . . . . . . . . . . .16

A Entrega a Deus . . . . . .16

Mente e Coração . . . . . . .17

A Vida Mística . . . . . . . .17

Coração de Cristo,Coração de Maria . . . . . .18

A Teologia daConsagração . . . . . . . . . .18

Uma Oração pelosSacerdotes . . . . . . . . . . . . . .

Ato da Consagração . . . .22

Cartas . . . . . . . . . . . . . . . .22

REV. EDWARD CARTER S.J., Editor

2000EDIÇÃO 3 Veja Visão Geral...página 2

ardorosos e desejavam todos os prazeres que a vidapodia lhes oferecer. Havia alguns bem sendorealizado. A imoralidade, contudo, era excessiva. Oque São Paulo nos conta sobre que se seguiram aexistência de Cristo certamente, também, podia seraplicada aos tempos da sua entrada neste mundo.Em breve, era uma imagem muito feia a que SãoPaulo nos descreve (Rom 1:22-32).

Em tais condições depravadas, Jesus entrou comum Coração pleno e generoso, para conduzir ahumanidade das pronfundezas do pecado para asriquezas vibrantes de uma nova vida Nele. Através desua encarnação, este mesmo Cristo se torna o pontocentral de toda a história, as autênticas esperanças esonhos autênticos da família humana, ainda tãoofuscadas pela feiúra do pecado, convergiram sobreeste Cristo. Ele as reuniria em Si mesmo e lhes deveriadar um novo esplendor, um novo brilho e dinamismoe deveria conduzir a família humana de volta ao Paino Espírito Santo.

Cristo deveria nos libertar do domínio do pecado enos elevar a um novo plano de existência. Esta vidaque Cristo nos deu não é um tipo de superestruturaque é exigida em cima da natureza humana. Embora anatureza e a graça sejam distintas, elas não se colocamlado a lado como entidades separadas. Antes, a graçapermeia a natureza. O Cristão é uma pessoa agraciada.

Uma Publição dosMinisterios dos Pastoresde Cristo

UM BOLETIM INFORMATIVO PARA SACERDOTES E OUTRAS PESSOAS INTERESSADAS NA VIDA ESPIRITUAL

O Pastor Chefe do Rebanho

Uma Visão Geral daVida Espiritual

Eu sou o bom pastor: o bom pastor dá sua vidapelas suas ovelhas. O mercenário, que não é pastor,a quem não pertencem as ovelhas, vê o loboaproximar-se, abandona as ovelhas e foge, e o loboas arrebata e dispersa, porque ele é mercenário enão se importa com as ovelhas. Eu sou o bompastor; conheço as minhas ovelhas e as minhasovelhas me conhecem, como o Pai me conhece e euconheço o Pai. Eu dou minha vida pelas minhasovelhas. (João 10:11-15)1

O Bom Pastor deu a Sua vida para que possamoster a vida e tê-la em abundância. Nesta edição nósoferecemos uma visão geral da vida que Jesus veionos dar. Nós começamos apresentando um breveesboço da vida espiritual. Em seguida, um conteúdomostrará mais detalhadamente as várias dimensõesda vida espiritual – nossa vida em Cristo.

Um Esboço da Vida EspiritualA vida cristã está enraizada no grande

acontecimento da Encarnação. Devemos,consequentemente, focalizar nossa atenção emCristo, compreendendo que o Pai nos falou atravésda vida, morte e ressurreição de Jesus. Resta-nos,portanto, esforçarmo-nos para entender com maiorintrospecção do Verbo Encarnado (Heb 1:1-2).

Qual era a condição da humanidade no tempo davinda de Cristo? De muitas maneiras, as pessoaseram as mesmas como nos nossos dias. Haviaaqueles que simplesmente nasciam neste nossomundo e no drama humano. Haviam aqueles que,na morte, deixavam esta situação, alguns dos quaispouco conseguiram entender do sentido da vida.Havia aqueles que eram saudáveis e vigorosos. Haviaaqueles que eram doentes e aleijados. Algunsespecialmente sentiram o peso, a tristeza e osofrimento da condição humana. Outros eram

ESTAMOS AMPLIANDO O NÚMERODE NOSSOS LEITORES

Estamos ampliando nossa circulação aoconvidarmos explicitamente para serem nossosleitores, aqueles que não são sacerdotes, mas queestão interessados na vida espitirual.

O Boletim Informativo continuará a ser escrito parasacerdotes de maneira especial. Contudo, nós achamosque muito do seu conteúdo, também será do interessedaquelas pessoas que não são sacerdotes.

E para melhor mostrar o fato que estamosestendendo a nossa leitura a todas as partesinteressadas, achamos por bem oferecer um novo atode consagração, cujo palavreado não seja só parasacerdotes, mas para todos.

EDIÇÃO ESPECIAL!Esta é uma edição especial e ampliada, com o propósito de dar uma visão geral davida espitirual. Às vezes, nos é vantajoso rever brevemente os vários elementosque constituem a vida espitirual. Nós esperamos que esta edição especial seja útilpara tal exercício e que ela possa tocar tanto ao coração quanto à mente.

Page 2: REV. EDWARD CARTER S.J., Editor EDI˙ˆO ESPECIAL! · Em breve, era uma imagem muito feia a que São Paulo nos descreve (Rom 1:22-32). Em tais condições depravadas, Jesus entrou

O Cristão é uma pessoa que foi elevada a uma formade vida mais profunda em Cristo Jesus. Nada do queé autenticamente humano na vida de Cristo foiexcluído desta nova forma de existência. Tudo aquiloque é realente humano na vida do Cristo é destinadoa ser uma expressão da vida de Cristo. As simples mas,também, profundas alegrias da vida de família, amaravilha diante das belezas da natureza, o abraçocaloroso de uma mãe na sua criança, a agonia ao sefazer uma decisão crucial, o sucesso ou a frustaçãoque alguém sente no seu trabalho, a alegria de ser bemrecebido pelos outros e a dor do coração ao ser malcompreendido–todas estas experiências sãodestinadas a serem elevadas em Cristo e se tornaremmais profundamente humanas por causa d’Ele.

Jesus veio, portanto, não para destruir nada queé autenticamente humano, mas para aperfeiçoá-loconduzindo-o à uma realização na graça. Quantomais formos semelhantes a Deus através de Cristo,mais humanos seremos.

Nós, através da nossa incorporação a Cristo, queocorre no Batismo, somos chamados a reviver a vida,morte e ressurreição de Jesus. E assim fazendo, nãoestamos apenas realizando a nossa própria salvação,mas estamos também, ajudando na salvação dosoutros. A Encarnação continua a toda hora. Cristo,naturalmente, é aquele que fundamentalmentecontinua a Encarnação. Mas Ele nos recruta paraajudá-lo. O mundo não vê mais Jesus, não conseguealcançá-lo e tocá-lo. Nós somos aqueles que agora, decerta forma, fazemnos o Cristo visível e tangível. Emunião com o Cristo glorificado e invisível edependendo d’Ele como fonte de vida, nóscontinuamos a Encarnação nas suas dimensõesvisíveis e temporais. Este é o nosso grande privilégio.Esta é a nossa grande responsabilidade.

O Cristão é iniciado no Mistério de Cristo no seupapel de prolongar a Encarnação através doBatismo (Rom 6:3-4).

Contudo, não é suficiente que sejamosincorporados no Cristo através do Batismo. Todas asformas de vida necessitam de alimentação. Assim,também, nossa vida em Cristo deve sercontinuamente alimentada. Como podemos mantercontato continuamente com Cristo? Há várias

maneiras como nós vivemos nossa vida dentro da Igreja. Nós entramos em contatocom o Cristo de modo especial através da liturgia, e acima de tudo através da liturgiaEucarística. Através do nosso encontro todo pessoal e especial com Jesus na Missa,nós ficamos mais profundamente incorporados em Cristo. Devemos nos lembrar,também, que todos os sacramentos fazem parte da liturgia da Igreja.

A leitura das Escrituras fornece outra oportunidade especial para encontrarJesus. Isto é verdade tanto ao Antigo como do Novo Testamento. O AntigoTestamento prefigura o Novo Testamento e o conduz a ele. É óbvio, no entanto,que encontramos Cristo especialmente nas páginas do Novo Testamento. Como éverdade o que se costuma dizer, que não estar familiarizado com as Escrituras édesconhecer propriamente Jesus – nós devemos tomar a solução de lerdiariamente as Escrituras.

Nós encontramos Jeus, também, na nossa interação com os outros. Cada umque encontramos, cada um que servimos, é uma imagem de Jesus. Temos que usaros meios de crescer na consciência deste fato. Se eu verdadeiramente creio quecada pessoa foi redimida pelo sangue de Jesus, como devo tratar cada um?

Estes são, portanto, alguns meios de manter contato com Jesus. Comum àsvárias maneiras de encontrar Jesus é certamente um certo grau de reflexão devota.Nossos contatos com Jesus na liturgia, nas Escrituras, nos nossos contatos com osoutros, e assim por diante, não será tudo que é preciso a não ser quie sejamospessoas de oração. A luz e a força da oração nos torna capazes de nos manter emcomunhão com Jesus como devemos.

Nossa vida em Jesus surgiu do insondável amor de Deus. Cristo, na sua descidaa carne humana. Nós vivemos a nossa Vida de Cristo numa atmosfera de amor.Realmente, a vida que Jesus nos deu está centrada no amor. Ela tem a sua origemno misterioso amor de Deus (Jn 3:16).

Nossa vida em Jesus surgiu do insondável amor de Deus. Cristo, na sua descidaa carne humana, estabeleceu um ambiente de amor. A vida que Ele veio nos dar sópode florir numa estrutura de amor. Realmente, nós podemos resumir o significadoda Vida Cristã dizendo que ela é a nossa amorosa resposta ao amor de Deus pornós. O Coração de Cristo, também, nos chama a responder doando-nos no amor aDeus e ao nosso próximo. Sim, Jesus nos convida a respondermos ao amor de Deusdando nos a nós mesmos no amor a Ele numa união cada vez maior. Quanto maisunidos estivermos a Ele, maior será nosa capacidade de amar a Deus e ao próximo.Quanto mais unidos estivermos com Jesus, mais unidos estaremos com o Pai noEspírito Santo, e com Maria, nossa Mãe a nosso lado.

A Habitação da Trindade e a Vida da Graça

A vida espiritual, a vida de Santidade, começa no Batismo. A Arcebispo LuisMaretinez diz:

“Quando nós nascemos somos dotados por Deus com tudo que precisamospara nossa vida humana: um organismo completo, e uma alma com uma linhacompleta de faculdades. Naturalmente estas faculdades não estão todasdesenvolvidas desde o nascimento, mas nós temos nelas então como que a fontede tudo que nós necessitamos na vida. E asism, também, sucede na ordemespiritual. Quando alguém é batizado, ele recebe em toda a sua plenitude aquelemundo sobrenatural que o Cristão carrega dentro de sua alma. Ele recebe a graçaque é uma participação na natureza de Deus; as virtudes teologais, que o colocaem contato imediato com o divino; as virtudes morais, que servem para regular eorientar toda a sua vida; e os dons do Espírito Santo, receptores divinos emisteriosos apanham as inspirações e movimentos do Espírito.”2

Outro autor nos diz: “As Três Pessoas Divinas habitam no Santuário da nossaalma, encontrando as suas delícias em enriquecê-la com dons sobrenaturais e emcomunicar-nos uma vida semelhante a Deus, semelhante a delas, chamada a vidada graça.

“Toda vida, contudo, implica um tríplice elemento, um princípio vital, isto é, porassim dizer, uma fonte de vida em si mesma; faculdades que fornecem a capacidadede provocar atos vitais; e, por último, os próprios atos que são com seudesenvolvimento ou evolução que peoduzem seu crescimento. Na ordemsobrenatural, Deus morando dentro de nós produz os mesmos elementos. Ele

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3Visão Geral...continuação de página 1

BOLETINS INFORMATIVOS ESTÃO AGORA DISPONÍVEIS EM FORMA DE LIVRO (ENGLISH)

As primeiras 12 edições deste boletim informativoestão agora disponíveis em forma de livro sob o título:Shepherds of Christ Newsletters: Selected Writings inSpirituality for All People–as Published in the Shepherdsof Christ Newsletters for Priests.

OS BOLETINS INFORMATIVOS ESTÃO AGORADISPONÍVEIS EM FORMA DE FITAS CASSETE (ENGLISH)

Diversos números dos Boletins Informativosestão agora disponíveis em fitas cassete.

Para uma cópia grátis do livro ou dos cassetes,ligue gratuitamente para: 1-888-211-3041; telefone:1-513-932-4451; fax: 1-513-932-6791.

Ou escreva para: Shepherds of Christ Center, Box193, Morrow, Ohio 45152, U.S.A.

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primeiro nos comunica a graça habitual (a vida dagraça Santificante) que tem o papel de um princípiovital sobrenatural. Este princípio diviniza, por assimdizer, a própria substância da alma e a torna capaz,embora de maneira remota, de gozar da Visão Beatíficae de realizar atos capazes de conduzi-la a tal Visão.

“Desta graça surgem as virtudes infusas e os dons doEspírito Santo, que aperfeiçoam nossas faculdades enos dotam o poder imediato de realizar atosdivinizados, sobrenaturais e meritórios.

“A fim de provocar estas faculdades, ele nos dágraças atuais que iluminam nossa mente, fortalecemnossa vontade, e nos ajudam tanto a agirsobrenaturalmente como aumentar a medida de graçahabitual que nos foi dada.

“Embora esta vida da graça é totalmente distinta danossa vida natural ela não é simplesmnete impostanesta última. Ela a penetra cada vez mais e mais, atransforma e a diviniza. Ela assimila tudo que é bomna nossa natureza, na nossa educação e nos nossoshábitos. Ela aperfeiçoa e sobrenaturaliza todos estesvários elementos, orientando-os para seu último fim, epara a posse de Deus através da Visão Beatífica e davida que daí resulta.”3

Nosso ser no estado de graça santificante e amorada das Pessoas da Trindade em nós sempreexistem juntos. Não podemos ter uma coisa sem aoutra. Nossa vida da graça que é uma participação naVida Trinitária, nos permite conhecer e amar o Pai, oFilho e o Espírito Santo da maneira íntima. Através dagraça nós nos tornamos imagem a Trindade e gozamosde uma relação especial com as Pessoas Divinas.

Outra vez ouvimos as palavras do Arcebispo DomMartinez que nos fala sobre nosso relacionamentocom as Pessoas Divinas:

“O Amor, já dissemos, é o fundamento da devoçãoao Espírito Santo, como, também, é o fundamento daperfeição Cristã. Mas o amor como um reflexo deDeus, como sua própria imagem, é o algo que englobadentro da sua simplicidade infinita riqueza e umavariedade de formas. Quem pode sondar asprofundezes do amor?

“O amor humano em todas as suas manifestaçõesestá admiravelmente em harmonia com o amor dacaridade; é confiante no amor filial, confiante bnaamizade, doce e putífero no amor de marido e mulher,desinteressado e terno no amor de uma mãe. Nossoamor a Deus deve incluir todas estas formas de amorhumano; todas as fibras do nosso coração devem vibrarquando o harmonioso e pleno cântico do amor explodir.Mas como Deus é um na essência e trino nas pessoas,nosso amor por Ele forma um aspecto particularsegundo é dirigido para cada uma das Pessoas Divinas.

“Nosso amor para com o Pai é terno e confiantecomo aquele das crianças; desejosos de glorificá-Locomo seu Filho-Unigênito nos ensinou por palavra eexemplo. Nosso aor para com o Filho, que quis seencarnar por nossa causa, é caracterizada pelatendência a união com Ele e transformação nele; pelaimitação do Seu exemplo, participação na sua Vida epartilha nos seus sofrimentos e na sua Cruz. AEucaristia, mistério de amor, de sofrimento e de união,revela as características deste amor.

“Amor ao Espírito Santo, também, tem a sua característica, que nós devemosestudar a fim de entender completamente a devoção a Ele. Nós já explicamoscomo o Espírito Santo nos ama, como Ele nos move como um sopro divino quenos conduz ao coração de Deus, como um jogo sagrado que nos transforma emfogo, como um artista divino que forma Jesus em nós. Certamente, então, nossoamor ao Espírito Santo deve ser marcado por uma adorável docilidade, por umaentrega total e por uma fidelidade constante que nos permite ser movidos,dirigidos e transformados pela sua ação santificante.

“Nosso amor para com o Pai nos leva a glorificá-lo; nosso amor pelo Filho anos transformar n’Ele; nosso amor ao Espírito Santo nos leva a deixarmos serpossuídos e conduzidos por Ele.4

Vida Em e Com Jesus◆ A vida espiritual centraliza-se em Cristo. Aqui estão palavras da Catequese

de Jerusalém: “Quando fomos batizados no Cristo e nos vestimos Dele, nósfomos transformados na semelhança do Filho de Deus. Tendo nos destinadosa ser seus filhos adotivos. Deus nos deu uma semelhança ao Cristo na Suaglória e vivendo, como fazemos, em comunhão com Cristo, o escolhido de Deus,nós somos corretamente chamados de ‘escolhidos.’ ”5

◆ Monsenhor Robert Guste diz: “Católicos ideias que a Igreja nos apresentasão os Santos. Quando você lê suas vidas, o que você percebe? Um após o outro,eles foram homens e mulheres que mantiveram um relacionamento profundo epessoal com Nosso Senhor Jesus Cristo. Seus corações ardiam em fogo comamor por Ele…”6

◆ Quando nós fomos batizados, fomos incorporados no Mistério Pascoal daMorte e ressurreição do Cristo. São Paulo da sua maravilhosa união com Jesus:“Não sabeis que todos que fomos batizados em Cristo Jesus, é na Sua morte quefomos batizados? Portanto, pelo batismo nós fomos sepultados com Ele na mortepara que, como Cristo foi ressucitado dentre os mortos pela glória do Pai, assimtambém nós vivamos vida nova.” (Rom 6:3-4)

Cristo estruturou a vida Cristã pela maneira como Ele viveu, morreu eressucitou dos mortos. É óbvio, então, como Paulo nos diz acima, que o modelode morte-ressurreição deve estar no coração da Igreja individualmente ecoletivamente, nós continuamente morremos com Cristo para que possacontinuamente ressucitar com Ele. Assim nós passamos por um processo decontínua transição religiosa para uma participação maior na ressurreição deCristo. É verdade que a nossa participação na ressurreição de Cristo somentealcançará seu término na eternidade. Contudo, nós começamos a vida deressurreição aqui na terra, no aqui e agora da vida humana, no meio da alegria eda dor; na experiência do sucesso e no fracasso, no suor do nosso rosto, no prazerdos dons de Deus. Como Cristãos, devemos ter um sentido de crescimentodinâmico sobre o nosso “aqui e agora” da nossa vida de ressurreição.

