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RESUMOS DE DISSERTAÇÕES DE MESTRADO E TESES DE DOUTORADO APRE- SENTADAS NA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - USP DE ABRIL A JUNHO DE 2006 CLÍNICA CIRÚRGICA ESTUDO DO ÍNDICE DE ABSORÇÃO DE ENXERTO DE GORDURA AUTÓLOGA EM CÃES COM PREGA VOCAL PARALIZADA Leonardo de Souza Kruschewsky Orientador: Prof.Dr. Francisco V. de Mello Filho Tese de Doutorado apresentada em 05/04/06 O uso de enxerto de gordura é objeto de estudo em várias áreas da medicina, incluindo a laringologia. Questionamentos sobre o uso de enxerto de gordura autólogo em prega vocal existem como, se é o enxer- to de gordura autólogo um elemento útil no tratamento da paralisia de prega vocal unilateral em seres huma- nos? E a constatação de diferentes graus de absorção do enxerto de gordura usado em varias áreas da me- dicina? Estas são algumas das perguntas que motiva- ram o desenvolvimento deste trabalho no âmbito da laringologia. Objetivos: 1) Determinar o índice de absor- ção de enxerto de gordura autóloga, introduzido no espaço paraglótico de prega vocal esquerda paralisa- da de laringe de vinte e quatro cães, através de três métodos diferentes, decorridas doze semanas da en- xertia; 2) Avaliação histológica de cada uma das vinte e quatro laringes enxertadas, após doze semanas. Metodologia: O delineamento metodológico seguiu cinco etapas: 1) levantamento bibliográfico; 2) desenho, seleção e definição da amostra, com dois grupos, o grupo-controle, 16 animais com enxertia sem tempo de absorção, e o grupo estudo, 24 animais en- xertados e observados em condições controladas, por 12 semanas; 3) discussão multicêntrica do estudo, com a colaboração da equipe do Professor Clark Rosen do UPMC, Pittsburgh, EUA; 4) metodologia cirúrgica e de estudo do enxerto, onde todos os cães foram sub- metidos a secção de nervo vago e recorrente esquer- dos, observados por quatro semanas para confirma- ção da paralisia, enxertados com 2ml de gordura au- tóloga no espaço paraglótico, por diferentes técnicas, sendo os 16 animais do grupo-controle eutanasiados imediatamente à enxertia, e os 24 animais do grupo estudo observados por 12 semanas, eutanasiados, re- movidas suas laringes e estudadas por ressonância magnética com as imagens do enxerto de gordura mensuradas através de programa de computador, e cortadas para confecção de lâminas histológicas; 5) delineamento estatístico do estudo científico, esta- belecendo-se p<0,05 significativo. Resultados: Índices Absolutos: Grupo-controle 01, volume médio de 1938,8ml, grupo-controle 02, volume médio de 1047,6ml, grupo-estudo A, volume médio de 192,38ml, grupo-estudo B, volume médio de 336ml, grupo-estudo C, volume médio de 565ml. Ava- liação estatística: comportamento estatístico igual en- tre os grupos-controle, desigual entre os grupos-estu- do e seus controles correspondentes e, tendência de comportamento desigual entre os grupos estudo en- xertados com técnica endoscópica em favor de me- nor absorção para o grupo B. Achados histológicos: achados dos grupos-estudo - Grupo A detecção de enxerto em 50% e sinais de absorção em 7 dos 8 cães, Grupo B detecção de enxerto em 3 de 8 e sinais de absorção em 100%, grupo C detecção de enxerto em 7 de 8 e sinais de absorção em 100%, não havendo comportamento estatístico diferente entre os grupos quando comparados. Conclusão: 1) O índice de absorção de en- xerto de gordura autóloga de 24 cães foi de 82% no grupo-estudo A, 68% no grupo-estudo B, 71% no gru- po-estudo C; 2) Os achados histopatológicos são semelhantes nos diferentes grupos-estudo, sem di- ferença estatística e sinalizam absorção de gordura enxertada. Medicina (Ribeirão Preto) 39 (3): 439-512 jul./set. 2006 NOTAS E INFORMAÇÕES 439
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May 11, 2023

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RESUMOS DE DISSERTAÇÕES DE MESTRADO E TESES DE DOUTORADO APRE-SENTADAS NA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - USP

DE ABRIL A JUNHO DE 2006

CLÍNICA CIRÚRGICA

ESTUDO DO ÍNDICE DE ABSORÇÃO DE ENXERTO DE GORDURA AUTÓLOGAEM CÃES COM PREGA VOCAL PARALIZADA

Leonardo de Souza KruschewskyOrientador: Prof.Dr. Francisco V. de Mello FilhoTese de Doutorado apresentada em 05/04/06

O uso de enxerto de gordura é objeto de estudoem várias áreas da medicina, incluindo a laringologia.Questionamentos sobre o uso de enxerto de gorduraautólogo em prega vocal existem como, se é o enxer-to de gordura autólogo um elemento útil no tratamentoda paralisia de prega vocal unilateral em seres huma-nos? E a constatação de diferentes graus de absorçãodo enxerto de gordura usado em varias áreas da me-dicina? Estas são algumas das perguntas que motiva-ram o desenvolvimento deste trabalho no âmbito dalaringologia.

Objetivos: 1) Determinar o índice de absor-ção de enxerto de gordura autóloga, introduzido noespaço paraglótico de prega vocal esquerda paralisa-da de laringe de vinte e quatro cães, através de trêsmétodos diferentes, decorridas doze semanas da en-xertia; 2) Avaliação histológica de cada uma das vintee quatro laringes enxertadas, após doze semanas.

Metodologia: O delineamento metodológicoseguiu cinco etapas: 1) levantamento bibliográfico; 2)desenho, seleção e definição da amostra, com doisgrupos, o grupo-controle, 16 animais com enxertia semtempo de absorção, e o grupo estudo, 24 animais en-xertados e observados em condições controladas, por12 semanas; 3) discussão multicêntrica do estudo, coma colaboração da equipe do Professor Clark Rosen doUPMC, Pittsburgh, EUA; 4) metodologia cirúrgica ede estudo do enxerto, onde todos os cães foram sub-metidos a secção de nervo vago e recorrente esquer-dos, observados por quatro semanas para confirma-ção da paralisia, enxertados com 2ml de gordura au-

tóloga no espaço paraglótico, por diferentes técnicas,sendo os 16 animais do grupo-controle eutanasiadosimediatamente à enxertia, e os 24 animais do grupoestudo observados por 12 semanas, eutanasiados, re-movidas suas laringes e estudadas por ressonânciamagnética com as imagens do enxerto de gorduramensuradas através de programa de computador,e cortadas para confecção de lâminas histológicas;5) delineamento estatístico do estudo científico, esta-belecendo-se p<0,05 significativo.

Resultados: Índices Absolutos: Grupo-controle01, volume médio de 1938,8ml, grupo-controle 02,volume médio de 1047,6ml, grupo-estudo A, volumemédio de 192,38ml, grupo-estudo B, volume médio de336ml, grupo-estudo C, volume médio de 565ml. Ava-liação estatística: comportamento estatístico igual en-tre os grupos-controle, desigual entre os grupos-estu-do e seus controles correspondentes e, tendência decomportamento desigual entre os grupos estudo en-xertados com técnica endoscópica em favor de me-nor absorção para o grupo B. Achados histológicos:achados dos grupos-estudo - Grupo A detecção deenxerto em 50% e sinais de absorção em 7 dos 8 cães,Grupo B detecção de enxerto em 3 de 8 e sinais deabsorção em 100%, grupo C detecção de enxerto em7 de 8 e sinais de absorção em 100%, não havendocomportamento estatístico diferente entre os gruposquando comparados.

Conclusão: 1) O índice de absorção de en-xerto de gordura autóloga de 24 cães foi de 82% nogrupo-estudo A, 68% no grupo-estudo B, 71% no gru-po-estudo C; 2) Os achados histopatológicos sãosemelhantes nos diferentes grupos-estudo, sem di-ferença estatística e sinalizam absorção de gorduraenxertada.

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Alexandre Franca AlmeidaOrientador: Prof. Dr. Omar FéresDissertação de Mestrado apresentada em 28/04/2006

As deiscências das anastomoses colorretais es-tão associadas com elevada taxas de morbidade e mor-talidade pós-operatória. A deiscência é a conseqüên-cia da falha na cicatrização de uma anastomose. Mui-tos fatores estão associados com uma deficiente cica-trização e com o aumento da incidência de deiscên-cias anastomóticas: fatores técnicos, fatores sistêmi-cos e fatores locais, como a radioterapia pré-operató-ria. Esta técnica de radioterapia vem sendo utilizadacom grande freqüência no tratamento dos tumores dereto. Apresenta muitas vantagens como redução darecidiva pélvica, aumento do tempo livre de doença eaumento da sobrevida global, além da chance de umacirurgia com preservação esficteriana devido ao re-baixamento do estadiamento que pode causar nos tu-mores de reto. Entretanto, muitas dúvidas existem quan-to à segurança da confecção de uma anastomose co-lorretal na pelve irradiada, assim como qual seria omelhor momento para realizar a cirurgia após o final daradioterapia. Desta forma, foi desenvolvido este estu-do experimental, com o objetivo de avaliar a cicatriza-ção da anastomose após a radioterapia e estabelecero intervalo mais adequado entre o fim da radioterapiae o tratamento cirúrgico com uma anastomose color-retal. Os animais utilizados foram os ratos, distribuídosem 3 grupos: um grupo controle submetido somente àconfecção da anastomose, um grupo operado após 4semanas do final da radioterapia pré-operatória e umgrupo operado após 8 semanas. A radioterapia foi re-alizada com uma dose total de 4500cGy, fracionadaem 5 semanas, 180cGy/dia. Após 7 dias da realizaçãoda anastomose, os animais foram sacrificados sendofeita no mesmo ato a avaliação macroscópica da cavi-dade abdominal e retirada do segmento contendo a

anastomose no centro para avaliação histopatológica,dosagem de hidroxiprolina e imuno-histoquímica parametaloproteinase 1, inibidor da metaloproteinase 1 eVGEF – fator de crescimento endotelia vascular. Aavaliação macroscópica demonstrou que todos os gru-pos apresentaram formação de aderência intraperito-neais, mas somente os grupos submetidos à radiotera-pia apresentaram deiscência e abscessos perianasto-mótico, embora sem significância estatística. A avalia-ção histopatológica demonstrou significado estatísticopara os seguintes parâmetros: edema, congestão vas-cular, crosta fibrino-leucocitária, exsudato eosinofílilco,infiltrado macrofágico e hemorragia focal. A dosagemde hidroxiprolina demonstrou uma maior volume nogrupo operado após 8 semanas de forma estatistica-mente significativa. Quanto à imuno-histoquímica, ogrupo operado após 8 semanas apresentava maior con-centração de metaloproteinase, com p > 0,05; não houvediferença entre os grupos quando comparados para aquantidade de inibidor da metaloproteinase 1 e VGEF.A comparação dos nossos resultados com a literaturademonstra tanto estudos com desfechos semelhantes,quanto resultados divergentes e controversos. Devidoa uma grande variedade de metodologias empregadastanto no esquema de aplicação da radioterapia pré-operatória, quanto na avaliação da anastomose, diver-sos resultados são obtidos a partir dos estudos clínicos eexperimentais, tornando a comparação dos resultadosentres o trabalhos científicos menos rigorosa. No nos-so estudo, concluímos que a radioterapia não aumentaa incidência de deiscência pós-operatória; modifica aevolução normal do processo inflamação / cicatrizaçãodurante a avaliação histopatológica; uma maior dosa-gem de hidroxiprolina no grupo operado após 8 sema-nas sugere melhor momento para realização do procedi-mento cirúrgico, e a quantidade de metaloproteinase 1está maior no grupo operado após 8 semanas, sugerin-do uma maior lise de colágeno neste grupo.

EFEITO DA RADIOTERAPIA PÉLVICA PRÉ-OPERATÓRIA NA CICATRIZAÇÃODE ANASTOMOSES COLÔNICAS. ESTUDO EXPERIMENTAL EM RATOS

ESTUDO DA HEMODINÂMICA VENOSA POR MEIO DA PLETISMOGRAFIA AAr NO PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO DE VARIZES DOS MEMBROS INFERIORES

Nei Rodrigues Alves DezottiOrientador: Prof.Dr.Carlos Eli PiccinatoTese de Doutorado apresentada em 11/05/2006

A doença venosa crônica (DVC) dos membrosinferiores é caracterizada por sintomas e sinais pro-duzidos pela hipertensão venosa, resultado de altera-

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

ções funcionais e estruturais da parede das veias.Abrange desde as telangiectasias às úlceras flebopá-ticas abertas e constitui grave problema de saúde pú-blica. Na evolução da DVC as varizes primárias dosmembros inferiores (MMII) representam uma dasafecções mais atendidas em ambulatórios de CirurgiaVascular e Angiologia. Com base nestes aspectos sur-giu a idéia de estudar as alterações da hemodinâmicavenosa em pacientes portadores de varizes primáriasdos membros inferiores no pré e pós-operatório, utili-zando a Pletismografia a Ar (PGA). Investigou-sequantitativamente o possível alívio da estase venosa etambém a correlação entre a alteração hemodinâmi-ca e a classificação CEAP utilizada como padrão deestudo da DVC. A PGA é um exame que mede, deforma não invasiva, as variações absolutas de volumesangüíneo da perna (em ml), refluxo venoso pelo Índi-ce de Enchimento Venoso – IEV (em ml/s) e a capa-cidade de ejeção da musculatura da panturrilha comoresultado de um movimento de flexão plantar pela Fra-ção de Ejeção – FE (em %) ou exercício contínuopela Fração de Volume Residual – FVR (em %). Fo-ram estudados 63 MMII em 39 pacientes (35 mulhe-res e 4 homens), com idade média igual a 46,3 anos,operados no Hospital das Clínicas da Faculdade de

Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de SãoPaulo, no período de janeiro de 2001 a dezembro de2004. Os membros inferiores foram classificados deacordo com a Classificação Internacional CEAP, emcritério clínico = C2 a C6 (C2 = 6, C3 = 32, C4 = 15,C5 = 7 e C6 = 3), critério etiológico = Ep, critério ana-tômico = As e critério fisiopatológico = Pr. Os pacien-tes foram avaliados por exame clínico pré e pós-ope-ratório, Mapeamento Dúplex pré-operatório e PGApré e pós-operatória. Os 63 MMII foram subdivididosem três grupos adotando-se o critério lesão de pelecomo referência, sendo: grupo C2 + C3; grupo C4 egrupo C5 + C6. Houve melhora significativa da hemo-dinâmica venosa no pós-operatório demonstrado peladiminuição significativa do IEV e da FVR e aumentoda FE nos MMII submetidos à cirurgia de varizes. Otratamento cirúrgico beneficiou os três grupos, mas amelhora mais acentuada foi observada no grupo degravidade clínica maior (grupo C5 + C6). O melhorparâmetro obtido pela PGA para correlação com aclassificação CEAP foi o IEV. Assim, a cirurgia deexérese de varizes superficiais contribuiu para aliviara estase venosa de membros inferiores com base noestudo da hemodinâmica venosa por meio da PGA nopré e pós-operatório.

O EFEITO DA CLORPROMAZINA NA FUNÇÃO RENAL, MITOCONDRIAL EPEROXIDAÇÃO LIPÍDICA NA ISQUEMIA E REPERFUSÃO RENAL

Roberto Marins de CarvalhoOrientador: Prof.Dr. Silvio Tucci Jr.Tese de Doutorado apresentada em 12/05/2006

Objetivos: Avaliar a influência da administra-ção intravenosa de clorpromazina (CPZ) na funçãorenal, mitocondrial e peroxidação lipídica do rim emmodelo experimental de isquemia renal normotérmicaem ratos, seguida de reperfusão sanguínea.

Métodos: 79 ratos Wistar foram submetidos àisquemia renal esquerda durante 60 minutos, seguidade reperfusão do órgão e nefrectomia contra-lateral.42 ratos receberam CPZ (3mg/kg I.V.) 15 minutosantes da indução da isquemia. Foram realizadas dosa-gens de uréia e creatinina, determinações da funçãomitocondrial (estados III e IV, Razão de Controle Res-piratório-RCR, Potencial de Membrana-PM e Intu-mescimento Osmótico Mitocondrial-IOM) e avaliação

da peroxidação lipídica pela dosagem de Malondial-deído (MDA). Estes ensaios foram realizados 24 ho-ras, 4 e 7 dias pós reperfusão renal.

Os dados foram analisados pelos testes deFriedman e Mann-Whitney. Para as variáveis PM eIOM utilizou-se o teste de Tukey e para o malondi-aldeído usou-se o teste de Kruskall-Wallis.

Resultados: Nos ratos que não receberamCPZ observou-se elevação dos níveis de uréia(p<0,001) e creatinina (p<0,001) em relação aos valo-res pré-isquemia após a reperfusão renal. O mesmofoi observado em relação à respiração mitocondrialno estado III (p<0,001) e para os resultados com PM(p<0,01). Em relação ao estado IV, IOM e MDA, nãohouve diferenças estatísticamente significantes entreos grupos.

Conclusões: A clorpromazina teve um efeitoprotetor sobre a função renal e mitocondrial comodemonstrado pelo estado III e PM.

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Edvaldo José Rodrigues CardosoOrientador: Prof.Dr Benedicto Oscar ColliTese de Doutorado apresentada em 19/05/2006

Hidrocefalia é caracterizada pela obstrução dofluxo do líquido céfalo raquidiano e aumento dos ven-trículos cerebrais, e causa grande número de proble-mas neurológicos e neurocirúrgicos. Não há consen-so na literatura sobre o animal ideal para estudo expe-rimental desta entidade. Este trabalho teve como ob-jetivos:

1) Verificar a eficácia da produção de hidroce-falia induzida por caulim quando injetado diretamentena cisterna magna de cães;

2) analisar a evolução da dilatação ventricularao longo do tempo através de imagem por ressonân-cia magnética;

3) verificar se há correlação entre a dilataçãoventricular e as alterações histológicas gliais e da mie-linização do corpo caloso utilizando a coloração detricromo de Masson após um e dois meses da induçãoda hidrocefalia;

4) verificar se há correlação entre a dilataçãoventricular e da mielinização do corpo caloso analisa-da pela luminescência através da coloração por solo-cromo-cianina, após um e dois meses da indução dahidrocefalia.

Os cães foram divididos em 3 grupos:grupo 1- controle sem indução de hidrocefalia;grupo 2- com indução da hidrocefalia até a quar-

ta semana; egrupo 3- com indução da hidrocefalia até a oi-

tava semana.Os parâmetros estudados foram: razão ventri-

cular, celularidade e mielinização do corpo caloso. Oestudo para cálculo do volume e da razão ventricularfoi feito através de Imagem por Ressonância Magné-tica nas semanas zero (grupos 1,2,3), quatro (grupos1,2,3), e oito (grupos 1 e 3); da celularidade por den-sidade celular por campo no microscópio e para quan-tificação do grau de mielinização do corpo caloso atra-vés de luminescência em cada grupo. A análise esta-tística foi efetuada usando os testes não paramétricosde Mann-Whitney-U e de Kruskall-Wallis (análise devariância - ANOVA) com pós-teste de múltiplas com-

parações de Dunn para comparação de variáveis de-tectadas em momentos diferentes em um mesmo gru-po ou variáveis entre diferentes grupos. A ocorrênciade hidrocefalia verificada radiologicamente foi de93,75% e a mortalidade global dos animais ao longodo experimento foi de 38,4%. Os volumes e razõesventriculares obtidos por Imagem por RessonânciaMagnética na semana zero foram semelhantes nos 3grupos estudados. Os volumes e razões ventricularesforam maiores nos grupos 2 e 3 em relação ao grupo1 após quatro e oito semanas da indução da hidroce-falia e foram semelhantes quando medidas na quartae na oitava semanas nos animais do grupo 3. O núme-ro médio de células observadas no esplênio do corpocaloso foi maior nos animais do grupo 2 em relaçãoaos do grupo 1 e foi semelhante entre os animais dosgrupos 1 e 3 e grupos 2 e 3. Os índices de luminescênciaforam maiores nos animais do grupo 2 quando com-parados com os animais do grupo 1 no joelho e noesplênio do corpo caloso indicando que houve perdade mielina nos animais do grupo 2 e foram semelhan-tes nos animais do grupos 1 e 3 e grupos 2 e 3. Aqueda do índice de luminescência nos animais do gru-po 3 para níveis semelhantes aos do grupo 1 mostra-ram que após 8 semanas da indução da hidrocefaliahá uma tendência à remielinização. Nas condiçõesexperimentais descritas concluiu-se que:

1) O caulim mostrou-se eficaz na indução dehidrocefalia em cães adultos;

2) a imagem por ressonância magnética mos-trou-se um bom método para acompanhamento da hi-drocefalia experimental em cães adultos;

3) os resultados concordantes da razão e dovolume ventriculares medidos por IRM permitem in-ferir que, pela facilidade do método de medida da ra-zão, esta possa ser utilizada isoladamente para o acom-panhamento evolutivo da hidrocefalia experimental;

4) o corpo caloso de cães não responde de ma-neira homogênea à indução de hidrocefalia com caulim.Houve aumento significante no número de células gliaisno esplênio do corpo caloso, que se manteve estávelno joelho e no corpo do corpo caloso;

5) houve perda da mielina no joelho e no esplêniodo corpo caloso até a quarta semana após a induçãoda hidrocefalia e uma tendência à remielinização par-cial até a oitava semana.

ESTUDO DAS ALTERAÇÕES CAUSADAS, PELA HIDROCEFALIA INDUZIDAPOR CAULIM, NO CORPO CALOSO DE CÃES ADULTOS

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Josimeire Batista MehlOrientadora: Profa.Dra. Yvone Avalloni de MoraisVillela de Andrade VicenteTese de Doutorado apresentada 26/06/2006

Existem controvérsias na apresentação e nadivisão anatômica esfincteriana anorretal, assim como,em sua representação funcional. A avaliação da mus-culatura esfincteriana anorretal tem sido feita por vá-rios métodos, dentre eles, a manometria anorretal e atomografia computadorizada. Porém, ainda não exis-te um modelo experimental que permita o estudo ma-

nométrico detalhado. Neste trabalho, desenvolveu-se um modelo experimental, para estudo manométri-co e radiográfico, além da análise das alterações nocomportamento dos grupos musculares, responsáveispelo mecanismo esfincteriano anorretal, antes e apóslesões proximal e distal.

Métodos: Vinte e dois porcos, de 25 a 30 diasde idade, pesando 5 a 7 kg, foram sorteados para com-por dois grupos, submetidos a lesões em diferentesníveis da musculatura anorretal. Antes e após as le-sões, foram estudados por meio de manometria anor-retal (reflexo inibitório anorretal e volume vetorial) e

Miguel Angel DiasOrientador: Prof.Dr. Reginaldo CenevivaDissertação de Mestrado apresentada 22/05/2006

A obstrução do ducto biliar leva à colestaseextra-hepática que favorece o desenvolvimento dacolangite e de alterações histológicas do fígado. Ape-sar dos avanços no conhecimento dos fenômenos fi-siopatológicos resultantes da colestase extra-hepáti-ca, novas investigações justificam-se para uma me-lhor compreensão da relação entre os fatores agra-vantes, envolvendo, entre eles o óxido nítrico (NO) eo fluxo portal.

Objetivo: Avaliar alterações histológicas do fí-gado, do fluxo portal, do óxido nítrico e da peroxida-ção lipídica resultantes do processo de obstrução/desobstrução biliar.

Métodos: Trinta e nove ratos Wistar foramdistribuídos aleatoriamente em 4 grupos: OB (n=18),submetido à oclusão biliar e seguido por 20 dias, comavaliação periódica das alterações histológicas do fí-gado, do fluxo portal mediante utilização de Doppler edosagem de NO e de malondialdeído (MDA); grupoOB/DB (n=13) submetido à oclusão biliar por 20 diase a seguir desobstrução biliar por anastomose colédoco-

duodenal, com seguimento por 5 dias e avaliação dosmesmos parâmetros do grupo OB; grupo CED (n=4)submetido à operação simulada, avaliação periódicado fluxo portal e seguimento por 25 dias; grupo CHB(n=4) submetido à operação simulada com biópsia he-pática no 25º dia, e seguido por 25 dias com avaliaçãoperiódica dos mesmos parâmetros do grupo OB, comexceção da ecografia Doppler. Nos grupos OB, OB/DB e CHB foram avaliadas também a bilirrubina di-reta (BD) e a fosfatase alcalina (FA).

Resultados: Com a oclusão do colédoco hou-ve aumento da BD e da FA, desenvolvimento de alte-rações hepáticas (redução do número de hepatócitos,aumento de fibrose, fibroblastos, ductos biliares, va-sos sangüíneos e células inflamatórias) e redução dofluxo portal, concomitantes com o aumento do NOplasmático e do MDA. A desobstrução biliar resultouem redução da BD, da FA, das alterações hepáticas,aumento do fluxo portal e redução do NO e do MDA,com tendência à normalização.

Conclusão: A obstrução biliar resultou em co-lestase e diminuição do fluxo portal, com aumento doNO plasmático e do malondialdeído no tecido hepá-tico e alterações histológicas do fígado, com tendên-cia à normalização após a desobstrução biliar

ALTERAÇÕES AGUDAS NA MANOMETRIA ANORRETAL E NA TOMOGRAFIACOMPUTADORIZADA INDUZIDAS POR ESFINCTEROTOMIA ANAL PROXIMALE DISTAL. ESTUDO EXPERIMENTAL EM PORCOS

ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS DO FÍGADO, DO FLUXO PORTAL E DOÓXIDO NÍTRICO NA OBSTRUÇÃO/DESOBSTRUÇÃO BILIAR

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Kleber Tadeu CarraroOrientadora: Profa. Dra. Luiza da Silva LopesDissertação de Mestrado apresentada em 30/06/2006

Hidrocefalia é a entidade resultante do desba-lanço entre a produção e a absorção do líquidocefaloespinhal (LCE), que se acumula no interior dosventrículos cerebrais, levando à dilatação dos mes-mos. Sua fisiopatologia é multifatorial e seu principalmecanismo de lesão inclui a compressão e o estira-mento, assim como edema e isquemia. Visto que, emoutras comissuras cerebrais como no corpo caloso,esta patologia provoca alterações estruturais impor-tantes, vê-se relevância em realizar estudos maisaprofundados relacionando a hidrocefalia à comissuraanterior. A comissura anterior tem como principais ele-mentos de sua composição, fibras nervosas, astróci-tos e oligodendrócitos. A troca de informações entreos hemisférios cerebrais dos mamíferos depende dasfibras comissurais. O presente estudo teve como ob-jetivos avaliar as alterações morfológicas e morfomé-tricas da comissura anterior em ratos Wistar submeti-dos à hidrocefalia experimental, quando considerados:grau de dilatação ventricular e tempo de progressãoda hidrocefalia. Foram utilizados ratos Wistar, com setedias de vida, sem distinção de sexo. Os filhotes foramsubmetidos à indução da hidrocefalia por injeção

intracisternal de 0,04ml de caulim a 20%. Um rato decada ninhada não foi puncionado, sendo utilizado comoanimal controle. Os animais foram divididos em doisgrupos experimentais: grupo 1, com 14 e grupo 2, com21dias de evolução da hidrocefalia. O material foi fi-xado em uma solução de paraformaldeído 2% eglutaraldeído 1%. Os encéfalos foram classificadospor comparação em hidrocefalia leve, moderada, acen-tuada e máxima. A comissura anterior foi dissecada,sob lupa, com ampliação de 4x. Realizaram-se entãoos procedimentos de rotina para inclusão em resina.Foram feitos cortes transversais às fibras da comissuraanterior com 0,5µm de espessura e corados com azulde toluidina 1%. Os aspectos morfológicos mostra-ram diferença cromática entre as partes anterior eposterior na comissura anterior no animais controleassim como nos hidrocefálicos. Notou-se também,através da diferença cromática, que nos animais comidades mais avançadas, ocorre o aumento da mielini-zação entre os tempos estudados, e também, o apare-cimento de lesões nas fibras mielínicas. A análisemorfométrica dos oligodendrócitos não mostrou vari-ação estatisticamente significante, exceto entre osgrupos que desenvolveram hidrocefalia acentuada. Adensidade de fibras nervosas lesadas foi diretamenteproporcional ao grau e também ao tempo de desen-volvimento da hidrocefalia.

tomografia computadorizada (ângulo anorretal e com-primento do canal anal).

Resultados: A lesão proximal preservou o re-laxamento do esfíncter e retardou o seu fechamento(velocidade de recuperação do relaxamento de4,35±2,10mm/s versus 2,70 ± 1,32mm/s (p=0,001)).Reduziu a pressão máxima (62,45 ± 20,02mmHgversus 40,36 ± 12,59mmHg (p=0,004)) e o volumevetorial (2749 ± 921mmHg2cm versus 1591 ± 1379mmHg2cm (p=0,005)). Houve aumento do comprimen-to do canal anal anatômico (9,60 ± 1,35mm versus13,15 ± 3,01mm (p=0,005)) e da zona de alta pressão(5,09 ± 1,04mm versus 6,36 ± 1,50mm (p=0,005)). Con-tudo, conservou a porcentagem de assimetria, o com-

primento do esfíncter e o ângulo anorretal. A lesãodistal não alterou o reflexo inibitório anorretal, o com-primento da zona de alta pressão, a porcentagem deassimetria, o volume vetorial e os comprimentos docanal anal e do ângulo anorretal. Entretanto, aumen-tou o comprimento do esfíncter (11,82 ± 2,82mm ver-sus 14,09 ± 2,39mm (p=0,022)) e reduziu a pressãomáxima (60,55 ± 22,05mmHg versus 40,91 ± 13,41mmHg (p=0,004)).

Conclusão: Conclui-se que as alterações ob-servadas, decorrentes das lesões proximal e distal doesfíncter anorretal, sugerem a interferência direta domúsculo elevador do ânus, na função da musculaturaesfincteriana.

ANÁLISE MORFOLÓGICA E MORFOMÉTRICA DA COMISSURA ANTERIORDE RATOS WISTAR SUBMETIDOS À HIDROCEFALIA EXPERIMENTAL

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Marcus Vinícius Santos dos PassosOrientador: Prof. Dr. Wilson Araújo da Silva JúniorDissertação de Mestrado apresentada em 19/04/2006

Moléculas de adesão são essenciais em váriosprocessos biológicos como proliferação, expressãogênica, diferenciação e apoptose. Na hematopoese,estas interações são fundamentais para sustentaçãoda auto-renovação de progenitores primitivos supor-tando a proliferação e diferenciação em suas linha-gens específicas. As leucemias agudas caracterizam-se pela migração de células imaturas para a circula-ção periférica acarretando alterações funcionais. Vá-rios estudos demonstram que interações anormais en-tre células leucêmicas e o microambiente hematopoé-tico são fatores determinantes na disseminação, bemcomo nas diversas manifestações clínico-patológicasda doença. Embora haja evidências de que os meca-nismos de adesão celular tenham influência no pro-cesso de malignização, pouco é conhecido sobre asbases moleculares que as governam. O presente estu-do teve como objetivo avaliar o perfil da expressãodos genes de adesão celular (CD44, CDH1, CD62L)e de matriz extracelular (FN1) em leucemias agudas(LMA/LLA) classificadas segundo o critério franco-americano-britânico (FAB). A análise foi realizada emRNA total extraído de 19 amostras provenientes depacientes com diagnósticos de leucemia e síndromemielodisplásica (SMD), sendo 11 amostras de LMA, 1

de SMD e 7 amostras de LLA, bem como em amos-tra de medula óssea normal, utilizada como controle.A metodologia proposta para o estudo da expressãogênica foi a PCR semiquantitativa, onde após síntesee diluições seriadas do cDNA, (1:2 a 1:64) foi possívelidentificar variações de expressão dos genes propos-tos nas amostras leucêmicas e de tecidos normais.Como controle gênico utilizamos o gene da (‘beta’-actina que mostrou amplificação em todas diluiçõesdas amostras. A expressão gênica das moléculas deadesão foi bastante heterogênea, não sendo possíveldistinguir variações significativas entre LMA/LLA. Poroutro lado, quando comparamos LMA/LLA e medulaóssea normal, verificamos uma expressão aumentadade alguns destes genes nas amostras leucêmicas. Emespecial, CD44 obteve uma expressão de até seis ve-zes maior em LMA/LLA em relação à medula nor-mal. Hiperexpressão de CD44 têm sido correlaciona-da com um mau prognóstico da doença corroborandoos dados da literatura científica. Podemos concluir quea heterogeneidade da expressão destas moléculas re-flete a complexidade da doença demonstrando, sobre-tudo, que a desregulação dos contatos é determinantena disseminação de blastos leucêmicos. Este tipo deestudo permite e contribui enormemente no entendi-mento molecular das leucemias agudas. Além disso, aavaliação do comportamento de genes de adesão ce-lular pode apresentar valor clínico relevante no diag-nóstico e prognóstico das leucemias agudas.

CLÍNICA MÉDICA

ANÁLISE DA EXPRESSÃO DE GENES RELACIONADOS À ADESÃO CELULAREM LEUCEMIAS AGUDAS

DADOS ANTROPOMÉTRICOS E NUTRICIONAIS DE PACIENTES OBESOSGRAU III SUBMETIDOS À GASTROPLASTIA VERTICAL COM BANDAGEM EDERIVAÇÃO INTESTINAL EM Y DE ROUX E À DIETOTERAPIA E SUPLEMEN-TAÇÃO NUTRICIONAL

Marinella BavarescoOrientador: Prof. Dr. José Eduardo Dutra de OliveiraDissertação de Mestrado apresentada em 20/04/2006

Vários estudos vêm mostrando os riscos para odesenvolvimento de problemas nutricionais após a ci-

rurgia para redução de peso. O presente estudo, tevecomo objetivo avaliar a ingestão alimentar nos perío-dos pré e pós operatório, avaliar o estado nutricionaldos pacientes submetidos à cirúrgica, mostrar dadoshematológicos e bioquímicos durante o tratamento,acompanhar a perda ponderal e modificações na

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

composição corporal. O estudo realizado com 48 pa-cientes, 85,4% do sexo feminino, 23 a 63 anos de ida-de. O peso mediano inicial foi 159,8 (190,8 - 131) kg,com IMC de 51,2 (66 - 45,3) kg/m², a redução depeso foi 35,6% em doze meses de seguimento. A com-posição corporal teve uma redução importante da gor-dura corporal que no inicio do estudo era de 53% aofinal do seguimento foi 32% e manutenção da massamagra, 47% e 68% no inicio e final do estudo. O valorcalórico antes da cirurgia foi de 2250 kcal/dia e nãoultrapassou 1000 kcal/dia durante o primeiro ano apósa cirurgia. A dieta orientada era fracionada em pe-quenos volumes ao longo do dia, com o valor calóricosempre muito baixo há uma necessidade de suplemen-tação com polivitamínico e minerálicos por toda a vida.Esse cuidado com a suplementação e os retornos pe-riódicos acompanhados por toda a equipe multidisci-plinar, que caracteriza o protocolo de atendimento doserviço de Nutrologia do departamento de ClinicaMédica do HCFMRP-USP, são os grandes responsá-veis por manter um adequado o estado nutricional. Osvalores hematológicos sofreram alterações em seuquadro com quedas nos valores individuais para he-moglobina, com p < 0,01 entre pré e 1 mês e pré e 12meses; hematócrito, com p < 0,05 entre pré e 1 mês;albumina, porém sem diferença estatística; proteína

total, sem diferença estatística ao longo do estudo;ferro com diferença estatística entre pré e 1 mês, prée 3 meses pré e 6 meses, 1 mês e 3 meses, 3 meses e8 meses; UIBC mostrando alterações entre pré e 1mês e pré e 8 meses (p < 0,05); saturação de ferrocom p < 0,05 para pré e 8 meses e 3 meses e 8 meses,porém mesmo com queda significativa os valoresmedianos permaneceram na normalidade. Os dadosbioquímicos referentes à glicemia mostraram uma re-dução significativa entre pré e 6 meses (p < 0,001),pré e 12 meses (p < 0,001) e 3 meses e 6 meses (p <0,05), chegando ao final do seguimento com 5 % dospacientes com valores acima de 110 mg/dl; o coleste-rol total sofreu alteração entre pré e 1 mês e pré e 3meses, com p < 0,01; para os triglicérides essa dife-rença foi ainda mais significante com 40% dos paci-entes com níveis acima de 150 mg/dl antes e 5% apósdoze meses ou seja apenas 1 pacientes, a diferençafoi a partir do sexto mês comparados ao pré-cirúrgicocom p < 0,005; o HDL aumentos com diferença signi-ficante entre pré e 12 meses, 1 mês e 6 meses, 1 mêse 8 meses, 1 mês e 12 meses e 3 meses e 12 meses; oLDL não apresentou diferenças significativa. A asso-ciação de comorbidades é comum nos pacientes obe-sos, essa somatória diminuiu com a perda de peso, aolongo do seguimento.

de tempo, para estimular a reação imunológica de co-municantes de pacientes com hanseníase. Acredita-se também que a combinação da poliquimioterapia con-vencional com essa vacinação deva facilitar a elimi-nação de bacilos do paciente, reduzir o índice de reci-divas após a alta terapêutica e encurtar o período paranegativação das baciloscopias, provavelmente, por ati-vidade imunomoduladora, ainda não esclarecida, queresulta no aumento da defesa imunológica do pacien-te. Este estudo propõe a investigação do mecanismode ação do BCG através de ensaio clínico e laborato-rial, em 19 pacientes com hanseníase, subdivididos emmultibacilares (MB:11) e paucibacilares (PB:8). Ava-liou-se a produção in vitro de citocinas (IL-10, IFNg,TNF& #945; e IL-6) em sobrenadantes de culturasde células mononucleares do sangue periférico(PBMC) de pacientes com hanseníase, antes e 30 diasapós a aplicação de BCG-id. PBMC isoladas pelo gra-

Erika Muller Ramalho ZenhaOrientadora: Profa. Dra. Norma Tiraboschi FossDissertação de Mestrado apresentada em 28/04/2006

Hanseníase é doença infecciosa crônica, cau-sada pelo Mycobacterium leprae. Compromete pelee nervos periféricos e constitui relevante problema desaúde pública no Brasil, com taxas de prevalência de1,71/10000 habitantes e de detecção de 2,76/10000habitantes no ano de 2004. Apesar da queda na pre-valência, a detecção se mantém, o que tem dificultadoa eliminação da hanseníase como problema de saúdepública no país, desencadeando a procura de fatoresque possam atuar como adjuvantes ao tratamento eeliminação da infecção. A administração da vacina in-tradérmica constituída pelo Bacilo de Calmette Guérin(BCG-id) vem sendo considerada, por longo período

USO DA VACINA BCG COMO AGENTE IMUNOMODULADOR NA HANSENÍASE

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Roberta Soares Lara CassaniOrientador: Prof. Dr. André SchmidtDissertação de Mestrado apresentada em 05/05/2006

O estudo da prevalência de fatores de riscocardiovascular em nosso país apresenta importantesdificuldades em virtude da extensão territorial, que,favorece hábitos de vida distintos conforme a regiãogeográfica, além de diferenças em grupos de umamesma região de acordo com características sócio-econômicas. A caracterização recente da SíndromeMetabólica (SM) e sua relação com risco cardiovas-cular aumentado ainda foi pouco estudada na litera-tura nacional. A identificação da prevalência de alte-rações de diversas variáveis antropométricas relacio-nadas a ela e dos fatores de risco cardiovascular con-sagrados e emergentes constituem o objetivo desteestudo. Foram avaliados 1047 funcionários de ambosos sexos (913 homens e 134 mulheres) de uma indús-tria alimentícia na cidade de Itu -SP. A idade média foide 36 ± 8 anos. Foi preenchida ficha de coleta de in-formações sobre dados pessoais e conhecimento defatores de risco (hipertensão, dislipidemia, diabetes),comportamentos de risco (tabagismo e sedentarismo)e antecedentes familiares. Foi também realizada ava-liação clínico-laboratorial, que consistiu no registro demedidas antropométricas, medida da pressão arteriale coleta de sangue capilar para avaliação da coleste-rolemia total, trigliceridemia e glicemia. Hipertensãoarterial sistêmica foi identificada em 28% da popula-ção e 45% se encontrava na faixa de pré hipertensão.Intolerância à glicose foi sugestiva em 40% dos fun-cionários. Hipercolesterolemia foi encontrada em 7%

da população e hipertrigliceridemia em 16%. Ante-cedentes familiares estavam presentes em 30% dapopulação e tabagismo corrente foi identificado em11 %. Sedentarismo foi o principal fator de risco iden-tificado (83%). Sobrepeso foi evidenciado em 63%da população, sendo 17% classificados como obesos.Houve importante associação entre incremento nasmedidas antropométricas que caracterizam a presen-ça de gordura corporal aumentada e alterações clíni-co-laboratoriais. Sendo assim, índice de massa corpo-ral e circunferência abdominal aumentados estiverampositivamente (p < 0,05) associados a valores maiselevados de pressão arterial, colesterol total, triglicé-rides e glicemia. A avaliação conjunta das diversasalterações clínico-laboratoriais de um mesmo indiví-duo permitiu, utilizando os critérios atuais para diag-nóstico de Síndrome Metabólica (SM), identificá-la em3% das mulheres e 5,5% dos homens, mesmo semutilizar a medida do colesterol de alta densidade (HDL-colesterol) e a glicemia de jejum. Além disso, percen-tual significante (23%) dos indivíduos apresentava doismarcadores para a SM, indicando que subestimaçãopode ter ocorrido Em conclusão, a prevalência de fa-tores de risco cardiovascular isoladamente é relevan-te na população avaliada, resultando em significativopercentual de casos de SM decorrentes da presençaconcomitante de vários deles. Foi identificada aindarelação direta e positiva entre as medidas antropomé-tricas e variáveis bioquímicas. Estas, por sua vez, po-deriam ser importantes indicadores precoces de pro-pensão à SM e DCA, o que permitiria intervençõescom o objetivo de se evitar um aumento de sua preva-lência em nosso meio.

diente Ficoll-Hypaque foram cultivadas na presençade Con-A ou LPS e BCG. Os sobrenadantes foramcoletados para quantificação das citocinas pelo méto-do ELISA. Os resultados mostraram produção aumen-tada das citocinas após a aplicação do BCG-id, napresença dos mitógenos (Con-A ou LPS) e do próprioBCG, em pacientes com hanseníase MB e PB, porémforam estatisticamente significantes os níveis das ci-

tocinas TNFα (p:0,039) e IL-6 (p:0,047) produzidospor PBMC de pacientes com hanseníase multibacilar.Esses resultados sugerem que BCG-id induz a ativa-ção da fase inicial da atividade imunecelular (aumen-to de TNFα e ativação de macrófagos). Logo se podeconcluir que o uso de BCG-id está indicado como ad-juvante do tratamento da hanseníase, especialmenteda hanseníase multibacilar.

AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAATEROSCLERÓTICA EM ADULTOS TRABALHADORES DE INDÚSTRIAALIMENTÍCIA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Charlys Barbosa NogueiraOrientador: Prof. Dr. Júlio César MorigutiTese de Doutorado apresentada em 08/05/2006

Demência senil tipo Alzheimer (DA) é umadoença neurodegenerativa crônica que tem sido as-sociada a uma série de fatores de risco como idade,historia familiar, fatores genéticos e doença vascularcerebral prévia. Fatores de risco passíveis de modifi-cações têm sido bastante estudados e destes destaca-mos a hiperhomocisteinemia.

A enzima metilenotetrahidrofolato redutase(MTHFR) participa de forma significativa no meta-bolismo da homocisteína. Alguns polimorfismos no genecodificador desta enzima podem levar a formação deenzimas com atividade reduzida e este fato poderiacausar aumento dos níveis de homocisteina. Algunsexemplos destes polimorfismos são C677T, A1298Ce G1793A.

Os objetivos desse estudo foram avaliar os ní-veis de homocisteína sérica, ácido fólico e vitaminaB12 em pacientes com diagnóstico de DA provávelem diferentes estágios da doença e se polimorfismosno gene MTHFR estão relacionados a esta doença.

Para tanto foi realizado estudo transversal e tipocaso controle, com 77 voluntários, sendo 20 controlescognitivamente normais, 20 com DA leve, 16 com DAmoderada e 14 com DA grave segundo critérios daNINCS-ADRDA e DSM-IV, além de 7 pacientes comcomprometimento cognitivo leve segundo critérios dePetersen. Os voluntários, após o diagnóstico, foramclassificados pela Escala Clínica de demência (CDR).

Os níveis de homocisteína foram significativa-

mente maiores entre os doentes (DA leve, moderadae grave) e principalmente entre aqueles com DA mo-derada e grave em relação aos controles. O risco re-lativo para DA entre aqueles com hiperhomocisteine-mia moderada e intermediaria (16 – 100 µmol/L) foide 3,16 (1,37 – 7,28) e 2,91 (1,42 – 5,98) para DAmoderada e grave respectivamente. Os níveis de vi-tamina B12 e folato foram menores entre os voluntá-rios doentes notoriamente entre aqueles com DA mo-derada e grave.

As prevalências dos genótipos C677T eG1793A do gene MTHFR não diferiram entre os gru-pos estudados. O genótipo A1298C, homozigoto parao alelo menos freqüente (CC), foi mais encontradoentre os voluntários do grupo controle com valor deodds ratio de 0,09 (Intervalo de confiança: 0,01 – 0,83).Fato que sugere um possível efeito protetor para odesenvolvimento de DA.

Em conclusão, os níveis de homocisteína séricamostraram-se significativamente maiores entre por-tadores de doença de Alzheimer, notoriamente entreaqueles com DA moderada e grave. Os níveis de vi-tamina B12 e folato foram menores entre os voluntá-rios com Alzheimer moderado e grave em relação aogrupo controle, porem em sua maioria dentro dos limi-tes normais. É provável que níveis mais elevados dehomocisteína sérica possam estar implicados comuma evolução menos favorável da doença de Alzheimere, dessa forma, estudos prospectivos buscando eluci-dar as possíveis relações entre níveis de homocisteí-na, vitamina B12 e folato com déficits cognitivos e evo-lução para doença de Alzheimer ainda se fazem ne-cessários.

ESTUDO SOBRE A CORRELAÇÃO ENTRE GRAVIDADE DA DEMÊNCIASENIL TIPO ALZHEIMER, NÍVEIS DE HOMOCISTEÍNA PLASMÁTICA EGENÓTIPOS DA METILENOTETRAHIDROFOLATO REDUTASE

modiálise e, em seguida calcular seus respectivos Kt/Vs nas diferentes técnicas de punção dos AV definiti-vos ou portadores de cateteres venosos temporários.

Materiais e Métodos: Participaram do estu-do 201 pacientes, que foram classificados de acordocom a técnica utilizada para punção do AV em cincogrupos, destacando-se os seguintes: Grupo 1 (formaclássica de punção, com agulhas em direções opostas,

Taísa Silva DiasOrientador: Prof. Dr. José Abrão Cardeal da CostaDissertação Mestrado apresentada em 08/05/2006

Objetivos: Aferir através de exames labora-toriais o percentual de recirculação sangüínea dos aces-sos vasculares (AV) dos pacientes que realizam he-

A TÉCNICA DE PUNÇÃO DA FÍSTULA ARTÉRIO-VENOSA COMO FATORPREPONDERANTE À ADEQUAÇÃO HEMODIALÍTICA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Alexandre Baldini de FigueiredoOrientador: Prof. Dr. Marcus Vinícius SimõesDissertação de Mestrado apresentada em 15/05/2006

O presente estudo objetivou investigar a parti-cipação de distúrbios da perfusão miocárdica no me-canismo fisiopatológico da disfunção cardíaca em pa-cientes vítimas de escorpionismo moderado ou grave,correlacionando-os com achados clínicos, eletrocar-diográficos, com os níveis de enzimas cardíacas e coma função contrátil global e regional do ventrículo es-querdo. Objetivou ainda investigar a evolução tempo-ral dos distúrbios de perfusão miocárdica e da funçãocontrátil do ventrículo esquerdo em um período deacompanhamento de duas semanas. Foram prospecti-vamente estudados 15 pacientes vítimas de escorpio-nismo moderado (n=3) ou grave (n=12) (7±4 anos, 9masculinos). Os pacientes realizaram cintilografia deperfusão miocárdica com administração de 99mTc-Sestamibi em repouso dentro de 72 horas (avaliaçãoinicial) e 15 dias (seguimento) após o acidente escor-piônico, sendo que as imagens tomográficas foramadquiridas sincronizadas com ECG (Gated SPECT)para avaliação simultânea da perfusão e da contratili-dade do ventrículo esquerdo. Dois observadores inde-pendentes avaliaram através de escore visual semi-quantitativo a perfusão (0=normal, 1=redução discre-ta, 2=redução moderada, 3=redução intensa e 4=au-sente) e a mobilidade segmentar (0=normal, 1=hipoci-nesia discreta, 2=hipocinesia moderada, 3=hipocinesia

intensa e 4=acinético) do ventrículo esquerdo, utilizan-do modelo que divide a parede ventricular esquerdaem 17 segmentos. Para cada paciente foram calcula-dos escores somados de perfusão e mobilidade. A fra-ção de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) foi cal-culada automaticamente pelo software “QuantitativeGated Spect (QGS)”. Dos 15 pacientes incluídos noestudo, 12 (80%) apresentaram significativas altera-ções da contratilidade e da perfusão miocárdica nosestudos iniciais. O escore somado de perfusão médiona avaliação inicial foi de 12.53±7.31, o de mobilidadefoi de 17±12.84 e a média da FEVE foi de 44,64 ±16,03%. Houve correlação positiva entre o escore so-mado de perfusão e o escore somado de mobilidade(r=0.68; p=0.005) e correlação negativa entre o esco-re somado de perfusão e a FEVE (r=-0.75; p=0.0021).Observou-se também correlação positiva entre os va-lores do escore somado de perfusão e os níveis depico de CKMB (r= 0,61; p= 0,0152) e ainda associa-ção entre os valores do escore somado de perfusão ea ocorrência de alterações eletrocardiográficas signi-ficativas (p= 0,0440 teste exato de Fisher). Os estu-dos de seguimento mostraram recuperação significa-tiva da função contrátil global (média da FEVE de68.92±9.51, p=0.0002 teste t pareado), segmentar (es-core somado de mobilidade 2.60±3.09, p=0.0009 testet pareado) e da perfusão do ventrículo esquerdo (es-core somado de perfusão 3.73±3.33, p=0.0003 teste tpareado). A melhora da FEVE correlacionou-se posi-tivamente com a melhora do escore somado de perfu-

sendo a arterial voltada ao membro e a venosa emdireção ao coração, e com distância maior ou igual a 5cm entre elas), Grupo 4 (agulhas unidirecionais, am-bas direcionadas ao coração, porém com distânciamenor que 5 cm entre elas) e Grupo 5 (portadores decateter duplo lúmen). Foram coletadas no total 5 amos-tras de sangue para análise de uréia: pré e pós-hemo-diálise e, para o cálculo do percentual de recirculaçãosangüínea, conforme a proposta de D´Ávila (1990).Para cálculo do Kt/V foi utilizado o método deDaurgidas II ou Segunda Geração, que foi comparadoposteriormente à fórmula de Jindal e Kt/V total.

Resultados: O grupo 1 apresentou o menoríndice de recirculação sangüínea (9,4±5,56%) e me-lhor Kt/V (1,68±0,36). Sendo que o grupo 4 apresen-

tou os piores índices com relação a recirculação(19,75±5,08%) e Kt/V (1,16±0,26). Todos os grupos,com exceção do grupo 5, quando comparados ao gru-po 4 obtiveram diferença estatística (p<0,05) para osparâmetros recirculação e Kt/V para os métodos deDaurgidas II e Jindal. Porém, em relação ao Kt/V to-tal, só obteve valor de p<0,05 quando comparado ogrupo 1 com o grupo 4.

Conclusão: A punção do acesso vascular deveser considerada como fator indispensável paraminimizar a recirculação sangüínea e obter melhoresresultados quanto à adequação hemodialítica. Confor-me os resultados obtidos, a inserção das agulhas nomesmo sentido e com distância menor que 5 cm entreelas deve ser evitada.

ESTUDO DA CORRELAÇÃO ENTRE AS ANORMALIDADES DA PERFUSÃOMIOCÁRDICA E A DISFUNÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA EM VÍTIMAS DEESCORPIONISMO MODERADO OU GRAVE

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Flávia Junqueira de SouzaOrientador: Prof. Dr. Hélio VannucchiDissertação de Mestrado apresentada em 15/05/2006

A Síndrome do Intestino Curto (SIC) é definidacomo um estado que muitas vezes segue uma ressec-ção extensa do intestino delgado causando perda ex-cessiva de micronutrientes incluindo magnésio. Poroutro lado, o tratamento cirúrgico da obesidade envol-ve técnicas disabsortivas, como a derivação gastroje-junal em Y-de-Roux (cirurgia de Capella), que podemacarretar deficiências nutricionais também envolven-do este mineral. O magnésio (Mg), quarto cátion maisabundante no corpo humano e segundo mais abundan-te no fluido intracelular, participa de várias reaçõesbioquímicas, sendo cofator de enzimas como a creatinaquinase (CK). Embora o nível de Mg seja mais comu-mente determinado no soro, a análise do conteúdo in-tracelular é o melhor método. O objetivo do presenteestudo foi avaliar o estado nutricional em relação aoMg em pacientes com superfície absortiva intestinalreduzida. Os pacientes foram classificados em GrupoEnterectomizado (GE), Grupo Bariátrica (GB) e Gru-po Controle (GC). A ingestão alimentar de Mg foi ana-lisada por meio de Recordatório de 24hs e amostrassanguíneas foram coletadas para dosagem de Mg plas-mático, eritrocitário por espectrometria de absorçãoatômica e dosagem de CK por espectrometria emmodo cinético. A ingestão de Mg esteve abaixo daEAR para todos os grupos (GE = 121,21 ± 61,0 mg/dia;GB = 128,07 ± 62,8 mg/dia e GC = 123,07 ± 45,74 mg/

dia), sem diferença significativa (p > 0,05). A porcen-tagem de adequação média em relação a EAR tam-bém se mostrou inadequada para os três grupos (GE =38,34 ± 17,79%; GB = 43,91 ± 17,78% e GC = 41,94 ±17,8%), sem diferença estatisticamente significativa(p > 0,05). Valores médios abaixo das concentraçõesnormais de Mg plasmático foram observados somentepara GE (1,19 ± 0,21 mEq/L), com diferença signifi-cativa entre GE e GB (1,53 ± 0,22 mEq/L) e entre GEe GC (1,57 ± 0,13 mEq/L) (p < 0,05). Observou-seentre os pacientes avaliados, hipomagnesemia em88,9% dos pacientes no GE, 41,7% no grupo GB e emquatro indivíduos no Grupo Controle (28,6%). Nenhu-ma diferença estatisticamente significativa para Mgeritrocitário foi encontrada entre os grupos (p > 0,05)e os valores encontraram- se, em média, dentro doslimites normais (GE = 4,03 ± 1,24 mEq/L; GB = 4,56 ±1,35 mEq/L e GC = 4,34 ± 0,48 mEq/L). Para cadaamostra avaliada, valores abaixo da normalidade fo-ram observados em três indivíduos no grupo GE(33,3%) e em um paciente no Grupo Bariátrica (8,3%).Os valores médios para a atividade da CK também semostraram normais (GE = 60,66 ± 31,43 U/L; GB =47,96 ± 23,94 U/L e GC = 78,47 ± 33,82 U/L) comdiferença significativa entre GB e GC (p < 0,05). Tam-bém foram observados valores abaixo dos limites dereferência em um paciente no grupo GE (11,1 %) eem um no grupo GB (8,3%). Concluiu-se que o estadonutricional em relação ao magnésio mostrou-se alte-rado nos pacientes com redução da capacidade ab-sortiva intestinal para todos os parâmetros avaliados.

são (r=0.72; p=0.0035). Concluindo, as alterações per-fusionais miocárdicas são comuns no envenenamentoescorpiônico grave e mostram correlação topográficaem extensão e gravidade com a disfunção sistólicaventricular global e segmentar. A recuperação da fun-

ção contrátil do ventrículo esquerdo correlaciona-secom a reversibilidade dos defeitos perfusionais. Estesachados sugerem a participação de alterações perfu-sionais miocárdicas no mecanismo fisiopatológico des-ta forma de insuficiência ventricular aguda.

ESTADO NUTRICIONAL EM RELAÇÃO AO MAGNÉSIO EM PACIENTES COMREDUÇÃO DA SUPERFÍCIE ABSORTIVA INTESTINAL

RELEVÂNCIA CLÍNICA DA CARACTERIZAÇÃO GENOTÍPICA gB DOCITOMEGALOVÍRUS (CMV) NA INFECÇÃO CONGÊNITA

Lauro Juliano MarinOrientadora: Profa. Dra. Aparecida Yulie YamamotoTese de Doutorado apresentada em 18/05/2006

Introdução: A caracterização genotípica decepas do CMV que causam a infecção congênita temrecebido atenção devido a estratégias de prevenção

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

por meio de vacinas. Os genótipos gB podem ter dife-rentes freqüências de acordo com a região geográfi-ca e influenciar nas características da doença.

Objetivos: 1- Estimar a prevalência dos genó-tipos gB de cepas do CMV em recém-nascidos (RN)com infecção congênita, estudando a relação dessesgenótipos com a ocorrência de infecção sintomática.2- Avaliar a co-infecção com diferentes cepas viraisnas crianças infectadas ao nascimento e durante oprimeiro ano de vida.

Métodos: Setenta e sete recém-nascidos (RN)com infecção congênita por CMV foram estudados,sendo 19/77 (25%) sintomáticos e 58/77 (75%) assin-tomáticos. Amostras de urina e saliva foram obtidasde todos RN e amostras de sangue capilar em papelfiltro de 45 RN. O diagnóstico de infecção congênitapor CMV foi baseado na detecção do DNA viral pelareação de amplificação gênica em cadeia da polime-rase e confirmado pelo isolamento viral em pelo me-nos duas amostras de urina e/ou saliva coletadas até 3semanas de vida. A análise dos genótipos foi baseadano polimorfismo do fragmento de restrição do amplifi-cado do gene codificador da glicoproteína B. Amos-tras seqüenciais de urina e/ou saliva foram obtidas de48 crianças infectadas durante o primeiro ano de vidae monitorizadas para determinação dos genótipos gB.A reinfecção foi definida se a análise das cepas viraisdo CMV mostraram genótipos gB diferentes quandocomparada à última detecção em pelo menos duasamostras seriadas.

Resultados: Dentre os RN, a distribuição dosgenótipos foi gB1: 25/77 (32,5%); gB2: 32/77 (41,5%);gB3: 20/77 (26%); gB4: 0/77 (0%). Não houve predo-mínio de nenhum genótipo (p=0,39). O mesmo genótipofoi encontrado em diferentes sítios corporais (urina,saliva e sangue) de cada RN infectado. Não foi ob-servada nenhuma associação entre a ocorrência deinfecção sintomática pelo CMV e os genótipos virais(p=0,17). Durante o seguimento de 3 a 20 meses (me-diana=11 meses), genótipos diferentes foram identifi-cados em apenas uma criança (2.1%), sugerindoreinfecção com uma nova cepa. Nas 47 crianças re-manescentes, um único genótipo viral identificado aonascimento foi detectado em todas as amostrassubsequentes.

Conclusões: Uma distribuição similar dos ge-nótipos gB1, gB2 e gB3 e uma baixa freqüência degB4 foi observada em recém-nascidos infectados con-genitamente nesta região do Brasil. A diferença dadistribuição comparada aos estudos em outros paísespode estar relacionada com a distribuição geográficadas cepas virais. A não associação dos genótipos gBcom a expressão clínica da doença congênita sugereque a glicoproteína B não é o único fator responsávelpela virulência de cada cepa. Um único genótipo viralfoi responsável pela infecção em cada recém nascidoao nascimento. A reinfecção precoce pelo CMV nãoé um evento freqüente em crianças portadoras de in-fecção congênita, mesmo numa população com altaexposição ao CMV.

AMBIENTE DIGITAL PARA LAUDO RADIOLÓGICO SEM FILME

flexibilidade no fluxo de trabalho destes tipos de servi-ços. A integração sendo tratada como uma camadaintermediária entre esses diversos sistemas, garante acomunicação e troca de informações entre estes e ossistemas heterogêneos, possibilitando a criação de umserviço “filmless” sem elevar muito os custos de aqui-sição de novos equipamentos. Além dos equipamen-tos, é possível também fazer o interfaceamento entreos sistemas que manipulam as informações referentesaos pacientes, exames e os demais dados relaciona-dos ao sistema médico e hospitalar. Para garantir todaesta integração, são utilizados os padrões de mercadocomo o DICOM e o HL7, seguindo os critérios esta-belecidos pelo modelo IHE. Desta forma, criando umambiente digital robusto e escalável que garanta a in-tegração de todos os sistemas necessários para subs-tituir a utilização de filmes papéis.

Alexander Antonio BenedictoOrientador: Prof. Dr. Paulo M. de Azevedo MarquesDissertação de Mestrado apresentada em 19/05/2006

A integração dos diversos sistemas que consti-tuem um serviço de radiologia, juntamente com oPACS, é o principal objetivo dos estudos na área tec-nológica da radiologia. Com o resultado desta integra-ção, é possível criar um ambiente digital para radiolo-gia sem filme, onde os sistemas convencionais de tela/filme podem ser substituídos ou reduzidos em grandeescala. As vantagens que um ambiente sem filme pro-porciona a um departamento de radiologia são inúme-ros, considerando desde o fato da redução da quanti-dade de radiação que o paciente receberá utilizandoos sistemas de CR e DR, como também a eficiência e

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Karen Mirna Loro MorejónOrientador: Prof. Dr. Roberto MartinezDissertação de Mestrado apresentada em 19/05/2006

Introdução: A paracoccidioidomicose (PBmi-cose) é a micose profunda mais freqüente na Améri-ca Latina, com maior incidência no Brasil, especial-mente no Estado de São Paulo, estimada de 1-3/100.000habitantes/ano em áreas endêmicas. O Hospital dasClínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- USP (HCFMRP-USP) é o centro com maior núme-ro de casos da co-infecção HIV-1/P. Brasiliensis.

Objetivos: Analisar pacientes com PBmicoseinfectados e não infectados pelo HIV-1 em seus as-pectos epidemiológicos, clínicos, laboratoriais, terapêu-ticos e evolutivos para determinar as característicaspeculiares dos pacientes HIV positivos.

Casuística e Métodos: Estudo retrospectivo,caso controle 1:2, onde foram observados todos ospacientes HIV positivos infectados pelo Paracoccidi-oides brasiliensis (P. brasiliensis), acima de 16 anos,seguidos no HCFMRP-USP. Os controles eram paci-entes com PBmicose, porém soronegativos para oHIV-1, selecionados através de sorteio. A análise dosdados foi realizada com o programa Stata, versão 8.

Resultados: Foram avaliados 159 pacientescom PBmicose, 53 infectados pelo HIV-1 e 156 nãoinfectados. A média de idade foi de 33.5 anos (16-57anos) para os pacientes HIV positivos e 45.2 anos (18-77 anos) para os pacientes HIV negativos. A infecçãopelo HIV-1 foi diagnosticada no momento da infecçãofúngica em 43,4% dos pacientes. Os pacientes HIVpositivos apresentaram um maior envolvimento hepá-

tico, esplênico e cutâneo (p < 0.001). A determinaçãoinicial de anticorpos pela contraimunoeletroforose(CIE) foi realizada em 152 pacientes (50 pacientesHIV positivos e 102 pacientes HIV negativos). Em 16casos o exame foi não reagente (12 pacientes HIVpositivos e 4 HIV negativos). A média de CIE inicialfoi 378.88 (2 - 4096) para os pacientes HIV positivos e1.341,05 (1 - 65.536) para os pacientes HIV negativos.A maioria dos pacientes de ambos os grupos apresenta-va exame histológico de algum positivo para P. brasi-liensis. A radiografia de tórax inicial estava alterada namaior parte dos casos em ambos os grupos. A médiada contagem de linfócitos T CD4 + dos pacientes doprimeiro grupo foi de 93.9 + 129.0 céls/mm³ (0.76-480).O tratamento inicial foi realizado com cotrimoxazol em45.3% dos pacientes HIV positivos e em 63.2% dospacientes HIV negativos. Anfotericina B foi o trata-mento inicial para 22,6% dos pacientes do primeirogrupo e para 7,5% do segundo grupo. Ao final de 24meses de seguimento, 60,7% dos pacientes do primeiroe 79,1 % do segundo grupo haviam obtido cura clínica.

Conclusões: A análise dos dados leva-nos aconcluir que a PBmicose tende a ser disseminada empacientes com sorologia positiva para o HIV-1, princi-palmente em presença de severa imunodepressão,porém com resposta clínica satisfatória ao tratamentomedicamentoso. Esses dados permitem sugerir quetodos os pacientes com PBmicose disseminada, emáreas endêmicas, sejam investigados para causas deimunodeficiência, inclusive o HIV-1. Essa é maior sérierelatada de pacientes com essa co-infecção. Nossosdados sugerem que P. brasiliensis é oportunista empacientes infectados pelo HIV-1.

CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS, CLÍNICAS E LABORATORIAIS DAPARACOCCIDIOIDOMICOSE EM PACIENTES CO-INFECTADOS PELO VÍRUSDA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA

co independentes para a morte súbita em pacientescardiopatas. Além disso, a hipertensão arterial essen-cial geralmente se acompanha de disfunção autonô-mica, ainda não suficientemente caracterizada. O prin-cipal objetivo deste estudo é correlacionar a respostaautonômica do coração em repouso, com a respectiva

Renata Torres KozukiOrientador: Prof. Dr. Lourenço Gallo JuniorDissertação de Mestrado apresentada em 19/05/2006

Sabe-se que a disfunção autonômica eferentee a redução da capacidade aeróbia são fatores de ris-

ESTUDO DA MODULAÇÃO AUTONÔMICA DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA EMREPOUSO E SUA RELAÇÃO COM A CAPACIDADE AERÓBIA EM EXERCÍCIODINÂMICO NA HIPERTENSÃO ARTERIAL ESSENCIAL

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

capacidade aeróbia, obtida através da medida do limi-ar de anaerobiose ventilatório (LAV). Foram estuda-dos 18 pacientes hipertensos do sexo masculino, comidade (média±DP) de 42±7 anos, os quais forampareados por sexo, idade, características antropomé-tricas e grau de sedentarismo, com um grupo sadio de38±9 anos. Os hipertensos apresentavam apenas aforma idiopática da doença, de grau leve a moderado,caracterizada por avaliação clínica e exames subsidi-ários (com pequeno grau de hipertrofia ventricularesquerda ao ecocardiograma e/ou eletrocardiograma).A retirada da medicação hipotensora, nos hipertensosem tratamento (55%), ocorreu 15 dias antes da reali-zação da monitorização ambulatorial (24 h) da pres-são arterial (MAPA) e dos testes autonômicos e deesforço. A variabilidade da freqüência cardíaca (VFC),calculada no repouso supino, repouso sentado e testede inclinação passiva, foi obtida no domínio do tempo,a partir dos índices RMSM e RMSSD dos intervalosR-R (iR-R) em ms, e no domínio da freqüência, pormeio da obtenção da densidade do espectro de potên-cia, utilizando-se a Transformada Rápida de Fourier,obtendo-se os componentes espectrais de alta freqüên-cia (AF) e baixa freqüência (BF), também expressosem unidades normalizadas (AFun e BFun) e a razão

BF/AF. Ainda foram calculados os índices e deltas damanobra de Valsalva. O teste ergoespirométrico, emcicloergômetro, utilizando-se um protocolo do tipo ram-pa, foi aplicado aos dois grupos. As variáveis ventila-tórias foram obtidas, de respiração à respiração, usan-do-se o sistema CPX/D MedGraphics. O LAV, ex-presso em potência (Watts) e consumo de oxigênio(VO2) em litros por minuto, foi determinado visual-mente pela perda da linearidade das respostas venti-latórias. A modulação autonômica da freqüência car-díaca (FC) não apresentou diferenças entre os doisgrupos, exceto na posição vertical passiva, onde oRMSM, RMSSD e BF foram estatisticamente maio-res no grupo controle (p < 0,05). Durante a manobrade Valsalva não se observou diferença entre os gru-pos. O LAV, expresso em VO2/kg e potência, foi me-nor no grupo hipertenso (p < 0,05). O incremento deFC, do repouso ao ponto do LAV, foi menor no grupohipertenso do que no controle (p < 0,05). Conclui-se,que em repouso a modulação autonômica está normalou pouco alterada nos hipertensos. Em exercício, acapacidade aeróbia foi menor no grupo hipertenso doque no controle. Não foi possível documentar qual-quer relação entre as magnitudes da VFC em repou-so e da capacidade aeróbia em exercício.

Grupo (resistido e aeróbio) apresenta significância (va-lor-p = 0.022) na resposta, ou seja, existe diferençaestatística entre as médias das respostas (diferençasentre a pressão arterial pré e pós-treinamento) para ogrupo resistido e aeróbio. Analisando o fator Grupoobserva-se que o grupo cardiovascular apresentou, emmédia, maior diferença na pressão arterial pré e pós-treinamento, ou seja, um aumento na pressão arterialapós o treino. A média das diferenças de taxa de glice-mia pré e pós-treinamento apresentou-se maior no gru-po cardiovascular. Os dois grupos apresentam valoresextremos, ou seja, valores muito afastados da maioriados dados. Com um nível de significância α < 0,05,observamos que não há efeito de interação entre ofator Grupo (resistido e aeróbio) com o fator Númerode Treinos. Dessa forma, prosseguimos com a análisepara verificar os efeitos principais dos fatores. Nãofoi verificado efeito do fator Número de Treinos nasdiferenças entre as taxas de glicemia pré e pós-trei-

Cássio Ricardo Vaz FianiOrientador: Prof. Dr. Milton César FossDissertação de Mestrado apresentada em 22/05/2006

O Diabetes Mellitus é uma das principais sín-dromes de evolução crônica que acomete o homemmoderno em qualquer idade, condição social e locali-zação geográfica (BELFORT & OLIVEIRA, 2001).O presente estudo tem como objetivo comparar o efeitodo exercício aeróbio contínuo e do exercício resistido,sobre variações na taxa glicêmica capilar, na hemo-globina glicada, no peso corporal e na pressão arterialde pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2.Com um nível de significância α < 0,05, observamosque não há efeito de interação entre o fator Grupo(resistido e aeróbio) com o fator Número de Treinos.Também não foi verificado efeito do fator Número deTreinos nas diferenças entre a pressão arterial pré epós-treinamento (valor-p = 0196). Por outro lado o fator

ESTUDO COMPARATIVO DO EFEITO DO EXERCÍCIO AERÓBIO CONTÍNUOE DO EXERCÍCIO RESISTIDO EM PORTADORES DE DIABETES TIPO 2

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

namento (valor-p = 0,661). Por outro lado o fator Gru-po (resistido e aeróbio) apresenta significância leve(valor-p =0.05) na resposta, ou seja, existe diferençaestatística entre as médias das respostas (diferençasentre as taxas de glicemia pré e pós-treinamento) para ogrupo resistido e aeróbio. Analisando os níveis do fatorGrupo, que apresentou diferença estatística entre asmédias das respostas, observa-se que o grupo cárdioapresentou, em média, maior diferença nas taxas deglicemia pré e pós-treinamento, ou seja, maior quedana taxa de glicemia após o treino. Com um nível designificância α < 0,05, observamos que não há efeitode interação entre o fator Grupo (resistido e aeróbio)com o fator Número de Treinos. Dessa forma, pros-seguimos com a análise para verificar os efeitos prin-cipais dos fatores. Foi verificado efeito do fator Nú-mero de Treinos nas diferenças entre o peso corporalpré e pós protocolo (valor-p = 0,027), ou seja, existediferença estatística entre as médias das respostas(diferenças entre os pesos corporais dos indivíduos com

maior número de treinos). A média das diferenças dahemoglobina glicada pré e pós protocolo apresentou-semaior no grupo resistido. Com um nível de significân-cia α < 0,05, observamos que não há efeito de interaçãoentre o fator Grupo (resistido e aeróbio) com o fatorNúmero de Treinos. Dessa forma, prosseguimos coma análise para verificar os efeitos principais dos fato-res. Não foi verificado efeito do fator Número de Trei-nos nas diferenças entre a Hemoglobina Glicada pré epós-protocolo (p = 0,142), e também não verificamosefeito do fator Grupo (resistido e aeróbio) nas diferen-ças de encontradas, ou seja, não existe diferença es-tatisticamente significante entre as médias das respos-tas. Podemos através dos dados obtidos concluir queos dois protocolos estudados promovem melhorias naglicemia capilar, no peso corporal, e na hemoglobinaglicada. Concluímos também que os exercícios aeró-bios possuem uma condição mais hipoglicemiante queos resistidos, mas levam a uma maior alteração da pres-são arterial durante a execução do protocolo.

animais dos grupos GC, GK e GV foram submetidosa um exercício de natação até a exaustão. Sangue e orim foram coletados para verificação de SubstânciasReativas ao Ácido Tiobarbitúrico (SRATB) por MDA,Glutationa Reduzida (GSH) e níveis de vitamina E notecido renal e níveis plasmáticos de carnitina e gli-cemia. Os dados estatísticos foram analisados peloTeste de Kruskal-Wallis com pós-teste de Dunn noprograma GrafhPad InStat com p < 0,05. 0s animaisnão apresentaram diferenças estatísticas na curva depeso entre os grupos. Os animais mostraram diferen-ças (p < 0,05) quanto às concentrações renais de vita-mina E (GNSE = 23,8 ± 5,91; GC = 27,9±2,25; GK =27,2 ± 4,26; GV = 42,85 ± 3,6), nas concentraçõesplasmáticas de carnitina e os (GNSE = 17,4 ± 3,38;GC = 14,9 ± 1,95; GK = 41,3 ± 5,66; GV = 21,61 ± 3,7)nas concentrações de MDA no tecido renal (GNSE =0,16 ± 0,02; GC = 0,34 ± 0,07; GK = 015 ± 0,02; GV =0,10 ± 0,01) nas concentrações renais de glutationa(GNSE = 22,7 ± 3,7; GC= 22,9 ± 2,0; GK = 51,6 ± 5,9;GV = 57,7 ± 8,8) e os níveis de glicemia plasmática(GNSE = 96,9 ± 5,4; GC = 83,6 ± 7,9; GK = 150,4 ±10,9; GV = 163,4 ± 5,2). Estes resultados mostram quecom a suplementação tanto a vitamina E no tecido

Sérvio Antônio BucioliOrientador: Prof. Dr. Helio VannucchiDissertação de Mestrado apresentada em 22/05/2006

A amenização de efeitos oxidativos dos radi-cais livres em exercícios de exaustão, e a manuten-ção da glicemia, são parâmetros para a melhoria dodesempenho em atletas, no entanto, na busca de cadavez maior de resultados ou de estética a suplementa-ção tem sido muito utilizada, principalmente de antio-xidantes como a vitamina E e aminoácidos como car-nitina que também tem sua eficiência referenciadacomo antioxidante nos seus possíveis efeitos biológi-cos, assim o objetivo deste estudo foi avaliar os efei-tos oxidativos e glicemicos da vitamina E e da carniti-na após a aplicação de um protocolo de exercício deexaustão em ratos. Foram utilizados 32 ratos jovensWistar divididos em 4 grupos iguais com dieta daNUVITAL® e água a vontade: GNSE (Grupo Nor-mal Sem Exercício) Grupo Controle (GC), Carnitina(GK) e Vitamina E (GV), onde 5mg/kg de salina, car-nitina e vitamina E foram sucessivamente ministradasdurante 7 dias por cateter intra-gastrico. Ao final os

EFEITOS OXIDATIVOS E GLICÊMICOS CAUSADOS PELO EXERCÍCIO EXCES-SIVO EM RATOS SUPLEMENTADOS COM VITAMINA E OU CARNITINA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Neusa Regina Pires BarbieriOrientadora: Profa.Dra. Aparecida Yulie YamamotoTese de Doutorado apresentada em 01/06/2006

Introdução: A imunidade humoral contra oCMV em gestantes previamente soropositivas podedesempenhar um papel importante no controle dareativação viral, prevenindo a ocorrência da infecçãocongênita. Não existem estudos sobre a resposta dosanticorpos neutralizantes específicos contra o CMVem gestantes brasileiras, numa população lcom eleva-da taxa de soroprevalência. Adicionalmente, mulhe-res com imunidade preconcepcional albergam o CMVem sítios de latência ainda não conhecidos, responsá-veis pela transmissão da infecção ao feto. A replica-ção viral em sítios acessíveis, tais como o leite mater-no, presumivelmente reflete a ocorrência de reativaçãoviral durante a gestação e pode ter correlação com atransmissão da infecção congênita.

Objetivos: 1- Comparar a resposta dos anti-corpos neutralizantes contra o CMV em amostrasséricas obtidas no início da gestação e no momento doparto em mães que tiveram filhos infectados congeni-tamente (transmissoras, T) e mães soropositivas paraCMV de crianças não infectadas (não transmissoras,NT). 2- Investigar a influência de diferentes cepas doCMV na variação dos títulos dos anticorpos neutrali-zantes. 3- Avaliar a cinética da resposta dos anticor-pos neutralizantes contra o CMV durante a gestaçãoem mães T e NT. 4- Comparar a carga viral do CMVno leite de mães que transmitiram e não transmitirama infecção aos seus filhos.

Métodos e desenho do estudo: Foram in-cluídas mães de recém-nascidos (RN) infectados con-genitamente pelo CMV (transmissoras -T) e identifi-cados em um programa de triagem neonatal de 4439RN (50 infectados; incidência =1,1%). Para cadacaso–índice, foram incluídas duas mães soropositivas

para o CMV de RN não infectados; foram avaliadas47 mães transmissoras e 94 mães não transmissoras.Soros maternos foram obtidos nas primeiras semanasde gestação (mediana = 13 semanas) e no momentodo parto. A atividade neutralizante dos anticorposmaternos contra a cepa AD169 e contra os isoladosde RN infectados foi avaliada através de um teste demicroneutralização pela redução do efeito citopático.As amostras de leite materno das mães T e NT foramobtidas imediatamente após o parto (mediana=3 dias)e submetidas a reação de amplificação gênica da poli-merase qualitativa (PCR) para a detecção do DNAviral. As amostras positivas foram quantificadas pelaPCR quantitativa em tempo real utilizando o corantefluorescente SYBR Green I com iniciadores que am-plificam uma região do gene codificador da glicopro-teína B (gB). Todas as 26 de 47 mães T e 47 das 91NT que tinham amostras de soros disponíveis no inícioda gestação (mediana=13 semanas) apresentavam an-ticorpos específicos anti-CMV. Baixos títulos de anti-corpos neutralizantes foram encontrados em mães Tcomparado às NT em amostras séricas do início dagestação (média geométrica = 87,5 (8-128) vs 142 (32-256); p=0,02). Um aumento significativo dos títulos daatividade neutralizantes dos anticorpos foi observadoem mães T e NT, durante a gestação; (p=0,019). Ostítulos dos anticorpos neutralizantes de amostras séri-cas obtidas no momento do parto não apresentaram di-ferenças significativas entre as mães T e NT (P = 0,16).A resposta dos anticorpos neutralizantes maternos con-tra a cepa AD169 e contra as cepas isoladas de seusrespectivos filhos foi similar (p=0,33). O DNA viral doCMV foi detectado em 38/44 (86,4%) mães T e em29/91 (31,8%) das NT pela PCR qualitativa (p<0,001).A carga viral do CMV no leite materno nas mães T foimaior que a obtida em mães NT, sendo a média geo-métrica de 2,37x 102 (variação de 2,6x10 a 2,31x103)e 5,1x 10 (variação de 1,2x10 a 3,43x102) cópias deDNA/ µl (p= 0,004), respectivamente.

renal como a carnitina no plasma mantém seus níveissuperiores aos normais, mesmo com a aplicação deum protocolo de exercício. Neste estudo a suplemen-tação de carnitina mostrou ser eficiente na reduçãoda peroxidação lipídica, no entanto o grupo suplemen-

tado com vitamina E apresentou as menores índicesde MDA. Quanto à glicemia tanto a carnitina quantoa vitamina E demonstraram manter aumentados osníveis de glicemia plasmática mesmo com a aplicaçãode um protocolo de exercício de exaustão.