Não podemos manter a vida de ressurreição ou crescimento nela sem a boavontade de sofrer. Isto não significa que precisamos nos sentir esmagaods eacabrunhados em nossos vidas. Uma grande parte do sofrimento da maior partedos Cristãos parece ser devida a um acúmulo de sofrimento, diiculdades e dores.As vezes, contudo, sofrimento intenso, mesmo sofrimentos de proporçõesagonizantes podem entrar na vida de alguém. Se os sofrimentos que alguémencontra são ou de um tipo mais comum ou mais raro e extremo, os Cristãosdevem se convencer de que relacionar-se propriamente com a Cruz é crescer naressurreição e o crescimento na ressurreição significa que nós teremos umcrescimento na capacidade de ajudar a dar a ressurreição.

◆ A Igreja nos convida a participar profundamente na paixão de Cristo, na cruzdo Cristo. Ela assim o faz para que possamos participar profundamente na sua vidade ressurreição–aqui e depois. Quanto mais morremos com o Cristo, masparticipamos na Sua vida de ressurreição–aqui e na vida futura. Nosso último fimaqui embaixo não é a cruz, mas a ressurreição–a novidade de vida a que a cruz nosconduz–aqui embaixo bem como na eternidade.

Nós somos feitos para participar em todos os mistérios do Cristo aquiembaixo–nós somos feitos para revivê-los em nossas próprias vidas. E todos

3Veja Vida.....página 2

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estes mistérios estão dirigidos para a coroação domistério de Jesus, Sua ressurreição: “Como a Igrejaestá sempre representando, em todos os tempos, ahistória da vida do seu Divino Esposo–sofrendo noCorpo Místico o que Ele sofreu no Seu CorpoNatural, assim também, de certa forma, por cadaindivíduo Cristão que vive na união real comCristo. Foi assim que os santos entenderam a vidado Mestre Divino. Eles não só contemplaram tal vida,eles a viveram. Esta foi a fonte da imensasolidariedade de que eles foram capazes de sentirpor Ele nos seus estados diferentes. Eles sentiram decerta forma o que Ele sentiu, e o que é verdadeiro davida de Nosso Senhor considerada como um todo,também, deve ser verdadeiro de maneira nãoimperfeita ou limitada daquilo que foi o mistério ecoroado na sua vida–ou seja, a Ressurreição. Istodeve ser, não meramente um fato na História Cristã,mas a fase da experiência Cristã... Nós nãopercebemos logo, no plano de Deus, não somente aCruz, mas a Vida Ressucitada que a seguiu, foi feitapara ser parte da nossa existência terrestre. Cristonão passou da Cruz direto para o Céu. O Cristãonão foi feito para fazer o mesmo. No caso de Jesus aCruz precedeu, preparou e prefaciou a vidaressucitada na terra. No caso do Cristão a Cruz deverealizar um papel semelhante–deve ser o prelúdiode uma vida ressuscitada, mesmoaqui em baixo.

“A Cruz não pode sercompletamente compreendida anão ser à luz plena daRessurreição. É esta última, e nãoa primeira, que é o mistério finalpara nós… A Cruz é um meio, enão um fim; ela encontra a suaexplicação somente no túmulovazio; ela é uma entrada na vida,não uma maneira de morte. Todamorte que entra no plano deDeus deve necessariamentedesembocar na vida. Se Ele colocasobre nós a necessidade demorrer é justamente para quepossamos viver… A fim de que possamos vivercomo devemos, nossa natureza rebelde deve sercrucificada. A Crucificação fica sempre sendo oúnico modo de salvação.

“Deus nos envia tribulações e cruzessimplesmente para enfraquecer em nós a atividadedaquelas forças que nos fazem deteriorar a nossavida espiritual,a fim de que tal vida espiritual possase desenvolver e crescer livremente. Conforme avida da natureza perversa declina em nós na nossacruz unida com a cruz de Jesus, a Vida Divina queDeus colocou em todos que Ele chamou começa a semanifestar e a mostrar um maior vigor evitalidade… É para tal Ressurreição, que a vida namorte, Deus dirige todas as circunstâncias da nossavida–é esta a finalidade dos seus contatos conosco”.7

Nas palavras acima, Fr. Eduard Leen, C.S.Sp., fala

de um episódio especial da nossa participação na ressurreição de Jesus. Ele fala danossa vida em Cristo, na nossa vida de graça, num isolado bem desenvolvido. Nósdevemos todos aspirar por tal estado. Devemos compreender, contudo, quetodos aqueles que vivem num estado de graça estão, de um modo especial, vivendoa vida da ressurreição. Eles estão vivos em Cristo Jesus.

◆ As seguintes palavras, de S. João Eudes, nos lembram da gloriosa meta a queo Cristão é chamado: uma íntima união com Jesus.

“Eu lhe peço para considerar que Nosso Senhor Jesus Cristo é sua verdadeiracabeça e que você é um membro do seu corpo. Ele pertence a você assim comocabeça pertence ao corpo. Tudo o que é d’Ele é seu: a respiração, o coração, corpo,alma e todas as suas faculdades. Todas estas coisas você deve usar como se fossemsuas, de tal forma que ao servi-lo você possa Lhe render louvor, amor e glória. Eiso motivo porque Ele ardentemente deseja que você sirva e glorifique o Pai usandotodas as suas faculdades como se fossem d’Ele.

“Ele pertence a você, mas mais do que isto, Ele ansia por estar com você,vivendo e reinando em você, assim como a cabeça vive e governa o corpo. Eledeseja qie tudo aquilo que n’Ele está possa viver em você e governar você: arespiração d’Ele na sua respiração, o coração d’Ele no seu coração, tdas asfaculdades d’Ele nas facuyldades da sua alma…

“Você pertence ao Filho de Deus, mas mais do isto, você deve estar n’Ele comoos membros estão unidos a cabeça. Tudo que está em você deve ser incorporadon’Ele. Você deve receber a vida d’Ele e ser governado por Ele. Não haverá verdadeiravida pura para você a não ser n’Ele, porque Ele é a única fonte de vida verdadeira.For a d’Ele você só encontrará morte e destruição. Deixe que Ele seja a única fontede seus movimentos, das suas ações e a força da sua vida.

“Finalmente, você é com Jesus como o corpo é um com a cabeça. Você deve,então, ter com Ele uma só respiração, uma alma, uma vida, uma mente, umcoração. Ele deve ser o seu alento, seu coração, seu amor, sua vida, seu tudo. Estesgrandes dons no seguidor de Cristo se originam no batismo. Eles são aumentados

e fortalecidos através da confirmação e por fazer uso das outrasgraças que lhe são dadas por Deus. Através da Santa Eucaristiaeles são conduzidos à perfeição”.8

◆ Santo Inácio de Antioquia estava tão absorto no amor deJesus:“Finalmente eu estou bem no caminho de ser um discípulo.Que nada possa fascinar-me, visível ou invisível, para que eupossa felizmente percorrer meu caminho para Jesus Cristo! Fogo,cruz, lutas com as feras selvagens, deslocamento dos ossos,mutilação dos membros, esmagamento de todo o corpo, cruéistorturas infligidas pelo demônio–deixe-as que ventem sobremim, contanto que eu possa chegar até Jesus Cristo.”9

◆ Cardeal Newman nos diz: “Todo aquele que respira, portoda a parte, educado ou ignorante, jovem ou idoso, homem oumulher, tem uma missão, uma tarefa. Nós não nascemos poracaso… Deus observa cada um de nós; Ele criou cada alma, Eleas coloca num corpo, uma por uma, com um propósito. Ele

necessita, Ele se digna necessitar de cada um de nós.10

Por causa desta unicidade da existência de cada Cristão, ele ou ela apresenta Cristocom uma oportunidade única. Cada Cristão tem a vocação de oferecer a Cristo a suahumanidade para que Jesus possa viver naquele indivíduo de uma maneira especial.Este Jesus e Sacerdote, Profeta e Rei. Na medida em que um indivíduo Cristão oferecea sua humanidade a Jesus, tal pessoa tem uma oportunidade única de ajudar acontinuação da obra da redenção–uma oportunidade que ninguém mais pode fazer.Da mesma forma, na medida em que um indivíduo falha em oferecer suahumanidade ao Cristo, Jesus perde a oportunidade de continuar sua obra redentóriasegundo o caráter único daquela pessoa.

◆ No que diz respeito ao ofício de profeta ou mestre de Cristo, cada um de nóstem sempre a oportunidade de testemunhar a verdade de Cristo da maneira emque vivemos. Madre Tereza nos dá um exemplo disto. Ela conta: “Eu recebi umacarta de um brasileiro rico. Ele afirmava que tinha perdido a sua fé – não só a suafé em Deus mas, também, na humanidade. Ele estava enjoado da sua situação e detudo a sua volta. Ele só pensava em uma coisa: suicídio.

“Um dia, caminhando numa rua movimentada do centro da cidade, ele viuuma televisão numa vitrina. O programa era sobre nossa Casa para os

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qualquer classe, educado ouignorante, jobem ou idoso, homemou mulher, tem uma missão, umatrefa. Nós não nascemos poracaso. Deus observa cada um denós; Ele criou cada alma. Ele ascoloca num corpo, uma por uma,com um propósito”

- Cardeal Newman

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moribundos em Calcuta e mostrava nossas Irmãscuidando dos doentes e agonizantes.

“O homem confessou que quando viu isto, ele sentiuvontade de se ajoelhar e rezar, isto depois de muitosanos sem se ajoelhar e rezar.

“Daquele dia em diante, ele recobrou a sua fé emDeus e na humanidade e ficou convencido de queDeus o amava.”11

◆ São Paulo, que tanto amou Jesus, deixou-nos estaspalavras: “But we hold this treasure in pots ofearthenware, so that the immensity of the power is God’sand not our own. We are subjected to every kind ofhardship, but never distressed; we see no way out but wenever despair; we are pursued but never cut off; knockeddown, but still have some life in us; always we carry withus in our body the death of Jesus so that the life of Jesus,too, may be visible in our body. Indeed, while we are stillalive, we are continually being handed over to death, forthe sake of Jesus, so that the life of Jesus, too, may bevisible in our mortal flesh.” (2 Cor 4:7-11).

◆ Aqui estão as palavras de São Cláudio LaColumbière, um dos grandes apóstolos da devoção aoCoração de Jesus. Falando com Jesus, Cláudio diz:

Vós partilhais do meu fardoVós o levais sobre vós mesmo.Vós me escutais carinhosamente quando Vos conto

meus problemas.Vós nunca deixaste de torná-los mais leves.Eu vos encontro a toda hora e em todos os lugares.Vós nunca me deixais.Eu sempre Vos encontrarei aonde eu for.Velhice ou desventuras nunca serão motivos para

que me abandoneis.Vós nunca estareis tão perto de mim qo que Quando tudo parece estar contra mim.Não importa quão miserável eu possa serVós nunca deixareis de ser meu Amigo.Vós tolerais as minhas faltas com admirável paciência.Vós estareis sempre pronto a me encontrar, quando

eu assim desejo.Jesus, que eu possa morrer Vos louvandoQue eu morra Vos amando!Que eu morra por Vosso amor.12

A Vontade do Pai paraNós – Nossa Fonte de Paz

◆ Papa João Paulo II ensina: “A Igreja, como umacomunidade reconciliada e reconciliadora, não podeesquecer que na fonte do seu dom e missão dereconciliação está a iniciativa, cheia de um morcompassivo e misericórida, daquele Deus que é Amor(veja 1 João 4:8) e que por amor criou os sereshumanos (veja Sabedoria 11:23-26; Genesis 1:27;Salmo 8:4-8)… Ele os criou para que pudessem viverna sua amizade e em comunhão uns com os outros.

“Deus é fiel ao seu eterno plano quando o homem,sob o impulso do maligno (veja Sabedoria 2:24) elevado pelo seu orgulho, abusa da liberdade que lhe for

a dada a fim de amar e generosamente procurar o que é bom, e, ao invés disto,recusa-se a obedecer Seu Senhor e Pai. Deus é fiel mesmo quando o homem, emvez de responder com amor ao amor de Deus, se opõe a Ele e o trata como umrival, enganando a si mesmo e apoiando-se nas suas próprias forças, com oresultado da quebra do relacionamento com Aquele que o havia criado. Nãoobstante esta transgressão na parte do homem, Deus permanece fiel no amor.

“É, com certeza, verdade que a história do Jardim do Éden nos faz pensar sobreas trágicas conseqüências da rejeição do Pai, que se tornou evidente na desordeminterior do homem e na quebra da harmonia entre homem e mulher, irmã eirmão (veja Genesis 3:12 ff; 4:1-16). É também significante a parábola evangélicados dois irmãos (a parábola do filho pródigo; veja Lucas 15:11-32) que, demaneiras diferentes, se distanciam do seu pai e causam uma disputa entre eles.

“A recusa do amor paternal de Deus e de seus adoráveis dons está sempre naraiz das divisões entre os humanos. Mas nós sabemos que Deus… como o paina parábola (filho pródigo) não fecha seu coração para nenhum de seus filhos.Ele espera por eles, procura-os, vai ao encontro deles no lugar onde a recusa dacomunhão os aprisiona no isolamento e divisão. Ele os chama para se reunirema sua mesa na alegria da festa do perdão e reconciliação.

“Esta iniciativa na parte de Deus é realizada concretamente e manifesta no atoredentor de Cristo, que irradia pelo mundo através do ministério da Igreja. “13

◆ In the evening of that same day, the first day of the week, the doors were closedin the room where the disciples were, for fear of the Jews. Jesus came and stoodamong them. He said to them, ‘Peace be with you,’ and, after saying this, he showedthem his hands and his side. The disciples were filled with joy at seeing the Lord,and he said to them again, ‘Peace be with you. As the Father sent me, so am Isending you.’ (João 20:19-21).

O mundo precisa de paz. Cada nação necessita da paz e famílias necessitamde paz. A Igreja necessita de paz. Cada um de nós necessita a paz. Nós temos quetrabalhar pela paz através da oração, jejum e outras atividades cristãs.

E o que afinal das contas o que queremos dizer que é a paz? Santo Agostinhodiz que a paz é tranquilidade a ordem. Deus colocou ordem na sua criação e estaordem deve ser respeitada e promovida se a paz tiver que prevalecer. Na medidaem que a família humana vive segundo a vontade de Deus–vive segundo a ordemou plano estabelecido por Deus para a criação–na medida em que a paz existenos vários seguimentos da sociedade humana. Na medida em que há violaçõesdo plano de Deus, da sua Vontade, até tal ponto a paz estará ausente.

Se nós devemos ser instrumentos da paz, nós mesmos devemos estar em paz.A nossa paz pessoal é aquela tranquilidade de ordem que resulta de estarmosfazendo a vontade de Deus. Quanto mais estamos unidos através do amor comDeus ao fazer sua Vontade, mais nós sentimos a paz.

Algumas vezes a sensação da paz que experimentamos é tão forte que nóspodemos “sentí-la” pulsando através do nosso ser. Estes períodos poderíamoschamar de experiência de extraordinária paz. Este tipo de paz não é umaocorrência surtida no dia-a-dia.

Na maior parte do tempo nós estamos imersos num tipo de paz mais moderadoque resulta das nossas tentativas diárias de realizar a vontade de Deus no amor. Éesta paz que é uma companheira benvinda e que sistenta enquanto caminhamosnas estradas do dia-a-dia da vida com seu sentimento de alegrias e frustrações,sucessos e falhas, risos e lágrimas.

Ocasionalmente um sofrimento muito grande pode entrar na nossa vida. Édurante este tempo que nós necessitamos de uma determinação especial paramanter em nós mesmos uma paz de espírito básica no obstante a dor significante.Alguém talvez possa pensar como uma pessoa pode ter paz no meio de umaexperiência de grande sofrimento. São Francisco de Sales num de seus escritos–enão consegui localizar o lugar exato–oferece uma analogia que eu acho que émuito útil. Ele nos pede para imaginar um oceano durante uma violentatempestade. A superfície da água torna-se bastante agitada. Francisco nos pede,enquanto usamos a imaginação, para descer às profundezas. O que encontramos?Quanto mais profundamente descemos, longe da agitração da superfície, maiscalma a água se torna. Da mesma forma, diz o santo e doutor da Igreja, acontececonosco durante as horas de sofrimento intenso. Embora, a superfície do espíritopossa estar muito agitada, alguém pode ainda manter a paz básica do espírito indo

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mais profundamente para o centro onde Deus é maisdiretamente sentido. Aqui a pessoa sente a calma, apaz básica, embora o sofrimento permaneça.

Se nós estivermos tentando fazer a Vontade deDeus no amor, Deus quer que estejamos em paz.Quanto mais nós nos conformamos com a Vontadede Deus, mais estamos vivendo em harmonia com aordem estabelecida por Deus, tanto mais nóssentimos a paz, sendo a tranquilidade da ordem.Quanto mais vivemos desta forma, tanto maisinstrumentos apropriados nos tornamos parapromover a ordem de Deus e a consequente pazatravés dos vários seguimentos da sociedade.

◆ São Domingos foi umatestemunha importante da paz doSenhor: “Domingos possuía talintegridade e era tão fortementemotivado pelo amor divino, quesem dúvida, ele provou ser umportador da honra e da graça. Eleera um homem de grandeserenidade a não ser quando eramovido pela compaixão emisericórdia. E como um coraçãoalegre alegra o rosto, ele mostravauma tranquilidade pacífica e umhomem espiritual na bondade queele manifesta externamente e naalegria do seu semblante.”14

◆ Pouco antes de morrer decancer, o Cardeal José Bernadino nos deixou estaspalavras inspiradoras sobre paz: “Hoje, é o primeirodia de Novembro e o outono está dando lugar parao inverno. Breve as árvores perderão as coresvibrantes das suas folhas e a nve irá cobrir o chão. Aterra vai se fechar, as pessoas correrão de um ladopara o outro agasalhadas para se enquentar. Oinverno de Chicago é severo. É hora d morrer.

“Mas nós sabemos que logo a primavera iráchegar com sua vida nova e explendor.

“É claro que deu não estarei vivo na primavera.Mas logo eu experimentarei uma nova vida de umamaneira diferente.

O que eu gostaria de deixar é uma simplesoração que cada um de vocês poderá achar o que euachei: um presente especial de Deus para todos nós–o presente da paz. Quando estamos em paz, nósencontramos a liberdade de ser completamente oque somos, mesmo nos piores momentos. Nósdeixamos o que não é essencial. Nós nos esvaziamosde nós mesmos para que Deus possa trabalharcompletamente dentro de nós. E nos tornamosinstrumentos nas mãos do Senhor.”15

◆ Santa Teresa de Ávila, uma das três mulheresdoutoras da Igreja, nos conta como a vida espiritualé resumida numa amorosa conformidade com avontade do Pai: “Tudo que o iniciante na oração temque fazer–e você nunca deve esquecer isto, pois émuito importante–é trabalhar e ser resoluto epreparar-se com toda a diligência possível paraacomodar a sua vontade em conformidade com a

vontade de Deus. Como direi mais tarde, você pode estar certo de que isto contéma máxima perfeição que pode ser atingida no caminho da perfeição.”16

“Mais uma vez ela afimra: “…amor consiste… na firmeza da nossadeterminação ao tentar agradar a Deus em tudo.”17

O Espírito Santo e MariaO último Arcebispo do México Dom Luís M. Martinez fala relativamente da

cooperação progressiva de Maria com o Espírito Santo em relação a reproduçãode Jesus em nós: “Vida Cristã é a reprodução de Jesus nas almas…

“Agora, como a reprodução mística acontece nas almas? Da mesma maneira queJesus foi trazido ao mundo, pois Deus dá uma maravilhosa marca de unidade atodas as suas obras. Atos divinos possuem uma riqueza de variedades porque elessão obras da onipotência; no entanto, a mais perfeita unidade brilha em todos eles

porque são fruto da sabedoria; e este contraste divino e variedademarcam as obras de Deus com uma beleza sublime e inexplicável.

“No seu nascimento milagrosos, Jesus foi fruto do céu e da terra. OEspírito Santo transmitiu a fecundidade do Pai a Maria e o solovirginal trouxe de uma maneira inefável nosso querido Salvador, aSemente Divina, como Ele é chamado pelos profetas…

“Este é o modo como Ele é reproduzido nas almas. Ele é sempre frutodo céu e da terra.

Dois artífices devem cooperar no trabalho que é ao mesmo tempo aobra-prima de Deus e o produto supremo da humanidade: o EspíritoSanto e a Santíssima Virgem Maria. Dois santificadores são necessáriospara as almas: o Espírito Santo e a virgem Maria, pois eles são os únicosque podem reproduzir o Cristo.

Sem dúvida, o Espírito Santo e a Virgem Maria nos santificam demaneiras diferentes. O primeiro é o Santificador pela própria natureza;porque Ele é Deus, que é infinita santidade; porque Ele é o amor pessoalque completa, por assim dizer, a Santidade de Deus, consumindo a Sua

Vida e Sua Unidade e pertence a Ele comunicar às almas mistério daquela santidade.A Virgem Maria, por sua parte, e a cooperadora, o instrumento indispensável nos epelos desígnos de Deus. Da relação maternal de Maria com o corpo humano deCristo derivou a sua relação com o seu corpo místico que está sendo formadoatravés de todos os séculos até o fim dos tempos, quando Ele será elevado aos céusbelo, esplêndido, completo e glorioso.

“Estes dois, portanto, o Espírito Santo e Maria, são os artífices indispensáveisde Jesus de Jesus, os indispensáveis santificadores das almas. Qualquer Santo nocéu pede cooperar na santificação de uma alma, mas sua cooperação não énecessária, não é profunda, nem constante: enquanto que a cooperação destesdois artífices de Jesus de quem acabamos de falar é tão necessário que sem ele asalmas não são santificadas (e isto pelo atual desígno da Providência) que sem estacooperação é tão íntima que alcança as profundezas de nossa alma. Pois o EspíritoSanto derrama a candade nos nossos corações, Ele faz de nossa alma uma moradapara si, e dirige nossa vida espiritual por meio de Seus Dons. A Virgem Maria tema influência eficaz de Mediadora nas mais profundas e delicadas operações dagraça em nossas almas. E, finalmente, a ação de Espírito Santo e a cooperação daSantíssima Virgem Maria são constantes; sem Eles, nem um traço do carátr doCristo seira impresso em nossas almas, nenhuma virtude haveria em florir,nenhum dom poderia crescer, nenhuma graça aumentaria, nenhum vínculo deunião com Deus seria fortalecido na rica florescência da vida espiritual.

Tal é o lugar que o Espírito Santo e a Virgem Maria ocupam na ordem daSantificação. Portanto, a piedade cristã deve colocar estes dois artífices no seupróprio lugar, fazendo da devoção a eles algo necessário, profundo e constante”.18

A IgrejaNós vivemos nossa vida espiritual dentro da Igreja. A Igreja é uma realidade

multi-esplêndia. Reflitamos sobre umas idéias chaves ligadas à Igreja.

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◆ Henrique de Lubac diz: “A Igreja é a extensãomisteriosa da Trindade no tempo, não somente nospreparando para a vida de unidade mas conseguindorealizar ainda aqui nossa participação n’Ela. Ela vem eestá repleta da Trindade. Ela é para nós–na frasefavorita de Bousset – Jesus Cristo… comunicado. Ela éa Encarnação continuada. Ela é, como DietrickBonhoeffer costumava dizer, ‘a presença de Cristo naterra’… Ela fala com a autoridade de Cristo vivo epresente n’Ela… São Paulo aplica para Ela esta mesmapalavra “mistério” que ele tinha primeiro usado paraCristo. Ela é antes de tudo, a esposa de Cristo e de SeuCorpo.”19

◆ Fr. Bruno Forte nos diz: “A Igreja vem daTrindade, reflete em si a comunhão Trinitária–unidadena diversidade–e viaja para a Trindade, para a entregafinal de todas as coisas a Cristo, a fim de que Ele possaentregar tudo ao Pai e Deus possa ser tudo em todos.Como um povo reunido na unidade do Pai e do Filhoe do Espírito Santo, a Igreja é a Igreja do Pai. No Seuplano universal de salvação, Deus quis que Ele fosse umsinal e instrumento de unidade dos povos entre simesmos e com Ele. Ela é a Igreja do Filho, que atravésda sua encarnação e do mistério pascoal a colocou nahistória com Seu Corpo. Ela é a Igreja do EspíritoSanto que faz o Cristo Ressuscitado presente nahistória humana e enriquece o povo de Deus comcarismas e ministérios, e a conduz asua futura meta prometida.20

◆ O fato de que a Igreja é aquina terra é um reflexo daComunidade Trinitária nos levafacilmente a refletir sobre a Igrejacomo o Corpo de Cristo, desdeque este nome dado a Igrejatambém enfatiza o aspectocomunitário da Igreja. São Paulonos diz: Com efeito, o corpo é um e,não obstante, tem muitos membros,mas todos os membors do corpo,apesar de serem muitos, formamum só corpo. Assim tambémacontece com Cristo. Pois fomos todosbatizados num só Espírito para ser um só corpo, judeus egregos, escravos e livres, e todos bebemos de um só Espírito.O corpo não se compõe de um só membro, mas de muitos.Se o pé disser: ‘Mão eu não sou, logo não pertenço aocorpo’, nem por isto deixará de fazer parte do corpo. E seorelha disser: ‘Olho eu não sou, logo não pertencó aocorpo’, nem por isto deixará de fazer parte do corpo. Se ocorpo todo fosse olho, onde estaria a audição? Se fosse todoouvido, onde estaria o olfato?

Ora, voissois o corpo de Cristo e sois os seus membros,cada um por sua parte. E aqueles que Deus estabeleceu naIgreja são, em primeiro lugar apóstolos; em segundo lugar,profetas; em terceiro lugar, doutores… Vem, a seguir, osdons dos milagres, das curas, da assistência, do governo e ode falar diversas línguas. Porventura, são todos apóstolos?Todos profetas? Todos doutores? Todos realizam milagres?Todos têm o dom de curar? Todos falam línguas? Todos asinterpretam? (1 Cor 12:12-17; 27-30)

◆ Há uns dois mil anos atrás Cristo andou na terrapregando, curando os doentes, perdoando os pecados,

esplhando a sua misericórdia e bondade. Por tal vida que culminou com suamorte e ressurreição, Cristo redimiu o mundo. Esta redenção objetiva foirealizada pelo Cristo sozinho. Através dela, Ele conquistou para as pessoas detodos os tempos as graças necessárias para sua salvação e santificação.

Contudo, é necessário que estas graças sejam distribuídas para cadaindivíduo conforme cada um continua a sua parte no drama da existênciahumana. Tal distribuição de graças é obra da redenção objetiva.

Jesus ainda anda na terra enquanto a obra da redenção continua. Contudo,Ele agora anda na terra com um tipo diferente de existência. Ele não anda maisna terra no seu corpo físico, mas antes no seu Corpo Místico, a Igreja, o Povo deDeus. Através dos membros da sua Igreja, Cristo continua a estas presentequando Ele prega, administra os sacramentos, extende a sua misericórdia – tudorealizado através dos membros do Seu Corpo, a Igreja. Este Crito místico, porsua vez, recebe todo o seu poder do Cristo, a Cabeça, que reina glorioso com oPai e o Espírito Santo.

A Igreja, portanto, é a continuação terrena da Encarnação redentora de Cristo.Esta missão que a Igreja tem, embora uma grande responsabilidade, é também, umgrande privilégio. Na medida que cada Cristão se oferece ou se compromete como Cristo, a Igreja na sua totalidade espelha cada vez mais Cristo ao mundo. EsteJesus, que a Igreja apresenta ao mundo, é o Cristo que é Profeta, Rei e Sacerdote.

◆ Nós agora vamos refletir sobre a Igreja como Esposa do Cristo. Fr. JoséMurphy, S.J., nos diz: “João Paulo II cita sempre as ricas tradições doutrinais epatrísticas da Igreja que se refere ao Cristo como Esposo da Igreja e o Esposo dasalmas, oferecido a ambas no mistério Eucarístico. Para ele a chave da compreensãoda Sacramentalidade do casamento, para não mencionar a natureza dahumanidade, é o amor conjugal de Cristo pela Igreja como é demonstrado emEfésios S. Cristo é a Cabeça da Igreja como Salvador do Seu Corpo. A Igreja é

exatamente aquele Corpo que recebe d’Ele tudo que atravésdela se torna e é Seu Corpo. Como Cabeça e Salvador daIgreja Ele também é o Esposo de Sua Mulher…21

◆ A Igreja é uma mãe para nós. Henri de Lubac nos falasobre esta belíssima verdade:

“A Igreja é minha mãe porque Ela me gerou para umanova vida. Ela é minha mãe por causa da sua preocupaçãopara comigo. Nunca relaxa, e da mesma forma, nem tãopouco seus esforços para aprofundar aquela vida em mim,não importa quanto minha cooperação não entresiásticaseja. E embora esta vida em mim seja frágil e de crescimentotímido, eu tenho visto ela florescer em outras pessoas…

“Felizes são aqueles que desde infância aprenderama vera Igreja como uma mãe! Mais felizes ainda aqueles cujaexperiência, em qualquer caminhada da vida, conseguiram

confirmar esta verdade! Felizes aqueles que um dia foramagarrados (e cuja apreciação deste fato sempre cresceu) pela noviadade, riquezae profundidade da vida que lhes é comunicada por esta mãe”.22

◆ Avery Dulles, S.J., o teólogo bem conhecido que muito tem escrito sobre aIgreja, observa: “A Igreja, como já afirmei, é essencialmente um mistério da graça,um maravilhosos encontro entre o divino e o humano. Mesmo nas suas estruturasvisíveis, a Igreja não é uma mera organização para ser julgada pelos critérios deeficiência, mas um sacramento da obra salvífica de Deus em Jesus Cristo. E distosegue, ao meu ver, que as formas de falar e de vida da Igreja, e realmente suainteira existência incorporada, deve ser tal que possa mediar uma comunhão vitalcom o Cristo Senhor. A Igreja deve ser um lugar de oração e culto, louvor etestemunho. Qualquer mudança institucional na Igreja deve ser avaliada pelo seuefeito na vida espiritual dos seus membros. Será que isto vai intensificar sua fé, suaesperança, sua caridade? Será que isto vai ajudá-los a centrar suas vidas no Cristoe firmar suas ecistências no Deus que o ressuscitou dos mortos?”23

◆ Fr. Gerald Vann, O.P., fala comoventemente sobre nossa vida na Igreja:“Se você vive na Igreja e tenta usar o poder da Igreja para aumentar a vida da

Igreja, então o poder da Igreja fará você perfeito; e na sua integridade você ajudaráa construir a sua família e construir o mundo, mas você estará construindo maisdo que uma felicidade terrena porque você estará construindo a cidade que é

7Veja A Igreja, página 8

"#$“ A Igreja é minha mãeporque Ela me gerou para umanova vida. Ela é minha mãe porcausa da sua preocupação paracomigo. Nunca relaxa, e damesma forma, nem tão poucoseus esforços para aprofundaraquela vida em mim...

Henri de Lubac

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eterna, aqui você constrói na sombra, você constróipara um futuro que é invisível, e portanto você sópode construir na esperança. E frequentemente osseus planos serão destruídos e os seus sonhos vão cairpor terra e você precisará da força da Rocha que éCristo para lhe dar paciência e fortaleza…

“E quando chegar a morte para você… a Igreja vailhe abençoar pela vida que você lhe adicionou ehaverá pessoas para lhe dar mais atenção do quequando você estava aqui...

Mas você, por sua parte, não estará mais nasombra, mas na Glória da Luz inacessível; você estarána Cidade que é sua porque você ajudou a construir;você vera finalmente como Ele é, e estará todo comEle; e você não se lamentará, chorará ou sofrerá,porque todas estas coisas passadas serão transfor-madas em felicidade e paz, e você andará com Ele…com todos que você ajudou a levar até Ele, até osconfins da terra… você andará com Ele na felicidadepara sempre, na frescura do entardecer eterna”.24

Os SacramentosA existência da Igreja centra-se na sua liturgia. O

Vaticano II diz: “A liturgia é o cume para o qual aatividade da Igreja é dirigida; ao mesmo tempo elaé a fonte da qual toda a sua força emerge.”25 A vidalitúrgica da Igreja é centrada nos Sacramentos eespecialmente, no Sacrifício Eucarístico. Nós vamosconsiderar os sacramentos em geral e então,desenvolver mais extensivamente as idéias sobre aMissa.

Os sacramentos são encontrosespeciais com Crito. Jesus une-secom o sinal sacramental enquantoEle oferece sua graça àquele que orecebe. Neste sentido, Cristo e seussacramentos se tornam um; osacramento e o ministro sãomersos instrumentos que Cristoemprega para dar-se de novo. Oprimeiro encontro sacramental éentre Jesus e o recipiente.

Cristo se oferece através da Igrejae seus sacramentos a fim de nostornarmos cada vez mais unidos aEle. Esta incorporação no Cristocomeça no Batismo, através do qualo Cristão se torna um membro deambos, o Cristo e a Igreja… E o queé mais, esta incorporação na vida de Cristo significaestar incorporado no seu mistério pascoal. Morte:ressurreição era uma suma do mistério resumido detoda existência redentora do Cristo. A morte-ressurreição era o mistério central pelo qual Cristonos deu sua vida e é o mistério central que o Cristãodeve reviver em Cristo.

Cada um dos sacramentos nos aprofunda nanossa incorporação na morte-ressurreição de Jesus;cada um alcança isto de uma maenria um tantodiferente, segundo a sua meta principal; finalmente,

e muito importanto é saber que cada sacramento nos aprofunda nestaincorporação dentro dum quadro eclesial. Os sacramentos, porque são realizadosde ambos dos Cristo e da sua Igreja, intensificam o relacionamento do Cristão nãosomente com Jesus mas, tambe.m, com os membros da Igreja e, por último, comtodos os outros.

A Eucaristia◆ A morte-ressurreição de Jesus, que é encontrada de maneira especial através

dos Sacramentos, é especialmente renovada no Sacrifício Eucarístico.Consequentemente, nós podemos ver a conexão lógica entre os sacramentos e aMissa. Realmente, todos os sacramentos estão voltados para o Sacrifício Eucarístico.