ANTICORPOS NEUTRALIZANTES E DETECÇÃO QUANTITATIVA DO CITOME-GALOVIRUS (CMV) EM MÃES TRANSMISSORAS E NÃO TRANSMISSORAS DAINFECÇÃO CONGÊNITA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Rodrigo Alexandre PanepucciOrientador: Prof. Dr. Marco Antônio ZagoTese de Doutorado apresentada em 01/06/2006

Uma maior produção e diversidade de linfóci-tos T e menor incidência da doença do enxerto contrao hospedeiro (Graft Versus Host Disease, GVHD),são características associadas aos transplantes queutilizam sangue de cordão umbilical (SCU), quandocomparados com os que utilizam medula óssea (MO).Estas diferenças se devem em parte às diferençasnas células tronco hematopoéticas (CTH) destes te-cidos. Para compreender os mecanismos molecula-res responsáveis por estas diferenças intrinsecas, nósanalisamos os genes diferencialmente expressos en-tre as CTH CD34+ de MO e SCU. A expressão deaproximadamente 10.000 genes foi comparada pelatécnica de análise serial da expressão gênica (SAGE,Serial Analysis of Gene Expression) de célulasCD34+ de MO e SCU. A expressão diferencial de

genes selecionados foi avaliada por PCR em temporeal em amostras adicionais de células CD34+ de MO(n=22), SCU (n=9) e de sangue periférico mobilizadopor G-CSF (SPM, n=6). A grande representatividadede componentes da via NF-kB foi a característica prin-cipal encontrada nas CTH de SCU. Uma maior ex-pressão de transcritos codificadores para ativadores(IL1B, TNF e TGFB1), efetores (NFKB2, RELA eRELB) e alvos transcricionais (ICAM1, IL8 e CCL4L)da sinalização por NF-kB foi encontrada nas CTH deSCU e confirmada por PCR em tempo real. Análiseadicional nos promotores de 41 genes mais expressosem CTH de SCU revelou um número significativa-mente maior do que o esperado de elementos cis-re-gulatórios de NF-kB (presentes em 22 genes).

Nossos resultados apontam para um papel cen-tral da via NF-kB nas diferenças moleculares e funci-onais observadas entre as CTH de MO e de SCU.Nosso estudo define uma base para estudos futuros epara estratégias potencialmente novas para a mani-pulação de enxertos de células tronco.

Conclusões: Baixos títulos de anticorpos neu-tralizantes maternos contra o CMV no início da ges-tação estão associados com a transmissão da infec-ção congênita. A despeito da heterogeneidade do CMV,os ensaios de neutralização usando a cepa laborato-rial AD169 permite uma avaliação adequada da ativi-

dade neutralizante contra diferentes cepas do CMV.Cargas virais altas do CMV no leite materno constitu-em fatores de risco materno para transmissão doCMV ao feto e pode ser marcadores da replicaçãoviral em sítios corporais maternos menos acessíveis,tais como células miometriais.

DIFERENÇAS NA EXPRESSÃO GÊNICA DE CÉLULAS CD34+ DE MEDULAÓSSEA E DE SANGUE DE CORDÃO UMBILICAL

tivos, bem como, determinando genótipos dos CMVinfectantes. Deste estudo, que foi realizado no Centrode Pesquisa em Virologia da FMRP-USP, entre 2002e 2005, participaram 101 pacientes. Extratos de DNAobtidos do creme leucocitário sanguíneo dos partici-pantes foram submetidas a uma semi-nested PCR,para detecção do genoma de CMV. Trinta e uma amos-tras de pacientes que tiveram CMV detectado foramsubmetidos a uma PCR em tempo real quantificadorae a uma genotipagem gB do CMV detectado. Para aPCR quantificadora de CMV realizou-se, com suces-

Aldo de Albuquerque CunhaOrientador: Prof. Dr. Luiz Tadeu Moraes FigueiredoTese de Doutorado apresentada em 02/06/2006

A citomegalovirose é infecção importante nosindivíduos infectados pelo HIV apesar de ter sofridoredução em freqüência com o aparecimento da terapiaanti-retrovirus combinada. Neste trabalho estudou-sea infecção e a doença por citomegalovírus (CMV),em indivíduos infectados pelo HIV, detectando-seCMV por métodos virológicos qualitativos e quantita-

ESTUDO SOBRE A CITOMEGALOVIRUS EM INDIVÍDUOS INFECTADOSPELO HIV

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

so, a clonagem parcial do gene gB de CMV emplasmídio e padronizou-se o método. Os resultadosforam analisados buscando associar aos resultados deCMV, dados clínicos dos participantes, como cargaviral do HIV, teores de linfócitos T CD4, regularidadedo uso de anti-retrovirais, incidência de infecção opor-tunista e ocorrência de óbito.

Desta forma, foi possível observar que 31 par-ticipantes tiveram CMV detectado em seu cremeleucocitário, o que configurou uma positividade de30,7%. Dois participantes, 6% dos que tiveram CMVdetectado no creme leucocitário, apresentaram qua-dro sugestivo de citomegalovirose doença. Foram aóbito 16% dos participantes no grupo que teve CMVdetectado no creme leucocitário (p=0.007; OR= 23,07,intervalo de confiança = 1.201 a 443.3). Os 5 óbitosobservados ocorreram apenas neste grupo. Os parti-cipantes que foram a óbito apresentaram teores delinfócitos T CD4 abaixo de 55 células/mm3 (p=0,001;

coefcorr= -0,655). A freqüência de participantes comCMV detectado em creme leucocitário foi significan-temente mais elevada entre aqueles no estágio C3(p=0.0052). As cargas de CMV de 31 pacientes exi-biram teores de 100 a 35000 cópias virais por 1,5 x105 leucócitos. Entre os participantes, foi preponde-rante na genotipagem de CMV o gB2 (45,16%) se-guido do gB3 (35,48%). O genótipo gB2 de CMVmostrou-se o mais virulento nos pacientes infectadospelo HIV porque, sua freqüência foi significantemen-te mais elevada nos pacientes que tinham teores delinfócitos T CD4 abaixo de 200 células/ml (p=0,0044;χ2=10.85), 80% dos que foram a óbito tiveram estegenótipo detectado no creme leucocitário, o mesmofoi associado a cargas de CMV acima de 200 cópias/1,5 x 105 leucócitos (p= 0,0015 χ2= 15.47, 3) e) e ainfecção por CMV de genótipo não gB2 mostrou-seum fator preditivo de evolução sem óbito (valor predi-tivo negativo de 94%).

do conteúdo pictório das imagens. As imagens utiliza-das são de ressonância magnética nuclear e tomogra-fia computadorizada e são geradas no padrão DICOM3.0. O sistema foi desenvolvido contemplando tecno-logias para Web com interfaces amigáveis para recu-peração das informações. Ele é composto por trêsmódulos integrados, sendo o servidor de imagens, omódulo de consulta textual e o módulo de consulta porsimilaridade. Os resultados apresentados indicam queas imagens são gerenciadas e armazenadas correta-mente, bem como o tempo de retorno das imagens éclinicamente satisfatório, tanto para a consulta textualcomo para a consulta por similaridade. As avaliaçõesda recuperação por similaridade apresentam que oextrator escolhido pode ser considerado relevante paraseparar as imagens por região anatômica.

Edilson Carlos CaritáOrientador: Prof. Dr. Paulo M.de Azevedo MarquesTese de Doutorado apresentada em 02/06/2006

Neste trabalho é apresentada a implantação deum servidor de imagens médicas com a implementa-ção e integração de módulos para recuperação textu-al e baseada em conteúdo para o Serviço de Radio-diagnóstico do Hospital das Clínicas da Faculdade deMedicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da Universi-dade de São Paulo (USP). O sistema permite a aqui-sição, gerenciamento, armazenamento e disponibiliza-ção das informações dos pacientes, seus exames, lau-dos e imagens através da internet. Os exames radio-lógicos e suas respectivas imagens podem ser recu-perados por informações textuais ou por similaridade

SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE IMAGENS PARA AMBIENTE HOSPITALARCOM SUPORTE À RECUPERAÇÃO DE IMAGENS BASEADA EM CONTEÚDO

MÉTODOS ALTERNATIVOS PARA DIAGNÓSTICO PRECOCE DE PERITONITEBACTERIANA ESPONTÂNEA EM PACIENTES CIRRÓTICOS

Manuel Antônio LescanoOrientador: Prof. Dr. Alex Vianey Callado FrançaDissertação de Mestrado apresentada em 12/06/2006

Peritonite bacteriana espontânea (PBE) é fre-qüente e grave complicação infecciosa do pacientecirrótico com ascite e seu diagnóstico precoce tem

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Marcos de Vanconcelos CarneiroOrientadora: Profa. Dra. Ana de Lourdes C. MartinelliDissertação de Mestrado apresentada em 12/06/2006

A infecção crônica pelo HCV é um importanteproblema de saúde pública, e uma das principais cau-sas de hepatopatia crônica. O tratamento anti-viralpadrão da hepatite C crônica consiste na combinaçãode interferon combinado à ribavirina. Alguns fatoresforam identificados como preditores de resposta viro-lógica sustentada como genótipo não 1 e carga viralbaixa do HCV, sexo feminino, idade ≤ 40 anos, e au-sência de fibrose hepática avançada. A infecção crô-

nica pelo HCV é freqüentemente associada com so-brecarga de ferro no organismo. A relação dos depó-sitos de ferro no fígado com a presença de mutaçõesno gene HFE é debatida. O papel da mutação no geneHFE nos depósitos de ferro, grau de lesão hepática eresposta ao tratamento anti-viral ainda é controverso.Os objetivos deste estudo foram avaliar, em pacientescom infecção crônica pelo HCV, o papel das muta-ções no gene HFE (C282Y e H63D) na resposta aotratamento anti-viral, nos depósitos de ferro no fígadoe sua distribuição intra-hepática, e no grau de lesãohepática (fibrose e atividade inflamatória). Foram es-tudados 264 pacientes com infecção crônica pelo

mudado significativamente o prognóstico desta doen-ça. A citologia do líquido ascítico representa o métodopadrão ouro no diagnóstico da infecção. Assim, conta-gem de polimorfonucleares (PMN) ≥ 250/mm³ éindicativo de presença da infecção no fluido ascítico.No entanto, não é todo serviço de urgência que contacom este método. Fitas reagentes de uroanálise têmmostrado resultados promissores no diagnóstico da PBEem diferentes estudos internacionais. O uso da câma-ra hematocitométrica para contagem total de leucóci-tos ainda representa o procedimento padrão dentro dacitologia. No entanto, em serviços com alto número deamostras de líquido ascítico a ser estudado, aparelhosautomáticos contadores de células sangüíneas têmsubstituído a câmara hematocitométrica. No presentetrabalho, objetivou-se comparar os resultados da fitareagente de uroanálise Multistix 10SG® (negativo, tra-ços, 1+, 2+, 3+) com os da citologia (contagem total deleucócitos com câmara de Neubauer e diferencial commicroscopia óptica). Os resultados da fita foram ava-liados visualmente e pelo aparelho automático Clinitek50®. Nos pacientes portadores de PBE, foi realizadoo mesmo procedimento 48 horas depois de iniciado otratamento antibiótico. Foram considerados resultadospositivos na fita reagente resultados desde traços até3+. Um segundo objetivo da pesquisa foi comparar aacurácia da câmara de Neubauer com o aparelhoCoulter T890® na contagem total de leucócitos no lí-

quido ascítico. Realizaram-se 107 paracenteses em 58pacientes cirróticos com ascite durante um período de7 meses. Foram encontradas 84 amostras de líquidoascítico estéril (PMN < 250/mm³). Todas as amostrasapresentaram resultado negativo na fita reagente deuroanálise Multistix 10SG®, quando avaliadas peloClinitek 50®. Uma única amostra de líquido ascíticoestéril obteve resultado falso positivo quando avaliadavisualmente. Foram diagnosticados 12 episódios dePBE em 11 pacientes, mostrando quatro resultadosfalsos negativos na fita reagente. Foi possível realizar11 controles terapêuticos. Em três episódios, comPMN ≥ 250/mm³, a fita mostrou resultados negativos.A fita reagente obteve sensibilidade, especificidade,valor preditivo positivo e negativo de 67%, 100%, 100%e 95%, respectivamente, no diagnóstico da PBE. Poroutro lado, observou-se uma boa correlação (coefici-ente > 0,9) entre a câmara de Neubauer e o CoulterT890® na contagem total de leucócitos no líquidoascítico. Os resultados desta investigação indicam quea fita reagente de uroanálise Multistix 10SG® nãomostrou alta sensibilidade, perdendo valor como mé-todo de rastreamento no diagnóstico precoce de PBE.Entretanto mostrou alta especificidade, significando queresultado positivo (traços até 3+) é indicativo de trata-mento. A utilização do Coulter T890® para contagemtotal de leucócitos representa um método eficaz quan-do comparado ao método tradicional.

PAPEL DAS MUTAÇÕES NO GENE HFE NA RESPOSTA AO TRATAMENTOANTI-VIRAL, NOS DEPÓSITOS DE FERRO NO FÍGADO E NA GRAVIDADE DALESÃO HEPÁTICA EM PACIENTES COM HEPATITE C CRÔNICA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

HCV tratados com interferon e ribavirina, divididosem dois grupos segundo o tipo de resposta viro lógica:RVS (resposta virológica sustentada) e NR (sem res-posta ou recaída). Avaliou-se a relação entre tipo deresposta ao tratamento e parâmetros clínicos, bio-químicos (GGT, AST, ALT, ferro, saturação detransferrina, e ferritina), histológicos (fibrose e ativi-dade inflamatória, depósitos de ferro), virológicos doHCV (genótipo e carga viral) e mutações no geneHFE (H63D e C282Y). Dos 264 pacientes, 88 (32,1%)apresentaram RVS. A análise bivariada identificoucomo fatores relacionados a RVS o genótipo do HCV,GGT, ferritina, saturação de transferrina, qualquermutação no gene HFE e mutação no gene H63D. Naanálise multivariada, os fatores identificados associa-dos a RVS foram 2 ou 3 do HCV (P < 0,0001), satura-ção de transferrina ≤ 45% (P=0,04) e a presença demutação no gene H63D (P=0,02). Não houve dife-rença entre NR e RVS com relação a lesão hepáticae detecção de ferro no fígado. Depósitos de ferro he-pático foram observados em 49,2% dos pacientes, sem

relação com gravidade da lesão hepática (fibrose eatividade necro-inflamatória), porém a esteatose he-pática foi mais freqüente naqueles com siderose he-pática do que naqueles sem siderose (60,2% vs 46,8%,P=0,03). A mutação no gene HFE foi mais freqüentenos com siderose do que naqueles sem (63,4% vs42,4%, P=0,004), particularmente nos hepatócitos esinusóides. Pacientes com siderose apresentavammaior freqüência de ferritina acima do LSN (50% vs16,6%, P < 0,0001). Não houve associação entreparâmetros bioquímicos de ferro e mutação no geneHFE. Conclui-se que em pacientes com infecção crô-nica pelo HCV genótipo 2 ou 3 do HCV, ST ≤ 45% epresença da mutação H63D, foram fatores preditivosde RVS à terapia anti-viral. Depósitos de ferro no fí-gado foram freqüentes havendo associação dessescom a presença de mutação no gene HFE, saturaçãode transferrina elevada, níveis aumentados de ferritinae esteatose. A presença da mutação no gene HFEnão foi associada com maior gravidade da doença he-pática.

veis, distribuídos nos diferentes testes realizados, ser-viram como controles. Os resultados, mostrados a se-guir, evidenciaram que: 1) 37% dos pacientes não apre-sentavam sintomas dispépticos ou tinham-nos de grauleve, em 63% dos casos os sintomas dispépticos fo-ram considerados de grau moderado ou grave. Os sin-tomas mais freqüentes foram eructações, plenitudepós-prandial e saciedade precoce. O sintoma dorepigástrica esteve presente em apenas 16 % dos pa-cientes; 2) no teste de saciedade, a quantidade de Kcalingeridas até alcançar o ponto de saciedade máximanos pacientes com GHP foi inferior à do grupo con-trole (mediana; variação: 416 kcal; 135 -1508 kcal vs821 kcal; 630-1260; p=0,002); 3) Os pacientes comGHP apresentaram tempo médio (T1/2) do esvazia-mento gástrico aumentado (mediana; variação: 87 min;60-151 min vs 62 min; 45-99 min; p=0,0001); 4) noteste de esvaziamento gástrico, não houve diferençana distribuição intragástrica da refeição líquida entreos grupos estudados tanto no que se refere aos valo-

Lucia Helena Bessa PenhalberProf.Dr. Ulysses Garzella MeneghelliDissertação de Mestrado apresentada em 13/06/2006

Este trabalho teve como objetivo identificar apresença e a intensidade de sintomas dispépticos, derealizar um teste destinado à avaliação do sintoma sa-ciedade máxima (slow drink test), de estudar o esva-ziamento gástrico de uma refeição líquida com mar-cador radioativo e de medir, por meio de método ultra-sonográfico, a espessura da parede do antro gástricoem pacientes com gastropatia hipertensiva portal(GHP). Procurou-se também relacionar os sintomasapresentados pelos pacientes com os dados funcio-nais e anatômicos obtidos. Foram incluídos 39 pacien-tes com cirrose hepática de etiologia alcoólica (n=18),ou causada pelos vírus da hepatite B ou C (n=10) oupela associação de álcool e vírus (n=11), portadoresde GHP diagnosticada por meio de exame endoscópicoconvencional. Quarenta e quatro voluntários saudá-

ESTUDO DOS SINTOMAS DISPÉPTICOS, DE TESTE DE SACIEDADE, DOESVAZIAMENTO GÁSTRICO DE LÍQUIDO E DA ESPESSURA DA PAREDE GÁS-TRICA EM PACIENTES COM GASTROPATIA HIPERTENSIVA PORTAL

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

res da atividade proximal inicial (mediana; varia-ção: 59,9%; 45,4-68,7% vs 59,4%; 38,3-73,1%;p = 0,70); quanto aos valores da atividade proximalmédia (mediana; variação: 54,0%; 39,8-70,1% vs 57,6%;38,5-62,6%, p = 0,61); 5) os pacientes com GHP apre-sentaram aumento da espessura da parede do antro gás-trico (mediana; variação: 19 mm; 10-28 mm vs 13 mm;10-17mm; p = 0,0002); 6) houve correlação inversa(Rs=-0,45; p=0,007) entre o T1/2 e o máximo de kcalingeridas no teste de saciedade, T1/2 - mediana; va-riação: 87 min; 60-151 min vs -62 min; 45-99 min) e(mediana; variação: 416 kcal; 135-1508 kcal vs 630kcal; 630-1260 kcal); 7) houve correlação inversa(Rs=; p= ) entre o teste de saciedade e os valoresobtidos na espessura da parede do antro gástrico (me-diana; variação: 416 kcal; 135-1508 kcal vs 630 kcal;

630-1260 kcal) e (mediana; variação: 19 mm; 10-28mm vs 13 mm; 10-17 mm). Elevada freqüência e otipo dos sintomas dispépticos predominantes, sugeremque a GHP tem expressão sintomática. O retardo doesvaziamento gástrico, que está associado aos sinto-mas dispépticos dos pacientes com gastropatia hiper-tensiva portal, talvez numa associação do tipo causa eefeito, representaria uma característica fisiopatológi-ca desta gastropatia. A presença de saciedade, pre-cocemente atingida nos pacientes com GHP, confor-me verificado no teste da saciedade, além de outrossintomas dispépticos, sugere que os pacientes cirróti-cos com GHP poderiam ter sua ingestão calórica diá-ria limitada, o que poderia levar a um défice de inges-tão de alimentos, então contribuindo para a desnutri-ção do paciente

plante, os pacientes foram acompanhados periodica-mente e foram avaliados aspectos como mortalidadee complicações associadas ao transplante, dificul-dades e adaptações do protocolo ao nosso meio e evo-lução da qualidade de vida. Foram descritos os resul-tados, com especial atenção para a esclerose múltiplae foi realizada comparação com dados da literatura.Não houve número suficiente de pacientes para aná-lise estatística. Trinta e dois pacientes foram inseridosno estudo e 26 foram submetidos ao transplante. De-zenove pacientes encontravam-se avaliáveis pós-transplante e dezoito apresentavam remissão da ati-vidade da doença. Um paciente apresentou progres-são de esclerose múltipla 720 dias pós-transplante.Houve nove óbitos relacionados ao transplante, porcomplicações principalmente infecciosas. Conclui-seque o transplante autólogo é viável como alternativaterapêutica para doenças auto-imunes graves e refra-tárias em nosso meio, porém a mortalidade observadafoi excessiva. Foram realizadas alterações no proto-colo de transplante para esclerose múltipla com re-dução da mortalidade e da incidência de intercorrên-cias. Outras mudanças serão necessárias também nostransplantes para lúpus eritematoso sistêmico e escle-rose sistêmica, visando aumentar a segurança do pro-cedimento.

Maria Carolina de Oliveira RodriguesOrientador: Prof. Dr. Júlio César VoltarelliDissertação de Mestrado apresentada em 13/06/2006

As doenças auto-imunes caracterizam-se porperda de tolerância imunológica aos auto-antígenos econseqüente agressão aos tecidos. Algumas doençasauto-imunes evoluem de modo agressivo e refratárioao tratamento convencional, com altos índices de mor-bidade e mortalidade. A imunossupressão em altasdoses, seguida por infusão de células-tronco autólogas,vem se estabelecendo em todo o mundo como alter-nativa terapêutica. O presente trabalho visa relatar aexperiência clínica preliminar do transplante autólogode células-tronco no Hospital das Clínicas da Facul-dade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidadede São Paulo. Foram selecionados pacientes portado-res de formas graves e refratárias das seguintes do-enças: lúpus eritematoso sistêmico, esclerose múlti-pla, esclerose sistêmica, doenças bolhosas cutâneas earterite de Takayasu. Na primeira fase do transplan-te, os pacientes foram submetidos a mobilização ecoleta das células progenitoras hematopoéticas. Nasegunda fase, receberam doses imunoablativas dequimioterápicos, seguidas por infusão das células-tron-co previamente colhidas e congeladas. Após o trans-

TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS PARA DOEN-ÇAS AUTO-IMUNES GRAVES E REFRATÁRIAS AO TRATAMENTO CONVEN-CIONAL

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Waldiceu Aparecido Verri JuniorOrientador: Prof. Dr. Sérgio Henrique FerreiraTese de Doutorado apresentada em 20/04/2006

A IL-15 participa da indução e manutenção dedoenças inflamatórias. Corroborando, terapias direcio-nadas a IL-15 são efetivas no tratamento de artritereumatóide experimental e clínica. Considerando quehiperalgesia e migração de neutrófilos acompanhama artrite reumatóide, foi investigada a habilidade daIL-15 em induzir esses efeitos, sua inter-relação e par-ticipação da IL-15 em modelo de resposta inflamató-ria de origem imune em camundongos. A injeção in-traplantar (i.pl.) de IL-15 induziu hipernocicepção (sen-sibilização dos nociceptores) mecânica dose- e tem-po-dependente. A hipernocicepção mecânica induzi-da pela IL-15 foi inibida pelo tratamento com um anta-gonista misto ETA/ETB de receptores para endotelina(bosentan), antagonista de receptores ETA (BQ-123)ou inibidor da ciclooxigenase (indometacina). Ademais,a hipernocicepção induzida pela IL-15 foi reduzida emcamundongos deficientes (-/-) para IFN-γ. Esses re-sultados sugerem que a indução hipernociceptiva pelaIL-15 é mediada pelo IFN-γ, endotelinas e prostanói-des. Corroborando, a injeção i.pl. de IFN-γ ou ET-1induziram hipernocicepção mecânica dose- e tempo-dependente, inibidas pelo tratamento com BQ-123 ouindometacina. Além disso, o IFN-γ induziu aumentoda produção de ET-1 e expressão de RNAm para o seuprecursor (prepro-ET-1, PPET-1). A IL-15 tambéminduziu aumento da produção de ET-1 e expressão deRNAm para PPET-1 de maneira dependente de IFN-γ, bem como a produção de IFN-γ no tecido plantar. AIL-15, IFN-γ e ET-1 induziram a produção de PGE2no tecido plantar. Também foi detectada a participa-ção da IL-15, IFN-γ, endotelinas e prostanóides na hi-pernocicepção mecânica induzida pelo desafio i.pl. comovalbumina (OVA) em animais imunizados como de-monstrado pelo tratamento dos camundongos com sIL-15Rα (receptor solúvel para IL-15), animais IFN-γ-/-,

bosentan, BQ-123 ou indometacina, respectivamente.Ratificando esses dados comportamentais, o desafioi.pl. com OVA em animais imunizados induziu o au-mento da expressão de RNAm para PPET-1, o qualfoi inibido pela deleção gênica do IFN-γ ou pelo trata-mento com sIL-15Rα. Nesse modelo, a produção deIFN-γ também foi inibida pelo tratamento com sIL-15Rα e em animais IL-18-/-. Assim, esses resultadossugerem que durante a hipernocicepção inflamatóriaimune iniciada por um antígeno inicia-se uma cascatade mediadores: IL-15→ IFNγ → ET-1 → PGE2. Ade-mais, utilizando abordagens farmacológicas semelhan-tes foi demonstrado que a IL-18 induziu hipernocicep-ção em camundongos pelo mesmo mecanismo que aIL-15 (IFNγ → ET-1 → PGE2), participando do mes-mo modelo de inflamação. Além disso, a hipernoci-cepção induzida pela IL-15 foi dependente, pelo me-nos em parte, da migração de neutrófilos induzida pelamesma ao tecido subcutâneo plantar. Essa hipótesebaseia-se no fato de ambos os efeitos induzidos pelaIL-15 foram inibidos pelo tratamento com fucoidina(inibidor da migração de neutrófilos) e deleção damolécula de adesão, ICAM-1. Por outro lado, a IL-15induziu migração de neutrófilos dose- e tempo-depen-dente para a cavidade peritoneal, inibida pelo trata-mento com anticorpo anti-MIP-2/CXCL2 e MK886(inibidor da síntese de leucotrienos) e pela deleçãogênica da IL-18, MIP-1α/CCL3, TNF-α e 5-lipoxi-genase. Não há participação significativa deendotelinas na migração de neutrófilos induzida pelaIL-15. Ainda, a injeção intraperitoneal de IL-15 indu-ziu a liberação de IL-18, MIP-2/CXCL2, MIP-1α/CCL3, TNF-α e LTB4. O tratamento com sIL-15Rαou deleção gênica da IL-18 inibiram a migração deneutrófilos induzida pelo desafio intraperitoneal comOVA em animais imunizados e a liberação de MIP-2/CXCL2, MIP-1α/CCL3, TNF-α e LTB4. Assim, emconjunto com outros dados do laboratório, os resul-tados sugerem que o desafio com antígeno induz mi-gração de neutrófilos pela liberação de uma cascatade mediadores com participação preponderante da

FARMACOLOGIA

INTER-RELAÇÃO E MECANISMOS ENVOLVIDOS NA HIPERNOCICEPÇÃOMECÂNICA E MIGRAÇÃO DE NEUTRÓFILOS INDUZIDOS PELA IL-15

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Andressa de FreitasOrientador: Prof. Dr. Fernando de Queiróz CunhaDissertação de Mestrado apresentada em 25/04/2006

A migração de neutrófilos durante o processoinflamatório é mediada por vários fatores quimiotáticos,como citocinas e quimiocinas. Concomitante à libera-ção dos mediadores pró-inflamatórios há também aliberação de mediadores antiinflamatórios, comolipoxina, IL-4, IL-10, óxido nítrico (NO). Recentemen-te, foi demonstrado que a enzima heme oxigenase(HO) modula a resposta inflamatória. Assim, o objeti-vo do presente trabalho foi investigar o papel da viaheme/ HO/ monóxido de carbono (CO)-biliverdina norecrutamento de neutrófilos durante o processo infla-matório agudo. Nossos resultados demonstram que, ainibição da HO com zinco deuteroporfirina 2, 4 bisglicol (ZnDPBG), inibidor inespecífico da HO, pro-move potencialização da migração de neutrófilos, ro-lamento e adesão dos leucócitos ao endotélio induzi-dos pela administração de baixa dose de carragenina(Cg), bem como na migração de neutrófilos estimula-da pela administração de lipopolissacarídeo (LPS).Além disso, demonstramos que a administração de Cgpromove aumento da atividade da HO, avaliada atra-vés do aumento dos níveis de bilirrubina no lavadoperitoneal, a qual foi inibida pelo pré-tratamento dosanimais com o inibidor inespecífico da HO (ZnDPBG).Posteriormente, verificamos que a administração dosubstrato da HO (hemin), da biliverdina e dos doado-

res de CO: dimanganes decacarbonil (DMDC), ferrotetracarbonila diiodeto (Fe(CO)4I2) e molibdêniotetracarbonila diiodeto (Mo(CO)4I2) promovem redu-ção na migração dos neutrófilos induzida pela admi-nistração de Cg ou LPS e, no rolamento e adesão dosleucócitos induzidos pela administração de Cg. Suge-rindo que, durante o processo inflamatório agudo, aHO atua modulando negativamente a interaçãoleucócito- endotélio e, conseqüentemente o recruta-mento de neutrófilos, através da formação de CO ebiliverdina. Observamos também que, a redução norecrutamento de neutrófilos promovida pelos produ-tos da HO não se deve a uma redução na síntese e/ouliberação de fator de necrose tumoral-α (TNF-α) ouinterleucina -1β (IL-1β), na vigência do processo in-flamatório induzido por Cg. Além disso, verificamosque o efeito inibitório do DMDC (doador de CO) so-bre o recrutamento de neutrófilos, mas não o efeitoinibitório da biliverdina, foi abolido quando os animaisforam pré-tratados com o inibidor da guanilato ciclasesolúvel (GCs), ODQ, indicando que o CO atua inibin-do o recrutamento de neutrófilos via ativação da GCs.Adicionalmente, foi observado que a inibição da óxidonitrico sintase (NOS) não foi capaz de reverter a re-dução da migração de neutrófilos promovida pelo pré-tratamento dos animais com DMDC ou biliverdina,sugerindo que o NO não está envolvido com a redu-ção da migração de neutrófilos promovida pelos pro-dutos da HO. No entanto, o pré-tratamento dos ca-mundongos com ZnDPBG, inibidor da HO, bloqueia a

IL-15 (Antígeno à IL-15 → IL-18 → MIP-2/CXCL2→ MIP-1α/CCL3 → TNF-α → LTB4 → Migraçãode neutrófilos). Dessa forma, os resultados são com-patíveis com a hipótese de que a IL-15 participa nahipernocicepção e migração de neutrófilos induzidospor estímulo inflamatório de padrão Th1. Além disso,a IL-15 induziria hipernocicepção mecânica e migra-ção de neutrófilos por mecanismos diferentes. Contu-do, parece que o infiltrado neutrofílico participa na hi-pernocicepção, provavelmente, produzindo mediado-res como IFN-γ, ET-1 e/ou PGE2. Por outro lado, acontribuição dos neutrófilos parece ser parcial, visto

que, abolindo a sua presença, a hipernocicepção é ape-nas reduzida. Mecanismos específicos para cada tipode tecido também podem ser uma explicação. Con-cluindo, este trabalho contribuiu para elucidação, pelomenos parte, dos mecanismos ativados pela IL-15 parainduzir hipernocicepção mecânica e migração de neu-trófilos, a participação da IL-15 em resposta inflama-tória de origem imune e da relação entre migração deneutrófilos e indução da hipernocicepção pela IL-15.Ao fazê-lo, também foram sugeridas diferentes abor-dagens para controlar a atividade da IL-15 duranteum processo inflamatório de origem imune.

PAPEL DA VIA HEME OXIGENASE / MONÓXIDO DE CARBONO-BILIVERDINA/GMPc NA MODULAÇÃO DO RECRUTAMENTO DE NEUTRÓFILOS NA VIGÊN-CIA DO PROCESSO INFLAMATÓRIO

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Valeria Cristina SandrimOrientador: Prof. Dr. José Eduardo Tanus dos SantosTese de Doutorado apresentada em 25/04/2006

No presente estudo, nós comparamos a distri-buição das freqüências genotípicas e alélicas destestrês polimorfismos entre hipertensos (112 brancos e91 negros) e normotensos (113 brancos e 87 negros).Além disso, nós examinamos a associação de haplóti-pos da eNOS e hipertensão em brancos e negros.Nossos resultados indicam ausência de associaçãoentre genótipos da eNOS e hipertensão em ambos gru-pos étnicos (P>0,05). Entretanto, os haplótipos “T-Asp-b” e “C Glu b” (protetor) foram mais freqüentes emnormotensos brancos (16 e 24%, respectivamente) enegros (17 e 16%, respectivamente) do que em bran-cos (7 e 8%, respectivamente) e negros (4 e 6%, res-pectivamente) hipertensos. Além disso, o haplótipo “CAsp b” (susceptível) foi mais comum em brancos hi-pertensos do que em brancos normotensos (P=0,0007).

De grande relevância clínica, os mesmos ha-plótipos da eNOS, mas não os genótipos, foram as-sociados a um efeito protetor (C Glu b) e susceptível(C Asp b) no desenvolvimento da hipertensão em dia-béticos tipo 2 (DMT2), sugerindo a contribuição dehaplótipos no desenvolvimento da hipertensão é mas-carada quando genótipos da eNOS são consideradosindividualmente. Soma-se a isto, que nossos resulta-dos indicam que haplótipos da eNOS estão associa-dos com um efeito protetor contra o desenvolvimentoda hipertensão em ambos grupos étnicos e em DMT2

e outro haplótipo confere susceptibilidade à hiperten-são em indivíduos brancos e em DMT2.

A maioria dos pacientes hipertensos requer 2ou mais drogas para o controle efetivo da pressão san-guínea. Enquanto, nossos resultados indicam associa-ção entre haplótipos da eNOS e hipertensão, ainda sedesconhece se genótipos/haplótipos da eNOS estãoassociadas com resistência à terapia anti-hipertensi-va. Desta maneira, nestes estudos nós comparamos adistribuição dos polimorfismos T-786C, Glu298Asp e4a4b in 111 em normotensos (NT), 116 hipertensos compressões sanguíneas bem controladas, e 100 hiperten-sos resistentes à terapia anti-hipertensiva (HTR). Com-paramos também a distribuição de haplótipos da eNOSnestes três grupos de indivíduos. Enquanto nenhumadiferença significativa foi encontrada na distribuiçãogenotípica destes variantes entre os três grupos, dife-renças significativas foram observadas, sendo que ohaplótipo “C Glu b” foi mais comum no grupo NT com-parado aos grupos HT e HTR (21% versus 8% e 7%,respectivamente; ambos P<0,00625), e o haplótipo “CAsp b” mais freqüente nos grupos HT e HTR compa-rados ao grupo NT (22% e 20%, respectivamente,versus 8%; ambos P<0,00625). Finalmente, a distri-buição dos haplótipos da eNOS não foi significativa-mente diferentes entre os grupos HT e HTR (P>0,05).Portanto, nossos achados sugerem novamente um efei-to protetor e susceptível dos haplótipos “C Glu b” e “CAsp b”, respectivamente no desenvolvimento da hi-pertensão arterial. Além disso, nossos resultados su-gerem que os haplótipos da eNOS não estão associa-

capacidade do SNAP, doador de NO, em reduzir amigração de neutrófilos, induzida pela Cg, indicandoque a HO está envolvida na redução da migraçãode neutrófilos exercida pelo NO. Por fim, constata-mos que a administração de Cg induz a expressão daHO-1 nas células endoteliais venulares e que, o pré-tratamento dos animais com zinco protoporfirina IX(ZnPP IX), inibidor específico da HO-1, promove po-tencialização do recrutamento de neutrófilos, duranteo processo inflamatório. Desta forma, nossos resulta-dos demonstram que, durante o processo inflamatório

agudo ocorre aumento na expressão e da atividade daHO com conseqüente formação de CO e biliverdina,os quais modulam negativamente o recrutamento deneutrófilos para a cavidade peritoneal, por mecanis-mos dependentes e independentes da ativação da GCs,respectivamente. Entretanto, essa diminuição do re-crutamento de neutrófilos não se deve a uma reduçãoda síntese e/ou liberação de TNF-α ou IL-1β. Ade-mais, os produtos da HO medeiam o efeito inibitóriodo NO sobre a migração dos neutrófilos ao sítio infla-matório.

RELEVÂNCIA CLÍNICA DE HAPLÓTIPOS DA SINTASE ENDOTELIAL DO ÓXI-DO NÍTRICO PARA A SUSCEPTIBILIDADE À HIPERTENSÃO ARTERIAL E RES-POSTA AO TRATAMENTO ANTI-HIPERTENSIVO

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Daniela Tagliari LonghiOrientadora: Profa.Dra. Glória Emília Petto de SouzaDissertação de Mestrado apresentada em 20/06/06

Até o presente momento, estudos demonstra-ram que a parede celular de S. aureus induz febre emratos e cabras, e que toxinas produzidas pelo S. au-reus, como por exemplo, as enterotoxinas SEA e SEB(staphylococcal enterotoxins A e B) induzem febre emgatos e coelhos. Entretanto, nenhum estudo empregoua bactéria viva no modelo de febre. No presente estu-do foi padronizado o modelo de resposta febril induzi-do pela injeção i.p. de Staphylococcus aureus (ATCC25923) em ratos e posteriormente, avaliado o efeito dedrogas que apresentam atividade antipirética sobre afebre induzida por esta bactéria. Verificou-se que ainjeção i.p. de S. aureus induz aumento, duradouro edose-dependente da temperatura corporal em ratos.Além disso, o aumento da temperatura corporal indu-zido por esta bactéria trata-se de febre e não hiperter-mia, pois foi acompanhado de redução da temperaturada pele da cauda dos animais, indicativo de vasocons-trição periférica também observado pela redução doíndice de perda de calor (IPC). Demonstrou-se tam-bém, que o aumento de temperatura observado acom-panha a presença de bactérias viáveis no foco infecci-oso e sangue. Estudos têm apontado a enzima COX-2como a principal isoforma de COX, responsável pela

síntese de prostaglandinas durante a febre. No pre-sente estudo, verificou-se que o celecoxibe, um inibi-dor seletivo para a COX-2, promoveu redução signifi-cativa e de maneira dose-dependente da resposta fe-bril induzida pelo S. aureus. Além disso, o celecoxibereverteu a vasoconstrição periférica induzida por estabactéria. O pré-tratamento com paracetamol e dipironareduziu significativamente a febre induzida pelo S.aureus sugerindo a participação de outros mediado-res. Observou-se também que a administração de de-xametasona, um antiflamatório esteroidal, reduziu sig-nificativamente a temperatura corporal dos animaisinjetados com S. aureus, indicando que a resposta fe-bril induzida por este estímulo depende de neo-síntesede mediadores pirogênicos. A fim de averiguar a par-ticipação de endotelinas neste modelo, avaliou-se oefeito de antagonistas de receptores para endotelinas.Verificou-se que tanto o BQ-123, antagonista seletivode receptor ETA, quanto o BQ-788, antagonista sele-tivo de receptor ETB, reduziram significativamente afebre induzida pelo S. aureus. A IL-1 parece não es-tar envolvida nesta resposta, pois a injeção i.c.v. deantagonista de receptores da IL-1 (IL-1ra) não alte-rou a febre promovida pelo S. aureus. Em síntese,esses resultados sugerem que a febre induzida pelainjeção i.p. de S. aureus depende de PGs, sintetiza-das via COX-2, de endotelinas e independe da produ-ção central de IL-1.

dos à resistência à terapia anti-hipertensiva.Finalmente, neste estudo nós avaliamos a asso-

ciação entre haplótipos/genótipos da eNOS (T-786C,Glu298Asp e intron 4) com níveis plasmáticos de ni-trato/nitrito (NOx), que são produtos estáveis do NO,em 98 indivíduos sadios, 68 pacientes HT, 66 pacientesDMT2, e 86 pacientes DMT2+HT. Pôde-se observarque não houve diferenças na distribuição de genótiposda eNOS entre os grupos estudados. Além disso, nos-sos resultados indicam ausência de associação entreos níveis de NOx e genótipos da eNOS nos quatrogrupos de indivíduos. Com relação aos haplótipos daeNOS, a combinação haplotípica “C Glu b” foi maisfreqüente no grupo de saudáveis do que nos gruposHT e DMT2+HT. Este mesmo haplótipo foi mais co-

mum entre os indivíduos dos grupos HT e DMT2+HTcom altas concentrações de NOx comparado aos in-divíduos com baixas concentrações de NOx. Já ohaplótipo “C Asp b” foi mais freqüente nos grupos HTe DMT2+HT. Este mesmo haplótipo também foi maiscomum nos grupos HT e DMT2+HT apresentandobaixos níveis de NOx do que no grupo com altas con-centrações de NOx. Estes resultados fundamentamos resultados encontrados nos estudos de associação,pois indicam que o haplótipo “C Glu b” que protegecontra o desenvolvimento de hipertensão está associ-ado com altos níveis de NOx, enquanto que o haplótipo“C Asp b”, associado a maior susceptibilidade ao de-senvolvimento da hipertensão está associado a níveismenores destas espécies relacionadas ao NO.

RESPOSTA FEBRIL INDUZIDA PELA INJEÇÃO DE STAPHYLOCCOCUSAUREUS: EFEITO DE DROGAS COM ATIVIDADE ANTIPIRÉTICA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Renata GrespanOrientador:Prof. Dr. Fernando de Queiróz CunhaDissertação de Mestrado apresentada em 20/06/2006

Os neutrófilos estão envolvidos na resposta in-flamatória aguda, e contribuem para a inflamação edestruição da articulação características da artrite reu-matóide. Neste estudo, avaliamos a participação dediversos mediadores inflamatórios envolvidos no re-crutamento de neutrófilos para a cavidade articularno modelo de artrite induzida por albumina bovina sé-rica metilada (mBSA) e o mecanismo pelo qual esterecrutamento ocorre. Nós encontramos que a admi-nistração intra-articular de mBSA em animais imuni-zados, porém, não em animais controles, induziu umacúmulo de neutrófilos na cavidade articular de ma-neira dose e tempo dependentes, o qual era inibido porrepertaxina (antagonista dos receptores CXCR1 e

CXCR2), por anticorpos anti-CXCL1 e anti-CXCL5,e por MK 886 (inibidor da síntese de leucotrienos),porém, não por BN 50730 (antagonista do receptor dePAF). Confirmando a participação destes mediado-res, observamos que as concentrações de CXCL1,CXCL5 e leucotrieno B4 (LTB4) estavam elevadas noexsudato articular dos animais imunizados e desafia-dos com mBSA e ainda, a administração intra-articu-lar destes mediadores quimiotáxicos induziu uma ele-vada migração de neutrófilos. Além disso, a reperta-xina inibiu a produção de LTB4 no exsudato articulare o MK 886 reduziu a migração de neutrófilos para acavidade articular induzida por CXCL1 e por CXCL5.Em resumo, as quimiocinas CXC (CXCL1 e CXCL5)e LTB4 atuando seqüencialmente estão envolvidos namigração de neutrófilos no modelo de artrite induzidapor mBSA. Desta maneira, a inibição das quimiocinasCXCL1 e CXCL5 e de LTB4 são sugeridos como no-vas terapias para a artrite reumatóide.

PARTICIPAÇÃO DAS QUIMIOCINAS CXCL1 (KC) E CXCL5 (LIX) E DO LTB 4NA MIGRAÇÃO DE NEUTRÓFILOS PARA A CAVIDADE ARTICULAR EMMODELO DE ARTRITE INDUZIDA POR mBSA

duzida por CLP melhora significativamente a migra-ção de neutrófilos para o foco infeccioso. Conseqüen-temente, diminuiu a contagem de bactérias no exsudatoperitoneal e no sangue, reduziu a resposta inflamató-ria sistêmica determinada pelos níveis de citocinas cir-culantes e o grau de infiltração de neutrófilos no teci-do pulmonar e aumentou a taxa de sobrevida dos ani-mais. Ademais, foi observado um incremento na mar-cação para 3-nitrotirosina (indicador morfológico danitração dos resíduos de tirosina pelo peroxinitrito) nomesentério e nos leucócitos da cavidade peritoneal, aqual foi significativamente diminuída com o tratamen-to com ácido úrico. Assim, a inibição do peroxinitritopode constituir um novo alvo terapêutico no controledo processo séptico.

O presente trabalho também demonstra pelaprimeira vez que, o peroxinitrito produzido durante ochoque séptico (induzido por CLP) é responsável pelo

Diego Torres DueñasOrientador: Prof.Dr. Fernando de Queiroz CunhaTese de Doutorado apresentada em 21/06/2006

A falência de migração de neutrófilos (FMN),caracterizada pela deterioração do rolamento, adesãoe da migração dos neutrófilos para o foco infecciosorepresenta um elemento chave no cenário da sépsis.O óxido nítrico derivado da sintase induzível do óxidonítrico (iNOS) parece ser o maior mediador desseseventos, uma vez que a inibição farmacológica ou ge-nética (-\-) da iNOS atenua a FMN.

No presente estudo demonstramos que o pero-xinitrito está envolvido no efeito inibitório do NO so-bre a migração de neutrófilos na sépsis grave. O tra-tamento com ácido úrico (inibidor do peroxinitrito) dosanimais submetidos a sépsis polimicrobiana grave in-

PAPEL DO PEROXINITRITO NA MIGRAÇÃO DE NEUTRÓFILOS PARA OFOCO INFECCIOSO E NA DISFUNÇÃO CARDIOVASCULAR DURANTE ASÉPSIS GRAVE

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

colapso cardiovascular. É bem sabido que, inúmerosmediadores como citocinas, prostaglandinas, bradici-nina bem como o NO aparecem envolvidos na disfun-ção cardiovascular presente na sépsis grave. Contu-do, na última década o peroxinitrito produzido pela re-ação entre o NO e o radical superoxido tem sido indi-cado como o responsável de alguns efeitos que eramatribuídos ao NO.

No cenário da sépsis ou da endotoxemia, temsido observado que o peroxinitrito é produzido durantea fase inicial da endotoxemia experimental e em paci-entes sépticos. O qual aparece como responsável dadiminuição da reatividade vascular aos agentes vaso-constritores durante o choque endotóxico. De fato, emnosso modelo foi observado também, que o pré-trata-mento dos animais submetidos à lesão séptica gravecom ácido úrico, AU (inibidor do peroxinitrito) preve-niu de forma significativa a hipotensão grave, melhoraa resposta pressora, in vivo, à fenilefrina (agonistaalfa 1 adrenérgico seletivo), diminuiu significativamentea marcação, no coração, de 3-nitrotirosina diretamen-te relacionada com a disfunção miocárdica dos ani-mais em choque séptico polimicrobiano.

Observou-se também uma hiper reatividadecontrátil cardíaca, basal bem como em resposta à iso-prenalina durante a fase inicial do choque sépticopolimicrobiano a qual foi revertida pela inibição do pe-roxinitrito com AU. Encontramos significativas alte-rações estruturais cardíacas (Incremento no diâmetrodos cardiomiócitos e lesões miocitolíticas focais, múl-tiplas e difusas do miocárdio) nos animais submetidosao choque séptico polimicrobiano. A inibição do pero-xinitrito reverteu significativamente o incremento dodiâmetro dos cardiomiócitos dos animais submetidosao choque séptico polimicrobiano.

Em conclusão, nossos resultados demonstramuma correlação direta entre a produção incrementadado peroxinitrito durante o choque séptico com a alte-ração da interação leucócito-endotélio, a falência demigração dos neutrófilos e as alterações da estruturae função miocárdica com deterioração do perfil he-modinâmico. Ainda, a inibição do peroxinitrito duranteo choque séptico polimicrobiano preserva a atividadecontrátil e estrutura miocárdica evitando a profundadepressão cardiovascular durante o choque sépticopolimicrobiano.

freqüências haplotípicas foram comparadas entre doisgrupos de voluntários: os 30 indivíduos com baixas con-centrações plasmáticas de NOx (grupo L) e os 30indivíduos com altos concentrações de NOx plasmáti-co (Grupo H). Os concentrações de NOx nos gruposL e H foram de 24,2+4,5 µM e 80,9+8,9 µM, respecti-vamente. As freqüências genotípicas para os três po-limorfismos não apresentaram diferenças significati-vas comparando-se os grupos (todos com P > 0,05, noteste χ2). Entretanto, o haplótipo incluindo o alelo “C”(promotor), 4b (intron 4) e Glu (Exon 7) mostrou-sesignificativamente mais comum no grupo L (16%) doque no grupo H (4%) (P=0,0047). As freqüências dosdemais haplótipos não apresentaram diferenças entreos grupos. Enquanto que, ao avaliar a existência deassociação entre genótipos da eNOS com NOx cir-culante, não encontramos diferenças entre os gruposL e H, o haplótipo específico incluindo os alelos “C”,“4b” e “Glu” apresentou associação com baixas con-centrações de NOx circulante.

Ingrid Ferreira MetzgerOrientador: Prof. Dr. José Eduardo Tanus dos SantosDissertação de Mestrado apresentada em 21/06/2006

Associações entre polimorfismos no gene daeNOS e as concentrações plasmáticas de nitratos enitritos (NOx) ainda apresentam controversias. Nopresente trabalho comparamos a distribuição dos ha-plótipos envolvendo três polimorfismos relevantes dogene da eNOS (T-786C na região promotora; 4b/4aIntron 4 e Glu298Asp no Exon 7) em indivíduos sau-dáveis com concentrações plasmáticos de NOx altose baixos. Estudamos um grupo homogêneo de 154voluntários (homens, brancos, em jejum, não fuman-tes, com idade entre 18-60 anos de idade, e que nãofaziam uso de qualquer medicamento). O DNA genô-mico foi extraído das amostras de sangue total, agenotipagem foi realizada por PCR seguido de diges-tão com enzima de restrição. O NOx circulante foideterminado pela técnica de quimioluminescência. As

INFLUÊNCIA DE HAPLÓTIPOS DA SINTASE ENDOTELIAL DO ÓXIDO NÍTRI-CO (NO) SOBRE A BIODISPONIBILIDADE SISTÊMICA DE NO

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Cristiane BusnardoOrientador: Prof.Dr. Fernando M. de Aguiar CorrêaDissertação de Mestrado apresentada em 27/06/2006

O núcleo supra-óptico do hipotálamo (NSO)contém neurônios magnocelulares que sintetizam esecretam vasopressina e ocitocina. A estimulação elé-trica do NSO causa resposta pressora através da li-beração de vasopressina. O L-glutamato (L-glu) é oprincipal neurotransmissor excitatório do Sistema Ner-voso Central, estando presente no NSO. No presentetrabalho relatamos os efeitos cardiovasculares da mi-croinjeção de L-glu no NSO e identificamos os possí-veis receptores e mecanismos envolvidos na gênesedestes efeitos. Drogas foram microinjetadas em umvolume de 100 nL. A microinjeção de L-glu no NSOcausou resposta pressora e bradicárdica em ratos não-anestesiados. As respostas cardiovasculares foramconcentração-dependente, apresentando CE50 de apro-ximadamente 0,1M. As respostas cardiovasculares àinjeção de L-glu no NSO foram significativamente re-duzidas em ratos anestesiados com uretana. Em ani-

mais não anestesiados, a resposta pressora e bradi-cárdica foi bloqueada pelo pré-tratamento local comNBQX (0.02M), um antagonista seletivo dos recepto-res não-NMDA, não sendo afetadas pelo pré-trata-mento local com LY (0.02M), antagonista seletivo dereceptores NMDA. Estes resultados sugerem que re-ceptores glutamatérgicos do subtipo não-NMDA me-deiam estas respostas. A resposta pressora ao L-glufoi potencializada pela injeção i.v. de pentolínio, blo-queador ganglionar, enquanto a resposta de bradicar-dia foi bloqueada. A resposta pressora e bradicárdicafoi bloqueada pelo pré-tratamento i.v. com dTir(CH2)5(Me) AVP, um antagonista vasopressinérgico.Os resultados sugerem ser a bradicardia de origemreflexa, bem como sugerem o envolvimento de vaso-pressina na gênese da resposta pressora ao L-glu noNSO.

Em conclusão, os resultados indicam que a res-posta pressora à microinjeção de L-glu no NSO é de-pendente da ativação de receptores glutamatérgicosdo subtipo não-NMDA, sendo mediada por liberaçãode vasopressina para a circulação periférica.

EFEITO CARDIOVASCULAR DA MICROINJEÇÃO DE L-GLUTAMATO NO NÚ-CLEO SUPRA-ÓPTICO DE RATOS NÃO ANESTESIADOS

na MPOA: 1) de 5-HT, NA e DA, e o NO no controleda secreção de LH no proestro; 2) dos sistemas sero-toninérgico e NPYérgico no pico de LH induzido porestrógeno (E2) e progesterona (P4). Ratas Wistar (250-300g) após 3 ciclos regulares foram divididas em doisgrupos: I) decapitadas nas diferentes fases do cicloestral, 30 minutos após injeção i.p. de pargilina, uminibidor da monoaminaoxidase, para verificar o con-teúdo de 5-HT, NA e DA na MPOA por meio de cro-matografia líquida de alta performance (HPLC) e aatividade e conteúdo de sintase de NO (NOS) pordosagem de citrulina e western blotting, respectiva-mente; II) ovariectomizadas (OVX) com ou sem re-posição hormonal submetidas à microinjeção de 5,7

Fernanda Barbosa LimaOrientador: Prof. Dr. Celso Rodrigues FranciTese de Doutorado apresentada em 11/04/2006

Os neurônios produtores de hormônio liberadorde gonadotrofinas (GnRH), presentes principalmentena área preóptica medial (MPOA), constituem a viafinal comum para controle neural do pico de hormônioluteinizante (LH) no proestro. Entre os neurome-diadores envolvidos nesse controle estão a serotoni-na (5-HT), a noradrenalina (NA), a dopamina (DA),o óxido nítrico (NO) e o neuropeptídeo Y (NPY). Osobjetivos deste trabalho foram estudar a interação

FISIOLOGIA

INTERAÇÃO DO ÓXIDO NÍTRICO, SEROTONINA E CATECOLAMINAS NAÁREA PREÓPTICA MEDIAL PARA CONTROLE DA SECREÇÃO DE HORMÔNIOLUTEINIZANTE

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Fernanda Luciano RodriguesOrientador: Prof. Dr. Rubens Fazan JuniorDissertação de Mestrado apresentada em 12/04/2006

A amiodarona é um agente antiarrítmico comu-mente utilizado para o tratamento de arritmias ventri-culares e supraventriculares. Entretanto, os efeitoshemodinâmicos da amiodarona são relativamente pou-co estudados.

O objetivo do presente estudo foi avaliar os efei-tos da administração aguda de amiodarona sobre apressão arterial (PA), freqüência cardíaca (FC), re-sistência vascular do trem posterior e do leito mesen-térico em ratos anestesiados ou acordados.

Ratos Wistar, anestesiados com tiopental sódico(50 mg/kg) foram submetidos a laparotomia medianapara implante de sondas de fluxômetro Doppler ao redorda aorta abdominal (imediatamente acima das artériasilíacas) ou da artéria mesentérica superior. Ainda, ar-téria e veia femoral foram canuladas para, registro PAe administração de drogas, respectivamente.

Nos ratos anestesiados, após registro basal daPA e fluxo sanguíneo mesentérico ou do trem pos-terior, amiodarona (50 mg/kg, i.v.) ou veículo foramadministrados, e os registros se estenderam por mais20 minutos.

Nos animais acordados, após 24 h de recupe-ração, PA e fluxo sanguíneo do trem posterior basaisforam registrados. A seguir, foi administrada amioda-

rona ou veículo, com posterior registro de 20 minutos.Em um segundo grupo de animais, prazosin (1 mg/kg,i.v.) foi administrado 20 minutos após amiodarona ouveículo, e os registros se estenderam por mais 10 mi-nutos. Em um terceiro grupo de ratos, amiodarona foiadministrada em ratos pré-tratados com losartan (10mg/kg). Finalmente, um outro grupo de animais, amio-darona foi administrada em ratos pré-tratados comAVPant (10 mg/kg, i.v.).

Amiodarona promoveu hipotensão, bradicardiae vasodilatação nos animais anestesiados e acorda-dos. A hipotensão foi máxima no primeiro minuto apósamiodarona e recuperou-se parcialmente durante 20minutos. A bradicardia instalou-se rapidamente apósamiodarona e mostrou-se progressiva e duradoura,persistindo durante os 20 minutos de registro. Amio-darona promoveu vasodilatação no trem posterior eleito vascular mesentérico, imediatamente após suaadministração. No trem posterior, esse efeito foi tran-sitório, recuperando-se rapidamente. Porém, no leitovascular mesentérico, esse efeito foi duradouro, per-manecendo durante os 20 minutos de registro.

A administração de prazosin promoveu hipoten-são e vasodilatação nos animais tratados com amio-darona ou veículo. A hipotensão foi mais pronunciadanos animais tratados com veículo. A vasodilataçãopromovida pelo prazosin foi maior nos animais trata-dos com veículo embora, não tenham sido encontra-das diferenças estatisticamente significantes entre os

dihidroxitriptamina-5,7 DHT, droga que depleta 5-HT,na MPOA e decapitadas para verificar o conteúdo deNPY na MPOA por enzima-imunoensaio (EIA). Aconcentração plasmática de LH em ambos os gruposfoi avaliada por radioimunoensaio. O conteúdo de 5-HT, NA e DA não variou na MPOA durante o cicloestral, mas a atividade serotoninérgica aumentou dometaestro até a tarde do proestro, e diminuiu signifi-cativamente na manhã do estro. As atividades de NAe DA aumentaram em todas as fases do ciclo estral,mas sem variação significativa entre elas. A pargilinaaumentou a atividade da NOS na MPOA às 9h e di-minuiu às 11h, além de diminuir significativamente oconteúdo de NOS na MPOA às 15h. A pargilina tam-

bém bloqueou o pico de LH na tarde de proestro . Adepleção de 5-HT na MPOA não alterou o conteúdode NPY independente de tratamento com esteróidesgonadais, mas aumentou a concentração plasmáticade LH nas ratas tratadas com E2 e P4. Em conclusão,os resultados do presente trabalho indicam que a 5-HT, mas não a NA ou a DA, pode participar dos me-canismos que limitam o pico da secreção de LH eesse efeito inibitório pode ser mediado em parte peloNO; a MPOA parece ser um dos sítios de ação inibi-tória da 5-HT sobre a secreção de LH por um meca-nismo dependente de E2 e P4; a 5-HT e o NPY naMPOA parecem agir por vias neurais paralelas nocontrole da secreção de LH.

EFEITOS DA ADMINISTRAÇÃO AGUDA DA AMIODARONA SOBRE A DISTRI-BUIÇÃO REGIONAL DE FLUXO SANGÜÍNEO EM RATOS ANESTESIADOS OUACORDADOS

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Peterson JovilianoOrientadora: Profa. Dra. Maria José Alves da RochaDissertação de Mestrado apresentada em 26/04/2006

A expressão de c-fos foi analisada em neurô-nios do complexo trigeminal e dos núcleos: SubstânciaCinzenta Periaquedutal (SCP), Dorsal da Rafe (DR)e Núcleo Parabraquial (PB) para revelar as mudan-ças temporais durante movimentação dentária experi-mental, produzida por um aparelho ortodôntico ativadoou não com força inicial de 70g. Ratos Wistar, machose adultos, foram anestesiados (i.m.) com Ketamina eXilazina e divididos em 3 grupos: animais que recebe-ram os aparelhos ortodônticos previamente ativados(cf), animais que receberam o aparelho sem ativação(sf) e ainda, animais que receberam o aparelho previ-amente ativado, mas este foi removido imediatamenteapós a sua inserção (c). Após 6, 24, 48 e 72 horas da

instalação do aparelho, os animais foram anestesiadosnovamente e posteriormente, perfundidos com PBS eparaformaldeído. A seguir, os encéfalos foram remo-vidos e pós-fixados e estocados por no máximo 72horas. Cortes encefálicos foram processados paraensaios de imunocitoquímica objetivando a análise daexpressão de c-fos em estruturas nociceptivas e anti-nociceptivas. Os resultados demonstraram que a ex-pressão de c-fos é diferente entre os três grupos ana-lisados (cf, sf, c), sugerindo que a simples instalaçãodo aparelho ortodôntico é suficiente para induzir ativa-ção neuronal que se torna mais intensa quando se apli-ca 70g de força. O trabalho demonstrou ainda que amovimentação dentária induziu expressão de c-fos emestruturas cerebrais envolvidas com nocicepção e an-tinocicepção sendo que em algumas delas esta expres-são segue o padrão temporal das sensações relatadasem estudos clínicos.

dois grupos. O pré-tratamento com losartan ou AVPantnão modificou os efeitos da amiodarona sobre a PA,FC e resistência vascular do trem posterior.

O presente estudo demonstrou que a amioda-rona administrada endovenosamente promove hipo-tensão, bradicardia e vasodilatação em animais anes-tesiados e acordados. O efeito vascular da amiodaro-

na é transitório mas seu efeito sobre a freqüência car-díaca é duradouro, sugerindo que a hipotensão estejasendo mantida pelas ações cardíacas da droga. A re-cuperação da resistência vascular do trem posteriorparece ser independente de receptores adrenérgicosá1, receptores AT1 da angiotensina II e receptores V1da vasopressina.

EXPRESSÃO TEMPORO-ESPACIAL DE C-FOS EM ESTRUTURAS CEREBRAISRELACIONADAS COM A NOCICEPÇAO E ANTINOCICEPÇÃO DURANTEMOVIMENTAÇÃO DOS INCISIVOS SUPERIOR DE RATOS

RESPOSTAS HEMODINÂMICAS À ESTIMULAÇÃO DO NERVO DEPRESSORAÓRTICO EM RATOS NORMOTENSOS E ESPONTANEAMENTE HIPERTENSOS(SHR)

Alvaro Ribeiro BaraleOrientador: Prof. Dr. Hélio César SalgadoTese de Doutorado apresentada em 18/05/2006

As respostas barorreflexas produzidas pelasvariações da pressão artéria estão atenuadas nos ra-tos espontaneamente hipertensos (SHR). Foi sugeridaa hipótese de que as respostas reflexas à estimulaçãodas aferências barorreceptoras do nervo depressoraórtico (NDA), efetivamente contornando a transdu-

ção mecano-sensorial, estão preservadas nos SHRacordados. A pressão arterial média (PAM), freqüên-cia cardíaca (FC) e as resistências vasculares regio-nais (trem posterior e mesentérica) foram medidasantes e durante a estimulação do NDA durante 5 scom freqüências aleatórias (5, 10, 15, 30, 50, 70 e 90Hz), em SHR acordados (n=18) e ratos normotensoscontroles (RNC, n=18). O protocolo foi repetido apósbloqueio dos receptores of ß1-adrenérgicos com ate-nolol. Os SHR apresentaram níveis basais elevadosPAM (150±5 vs. 103±2 mmHg nos RNC) e FC (393±9

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vs. 360±5 mmHg nos RNC). A latência das respostasde FC, PAM e resistências vasculares (trem posteriore mesentérica) foi a mesma em SHR e RNC. A res-posta hipotensora frequência-dependente à estimula-ção do NDA foi preservada, ou até aumentada, nosSHR comparada com a do RNC. As maiores quedasabsolutas da PAM, que ocorreram em altas freqüên-cias de estimulação do NDA nos SHR (-68±5 vs. -38±3 mmHg nos RNC com 90 Hz, P<0.05) foramassociadas com a queda preferencial de resistênciavascular do trem posterior (-43±5%) vs resistênciamesentérica (-27±3%) nestes animais. Ao contrário,a estimulação do NDA reduziu de forma equivalenteas resistências do trem posterior e mesentérica nosRNC (-33±7% e -30±7%, respectivamente). A redu-ção frequência-dependente na FC foi também pre-servada nos SHR, embora o mecanismo da bradicar-dia tenha sido diferente. O atenolol atenuou significa-

tivamente a bradicardia nos SHR (-88±14 vs. -129±18bpm, com 90 Hz de estimulação, P<0.05), mas nãoalterou a bradicardia nos RNC (-116±16 vs. -133±13bpm). A bradicardia barorreflexa residual na presen-ça de atenolol (componente parassimpático) foi signi-ficativamente reduzida nos SHR quando comparadoaos RNC (P<0.05). Os resultados indicam que: 1) asquedas de PAM e FC em resposta à estimulação elé-trica do NDA estão mantidas em SHR em compara-ção com os RNC acordados; 2) o mecanismo respon-sável pela hipotensão tem modulação diferente, sendopreferencialmente maior no trem posterior do SHR;3) a retirada barorreflexa do tono simpático comple-menta a atenuação do parassimpático no controle daFC dos SHR. Pode-se concluir que, contornando atransdução mecano-sensorial, a estimulação elétricadas aferências barorreceptoras efetivamente reduz aPAM e FC nos SHR acordados.

foram submetidos ao teste do campo aberto e teste decomportamento rotatório. Após o sacrifício foi reali-zada análise da imunocitoquímica para tirosina hidro-xilase (TH) e da sintase do óxido nítrico (NOS). Osresultados do teste do campo aberto mostraram queocorreu diminuição no comportamento exploratório emambos os modelos de lesão, sendo que o tratamentocom inibidor da NOS na dose 100mg/kg, concomitan-te à lesão do feixe prosencefálico medial, aumentoueste efeito. Animais que receberam 6-OHDA emambos os sítios manifestaram giros contra laterais àlesão, no entanto, o número de giros foi maior em ani-mais submetidos à lesão no feixe. A imunocitoquímicapara TH neste grupo evidenciou perda total de mar-cação na substância negra compacta, área tegmentalventral e núcleo caudado/putâmen, independente dotratamento i.p. Animais que receberam lesão noneoestriado ou não apresentaram perda de marcaçãopara TH ou apresentaram redução apenas nas por-ções lateral da substância negra compacta e na por-ção dorso-lateral caudal no núcleo. O tratamento sub-crônico com L-NOARG promoveu um aumento nonúmero de giros aos 15 dias nos animais com lesão nofeixe. Já nos animais com lesão no neoestriado obser-vou-se que o inibidor da NOS não afetou ou diminuiuo comportamento rotatório aos trinta dias, de acordo

Margarete Zanardo GomesOrientadora: Profa. Dra. Elaine A. Del Bel B. GuimaraesTese de Doutorado apresentada em 19/05/2006

O Óxido Nítrico (NO) desempenha papel nocontrole da atividade motora, inclusive nos circuitosdos gânglios basais. Os objetivos deste trabalho fo-ram analisar se a inibição da enzima de síntese do NOinfluenciaria a lesão da via nigroestriatal causada pelatoxina 6-hidroxidopamina (6-OHDA) no feixe prosen-cefálico medial e no neoestriado de ratos. Para anali-sar o efeito da inibição do NO sobre a lesão aplicaçãode 6-OHDA grupos de animais receberam tratamen-to sub-crônico com NG-nitro-L-Arginina (L-NOARG)i.p. 40mg/kg ou salina durante 5 dias, sendo que aosegundo dia de tratamento foi realizada cirurgia paramicro injeção da 6-OHDA ou veículo. Estes animaisforam sacrificados 35 dias após o procedimento cirúr-gico. Para analisar o efeito da inibição do NO no de-curso temporal das alterações causadas pela aplica-ção de 6-OHDA no feixe prosencefálico medial, ou-tro grupo de animais recebeu uma única injeção deL-NOARG na dose 100mg/kg ou salina i.p. no dia dacirurgia e os animais foram sacrificados nos tempos24 e 96 horas, bem como 20 e 35 dias após cirurgia.Todos os animais sacrificados aos trinta e cinco dias

A ATUAÇÃO DO INIBIDOR DA SÍNTESE DE ÓXIDO NÍTRICO SOBRE A AÇÃODA NEUROTOXINA 6-HIDROXIDOPAMINA É DEPENDENTE DA GRAVIDADEDA LESÃO INDUZIDA

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com o grupo experimental. A densidade de células eterminais marcados nos animais com lesão neoestriatalque receberam L-NOARG (40mg/kg, sub-crônico) nãofoi diferente da observada nos animais do grupo con-trole, sugerindo um efeito protetor pela inibição daNOS. Quanto à avaliação do decurso temporal da le-são causada pela toxina 6-OHDA, os resultados mos-traram diminuição na imunorreatividade na área teg-mental ventral e na substancia negra compacta late-ral, às 24 horas e na substância negra compacta por-ções medial e lateral às 96, horas apenas nos animaisque receberam aplicação de 6-OHDA acompanhadade tratamento com salina i.p. Não foram observadasalterações significantes em tempos posteriores de sa-crifício. Finalmente, a análise imunocitoquímica paraNOS evidenciou aumento na densidade de neurôniosmarcados no núcleo caudado/putâmen ipsi e contralaterais e também diminuição na área tegmental ven-tral ipsilateral em ambos os modelos de lesão. A lesãono feixe induziu ainda uma diminuição da densidadede células marcadas para NOS no núcleo acumbense substância negra compacta ipsi laterais à lesão. Adi-

cionalmente, um aumento da densidade de neurôniosmarcados no núcleo caudado/putâmen foi observadojá nas primeiras 24 horas após a lesão, já a diminuiçãoao nível dos corpos neuroniais da substância negra eárea tegmental ventral foi observada apenas após 20dias de aplicação da toxina. O tratamento sub-crônicocom L-NOARG 40mg/kg não modificou os efeitos dalesão no feixe prosencefálico medial sobre a densida-de de neurônios marcados para NOS. Em contrapar-tida, a densidade de neurônios marcados para NOSno núcleo caudado e na área tegmental ventral emanimais com lesão no neoestriado que receberam oL-NOARG não diferiu da observada nos controles. Otratamento agudo com L-NOARG 100mg/kg tam-bém promoveu uma reversão do efeito da lesão noaumento da densidade de células marcadas no cauda-do/putâmen às 24 horas e também em um aumento noglobo pálido interno às 96 horas. Em conclusão, estesresultados indicam que a influencia da inibição do NOna lesão da via nigroestriatal depende da extensão dalesão induzida e sugerem um possível papel tóxico doNO na evolução do processo degenerativo.

ZnDPBG e ZnPPIX é em parte mediada pela ativa-ção do sistema GC-GMPc. No presente trabalho tam-bém avaliamos a participação do glutamato comomodulador da secreção de ANP e OT. Os resultadosdemonstram que a estimulação do receptor NMDAaumenta a atividade NOS e a secreção de ANP eOT. A inibição do receptor NMDA com o uso de umantagonista específico (CPP) bloqueou o aumento dasecreção de ANP e OT induzido pela hiperosmolali-dade, sugerindo que a secreção de ANP e OT é medi-ada pela ativação do receptor NMDA. Apresentamostambém, evidências experimentais do papel do cálciosobre a secreção de ANP. O uso de um quelante decálcio extracelular (EGTA) diminuiu enquanto oionóforo de cálcio (ionomicina) aumentou a secreçãode ANP em condição isomótica bem como hiperos-mótica pelo hipotálamo basal in vitro e em cultura deneurônios hipotalâmicos. Em conclusão, este estudodemonstra o papel dos sistemas NO/CO, cálcio e glu-tamato na modulação da secreção do ANP e OT peloBH sob estimulação osmótica.

Dayane Aparecida GomesOrientador: Prof. Dr. José Antunes RodriguesTese de Doutorado apresentada em 23/05/2006

Neste estudo, investigamos a participação domonóxido de carbono (CO) e do óxido nítrico comomodulador da secreção do peptídeo natriurético atrial(ANP) e ocitocina (OT) pelo hipotálamo anterior emédio basal (HB) em condições de iso e hiperosmola-lidade. Os resultados demonstram que a hiperosmola-lidade induz aumento significativo na liberação de ANPe OT. O uso de doador de NO, inibe tanto a liberaçãode ANP como de OT induzida pela hiperosmolalidadee esta resposta é mediada pela ativação da guanilatociclase (GC) e geração de GMPc. Ainda, a inibiçãoda heme-oxigenase com ZnDPBG e ZnPPIX deter-minou aumento significativo na atividade da NOS ediminuição da secreção de ANP e OT em condiçãoisosmótica e durante a estimulação hipertônica. A ini-bição da secreção hormonal é bloqueada com o usodo inibidor da GC sugerindo que a ação inibitória do

MODULADORES ENVOLVIDOS NA LIBERAÇÃO DO PEPTÍDEO NATRIURÉTI-CO ATRIAL (ANP) E OCITOCINA (OT) EM RESPOSTA A ESTIMULAÇÃOOSMÓTICA DO HIPOTÁLAMO BASAL in vitro

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Maria Camila AlmeidaOrientador: Prof. Dr. Luiz G. de Siqueira BrancoTese de Doutorado apresentada em 08/06/2006

A presente tese está dividida em dois estudosprincipais, No Estudo Nº 1 (Participação do LC nocontrole da atividade termoefetora autonômica durantea resposta febril em ratos), nós estudamos o envolvi-mento do principal núcleo noradrenérgico do sistemanervoso central, o locus coeruleus (LC), na febre in-duzida por lipopolissacarídeo (LPS). Ratos Wistar ti-veram o LC completamente destruído por lesõeseletrolíticas ou os neurônios catecolaminérgicos des-truídos pela lesão química seletiva com 6-hidroxidopa-mina (6-OHDA); os controles foram submetidos à le-são fictícia do LC. Tanto a lesão eletrolítica quanto alesão com 6-OHDA resultou em atenuação da res-posta febril induzida pelas doses de 1 e 10 µg/kg deLPS, em ratos expostos à temperatura ambiente (Ta)de 23ºC. Como as lesões química e eletrolítica produ-ziram resultados semelhantes, os experimentos subse-qüentes foram realizados em animais com lesão eletrolí-tica. Os níveis de prostaglandina (PG) E2, mediadorfinal da sinalização aferente durante a febre, aumen-taram de maneira semelhante na região anteroventraldo terceiro ventrículo de ratos controle e com lesão doLC, indicando que este núcleo não está envolvido nosmecanismos de sinalização aferente durante a febre.A fim de investigar a participação do LC na via termor-regulatória eferente, a resposta termorregulatória àPGE2 (25 ng, i.c.v.) foi estudada em ratos expostos aTa subneutra (23ºC, quando a febre ocorre devido àativação da termogênese) ou neutra (28ºC, quando afebre ocorre devido à vasoconstrição periférica). Oaumento no consumo de oxigênio (índice de termogê-nese) e Tc induzidos por PGE2 foram atenuados emratos com lesão do LC expostos à Ta subneutra (23°C).A febre induzida por PGE2 (que foi acompanhada devasoconstrição periférica), foi semelhante em ratoscontrole e com lesão do LC expostos à Ta de 28°C. Osratos com lesão do LC mostraram-se perfeitamentecapazes de aumentar o consumo de oxigênio em res-posta a infusão de norepinefrina e manter a Tc em res-posta a exposição ao frio. Nossos resultados mostramque os neurônios catecolaminérgicos do LC fazem partede uma via neuronial termoefetora que é especifica-mente ativada por pirogênios (como LPS e PGE2) paraaumentar a termogênese e desenvolver febre.

No Estudo Nº 2 (Efeito das lesões de áreashipotalâmicas na termorregulação comportamental emratos), o envolvimento de três estruturas hipotalâmicas– área pré-óptica (POA), núcleo paraventricular(PVN) e núcleo dorsomedial (DMH) – no comporta-mento de seleção da temperatura ambiente (Ta) depreferência foi estudado em ratos em um gradiente detemperatura (Ta de 15 a 30°C). Os ratos foram exten-sivamente habituados ao aparato e sofreram lesão ele-trolítica bilateral da POA, PVN e DMH. Outro grupode animais sofreu lesão bilateral química (com ácidoibotênico) do PVN e DMH. Para injeção das drogasfoi implantado um cateter na veia jugular; para medi-das de temperatura corporal (Tc) foi implantado umdatalogger de temperatura na cavidade abdominal dosratos. Mudanças na Tc e Ta de preferência foram ava-liadas em ratos que sofreram estímulo térmico (expo-sição ao frio e calor), químico [injeção de resiniferato-xina (RTX, agonista TRPV1; 0,5 µg/kg I.V.) ou mentol(agonista TRPM8; 50 µg/kg, I.V.)], ou inflamatório [in-jeção de lipopolissacarídeo (LPS nas doses de 10 ou5.000 µg/kg, I.V.)]. Nos animais controle (lesão fictí-cia) a exposição ao frio, injeção de mentol e LPS nadose de 10 µg/kg induziram comportamento de procu-ra por calor, enquanto que exposição ao calor, injeçãode RTX e LPS na dose de 5.000 µg/kg induziram com-portamento de procura por frio. As respostas com-portamentais induzidas por exposição ao frio e calor, in-jeção de mentol e RTX e LPS na dose de 10 µg/kg nãoforam afetadas em animais com lesão eletrolítica da POA,PVN, ou DMH, embora ratos com lesão eletrolítica daPOA apresentaram deficiência termorregulatória au-tonômica durante exposição ao frio e calor e ratos comlesão do DMH apresentaram deficiência termorregula-tória autonômica durante exposição ao frio. O compor-tamento de procura por frio e hipotermia induzidos porLPS na dose de 5.000 µg/kg foi praticamente abolido emanimais com lesão eletrolítica do PVN e DMH (masnão da POA). O comportamento de procura por frioinduzido por LPS foi atenuado em animais com lesãoquímica do DMH, mas não do PVN. Esses resultadosmostram que os corpos celulares localizados no DMH efibras de passagem do PVN participam do comporta-mento de procura por frio induzido por estímulo infla-matório forte, como alta dose de LPS. Confirmandovários estudos anteriores, mostramos que a POA é im-portante para o desenvolvimento de respostas termorre-gulatórias autonômicas, mas não comportamentais.

VIAS EFETORAS NO CONTROLE DA TERMOGÊNESE E TERMORREGULA-ÇÃO COMPORTAMENTAL: PARTICIPAÇÃO DO LOCUS COERULEUS E NÚ-CLEO HIPOTALÂMICO DORSOMEDIAL

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Luciano Gonçalves FernandesOrientador: Prof. Dr. Benedito Honorio MachadoTese de Doutorado apresentada em 14/06/2006

A ativação do quimiorreflexo promove, dentreoutras respostas, aumento da atividade eferente sim-pática que se traduz em aumento da pressão arterial.Vários estudos na literatura mostram que diversasáreas do sistema nervoso central, como o núcleo dotrato solitário (NTS) e o bulbo rostral-ventrolateral(RVLM) estão envolvidas na neurotransmissão e/ouresposta neuromodulação da simpato-excitatória doquimiorreflexo. Estudos de nosso laboratório têm de-monstrado que a resposta pressora à ativação do qui-miorreflexo foi ser bloqueada pelo antagonismo dereceptores do neurotransmissor L-Glutamato no NTSou no RVLM. Diversos estudos têm demonstrado quea angiotensina participa da neurotransmissão excita-tória dos núcleos que fazem parte das vias neurais doquimiorreflexo. No presente estudo avaliamos a parti-cipação de mecanismos angiotensinérgicos na neuro-modulação do componente simpato-excitatório do qui-miorreflexo no NTS e no RVLM, utilizando diferentesabordagens metodológicas: 1) Estudos de microinje-ções do Sartran (antagonista dos receptores de angio-tensina) no RVLM de animais acordados, onde ob-servamos que o bloqueio bilateral dos receptores deangiotensina do RVLM atenuou a resposta pressora àativação do quimiorreflexo em animais acordados,mostrando uma participação destes receptores na neu-romodulação da via simpato-excitatória do quimiorre-

flexo no RVLM. Observamos também que o bloqueiobilateral dos receptores de angiotensina do RVLM nãopromoveu queda da pressão arterial basal em animaisacordados; Este conjunto de resultados nos permiteconcluir que a angiotensina e seus receptores partici-pam da neuromodulação da resposta simpato-excita-tória do quimiorreflexo no RVLM; 2) estudos eletrofi-siológicos em neurônios do NTS dissociados mecani-camente, onde documentamos que a aplicação exó-gena de angiotensina II promove aumento, reduçãoou ausência de alteração tanto na amplitude quantona freqüência correntes excitatórias e inibitórias pós-sinápticas espontâneas; e 3) experimentos eletrofisio-lógicos em neurônios do NTS contidos em fatias hori-zontais do tronco cerebral, os quais sugerem que aaplicação exógena de angiotensina II promove trêspadrões de respostas eletrofisiológicas para os even-tos excitatórios espontâneos e para eventos excitató-rios evocados pela estimulação elétrica do Trato Soli-tário: excitação, inibição ou ausência de alteração. Osresultados dos experimentos de eletrofisiologia docu-mentaram a presença e diferentes padrões de respos-tas à ativação dos receptores de angiotensina no NTS,nos permitindo sugerir que a angiotensina pode pro-mover uma grande diversidade de efeitos nos neurô-nios do NTS. 4) Experimentos em animais acordadossugerem que os receptores de angiotensina do NTSnão participam da resposta simpato-excitatória do qui-miorreflexo em ratos acordados, pois o bloqueio dosreceptores de angiotensina nesse núcleo não alterou aresposta pressora do quimiorreflexo.