◆ Na Última Ceia, na noite em que foi traido, nosso Salvador instituiu o SacrifícioEucarístico do seu Corpo e Sangue. Ele fez isto a fim de perpetuar o sacrifício da cruzatravés dos séculos até que Ele volte outra vez e destaforma Ele confiou à sua amadaEsposa, a Igreja, um memorial da sua morte e ressurreição: um sacramento do amor,um sinal de unidade, um vínculo da caridade, um banquete pascal no qual Cristo érecebido, a mente é repleta da graça e um penhor da glória futura nos é dado.(Vaticano II, Constituição sobre a Sagrada Eucaristia, nº17).26

◆ A Igreja, portanto, ardentemente deseja que os fiéis de Cristo, quando presentesa este mistério de fé, não devem estar alí como estranhos ou espectadores silenciosos.Ao contrário, com um maior aprêço aos ritos e orações eles devem participarconsciente, devota e ativamente. Eles devem ser instruidos pela palavra de Deus eserem reabastecidos à mesa do Corpo do Senhor, eles devem dar graças a Deus aooferecer a Vítima Imaculada, não somente pelas mãos do sacerdote, mas também comele, eles devem aprender a oferecerem a si mesmos, também. Através de Cristo, oMediador, eles devem aproximar-se dia-a-dia de união cada vez maior com Deus euns com os outros, a fim de que finalmente Deus seja tudo em todos. (Constituiçãosobre a Sagrada Liturgia, nº 17).27

◆ Através do Sacrifício Eucarístico, Cristo, o Senhor, quer colocar diante de nós, deuma maneira muito especial, esta incrível união pela qual nós nos unimos uns com osoutros e com a nossa Cabeça Divina, uma união que nenhum elogia podesuficientemente expressar.. Pois neste sacrifício os ministros sagrados agem não só comorepresentantes de todo o Corpo Místico e de cada um dos fiéis. Novamente, neste ato de

sacrifíco, os fiéis de Cristo, reunidos pelo laço comum da devoção eoração, oferecem ao Eterno Pai através das mãos do sacerdote, pelaoração do qual somente se realiza sobre o altar a presença do CordeiroImaculado, a vítima de louvor e de propiciação mais aceitável pelasnecessidades da Igreja. Alem disso, assim como o Redentor Divino,enquanto morria na cruz, ofereceu-se ao Eterno Pai como Cabeça detoda a raça humana asim também, agora, “nesta oblação pura”. Elenão somente se oferece como Cabeça da Igreja ao Seu Divino Pai masem Si mesmo igualmente seus membros místicos. Ele os abraça atodos, mesmo os membros mais fracos e eenferemos, com o maisprofundo Amor do Seu Coração. (Papa Pio XII,“Mistici Corporis”)28

◆ O Papa João Paulo II diz: “Este culto, oferecido, portanto, àTrindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, sobre tudoacompanha e permeia a celebração da Liturgia Eucarística. Maseste culto deve encher nossas igrejas, também, for a das horas daMissa. Na verdade, desde que o Mistério Eucarístico foi instituídopor amor, e faz com que o Cristo este sacramentalmente presente,ele é digno de ação de graças e de culto. E este culto deve ser

proeminente em todos os nossos encontros com o Santíssimo Sacramento, tantoquando nós visitamos nossas igrejas como quando as espécies sagradas são levadaspara os doentes e lhes são administradas.

“Adoração ao Cristo neste sacramento de amor deve encontrar expressão nasformas de devoções Eucarísticas: oração pessoal diante do Santíssimo Sacramento,Horas de Adoração, períodos de exposição – curtos, prolongados e anuais (quarentahoras) – Bençãos do Santíssimo Sacramento, procissões Eucarísticas, congressosEucarísticos. Uma menção especial deve ser feita neste momento à Solenidade doCorpo-Sangue de Cristo como um ato de culto público oferecido ao Cristo presentena Eucaristia, uma festa instituída pelo meu predecessor Urbano IV em memória dainstituição deste grande Mistério.

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“Tudo isto corresponde, portanto, aos princípiosgerais e normas particulares já há muito tempo emexistência, mas formuladas de novo durante ou depoisdo Segundo Consílio Vaticano.

“… A Igreja e o mundo tem uma grande necessidadedo culto Eucarístico. Jesus espera por nós nestesacramento de amor. Sejamosgenerosos com o nosso tempo ao irao encontro d’Ele na adoração e nacontemplação cheia de fé e prontapara reparar pelas grandes faltas ecrimes do mundo. Que nossaadoração nunca acabe.”29

◆ As seguintes palavras do PadreM. Raymond. O.C.S.O. enfatizam agrande importância da nossa santi-dade pessoal e da nossa participaçãona Missa: “A Missa, enquanto é aoferta de Cristo, não é somentesempre aceitável por Deus, comotambém tem um valor infinito.

“Mas enquanto é sua oferenda eminha, e aquela de qualquer outromembro do Corpo Místico… Nóspodemos limitar a eficácia deste grande Ato de Amor deDeus; nós seres finitos podemos colocar barreiras. Averdadeira inndação da vida divina que nos é possívelreceber da parte do Filho Infinito do Pai Infinito.”30

Sim, a eficácia de cada Missa, que faz o sacrifício doCalvário Sacramentalmente presente, depende em parteda santidade de toda a Igreja, que a oferece com o Filhoao Pai no Espírito Santo, incluindo a Santidade doSacerdote que oferece e da Santidade da sua congregaçãoque participa.

◆ Padre Maurice de la Taille, S,J., antigo professor deTeologia da Pontifícia Universidade Gregoriana e umaautoridade universalmente reconhecida sobre a Missa,também salienta a grande importância da Santidadepessoal na Igreja relativa à eficácia do SacrifícioEucarístico: “É, portanto, de grande importância quehaja na Igreja muitas pessoas santas, muitas pessoasmuito santas. Pessoas devotas, homens e mulheres, quedevem ser estimuladas, por todos os meios, à mais altaSantidade, a fim de que através delas o valor da nossaMissa possa ser aumentado e a incansável voz do Sanguede Cristo, clamando da terra, possa tocar com grandeclareza e insistência is ouvidos de Deus. Seu sangueclama sobre os altares da Igreja, mas como Ele clamaatravés de nós, segue que quanto mais quente o coraçãoe mais puros os lábios, mas claramente este clamorpossa ser ouvido diante do Trono de Deus. Você gostariade saber por que por tantos anos após o primeiroPentecostes, o Evangelho foi tão maravilhosamentepropagado, por que havia tanta Santidade entre o povoCristão; por que tanta pureza no coração e na mente, talcaridade, a soma de toda a perfeição? Você vai encontrara resposta quando você se recordar que naquele tempoa Mãe de Deus ainda estava na terra dando a sua ajudapreciosa em todas as Missas celebradas pela Igreja e vocêvai parar de se maravilhar que desde então, nunca maishouve tal expansão da Cristandade—nem tantopregresso espiritual”.31

Se todos têm, portanto, a responsabilidade de

crescer na Santidade a fim de tornar a Missa mais eficaz, o Sacerdote tem umdever especial de fazer isto também. Sua meta deve ser de crescer sempre nasantidade – crescer em união com Cristo o Sacerdote, este Cristo que nosconduz ao Pai no Espírito Santo com Maria a Seu lado.

◆ O Sacrifício do Calvário se torna presente sacramentalmente na Missa.Quando nós rezamos a Oração de Oferta da Manhã, unidos ao Santo Sacrifício

da Missa, nós agimos como intercessores, suplicando a Deus quegrandes graças no seja concedidas todos os dias através dasnossas ações devotas enquanto nós agimos no amor segundo avontade do Pai. Quer nós estejamos comendo, ou cuidando denossos pai enfermos, divertindo-se com um amigo,trabalhando na nossa profissão, nós podemos ajudar a trazersobre o mundo grandes graças.

Quando nós rezamos a Oração da Oferta da Manhã nósoferecemos nossas vidas ao Pai, através de Cristo, no EspíritoSanto, com a devota assstência de Maria, Nossa Mãe. Rezemos,portanto, unidos pelos nossos corações ao Santo Sacrifício daMissa. Segue daí uma Oração de Oferecimento da Manhã.

“Meu querido Pai, eu vos ofereço neste dia todas as minhasorações, trabalhos, alegrias e sofrimentos, em união com Jesusno Santo Sacrifício da Missa, no Espírito Santo.

“Eu me uno com nossa Mãe Maria, com todos os anjos,santos e as almas do purgatório para rezar ao Pai por mim

mesmo, por cada membro da minha família, por meus amigos, portodo o povo através do mundo, por todas as almas do purgatório e por todas asoutras intenções do Sagrado Coração.

“Eu Vos amo, Jesus, e Vos dou meu coração. Eu Vos amo, Maria, e Vos dou meucoração. Amém.”

◆ Padre Edward Leen, C.S., nos conta: “A não ser que sejamos agradáveis aDeus nós não podemos nos salvar, nós podemos realizar o própósito da nossaadoção divina. Nós não podemos agradar a Deus a não ser que nos assemelhemosa Jesus Cristo, e a Santíssima Eucaristia foi instituída com o intuito de aperfeiçoarem nós tal semelhança. O alimento é transformado na carne daquele que orecebe; este alimento celeste, o alimento das nossas almas, que é o Corpo e oSangue de Jesus Cristo, tem o efeito diretamente oposto: ele transforma o querecebe no próprio Alimento. Não se deve esquecer que a presença em nós que sesegue a recepção da Santa Comunhão é uma presença viva e ativa. Nosso Senhorestá mais presente conosco do que a pessoa com quem estamos conversando.Como Ele influencia, enquanto está neste mundo, aqueles que permitem sesubmeter ao charme da Sua Personalidade, assim também exercita um efeitoprofundo na alma daquele que comunga, se esta alma quer se submeter a suaação. Nós não podemos permanecer na companhia de alguém que é bom sem serincitado à sua bondade; nós não podemos permanecer com Nosso Senhor – e nósestamos tão perto d’Ele como nossos desejos nos levam – sem receber os efeitosdas Suas virtudes e sem ser incitados a nos tornar com Ele, sem sermos levados,num sentido místico a nos tornar um com Ele, a ser Crstificado.”32

◆ De um jornal espiritual: “Vá ao tabernáculo. Jesus nos dará nossas respostas.Ele está esperando que venhamos. Nós devemos vir, sentar em silêncio e deixá-Lo trabalhar em nossos corações. Não devemos nos encher de medo, devemosnos encher de esperança e alegria. Devemos rezar ao Espírito Santo para nosconceder Sua Sabedoria de conhecer a vontade do Pai. Maria é nossa Mãe. Elanos ajudará com todas as nossas dificuldades e com todas as nossas lutas.Devemos disciplinar nossos pensamentos e ir ao Coração de Jesus. É através daEucaristia que nós seremos fortalecidos para enfrentar nossos provações.

“É assim que estou com Jesus. Estou vazio. Eu desejo que Ele se dê a conhecera mim. Eu não tive grandes conhecimentos teológicos quando comecei a sentar nafrente do tabernáculo. Eu estava procurando o amor que vem de Jesus,. Ninguémjamais me amou do modo que minha alma queria ser amada. Eu ansio por estarcom Jesus. Eu desejo que meu coração se satisfaça. Eu desejo que meu desejoardente, que sinto dentro de mim, se satisfaça. Sinto sede de amor. Eu me senteicom Ele presente no tabernáculo e Ele me satisfez. Ele se revelou para comigo. Eleera o Noivo da minha alma e eu a sua noiva. E enquanto eu me tornava mnas

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"6$“ Não se deve esquecer que

a presença em nós que se

segue a recepção da Santa

Comunhão é uma presença

viva e ativa. Nosso Senhor

está mais presente conosco

do que a pessoa com quem

estamos conversando.”

- Edward Leen

Veja A Eucaristia, página 10

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intimamente unido a ele, sentado ali em silêncio eindo até Ele, eu chorei. Eu estava tão repleto de amor.Eu encontrei o que eu estava procurando a vidainteira. Ele escreveu o conhecimento de Si mesmo naminha alma. Ele escreveu este conhecimento nosmomentos íntimos que eu passei com Ele na Missadepois da Comunhão e diante do tabernáculo.

“Eu luto atentamente para fazer o seu trabalho eestou esgotado de correr na competição. Estoucansado, sou verdadeiramente humano, mas oinsaciável amor que tenho por Ele no meu coraçãoestá no cerne da minha existência. É n’Ele que existoe n’Ele eu amo. Eu O amo tão intensamente econtudo eu sou tão indigno dos Seus dons que meforam dados. Eu desejo ardentemente ajudar asalmas, e seus desejos se tornam meus através daminha íntima união com Ele especialmente depois darecepção da Eucaristia. Neste dia (Festa de Assunção),eu senti a infinita pureza do Coração de Maria e aalegria de morar profundamente no Seu Coração noseu puro amor. Foi um presente especial que Ele medeu estar envolvido no Coração de Maria nãoobstante minhas faltas. Ele se deu completamente aMim. Eu anseio por isto conhecendo esta presença.

◆ Madre Tereza de Calcutá partilha conosco estespensamentos: “Eu faço uma hora santa por dia napresença de Jesus no Santíssimo Sacramento. Damesma forma, todas as minhas irmãs Missionáriasda Caridade, também, fazem uma hora santadiariamente porque nós achamos que através destahora santa diária nosso amor por Jesus se tornamais íntimo, nosso amor umas pelas outras se tornamais harmonioso e o nosso amor pelos pobres maischeios de compaixão. Nossa hora santa é a nossaoração de família diária onde nós nos reunimos erezamos o Terço do Rosário diante do SantíssimoSacramento exposto na primeira meia hora e nasegunda meia hora rezamos em silêncio. Nossaadoração dobrou o número de nossas vocações. Em1963 nós fazíamos juntas uma hora santasemanalmente, mas foi só em 1973 que começamosa nossa hora santa diária e foi então que nossacomunidade começou a crescer e florir.33

◆ São Peter Julian Eymard, o fundador dosPadres do Santíssimo Sacramento, nos conta: “AEucaristia, olhai o tesouro do Cristão, sua alegrianeste mundo. Desde que Jesus está na Eucaristia porcausa dele pessoalmente, toda a sua vida deve seratraída para ela como um ímã para o seu centro.”34

O SacerdócioAs condições acima formuladas sobre a

Eucaristia nos levam facilmente a pensar noSacerdócio:

◆ O Diretório sobre o Ministério e Vida dosSacerdotes nos falam sobre o Sacerdote e seurelacionamento com a Eucaristia:

“Se o ministério da Palavra é o elementofundamental do ministério sacerdotal, o seu coraçãoé o centro vital, constituído, sem dúvida, pela

Eucaristia, que é, acima de tudo, a presença real no tempo do único e eternosacrifício de Cristo.

“O memorial sacramental da morte e ressurreição de Cristo, a verdadeira eefeicaz representação daquele Sacrifício redentor e singular, fonte e ápice da vidacristã no conjunto geral da evangelização, a Eucaristia é o início, o meio e a meta doministério sacerdotal, desde que todos os ministérios eclesiais e trabalhosapostólicos estejam ligados à Eucaristia e a ela se dirijam. Consagrado a fim deperpetuar o Santo Sacrifício, o Sacerdote, deta forma, manifesta, da maneira maisevidente, a sua identidade.

“Existe, de fato, uma íntima afinidade entre o aspecto central da Eucaristia, dacaridade pastoral e a unidade de vida do sacerdote, que encontra nesta finidade asindicações decisivas do modo de santidade para o qual ele foi especificamentechamado.

“Se o sacerdote empresta ao Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote, a sua inteligência,vontade, voz e mãos para detsa forma oferecer, através do seu ministério, osacrifício sacramental da redenção ao Pai, ele deve fazer como suas as disposiçõesdo Mestre e, como Ele, viver aqueles dons para seus irmãos na fé. Ele deve, portanto,aprender a se unir intimamente a oferenda, colocando sua vida inteira sobre o altardo sacrifício como um sinal revelador do amor gratuito e antecipado de Deus.”35

◆ O Vaticano II nos diz: “Santidade Sacerdotal em si mesmo contribui muitopara uma realização frutuosa do ministério sacerdotal. É verdade que a Graça deDeus pode completar o trabalho da salvação mesmo através de ministros indignos.Contudo, Deus deseja manifestar suas maravilhas através daqueles que, de maneiramarcante, têm se tornado dóceis aos impulsos e orientações do Espírito Santo…

“Este Santíssimo Sínodo deseja alcançar suas metas pastorais de renovaçãodentro da Igreja, da difusão do evangelho em todo o mundo e de diálogo com omundo moderno. Portanto, ele fervorosamente exorta todos os sacerdotes a usaros meios apropriados recomendados pela Igreja enquanto eles se esforçam poraquela maior santidade que os fará progressivamente instrumentos no serviço detodo o Povo de Deus.”36

O que o Consílio Vaticano II coloca diante dos seminaristas com respeito aformação espiritual pode, também, ser obviamente posto em prática pelossacerdotes:“A formação espiritual deve estar intimamente ligada ao treino doutrinale pastoral. Especialmente com a ajuda do diretor espiritual, tal formação deveajudar aos seminaristas aprender a viver numa intimidade constante e familiar como Pai, através de Jesus Cristo seu Filho no Espírito Santo. Pela ordenação sacerdotaleles serão modelados na semelhança de Cristo, o Sacerdote. Como amigos elesdevem se acostumar a uma associação leal com ele através de uma profundaidentificação de suas vidas inteiras com a Sua. Eles devem viver o Seu ministériopascoal de tal forma que eles saibam como inciar tal identificação nas pessoas quelhes são confiadas. Eles devem ser instruídos a procurar o Cristo em muitos lugares:na fiel meditação da palavra de Deus, na comunhão ativa com os sacratíssimosmistérios da Igreja, especialmente da Eucaristia e do Ofício Divino, no bispo que osenvia e no povo ao qual eles são enviados, especialmente os pobres, os jovens, osdoentes, os pecadores e os descrentes. Com a confiança de um filho, eles devemamar e honrar a Bendita Virgem Maria, que lhes foi dada como Mãe ao Seudiscípulo pelo Cristo Jesus enquanto Ele estava pendurado e morrendo na cruz.”37

◆ O Papa João Paulo II constrói em cima do ensinamento do Vaticano II: “Nãohá dúvida de que o exercício do ministério sacerdotal, especialmente a celebraçãodos sacramentos, recebe a sua eficácia de salvação da própria ação de Cristo Jesus,tornada presente nos sacramentos. Mas por um desígnio divino, que pretendeexaltar a absoluta gratuidade da salvação, fazendo do homem ao mesmo tempoum “salvo” e um “salvador” – sempre e só condicionada também pela maior oumenor receptividade e particpação humana. Particularmente, a maior ou menorsantidade do ministério influi sobre o anúncio da Palavra, a celebração dosSacramentos e a condução da Comunidade na Caridade.38

◆ Padre Arthur Culkins, um estudioso Mariano contemporâneo, nos ofereceestas palavras sobre Maria e o Sacerdote:

“Se cada Cristão deve se ver no Apóstolo João, confiado a Maria como seu filhoou filha, quanto mais deviam os sacerdotes se reconhecerem como filhos deMaria, e sujeitos a proteção dela por uma dupla razão. E eu digo ‘dupla’ porqueeles são sucessores de João por um duplo título: como discípulos e comosacerdotes. Isto é belamente ilustrado por nosso Santo Padre na sua Carta aos

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Sacerdotes de 1988 na Quinta-feira Santoa: “Se João aospés da cruz de alguma forma representa cada homeme mulher aos quais a maternidade da Mãe de Deus éextendida, quanto mais isto tem a ver com cada um denós, que estamos sacramentalmente chamados aoMinistério Sacerdotal da Eucaristia na Igreja,...