MECANISMOS ANGIOTENSINÉRGICOS ENVOLVIDOS NA MODULAÇÃO DOCOMPONENTE SIMPATO-EXCITATÓRIO DO QUIMIORREFLEXO NO BULBOVENTROLATERAL E NO NÚCLEO DO TRATO SOLITÁRIO DE RATOS

EFEITOS DA EXPANSÃO DO VOLUME EXTRACELULAR SOBRE A ATIVAÇÃONEURONAL E SECREÇÃO HORMONAL: MODULAÇÃO PELO EIXOHIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-ADRENAL

Silvia Graciela RuginskOrientador: Prof. Dr. José Antunes RodriguesDissertação de Mestrado apresentada em 29/06/2006

A manutenção constante do volume e da compo-sição dos líquidos corporais, definida como homeosta-se hidreletrolítica, é essencial para a sobrevida dosorganismos. Quando ocorre alguma alteração no meio

interno, o organismo promove ativação de mecanis-mos e vias neurais seletivas para o controle da inges-tão e excreção de água e eletrólitos, visando manter acomposição e o volume dos líquidos corporais compa-tíveis com a adequada manutenção das funções orgâ-nicas. Os neurônios magnocelulares, localizados nosnúcleos paraventricular (NPV) e o supra-óptico (NSO)do hipotálamo, estão sabidamente envolvidos nos meca-

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nismos que controlam a homeostase hidreletrolítica.Estes núcleos hipotalâmicos são responsáveis pela sín-tese e liberação dos hormônios vasopressina (AVP) eocitocina (OT) que, juntamente com o peptídeo na-triurético atrial (ANP), estão envolvidos nas respos-tas renais a alterações do volume ou da osmolalidadedo líquido extracelular (LEC). Além disso, estudos de-senvolvidos anteriormente em nosso laboratório suge-riram que essas alterações são estímulos potencial-mente estressores, capazes de levar à ativação do eixohipotálamo-hipófise-adrenal (HHA). Portanto, o pre-sente trabalho visou avaliar o padrão de resposta hor-monal e ativação dos neurônios magnocelulares doNPV e NSO no modelo experimental que utiliza a ex-pansão do volume extracelular (EVEC), procurandodestacar a participação do eixo HHA na mediaçãodestas respostas. Os resultados apresentados mostramque a EVEC isotônica (NaCl 0,15M, 2ml/100g p.c.,e.v.) promoveu aumento na secreção de OT, ANP ecorticosterona, e diminuição na secreção de AVP, en-quanto que a EVEC hipertônica (NaCl 0,30M, 2ml/100g p.c., e.v.) promoveu aumento nas concentraçõesplasmáticas de AVP, OT, ANP e corticosterona. Am-bos os tipos de EVEC também promoveram aumentona ativação de neurônios magnocelulares ocitocinér-

gicos localizados no NPV e NSO. O pré-tratamentocom dexametasona (1mg/kg i.p.), um glicocorticóidesintético, foi capaz de inibir a secreção de OT, bemcomo a ativação neuronal desencadeada pela EVECisotônica e hipertônica. A adrenalectomia prévia (5-7dias antes do experimento), contudo, foi capaz depotencializar a secreção de OT observada em res-posta a ambos os tipos de EVEC. Os resultados mos-tram ainda que a administração prévia de dexameta-sona não alterou a secreção de AVP em resposta àEVEC isotônica ou hipertônica, apesar de ter exerci-do um efeito aparentemente inibitório sobre a ativa-ção dos neurônios magnocelulares vasopressinérgicosdo NPV e NSO. A adrenalectomia preveniu a quedana secreção de AVP normalmente observada em res-posta à EVEC isotônica, não alterando os valores ob-servados em resposta à EVEC hipertônica. Por suavez, a secreção do ANP não foi modificada pelo pré-tratamento com dexametasona ou pela adrenalecto-mia prévia. Em conjunto, esses dados sugerem que aativação do eixo HHA exerce um controle diferen-ciado sobre a síntese e secreção dos hormôniosneuro-hipofisários OT e AVP e que esta ativação nãoinflui no controle da secreção de ANP em resposta àEVEC.

como “tester” e cDNA de raiz, caule, folha, sépala epétala como “driver”. Para validar a biblioteca, utili-zou-se uma sonda para o gene de uma metiltransferase,específico de pistilo, previamente identificado e ca-racterizado por nosso grupo de trabalho (ANGELO,2001). Após esta validação, foram seqüenciados 1651clones, gerando 984 ESTs com valor de Phred/Phrap> 20. Estas, foram agrupadas pelo CAP3, resultandoem 147 singlets e 81 contigs. Alguns desses agrupa-mentos eram redundantes entre si, totalizando 192transcritos distintos. A análise dessas seqüências, usan-do os programas BlastX e BlastN, mostrou que 128seqüências eram similares a outras já caracterizadas

Henrique Cestari De PaoliOrientadora: Profa.Dra.Maria Helena Souza GoldmannDissertação de Mestrado apresentada em 11/04/2006

O sucesso da reprodução das plantas dependeda função do pistilo em receber e discriminar os grãosde pólen, tanto quanto proporcionar as condições apro-priadas para o crescimento do tubo polínico. Identifi-car e caracterizar genes especificamente expressosno pistilo são a chave para um melhor entendimentodesses processos ao nível molecular. Com esse pro-pósito, foi construída uma biblioteca subtrativa supri-mida (SSH1) utilizando cDNA de estigma/estilete

GENÉTICA

ANÁLISE DA EXPRESSÃO GÊNICA NO PISTILO DE NICOTIANA TABACUM :IDENTIFICAÇÃO DE GENES ESPECÍFICOS POR HIBRIDIZAÇÃO SUBTRATIVAE CARACTERIZAÇÃO TEMPORAL E CELULAR

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

e depositadas em bancos de dados internacionais. Poroutro lado, 21 seqüências codificavam proteínas hipo-téticas e 43 não tinham similaridade significativa, re-sultando em 33,3% de seqüências novas. Uma análiseadicional no banco de dados TOBEST (TOBaccoESTs), que é constituído de 4.930 transcritos de estig-ma/estilete de Nicotiana tabacum, demonstrou iden-tidade com somente 100 transcritos, enquanto que as92 seqüências restantes (47,9%) não haviam sido ain-da identificadas no estigma/estilete dessa planta e, tal-vez, correspondam a transcritos de baixa abundância.A análise in silico de sublocalização celular, feita apartir da tradução dos transcritos, revelou que a maio-ria das proteínas (24,16%) estava sendo direcionadapara o meio extracelular/membrana plasmática, alémdas proteínas que estavam sendo direcionadas para ocitoplasma, vacúolo, núcleo, mitocôndria, cloroplasto eretículo endoplasmático. Para confirmar a expressãodiferencial dos genes identificados na biblioteca, cincoclones foram selecionados para a análise por RT-PCRem tempo real, validando a expressão preferencial deestigma/estilete de quatro transcritos, e preferencialde órgão reprodutor dos cinco genes. Dentre estes, otranscrito (NtHT) com homologia ao gene da proteínaHT de N. alata, se mostrou específico de pistilo e temuma expressão mais de 50 vezes maior no estigma/estilete quando comparado ao ovário. Ao mesmo tem-po, o estigma/estilete de plantas transgênicas STIG1:

Barnase, nas quais a zona secretória do estigma estáausente, demonstrou uma expressão significativamentemenor que a das plantas selvagens. Isto sugere a pre-sença deste transcrito, de uma forma preferencial, nascélulas que compõem este tecido deletado. Adicional-mente, a análise da expressão deste gene, durante osdoze estágios do desenvolvimento floral, exibiu umpadrão transcricional desde o estágio 6 até o estágio12, com um nível máximo de expressão no estágio 10.Paralelamente, foram realizados experimentos de hi-bridização in situ e detectou-se a presença deste trans-crito nos tecidos especializados do pistilo, atravessa-dos pelo tubo polínico durante seu crescimento em di-reção ao óvulo. Similarmente, visualizou-se um fortesinal nas células do tegumento externo do óvulo, pró-ximo à micrópila, que interagem com a superfície dotubo polínico, além do funículo e da parede do carpelo,de papel principalmente estrutural.

Dessa forma, foi proposta uma direção, em fun-ção dos mecanismos que coordenam a interação pó-len-pistilo, principalmente no estigma úmido. Além dis-so, foi feita a caracterização molecular do gene NtHT,homólogo ao gene NaHT, previamente proposto comoenvolvido na auto-incompatibilidade em N. alata. En-tretanto, nossos resultados sugerem uma função maisgeral do produto desse gene na reprodução de plan-tas, assim como para a reprodução de N. tabacum,uma espécie auto-compatível.

específicas será crucial para a identificação de novosalvos terapêuticos e estratégias de prevenção. Osobjetivos do trabalho foram analisar o espectro muta-cional da região codificadora do gene PTEN em qua-renta amostras de tumores e processos pré-neoplási-cos da mama humana, bem como avaliar o perfil demetilação da região promotora do gene MLH1 nasmesmas amostras. Para análise do gene PTEN osnove éxons foram amplificados por PCR e posterior-mente analisados por SSCP, porém não foram encon-tradas alterações no padrão de migração. Para avali-ar o perfil de metilação do MLH1, foi utilizado o mé-todo de PCR por metilação específica. Nosso resulta-do apresentou metilação em quatro amostras do gru-po de processos pré-neoplásico e três amostras decarcinomas ductais infiltrantes. Desta forma, pode-

Nacibe AbutrabOrientadora: Profa. Dra. Cacilda CasartelliDissertação de Mestrado apresentada em 02/05/2006

O câncer de mama é o mais freqüente em inci-dência e mortalidade no sexo feminino. O número decasos novos de câncer de mama esperados para oBrasil em 2006 é de 48.930, com um risco estimadode 52 casos a cada 100 mil mulheres. A carcinogêne-se constitui-se um processo de múltiplos passos, ca-racterizado pela ocorrência ou acúmulo de alteraçõesgenéticas e epigenéticas. O perfil particular dessasalterações em cada tumor é responsável pela hetero-geneidade no comportamento tumoral e pelas diferen-tes respostas ao tratamento, observadas em cada pa-ciente. O conhecimento das alterações moleculares

ESTUDOS MOLECULARES DE TUMORES E PROCESSOS PRÉ-NEOPLÁSICOSDA MAMA HUMANA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Eleonidas Moura LimaOrientadora: Profa.Dra. Cacilda CasartelliTese de Doutorado apresentada em 03/05/2006

Em princípio, o câncer origina-se através de al-terações genéticas e epigenéticas que ocorrem emgenes específicos em determinado tipo celular. A ocor-rências dessas alterações envolve ganho de função,se acometem oncogenes, perda, se ocorrem em ge-nes supressores de tumor, e comprometimento da ma-nutenção da integridade genômica, caso os genes afe-tados sejam os genes de reparo do DNA. O câncergástrico é o terceiro mais freqüente tumor maligno nomundo. No Brasil, estima-se que em 2006 ocorrerãoaproximadamente 23.200 casos novos. Segundo a clas-sificação de Laurén, eles são divididos em: adenocar-cinoma gástrico tipo intestinal e tipo difuso. Estudossugerem que há duas vias para a carcinogênese gás-trica humana envolvendo classes de genes que so-frem alterações genéticas e epigenéticas: a via muta-dora, que envolve genes relacionados direta ou indi-retamente com mecanismo de reparo do DNA, e avia supressora, que engloba genes relacionados commecanismo de supressão tumoral. O presente estudoavaliou alterações genéticas e epigenéticas em cân-cer gástrico de prováveis genes envolvidos tanto navia mutadora quanto na via supressora. A avalia-ção genética consistiu na triagem mutacional por PCR-SSCP do gene PTEN e posterior confirmação damutação por seqüenciamento. Como o gene PTEN éconsiderado um gene supressor de tumor, ele prova-velmente participaria da via supressora na carcino-gênese gástrica. Porém nossos resultados corroborama hipótese, que alterações somáticas no gene PTEN

são eventos raros em câncer gástrico. A avaliaçãoepigenética foi realizada por meio do estudo do pa-drão de metilação do DNA dos genes DNMT3A,DNMT3B, DNMT3L, MLH1, PMS2, MSH2, MSH6,ANAPC1, RUNX, TP53 e P16 por Metilação PCRespecífica e seqüenciamento para controle positivo.Analisamos e correlacionamos o perfil de metilaçãodas DNAmetiltransferases de novo com alteração nopadrão de metilação do DNA dos demais genes emestudo, pois geralmente as regiões de ilha CpG são“protegidas” do processo de metilação nos tecidos nor-mais e “desprotegidas” em tecido tumoral. As DNA-metiltransferases de novo metilam DNA livre de ra-dical metil. Nossos resultados sugerem a ausência daassociação entre o perfil de metilação das DNA-me-tiltransferases de novo e o perfil de metilação dosgenes em estudo. Outro ponto em nosso estudo foianalisar prováveis genes participantes da via muta-dora e via supressora para testar a aplicabilidadedesse modelo em relação ao fenômeno epigenético.Sugerimos que não há distinção entre adenocarcino-ma gástrico tipo intestinal e tipo difuso em relação aosprováveis genes participantes da via mutadora. Emrelação à via supressora, sugerimos que o geneRUXN3 deve ser utilizado como marcador genéticona distinção entre adenocarcinoma gástrico tipo intes-tinal e tipo difuso. Assim, o entendimento da caracte-rização das alterações genéticas e epigenéticas nosgenes envolvidos na carcinogênese gástrica é rele-vante, pois a aquisição desses conhecimentos poderáser útil na elaboração de intervenções terapêuticas.Por esse motivo, faz-se necessária uma melhor com-preensão desses genes e suas vias na carcinogênesegástrica.

mos sugerir que mutações no gene PTEN não repre-sentam pontos críticos para a gênese e evolução nocâncer de mama esporádico, e que a hipermetilação

da região promotora do gene MLH1, além de partici-par da progressão pode também estar envolvida nagênese do câncer de mama.

ESTUDOS GENÉTICOS E EPIGENÉTICOS EM ADENOCARCINOMA GÁSTRICO

As proteínas vitelogenina (Vg) e lipoforina (Lp),e seus respectivos receptores (VgR e LpR) estãoenvolvidos nos processos reprodutivos. Em alguns in-

Karina Rosa Guidugli LazzariniOrientadora: Profa.Dra. Zilá Luz Paulino SimõesTese de Doutorado apresentada em 03/05/2006

EXPRESSÃO GÊNICA DAS PROTEÍNAS VITELOGENINA E LIPOFORINA E SEUSRECEPTORES NAS FASES VITELOGÊNICAS E NÃO VITELOGÊNICAS DE APISMELLIFERA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

setos, tanto a Vg quanto a Lp são incorporadas atra-vés de endocitose mediada por receptores, e estoca-das como proteínas do ovo pelos ovócitos em cresci-mento. O presente trabalho teve como objetivo anali-sar a expressão dos genes vg, lp, lpr e vgr em operá-rias de Apis mellifera com enfoque na reprodução.Inicialmente, os genes lp, lpr e vgr foram identifica-dos e caracterizados. Além disso, aspectos da síntesee regulação da Vg também foram investigados. Emrelação ao gene vg, os nossos resultados indicam queeste apresentou uma cópia única no genoma das abe-lhas melíferas. O mRNA de vg foi encontrado apenasnos ovários de rainhas. Larvas de ambas as castas esexos também expressaram vg, o que sugere que aVg pode desempenhar funções adicionais além de seupapel reprodutivo. Tratamentos hormonais in vivomostraram que um acréscimo das concentrações de20–hidroxiecdisona promoveram uma diminuição dosníveis do mRNA de vg. Em operárias adultas, o silen-ciamento do gene vg causou um significante aumentodos títulos de hormônio juvenil, o que indica que a Vgpode participar na dinâmica hormonal. Em relação aLp, verificamos que o mRNA de lp apresentou umtamanho de cerca de 10 kb e que foi expresso no cor-po gorduroso e em vários tecidos. O mRNA de lptambém foi detectado em todas as fases do desenvol-vimento pré–imaginal de operárias. A proteína Lp foiencontrada em ovários e embriões, o que sugere queLp pode funcionar como uma proteína do ovo nas abe-lhas melíferas. Adicionalmente, o anticorpo anti – Lp

de Apis mellifera foi capaz de reconhecer as subuni-dades da Lp de diversas espécies de abelhas brasilei-ras sem ferrão. Os efeitos de fatores nutricionais so-bre a expressão de vg e lp mostraram que uma dietasem proteínas causou uma diminuição dos níveis domRNA de vg. Por outro lado, não alterou os níveis deexpressão de lp em operárias adultas. O gene lprapresentou duas formas variantes que diferiram quantoao domínio O–linked sugar. A forma variante menor(lpr –) foi encontrada apenas no cérebro, enquantoque a forma variante maior (lpr +) foi detectada emtodos os outros tecidos e ao longo de todo o desenvol-vimento pré–imaginal de operárias. A expressão teci-do–específica de vgr mostrou que este está presenteapenas nos ovários e glândulas hipofaríngeas de ope-rárias. Finalmente, os níveis do mRNA de vg, lp, lpre vgr foram avaliados no corpo gorduroso e/ou ovári-os de operárias órfãs durante o processo de ativaçãode seus ovários. O aumento dos títulos de Vg nahemolinfa de operárias que apresentaram ovários ati-vados está relacionado com um aumento dos níveisdo mRNA de vg no corpo gorduroso. O mRNA de lpe de vgr foram detectados em maiores níveis nos ová-rios ativados. Já, não foram observadas diferenças nosníveis do mRNA de lpr tanto no corpo gorduroso quan-to nos ovários, independente da ativação dos ovários.Assim, os nossos resultados esclarecem novas fun-ções da Vg e abrem novas possibilidades de estudarLp, LpR e VgR na reprodução e nos demais proces-sos biológicos em Apis mellifera.

so e as conseqüências funcionais da perda de neurô-nios podem explicar a severidade dos tumores cere-brais. A formação dos tumores do cérebro humano éum processo complexo, envolvendo um acúmulo dealterações genéticas. Os genes supressores de tumorestão envolvidos na formação de tumores. Sua perda,inativação ou disfunção leva a célula a se dividirdesordenadamente, surgindo assim tumores e neopla-sias no local onde elas ocorrem. O objetivo deste tra-balho foi fazer uma triagem de ocorrência de polimor-fismos conformacionais no gene supressor de tumorPTEN em 50 amostras de tumores de Sistema Ner-voso. Nenhuma alteração mutacional foi encontrada.Nossos resultados se assemelham aos da literatura

Aline Cuadurin CustódioOrientadora: Profa. Dra. Cacilda CasartelliDissertação de Mestrado apresentada em 04/05/2006

O câncer é uma doença potencialmente letal.Os tumores se desenvolvem em células que estão sedividindo. Sua iniciação ou progressão está associadacom o acúmulo de alterações genéticas. Essas altera-ções podem ser aberrações cromossômicas, mutações,polimorfismos e modificações epigenéticas. O câncerse desenvolve quando mecanismos de defesa do or-ganismo sofrem alterações. Os tumores do sistemanervoso representam aproximadamente 2% de todosos tipos de câncer. O papel central do sistema nervo-

AVALIAÇÃO MOLECULAR DO GENE_SUPRESSOR DE TUMOR PTEN EMTUMORES DE SISTEMA NERVOSO

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Gustavo Rodrigues Makert dos SantosOrientador: Prof. Dr. Klaus HartfelderTese de Doutorado apresentada em 04/05/2006

A participação do componente genético na de-terminação de castas em Melipona é motivo de mui-ta controvérsia, mesmo meio século após sua desco-berta. Como a hipótese de determinação genética decastas em Melipona ainda não havia passado por umteste experimental criterioso (suporte apenas por evi-dências circunstanciais), adaptamos a metodologia deAFLP para tentar solucionar esta questão intrigante.Após otimizarmos os parâmetros da metodologia paraMelipona, resultados de AFLP (~630 marcadores porcolônia) revelaram um alto grau de polimorfismo ge-nético (44%) nas colônias, sendo que, o polimorfismointracolonial variou de 27-38%. Como a monoginia emonandria foram comprovadas em nossos experimen-tos por análise de microssatélites, este alto grau depolimorfismo intracolonial poderia ser resultado de umaelevada freqüência de recombinação, conforme ob-servado em Apis mellifera.

Como conclusão principal propomos um novomodelo para determinação de castas no gênero Meli-pona, baseado nos resultados da análise de AFLPscom três combinações de primers, em 580 abelhas de

4 colônias de Melipona quadrifasciata. A análisedos resultados revelou a existeência de fêmeas (~25%)que possuem somente marcadores “ligados à castarainha”, fêmeas (~15%) que apesar de possuíremmarcadores “ligados à casta rainha”, possuem tam-bém marcadores “ligados à casta operária”, fêmeas(~30%) que somente possuem marcadores “ligados àcasta operária”, e por fim, fêmeas (~30%) que nãopossuem nenhum marcador “ligado à casta”. Apenasas fêmeas (~25%) que possuem somente marcado-res “ligados à casta rainha” podem, sob condições ade-quadas (fatores tróficos), tornarem-se rainhas. Todasas outras fêmeas (~75%) tornar-se-ão operárias. En-tão “gene(s) ligado(s) à casta das operárias”, junta-mente com “gene(s) ligado(s) à casta da rainha”, fa-riam parte de um sistema de ações pleiotrópicas, ouseja, seus produtos teriam atuações múltiplas sobrediversos tecidos e contextos, inclusive sobre outrosgenes (silenciamento de genes, por exemplo), ondeum dos resultados seria a determinação genética decastas em Melipona quadrifasciata. Portanto, nos-sos resultados indicam que um modelo envolvendovários loci (sistema multilocus) explicaria melhor oprocesso de determinação de castas em Meliponaquadrifasciata, que o tradicional modelo genéticoMendeliano de dois-loci-dois-alelos.

em relação à ausência de alterações no gene PTENem tumores benignos; em relação aos glioblastomas,a literatura cita uma alta freqüência de alterações nogene PTEN, mas não encontramos nenhuma altera-

ção nas 9 amostras estudadas. Outro mecanismo comopor exemplo a metilação da região promotora, poderiaestar envolvido na inativação desse gene nos tumoresanalisados.

GENÉTICA DA DETERMINAÇÃO DE CASTAS EM MELIPONA QUADRIFASCIA-TA (HYMENOPTERA: APOIDEA)

ALTERNATIVAS PARA SELEÇÃO DE TOUROS DA RAÇA NELORE CONSIDE-RANDO CARACTERÍSTICAS MULTIPLAS DE INTERESSE ECONÔMICO

José Eduardo do ValOrientadora: Profa.Dra. Maria Armênia R.de FreitasTese de Doutorado apresentada em 25/05/2006

Este estudo foi desenvolvido a partir de infor-mações das avaliações genéticas de touros perten-centes a rebanhos participantes do Programa de Me-lhoramento Genético da Raça Nelore (PMGRN-Nelore Brasil), que desenvolve, desde 1995, um teste

de progênie denominado Reprodução Programada(RP), o qual tem como finalidade principal de disponi-bilizar animais com valores genéticos mais confiáveisno mercado de reprodutores. Assim, as DiferençasEsperadas nas Progênies (DEPs) de 234 touros parti-cipantes da RP no período de 1996 a 2003 foram ana-lisadas com os seguintes objetivos: 1- Avaliar o méritogenético dos touros ao longo dos anos, utilizando re-gressão linear entre a DEP e ano de participação do

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

touro na RP para as características, peso aos 120 e 210dias, efeitos direto e materno (DDPP120, DDPP210,DMPP120 e DMPP210); peso e perímetro escrotalaos 365 e 450 dias, efeito direto (DDP365, DDP450,DDPE365 e DDPE450) e idade ao primeiro parto(DDIPP); 2- Identificar, por meio de abordagens mul-tivariadas, grupos de animais cujas DEPs apresentempadrões de semelhança, assim como discriminar asvariáveis que mais influenciam na divisão dos grupos,numa tentativa de auxiliar a tomada de decisão nossistemas de produção de bovinos de corte, com vistasa maximizar a produtividade. Os procedimentos multi-variados de análises de agrupamento e componentesprincipais foram aplicados às DEPs de sete caracte-rísticas (DMPP120, DMPP210, DDPP365, DDPP450,DDPE365, DDPE450 e DDIPP). As análises foramprocessadas com o auxílio do software Statistica(STATSOFT, 2004). As tendências genéticas dasDEPs relacionadas com as características de fertili-dade, DDPE365, DDPE450 e DDIPP, mostraram pro-gressos genéticos de 0,051 e 0,061 cm e -0,026 mêspor ano respectivamente, enquanto que DDPP450 foià característica que obteve maior ganho genético den-

tre as DEPs de crescimento, 1,467 kg/ano. Com refe-rência às abordagens multivariadas, a análise de agru-pamento k-médias foi aplicada e o resultado envol-vendo três grupos foi o melhor obtido, dos quais doisse destacaram quanto aos valores médios das DEPs.A importância desses dois grupos de touros foi confir-mada pela análise de componentes principais que as-sociou a eles valores superiores de DEPs diretas depeso e perímetro escrotal. A quantidade de variabili-dade original retida pelos dois primeiros componentesprincipais foi de 70,22%. Foram observados progres-sos genéticos nos touros da Reprodução Programadapara todas as características durante o período estu-dado, indicando que a estratégia de seleção praticadavem sendo efetiva e evidenciando a importância dacontribuição dos touros da RP para o melhoramentodas características reprodutivas e de crescimento daraça Nelore. Neste estudo pode-se verificar o poderclassificatório e discriminatório das análises de agru-pamentos e componentes principais, o que muito podecontribuir na classificação de touros, facilitando a se-leção de animais em Programas de MelhoramentoGenético.

(em torno de 22 nucleotídeos) RNAs não codificado-res de proteínas encontrados em diferentes organis-mos. Esses pequenos RNAs atuam regulando negati-vamente a expressão gênica no nível pós-transcrição.Os microRNAs têm papel importante em diversas viasregulatórias, incluindo o controle do desenvolvimento,diferenciação de células hematopoéticas, apoptose,proliferação celular e organogênese. A análise da es-trutura secundária mostrou o Harpin-Stem Loop, es-trutura característica do pré-microRNA. A validaçãoexperimental usando PCR em tempo real detectou apresença do microRNA maduro em medula óssea nor-mal, baço e leucemias agudas e crônicas, e ausênciaem outros tecidos. O PCR em tempo-real dos trans-critos primários, usando sondas específicas para as duasisoformas, demonstrou uma expressão mais elevadaem uma delas. Usando o método de RACE (RápidaAmplificação das Extremidades do cDNA) foi defini-da a região 5’ e 3’ do gene do microRNA miR-223.Neste trabalho nós caracterizamos a estrutura do genedo microRNA miR-223 e seus possíveis sítios de re-gulação de transcrição da região promotora.

Kelson Roberto KodamaOrientador: Prof. Dr. Wilson Araújo da Silva Jr.Tese de Doutorado apresentada em 06/06/2006

Os dados iniciais deste trabalho foram geradosa partir de análises computacionais (in silico) prelimi-nares. Foi realizada a anotação dos grupos gênicos(clustrers) oriundos de um banco de seqüênciasORESTES de leucemia mielóide crônica (LMC) e leu-cemia mielóide aguda (LMA). Uma das análises iden-tificou um cluster de três ORESTES alinhando emXq12, com a possibilidade de se tratar de um novogene, em uma etapa posterior, foram desenhadosprimers nas extremidades da região de predição paraa validação experimental por meio de RT-PCR. Como seqüenciamento dos fragmentos gerados a partir doRT-PCR foram identificadas duas formas alternativasdo gene. Foi encontrada uma homologia com seis se-qüências de primatas depositadas no genebank deno-minadas miR-223, com identidade absoluta de 37 nu-cleotídeos contendo a região referente ao microRNAmaduro. Os microRNAs são uma família de pequenos

CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUTURA DO GENE DO microRNA miR-223: UMmicroRNA AMPLAMENTE EXPRESSO EM CÉLULAS HEMATOPOÉTICAS

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Wellington de Paula MartinsOrientador: Prof. Dr. Rui Alberto FerrianiDissertação de Mestrado apresentada em 10/04/2006

Objetivo: Determinar se, uma semana após atransferência de embrião (TE), a medida da espessu-ra ou volume endometrial através da ultra-sonografiatridimensional (US3D) pode predizer gravidez.

Métodos: A espessura e o volume endome-trial foram medidos de 40 pacientes, uma semana apósa TE. O volume endometrial foi obtido pelo softwareVOCAL™. Estes resultados foram comparados como teste de detecção da fração beta da gonadotrofinacoriônica humana (β-hCG) no soro, executado umasemana após.

Resultados: Uma diferença significante entreos dois grupos foi notada tanto para a espessura quantopara o volume endometrial: grávida (n=18): 11.15 ±2.75mm; 6.49 ± 1.97mL, não grávida (n=22): 9,77 ±

1,85mm; 3,40 ± 1,11mL (média ± desvio padrão). Aanálise da curva ROC (receiver operating charac-teristic) mostrou que o melhor ponto de corte para aespessura endometrial foi de 10.3 mL (sensibilidadede 72,2% e especificidade de 77,3%) e para o volumeendometrial foi de 3,48 mL (sensibilidade de 100% eespecificidade de 68.2%). A área sob a curva ROCfoi significativamente mais alta (p= 0,027) para o vo-lume de endometrial. Nenhuma gravidez foi encon-trada em mulheres que tiveram um volume de endo-metrial abaixo de 3,8mL (15 pacientes) ou espessuraabaixo de 7,9 mm (3 pacientes).

Conclusões: O volume e a espessura endo-metrial uma semana após a TE são significativamentemaiores em mulheres grávidas, e esta diferença foimais evidente para o volume de endometrial. É prová-vel que esta diferença ocorra devido ao ingurgita-mento endometrial que ocorre no período próximo àimplantação.

GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

ULTRA-SONOGRAFIA TRIDIMENSIONAL PARA ANÁLISE DE VOLUMEENDOMETRIAL DE PACIENTES SUBMETIDAS À FERTILIZAÇÃO in vitro UMASEMANA APÓS A TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES

nência urinária de esforço por hipermobilidade uretral.Avaliar o grau de satisfação com o tratamento e veri-ficar se a função muscular do assoalho pélvico influ-encia na qualidade de vida e no grau de satisfaçãocom o tratamento.

Pacientes e Métodos: Vinte e cinco mulhe-res com idade entre 26 e 50 anos (média: 41,04±5,85anos) e incontinência urinária de esforço por hiper-mobilidade uretral foram submetidas à cinesioterapiado assoalho pélvico por um período de seis meses.Utilizamos a avaliação funcional do assoalho pélvicopor meio da palpação digital transvaginal e do peri-

Elaine Cristine Lemes Mateus de VasconcelosOrientador: Prof.Dr. Maurício M. Sabino de FreitasDissertação de Mestrado apresentada em 28/04/2006

Introdução: A cinesioterapia do assoalhopélvico constitui uma forma recomendada de trata-mento conservador para a incontinência urinária, po-rém os seus efeitos na função muscular e na qualida-de de vida não estão bem estabelecidos.

Objetivos: Avaliar o efeito da cinesioterapiana função muscular do assoalho pélvico, na qualidadede vida e na queixa clínica de mulheres com inconti-

EFEITOS DA CINESIOTERAPIA NA FUNÇÃO MUSCULAR DO ASSOALHOPÉLVICO E NA QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES COM INCONTINÊNCIAURINÁRIA DE ESFORÇO POR HIPERMOBILIDADE URETRAL

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Luciano Aparecido PanagioOrientador: Prof. Dr. João Santana da SilvaTese de Doutorado apresentada em 28/04/2006

A resposta do tipo Th1 e a formação de granu-lomas são fundamentais na proteção contra P. brasi-liensis, fungo causador da paracoccidioidomicose(PCM). A citocina de maior relevância durante a PCMé o INF-γ, responsável pelo aumento da produção deóxido nítrico pelos macrófagos. Durante a PCM a pro-dução de IFN-γ depende principalmente de IL-12, es-truturalmente semelhante à IL-18, que induz IFN-γ emalgumas doenças infecciosas. Nossos estudos demons-traram que IL-18 não é essencial para proteção naPCM sistêmica e nem para indução de FasL. A ex-pressão de Fas/FasL em linfócitos pulmonares aumen-

tou durante a PCM, mas de maneira semelhante entreanimais deficientes de IL-18 e animais selvagens. Ines-peradamente, animais defectivos do receptor Fas (lpr)infectados por P. brasiliensis apresentaram cargafúngica maior que animais selvagens (WT). Pensáva-mos que a taxa de apoptose de leucócitos seria menorem lpr, o que seria favorável à eliminação do fungo.Analisamos a composição do infiltrado inflamatório naPCM e observamos similaridade entre lpr e WT. Ava-liamos a migração de leucócitos em reposta a estímulopor tioglicolato e verificamos uma igual migração en-tre lpr e WT, mas leucócitos de animais lpr apresen-tam menor aderência ao endotélio. Houve maior pro-dução das quimiocinas KC e MIP-1α em pulmões deanimais lpr infectados, que pode ter contribuído paramigração de neutrófilos em lpr. Verificamos produção

neômetro digital, e o questionário de qualidade de vida“Incontinence Quality of Life (I-QOL)” para avaliaro efeito do tratamento na qualidade de vida das mu-lheres estudadas. As avaliações foram feitas no iní-cio, e após três e seis meses de tratamento. A melho-ra clínica e o grau de satisfação com o tratamentoforam avaliados subjetivamente.

Resultados: Na avaliação funcional do assoa-lho pélvico pela palpação digital, as médias de contra-ção foram 3,12±1,05 graus na avaliação inicial,3,84±1,03 graus na avaliação de 3 meses e 3,80±1,12graus na avaliação de 6 meses; e na avaliação com operineômetro, as médias de contração foram 21,88 ±14,39 Sauers na avaliação inicial, 27,88±15,11 Sauersna avaliação de 3 meses e 28,52±14,36 Sauers na ava-liação de 6 meses. Na avaliação da qualidade de vida,as médias do escore total foram 55,82±23,78 na avali-ação inicial, 73,77±26,25 na avaliação de 3 meses e80,59±27,75 na avaliação de 6 meses. Tanto na análi-se da função muscular do assoalho pélvico como do

escore total de qualidade de vida, houve um aumentoestatisticamente significativo entre a avaliação iniciale a avaliação de 3 meses, e entre a avaliação inicial ea avaliação de 6 meses. Entretanto, não observamosuma diferença significativa entre as avaliações de 3 e6 meses. A cura ou melhora subjetiva da sintomatologiaassociada à satisfação com o tratamento foi constata-da em 72% das mulheres na avaliação de 3 meses eem 76% na avaliação de 6 meses, não sendo encon-trada diferença estatisticamente significativa entreestas duas avaliações. A função muscular do assoalhopélvico influenciou na qualidade de vida e no grau desatisfação com o tratamento.

Conclusão: A cinesioterapia melhora a funçãomuscular do assoalho pélvico, a qualidade de vida e aqueixa clínica de mulheres com incontinência urináriade esforço por hipermobilidade uretral, com conse-qüente elevada satisfação com o tratamento. O perío-do de três meses parece suficiente para a obtençãode boa resposta terapêutica.

IMUNOLOGIA BÁSICA E APLICADA

GRANULOMA PARACOCCIDIOIDOMICÓTICO : IMUNIDADE PROTETORADEPENDE DA INTERAÇÃO ENTRE RESPOSTAS CELULAR E HUMORAL NAINFECÇÃO POR Paracoccidioides brasiliensis

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Ana Paula Fávaro TromboneOrientadora:Profa.Dra. Arlete A.M. Coelho-CasteloTese de Doutorado apresentada em 02/05/2006

Os dados apresentados neste trabalho demons-traram que as microesferas, utilizadas como veiculopara imunização com DNA-Hsp65/DMT, foram am-plamente distribuídas pelo organismo após a adminis-tração intramuscular. Essas partículas, em geral, fo-ram capturadas por células apresentadoras de antíge-nos, como macrófagos e células dendríticas atravésde fagocitose. Além disso, os resultados demonstra-ram que as células dos linfonodos drenantes proveni-entes de animais que receberam a formulação con-tendo DNA-Hsp65/DMT apresentaram aumento sig-nificativo na expressão de moléculas superficiais CD80,CD86 e MHC de classe II, quando comparadas comas formulações controle (vetor/DMT e vazia). Emrelação ao tráfego intracelular, as microesferas per-maneceram nos endossomos tardios e/ou lisossomospor até 15 dias, sugerindo que essas construções fo-ram hidrolisadas nessas vesículas para liberação doDNA, não ocorrendo assim escape da formulação parao compartimento citoplasmático.

Por outro lado, os resultados apresentados so-bre o tráfego intracelular do DNA plasmideal demons-

traram que o DNA (DNA-Hsp65) foi capturado porcélulas dendríticas e macrófagos da linhagem J774pelos processos de macropinocitose e endocitose me-diada por clatrina, respectivamente. Após a captura, oDNA plasmideal localizou-se nos endossomos tardiose/ou lisossomos sendo capaz de inibir a acidificaçãodas mesmas, provavelmente como mecanismo de es-cape da degradação enzimática. Além disso, não hou-ve co-localizaçao do DNA com Rab5 e Lamp I, suge-rindo que a inibição da acidificação pode ter interferi-do com o recrutamento desses marcadores. Adicio-nalmente, a alteração da acidificação dessas vesícu-las inibiu a apresentação do antígeno KLH pela via declasse II, quando as células foram previamente trata-das com DNA plasmideal, porém, não alterou o re-crutamento de MyD88 para as vesículas. A cinéticado tráfego intracelular do DNA nu sugere que o DNAplasmideal permaneça em vesículas até alcançar aregião perinuclear. Assim sendo, os resultados apre-sentados neste trabalho sobre a biodistribuição e trá-fego intracelular das microesferas, e, principalmente,do DNA plasmideal, trazem novas contribuições paraos esclarecimentos dos mecanismos de ativação ce-lular em vacinas de DNA. Além disso, abrem pers-pectivas para o uso de DNA no controle de células dosistema imune e terapia gênica.

semelhante de mieloperoxidase por neutrófilos pulmo-nares, óxido nítrico e IFN-γ em animais WT e lpr in-fectados por P. brasiliensis. Surpreendentemente, en-contramos maior número de células pulmonares apop-tóticas em animais lpr infectados por P. brasiliensis,a despeito da menor expressão de Fas nessas células,significando que P. brasiliensis pode induzir apopto-se por diferentes vias. Encontramos diminuição de lin-fócitos B em animais lpr durante PCM, que poderiacontribuir para maior susceptibilidade de lpr. Desco-brimos que animais deficientes de linfócitos B são maissusceptíveis ao P. brasiliensis, mostrando que essascélulas participam ativamente da proteção na PCM.

A transferência de soro imune para animais deficien-tes de linfócitos B protegeu parcialmente contra P.brasiliensis, o que nos permite sugerir que tanto apresença de células B quanto de anticorpos é funda-mental na defesa contra o P. brasiliensis. Nossos re-sultados nos permitem afirmar que na PCM sistêmicamurina IL-18 não é essencial, suscitando cautela nautilização de IL-18 como adjuvante terapêutico nessamicose. A via de sinalização Fas/FasL é importantena resistência contra P. brasiliensis, através de me-canismo independente de indução de apoptose e dealterações funcionais de neutrófilos, mas possivelmen-te ligado à resposta de linfócitos B.