“Embora Jesus tenha confiado cada sacerdote à suaMãe do alto da cruz e o Papa tenha feito isto algumascentenas de vezes, é contudo necessário para oSacerdote fazer, ele mesmo, se ele quiser realmenteexperimentar o poder e a proteção da Mãe de Deus naSua vida como Seu Divino Filho realmente intenciona.Sacerdotes que fizeram esta consagração conhecem adiferença que isto faz”39

◆ Padre Jean Galot, S.J. nos dá estas perspicazespalavras sobre o sacerdote: “Cristo exigiu dos Doze a maistotal consagração, mais parecida com a sua própria. Ele oschama para deixar tudo para segui-lo e desta formaassociá-los mais intimamente à sua própria Encarnação...

“A consagração, também, estabeleceu um laço especialentre sacerdotes e o mistério redentor de Cristo. PorqueJesus faz a sua consagração frutificar através do sacrifício,e assim também aqueles sobre os quais Ele reveste comSeus poderes pastorais são chamados, também, a realizarem si mesmos a definição do bom pastor que dá a suavida pelas suas ovelhas. Sacerdotes não podem limitar asua oferta sacrifical apenas à realização ritual daEucaristia. Ele são chamados a se comprometertotalmente ao fazer aquela oferta total de si mesmo que aEucaristia sugere para suas próprias vidas. O seucompromisso com o sacrifício não é somente aqueleexigido de todo cristão pelo fato de participar dosacerdócio universal mas aquele exigido deles por umaconsagração que é especificamente própria do sacerdote.

“Quanto a missão do sacerdote, ela é totalmente umaexpressão da Encarnação redentora no seu aspectopastoral. A encarnação é revelada nesta missão porque ospoderes conferidos aos sacerdotes para serem exercidosem nome de Cristo são poderes divinos: o poder detransmitir a verdade revelada co autoridade, o poder deoferecer… o próprio sacrifício de Cristo na Eucaristia, opoder de perdoar pecados e ser mediador da Santidadede Cristo, o poder de guiar a comunidade e promover odesenvolvimento do reino que é de Deus mesmo. Assim,o Sacerdote surge como o homem de Deus, o homem noqual Deus age com um poder especial.

“O ministério sacerdotal leva, também, a redenção afrutificar por causa do laço indissolúvel que Cristoestabeleceu entre o serviço e sacrifício o Filho doHomem veio para servir e dar a Sua vida pelo resgate dahumanidade. Prolongando este serviço do Filho doHomem e fazebdo com que ele se torne disponível paraas pessoas em todos os tempos e lugares e extendendoao mesmo o sacrifício que produz liberdade.

“Todos os aspectos do ministério sacerdotal possuema marca distintiva do sacrifício. O sacerdote não podetransmitir a verdade e a vida de Cristo, nem viver seuamor pastoral, sem um profundo encajamento com ocaminho da cruz”.40

E aqui mais umas palavras do Fr. Galot: “Como ummediador, o sacerdote é um pastor em nome de Deus, oumais precisamente em nome de Cristo, e através deCristo, em nome do Pai. No sacerdote é realizada a

profecia de Ezequiel no qual Javé promete ser o Pastor do seu povo (Ezequeil 34).Algumas implicações deste princípio devem ser salientadas. O Sacerdote não tira ainspiração do seu zelo pastoral dos seus próprios sentimentos, da sua resolçãopessoal de criar um mundo melhor. Ele é pastor baseado no poder da intençãopastoral de Deus e representa especificamente Cristo, o pastor. Consequentementeele é chamado para realizar sua missão pastoral noa segundo suas dieáis próprias esuas ambições pessoais, mas de acordo com a dispensação do próprio Deus e osdesígnios de salvação planejados pelo Pai e levados a vante pelo Cristo. Como Jesusmesmo, o sacerdote está a serviço do Pai.”41

◆ O Papa João Paulo II fala para os seus irmãos sacerdotes: “De certa forma aoração é a primeira e última condição para conversão, progresso espiritual esantidade. Talvez nestes últimos anos – pelo menos em alguns setores – tem havidomuita discussão sobre o Sacerdócio, a “identidade” do Sacerdote, o valor da suapresença no mundo moderno, etc., e por outro lado tem havido muita poucaoração. Não tem havido bastante entusiamo para realizar o Sacerdócio pelaoração…a fim de confirmar a identidade sacerdotal. É a oração que mostra o estiloessencial do sacerdote; sem oração este estilo fica deformado. A oração nos ajudasempre a encontratr a luz que nos conduzia desde o princípio da nossa vicaçãosacerdital, e que nunca nos deixa de coduzir, mesmo que as vezes ela pareçadesaparecer na escuridão. A oração nos torna capazes de sermos continuamenteconvertidos, de continuar num estado de contínua procura de Deus, que éessencial se nós queremos conduzir outros a Ele. A oração noa ajuda a acreditar, aesperar e a amar, mesmo quando as nossas fraquezas humanas nos atrapalham.

“A oração, da mesma forma, nos torna aptos a redescobrir as dimensõesdaquele reino pela vida do qual nós rezamos todos os dias, quando nós repetimosas palavras que Cristo nos ensinou. Então nós enterderemos completamente qualé nosso papel na realização do pedido: ‘Venha a nós o Vosso reino’, e veremos quãoimportantes somos na sua realização.”

E aqui vão mais umas palavras de João Paulo II aos seus sacerdotes: “Queridosirmãos… vocês que colocaram as mãos no arado e não voltam atrás, e talvez aindamais aqueles que têm dúvidas do significado da sua vocação ou do valor do seuserviço: pense nos lugares onde as pessoas ansiosamente esperam um sacerdote eonde, por muito anos, sentindo a falta de tal sacerdote, eles não cessam a esperapela sua presença. E às vezes acontece que eles encontram em algum santuário ecolocam sobre o altar a estola que eles ainda guardam e recitam todas as oxeçõesda Liturgia Eucarística; e então, no momento que corresponde à transustanciaçãoum profundo silêncio desde sobre eles, silêncio às vezes interrompidos por umsoluço… tão ardentemente eles desejam ouvir as palavras que somente os lábiosde um sacerdote podem eficazmente pronunciar… Tão profundamente elessentem a ausência dum sacerdote no seu meio!… Tais lugares não estão faltandono mundo. Assim se alguém duvida da importância do seu sacerdócio, se ele achaque isto é “socialmente” infrutífero ou desnecessário, pense nisto!”42

◆ Aqui estão palavras para um sacerdote do Fr. Nicholas Cachia: “Esta idéiado sacerdote pertencer a sua comunidade é essencial tanto para sua vida pessoalcomo para seu trabalho pastoral. Ele não é um estrnho para aquela comunidade.Isto é particularmente verdadeiro no caso dos sacerdotes diocesanos. Um grupode sacerdotes diocesanos da Áfria do Sul assim declararam num documento queels publicaram sobre a espiritualidade do sacerdote diocesano: ‘Em virtude dasua vocação sacerdotal… o sacerdote diocesano pertence num sentido primeiro,imediato e indiferenciado às pessoas da diocesa e a paróquia para qual ele éenviado.’

“Este estar com os outros e para os outros se torna concreto através doserviço.jesus se apresentou como o Filho do Homem que veio para servir osoutros (veja Mateus 20:28; Marcos 10:45). João apresenta Jesus como aquele quecoloca de lado as suas vestes a fim de lavar os pés dos discípulos, e pedindo queeles sejam o seu exemplo (cf. João 13,4-16)… Ou como dizem os Bispos Alemãsnum documento sobre o serviço sacerdotal: ‘Em todos esses, bem como emmuitos textos do Novo Testamento, não há nenhum traço de triunfalismohierárquico ou arrogância autoritária. Ao contrário, extes textos falam de umamissão especial de liderança devotada e orientada à unidade e uma suposição deserviço pelo Evangelho.’

“A idéia de serviço imediatamente corrige qualquer equívoco que poderia estar

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ligado com o aspecto da autoridade que o sacerdoterecebe sobre sua comunidade. Mas os seusensinamentos bem como suas ações sempreestiveram orientadas para a libertação das pessoas. Omesmo é verdade do Bispo Cristão. Ele recebeautoridade junto com seu presbítero sacerdotal, mas‘isto é algo bem diferente de uma permissão paradominar sobre aqueles que estão sob seu cuidado.Antes esta autoridade sempre existe por causa doserviço. Cristo nos deu o exemplo: seu serviço foi darsua vida pelos seus amigos.’ ”.43

Oração ◆ Oração é uma ocasião especial na qual

aprofundamos a consciência do nossorelacionamento com Deus. Na oração nós ficamosespecialmente conscientes da amável presença deDeus e correpondemos com nossa promessa de amor.A oração aprofunda o nosso desejo de Deusaprofunda, também, a nossadeterminação de levar adiante a suaVontade. A oração nos une maisintimamente com o Pai, pelo Filho e noEspírito Santo.

◆ A melhor maneira de rezar éaquele métido que em certo momentoparece mais apropriado paranoscolocar em contato com Deus. Parauma pessoa isto pode ser uma leitura meditativa–porexemplo, uma devota reflexão numa passagemescolhida das Escrituras. Tantas passagens podem serrezadas quantas pareçam ser úteis por períodoparticular de oração. Para outra pessoa, o melhormétodo aqui e agora possa bem ser uma simplesargumentação com Deus sobre os acontecimentos dasua própria vida. Outra pessoa pode escolher reflexãonas palavras de uma oração favorita. Oração sobreuma cena da vida de Cristo é outro método popular.Todos estes são métodos comuns usados ao se fazeruma oração meditativa. Ter um profundo sentimentode Deus estar presente para nós e nós para Ele ecompreeder que isto ocorre numa atmosfera deamor–eis o que é mais importante. O método deoração que nós usamos em determinado momentodeve apensas melhor servir a este propósito.

Não importa que método de oração eu uso.Minhas orações devem ser sempre Trinitárias eCristocênitricas. Eu devo sempre me esforçar paraentender melhor o que o Pai fala comigo através doCristo no Espírito Santo e que eu respondo ao Paiatravés e com Jesus no Espírito Santo.

Conforme a oração vai se desenvolvendo,geralmente ela se torna mais simplificada. Iniciantesna vida de oração com freqüência sentemnumerosas idéia e imagens sobre Deus e as coisas deDeus juntamente com vários atos da vontade.Conforme a oração se desenvolve ocorre usualmenteum processo de simplificação que é tríplice.Primeiramente, os atos do intelecto se tornam

menos numerosos, mesmo ao ponto que uma idéia claramente predomina. Os atosda vontade, também, se tornam mais raros, e os do amor crescem sempre mais ede um modo resumido, contém todos os outros movimentos da vontade.Finalmente, o processo de simplificação da oraçãoalcança e toca em tudo na vidada pessoa. A pessoa vê a vida harmoniosamente unificada em Cristo, e esta visãosimplificada dá um sentido de propósito e força concentrados à existência dapessoa que não se encontrava presente antes.

A oração e o seu processo de crescimento não estão isentos de todas dificuldades.O caminho da oração, como o da vida espiritual em geral, não é um caminhosempre suave. Algumas vezes encontramos pequenos sofrimentos ao longo docaminho; outras vezes a dor é mais severa. Os sofrimentos. Se apropriadamenteenfrentados, devem levar a uma maior união com Deus. Isto é, uma vez mais, umaquestão de viver o mistério pascoal da morte e ressurreição de Cristo.

Uma das dificuldades mais comuns encontradas na oração é aquela queenfrentamos com as distrações. Somente nas orações místicas mais elevadas,durante a qual Deus toma conta das faculdades, que as distrações estãocompletamente ausentes. Nos estágios mais comuns da oração, nós sempre vamoster que enfrentá-las. O desafio, então, é lutar para passar pelas distrações quandoestas ocorrem. A concentração essencial em Deus e nas coisas de Deus ainda épossível embora as distrações venham e se vão.

Aridez na oração é outro sofrimento comum. Frequentamente Deus derramadoces consolações no início da vida de oração a fim de ajudar a pessoa a ser tornariniciada na árdua mas recompensadora vida de oração. Frequentemente,

conforme a oração progride as consolações emocionalmentesentidas podem se tornar menos frequentes. Uma aridez dasemoções é bem notada. A pessoa, que está firmada na prática daoração, agora bastante forte para continuar nela mesmo quandotempos de consolação emocionalmente sentida possa se tornarmenos frequentes. A pessoa aprende a procurar a Deus, antes doque os dons de consolação de Deus. Ao procurar Deus, a pessoareceberá, também, consolações conforme Deus escolhe lhe dar.

De todas as dificuldades encontradas durante a oração, certamente a maisdolorosa é a experiência de que Deus está distante. Este sofrimento é tãopenetrante porque ele ataca o coração da oração – o fato que a oração é umencontro especial com Deus no qual eu luto para estar consciente de Deus comalto grau de esclarecimento.

Há dois motivos básicos porque Deus parece estar distante. Deus poderealmente estar mais distante porque a pessoa se encontra em falta. Há algo designificância considerável que a pessoa esteja fazendo, ou alguma coisa que ele ouela deveria estar fazendo e não faz. A solução para a dificuldade é óbvia. Uma açãocorretiva deve ser tomada. Se, contundo, após examinar-se honestamente a pessoanão consegue descobrir alguma ação ou omissão suficiente, ele ou ela pode estarrazoavelmente seguros que isto é uma provação associada com o processo decrescimento da oração. Passando através desta provação com sucesso, a pessoadescobrirá que a relativa escuridão tornou-se uma grande luz e uma uniãoamorosoa mais íntima com Deus em Cristo é agora sentida.

◆ Nós não devemos temer de olhar a nós em devota auto-reflexão. Uma reflexãodevota sobre mim mesmo em união com Jesus me dará um sentido crescente depaz e segurança, que resulta de uma crescente percepção devota de quanto Jesus meama como este companheiro singular. Se há algma dor nesta auto-reflexão devota,logo a dor se esvai num segundo plano, na oração Jesus nos mostra quão amoráveissomos. Ele nos amou até Sua morte brutal. Redimidos pelo amor de Deus, comonão podemos ser amoráveis? Nós fomos tocados pelo sangue redentor de Jesus.Nós somos assim belos diante de sua presnça. Seu amor por nós continua, e quantoamis nos entregamos a este amor sem limites do seu Magnânimo Coração, mais averdade, a bondade e a beleza de nossas pessoas brilha.

◆ Padre John Wright, S.J., nos conta: “É frequentemente dito que a oração dosinciantes é mais ativa e que conforme o tempo passa e a oração amadurece ela setorna mais passiva. Mas eu acho que aqui nós devemos distinguir nossas aitudes epercepções das nossas atividades e operações atuais. Inicialmente, nossa atitude émais ativa do que passiva. Nós estamos mais conscientes de fazer e agir do que dereceber. Nós estamos mais conscientes do que nós fazemos como resposta do que oque Deus faz na sua iniciativa. Gradativamente este quadro muda, de tal forma que

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eu fico cada vez mais consciente da sua ação em nós,iluminando, inspirando, fortalecendo, encorajando eassim por diante. Isto quer dizer que, naturalmente,aquela nossa atitude se torna mais passiva. Mas nossaatual atividade em ação em si mesma não se tornanecessariamente menor. Existe, em verdade, uma maiordependência nas ações de Deus e que bnós fazemos éfeito mais livremente, mais simplificadamente, maisintensivamente e espontaneamente. Nossa atenção,então, é maior em Deus do que sobre nós mesmos, masnós estamos em verdade mais ativos no sentido real.Pois nós vemos mais claramente, cremos maisprofundamente, amamos com mais pureza e nosalegramos mais desinteressadamente…”44

◆ Thomas Merton nos fala sobre o papel do amorna oração: “A característica instintiva da meditaçãoreligiosa é que ela é uma procura da verdade que brotado amor e que procura o seguimento da verdade nãosomente pelo conhecimento mas pelo amor. Ela é,portanto, uma atividade intelectual que é inseparávelduma intensa consagração do espíruto e aplicação davontade. A presença do amor na nossa meditaçãointensifica nosso pensamento por lhe dar umaqualidade afetiva mais profunda. Nossa meditação setorna carregada com uma apreciação amosora dovalor escondido na suprema verdade que ainteligênciaestá buscando, a energia afetiva da vontade… eleva aalma acima do nível da especulação e faz da nossabusca da verdade uma oração cheia de amor eadoração reverentes esforçando-se para penetrar anuvem escura que se coloca entre nós e o trono deDeus. Nós nos batemos contra esta nuvem com nossassúplicas, nós lamentamos nossa pobreza, nossodesamparo, nós adoramos a misericórdia de Deus esuas supremas perfeições, e nós nos dedicamosinteiramente a este culto.45

◆ Crescimento na oração não só aumento o nossoamor por Deus, mas também aumenta a nossapreocupação pelos outros.

Um grande exemplo disto é visto no estudo da vidade oração de Catarina de Senna, Santa e Doutora daIgreja. Irmã Mary O’Driscoll, O.P., nos diz:

“Vinte e seis anos de orações de Catarina de Sennanos foram preservados. Com uma possível exceção, elasnão são orações que ela mesmo escreveu ou mesmoque ela ditou para outros. Antes, elas foram transcritaspelos seus seguidores que estavam presentes enquantoela rezava em voz alta. Todas estas orações pertencemaos quatro últimos anos da sua vida. Elas nosimpressionam pela sua simplicidade, sua intensaconcentração em Deus, que é constantemente louvadoe agradecido, e pelo seu constante desejo da salvaçãodos outros…

“Como suas orações nos tornam evidentes,Catarina de Senna foi uma grande intercessora. Nelasnós encontramos suas súplicas para com Deuspersistentemente e urgentemente pela misericórdiapara com todo o mundo, a Igreja, o Papa, seus amigose seguidores, todos em necessidade. É óbvio que elanão considera a intercessão meramente como umarápida oração a Deus em proveito de uma ou outrapessoa em tempo de crise, mas antes como umaexpressão do seu crompomisso profundo, amável e

permanente com Deus e com seu próximo. Na próxima vida de Catarina, aimportância e a intensidade de sua intercessão cresciam conforme a sua uniãocom Deus e sua preocupação com os outros aumentava. Esta observação nosconta algo muito significativo sobre a oração de intercessão na vida do Cristão,ou seja, que ela não é, como muitas vezes se acha, um tipo de oração que alguémusa no caminho para as alturas da oração mística, como se a oração deintercessão fôsse para iniciantes e misticismo para os já avançados na vidaespiritual, mas como um tipo de oração que pertence mas particularmente paraa vida de união contemplativa com Deus”.46

◆ O Papa Paulo VI nos diz sobre o Rosário: “Como uma oração Evangélica,centrado no mistério da Encarnação redentora, o Rosário é, portanto, uma oraçãocom uma lcara orientação Cristológica – o Jesus que cada “Ave Maria” relembra éo mesmo Jesus que a sucessão dos mistérios nos propõe… Pela sua natureza arecitação do Rosário pede um ritmo silencioso e um passo lento, ajudando oindivíduo a meditar nos mistérios da vida do Senhor como foi visto pelos olhosdaquela que foi a mais próxima do Senhor. Desta forma as insondáveis riquezasdestes mistérios desabrocham.”47

◆ Falando de Fátima, Papa João Paulo II também fala do Rosário.No dia 12 de maio de 1982, o Papa João Paulo II fez uma peregrinação a

Fátima. Um dos motivos da sua visita foi agradecer pela intercessão de Maria delhe ter salvo a vida na tentativa de assassinato que sofreu no ano anterior.

Uns quinze anos mais tarde, em 1997, o Santo Padre nos deixou as seguintespalavras sobre Fátima. Lynne Weil, a repórter de um jornal, nos dá este relato:“O Papa João Paulo II diz que a série de aparições Marianas em Fátima,Portugal, está entre um dos mais significantes acontecimentos deste século.

“A seqüência de aparições que terminaram 80 anos atrás foi um dos maioressinais dos tempos, também porque ele anunciou na sua mensagem muitosoutros sinais que o seguiram e este sinal nos convida a seguir o seu apelo, o Papadiz numa carta escrita ao Bbispo Serafim de Sousa Ferreira Silva de Leiria –Fátima, Portugal. A mensagem, datada de 1º de outubro, foi apresentada aopúblico no Vaticano em 14 de outubro (1997).

“O Papa João Paulo II diz que o acontecimento em Fátima ‘nos ajuda a ver amão de Deus’, mesmo no século XX, com suas guerras e outras tragédias. Elenos mostrou que embora tendo ‘se afastado de Deus’, a proteção de Deus foioferecida à humanidade, diz o Pontífice.

“Papa João Paulo lembrou que nas passagens do Evangelho sobre a morte deJesus, este pediu clemência para seus captores, muito embora ele estivesse sendocrucificado e ele confiou a humanidade aos cuidados de sua Mãe, Maria.

“O Papa repetiu a exortação que brotou das aparições Marianas em Fátimaque os fiéis rezem o Terço do Rosário diariamente. Ele pediu que os párocosrecitem o Terço do Rosário e ensine outros a rezá-lo, diariamente”.

Relacionamento com os Outros◆ Crescimento na Vida Cristã nos dá um aumento de consciência do nosso

relacionamento com os outros. Isto significa que o verdadeiro Cristão estáintensivamente consciente que, até alto grau, Deus quer que cada um de nóscaminhe para a maturidade na vida espiritual através de um relacionamentoapropriado com nossos companheiros humanos. Realmente, um imperativocristão nos lembra que temos que trilhar o caminho da vida, não isoladamente,mas de mãos dadas com nossos irmãos e irmãs de nossa família humana.

A fim de nos relacionar autenticamente com os outros, nós devemos estarconscientes de quem eles realmente são. Nós devemos ser capazes de penetrar alémda superfície das aparências, que podem ou não nos atrair,e entrar em contatocom os outros no âmago da sua existência. Quando nós verdadeiramente estamosem contato com os outros na essência do seu ser, nós ficamos conscientes da suaimpressionante dignidade. Nós ficamos cientes de que estas pessoas são criadas eredimidas por Deus no seu impressionante amor por elas. Fortalecidos por estaapropriada consciência, nós estaremos, então, em posição de nos relacionar comos outros como devemos.

A fim de estar em contato com o íntimo dos outros, nós temos que estarconscientes ou em contato com o nosso íntimo ou o nosso verdadeiro “eu”. Tal

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consciência, por sua vez, é também uma consciênciaque o nosso ser é feito à imagem de Deus, que foidivinizada em Cristo, que estamos orientados parao amor de Deus e do próximo. Aqui, então, nóspercebemos a profunda interação entre esta trípliceconsciência e amor: consciência e amor de Deus, desi mesmo e do outro.

Como Cristãos, consequentemente, devemos terum sentido amadurecido de como nossa existênciaé, em suas formas verdadeiras, profundamenteinterligada com a existência dos outros. Estarealidade de união com os outros não está limitadaàqueles com quem diretamente encontramos, masinclui todos os membros da família humana.

◆ Nosso relacionamento com outros inclui umespírito Cristão de serviço.

Em momentos mais raros de heróica reflexão, nóstalvez tenhamos sonhado com maneiras sensacionaispelas quais nós poderíamos ser chamados a dar anossa vida pelo nosso próximo. Para a maioria denós, contudo, tais oportunidades jamais ocorrerão, eé bom que seja assim. Nossa coragem poderia serbem menor numa situação real do que seria emproporções exageradas de pensamentos irreais. Amaioria das pessoas agem muito melhor numaatmosfera menos heróica da mesmice ou monotoniado dia-a-dia. No entanto cada dia, tão comumenteparecido com aquele que passou e com aquele que seseguirá, oferece constante oportunidade para se doara vida pelos outros. Se estas oportunidades diáriassão menos sensacionais do que as ocasiões maisheróicas, elas são muito mais numerosas e, portanto,de maneira mais consciente se apresenta comopossibilidades de servir aos outros.

Morrer dia-a-dia pelos outros significa muitascoisas. Isto consiste em controlar aquelas tendênciaspersistentes e egoístas que, se deixadas irreprimidasgradualmente diminuem nossa visão a não ser emnós mesmos. Morrer diariamente pelos outros querdizer esforçar-se pela ser bondoso e paciente –aparentemente em pequenas coisas, masimensamente importantes em manter um espírito deharmonia no curso dos acontecimento humanos.Morrer diariamente pelos outros significa fidelidadeao nosso trabalho, muito embora tal fidelidade devaser expressa a meio de dificuldades tais comodesânimos, preguiças e desinteresses. Morrerdiariamente pelos nossos irmãos quer dizer estas emuitas outras coisas, algumas das quais todos nós jáparticipamos em comum. São peculiares dasingularidade de cada um. Um destes elementoscomuns é este: morrer pelos outros diariamente e dediversas maneiras, uma expressão da nossa solicitudeenquanto, ao mesmo tempo, ela aumenta nossacapacidade de amar no futuro.

Jesus, naturalmente, é o nossos grande modeloem relação ao serviço dos outros: Mas Jesus,chamando-os, disse: “Sabeis que os governadores dasnações as dominam e os grandes as tiranizam. Entrevós não deverá ser assim. Ao contrário, aquele quequiser tornar-se grande entre vós seja aquele que serve,

e o que quiser ser o primeiro dentre vós, seja o voso servo. Deste modo, o Filho doHomem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate pormuitos”. (Mateus 20:25-28)

O Cristão e o MundoDeus nos chama para participar do Seu amor por toda a criação. Crescimento no

Cristo desenvolve em nós a consciência desta verdade. O Cristão deve ter um amormais profundo pelo mundo do que o que não crê. Tudo que é bom, verdadeiro ebelo, tudo que nós humanos tentamos alcançar na esperança, todas as possibilidadespelo nosso verdadeiro progresso terrenom todos os sonhos dignos e entusiasmadosdo coração humano por um mundo melhor – sim, o Cristão deve almejar maisprofundamente por isto do que o não Cristão. Por quê? Porque o Cristão sabe que omundo pertence a Cristo. O Cristão sabe que toda busca da raça humana pelo queé verdadeiro, bom e belo é, em análise, uma busca pelo Cristo. O Cristão sabe quequalquer passo, autêntico que a família humana toma, marca um aprfundamente doprocesso evolutivo Cristão por onde a humanidade e este mundo estão mais bemunidos e tendem para o centro e coroa do universo – o próprio Cristo.

Obviamente, nós não amamos e abraçamos a dimensão pecaminosa domundo. Uma tristeza santa nos toca quando refletimos sobre a pecaminosadepravação que mancha a imagem Crística do Mundo. Nós não recusamos umenvolvimento secular, contudo, por causa da pecaminosidade do mundo. Nósdevemos nos comportar de uma maneira diferente da que muitos do mundopensam e agem, contudo nós devemos ser diferentes de uma maneira que não nosfurte a nossa responsabilidade para com o secular. Todos nós, quer vivamosdentro das paredes dum mosteiro ou dentro da explosividade do centro da cidade,temos esta responsabilidade – cada um da sua maneira.

PurifiçãoCrescimento na vida espiritual acarreta uma purificação contínua e progressiva.

Tal purificação nos torna capazaes de crescer na união com Deus desde que elapermita que Deus cada vez nos possua da vida crstianizada da graça.

O processo de purificação toma muitas formas. Ele inclui tudo que nospurifica, cada vez mais, do nosso “falso ego” – o egoísmo que age for a da vontadede Deus – e que permite que o verdadeiro ego, o ego Cristianizado, possa emegirsempre mais.

Uma das formas de purificação é o que tradicionalmente tem sido chamado deascetismo. Ascetismo é aquela auto-purificação destinada a tornar a imagemdivina cada vez mais manifesta e operante em nós. O Ascetismo nos ajuda atornar-nos cada vez mais as pessoas que Deus quer que sejamos.

O Cristão deve experimentar uma contínua conversão afastando-se doegoísmo e tornando-se mais parecido com o Cristo, para um maiordesenvolvimento do autêntico “ego”. Ascetismo é o controle honroso, a ativa auto-purificação, do ser total de alguém.

O Ascetismo Cristão está a serviço da liberdade e da vida. Ao nos ajudar atornar-nos mais parecidos com o Cristo, ele nos ajuda a estarmos vivos. Longe deconfiar a nossa capacidade de viver e de gozar a vida, o ascetismo contribui paraum contínuo processo de nos tornar pessoas capazes de um amor mais profundo,e, portanto, capazes de mais vida. Alguém que pratica um ascetismo razoável nãoestá menos interessado no amor e na vida. Tal pessoa é antes alguém que estádesejoso de suportar com dificuldades que naturalmente envolvem o controlerazoável e honroso do próprio ser em todas as suas dimensões – intelecto, vontade,memória, emoções e assim por diante – a fim de que tal pessoa se torne cada vezmais animada, mais capaz de um autêntico amor.

A Visão da Fé◆ O Vaticano II nos fala sobre a fé no mundo de hoje, um mundo que até certo

grau é considerado e caracterizado pela descrença:“O remédio que deve ser aplicado contra o ateísmo, contudo, é para ser

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procurado na própria apresentação dos ensinamentosda Igreja bem como na vida íntegra da Igreja e dosseus membros. Pois é a função da Igreja, conduzidapelo Espírito Santo que a renova e purificaincessantemente, fazer Deus Pai e seu Filho Encarnadopresente e, em certo sentido, visível.

“O resultado é alcançado principalmente pelotestemunho de uma fé viva e amadurecida, ou seja,alguém treinado para ver as dificuldades claramente e adomina. Muitos mártires deram luminosostestemunhos desta fé e continuam a dá-lo. Esta féprecisa provar sua fecundidade por penetrar na vidainteira da pessoa que crê, incluindosuas dimensões terrestres, e porconduzí-lo para a justiça e o amor,especialmente em relação aosnecessitados. O que faz mais pararevelar a presença de Deus, contudo, éa caridade fraterna dos fiéis que estãounidos em espírito enquanto trabalham juntos pela fédo evangelho e que comprovam ser sinais de unidade”.48

◆ Enquanto a virtude do amor infuso nos assimilaà amorosa atividade de Deus, e isto nos dá umacapacidade especial de semelhança a Deus para oexercício do amor, assim também as virtudes infusasda fé, como São Tomás nos diz, nos assimila com oconhecimento divino (cf. S. Tomás de Aquino, InBoeth de Trinitate, q.3, a.1)

Através da fé nos partilhamos da atividadecognoscitiva de Deus de uma maneira especial, enóssomos capazes de conhecer a Deus e a criação noseu relacionamento com Deus de Uma maneirasobrenatural e divinizada.

Se nós queremos progredir apropriadamente navida espiritual, nós devemos permitir que esta visão dafé possa cada vez mais penetrar nossas atividades.Progressivamente, nós devemos nos tornarcontemplativos em ação: nós devemos considerar asrealidades de um modo semelhante como Deus asconsidera. Progressivamente, tudo que vemos nos develembrar de Deus porque tudo que é realmente bom,verdadeiro e belo reflete Deus. As belezas da natureza,por exemplo, manifestam tal beleza; a fúria de umatempestade no mar reflete o seu poder; e a bondade, agentileza e o amor que observamos nos outros aonosso redor nos mostram que Deus é infinitamentebom, gentil e amável.

A visão da fé nos permite ver a família humana e omundo de uma maneira daquela que o incrédulo vê.Como contemplativos em ação, nós devemos agirfundamentos nesta visão. Todo homem, mulher ecriabnça está marcado com o Sangue de Cristo. SeJesus os ama tanto–realmente, se Ele agora os amatanto–podemos ficar indiferentes às suas necessidades,tanto espirituais quanto materiais? Podemos ficarindiferentes a todos os problemas que pesam sobre oshomens e mulheres de hoje? Se nós somos Cristãos defé viva, nós sabemos que não podemos ficarindiferentes. Esta visão da fé deve nos inspirar a agirconforme nossa vocação, talentos, oportunidades,tempo e energia. Nós devemos estar trabalhando parafazer com que a família humana e o mundo reflitamcada vez mais a imagem de Cristo.

Confiança em DeusA virtude da esperança é extremamente importante para o crescimento na

vida espiritual. Aqui estão palavras sobre confiança, sobre esperança em Deus,de São Claude La Colombière, um dos grandes apóstolos da devoção ao Coraçãode Cristo.

“Meu Deus, eu estou tão convencido que Vós ficais vigiando aqueles queesperam em Vós e que não sentiremos falta de nada quando procurarmos tudode Vós, que eu estou decidido, no futuro, de viver livre de qualquer preocupaçãoe canalizar todas as minhas ansiedades para Vós…

“Os homens poderão tirar as minhas possessões, tirar a minha honra, adoença poderá me tirar as forças e os meios de vos servir… mas eu jamais

perderei a minha esperança. Eu a conservarei até o últimomomento da minha vida; e naquele momentos todos osdemônios do inferno tentarão tirá-la de mim em vão…

“Outros poderão procurar felicidade nas suas riquezasou nos seus talentos; outros poderão descansar na inocênciade suas vidas, ou na severidade de suas penitências, ou naquantidade de suas esmolas, ou no fevor de suas orações.

Quanto a mim, Senhor, toda minha confiança está na minha própria confiança.Esta confiança nunca enganou ninguém. Ninguém, ninguém jamais esperou noSenhor e foi confundido.

“Eu sei, ai de mim!, eu sei muito bem, que sou fraco e inconstante. Eu sei oque a tentação pode fazer contra a mais forte virtude. Eu já vi as estrelas do céucaírem e os pilares do firmamento; mas isto não pode me assustar. Enquanto eucontinuar a esperar, eu serei protegido de todo infortúnio; e estou seguro desempre esperar, porque eu espero, também, por esta firme esperança.