BIODISTRIBUIÇÃO DAS MICROESFERAS DE PLGA (CO-POLÍMERO DERIVADODOS ÁCIDOS LÁTICO E GLICÓLICO) CARREANDO O PLASMÍDEO pcDNA 3-Hsp65, E DETERMINAÇÃO DO TRÁFEGO INTRACELULAR DESSA FORMULA-ÇÃO E DO PLASMÍDEO: INFLUÊNCIA NA INDUÇÃO DA RESPOSTA IMUNE

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Cláudia Espósito PassoniOrientadora: Profa.Dra. Beatriz Rossetti FerreiraDissertação de Mestrado apresentada em 02/05/2006

Carrapatos são artrópodes hematófagos degrande importância médica e veterinária devido aosefeitos deletérios diretos por eles causados ao se fixa-rem e sugarem seus hospedeiros, além de serem im-portantes vetores de microorganismos patogênicos.Durante o processo de repasto, carrapatos estimulama resposta imune e inflamatória dos hospedeiros. Noentanto, são capazes de suprimir elementos da imuni-dade natural e adquirida através de fatores presentesna saliva inoculada durante o repasto. No atual estudorealizou-se análise da cinética de expressão de genesde citocinas, quimiocinas e seus receptores, molécu-las de adesão e fator de sinalização intracelulares re-lacionados à resposta imune /inflamatória induzida napele e linfonodos de camundongos durante infestaçõescom carrapatos Rhipicephalus sanguineus. Apóssucessivas infestações, a saliva dos carrapatos foicapaz de modular a resposta imune do hospedeiro para

o padrão Th2, induzindo aumento na expressão deIL-4 na pele em 35 vezes e de 6,2 vezes nos linfonodos.Adicionalmente observou-se a inibição da expressãode IFN-γ e IL-12 na pele (em 28 e 93 vezes respecti-vamente) no terceiro dia de infestação. Foi tambémobservada inibição da expressão do gene de CCR4,importante receptor responsável pela migração decélulas T para a pele, enquanto outras moléculas comoICAM-1 e LFA-1, relacionadas à adesão celular, nãoapresentaram expressão alterada. Por outro lado, ohospedeiro foi capaz de responder ao estímulo do pa-rasita induzindo o aumento de mensagem para as qui-miocinas MIP-1α e MIP-1β, produção esta confir-mada pela detecção destas quimiocinas na pele porimunoistoquímica. MIP-1α e MIP-1β exercem fun-ção quimioatraente para as células CD11b+ (macró-fagos e neutrófilos), presentes no sítio de fixação doscarrapatos. Os resultados obtidos neste estudo permi-tem uma melhor compreensão da interação parasita-hospedeiro e dos fatores que garantem ao parasita ocontrole da resposta imunológica do hospedeiro, a fimde favorecer a sua sobrevivência.

ANÁLISE DA CINÉTICA DE EXPRESSÃO DE GENES PARA CITOCINAS, QUI-MIOCINAS E SEUS RECEPTORES, MOLÉCULAS DE ADESÃO E FATOR DETRANSCRIÇÃO NA PELE E LINFONODOS DE CAMUNDONGOS INFESTADOSPOR CARRAPATOS

maturação de CDs de camundongos. Assim, o pre-sente trabalho procurou elucidar o efeito da saliva decarrapatos na migração e função de CDs (CD11c+)diferenciadas na presença de GM-CSF e IL-4 a partirde células da medula óssea. A saliva inibiu mais de50% a função quimiotática de MIP-1α para CDs, masnão a de RANTES, MIP-1β, SDF-1α e MCP-1. Tam-bém verificou-se que CDs pré-incubadas com salivapor 24 ou 48 h reduziram em cerca de 60% a migra-ção induzida por quimiocinas associadas com a migra-ção de CDs imaturas (MIP-1α e RANTES). Por ou-tro lado, a saliva não alterou a migração de CDsamadurecidas com lipopolissacarídio (LPS) em dire-ção a MIP-3β, uma quimiocina relevante na induçãode migração de CDs maduras. A redução da migra-ção de CDs imaturas devido à ação da saliva poderesultar num menor repovoamento de CDs no sítio defixação dos carrapatos, processo essencial para a vi-

Carlo José Freire de OliveiraOrientadora: Profa. Dra. Beatriz Rossetti FerreiraDissertação de Mestrado apresentada em 15/05/2006

Carrapatos são artrópodes hematófagos para-sitas de vertebrados que causam inúmeros prejuízosaos animais domésticos, silvestres e ao homem, resul-tado da espoliação direta e da transmissão de doen-ças. Diversos trabalhos vêm mostrando que substân-cias ativas presentes na saliva de carrapatos modulama atividade de células e/ou moléculas relacionadas coma resposta imune. Um exemplo seria uma proteína iso-lada da saliva de algumas espécies de carrapatos comatividade anti-IL-8 humana. Uma das células críticasenvolvidas na modulação e indução de resposta imunea diversos patógenos é a célula dendrítica (CDs). Es-tudos prévios do nosso grupo demonstram que a salivade carrapatos R sanguineus inibe a diferenciação e

SALIVA DE CARRAPATOS RHIPICEPHALUS SANGUINEUS (LATREILLE, 1806)MODULA A MIGRAÇÃO E FUNÇÃO DE CÉLULAS DENDRÍTICAS

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Camila Figueiredo PinzanOrientadora:Profa.Dra. Maria Cristina R. A. BarreiraDissertação de Mestrado apresentada em 17/05/2006

Paracoccidioides brasiliensis (P. brasilien-sis) é o agente causador da paracoccidioidomicose,micose sistêmica endêmica na América Latina, carac-terizada por uma desigual distribuição entre os sexos.Homens manifestam mais a doença clínica do que mu-lheres, sugerindo que fatores hormonais têm impor-tante papel na patogênese da doença (RESTREPOet al., 1984).

Paracoccina é uma lectina isolada a partir depreparação de exoantígenos de P. brasiliensis avalia-da em nosso laboratório como possível fator de viru-lência do fungo. A proposta do presente estudo foicomparar a resposta imunitária de camundongos ma-chos e fêmeas à infecção por P. brasiliensis, enfati-zando o papel exercido por paracoccina nas eventuaisdiferenças observadas.

Avaliamos o perfil de citocinas e óxido nítricoproduzidos pelos grupos de camundongos machos efêmeas infectados experimentalmente por P. brasi-liensis. O estímulo in vitro com paracoccina de célu-

las de camundongos fêmeas infectados resultou emmaior produção de citocinas que caracterizam o pa-drão Th1 de resposta (protetor contra a infecção) eóxido nítrico (dotado de atividade fungicida), enquan-to células de machos produziram IL-10 (citocina depadrão Th2) em concentrações muito superiores àsproduzidas por fêmeas.

A avaliação da proliferação de células esplêni-cas de camundongos machos e fêmeas infectadosmostrou que a supressão da resposta proliferativa decélulas esplênicas, característica da infecção por P.brasiliensis, foi mais prolongada em machos.

Macrófagos ativados são essenciais na defesacontra a infecção por P. brasiliensis, razão pela qualavaliamos a capacidade fagocítica e microbicida demacrófagos de camundongos de ambos os sexos.Macrófagos de camundongos machos e fêmeas sãodotados de capacidade fagocítica similar, mas diferi-ram quanto à capacidade microbicida, mais acentua-da em fêmeas, fato presumivelmente associado a maiorprodução de óxido nítrico por seus macrófagos.

O papel de hormônios sexuais nos fenômenosobservados foi avaliado utilizando- se procedimentosde gonadectomia e reposição hormonal inversa. Célu-

gilância imune nos tecidos periféricos. Nos ensaios demigração in vivo, a inoculação de saliva de carrapa-tos na pele em conjunto com aplicação tópica deisotiocianato de fluoresceína (FITC) não alterou a mi-gração de CDs CD11c+FITC+ da pele para oslinfonodos drenantes. Esses achados corroboram nos-sos resultados in vitro, indicando que a saliva não al-tera a migração de CDs maduras e sustentam a teoriaque apenas CDs com fenótipo maduro migram paraos órgãos linfóides secundários. Procurando avaliar oefeito da saliva sobre a capacidade das CDs sensibili-zarem células T naive in vivo, CDs CD11c+ foramincubadas com saliva, pulsadas com hemocianina(KLH) e inoculadas em camundongos, sendo estessacrificados após 5-6 dias para avaliação da ativaçãoimune específica das células dos linfonodos. Os resul-tados mostraram que apesar da saliva não inibir asCDs a induzirem uma proliferação de células T espe-cíficas ao antígeno KLH (sensibilização de células Tnaive), a produção de IFN-γ e TGF-β por essas célu-las foi praticamente extinguida, enquanto que a sínte-

se de IL-10 mostrou–se significativamente menor quea observada para camundongos que receberam CDspulsadas com KLH sem saliva. Linfócitos com estascaracterísticas podem ser enquadrados num estágiosemelhante ao de energia celular, uma vez que a esti-mulação antigênica específica dos linfócitos T naivenão induziu diferenciação destes num padrão Th1 ouTh2 de resposta imune. Finalmente, ao se caracterizaro fenótipo das CDs pulsadas com KLH na presençade saliva verificou-se uma reduzida expressão das mo-léculas CD80 e CD86, embora a expressão de MHC-II, CD54 e CD40 tenham se mostrado similar às CDspulsadas apenas com KLH. A deficiência da expres-são de CD80 e CD86 em CDs pode levar a induçãode células T anérgicas, hipótese anteriormente sugeridapara explicar os resultados encontrados nos ensaiosde apresentação de antígenos. Tomados em conjunto,os achados destacam um novo mecanismo pelo qual asaliva de carrapatos possa estar comprometendo amontagem da resposta imune adquirida a carrapatose/ou a patógenos por eles transmitidos.

FATORES DETERMINANTES DA RESISTÊNCIA DISTINTA DE MACHOS EFÊMEAS À INFECÇÃO EXPERIMENTAL POR Paracoccidioides brasiliensis

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Kelen Cristina Ribeiro Malmegrim de FariasOrientador: Prof. Dr. Júlio César VoltarelliTese de Doutorado apresentada em 17/05/2006

Ensaios clínicos têm demonstrado que a imu-noablação seguida de transplante autólogo de célulastronco hematopoéticas (TACTH) é capaz de suprimira atividade inflamatória em pacientes com doençasauto-imunes (DAIs) e pode induzir remissões clínicasprolongadas nesses pacientes, mas o mecanismo deação do TACTH ainda não é bem esclarecido. O ra-cional do TACTH em DAIs baseia-se na idéia de quea imunoablação intensa possa eliminar as células auto-reativas e que o novo sistema imune reconstituído dosprecursores hematopoéticos possa restabelecer tole-rância. O objetivo deste trabalho foi avaliar a recons-tituição imunológica em pacientes com diabete melitotipo 1 (DM, N=11) e pacientes com esclerose múltipla(EM, N=18), seqüencialmente após o TACTH. A re-constituição imunológica observada nos pacientes comDM (um ano de seguimento pós-transplante) e nospacientes com EM (dois anos de seguimento pós-trans-plante), foi caracterizada por mecanismos periféricostimo-independentes. Após o transplante, houve umapredominância de células T de memória central, me-mória efetora e também de células T efetoras dife-renciadas, principalmente de linfócitos T CD8+. Es-sas células provavelmente se originam da expansãohomeostática periférica de linfócitos T de memóriaresiduais que sobreviveram ao regime de condiciona-mento ou foram re-infundidos com as células troncono momento do transplante. Os números de linfócitosT CD4+ e CD8+ naive, incluindo as células T

CD4+CD45RA+CD31+ recém-imigrantes do timo, nãorecuperaram os níveis basais durante o período pós-transplante analisado. Após o TACTH, houve umapredominância de células T CD4+ e CD8+ produtorasde citocinas do padrão TH1 (INF-γ e TNF-α). Poroutro lado, foi observado um aumento da porcenta-gem de células T CD4+ e CD8+ produtoras de citoci-nas do padrão TH2 (IL-4, IL-5 e IL-10) no pré-condi-cionamento e em alguns períodos após o TACTH.Análises espectrais do repertório da cadeia Vβ dosreceptores de células T (TCRs), por TCRBV CDR3spectratyping, identificaram quatro padrões básicosde reconstituição do repertório. O padrão que consis-tiu na reconstituição da diversidade a partir de um re-pertório pré-transplante diverso, foi o mais dominanteem todos os pacientes analisados. Para algumas fa-mílias Vβ foi observado um padrão de reconstituiçãoque consistiu na recuperação da diversidade a partirde um repertório pré-transplante restrito, o que suge-re um aumento da diversidade do repertório de célu-las T após o transplante. Foram observadas mudan-ças na composição do repertório de células T após oTACTH, evidenciadas por alterações qualitativas equantitativas dos picos de CDR3 das famílias Vβ, quepoderiam explicar a indução da remissão da doençaauto-imune observada na maioria dos pacientes. Foiobservada uma rápida reconstituição de células TCD4+CD25high e um aumento na expressão do geneFoxp3, marcador molecular específico para células Treguladoras CD4+CD25high, na maioria dos pacientesavaliados. Esses resultados sugerem uma melhora demecanismos reguladores que podem contribuir para orestabelecimento da tolerância imunológica nos paci-entes com DM e EM submetidos ao TACTH.

las de machos castrados tratados com estradiol pas-saram a produzir elevadas concentrações de IFN-&#61543; e reduziram a produção de IL-10 em res-posta ao estímulo com paracoccina. Fêmeas castra-das tratadas com testosterona mostraram respostaantagônica, com aumento na produção de IL-10 e di-minuição de IFN-&#61543. Esses dados comprovamque o microambiente hormonal exerce influência naprodução de citocinas por células de animais infecta-dos por P. brasiliensis, o que sabidamente pode levar

ao aumento ou a diminuição na susceptibilidade à in-fecção.

Nossos resultados demonstram haver clarasdiferenças entre as respostas imunitárias de machose fêmeas na paracoccidiodomicose experimental erevelam o primordial papel desempenhado pelos hor-mônios sexuais. Sugerem ainda que antígenos fúngicos,como a paracoccina, possam interferir na determina-ção de respostas imunitárias distintas de machos efêmeas infectados com P.brasiliensis.

AVALIAÇÃO DA RECONSTITUIÇÃO IMUNOLÓGICA EM PACIENTES COMDIABETE MELITO DO TIPO 1 E ESCLEROSE MÚLTIPLA APÓS TRANS-PLANTE AUTÓLOGO DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOÉTICAS

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Daniela Dantas MoréOrientadora: Profa.Dra. Beatriz Rossetti FerreiraDissertação de Mestrado apresentada em 22/05/2006

Carrapatos são artrópodes hematófagos de dis-tribuição cosmopolita que têm grande importânciamédica e veterinária devido ao efeito deletério diretocausado por se fixarem e sugarem seus hospedeiros,como também por serem importantes vetores de do-enças para o homem e para os animais domésticos.Sabendo que carrapatos permanecem fixos em seushospedeiros por longos períodos de tempo sem seremrejeitados, é possível inferir que esses ácaros pos-suam um arsenal de mecanismos que atuem no con-trole da resposta imune do hospedeiro. De fato, diver-sos trabalhos têm demonstrado que carrapatos são ca-pazes de modular a resposta imune de seus hospedei-ros através de componentes presentes na saliva, quesão inoculados durante o repasto sangüíneo. Assim,este trabalho procurou investigar se carrapatos exer-cem a modulação da resposta imune do hospedeiroatravés do recrutamento de células T regulatóriasCD4+ CD25+ (Tregs), com a intenção de conter umaresposta inflamatória / imune prejudicial à sua alimen-tação. Para isso, células isoladas de amostras de pelee linfonodos de camundongos BALB/c infestados comcarrapatos Rhipicephalus sanguineus foram analisa-das quanto à expressão das moléculas de superfícieCD4, CD25, CTLA-4, CD45RB, GITR e CD103 (fe-

quimiocinas produzidas pelos leucócitos e cardiomió-citos. Recentemente, as metaloproteases da matriz(MMP) têm sido encontradas como novos modulado-res da inflamação em vários modelos. Para investigarin vivo a participação da MMP-2 e MMP-9 na mio-cardite experimental induzida por T. cruzi, nós realiza-mos ensaios de imunohistoquímica, zimografia em ge-

MODULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE PELA SALIVA DE CARRAPATOSRhipicephalus sanguineus: ESTUDO DO ENVOLVIMENTO DE CÉLULAS TREGULATÓRIAS

nótipo de células Tregs), por citometria de fluxo. Adi-cionalmente, as células obtidas dos linfonodos foramavaliadas quanto à expressão de mensagem para ofator de transcrição Foxp3 (característico da funçãoregulatória), por PCR quantitativo. Paralelamente, sa-liva de R. sanguineus foi inoculada na orelha de ani-mais da mesma linhagem, a fim de se comparar oinfiltrado celular com o obtido na pele dos camundon-gos infestados com carrapatos. Os resultados mos-traram que as infestações não alteraram a percenta-gem de células T CD4+CD25+ nem a expressão demoléculas associadas ao fenótipo de células Tregs nascélulas infiltradas na lesão de fixação dos carrapatosou nos linfonodos comparação a camundongos con-troles. Também não se verificou aumento da expres-são do gene para Foxp3 nos linfonodos em nenhumdos grupos analisados. Por outro lado, a inoculação desaliva na orelha de camundongos induziu um aumentosignificativo da população de células T CD4 +, porémestas também não apresentavam fenótipo regulatório,sugerindo que o mecanismo de imunomodulação exer-cido pelos carrapatos sobre seus hospedeiros não émediado por essas células. Resultados adicionais mos-traram que a saliva de carrapatos reduziu significati-vamente a percentagem de células dendríticas nas ore-lhas dos camundongos, sugerindo que carrapatos po-dem estar modulando a resposta imune de seus hos-pedeiros por diminuírem o repovoamento da pele comcélulas dendríticas, as quais são essenciais na vigilân-cia imune dos tecidos periféricos.

Fredy Roberto Salazar GutierrezOrientador: Prof.Dr. João Santana da SilvaDissertação de Mestrado apresentada em 22/05/2006

Durante a infecção por Trypanosoma cruzi,uma forte resposta inflamatória ocorre no miocárdio.Tal processo é parcialmente modulado por citocinas e

PARTICIPAÇÃO DAS METALOPROTEASES MMP-2 E MMP-9 NA PATOGÊNE-SE DA MIOCARDITE DURANTE A FASE AGUDA DA INFECÇÃO POR Trypano-soma cruzi

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Karen Angélica Cavassani de SouzaOrientador: Prof.Dr. João Santana SilvaTese de Doutorado apresentada em 26/05/2006

Assim como em diversas infecções de carátercrônico, na paracoccidioidomicose (PCM) há uma di-nâmica interação entre parasita e hospedeiro. Estu-dos pertinentes demonstram claramente a participa-ção de células T reguladoras CD4+CD25+ naturais(Tregs) no controle das respostas imunes a diversospatógenos, contribuindo para a persistência dos mes-mos e o estabelecimento da infecção crônica. É sabi-do que as Tregs suprimem a proliferação de células Tefetoras, utilizam a IL-2 produzida, produzem citoci-nas tais como TGF-β e IL-10 e expressam de manei-ra constitutiva CTLA-4. De forma interessante, taisfenômenos podem ser observados nos leucócitos depacientes com PCM. Assim, nós investigamos o pos-sível envolvimento dessa população celular no contro-le da resposta imune no sangue periférico e nas le-sões cutâneas e de mucosa mediadas por P. Brasi-liensis durante a PCM. Não observamos diferençasna freqüência de leucócitos no sangue periférico depacientes com PCM e indivíduos controles, exceto napopulação de células dendríticas CD11c+CD1a+ (7,2e 1,8%, respectivamente). No entanto, uma maior per-centagem de células T CD4+CD25+ co-expressandoCTLA-4, GITR, TGF-β de membrana ou Foxp3 com

forte atividade supressora foi observada nos pacien-tes quando comparada às células de indivíduos con-troles (94.0 x 67.5%, da inibição da resposta prolife-rativa de células T alogeneicas). Adicionalmente, nos-sos resultados mostraram que células T CD4+CD25+co-expressando marcadores fenotípicos, CTLA-4,GITR, CD103, CD45RO, TGF-β de superfície, Foxp3e receptores de quimiocinas, CCR4 e CCRS, acumu-lam-se nas lesões. De fato, a expressão de CCL17 eCCL22, ambos associados com a migração de Tregspara os sítios periféricos, foi detectada nas biópsiascutâneas dos pacientes. Além disso, 78% das célulasT CD4+CD25+ derivadas das lesões foram TGF-β+.Na proporção 1:10, as células T CD4+CD25+ isola-das das lesões de cinco dos oito pacientes analisadosforam capazes de suprimir a resposta proliferativa decélulas T alogeneicas mediada por PHA (a percenta-gem de inibição variou de 51 a 81%) e essas lesõesapresentaram granulomas compactos e organizados.De forma contrária, as células T CD4+CD25+ inca-pazes de inibir a resposta proliferativa foram isoladasde pacientes cujas lesões apresentaram um processogranulomatoso que condiz com a forma aguda esubaguda da PCM. Em conjunto, os dados apresenta-dos neste estudo revelam a presença de Tregs empacientes infectados por P. brasiliensis, contribuindopara uma melhor compreensão dos fatores que mo-dulam a resposta imune sistêmica e local durante aPCM humana.

latina, ELISA e PCR em tempo real para MMP-2 eMMP-9 no tecido cardíaco de camundongas C57BL/6 fêmeas infectadas ou não com 1000 formas tripo-mastigotas de T. cruzi (cepa Y). Adicionalmente, umgrupo de animais foi tratado com doxiciclina, na dosede 30mg/kg/day V.O. (uma dose que sabidamente ini-be as MMP) na água de beber, e o grupo controlerecebeu o mesmo volume de água. Foi detectado umaumento da imunoreatividade para MMP-2 e MMP-9, eda atividade enzimática de MMP-9 no tecido cardíacode camundongos por volta das 2 semanas de infecção,comparado aos camundongos não infectados. Foi de-tectado também um aumento de mRNA para a pro-

MMP9 nos dias 14 e 20 da infecção, coincidindo coma fase mais intensa da miocardite. Quando tratadoscom o inibidor de MMPs, os animais apresentaramum leve retardo no pico da parasitemia, melhora nasobrevivência, e redução no índice inflamatório no co-ração, comparados ao grupo controle. Níveis reduzi-dos de NO sérico, e de TNF-α e INF-γ no coração,foram também detectados. Esses resultados indicamum papel determinante para as MMP na patologia damiocardite chagásica, sugirindo novas opções terapêu-ticas. No entanto, são necessários estudos adicionaissobre a regulação de MMPs por moléculas do sistemaimmune e/ou do parasito durante esta infecção.

PARTICIPAÇÃO DE CÉLULAS T REGULADORAS NO CONTROLE DA RESPOS-TA IMUNE DURANTE A PARACOCCIDIOIDOMICOSE HUMANA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Kleber Juvenal Silva FariasOrientador: Prof.Dr. Benedito A. Lopes da FonsecaTese de Doutorado apresentada em 26/05/2006

Os vírus dengue representam o mais importan-te arbovirus transmissor de doença em humanos, re-sultando em progressivas manifestações clínicas taiscomo febre da dengue, febre hemorrágica da denguee síndrome do choque da dengue. O controle destainfecção é feito apenas pelo controle do vetor, poisnão existe até o momento, nenhuma vacina que prote-ja os indivíduos desta infecção e nenhum antiviral parao controle da replicação viral. Na tentativa de se en-tender se poderia haver interferência de drogas nareplicação do vírus dengue, células C6/36 e Vero fo-ram cultivadas e as monocamadas confluentes foraminfectadas com vírus dengue-2, a uma multiplicidadede infecção (MOI) de 0,1. Para confirmação da repli-cação viral, um ensaio de imunofluorescência indiretafoi realizado sobre células infectadas. A análise da ini-bição da replicação viral pelas drogas que interferemna homeostase celular foi realizada em monocamadasde células Vero e C6/36 tratadas, concomitante e apósa infecção viral, com cloroquina (aumenta o pH en-dossomal), brefeldina A (inibe o fluxo vesicular de pro-teínas) e citocalasina B (desestabiliza os filamentos deactina). Sobrenadantes de células infectadas foramcoletados após períodos de 0, 6, 12, 24, 48, 72, 96, 120,144 e 168 horas da infecção viral. Foi realizada a ex-tração do RNA total do sobrenadante e a replicaçãoviral foi analisada através da quantificação dos vírusproduzidos pela detecção do número de cópias de RNAdo vírus dengue-2. Esta quantificação foi realizada atra-vés da PCR em tempo real onde a região 3' não-codi-ficadora do genoma dengue-2 foi analisada utilizandoprimers específicos para o vírus dengue-2 e usando-se o SYBR GREEN® One-Step RT-PCR Master MixReagents Kits (Applied Biosystems). Para verificar a

ação das drogas in vivo no sentido de investigar o seupossível uso em humanos, grupos de cinco camundon-gos Swiss de 4 semanas de idade foram desafiadoscom uma injecção intracerebral de uma cepa virulentado dengue-2, e tratados ou não 2 horas ou 3 dias apósa infecção com as drogas por via intraperitoneal. Acloroquina foi administrada em intervalos de 24 horasdurante sete dias, enquanto que a brefeldina A e acitocalasina B foram dose única. Os animais foramobservados durante 21 dias. A porcentagem de sobre-vivência no grupo de camundongos infectados comvírus e tratados com cloroquina 2 horas após infecçãofoi melhor do que nos outros grupos (tratadas ou combrefeldina A ou com citocalasina B ou cloroquina 3dias após infecção) já que houve um desvio da curvade sobrevivência e um deles sobreviveu enquanto nosoutros grupos, todos morreram. Todos os animais quenão foram tratados morreram por volta do 10° dia. Atranscrição reversa por PCR em tempo real mostrouque, comparado as células controle, houve uma dimi-nuição estatisticamente significante na replicação vi-ral em células Vero quando tratadas com cloroquina,brefeldina A e citocalasina B; resultados que foramconfirmados por ensaio de placa (PFU). Em célulasC6/36, a cloroquina induziu um aumento estatistica-mente significante na replicação viral a partir de 12horas quando comparado as células controle, mostrandoque este vírus usa uma via diferente de penetraçãonessas células onde o resultado foi confirmado porensaio de placa (PFU). A cloroquina mostrou-se efici-ente na inibição da replicação do vírus dengue-2 invivo (camundongos) 2 horas após infecção e in vitro(Vero), enquanto que com a brefeldina A, citocalasinaB e cloroquina 3 dias após infecção não tivemos resul-tados satisfatórios in vivo, porém in vitro essas dro-gas mostraram-se eficientes. Este trabalho mostra quealgumas drogas poderão ter um papel importante notratamento da dengue em um futuro próximo.

ESTUDO DA REPLICAÇÃO DO VÍRUS DENGUE-2 SOB A AÇÃO DE DROGASINIBIDORAS DO METABOLISMO CELULAR

MODULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE POR ANTÍGENOS ALIMENTARES: CA-RACTERIZAÇÃO DE UM NOVO MODELO DE INFLAMAÇÃO INTESTINALCRÔNICA

Cristina Ribeiro de Barros CardosoOrientador: Prof. Dr. João Santana da SilvaTese de Doutorado apresentada em 23/06/2006

Os processos inflamatórios intestinais envolvemdiversas patologias associadas ao trato gastrointesti-nal (TGI), como a alergia alimentar, a doença de Crohn

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e colite ulcerativa. A utilização de modelos animaiscomo fonte de estudo dessas doenças inflamatóriasde mucosa tem sido relatada há vários anos; no entan-to, em tais modelos, tanto as vias de administração,como as substâncias utilizadas para indução da infla-mação, não reproduzem de maneira ideal a indução dadoença que pode ocorrer no homem após a quebra dahomeostasia de mucosa por antígenos alimentares.Deste modo, desenvolvemos um novo modelo de in-flamação intestinal induzida por amendoim, alimentocomumente presente na alimentação, altamente aler-gênico e já relatado como provável causa de alergiainflamatória, reproduzindo dessa forma, com mais fi-delidade, o quadro patológico que ocorre no homem.Neste modelo, observamos que após as imunizações eingestão contínua das sementes de amendoim, os ca-mundongos perderam peso e desenvolveram inflama-ção intestinal crônica evidente, localizada principalmen-te no intestino delgado. Esta inflamação foi caracteri-zada por aumento do infiltrado inflamatório de célulasCD8+, células NK, linfócitos B, células dendríticas,eosinófilos e mastócitos, além de edema, congestão ealterações morfológicas nas vilosidades intestinais.Observou-se, ainda, aumento da produção das imuno-globulinas IgG1 e IgE em detrimento a IgG2a nos ani-mais selvagens imunizados com as proteínas de amen-doim, associado a um padrão de resposta imune comprodução de RNAm para citocinas tipo Th2. Em con-trapartida, camundongos deficientes de IL-4 ganha-ram peso e demonstraram ausência de inflamação in-testinal possivelmente devida à diminuição de produ-ção de anticorpos tipo Th2 juntamente à menor ex-

pressão de TNF-α e maior produção de transcritospara citocinas reguladoras e IFN-γ, na suposta tentati-va de modulação do perfil de resposta Th2 patológicoque é induzido nos animais selvagens. Nesse sentido,observamos também a diminuição do processo infla-matório intestinal nos animais B KO, demonstrandonovamente que a inflamação em questão é mediada,em parte pela produção de anticorpos IgG1 e IgE es-pecíficos a amendoim. Além disso, houve diminuiçãode expressão das citocinas IL-4 e TNF-α e aumentode IL-12, IFN-γ e IL-10 nesses animais quando com-parados aos WT. Surpreendentemente, camundongosIFN-γ KO ou IL-10 KO também apresentaram le-sões intestinais menos evidentes, sugerindo mais umavez o relevante papel das citocinas TNF-α e IL-4,diminuídas nesses animais em relação camundongosWT imunizados e desafiados. A produção de imuno-globulinas nesses camundongos, principalmente IFN-γKO, foi similar aos selvagens. Dessa forma, concluí-mos que a inflamação intestinal observada é mediadapor mecanismos alérgicos Th2 altamente dependen-tes da produção de anticorpos “patogênicos” alérge-no-específicos, como na alergia alimentar, com a par-ticipação evidenciada de eosinófilos, mastócitos e lin-fócitos B, além de plasmócitos. Finalmente, foi esta-belecido um novo modelo animal para estudo, enten-dimento e desenvolvimento de novas terapias paraprocessos inflamatórios intestinais, principalmenteaqueles onde há o envolvimento de antígenos alimen-tares no desequilíbrio da homeostasia do sistema imu-ne de mucosa, como em várias doenças humanas dosistema gastrintestinal.

se tornam importantes não apenas pela alta incidênciaem certas regiões, mas por possuírem um potencial deproduzir quadros clínicos graves, até mesmo fatais. Noentanto, há mais de um século, a única terapia especí-fica para envenenamento são os antivenenos constituí-dos de soro eqüino. Embora a imunoterapia tenha pro-vado a sua eficácia na redução da mortalidade e mor-bidade em casos de picadas de serpentes, um dos maio-res problemas no uso de soros hiperimunes de eqüinoscomo antivenenos, é que alguns indivíduos podem fi-

Juliana Garcia de OliveiraOrientador: Prof.Dr. José Elpidio Barbosa Dissertação de Mestrado apresentada em 28/06/2006

No Brasil são notificados cerca de 20.000 aci-dentes ofídicos anualmente ao Ministério da Saúde,sendo que as serpentes do gênero Crotalus são res-ponsáveis por apenas 7% desses envenenamentos.Apesar da freqüência destes acidentes ser inferior àde acidentes com serpentes do gênero Bothrops, eles

EXPRESSÃO DE FRAGMENTOS DE ANTICORPOS HUMANOS RECOMBINAN-TES CAPAZES DE INIBIR A ATIVIDADE FOSFOLIPÁSICA E DE INFLUENCIARATIVIDADES FARMACOLÓGICAS DO VENENO DE Crotalus durissus terrificus

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

car sensibilizados às proteínas de eqüinos. Portanto,têm-se buscado alternativas para a produção destesantivenenos, e uma delas é a produção de fragmentosde anticorpos humanos pela tecnologia de “phagedisplay”. Neste trabalho, buscou-se a produção deanticorpos monoclonais capazes de inibir a atividadefosfolipásica do veneno de Crotalus durissus terrificus,utilizando-se a biblioteca de fragmentos de anticorposhumanos (scFv) “Griffin.1”, produzida no “MedicalResearch Council” – MRC, Cambridge, Reino Unido.O protocolo adotado para a seleção dos fagos-anti-corpos contra o veneno bruto foi o de imobilização dasproteínas em superfície sólida. Foi realizado um totalde quatro turnos de seleção, sendo que os fagos-anti-corpos selecionados foram analisados por ELISA paraa escolha do turno com o maior título de fagos especí-ficos para o veneno. O quarto turno de seleção foi esco-lhido para a produção de quatro placas de cultura de96 poços de fagos-anticorpos monoclonais. Como oELISA demonstrou que a maioria dos clones mono-clonais foi capaz de reconhecer as proteínas do vene-no, foi constituida uma placa com os clones mais posi-tivos para a realização dos ensaios de inibição dehemólise. Dois clones produtores de fagos-anticorposselecionados foram utilizados para a produção de frag-

mentos de anticorpos solúveis. Dada a ausência de mar-cadores que facilitam a detecção destes anticorpos, apurificação total do scFv não foi obtida, optando-sepor uma purificação parcial por gel filtração em resinaSephadex G-75. Após a obtenção de uma fração enri-quecida de scFv, confirmou-se a capacidade de inibi-ção da atividade enzimática por estes anticorpos. Re-solveu-se, então, verificar a influência desta atividadeem atividades farmacológicas causadas pelo veneno.Para isso, foram realizados ensaios de neutralizaçãodas atividades miotóxica, de indução de edema, anti-coagulante e, por fim, da letalidade. Os ensaios de neu-tralização foram feitos com a subunidade CB da cro-toxina, principal componente tóxico do veneno deCrotalus durissus terrificus, sendo responsável por 90%de sua toxicidade. Apenas no ensaio de letalidade tes-tamos a atividade dos clones produtores de scFv con-tra crotoxina e veneno bruto. Os clones selecionadosforam capazes de inibir parcialmente a atividade mio-tóxica e a indução de edema num período mais tardio,mas não tiveram nenhum efeito na atividade anticoa-gulante de CB. Nos ensaios de letalidade da crotoxinae do veneno bruto houve um aumento da sobrevidados animais com os dois clones selecionados, sendoeste aumento mais efetivo para a toxina isolada.

de obra especializada com conhecimento técnico emcomputação para operar em ambientes não intuitivos.Neste cenário o objetivo deste trabalho foi a imple-mentação de um software para análise de transferên-cia de magnetização em imagens de ressonância mag-nética nuclear que funcionasse na plataforma IBM-PC e em sistemas operacionais livres como GNU/Linux. Com este intuito foi elaborado um algoritmopara leitura de imagens codificadas no padrão DICOM3.0, um algoritmo para a construção dos mapas deRazão de Transferência de Magnetização do volumeadquirido e um visualizador com interface amigávelpara a segmentação e análise dos resultados. Ao fi-

Luciano Albuquerque Lima SaraivaOrientador: Prof. Dr. Antônio Carlos dos SantosDissertação de Mestrado apresentada em 19/05/2006

O uso de análise quantitativa em radiologia mé-dica tem sido de grande valia na detecção de altera-ções não acessíveis à análise visual simples, dita qua-litativa, seja por serem muito sutis, seja por não esta-rem presentes nas técnicas de imagem de ressonân-cia magnética convencional. Porém, certos tipos dequantificação exigem a aquisição de softwares e deplataformas computacionais de alto custo, além de mão

NEUROLOGIA

DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE PARA PROCESSAMENTO DE IMAGENSQUANTITATIVAS EM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Michelle Nave ValadãoOrientador: Prof. Dr. Roger WalzDissertação de Mestrado apresentada em 23/05/2006

Objetivo: A atrofia do cerebelo tem sido obser-vada em pacientes com epilepsias refratárias ao trata-mento farmacológico. Recentemente demonstrou-sea associação entre a epilepsia do lobo temporal mesialassociada à esclerose do hipocampo(ELTM-EH) e apresença de alelos variantes nos códons 129 e 171 dogene Prnp, que codifica a proteína prion celular (PrPc)em pacientes brasileiros. Um estudo mostrou que ahomozigose para a metionina no códon 129 do Prnpestava associada à redução no volume de substânciabranca e aumento no volume ventricular em voluntári-

os saudáveis e pacientes com esquizofrenia.Métodos: Nós investigamos a associação en-

tre o genótipo do Prnp nos códons 129 e 171 do DNAobtido dos leucócitos de sangue periférico de 48 paci-entes consecutivos com ELTM-EH e seus volumesnormalizados do cerebelo.

Resultados: Após uma regressão múltipla paracontrolar o efeito de interações de variáveis clínicas,demográficas, eletrofisiológicas e o ajuste para múlti-plas comparações, não se evidenciou associação en-tre o genótipo do Prnp nos códons 129 e 171 e o volu-me do cerebelo de pacientes com ELTM-EH.

Conclusão: A presença de alelos variantes doPrnp nos códons 129 e 171 não está associada ao vo-lume do cerebelo em pacientes com o ELTM-EH.

nal, software possibilitou a abertura da imagemDICOM. Também construiu de maneira eficiente, osmapas de diferença de porcentagem entre as imagenssem e com o pulso de transferência de magnetização(MTR), possibilitando, inclusive, correções de artefa-tos de movimentos, quando pouco intensos. Permitiu

o delineamento de regiões de interesse irregular, comboa visibilidade dos resultados. Como controle padrão,os resultados foram comparados com o conjunto deferramentas da Universidade McGill (Brain ImagingCenter, McGuill University, Montreal, Quebec, Cana-dá), amplamente testado em artigos publicados.

ESTUDO DE ASSOCIAÇÃO ENTRE O VOLUME CEREBELAR E A PRESENÇADE ALELOS VARIANTES PARA O GENE QUE CODIFICA O PRÍON CELULAREM PACIENTES PORTADORES DE EPILEPSIA DE LOBO TEMPORAL MESIAL

na cidade de Borba, Amazonas, com idade média de 7a 15 anos, de 4 escolas foram entrevistados com umprotocolo ocular específico.

Os exames incluíram teste da acuidade visual erefração sob cicloplegia por auto-refrator, feita em to-das as crianças. Também foi realizado exame ocularexterno.

Os dados encontrados foram submetidos a aná-lises estatísticas com teste de qui-quadrado, análisede variância unifatorial ANOVA) e teste de Tukeyque permitiram o cálculo total da prevalência dos

Luciana Herculano CattebekeOrientador: Prof. Dr. Antonio Augusto Velasco e CruzTese de Doutorado apresentada em 20/04/2006

Introdução: Este estudo foi feito para deter-minar a prevalência dos erros refrativos e doençasoculares em escolares de Borba, pequena cidade doAmazonas, Brasil, onde não existem informação so-bre saúde ocular.

Métodos: Um total de 730 crianças, com 381de sexo masculino e 349 do sexo feminino, da peque-

OFTALMOLOGIA

PREVALÊNCIA DAS AMETROPIAS NA CIDADE DE BORBA - AMAZONAS

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Gleiton Carlos Mendonça SilvaOrientador: Prof. Dr. Sidney Júlio de Faria e SousaDissertação de Mestrado apresentada em 12/05/2006

Objetivos: avaliar a eficiência e previsibilidadede incisões relaxantes - com dissecção lamelar - nacorreção do astigmatismo após ceratoplastia penetran-te. Avaliar ainda a influência do sexo, idade e patolo-gias pré-operatórias no resultado cirúrgico final.

Materiais e Métodos: trinta pacientes, de-zessete homens e treze mulheres, com idades varian-do entre dezoito e setenta e nove anos, foram subme-tidos a incisões relaxantes - com dissecção lamelar -entre abril de 2003 e setembro de 2005. Dezenovepacientes eram portadores de ceratocone e onze apre-sentavam ceratopatia bolhosa. As incisões relaxantesforam realizadas no semimeridiano de maior curvatu-ra na interface doador-receptor, com profundidade de80 a 90% da espessura da córnea e 60° a 90° de arcode extensão; em seguida, foram realizadas dissecçõesdas lamelas corneanas perpendiculares à incisão, comcerca de 2 mm em direção ao centro e ao limbo.

Resultados: a média de astigmatismo pré-ope-ratório era de 8,69 ± 2,42 D e a média pós-operatóriade 5,15 ± 2,46 D. A mudança astigmática em númerosabsolutos no estudo foi de 3,49 ± 2,30 D ou 44,06% ea mudança corrigida por análise vetorial foi de 6,74 ±2,97 D, o que corresponde a 78,55% de correção doastigmatismo inicial. Não foram observadas diferen-ças estatisticamente significativas entre os resultadoscirúrgicos comparados por sexo, idade ou patologiapré-operatória. Um paciente apresentou perfuraçãocorneana, necessitando de sutura, e 20 pacientes per-maneceram com astigmatismo superior a quatro D aofinal do seguimento.

Conclusões: embora altamente seguras e efi-cientes na correção do astigmatismo após ceratoplastiapenetrante, as incisões relaxantes apresentam baixaprevisibilidade. A introdução das dissecções lamelaresà técnica de incisões relaxantes aparentemente nãotorna seus resultados superiores a outros procedimen-tos para o mesmo fim; contudo, sua facilidade técnicapode representar uma vantagem, quando comparadaa outros métodos de correção do alto astigmatismoapós ceratoplastia penetrante.

erros refrativos e a distribuição de acordo com idadee série.

Resultados: O astigmatismo foi o erro refrativomais prevalente nas crianças examinadas (3,9%). Naprimeira série, 91, 6% das crianças apresentaram as-tigmatismo, na segunda 89, 9% e 3, 85% na terceira.

A prevalência de miopia foi 0,5%, valor signifi-cativamente baixo. A prevalência de hipermetropiatambém foi muito baixa (0,6%).

Entre as 730 crianças somente 38 necessita-ram correção óptica (5,2%).

Pterígio foi encontrado em 3 crianças (0,4%).Um caso de ptose foi detectado entre as crianças nesse

estudo. Nenhuma criança foi considerada legal oueconomicamente cega após a correção refrativa.

Conclusão: A prevalência de erros refrativosé muito baixa entre escolares da cidade de Borba. EmBorba, da primeira a terceira série, a refração ocularnão foi dependente do nível da criança na sua escola.

As análises de variância unifatoriais (ANOVA)e o teste de Tukey não foram significativamente dife-rentes entre as três séries.

As taxas de análise da variância unifatorial en-contradas de anisometropias esféricas e cilíndricastambém não variaram significativamente consideran-do as três séries.

INCISÕES RELAXANTES - COM DISSECÇÃO LAMELAR - NA CORREÇÃO DOASTIGMATISMO APÓS CERATOPLASTIA PENETRANTE

ESTUDO DESCRITIVO PARA DAWSON, TRICK E LITZKOW (DTL) EMELETRORRETINOGRAMA DE CAMPO TOTAL PARA HUMANOS

Alexandre dos Reis RáoOrientador: Prof. Dr. Rodrigo JorgeDissertação de Mestrado apresentada em 19/05/2006

Objetivos: A proposta deste estudo é descre-ver os valores obtidos em eletrorretinograma de cam-po total para humanos quando da utilização de um

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

modelo específico de eletrodo, o Dawson, Trickn andLitzkow (DTL).

Métodos: Participaram desse estudo 19 vo-luntários normais com idades variando de 12 a 46 anos,sendo 12 mulheres e 07 homens. Os exames foramobtidos utilizando-se como aparelho o EPIC 2000(LKC Technologies, inc., Gaithersburg, EUA), com oprograma UTAS versão 3.10 e cúpula semi-automáti-ca de Ganzfield, com protocolo recomendado pela(ISCEV), rotina standard e utilizando o DTL comoeletrodo ativo em ambos os olhos. Foram registradosa amplitude µV) e o tempo implícito (ms) de respostadas cinco fases do exame. Realizou-se assim, o estu-do descritivo dos dados obtidos.

Resultados: A média dos valores de amplitu-de (µV) e tempo implícito (ms) respectivamente:

Escotópico-b para olho direito 160,3±45,5 e 78,6±9,3,para o olho esquerdo 152,7±36,2 e 79,4±9,1: Onda-Apara o olho direito 188,7±48,3 e 18,0±2,8, para o olhoesquerdo 174,6±42,7 e 17,4±2,5; Onda B para o olhodireito 311,5±85,3 e 45,2±3,4, para o olho esquerdo301,6±74,2 e 45,0±3,0; Potenciais Oscilatórios paraolho 190,8±41,3 e para olho esquerdo 192,6±43,8;Fotópico b para o olho direito 134,7±35,0 e 29,9±1,4,para olho esquerdo 130,1±37,0 e 29,7±1,5; Flicker parao olho direito 101,9±23,1 e 26,8±1,6, para olho esquer-do 96,1±22,6 e 27,2±1,9.

Conclusões: Esse estudo registra os valoresobtidos em ERG de campo total utilizando-se DTLcomo eletrodo ativo. Essas informações possibilitamnovos estudos comparativos e contribuem para futu-ras padronizações desse modelo de eletrodo.

resultados entre os métodos, foi utilizado o coeficientede concordância Kappa.

Para o GSS observou-se sensibilidade de 100%e especificidade de 66%. Para o FDT-SS observou-sesensibilidade de 100% e especificidade de 63%. Emrelação à perimetria de ondas curtas obteve-se umasensibilidade de 59,37% com especificidade de 85,7%.

Pela análise do coeficiente Kappa, o GSS mos-trou boa concordância quando considerados o grupode normais (K=0,48; p<0,001) e os grupos estudadoscomo um todo (K=0,51; p<0,001). Mostrou concor-dância moderada no grupo de glaucoma inicial (k=0,24;p=0,26) e concordância quase perfeita no grupo deglaucoma moderado (k=0,88; p<0.001).

No grupo de suspeitos e hipertensos oculares,o FDT-SS foi o método com maior positividade para adoença (55,17% e 53,85% respectivamente), tendosido este índice maior que o índice de falsos positivosdo mesmo exame (37,14%).

O FDT-SS mostrou moderada concordância nogrupo de normais (K=0,38; p=0,017), de iniciais(K=0,26; p=0,294) e nos grupos como um todo (K=0,35;p=0,003). No grupo com glaucoma moderado, obser-vou-se boa concordância (K=0,43; p=0,092).

O FDT-SS e o GSS mostraram ótimos índicesde sensibilidade (100%). No entanto, a especificidade

Marília Bastos Quirino BrasilOrientador: Prof. Dr. Argemiro Lauretti FilhoTese de Doutorado apresentada em 02/06/2006

O glaucoma é uma neuropatia óptica progres-siva com alterações típicas do campo visual, podendoou não ser acompanhada por aumento de pressãointra-ocular. A necessidade do diagnóstico precocedesta doença se impõe pela irreversibilidade das alte-rações causadas pela doença e pelo fato de que estapode permanecer assintomática até que sejam atingi-dos estágios avançados.

Em nosso estudo foram estudados trinta e cin-co voluntários normais, vinte e nove pacientes comsuspeita de glaucoma, treze pacientes com hiperten-são ocular e trinta e dois pacientes com diagnósticode glaucoma. Para o estudo, foi incluído um olho decada paciente.

Todos os indivíduos foram submetidos à avalia-ção oftalmológica completa, seguida dos examesperimétricos (perimetria acromática, perimetria deondas curtas e perimetria de dupla freqüência). Paraavaliação da perimetria acromática e de dupla fre-qüência, considerou-se a escala proposta por Brusini(Glaucoma Staging System- GSS- e FDT StagingSystem - FDT-SS). Para análise da condordância dos

COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DA PERIMETRIA DE ONDAS CURTAS E DAPERIMETRIA DE DUPLA FREQÜÊNCIA EM PACIENTES COM SUSPEITA DEGLAUCOMA E HIPERTENSOS OCULARES DE ACORDO COM OS DIAGRAMASDE BRUSINI

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

observada foi inferior àquela reportada em outros es-tudos (63 e 66% respectivamente).

A perimetria de ondas curtas mostrou maiorespecificidade que os outros dois métodos em estudo(85,7%), mas provavelmente em detrimento da sensi-bilidade (59,37%).

Os achados do estudo apontam para a perimetriade dupla freqüência pelo método FDT-SS como exa-me mais sensível que a perimetria de ondas curtaspara o diagnóstico de glaucoma, com índice de positi-vidade maior também nos grupos de hipertensos ocu-lares e suspeitos de glaucoma.

Célia Aparecida Stellutti PachioniOrientador: Prof. Dr. Nilton MazzerTese de Doutorado apresentada em 30/05/2006

Este trabalho teve como objetivo estudar as al-terações microvasculares intraneurais agudas em ner-vo isquiático de rato submetido à esmagamento pordiferentes cargas. Foram utilizados sessenta ratosmachos da linhagem Wistar, distribuídos em dois gru-pos experimentais de acordo com o protocolo de inje-ção de vasos e subdivididos de acordo com a carga deesmagamento. Os nervos isquiáticos direitos de cadagrupo experimental foram isolados e submetidos aoesmagamento com diferentes cargas (0,5 Kg, 1,0 Kg,5,0 Kg, 10,0 kg e 15,0 kg) por 10 minutos e os nervosisquiáticos esquerdos foram utilizados como controle.Após o esmagamento, 30 animais foram submetidosao Protocolo I, que constou de: cateterização da aortaabdominal, perfusão manual da solução composta detinta da China e gelatina 5% em formol 10%, disseca-ção e retirada dos nervos direitos e esquerdos, desi-dratação e diafanização para análise longitudinal dosvasos intraneurais. Os outros trinta animais foram sub-

ORTOPEDIA

LESÃO POR ESMAGAMENTO DO NERVO ISQUIÁTICO DE RATOS: ESTUDODA VASCULARIZAÇÃO

metidos ao Protocolo II, que constou de: cateteriza-ção da aorta abdominal e perfundidos com soluçãocomposta de tinta da China e gelatina 5% em sorofisiológico e, após, mantidos em freezer -20°C por umahora. Em seguida os nervos foram dissecados e reti-rados em toda a sua extensão, cortados em 3 frag-mentos, congelados em isopentano em gelo seco earmazenados em freezer -70°C, seccionados em cor-tes transversais semi-seriados em criostato para aná-lise e contagem dos vasos intraneurais. Os resultadosmostraram regiões de hematoma endoneural e epi-neural nas diferentes cargas utilizadas indicando queas forças de esmagamento foram suficientes para le-sar os vasos intraneurais do nervo isquiático, especi-almente com cargas elevadas. A análise morfométri-ca mostrou um comportamento diferente nas três re-giões estudadas, constatando menor número de vasosna região do esmagamento e não nas regiões acima eabaixo da mesma. Estes resultados sugerem lesão lo-calizada dos vasos intraneurais que foi proporcional àcarga de esmagamento, causando hematoma endo-neural e epineural, o que criará um microambiente des-favorável para a regeneração das fibras nervosas quetambém foram lesadas nesse modelo.

ESTABILIZAÇÃO PRIMÁRIA DA DIÁFISE UMERAL: ESTUDO EXPERIMENTALDE DIFERENTES MÉTODOS DE OSTEOSSÍNTESE

Vilson UlianOrientador: Prof. Dr. Nilton MazzerTese de Doutorado apresentada em 31/05/2006

Este estudo experimental foi idealizado com oobjetivo de avaliar a estabilização relativa primária dadiáfise umeral com três diferentes métodos de oste-

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

ossíntese, representados por uma placa tipo DCP apli-cada com técnica em ponte e que já está sendo utili-zada na prática clínica apesar de não ter sido encon-trada referência em literatura sobre estudos experi-mentais com placas em ponte. O segundo materialutilizado foi uma síntese elástica, também incomum,denominada de SPS®, também aplicada em forma deponte e que não foi encontrado similar na literatura.Um terceiro material utilizado foi uma haste intrame-dular com um incomum método de bloqueio proporci-onado por um parafuso cortical distalmente e por umfio do tipo Ender proximalmente. Para esse fim foramcoletados 21 pares de úmeros humanos de cadáveresa fresco, respeitando-se a normalização bioética dadoação e coleta de material humano, bem como asnormas de funcionamento do CEMEL-Centro deMedicina Legal da FMRP. Os espécimes coletadosforam preparados e adequadamente armazenados nolaboratório de bioengenharia da FMRP, onde tambémforam realizados os procedimentos de osteotomia e

aplicação das técnicas cirúrgicas para montagem dassínteses ósseas, obedecendo as especificações técni-cas próprias de cada material. Com a utilização deuma máquina universal de ensaios EMIC® DL 10000,os três grupos foram submetidos a ensaios nãodestrutivos de flexo-compressão e de torção, com li-mites de carga de 200 N e 100 N respectivamente,que numa primeira fase foram denominados de expe-rimentos primários e num mecanismo de “crossing”foram submetidos secundariamente a novos ensaios,amparados por análise estatística. Os resultados obti-dos para o grupo da placa DCP em ponte mostraramboa resistência às cargas aplicadas, comportamentoeste seguido pelo grupo da síntese elástica que apesarde mostrar índices maiores de deflexão, apresentougrande capacidade elástica. O grupo da haste intra-medular mostrou bons resultados nos ensaios de flexo-compressão devido ao mecanismo de tutor das hastesintramedulares, mas não mostrou resistência às car-gas de torção.

cinco minutos do término da fisioterapia. A Dor foiavaliada imediatamente antes, dez minutos do inícioda fisioterapia e após cinco minutos do término. Asvariáveis FC, FR e PA aumentaram significativamen-te em todos os momentos avaliados quando compara-dos com os valores observados antes do início da fisi-oterapia. A SpO2 reduziu em todos os momentos, sematingir significância. Houve aumento da intensidadeda dor nos dois momentos avaliados, sendo significati-vo apenas no momento cinco minutos do término dafisioterapia. A correlação entre os valores da escalade dor e as varáveis fisiológicas foi negativa no mo-mento dez minutos do início da fisioterapia para FC eFR. A fisioterapia respiratória no pós-operatório decirurgia cardíaca em crianças pode causar alteraçõesfisiológicas decorrentes da dor, como também, estasalterações podem ser decorrentes de regulação he-modinâmica.

Adriana Sanches GarciaOrientador: Prof.Dr. Jyrson Guilherme KlamtDissertação de Mestrado apresentada em 09/06/06

O objetivo deste estudo foi mensurar a dor, e asalterações fisiológicas (pressão arterial (PA), freqüên-cia cardíaca (FC), freqüência respiratória (FR), e sa-turação arterial de oxigênio (SpO2)) durante a fisiote-rapia respiratória no período pós-operatório em crian-ças submetidas à cirurgia cardíaca, e correlacionar asvariáveis fisiológicas com os escores da escala de dor.As 18 crianças, submetidas à cirurgia cardíaca comindicação de fisioterapia pós-operatória, foram avali-adas pré-fisioterapia quanto à pressão arterial sistólica(PAS) e diastólica (PAD), FC, SpO2 , FR , e aplicadaescala de dor FLACC. Os parâmetros fisiológicosforam medidos imediatamente antes, após cinco e dezminutos do início da fisioterapia, ao término e após

AVALIAÇÃO DA DOR PÓS-OPERATÓRIA DURANTE A FISIOTERAPIA EMCRIANÇAS SUBMETIDAS À CIRURGIA CARDÍACA

AVALIAÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DAS LESÕES AGUDAS PORESMAGAMENTO DO NERVO ISQUIÁTICO DO RATO

Patrícia Yumi Cantalejo Nagima MazzerOrientador: Prof.Dr. Claúdio Henrique BarbieriTese de Doutorado apresentada em 29/06/2006

Um estudo morfológico e morfométrico das le-sões agudas por esmagamento do nervo isquiático foirealizado em ratos. Vinte e cinco ratos Wistar machos

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

foram utilizados e divididos em cinco grupos de cincoanimais cada, de acordo com a carga de esmagamen-to. O nervo isquiático direito foi exposto por uma inci-são cutânea longitudinal na face lateral da coxa e sub-metido a uma lesão por esmagamento, em um seg-mento intermediário, de 5 mm de comprimento duran-te 10 minutos, utilizando um dispositivo de peso-mortoespecialmente projetado e construído para este propó-sito, com cargas de 500 g, 1.000 g, 5.000 g, 10.000 g e15.000 g, de acordo com grupo. Os animais forammortos com uma dose excessiva de anestésico, 72horas após o procedimento de esmagamento e sub-metidos, imediatamente, à perfusão com uma soluçãofixadora injetada na aorta abdominal. Ambos os ner-vos isquiáticos, direito (esmagado) e esquerdo (con-trole), foram então pós-fixados com a mesma solução

durante 24 horas e preparados por técnicas histológi-cas convencionais. Secções transversais de 5 µm deespessura foram obtidas e coradas com azul de tolui-dina a 1% e analisadas em um microscópio de luz equi-pado com uma câmera de vídeo acoplada a um microcomputador carregado com um programa gráfico (KS400). Foram realizados estudos morfológicos qualitati-vos e morfométricos quantitativos, para calcular parâ-metros como densidade de fibras normais e alteradas,área e diâmetro mínimo da fibra, área e diâmetro míni-mo do axônio e razão G. Os resultados mostraram quea lesão produzida às fibras neurais e ao tecido neuralfoi diretamente proporcional à carga aplicada e queuma carga de 500 g é suficiente para produzir um danosevero, com lesão importante das estruturas doendoneuro.

via intra-peritoneal, e 1/3 desta dose foi utilizada comoforma de manutenção dos níveis de anestesia duranteo experimento, com um tempo médio de ação de 4minutos, não causando nenhuma alteração nos parâ-metros fisiológicos e demais funções vitais. O proce-dimento de indução da úlcera cutânea foi realizadoconforme o grupo induzido, ambos sendo realizadospor via subcutânea, na região dorsal do animal envol-vido neste experimento. Os animais foram monitoradospor um período de 72 horas, ocorrendo retirada dematerial para análise histológica em todos os grupos,no seguinte momento: seis animais de cada grupo - 6horas após indução da úlcera cutânea, seis animais decada grupo - 24 horas após indução da úlcera cutânea,seis animais de cada grupo - 48 horas após indução daúlcera cutânea, seis animais de cada grupo - 48 horasapós indução da úlcera cutânea, seis animais de cadagrupo - 72 horas após indução da úlcera cutânea. Apósa retirada da amostra histológica, os segmentos foramfixados em formol a 10% por 24 horas, e corados pelatécnica hematoxilina-eosina (HE). Utilizou-se osoftware Ks 400 GmbH, para análise morfométricada área de epiderme, área de derme, área de tecidomuscular e espessura média da epiderme. Os resulta-dos obtidos por inoculação demonstram que a induçãoda úlcera cutânea por meio de inoculação deformaldeído é um protocolo confiável e de fácil exe-

João Fabio Rodrigues SiqueiraOrientador: Prof.Dr. Claúdio Henrique BarbieriDissertação de Mestrado apresentada em 30/06/2006

O presente trabalho tem como objetivo desen-volver um protocolo experimental de indução de úlce-ra cutânea, por meio de inoculação subcutânea deformaldeído 40%, e estudar a evolução de suas carac-terísticas histológicas, na epiderme, derme, tecido mus-cular, através da análise do espectro de cor. Conside-rando os mecanismos de evolução de uma úlcera pres-são como parâmetro, para desenvolvimento da úlceracutânea. Utilizamos 72 ratos Wistar, macho. Os ani-mais. foram divididos em três grupos denominados:GRUPO I (controle - composto de 24 animais, induzi-do 24 úlceras cutânea com inoculação de solução sa-lina 0,9% na dosagem de 30 µl, por via subcutânea),GRUPO II (experimental 1 - composto de 24 animais,induzido 24 úlceras cutânea com inoculação de solu-ção formaldeído 40% na dosagem de 50 µl por viasubcutânea), GRUPO III (experimental 2 - compostode 24 animais, induzido 24 úlceras cutâneas com apli-cação de solução formaldeído 40% na dosagem de 30µl por via subcutânea). No procedimento de induçãoda úlcera, os animais sofreram anestesia geral, admi-nistrada com associação dos anestésicos Ketamina(90mg/Kg) associado com Xilasina (10 mg/Kg), por

INDUÇÃO DE ÚLCERA CUTÂNEA NA REGIÃO DORSAL DE RATOS WISTARPOR MEIO DE INOCULAÇÃO SUBCUTÂNEA DE FORMALDEÍDO A 40%.ESTUDO EXPERIMENTAL

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

cução. Os dados obtidos das amostras retiradas a 6ª,24ª, 48ª e 72ª horas pós-indução para o percentual deárea lesada de derme, epiderme e tecido muscular,foram tratados estatisticamente por análise de variância

jetivo de relacionar a alteração na homeostase do zin-co com anormalidades do funcionamento da via vesti-bular. Nove indivíduos portadores de deficiência crô-nica de zinco, entre outros distúrbios nutricionais, con-seqüentes à síndrome de má absorção, foram subme-tidos à avaliação vestibular. Os resultados foram com-parados com os de um grupo controle considerado nor-mal. A comparação entre os grupos mostrou diferen-ças significativas em diversos parâmetros da análisevestibular e chamou a atenção para uma possível par-ticipação das alterações disabsortivas na origem dasdesordens vestibulares.

tes e após a reposição parenteral desse oligoelemento,através de Potenciais Evocados Auditivos de TroncoEncefálico (PEA), e compará-lo a um grupo de paci-entes controle, sem queixas otológicas, sem doençanutricional, para avaliar a possível presença de altera-ções funcionais da via auditiva, assim como o efeitoda reposição parenteral de zinco sobre essa função.Os pacientes do grupo hipozincêmico foram recruta-dos na Unidade Metabólica do Hospital das Clínicasda Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Uni-versidade de São Paulo (HCFMRP-USP), Disciplinade Nutrologia. Todos foram submetidos à anamnese,exame físico otorrinolaringológico, dosagem de zinco,glicemia e hormônios tireoideanos, Audiometria TonalLiminar, Imitanciometria, Índice Percentual de Reco-

Júlio Cláudio SousaOrientadora: Profa. Dra. Maria Cristina L. Cury FéresDissertação de Mestrado apresentada em 20/04/2006

O elemento químico zinco tem sido muito estu-dado recentemente. Sabe-se hoje que, além de seuimportante papel no equilíbrio nutricional do organis-mo, o zinco está presente em várias e diferentes es-truturas do sistema nervoso central (SNC), atuandocomo co-fator em sinapses excitatórias glutamatérgi-cas. Acredita-se que o zinco module a sensibilidade dereceptores pós-sinápticos de glutamato, do tipo N-Metil-D-Aspartato (NMDA). Este trabalho visa estu-dar um grupo de pacientes com hipozincemia crônica,decorrente da Síndrome do Intestino Curto (SIC), an-

POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS DE TRONCO ENCEFÁLICO EM PACIEN-TES COM SÍNDROME DE MÁ ABSORÇÃO POR SÍNDROME DO INTESTINOCURTO, ANTES E APÓS REPOSIÇÃO PARENTERAL DE OLIGOELEMENTOS

(ANOVA) fixou-se em 0,05 ou 5% o nível de signifi-cância. Podemos concluir que: o protocolo de induçãoé um método satisfatório quanto ao desenvolvimentode uma lesão que não cicatrize espontaneamente.

Gustavo Duarte Paiva FerreiraOrientadora: Profa.Dra. Maria Cristina L. Cury FéresDissertação de Mestrado apresentada em 20/04/2006

A presença do elemento químico zinco na viaauditiva e a sua provável participação na gênese dealguns tipos de disacusia e tinnitus estão bem docu-mentadas, porém não há estudos funcionais que mos-trem o impacto da deficiência sistêmica de zinco nosistema vestibular, nem estudos anatômicos descriti-vos comprovando a existência do íon nas estruturasda via vestibular. Este estudo foi realizado com o ob-

OTORRINOLARINGOLOGIA

AVALIAÇÃO VESTIBULAR POR MEIO DE VIDEONISTAGMOGRAFIA DE PA-CIENTES PORTADORES DE DEFICIÊNCIA CRÔNICA DE ZINCO POR SÍN-DROME DO INTESTINO CURTO

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Pedro Paulo Vivacqua da Cunha CintraOrientadora: Profa. Dra. Wilma T. Anselmo-LimaTese de Doutorado apresentada em 15/05/2006

Nos últimos anos a procura por métodos cirúr-gicos menos invasivos e com resultados que fossemsemelhantes aos utilizados tem sido a norma na me-dicina. Assim, surgiram os lasers cirúrgicos, possibili-tando, a nós médicos, procedimentos de uma precisãoinimaginável há alguns atrás.

Neste trabalho, o nosso objetivo foi avaliar ecomparar os resultados da dacriocistorrinostomia en-docanalicular (DCR ECN) com laser de diodo e a téc-nica tradicional de dacriocistorrinostomia endonasalDCR EDN realizadas em pacientes selecionados, por-tadores de estenose comprovada por dacriocistografiadas vias lacrimais.

Realizamos 28 cirurgias de DCR ECN com laserde diodo Diomed 15 e 24 cirurgias de DCR EDN noperíodo de fevereiro de 2002 a julho de 2005.

Em nossos resultados o tempo cirúrgico com aDCR ECN foi de 29 minutos, e da DCR EDN 86minutos, estatisticamente significativo.

No grupo DCR ECN, 25 (88%), apresentavam-

se sem queixas após o procedimento e três (12%)apresentaram ausência de melhora dos sintomas apóso procedimento cirúrgico, ao passo que no grupo DCREDN 19 pacientes (79%) apresentaram resultadospositivos e 5 pacientes (21%) mantiveram os seus sin-tomas iniciais, não havendo diferença significativa nopercentual entre os grupos.

O tempo de silicone dos pacientes do grupo DCRECN (55 dias) foi significativamente inferior ao tempode tubo dos pacientes do grupo DCR EDN (117 dias).

Nos parâmetros avaliados somente na DCRECN verificamos que a quantidade de energia varioude 289 a 523J, a anestesia local associada à sedaçãofoi bem suportada por todos os pacientes. O sangra-mento intra-operatório foi classificado como ausenteem dois procedimentos (7,14%), leve em dezessetepacientes (60,71%), moderado em nove pacientes(32,14%) e em nenhum paciente foi necessário inter-romper o procedimento por sangramento.

Concluímos que as duas técnicas apresentarambom índice de resolutibilidade, sem diferença signifi-cativa entre elas. Destacamos as facilidades ofereci-das pela DCR ECN apesar da desvantagem que é ocusto alto do equipamento.

nhecimento de Fala e, em seguida, ao exame de PEA.Os pacientes do grupo hipozincêmico foram submeti-dos a novo exame de PEA vinte quatro horas após areposição parenteral de zinco. Os resultados dos doisgrupos foram compilados e submetidos à análise esta-tística. Observou-se um aumento significativo no in-tervalo inter-pico I-V, entre o grupo controle e os paci-entes hipozincêmicos, ao exame de PEA. No grupo

hipozincêmico, antes e após a reposição parenteral dezinco, não se detectaram diferenças significativas.Conclui-se que os pacientes com desequilíbrio nutri-cional, o qual compreende deficiência de zinco, apre-sentaram alteração funcional do sistema auditivo,detectável eletrofisiologicamente ao PEA, e que a re-posição parenteral aguda de zinco não alterou o perfileletrofisiológico auditivo desses pacientes.

DACRIOCISTORRINOSTOMIA ENDOCANALICULAR COM LASER DE DIODO

modelo canino após o uso de Radiofreqüência e subs-tâncias esclerosantes, verificando as alterações es-truturais de mucosa e submucosa, assim como os ti-pos de colágeno. Estas técnicas cirúrgicas são usadasno tratamento do ronco e apnéia leve do sono paraaumentar a tensão e reduzir o palato mole.

Ralph Silveira DibbernOrientador: Prof. Dr. Denilson S. FominDissertação de Mestrado apresentada em 17/05/2006

Objetivos: Este estudo foi realizado para com-parar as mudanças histológicas no palato mole em

ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS PRODUZIDAS POR SUBSTÂNCIAS ESCLERO-SANTES E RADIOFREQÜÊNCIA NO PALATO MOLE EM MODELO ANIMAL

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Camila de Giacomo CarneiroOrientadora: Profa. Dra. Maria Cristina L.Cury FéresDissertação de Mestrado apresentada em 18/05/2006

A Doença de Alzheimer é a doença neurode-generativa mais comum e a causa mais prevalente dedemência no idoso.

O componente P300 dos potenciais evocadosrelacionados a eventos tem sido usado na avaliaçãodos distúrbios cognitivos, em várias doenças do Siste-ma Nervoso Central.

O presente trabalho teve como objetivo avaliar

o comportamento dos potenciais evocados auditivosde longa latência em pacientes portadores de Doençade Alzheimer. Foram analisadas as latências e as am-plitudes dos componentes N1, P2, N2 e P300 dessetipo de potencial.

Detectou-se diferença estatisticamente signifi-cativa na latência e na amplitude do P300 nos pacien-tes com Doença de Alzheimer, em relação ao grupocontrole.

Concluiu-se que o P300 pode ser utilizado naavaliação complementar desse tipo de desordemcognitiva.

Métodos: Dezesseis animais foram divididosem 5 grupos: grupo 1, cães submetidos à injeção deoleato de etanolamina, grupo 2, cães submetidos à in-jeção de glicose 50%, grupo 3, cães submetidos à Ra-diofreqüência-Coblation, grupo 4, com cães submeti-dos à redução volumétrica do palato mole com Radio-freqüência-Somnoplastia e o grupo 5 como controle.Após 5 semanas, os animais foram sacrificados. Aporção de mucosa e submucosa foi analisada comcoloração picrosirius e observada com microscopiade polarização. As análises estatísticas foram feitaspelos modelos lineares de efeitos mistos (efeitos alea-tórios e fixos), através do procedimento PROC-MIXED do software SAS, versão 8.02.

Resultados: A análise histológica demonstrouo aumento do colágeno tipo I em relação ao tipo IIIem todos os grupos submetidos à Radiofreqüência esubstâncias esclerosantes, quando comparados ao gru-po controle.

Conclusões: Os tipos de colágeno mais evi-dentes no palato mole foram os tipos I e tipo III, apóso procedimento, sendo o colágeno tipo I presente emmaior quantidade naqueles submetidos ao oleato deetanolamina e Radiofreqüência-Somnoplastia. A aná-lise histológica também demonstra ausência de pro-cessos inflamatórios crônicos ou necrose de mucosae submucosa.

AVALIAÇÃO DOS POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS RELACIONADOS AEVENTOS EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA DE ALZHEIMER

nível do bordo inferior do pilar anterior do palato molee incisões laterais verticais à úvula, a meia distânciaentre a margem lateral da úvula à parede lateral dafaringe e um utilizado como controle. Em cinco foiutilizado o Bisturi Ultrassônico e em cinco o Eletro-cautério Monopolar, com incisões laterais verticaisaproximadas de 0,5cm no palato mole e redução daúvula. O palato mole dos animais suínos foi retiradoapós cinco semanas do procedimento. Os cortes fo-ram corados em uma solução de 0,1g de Sírius Red,em 100ml de solução de ácido pícrico saturado de pH

Fernando Arruda RamosOrientador: Prof. Dr. Denilson S. FominDissertação de Mestrado apresentada em 22/05/2006

Objetivos: Analisar a quantidade média do co-lágeno total produzido e o tipo predominante de colá-geno no palato mole animal, após a utilização do Bis-turi Ultrassônico e Eletrocautério, em relação à análi-se histológica do palato mole do animal suíno controle.

Métodos: Foram incluídos neste estudo onzesuínos. Dez foram submetidos à retirada da úvula ao

ANÁLISE HISTOLÓGICA DA FORMAÇÃO DE COLÁGENO DO PALATO MOLEAPÓS UTILIZAÇÃO DE BISTURI ULTRASSÔNICO E ELETROCAUTÉRIO EMMODELO ANIMAL

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

2.0, método Picrosírius. As lâminas contendo os cor-tes corados com o Sírius Red foram observadas efotografadas por microscopia de luz em microscópiosob polarização. Foram preparados quatro blocos decada animal, cada bloco foi cortado quatro vezes, sen-do analisado os três primeiros cortes e descartado oúltimo corte, correspondente a porção mais interna dobloco. Cada corte foi fotografado seis vezes, sendoseguido o critério pré-determinado para todos os cor-tes. Cada bloco foi fotografado dezoito vezes, totali-zando 72 fotos por animal.

Resultados: Houve aumento na quantidademédia de colágeno total após a utilização do BisturiUltrassônico em relação ao animal controle, porém,redução na quantidade média de colágeno total com o

uso do Eletrocautério. Houve aumento do colágenotipo III e diminuição do colágeno tipo I utilizando Ele-trocautério e diminuição do colágeno tipo III e aumentodo colágeno tipo I utilizando Bisturi Ultrassônico. Otipo de colágeno predominante nas duas técnicas foicolágeno Tipo I.

Conclusão: O procedimento com Eletrocau-tério diminuiu a quantidade média de colágeno total edo tipo I e aumentou a do tipo III. O procedimentocom Bisturi Ultrassônico aumentou a quantidade mé-dia de colágeno total e do tipo I. Para o futuro o usodo Bisturi Ultrassônico poderá ser utilizado para tra-tamentos que exijam aumento do colágeno tipo I paramelhoria dos sintomas, porém, novos estudos devemser realizados para comprovarem nossos achados.

vasoconstrictor, no ponto de ERB, e quando neces-sário, lidocaína a 2% com vasoconstrictor para com-plementação anestésica intra-operatória. Sedaçãointra-operatória com diazepam endovenoso foi admi-nistrada, conforme a necessidade, e metoprolol paracontrole da pressão arterial (PA) e freqüência cardía-ca (FC) intra-operatória. O grupo submetido à A.G.foi anestesiado segundo técnica padronizada pelo grupode anestesistas do hospital onde se desenvolveu o es-tudo. Para isso receberam: ar, oxigênio, óxido nitroso,etomidato, eflurano, fentanil, pancuron, droperidol,prostigmine e atropina.

Resultados: Tivemos resultado significante(p<0,05) para o tempo de cirurgia (A.G.111, 4:B.P.C.S.125,5min.), tempo de anestesia (A.G.154,1:B.P.C.S.488,6min), tempo de reversão anestésica(A.G.15:B.P.C.S.1min.) e custos do tratamento(A.G.203,2:B.P.C.S.87,4R$) e resultado não significa-tivo (p>0,05) para tempo de internação (A.G.17,3:B.P.C.S.15,1h), sangramento intra-operatório(A.G.41,9:B.P.C.S.47,6g), tamanho do tumor ressecado(A.G.52,1: B.P.C.S.93,69cm³), tempo de permanên-cia na sala de recuperação anestésica (A.G.110,5:B.P.C.S.91,0min.) e grau de satisfação dos pacientes(A.G.3,8:B.P.C.S.3,9).

Conclusão: Levando-se em conta os resul-tados obtidos nesse estudo, os valores significan-tes, foram: o tempo cirúrgico foi maior com B.P.C.S.

Helder RafulOrientador: Prof. Dr. Rui C. Martins MamedeDissertação de Mestrado apresentada em 22/05/2006

Introdução: A tireoidectomia ao agregar ao seuarsenal o que há de mais moderno em termos de téc-nica e instrumentais, passou de ato temido a uma dascirurgias mais freqüentemente realizadas na área deCirurgia de Cabeça e Pescoço. No entanto, a sua re-alização sob efeito do bloqueio do plexo cervical su-perficial tem encontrado resistência.

Objetivo: Comparar duas técnicas anestésicas(anestesia geral e bloqueio do plexo cervical superfi-cial) em pacientes submetidos à hemitireoidectomiade acordo com: tempo cirúrgico, anestésicos, de re-versão e de recuperação anestésica, complicações,necessidade de analgesia, tamanho da tumoraçãoressecada, grau de satisfação e custos do tratamento.

Materiais e Métodos: Foram analisados 42pacientes submetidos à hemitireoidectomia sob o efeitode duas diferentes técnicas anestésicas. Eram paci-entes com indicação cirúrgica baseada nos dadosultrasonográficos e de PAAF, sendo que 21 recebe-ram anestesia geral (A.G.) e outro tanto o bloqueio doplexo cervical superficial (B.P.C.S.), de forma inter-calada. Todos receberam meperidina e prometazinacom o intuito de sedar os pacientes. No grupo subme-tido ao B.P.C.S., usou-se marcaína a 0,5% com

COMPARAÇÃO DE TIREOIDECTOMIAS PARCIAIS REALIZADAS SOB A AÇÃODE ANESTESIA GERAL E BLOQUEIO DO PLEXO CERVICAL SUPERFICIAL

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Alexandre Truite AlvesOrientador: Prof. Dr. José Fernando ColafêminaDissertação de Mestrado apresentada em 23/05/2006

Parte integrante de testes da oculomotricidade,o nistagmo optocinético representa um movimentoocular involuntário de acompanhamento visual à obje-tos em movimento. É constituído por um movimentoocular suave em direção ao estímulo visual móvel su-cedido de movimentação rápida em direção oposta.Sua função é de ajudar na estabilização da cena visualna retina, para compensar o movimento do campo vi-sual. As vias neurais geradoras deste possui conexõesimportantes com o cerebelo. Sabe-se que lesões cere-belares, dos mais diversos tipos, podem provocar alte-rações qualitativas no nistagmo optocinético. Nesteestudo, à princípio, foi realizada uma revisão de litera-tura com ênfase nas relações entre o cerebelo e onistagmo optocinético. Foram constituídos 2 grupos dis-tintos de indivíduos: um grupo de 6 indivíduos com di-versos tipos de patologia do cerebelo, com idade vari-

ando entre 35 e 46 anos, e um grupo controle, consti-tuído por 17 indivíduos voluntários com idade variandoentre 18 e 50 anos. O nistagmo optocinético foi anali-sado em ambos os grupos, utilizando-se como parâ-metro quantitativo a variável ganho e como parâmetroqualitativo a morfologia dos registros. A comparaçãoda variável ganho foi realizada entre os dois grupos ea seguir entre ambos os sexos. O aparelho utilizado foium eletronistagmógrafo computadorizado de 4 canaisda marca Micromedical Technologies. Não foram en-contradas diferenças no parâmetro quantitativo (gan-ho) nos dois grupos (controle e patológico). Sexo tam-bém não exerceu influência nesta comparação. A mor-fologia das respostas, porém, apresentou profundas di-ferenças entre os dois grupos, sendo que o grupo comdoenças cerebelares apresentou assimetria nas res-postas entre olho esquerdo e olho direito. Assim, con-clui-se que o cerebelo possui relações importantesneurais com o nistagmo optocinético e que novos es-tudos sobre as relações, envolvendo eletronistagmo-grafia devem ser realizados.

(14,1 min.); o tempo de reversão em sala cirúrgicafoi maior com A.G. (14 min.), o tempo anestésico foimaior com B.P.C.S. (334,5 min.), porém, este fato nãoimplicou em redução do uso de analgésico no pós-

operatório imediato; houve trauma laringo-traquealem 51% dos A.G. e bradicardia em 23,8% doB.P.C.S., houve custo menor do tratamento comB.P.C.S. (R$ 115,8).