“Finalmente, eu estou seguro que não posso esperar demais em Vós e quenão posso receber menos do que eu esperei de Vós. Portanto eu espero que Vósme segurareis com segurança nas mais íngremes ladeiras, que Vós mesustentareis contra os mais terríveis assaltos e que Vós fareis com que a minhafraqueza triufe sobre os meus mais assustadores inimigos. Eu espero que Vós meamareis sempre e que eu, também, Te amarei sem cessar. Para levar minhaesperança, uma vez por todas até onde ela possa ir, eu espero de Vós possuir, ohmeu Criador, no tempo e na eternidade. Amém”.49

Humildade A humildade é uma virtude muito importante que nos é concedida para a

nossa viagem espiritual.Humildade é ao mesmo tempo a compreensão do que somos como criaturas

de Deus e, também, a concreta execução desta realização nas nossas vidas decristãos. Humildade, portanto, não é um exercício de auto-depreciação; não é ficardizendo para você mesmo que você não é bom, que você não tem nada de valorpara contribuir para o Serviço de Deus. A humildade é baseada na verdade. Ela écompatível com o reconhecimento que Deus que certa pessoas diversos dons,mesmo grandes dons, tanto na ordem da natureza como na ordem da graça. Senós não reconhecemos os dons que recebemos de Deus, nós não os agradecemosa Deus como devemos, nem desenvolvemos estes dons conforme a Sua Vontade.Deus quer que nós não somente reconheçamos o bem que há em nós, mas quenós, também, reconheçamos a fonte desta bondade. Embora nós tenhamos aresponsabiliade de cooperar com suas graças, Deus é Aquele que é principalmenteresponsável pelo que somos. Se uma pessoa conseguiu chegar a um nível da vidacristã que é superior ao nível de outra, foi em última análise porque Deusconcedeu àquela pessoa maiores graças.

Se a humildade é baseada na verdade e, consequentemente, nos permitereconhecer nossos dons e qualidades, ela, também, nos obriga a admitir a maldadeque está dentro de nós, que é, também, parte da verdade e deve ser tratada.Humildade não somente nos obriga a admitir que o mal existe em nós, mas,também, nos diz que, como criaturas de Deus, devemos nos conformar com a suaVontade e trabalhar contra este lado mal de nossas pessoas. Em resumo, a

Coração de Jesus,Nós colocamos em Vós

a nossa confiança.

Veja Humilidade, página 16

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humildade nos permite avaliar acertadamente tanto oque é om quanto o que é mal dentro de nós mesmos.

Aqui vai uma passagem de São Paulo que nosajudará a preservar e fazer crescer a huildade: Pois queé que te distingue? Que é que possuis que não tenhasrecebido? E, se recebestes, por que haverias de teensoberbecer como se não o tivesses recebido? (1 Cor 4:7)

E na Carta de São Tiago nós lemos: Humilhar-vosdiante do Senhor e Ele vos exaltará”. (Tiago 4:10)

Força na Fraqueza“Por isto, eu me comprazo nas fraquezas, nos

opróbrios, nas necessidades, nas perseguições, nasangústias por causa de Cristo. Pois quando sou fraco,então é que sou forte”. (2 Cor 12:10)

Segundo a sabedoria do mundo, éfrequentemente, visto como um sinal de fraqueza sealguém sente uma incapacidade e admite a mesma.Segundo a Sabedoria de Cristo é de supremaimportância que alguém admita a sua fraqueza eincapacidade e construa em cima desta compreensão.

Se nós não admitimos a nossa fraqueza eincapacidade, então estamos vivendo uma mentira.Jesus nos disse que sem Ele, nós nada podemos fazer.É um sinal de maturidade cristã se nós não somenteadmitimos nossa fraqueza teoricamente, mas queconsistentemente vivamos esta descoberta. Não équestão de se entregar a esta fraqueza, de render-se aela de uma maneira errada. É antes uma questão dereconhecer nossa incapacidade enos atirar-mos nos braços deCristo. Então nos tornaremnosfortes com a sua força; então a suagraça cada vez mais nos fortaleceráe realmente, nos surpreenderemoscom as profundezas da nossaexistência cristã.

Em certos pontos, talvez raros,do caminho de nossas vidas,somos como que sobrecarregadospelo fardo da vida. Nos sentimos àderiva em águas turbulentas de preocupações eansiedades; o medo fortalece seu aperto paralizante. Avida temporariamente se torna dura demais, e nósnos sentimos submersos, mal aguentando a asperezada condição humana. Tais episódios, dolorosos comopossam ser, são excelentes oportunidades paracrescimento cristão. Se nós agirmos como devemosnestas horas–abandonando-nos novamente aJesus–então a nossa vida cristã assume uma novadimensão e vitalidade; porque nos tornamos muitomais intimamente unidos a Jesus que é nossoalimento, nossa vida e nossa felicidade.

Naturalmente, não são somente nestes momentosespeciais de tribulação e ansiedade, que percebendonosso desamparo, devemos nos voltar a Jesus. Sesomos espiritualmente sensíveis, nós estaremossempre conscinentes da nossa fraqueza. Mas, é muitoimportante que se entenda que este reconhecimentoda nossa incapacidade não quer dizer, de modo

algum, devemos nos sentir deprimidos ou desanimados, se nós nos estabelecermosadequadamente sobre a compreensão da nossa fraqueza, nós sentiremos uma pazmais profunda, amor e segurança – porque Jesus está muito próximo.

Vivendo o Momento PresenteEu quero lembrar que um dos mais difíceis atos de auto-disciplina na caminhada

espiritual é concentrar-se no momento presente. Nós temos uma forte tendência,frequentemente, de desconsiderar a importância do momento presente quando, demaneira errada, focalizamos o passado ou o futuro. Quando sucumbimos a estatendência nós sofremos uma significante perda espirutal. Há próprias ocasiões parase pensar no passado e no futuro. Por exemplo, nós temos que aprender do passadoe temos que nos preparar para o futuro, mas nossa grande ênfase deve ser sobre opresente. Há um axioma em Latim que diz: age quod agis, que quer dizer: faça aquiloque você está fazendo, concentrado no presente. E, naturalmente, nós estamosfamiliarizados com o termo da história da espiritualidade: o sacramento domomento presente. Crescimento na auto-disciplina inclui uma grandedeterminação de aproveitar o máximo possível do momento presente. Pessoas comdoenças terminais têm uma oportunidade, enquano se preparam para a morte, paraaumentar a oração, a contrição e o amor a Deus. Para aqueles que têm estaoportunidade de saber com alguma certeza o momento de suas mortes, eu estoucerto de que eles olhando para o passado, ficam tristes pelas vezes que eles nãousaram bem o tempo e as oportunidades para o serviço do Senhor e ficam muitoalegres quando se lembram das vezes que eles usaram as oportunidades do presente.Um grande meio que temos de viver o presente apropriadamente é colocando umamaior ênfase no Senhor. Porque se tenho a consciência do fato que estou unido aJesus aqui e agora, por que devo ficar tão preocupado com o futuro ou o passado?Sim, uma grande ajuda de viver o momento presente e tirar todo o proveito quedisto podemos tirar para nós mesmos e para os outros é colocar uma maior atençãoem Jesus, porque quanto mais eu coloco minha atenção n’Ele e quanto mais eu vivocom Ele no momento presente, mais eu fico satisfeito com o momento presente. Edesta forma, vamos tomar a resolução de crescer nesta auto-disciplina que é exigidapara se viver realmente no momento presente com toda a plenitude de nosso ser

tanto quanto for possível, com a ajuda da graça de Deus.Fazer isto é extremamente importante para um crescimentoadequado na vida espiritual. Agora é o momento. Agora é ahora de se viver e amar. Agora é o momento de se unirmaisa Cristo, de se tornar um com Ele. Agora não é ontem; agoranão é amanhã; agora é hoje, e hoje é um presente do Senhor.

A Entrega a DeusDeus dá um sentido para nossas vidas. Deus nos revela

como os sorrisos e lágrimas, o trabalho e o lazer, osofrimento e a alegria, todos se encaixam perfeitamente. Conforme nós vivemosem Deus, Deus junta novamente o que de outra forma seria pedaços oufragmentos de nossas vidas e os organiza numa harmoniosa unidade. Esta uniãoprocede da nossa vida quando está de acordo com o plano de Deus, um plano queencorpa um modo de se viver que nos conduz a uma maior experiência daquiloque é verdadeiro, bom e belo.

Nós podemos colocar obstáculos no caminho dos designios transformadoresde Deus, do plano de Deus para nós. Nós podemos, às vezes, dizer “não” àsiniciativas de Deus. Nós podemos recusar se avrir ao toque delicado e amoroso deDeus. Nós podemos entrar num processo de auto-enclaustramento. Nóspodemos decidir planejar nosso próprio caminho de uma suposta felicidade,esquecendo que planos de felicidade que excluem Deus são em última análiseplanos para se experimentar frustração e vazio. Sinceramente, podemos agir deum modo obstinado quanto a oferta de Deus de se Auto-comunicar.

Noutras vezes, não é tanto teimosia que nos leva a dizer “não” a Deus; é omedo. Nós compreendemos que quanto mais íntimo de Deus nos tornamos, maisDeus cobrará de nós esforços, gentilmente mais com firmeza. Nós tememos ocalor intenso do amor de Deus. Tais episódios no decorrer da nossa jornadaespiritual são cruciais. Se nós ficamos nos afastando da intensidade do amor de

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Agora não é ontem;agora não é

amanhã; agora éhoje, e hoje é um

presente do Senhor.

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Deus, se nós ficamos recusando o que este amor desejarealizar em nós e através de nós, então nós viveremosapenas num nível superficial.

Devemos nos esforçar para superar qualqueratitude que nos impeça, cada vez mais, de nos darmosa Deus. Nós devemos compreender que o progresso navida espiritual é medido pelo grau de nosso abandononas mãos de Deus. Nós devemos compreender que, sedesejamos crescer espiritualmente, nós devemossempre mais deixar Deus dirigir nossas vidas.

Rezemos, portanto, por um aumento no nossoespírito de abandono nas mãos de Deus. Quanto maisvivemos segundo esta atitude, mais experimentamos ocalor a segurança do amor de Deus, este Deus que é oalicerce do nosso ser, a meta da nossa existência e afonte da nossa felicidade.

Mente e Coração◆ Madre Maria Francisca, P.C.C., astutamente

observa: “Existe uma carência estarrecedora nopensamento dos nossos tempos mesmo no campoteológico, onde as mais estranhas conclusões são asvezes tiradas dos mais deturpados silogismos.Contudo, há, também, o que simplesmente eacuradamente podemos descrever como falta decoração. Quando os poderes da mente vão até ondepodem ir e concluem tanto das verdades quanto estãoestão dentro das suas possibilidades, então estespoderes são obrigados a prestar uma humilde diferençae atenção ao coração. Não é, de fato, uma mentehumilde aquela que exauriu com toda energia todo seupotencial a fim de reconhecer suas limitações?

“ ‘Tudo que tenho escrito parece para mim umpouco de palha’, conclui São Tomás de Aquino mais parao final de sua vida. Esta humilde avaliação de si próprioe do seu trabalho foi exata. Pois não é verdade que tudoque a mente pode alcançar realmente é somente ‘palha’na presença da grandeza de Deus e de seus incríveisdesignios? Ele é um Deus, contudo, que é glorificadopelo nosso coletar de toda ‘palha’ que pudermos paraseu serviço e dirigindo nossas vidas guiadas pelo livrearbítrio, e ao mesmo tempo expulsando toda tentaçãoque leve ao torpor do intelecto.

“Sim, a mente é para ser usada. As suas conclusõeslógicas exigem a mais séria ponderação. E para ocoração reivindicar total soberania quer sobre aprópria vida ou as decisões que constituem os padrõesda vida que se revelam, é claramente uma suposiçãoinjustificável e perigosa. Todavia, para a mente insistirna sua suprema autoridade de decidir, incluindo adecisão de ignorar as evidências do coração, essa éuma contra insistência carregada, se nem sempre deperigo, pelo menos com perdas, às vezes freqüentes esérias para o proprietário da mente e coração.Realmente, é a mente que envia à vontade a evidênciasobre a qual a vontade decide. Contudo, conclusõescerebrais precisam fortalecer-se com o que somente ocoração pode contribuir: a descoberta do amor quenunca pode, se o amor é real e verdadeiro, ser umainimizade com a mente, mas que pode algumas vezesroubar o assento das mais justificáveis decisões damente ou até mesmo derrubá-las…”50

◆ Madre Mary Francis escreve ainda: “A fundadora das Clarissas, Santa Clarade Assis, foi uma mulher que bem conspicuamente e mesmo notável usava suamente. Somente o fato que ela foi a primeira mulher na história a escrever umaRegra da Vida para freiras demonstra uma mente bem ocupada com os negóciospróprios de uma mente. O fato complementar que ela arrastou a beleza após,derramou o encanto ao seu redor, e tomou o agir de uma dama como umamaneira normal de vida, nos dá evidência que seu coração estava com um bomrelcionamento com a mente. A mesma coisa aconteceu com seu mentor, SãoFrancisco de Assis, cuja grande mente foi iluminada por Deus e usada por elemesmo para iniciar um totalmente novo caminho de vida na Igreja, enquantoseu coração o fazia um poeta, um cantor, e algumas vezes um dançarino, emcertas ocasiõesm enquanto pregava seus sermões.”51

◆ As seguintes palavras são de uma dissertação preparada por Fr. Sephen J. Rossettipara o Comitê sobre Vida Sacerdotal e Ministério da Conferência dos BisposCatólicos dos Estados Unidos. Esta dissertação foi mais tarde publicada na publicaçãotrimestral “Desenvolvimento Humano” (“Human Development”) da qual nóscitamos Fr. Rossetti é presidente e chefe executivo do Instituto São Lucas em SilverSpring, Maryland.

“No nosso Instituto, nós conduzimos, recentemente, um estudo que descobriuque a média do quociente de inteligência dos nossos pacientes sacerdote é de 122,que é bem acima da média social que é de 100. Isto coloca os nossos homens nos7% (sete por cento) mais elevados dos seus companheiros. Sacerdotes, como umgrupo, são homens muito inteligentes.

“Também na sua educação sacerdotes são homens mais falantes que estãoenvolvidos regularmente em oratória pública. Eles podem debates ideais econceitos abstratops facilmente. Na verdade, estas qualidades são importantespara o sucesso ministerial do sacerdote. Contudo, ter um relacionamento pessoalcom Jesus, também, quer dizer rezar com o coração, o lugar dentro do qual Elemora. Mesmo assim muitos dos homens que murcham no sacerdócio não podemachar o ‘coração’ porque presos às ‘mentes’…

“Desenvolver um relacionamento pessoal com Deus, ou com qualquer pessoa,envolve a importante tarefa de passar nossa oração e diálogo da cabeça paracoração. Neste caso, o termo çoração, usado num sentido metafórico, não se referesomente à vida afetiva de alguém; ela indica primeiramente ‘o local das forças vitasnuma pessoa, para citar Xavier Leon-Dufour no Dicionário do Novo Testamento.Ele é o lugar mais escondido de alguém, o lugar onde o ‘Espírito do Filho mora.’ ”52

A Vida MísticaGustave Thils nos dá uma ótima descrição de alguns dos elementos chaves da

vida mística: “Já foi dito, bem acertadamente, que o Cristianismo é basicamentemístico. Como nós já explicamos, viver como Cristãos consiste em participar navida mesma de Deus e realizar nossas tarefas temporais segundo as orientaçõesda sua Vontade Divina. Cada Cristão deve entender, sem dificuldade, que talparticipação na vida divina é, por sua própria natureza, a vida mística na formade semente. O que poderia existir de mais místico do que a própria vida deDeus? Que outro fundamento para o misticismo poderíamos desejar? Queoutra forma de misticismo poderíamos esperar? E, por outro lado, comopoderia um Cristão afirmar que ele está no estado de graça e negar que ele estáno caminho da vida mística cristã? Certamente, existe misticismo e misticismo.Mas o essencial será sempre, incontestavelmente a participação na vida de Deus.Cada Cristão é, consequentemente, rico com o próprio fundamento de todomisticismo. Este fundamento divino pode ser encontrado num Cristão queainda é, fisicamente e moralmente, uma criança. Neste caso, não se pode aindafalar de Misticismo Cristão. O Misticismo exige, de maneira geral, a consciênciada presença de Deus. Antes de mais nada, a vida mística implica numa certaforma de conscientização: a consciência da … presença, uma íntima conexão,uma certeza profunda, uma evidência interior, uma intuição … experiência, quesão empregados com todas as nuances e todas as precisões dadas pelos autoresespirituais e o objeto desta conscientização: o Ser, o Senhor e Mestre da ordemsobrenatural, o Deus que é amor.

“Esta realização da … presença se manifesta na … vida de fé, esperança e

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caridade. Muitos fiéis foram capazes de viver estarealização em certos momentos da sua existência,dum modo rápido, mas real, outros após receberem aSanta Comunhão; outros no decorrer de uma visita aNosso Senhor no Santíssimo Sacramento; outros naocasião de uma cerimônia litúrgica, uma ordenação,uma consagração; ainda outros na solitude de suacasa, na alegria, no sofrimento, no luto. Se nósdevemos evitar de falar de maneira leviana sobre omisticismo, é também, importante não subestimarcertas formas menores e trasitórias de misticismo. Afim de que alguém seja capaz de falar da vida mística,é necessário que esta consciência da presença deDeus se torne habitual. Ela deve ser tornarcostumeira, reencontrada com facilidade,experimentada dentro do curso da existência diáriade alguém, retomada logo que a mente de alguém éreativada e facilmente vivida na alegria, mesmodurante os períodos de trevas ou de aridez na fé.

“A fim de que a viela Cristã alcance o nívelmístico, esta consciência habitual da presença deDeus deve se tornar predominate.

“A consciência da … presença de Deus, que éhabitual e predominante: isto será o que de agora emdiante chamaremos de nível místico da vida cristã.Nós não ousamos dizer que muitos Cristãos estãoneste nível. Mas certas pessoas estão...”53

Entre consciência ocasional da presença de Deus ea consciência habitual e predominante da Suapresença há muitos estágios e categorias.

O processo místico é aquele no qual Deus vai cadavez mais tomando posse da alma. A pessoa se tornaprogressivamente dócil à ação do Espírito Santo. Arealização predominante da presença de Deus leva aum desejo profundo de fazer a vontade do Pai emtodas as coisas, através de Cristo, no Espírito Santo, ecom a assistência maternal de Maria.

O processo místico é muito centrado no Cristo. Apessoa progressivamente se transforma no Cristo.Quando a experiência mística se torna consistente epredominante, a pessoa pode dizer com todasinceridade: Fui crucificado junto com Cristo. Já nãosou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. Minhavida presente na carne, eu a vivo pela fé no Filho deDeus que me amou e se entregou a si mesmo por mim.(Gal 2:19-20)

Coração de Cristo,Coração de Maria

O Papa João Paulo II nos fala comoventementesobre o Coração de Cristo: “O Coração do Redentorvivifica a Igreja inteira e atrai as pessoas a abriremseus corações a inescrutável riqueza de coraçãoincompatível…

“Eu desejo, de uma meneira especial, me unirespiritualmente com todos aqueles que deixam seuscorações humanos serem inspirados por DivinoCoração. É uma família numerosa. Não são poucasas congregações, associações e comunidades que

vivem e se desenvolvem na Igreja, aurindo sua energia vital de maneiraprogramada do Coração de Cristo. Este laço espiritual sempre conduz a umgrande despertar de zelo apostólico, adoradores do Coração Divino se tornampessoas com consciências sensíveis. E quando lhes é dado ter um relacionamentocom o Coração de Nosso Senhor e Mestre, a necessidade, também, despertarneles de fazer reparação pelos pecados do mundo, pela indiferença de tantoscorações e pelas suas negligências.

“Como é necessário que haja estas fileiras de corações vigilantes na Igreja, a fimde que o amor do Coração Divino não permaneça isolado e sem resposta! Nestasfileiras, uma menção especial deve ser feita daqueles que oferecem seussofrimentos como vítimas vivas em união com o Coração de Cristo na cruz.Transformados desta forma pelo amor, o osofrimento humano se torna umfermento especial da obra redentora de Cristo na Igreja…

“O Sagrado Coração de Jesus nos lembra, antes de tudo, daquele momentoquando o Seu Coração foi transpassado pela lança, e dali, aberto de uma maneiravisível ao homem e ao mundo. Recitando a ladainha e venerando o CoraçãoDivino em geral, nós aprendemos o mistério da Redenção em toda a suaprofundidade divina e humana.”

E o Papa, também, nos fala do Coração de Maria: “O Coração Imaculado deMaria foi aberto ao mundo, ‘Mulher, eis aó o teu filho’. Seu Coração encontrou-seespiritualmente com o Coração de Seu Filho aberto pela lança do Soldado. OCoração de Maria foi aberto pelo mesmo amor pelas pessoas humanas e pelomundo com que Cristo amou as pessoas e o mundo, oferecendo-se na cruz, atémesmo àquela estocada da lança do Soldado.

“Consagrar o mundo ao Coração Imaculado de Maria quer dizer aproximar-se da mesma Fonte da Vida, pela intercessão da Mãe, aquela vida que flui doCalvário, a fonte que brota incessantemente com redenção e graça. Reparaçãopelos pecados do mundo está continuamente sendo por tal intercessão. Ela é umafonte infinita de vida nova e santidade.

“Consagrar o mundo ao Coração Imaculado de Maria significa retornar sob aCruz do Filho. Mais ainda: isto significa a consagração deste mundo ao Coraçãotraspassado do Salvador, ao trazer o mundo de volta a mesma fonte da suaRedenção. Redenção é sempre maior do que o pecado do homem e o ‘pecado domundo’. O poder da Redenção ultrapassa infinitamente todo o alcance do mal nohomem e no mundo.

“O Coração da Mãe está consciente disto,mais do que qualquer outra pessoa no cosmosinteiro, e visível e invisível. Eis porque elaconvida. Ela não somente convida para aconversão; ela nos chama para que sejamosajudados por ela, a Mae, para retornarmos afonte de Redenção”.54

A Teologia da ConsagraçãoA. Boussard nos fornece um excelente e conciso esboço da Teologia da

Consagração:“Pela Encarnação, em e por si mesmo, a Humanidade de Jesus é consagrada, de

tal forma que tornando-se Homem, Jesus é ‘ipso facto’ constituído Salvador,Profeta, Rei, Sacerdote e Vítima de um sacrifício que deveria salvar o mundo. Eleé o ‘ungido’, por excelência, o ‘Cristo’ totalmente pertencendo a Deus, suaHumanidade sendo aquela do Verbo e habitado pelo Espírito Santo. Quando, porum ato livre da sua vontade humana, Ele aceita o que Ele é, fazendo o que Ele foimandado fazer, Ele pode dizer que se consagra. No Cristo, portanto, o que podeser chamado sua consagração ‘subjetiva’ é uma resposta perfeita para aconsagração ‘objetiva’ produzida em sua Humanidade através da Encarnação.

“E o que Cristo faz traz com isto ao mesmo tempo uma ‘consagração’ para seusdiscípulos, uma maneira muito especial de pertencer a Deus, desde que Eleinfunde neles sua própria vida precisamente fazendo-os participar na sua própriaconsagração.

“Além do Batismo os Cristãos são, também, consagrados e ‘ungidos’ pelo poderdo Espírito Santo. Eles participam, na sua medida, da consagração essencial de

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Coração de Maria,Rogai por nós.

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Cristo, no seu caráter de Rei, Sacerdote e Profeta (cf.Peter 2:9; 7 Peter 1:3-4; Rev. 5:9, etc.). Com Cristo epelo Cristo, eles são orientados para a glória de Deus ea salvação do mundo. Eles não pertencem a si mesmos.Eles pertencem a Cristo, o Salvador, que lhes infundesua própria vida…

“A vocação daqueles que foram batizados é ‘viver’esta consagração por uma adesão voluntária – e que étão perfeita quanto é possível – ao que foi

feito deles. Vivendo como ‘filhos de Deus’, elescumprem objetivamente a sua consagração objetiva;como Jesus, eles se consagram. É este o significadomais profundo dos votos e promessas batismais,juntamente com o modo de vida que lhescorrespondem. A consagração batismal é umaconsagração fundamental, que constitutiva do Cristão.Todas consagrações que vêm após esta, pressupõem eestão fundamentadas nesta…”55

Uma Oração pelosSacerdotes

Muitos leigos rezam por nós sacerdotes e istoconstantemente. Não é justo, também, que nóssacerdotes rezemos por todos os nossos irmãos nosacerdócio e constantemente, também? Segue agorauma oração que poderá nos ajudar neste sentido.

“Senhor Jesus, Pastor Chefe do Rebanho, nósrezamos para que pelo imenso amro e misericórdia doVosso Sagrado Coração Vós cuideis de todasnecessidades dos vossos sacerdotes pastores por todo omundo. Nós vos pedimos que possais trazer de voltaao Vosso Coração todos aqueles sacerdotes queseriamente se extraviaram do Vosso caminho, quepossais reacender o desejo de santidade nos coraçõesdaqueles sacerdotes quem se tornaram tépidos, e queVós possais continuar a dar aos Vossos sacerdotespiedosos o desejo da mais alta santidade. Unidos como Vosso Coração e o Coração de Maria, nós pedimosque leveis este nosso pedido ao Vosso Pai Celestial naunidade do Espírito Santo. Amém”.

A oração acima foi tirada do manual de orações dosAssociados dos Pastores de Cristo, uma parte da divisãodos Ministérios dos Pastores de Cristo. Os Associados sãomembros de grupos de oração que se encontramregularmente para rezar por todas as necessidades dafamília humana, mas muito especialmente porsacerdotes. Se você gostaria de obter uma cópia, oucópias, deste manual de oração, e mais ainda, se vocêgostaria de saber como começar um grupo de oração dosPastores de Cristo, entre em contato conosco no endereço:

Shepherds of ChristP.O. Box 193Morrow, Ohio 45152-0193 U.S.A.Telefone (ligação gratuita): 1-888-211-3041Telefone: 1-513-932-4451Fax: 1-513-932-6791

Ato da Consagração (novo)“Jesus, Vós nos mostrastes o Vosso Coração como um símbolo de Vossa

Vida de amor em todos os seus aspectos, incluindo vosso amor muitoespecial por cada um de nós como indivíduo único. Por causa do vossogrande amor por nós, Vós morrestes brutalmente, pregado na madeira dacruz. Por causa do vosso grande amor por nós, Vós ressussitastes gloriosodos mortos.

“Do Vosso Coração traspassado a Igreja com seus Sacramentosvivificantes nasceu. Na Eucaristia, Coroa e Centro da vida da Igreja, Vóscontinuas a Vos dar a todos nós com o amor mais profundo, tenro,inflamado e mais completo.

“Jesus, desde que no vosso grande amor Vós vos dais tão completamente anós, é mais do que justo que nós vos demos de volta um presente. É totalmentejusto que nós nos demos completamente a Vós. Sim, nós nos consagramos aoVosso amável Coração. Cada um de nós Vos dirá, Senhor, nosso Salvador enosso Amigo: ‘Jesus, tomai-me todo, tornai-me completamente para o vossomagnificante Coração. Por amor eu me entrego a Vós. Vivei em mim e travésde mim. No amor Vós vos dai completamente a mim. No amor e num espíritode reparação, eu desejo me dar, com a ajuda de Vossa Graça, inteiramente aVós. Conduzi-me, Jesus, a uma sempre maior união com o Pai, no EspíritoSanto, com Maria Minha Mãe, ao meu lado. Coração de Jesus Traspassado,Glorificado e Eucarístico, eu coloco minha confiança em Vós’.”

“Querida e bentida Virgem Maria, eu me consagro ao vosso CoraçãoMaternal e Imaculado, este Coração que é oi símbolo da vossa vida de amor,incluindo vosso especialíssimo amor por mim como indivíduo singular. Vóssois a Mãe do meu Salvador. Vós sois, também, minha Mãe. Em troca doamor, eu me entrego inteiramente ao vosso amor maternal e proteção. Vósseguistes Jesus perfeitamente. Vós sois sua primeira e perfeita discípula.Ensinai-me a vos imitar revestindo-me do Cristo. Sede minha maternalintercessora de tal forma que através do vosso Imaculado Coração, eu possaser guiado a uma maior união com o Coração de Jesus Traspassado,Glorificado e Eucarístico, o Chefe Supremo do Rebanho.”

Cartas◆ Prezado Padre Carter,

Eu tenho lido os bolentins informativos, em forma de livro os Pastores deCristo, de forma meditativa desde que chegaram. Todos os artigos são profundosem teologia e espiritualidade. Se os Sacerdotes apenas os lêssem de uma maneiraapropriada e piedosa, não haveria como não mudar-se em direção ao Cristo.Todos os meus Sacerdotes diocesanos receberam os boletins e os estão lendo. Euenviei umas poucas cópias para o reitor do seminário, no Sul da India, a quemeu conheço pedindo que ele o leia e, também, peça o envio dos boletinsinformativos para ele. Estou certi de que eles terão um grande proveito com isso.

Bispo S. A. AruliahCuddapah

India◆ Parabéns na sua publicação de primeira-classe.

Gerard Joubert, O.P.Houston, Texas

◆ Rev. e Prezado Padre Carter,Saudações pascalinas para você! Depois de ter lido o recente boletim

informativo dos Pastores de Cristo, eu achei muito proveitoso e achei por bemfazer um pedido para cópias subsequentes tendo em visto que esta cópia que limesmo foi dada por mim um dos nossos sacerdotes.

Ficarei, portanto, muito agradecida se você me fizer o favor de enviar-mecópias do boletim informativo no futuro. Que Deus abençoe o seu apostoladoabundantemente.

Unido em orações na Vinda do Senhor, eu fico,Sinceramente seu no Senhor

Rev. Fr. Charles AnemeluBerkeley Heights, New Jersey

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CITAÇÕES:1. Citações das Escrituras são tiradas da The New Jerusalem Bible, Doubleday.2. Arcebispo Luis M. Martinez, The Sacrificier, Pauline Books and Media, p. 124-25.3. Adolphe Janquery, S.S., The Spiritual Life, Desclee & Co., p. 18.4. Arcebispo Martinez, op. cit. p. 67-68.5. Jerusalem Catecheses, como em A Liturgia das Horas, Catholic Book Publishing

Co., Vol. II, p. 608.6. Msgr. Robert Guste, The Gift of the Church, Queenship Publications, pp. 22-23.7. Edward Leen, In the Likeness of Christ, Sheed and Ward, pp. 290-300.8. St. John Eudes, do tratado sobre o Admirável Coração de Jesus, como em A

Liturgia das Horas, Catholic book Publishing Co., Vol. IV, pp. 1331-32.9. São Inácio de Antioquia, �Inácio aos Romanos�, como em The Treasury of

Catholic Wisdom, Ignatius Press., p. 14.10. John Henry Cardinal Newman, Discourses Addressed to Mixed Congragations,

Longmans, Green and Co., pp. 111-112.11. Madre Tereza, In My Own Words, Liguori Publications, p. 44.12. St. Claude de la Columbiere, como publicado pelo Apostleship of Prayer, Detroit

� Província da Sociedade de Jesus.13. Papa João paulo II, como em Celebrate 2000!, Servant Publications, pp. 140-141.14. �Dos Vários Escritos da História da Ordem dos Pregadores�, como em A Liturgia

das Horas, Catholic Book Publishing Co., Col. IV, p. 1302.15. Joseph Cardinal Bernardin, The Gift of Peace, Loyola University Press, pp. 151-3.16. Santa Tereza de Ávila, Castelo Inteior, traduzida por E. Allison Peers, Doubleday

and Co., �Second Mansions�, p.51.17. Ibid., �Quastas Mansões�, p. 76.18. Arcebispo Luiz M. Martinez, The Sacrificier, op. cit. pp. 5-7.19. Heri de Lubac, S. J., The Church: Paradox and Mystery, traduzido por James R.

Dunne, Alba House, p. 24.20. Fr. Bruno Forte, He Loved Them to the End, St Paul Books & Media, p. 74-75.21. The Thought of Pope John Paul II: A Collection of Essays and Studies, John M.

McDermott, S.J., Editor, Editrice Pontificia Universita Gregoriana, p. 135.22. Henri Lubac, S.J., The Church: Paradox and Mystery, op. cit., pp. 2.4.23. Avery Dulles, S.J., The Resilient Church, Doubleday & Company, p. 39.24. Gerald Vann, O.P., The Heart of Man, Longmans, Green and Co., pp. 151-152.25. Os Documentos dos Vaticano II, �Constituição sobre a Sagrada Liturgia�, America

Press Edition, Nº 10.26. Ibid, Nº 17.27. Ibid, Nº 48.28. Papa Pio XII, Carta Encíclica, Mystici Corporis, AAS XXXV, pp. 232-233.29. Carta do Papa João Paulo II, The Mystery and Worship of the Eucharist, Pauline

Book and Media, Nº 3.30. M. Raymond, O.C.S.O. This Is Love, Bruce, p. 106.

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U.S.POSTAGEPAID

Cincinnati, OHPermit 4251

31. Maurice de la Taille, S.J., The Mystery of Faith, Book 2, �The Sacrifice of theChurch�, traduzido por joseph Carroll and P. J. Dalton, Sheed and Ward, p. 240.

32. Fr. Edward Leen, C.S..Sp., In the Likeness of Christ, Sheed and Ward, pp.250-252.

33. Madre Teresa, Rosary Meditations from Mother Teresa, contatar Missionáriasdo Santíssimo Sacramento, P.O.Box 1701, Plattsburgh, New York.

34. São Pedro Julião Eymard, Eucharistic Handbook, Emmanuel Publications,como em Adoration, Ignatius Press, p. 97.

35. Directory on the Ministry and Life of Priests, como no suplemento especial,Inside the Vatican, Nº 48.

36. Os Documentos do Vaticano II, �Decreto sobre o Ministério e Vida dosSacerdotes�, America Press Edition, Nº 12.

37. Os Documentos do Vaticano II, �Decreto sobre Formação Sacerdotal�, Nº 8.38. Papa João Paulo II, Exortação Apostólica, I Will Give You Shepherds, St. Paul

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Quinta-feira Santa, editada por James P. Socias, Scepter Publications andMidwestern Theological Forum, pp. 38-40.

43. Nicholas Cachia, The Image of the Good Shepherd As A Source for theSpirituality of the Ministereal Priesthood, Editrice Pontificia Universita Gregoriana.

44. Fr. John Wright, S.J., A Theology of Christian Prayer, Pueblo Pub., p. 101.45. Thomas Merton, A Thomas Merton Reader, Thomas P. McDonnell, editor,

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Development, Vol. 18. Nº 1, Spring, 1997, pp. 26-32.53. Gustave Thils, Christian Holiness, Lunnoo Publishers, pp. 556-558.54. Papa João Paulo II. Prayers and Devotions, editado pelo Bispo Peter Canuis

Johannes Van Lierde, Viking, pp. 449-451.55. A. Bousard em Dictionary of Mary, Catholic Book Publishing Co., pp. 54-55.

Pastores de Cristo, um boletim informativo para sacerdotes, é publicadobi-mensalements pelos Ministérios dos Pastores de Cristo, P.O. Box 193,Morrow, Ohio 45152-0193. Equanto a distribuiçáo é gratuita, doaçõessão benvindas, no entanto. Perguntas e compentários são benvindas, noentanto. Perguntas e compentários sáo benvindos, como, tembémmundanças de endereços de sacerdotes recém ordenados. Permissãopara reproduzir intacta é concedida para uso não comercial. EditorPadre Edward Carter, S.J. é Professor de Teologia na Universidade deCincinnate, Ohio. John Weickert é o Presidente. A ilustraçáo do BomPastore é feita pelo Imão Jerome Pryor, S.J. O layout e planejamento sãofeitos por Joan Royce. Também dedicado ao progresso espiritual desacerdotes existe uma rede mundial de grupos de oraçáo constituídoslde leigos / religiosos, Associados os Pastores de Cristo, com sede em2919 Shawhan Road, Morrow, Ohio 45152, U.S.A., telefone grátis 1-888-211-3041, Fax 513-932-6791.

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