NISTAGMO OPTOCINÉTICO EM INDIVÍDUOS COM ALTERAÇÕES CEREBE-LARES

PATOLOGIA

EFEITOS DO ORLISTAT NA PROLIFERAÇÃO CELULAR DA MUCOSACOLÔNICA E NA FORMAÇÃO DE FOCOS DE CRIPTAS ABERRANTESINDUZIDOS POR DIMETILHIDRAZINA EM RATOS

Luane Taísa da Costa BarrosOrientador: Prof. Dr. Sérgio Britto GarciaDissertação de Mestrado apresentada dia 24/04/2006

O Orlistat é um membro de uma classe de dro-gas usadas como tratamento para obesidade. No en-tanto, a segurança de seu uso em longo prazo aindanão é conhecida. O Orlistat exerce sua atividade no

lúmen do trato gastrintestinal inibindo a enzima lipasepancreática, responsável pela hidrólise dos triacil-glicerídeos normalmente ingeridos com a dieta. Essemedicamento, quimicamente sintetizado, é um deri-vado da lipstatina, inibidora natural da lipase produ-zida pelo Streptomyces toxytricini. Assim, a excre-ção de gordura fecal fica significativamente aumen-tada com o uso do Orlistat. Estudos epidemiológicos e

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Ricardo Marcelo AbrãoOrientadora: Profa. Dra. Carmen Cinira Santos MartinTese de Doutorado apresentada em 17/05/06

Pesquisas têm documentado como é variável adecomposição corporal e o intervalo de tempo verifi-cado entre as diversas fases do processo de decom-posição do cadáver e o momento em que se verificoua morte. Fatores ambientais como temperatura, umi-dade, condições aeróbica e anaeróbica, presença demicrorganismos e condições do solo são consideradoscomo fatores que interferem no processo que envolvea preservação ou não do cadáver. As circunstânciasque detêm a putrefação, uma vez iniciada, estão re-presentadas pelos processos naturais conservadoresdos cadáveres. A formação da adipocera foi investi-gada para confirmar a sua relação com o tempo deesqueletização relacionado ao sexo. O trabalho teveos seguintes objetivos: 1) registrar e comparar as va-riáveis ambientais temperatura, umidade relativa doar, chuvas e as variáveis corporais peso e teor de gor-dura dos animais; 2) investigar se o processo de es-queletização sofre interferência hormonal, descreven-do, macroscopicamente, a esqueletização comparan-do-se os grupos conforme o sexo e a fase hormonal e3) identificar a composição da massa cadavérica dosrestos da decomposição corpórea através do métododa cromatografia gasosa. Trata-se de trabalho expe-rimental com ratos Wistar sendo utilizados 30 ratosdivididos em três grupos: 10 machos castrados semreposição de testosterona (MCST), 10 machos cas-trados com reposição de testosterona (MCCT) e 10

machos controles da testosterona (MCoT). Para aformação do grupo das fêmeas foram utilizadas 60ratas divididas em seis grupos: 10 fêmeas controlesna fase diestro (FCoD), 10 fêmeas controles na faseestro (FCoE), 10 fêmeas controles na fase proestro(FCoP), 10 fêmeas castradas sem reposição de hor-mônio (FCSH), 10 fêmeas castradas com reposiçãode estrógeno (FCCE) e 10 fêmeas castradas com re-posição de progesterona (FCCP). Estes animais fo-ram cuidados até atingirem o peso entre 350 e 450g,quando foram mortos em câmara de CO2 e depoisenvolvidos individualmente em gaze e algodão e colo-cados em urnas de madeira e depois sepultados den-tro de uma caixa de cimento enterrada no solo. Asanálises realizadas para verificar a variação dos fato-res ambientais e dos fatores corporais não interferi-ram no processo de esqueletização. Após as exuma-ções, apenas o grupo MCoT apresentou esqueletiza-ção completa com o esqueleto visível livre de quais-quer restos remanescentes. Os grupos MCST e MCCTapresentaram esqueletização mínima com massa ca-davérica recobrindo todo o corpo e alguns ainda apre-sentando órgãos e vísceras conservados. Todos osgrupos das fêmeas apresentaram esqueletização par-cial. Toda massa cadavérica analisada confirmou seradipocera. Considerando-se que os dois grupos deanimais foram sepultados no mesmo local, sob asmesmas condições ambientais e corporais, simultane-amente durante o mesmo intervalo de tempo, foi pos-sível apontar a variável hormônio como o fator res-ponsável pela diferença observada na decomposiçãocorpórea.

em modelos experimentais, sugerem que o aumentodas dietas hipergordurosas tem efeito promotor parao câncer colorretal. Tal efeito deve ser relacionado,pelo menos parcialmente, às mudanças intra-colônicascausadas pela ação direta da gordura nas células damucosa do cólon, os colonócitos. O estudo atual temcomo objetivo verificar os efeitos do Orlistat na for-mação colônica de focos de criptas aberrantes (FCA)e na proliferação celular epitelial da mucosa gastrin-testinal.

Ratos Wistar machos receberam dieta padrãoou dieta com aumento de gordura, suplementada ou

não com Orlistat (200 mg / kg), e duas doses sema-nais do carcinógeno químico Dimetilhidrazina (DMH)(25 mg / kg). Após 30 dias, nos animais tratados comDMH, o Orlistat foi associado a um aumento signifi-cativo no número de FCAs colônicos e na prolifera-ção celular epitelial da mucosa do cólon, independen-temente da dieta. Os achados obtidos neste trabalhopermitem concluir que o aumento do teor de gordurana luz do cólon distal, em decorrência da ação doOrlistat, pode potencializar a ação da DMH na for-mação de FCAs e no aumento da proliferação celularepitelial da mucosa colônica.

A INTERFERÊNCIA DOS HORMÔNIOS SEXUAIS NO TEMPO DE ESQUELETI-ZAÇÃO. ESTUDO EXPERIMENTAL EM RATOS WISTAR

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Alessandra Kimie MatsunoOrientadora: Profa.Dra. Marisa Márcia Mussi PinhataDissertação de Mestrado apresentada em 13/04/2006

Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico deinfecção nosocomial em crianças assistidas nas Uni-dades de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) da Uni-dade de Emergência (UE) e Campus (CA) do Hospi-tal das Clínicas da Faculdade de Medicina de RibeirãoPreto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP).

Métodos: Estudo observacional, prospectivo,de todas as crianças admitidas nas UTIPs duranteo período de 01 de março de 2004 a 28 de fevereirode 2005 e cujas internações duraram ≥ 24 horas. Uti-lizando-se a metodologia “National Nosocomial Infec-tion Surveillance System” (NNISS) registraram-seo número de pacientes-dia, caracteres-dia, ventilado-res-dia e sondas vesicais-dia, as características dospacientes em cada unidade, a freqüência e os sítiosdas infecções, o perfil microbiológico dos agentes cau-sadores, a evolução dos pacientes e ocorrência deóbitos, calculando-se os indicadores de ocorrência deinfecção. Realizou-se análise univariada e multiva-riada para identificação dos correlatos de infecçãonosocomial.

Resultados: Observaram-se 401 crianças, 163(40,6%) na UE e 238 (59,4%) no CA. Considerando-se as características dos pacientes assistidos, classifi-cou-se a UTIP-UE em geral e a UTIP-CA em cirúr-gica. Um ou mais episódios de infecção nosocomialincidiram em 23/163 (14%) na UE e em 57/238 (23,9%)no CA. Taxas de incidência acumulada e de densi-dade de incidência de infecção foram, respectiva-mente, 12,7% e 23,1 %; 16,28 por 1000 pacientes-diae 47,01 por 1000 pacientes-dia. Em ambas as uni-dades observaram-se índices de ventilação mecânicade 0,60 respiradores-dia por pacientes-dia e altas ta-xas de pneumonia associada à ventilação mecânica(10,8 por 1000 ventiladores-dia na UTIP-UE e 42,6

na UTIP-CA). Índices de utilização de cateter vascu-lar central foram de 0,28 e de 0,65 por pacientes-dia,e ocorreram 5,91 e 7,21 infecções de corrente sangüí-nea por 1000 cateteres-dia respectivamente na UTIP-UE UTIP-CA. Detectaram-se índices de utilizaçãode sondas vesicais (SV) por pacientes-dia de 0,15 naUTIP-UE e 0,29 na UTIP-CA, ocorrendo 5,06 infec-ções do trato urinário por SVD-dia nesta última uni-dade e nenhuma na primeira. Com relação aos sítiosenvolvidos, pneumonia foi o diagnóstico mais freqüente,identificado em 62,8% dos episódios de infecções naUTIP-UE e em 66,6% na UTIP-CA. Destaca-se aalta incidência de infecção de ferida operatória naunidade do Campus (18,5% dos episódios de infec-ções). Os agentes etiológicos mais freqüentementeidentificados nas unidades foram Staphylococcuscoagulase-negativo e Staphylococcus aureus. A inter-nação > 4 dias associou-se, independentemente, àocorrência de infecção em ambas as unidades (ORajustado: 9,36 (UE); 17,33 (CA). Adicionalmente, nascrianças da UTIP-UE o uso de transfusões múltiplase traqueostomia também foram identificados comofatores de riscos para infecções. Enquanto que nascrianças da UTIP-CA a alimentação parenteral, ascirurgias cardíacas e o índice prognóstico PRISM >10 associaram-se a infecções. As taxas de mortalida-de em ambas foram de 11 %, sendo que a ocorrênciade óbito foi aproximadamente 3 vezes maior entre ascrianças diagnosticadas com infecção hospitalar doque entre aquelas não acometidas.

Conclusão: Este estudo evidencia alarmantestaxas de infecção hospitalar na unidade de terapia in-tensiva pediátrica do Campus, destacando-se a eleva-da freqüência de pneumonia e o predomínio dos Sta-phylococcus como causa de infecção. A infecção au-menta a morbi-mortalidade dos pacientes ali assisti-dos. Portanto, medidas urgentes de controle e pre-venção de infecção devem ser planejadas e imple-mentadas.

SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA INFECÇÃO HOSPITALAR NAS UNIDADESDE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FA-CULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - USP

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Luciano Lemos MegaOrientadora: Ana Paula de Carvalho Panzeri CarlottiDissertação de Mestrado apresentada em 19/04/2006

O Traumatismo Cranioencefálico (TCE) cons-titui a principal causa de retardo do desenvolvimentoneuropsicomotor adquirido em crianças. Os objetivosdo presente estudo foram avaliar o prognóstico neu-ropsicológico de longo prazo após TCE e sua associa-ção com a gravidade do trauma e os achados tardiosde ressonância magnética (RM) do encéfalo. Trata-se de estudo de coorte de todas as vítimas de TCE, de1 mês a 14 anos e 11 meses de idade no momento dotrauma, internados no Centro de Terapia IntensivaPediátrico (CTIP) da Unidade de Emergência do Hos-pital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribei-rão Preto - Universidade de São Paulo, no período desetembro de 1999 a agosto de 2002. Trinta e oito de 60pacientes com TCE, admitidos no CTIP no período deestudo, foram incluídos; 66% eram do sexo masculi-no. Os critérios de exclusão foram morte em 8 paci-entes, retardo do desenvolvimento neuropsicomotorprévio em 2, recusa em participar em 1 e endereçodesconhecido em 11. A gravidade do quadro inicial apóso trauma foi avaliada pela análise do prontuário e, 2 a5 anos após o trauma, os pacientes foram submetidosa avaliação neurológica pela Glasgow Outcome Scale(GOS), Extended Glasgow Outcome Scale (GOSE)e King’s Outcome Scale for Childhood Head Injury

(KOSCHI), avaliação neuropsicológica pela EscalaStanford-Binet e exame de RM do encéfalo. O prog-nóstico neurológico associou-se com a idade no trau-ma, a Escala de Coma de Glasgow (ECG) com 72horas de internação, o Injury Severity Score (ISS) eo Pediatric Risk of Mortality na chegada ao hospital,o tempo de ventilação mecânica e o tempo de interna-ção no CTIP. Não se associaram com o prognósticoneurológico o tempo decorrido entre o trauma e a che-gada no hospital, o sexo, a pressão arterial sistólica emédia, a presença de alteração pupilar, a ECG e amelhor resposta motora no momento da chegada aohospital e as imagens de tomografia computadorizadada fase aguda. O prognóstico neurológico de longoprazo associou-se com o Quociente de Inteligência (QI)e seu componente Memória Imediata (MI). O QIcorrelacionou-se positivamente com a ECG 72 horasapós a chegada no hospital e, negativamente, com oISS na chegada ao hospital, o tempo de ventilaçãomecânica e o tempo de internação no CTIP. O com-ponente MI correlacionou-se negativamente com o ISSna chegada ao hospital e com o tempo de internaçãono CTIP. Houve associação das alterações tardias deRM do encéfalo com o prognóstico, avaliado pela GOS,GOSE e KOSCHI e com o QI e a MI. São importan-tes o estudo da evolução neuropsicológica e a identifi-cação precoce de crianças sob o risco de ficarem comseqüelas, para que seja instituído, precocemente, tra-tamento de reabilitação.

AVALIAÇÃO DO PROGNÓSTICO NEUROPSICOLÓGICO DE CRIANÇASAPÓS TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO E SUA ASSOCIAÇÃO COM A GRAVIDA-DE DO TRAUMA E OS ACHADOS TARDIOS DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICADO ENCÉFALO

ças nascidas pré-termo e que apresentaram ou nãoanemia ferropriva aos 12 meses de idade, e compará-las entre si e com grupo controle.

Casuística e Métodos: a amostra foi consti-tuída de 56 crianças, com idade de 5 anos ± 6 mesesde idade, distribuídas em 3 grupos: “grupo 1” - 19 ex-prematuros que apresentaram anemia ferropriva noprimeiro ano de vida; “grupo 2” - 18 ex-prematuros

Gisele Maria CoutoOrientador: Prof. Dr. Arthur Lopes GonçalvesTese de Doutorado apresentada em 05/05/2006

Objetivos: avaliar, na idade pré-escolar, o es-tado nutricional global e relativo ao ferro, o desempe-nho cognitivo e comportamental de 2 grupos de crian-

ESTADO NUTRICIONAL RELATIVO AO FERRO, ALGUNS INDICADORES NU-TRICIONAIS E DESEMPENHO COGNITIVO E COMPORTAMENTAL, NA FASEPRÉ ESCOLAR, DE UMA COORTE DE CRIANÇAS NASCIDAS PREMATURA-MENTE

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

sem anemia nesta idade e “grupo 3” (controle) - 19nascidos a termo, saudáveis e sem anemia ferroprivapregressa ou atual. Foi avaliado o estado nutricionalglobal, por índices antropométricos (peso e estaturapara a idade; e relação peso/estatura); e índices bio-químicos (proteínas totais, albumina e colesterol); orelativo ao ferro (ferro sérico, TIBC, ferritina, hemo-globina e saturação do TIBC); desempenho cognitivoe comportamental, por testes psicométricos padroni-zados e apropriados para a idade: Escala de Inteligên-cia Não Verbal de RAVEN, Desenho da Figura Hu-mana, Avaliação Cognitiva Assistida (CATM) e Es-cala de Comportamento Infantil A2 de RUTTER.Foram também avaliados fatores de risco social, comoo estrato socioeconômico, a escolaridade materna e otempo de freqüência das crianças a escolas.

Resultados, Discussão e Conclusões: peso,estatura e relação peso/estatura nos 3 grupos não apre-sentaram diferenças estatisticamente significantes(p > 0,05) e seus valores individuais se situaram pre-dominantemente entre os percentis 10 e 50 das cur-vas do CDC, indicando bom estado nutricional, con-firmado pelos índices bioquímicos, pois a proteinemiatotal, a albuminemia e os níveis de colesterol se situa-ram dentro dos limites da normalidade para pré-esco-lares bem nutridos e sem diferenças estatisticamentesignificantes entre os 3 grupos (p > 0,05). O estadonutricional relativo ao ferro dos 3 grupos foi normal,pois seus indicadores principais (saturação do TIBC,ferritina e hemoglobina) estavam acima do limite infe-

rior da normalidade e não houve diferenças estatisti-camente significantes entre os grupos (p > 0,05). Aestratificação socioeconômica demonstrou diferençaaltamente significante entre os dois grupos de ex-pre-maturos e o Grupo Controle, pois 54% dos ex-prema-turos eram das classes sociais mais baixas (D e E) e0% no Grupo Controle. A escolaridade materna e dascrianças foram significativamente maiores no GrupoControle em comparação com os ex-prematuros, cu-jos grupos se equivaleram. As avaliações psicológicasrevelaram que, embora não tivessem sido observadasdiferenças estatisticamente significante entre os gru-pos, na Escala de Inteligência Não Verbal de RAVEN,os ex-prematuros da coorte com anemia ferroprivaaos 12 meses de idade apresentaram-se funcionalmen-te piores, com 37% dos seus componentes com de-sempenho intelectual abaixo da média; o Teste deModificabilidade do Raciocínio Analógico para Crian-ças (CATM), foi nitidamente prejudicado nos 2 gru-pos de ex-prematuros, pois 54% deles não sabiam “core forma de objetos” e não conseguiram realizar o tes-te, o que foi mais acentuado nas crianças do grupo 1(ex-prematuros com anemia ferropriva aos 12 meses).No desempenho comportamental, avaliado pela esca-la A2 de RUTTER, não demonstraram diferenças es-tatisticamente significantes entre os grupos, emborahouvesse nítido predomínio de indivíduos com escore> 16, que indica maior necessidade de atendimentoclínico psicológico ou psiquiátrico, nos prematuros comcarência de ferro aos 12 meses de idade.

inibição da hemaglutinação, avaliando se fatorescomo institucionalização, uso de imunoglobulina hu-mana endovenosa (IGEV), classificação de SIDA,imunodepressão, queda de CD4 e aumento de cargaviral, número de vacinações anteriores e imunidadeprévia aos antígenos da vacina puderam influenciaressa soroconversão. Houve soroconversão de 61(60,3%) crianças. Associação negativa entre uso deIGEV e soroconversão foi observada. A vacinaçãopor anos consecutivos não conferiu maior proteção àscrianças.

Conclusão: A vacina contra influenza mostrou-se eficaz em crianças HIV+ porém com taxas meno-res que a descrita população saudável.

Carla de Oliveira CardosoOrientadora: Profa. Dra. Maria Célia CerviDissertação de Mestrado apresentada em 19/05/2006

A influenza é uma doença respiratória agudacom significativa morbi-mortalidade e altamente con-tagiosa. São comuns complicações como otite média,pneumonia, sinusite, síndrome de Reye, entre outras.A taxa de complicações é 10 vezes maior nas crian-ças infectadas pelo vírus do HIV. Com o objetivo deminimizar essas complicações a OMS recomenda avacinação contra influenza neste grupo. O objetivo doestudo foi avaliar a soroconversão à vacina contrainfluenza / 2002 em 101 crianças HIV+, pelo teste da

AVALIAÇÃO DA RESPOSTA SOROLÓGICA À VACINA CONTRA INFLUENZA NOANO DE 2002 EM CRIANÇAS COM SIDA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Renata de Melo PithonOrientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo Martinelli JuniorDissertação de Mestrado apresentada em 22/05/2006

Os distúrbios do crescimento são freqüentes emß talassêmicos politransfundidos. Concentrações bai-xas de IGF-I têm sido observadas nestes pacientes, einsensibilidade parcial ao GH ou deficiência de GHdevido a depósito glandular de ferro, têm sido postula-dos como possibilidades. Entretanto, não está clarocomo a terapia quelante de ferro (TQF) pode interfe-rir neste processo e na regulação do eixo GH-IGF-IGFBPs destes pacientes. Os objetivos deste trabalhoforam avaliar as concentrações de IGF-I e IGFBPsem um grupo de talassêmicos em TQF e após sus-pensão temporária da mesma 7 dias, as possíveis cor-relações entre as concentrações de IGF-I e IGFBPse o nível sérico de ferritina, e com a dose e a duraçãoda TQF. Foram incluídos neste estudo 12 pacientes ßtalassêmicos (6 do sexo masculino) com idade médiade 16,4 ± 8,3 anos, início da TQF (desferrioxamina)com 2,4 ± 4,9 anos de idade e acúmulo de ferro cor-poral secundário à politransfusão. Foram realizadascoletas de sangue durante uso da TQF e 7 dias apóssua suspensão para dosagem de IGF-I e das IGFBPs.O IGF-I foi dosado por ensaio imunorradiométricoenquanto que as IGFBPs foram analisadas pelo mé-

todo de Western Ligand Blotting. Sete dos pacientesestudados apresentavam estatura < -1 EDP, sendo < -2 EDP em 3 deles. Quatro pacientes apresentavamhipogonadismo hipogonadotrófico e faziam reposiçãode esteróides sexuais, sendo que dois destes apresen-tavam também deficiência de GH e recebiam terapiasubstitutiva. As concentrações de IGF-I, baixas du-rante o uso de desferrioxamina, elevaram-se signifi-cativamente (p < 0,05) após sua suspensão. Em 83%(10 pacientes) dos pacientes, as concentrações deIGF-I permaneceram abaixo da média esperada paraa idade, mesmo após a suspensão temporária da TQF.Não foi observada alteração nas concentrações dasIGFBPs com a suspensão da desferrioxamina. Entre-tanto, foi encontrada correlação estatisticamente sig-nificante entre a dose de uso da desferrioxamina e asconcentrações da IGFBP-3 (r= 0,84 , p= 0,0061). Osresultados sugerem que a TQF em pacientes talassê-micos em esquema de politransfusão pode ter um im-portante papel na regulação do eixo GH-IGF-IGFBPs,atuando de forma distinta na regulação do IGF-I eIGFBP-3, influenciando portanto o crescimento des-tes pacientes. Vale ressaltar o cuidado que devemoster na avaliação deste eixo nestes pacientes em vi-gência do uso contínuo de desferrioxamina. Este es-tudo contribui para melhor conhecimento da ação bio-lógica da droga.

ESTUDO DO EIXO GH-IGFs E IGFBPs EM βββββ TALASSÊMICOS POLITRANSFUN-DIDOS COM SOBRECARGA DE FERRO

A abrangência das mudanças em curso tem o poderde criar grandes incertezas sobre as opções a seremtomadas pelo psiquiatra e programas de ensino.

Objetivos: Comparar resultados sobre habili-dades e conhecimentos necessários à prática profissi-onal entre psiquiatras americanos e brasileiros entre1980, 1987 e 2000.

Método: Questionários padronizados traduzi-dos e adaptados foram aplicados em psiquiatras bra-sileiros em 2000 e os resultados foram comparados

Ibiracy de Barros CamargoOrientador: Prof. Dr. José Onildo Betioli ContelTese de Doutorado apresentada em: 13/04/2006

Introdução: Nos últimos 20 anos, a psiquiatriatem sido considerada uma especialidade médica emtransição acelerada. Esse contexto de mudanças émediado por fatores sócio-econômicos, tratamentocontrolado, desospitalização com reorganização doatendimento e avanços científicos nas neurociências.

SAÚDE MENTAL

HABILIDADES E CONHECIMENTOS NECESSÁRIOS À PRÁTICA PSIQUIÁTRI-CA BRASILEIRA E COMPARAÇÃO COM RESULTADOS INTERNACIONAIS

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Maria Odete SimãoOrientadora: Prof.Dra.Florence Kerrr-CorrêaTese de Doutorado apresentada em 20/04/2006

Em 1998 um levantamento com 11.382 estudan-tes da Universidade Estadual Paulista (UNESP) mos-trou que 38% já haviam experimentado alguma drogana vida, excluindo álcool e tabaco, e que 20% já ha-viam experimentado drogas antes de entrarem para afaculdade. Bebidas alcoólicas haviam sido consumi-das por 74% dos alunos no mês anterior à entrevista e30% relataram beber mais de uma vez por semana.Diante desses resultados, decidiu-se iniciar um pro-grama de prevenção do uso de álcool para alunos deprimeiros anos (calouros) de todas as faculdades daUNESP. O objetivo deste estudo foi aplicar e avaliarnesses estudantes o método BASICS, desenvolvido nosEstados Unidos por MARLATT et al. (1998). O mé-todo utiliza entrevista motivacional e é baseado no prin-cípio da redução de danos, já que é não é uma metarealística tentar conseguir que as pessoas não usemálcool ou drogas. Dos 3.646 calouros da UNESP queparticiparam do rastreamento através do AUDIT e/ouRAPI, 917 (25%) apresentavam indicadores de uso

problemático de álcool, como maior quantidade e fre-qüência de ingestão e maior número de conseqüên-cias negativas associadas ao uso. Destes, 419 foramincluídos num ensaio clínico para avaliação da inter-venção breve BASICS. Foram utilizados vários instru-mentos e questionários, incluindo o questionário deSMART et al (1982), e a Avaliação de Atitudes e Com-portamentos de Risco (JOHNSTON et al, 1997, 1999).Após 12 meses, os 291 alunos que receberam a inter-venção breve (IB), foram re-avaliados, tendo sido com-parados com dois grupos-controle (grupo controle I,com 91 participantes, que não recebeu a intervençãobreve, mas participou de campanhas preventivas co-munitárias, e grupo controle II, com 37 participantes,que apenas respondeu aos instrumentos no início e fi-nal do estudo). Os resultados mostram que houve: a)redução no escore do EDA do início da pesquisa e 12meses após (p< 0,0001) nos grupos IB e CI; b) umaredução nos escores do RAPI de 12 meses dos alunosdos grupos IB e CI quando comparados os dois mo-mentos de avaliação (p < 0,05); c) redução no númerode doses consumidas nos finais de semana no grupoIB (p=0,004); d) que os homens se envolveram emmais acidentes que as mulheres (p< 0,001), com redu-

com estudos americanos de 1980 e 1987. As respos-tas foram transformadas em porcentagens e classifi-cadas em ordem decrescente de magnitude. Essa clas-sificação pautada pelos resultados de 1987 proporcio-nou comparações qualitativas e quantitativas. A apli-cação do teste do quiquadrado permitiu uma análiseinferencial dos resultados.

Resultados: Os resultados mostraram dois nú-cleos de invariância, um de 27 habilidades e 45 conheci-mentos, na comparação entre resultados americanosde 1987 e brasileiros de 2000 e, um segundo núcleo deinvariância, de 16 habilidades e nove conhecimentos nacomparação entre resultados americanos de 1980 e1987 e brasileiros de 2000. No período estudado ashabilidades e conhecimentos psicossociais se mostrarammenos valorizadas que conhecimentos e habilidadespróprios da prática médica e de psicofarmacoterapia.

Discussão: É notável como psiquiatras ameri-canos e brasileiros tem comportamento parecido quan-do solicitados a responder a instrumentos padroniza-dos sobre habilidades e conhecimentos necessários à

prática psiquiátrica nos dois países. Essa parece seruma tendência atual, mesmo entre países de desen-volvimento socioeconômico e cultural diferentes. Acrescente unidade sobre as habilidades e conhecimen-tos necessários à prática psiquiátrica é mais uma evi-dência da globalização da prática psiquiátrica. Essaglobalização é mais notória em conhecimentos onde onúcleo de invariância entre americanos e brasileiroschega a 45 itens de um total de 51.

Conclusões: 1. Psiquiatras americanos e bra-sileiros são muito semelhantes em suas respostas aquestionários sobre habilidades e conhecimentos ne-cessários à prática psiquiátrica nos dois países. 2. Nacomparação entre 1987 e 2000 essa semelhança é maisevidente em conhecimentos na proporção de 45/51(88,2%) e menos para habilidades na proporção de27/48 (56,2%). 3. Tanto psiquiatras americanos comobrasileiros tendem a valorizar mais em suas respostasitens próprios da prática médica e de Psiquiatria Bio-lógica, com ênfase em Psicofarmacoterapia e menosem Psicoterapia e Psiquiatria Social.

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DA INTERVENÇÃO BREVE PARA REDUÇÃO DEDANOS EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DA UNESP QUE FAZEM USOEXCESSIVO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS

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ção da média de acidentes após 12 meses nos alunosdo grupo IB e controle I (p= 0,005). A melhora obser-vada não pode, no entanto, ser atribuída ao programade prevenção proposto e, provavelmente, decorre maisdo amadurecimento dos alunos do que da interven-ção. Seria necessária outra abordagem, menos cen-

vidade braçal (94,5%). A maioria dos participantes re-feriram postura durante a atividade laborativa que fa-vorecia o desenvolvimento da MDO, porém somente25,9% referiram afastamento anterior do trabalho. Ador foi o principal sintoma, acometendo mais intensa-mente a coluna e o quadril, e os antiinflamatórioscorresponderam ao medicamento mais comumenteutilizado. Quarenta dos 108 participantes referiram an-tecedentes familiares de MDO. Tratamento cirúrgicofoi indicado em 10,2% dos participantes, predominan-do entre os indivíduos com acometimento de joelho enaqueles com dor leve e moderada. Ocorreu predomí-nio dos estratos econômicos C e D, sendo que o en-tendimento da evolução da doença pelos participan-tes, independentemente do estrato econômico, foi re-ferido por apenas 25,9% deles. As atividades laborais,embora não responsáveis pelo desenvolvimento da do-ença, interferiram no agravamento dos sintomas, prin-cipalmente na dor articular, sendo esta o principal fa-tor limitante do exercício profissional. Enfatiza-se anecessidade de implantação de programas de saúdepública voltados à prevenção de MDO e atendimentomultidisciplinar, integrando a fisioterapia aos serviçosde atenção primária à saúde, além de priorizar o apri-moramento da relação do profissional com o paciente,de modo a fazê-lo entender sua doença e participarativamente do processo terapêutico.

trada no individuo, mais no ambiente e na comunidadeuniversitária. A implantação de políticas voltadas paraa educação e controle do uso de álcool torna-se ne-cessária para que possa haver mudança nesse pano-rama, que é extremamente grave, na nossa sociedadee no meio acadêmico brasileiro.

Ivelise Paula Fiori BrisottiOrientador: Prof. Dr. Afonso Dinis Costa PassosDissertação de Mestrado apresentada em 20/04/2006

A presente pesquisa foi desenvolvida com oobjetivo de descrever a ocorrência de moléstia dege-nerativa osteoarticular (MDO) em pacientes atendi-dos em clínica especializada de fisioterapia, caracteri-zando a população de estudo segundo variáveis de-mográficas, socioeconômicas, prática de atividades fí-sicas, índice de massa corporal e uso anterior de fisi-oterapia, verificando possíveis associações com a ati-vidade profissional, afastamento do trabalho, antece-dentes familiares e freqüência de orientação médica.Foram estudados 108 pacientes encaminhados paraum serviço público de fisioterapia localizado emSertãozinho, São Paulo, com diagnóstico clínico e ra-diológico comprovado de MDO. O estudo identificouque a doença predomina no sexo feminino (69,4%) ena faixa etária acima de 60 anos para ambos os sexos.A obesidade é preponderante entre as mulheres (40%contra 24,3%, respectivamente). Sessenta e dois porcento dos participantes já haviam feito fisioterapia, comíndices progressivamente crescentes de indivíduos dasfaixas etárias mais avançadas. O estudo permite ain-da identificar que as áreas da coluna foram as maiscomumente atingidas (64,9%), com predomínio da ati-

OCORRÊNCIA DE MOLÉSTIA DEGENERATIVA OSTEOARTICULAR EMPACIENTES ATENDIDOS EM CLÍNICA DE FISIOTERAPIA

SAÚDE NA COMUNIDADE

O CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE DE FRANCA: ESTUDO SOBRE A PAR-TICIPAÇÃO E O CONTROLE SOCIAL

Andreia Aparecida Reis Carvalho LiporoniOrientador: Prof.Dr Juan Stuardo Yazlle RochaDissertação de Mestrado apresentada em 18/05/2006

O Conselho Municipal de Saúde é um impor-tante instrumento de interlocução regulada e institu-cionalizada na formulação de diretrizes e na fiscaliza-

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

perfil centralizado no medicamento com poucas ativi-dades direcionadas ao paciente.Em relação às ativi-dades essenciais a serem oferecidas pela FH, obtive-mos uma atuação satisfatória com ausência de algunssegmentos como o Serviço de Informação de Medi-camentos e Seguimento Farmacoterapêutico.Os far-macêuticos em geral possuem uma boa formação pro-fissional com relação à capacitação técnica, no en-tanto em relação ao ano pesquisado não houve o de-senvolvimento de nenhuma produção científica. Estesse encontram insatisfeitos em diversos aspectos comoo dimensionamento dos recursos humanos e estruturafísica e 68% se auto-avaliam relação à atuação den-tro da Assistência Farmacêutica como pouco atuan-tes, sendo que uma boa auto-avaliação está indireta-mente relacionada ao tempo de serviço.Os resultadosdeste estudo permitiram um maior conhecimento so-bre o desempenho tanto da FH quanto de seus profis-sionais farmacêuticos, além de fornecer dados quepodem ser utilizados como referência para a elabora-ção de prioridades e estratégias para o desenvolvi-mento e aprimoramento da Divisão de Farmácia.

ção e avaliação da política de saúde no Brasil. Esteestudo analisa a atuação do Conselho Municipal deSaúde de Franca - SP. Nosso objetivo foi conhecer adinâmica do CMS no processo de gestão, financia-mento e controle da política de saúde do município ecomo a administração municipal reconhece o Conse-lho como seu interlocutor na gestão do setor saúde. Apesquisa foi realizada entre fevereiro de 2004 a julhode 2005 e utilizada a abordagem qualitativa de pesqui-sa em saúde. A partir da análise documental das Atasdo CMS, de matérias de jornais veiculadas na cidadeno mesmo período e das entrevistas com os conse-lheiros municipais identificamos assuntos temáticos que

nortearam a discussão de nosso estudo. Assim, cons-tatamos um grande esforço dos conselheiros em as-sumir seu papel no desempenho de suas funções, po-rém encontramos alguns limites que dificultam a efe-tividade do controle social. Podemos citar assim, aquestão político-partidária dos membros do conselhoe a manipulação por parte da administração munici-pal. Encontramos também potencialidades paraefetivação do direito à participação nas decisões quevão desde a capacitação dos conselheiros até a cria-ção de mecanismos para dar maior visibilidade ao Con-selho e assim propiciar que este possa dar voz as de-mandas da população.

Thais Rodrigues PenaforteOrientadora: Profa.Dra. Aldaísa Cassanho ForsterDissertação de Mestrado apresentada em 09/06/2006

Este trabalho teve por objetivo a avaliação daatuação dos farmacêuticos que trabalham na Divisãode Farmácia do HCFMRP-USP mediante o estudode suas práticas em benefício da Assistência Farma-cêutica, bem como caracterizar a Farmácia Hospita-lar (FH) e seus farmacêuticos, comparando as ativi-dades por eles desenvolvidas com aquelas recomen-dadas pela literatura. Foram aplicados dois questioná-rios aos 19 farmacêuticos participantes sendo que umdeles visava traçar um perfil dos participantes e o se-gundo verificar quais atividades são desenvolvidas pelaDivisão de Farmácia e o grau de participação destes.Um terceiro questionário destinado à caracterizaçãoda Farmácia Hospitalar foi aplicado apenas à diretoratécnica. Como resultados obtivemos que apesar daFarmácia possuir uma função definida dentro da es-trutura organizacional do hospital bem como em rela-ção às atividades desenvolvidas, esta ainda possui um

AVALIAÇÃO DA ATUAÇÃO DOS FARMACÊUTICOS NA PRESTAÇÃO DAASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Os cuidados com a contracepção na adoles-cência são fundamentais para vivenciar a sexuali-dade de forma plena, evitando uma gravidez não

Daniella Tech DoretoOrientadora: Profa.Dra. Elisabeth Meloni VieiraDissertação de Mestrado apresentada em 12/06/2006

ESTUDO DO CONHECIMENTO DE MÉTODOS ANTICONCEPCIONAISENTRE ADOLESCENTES DE UMA ÁREA DE UM PROGRAMA DE SAÚDE DAFAMÍLIA DE RIBEIRÃO PRETO-SP

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

planejada ou não desejada, bem como a transmissãode doenças.

Em meio a uma realidade global de elevadosíndices de gravidez na adolescência e aumento na in-cidência de doenças sexualmente transmissíveis, énecessário pensar em uma opção contraceptiva queproporcione a dupla proteção.

Neste sentido, o presente estudo propôs-se aanalisar o conhecimento das adolescentes, cadastra-das em um Núcleo do Programa de Saúde da Famíliade Ribeirão Preto-SP, em relação aos métodos anti-concepcionais, especialmente aqueles voltados para aprevenção de gravidez e doenças sexualmente ao mes-mo tempo.

A amostra foi composta por 90 adolescentes,do sexo feminino, na faixa etária compreendida entre15 e 19 anos de idade. Os dados foram coletados atra-vés de entrevistadas domiciliares, com apoio de umquestionário estruturado.

Os resultados da pesquisa demonstraram queas adolescentes eram predominantemente brancas, sol-teiras, estudavam e pertenciam à categoria sócio-eco-

nômica C e D. A maioria das entrevistadas conheciamétodos de dupla proteção (54,4%) sendo o preser-vativo masculino o mais citado (91,8%). Quanto aouso de métodos de dupla proteção em algum momen-to da vida, 58,9% das adolescentes referiram ter feitouso, o que indica que 98,5% das que iniciaram a vidasexual, já se protegeram de gravidez e doenças simul-taneamente alguma vez na vida.

Quanto às atitudes em relação ao uso dos mé-todos, a maioria teve atitude liberal (43,3%), seguidade 28,9% que tiveram atitude neutra e 27,7% atitudeconservadora, o que evidenciou que as atitudes não seconfiguram como obstáculos para o uso dos métodos.

O estudo indicou que o conhecimento sobre osmétodos anticoncepcionais não garante o seu uso e asatitudes não são barreiras que impedem práticas efe-tivas de proteção. Assim, questões de gênero e os di-versos contextos devem ser considerados para ummelhor entendimento das questões que envolvem asaúde sexual e reprodutiva dos adolescentes, bemcomo para a concepção de ações efetivas no âmbitodas políticas públicas.

zembro de 2004) e Grupo Controle (composto pormulheres com apenas uma internação no período deestudo citado acima). Para a escolha da amostra le-vou-se em consideração o critério de inclusão, o qualestabelece que as mulheres dos dois grupos são assis-tidas pelo Ambulatório de Endocrinologia do Hospitaldas Clínicas da Faculdade de Medicina de RibeirãoPreto. A coleta de dados foi realizada no período de 22de agosto a 19 de setembro de 2005, através da apli-cação do questionário elaborado pela pesquisadora eutilização parcial da Medida Canadense de Desempe-nho Ocupacional - MCDO. Os instrumentos utilizadosmostraram-se capazes de atender os objetivos do pre-sente trabalho. Os resultados obtidos indicam queembora algumas mulheres do grupo controle apresen-tem dificuldades na realização e participação nas ati-vidades cotidianas, no trabalho, na realização de dietae atividade física, problemas nas relações sociais, ta-refas domésticas, passeios/viagens, a grande maioriacontinua desempenhando suas tarefas, mostrando aimportância que as atividades cotidianas têm em suavida, sendo capazes de apresentar um estilo de vida

Grasielle Silveira TavaresOrientador: Prof. Dr. Juan Stuardo Yazlle RochaDissertação de Mestrado apresentada em 12/06/2006

O Diabetes Mellitus tipo 2, apresenta-se atual-mente como um sério problema de saúde pública, de-vido as suas causas, complicações e grande incidên-cia na população, afetando vários aspectos da vida daspessoas, provocando rupturas com modo de vida an-terior e necessitando de modificações nos hábitos diá-rios, sendo responsável por vários graus de incapaci-dade, o que leva a uma modificação no estilo de vida econseqüentemente elevação dos custos com o trata-mento, pois as reinternações tornam-se freqüentes,trazendo ônus para o Sistema de Saúde, para o pa-ciente e sua família. Esta pesquisa objetiva investigara influência do estilo de vida na reinternação hospita-lar de mulheres com diabetes tipo 2. A população es-tudada foi composta por 50 mulheres, com faixa etáriaentre 45 e 65 anos, as quais foram divididas em doisgrupos: Grupo Teste (composto por mulheres com duasou mais hospitalizações entre janeiro de 2002 a de-

A INFLUÊNCIA DO ESTILO DE VIDA NA REINTERNAÇÃO HOSPITALAR DEPACIENTES DIABÉTICOS

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

mais saudável. Porém, as mulheres do grupo teste mos-traram que as dificuldades citadas estão fortementeacentuadas e muitas convivem com a total ausênciade atividades e vida social, mostrando-se insatisfeitascom a vida que levam, a qual não apresenta desafios,interesses e vontades. A forma de lidar com a doença,sua adaptação em relação a ela, as limitações físicas eemocionais trazidas pelas complicações são fatoresrelevantes que evidenciam a possibilidade de haver umacorrelação entre as reinternações hospitalares dasmulheres do grupo teste e o estilo de vida por elas

adotado. Considerando-se que as atividades (trabalho,lazer, autocuidado, sociais, culturais e familiares) pre-enchem as necessidades humanas básicas, é extre-mamente importantes estudos que compreendam es-tes aspectos referentes ao estilo de vida, para ampliaros conhecimentos em relação ao diabetes e propor es-tratégias eficazes de intervenção. O Terapeuta Ocu-pacional junto à equipe multidisciplinar pode contribuirpara o resgate das capacidades e habilidades perdidasatravés da realização de atividades que possibilitemuma postura mais ativa frente à vida.

número de representantes com idade entre 60 a 69anos (46,7%). A maioria dos idosos morava com fa-miliares e os homens eram os responsáveis financei-ros. Parte significativa dos entrevistados relatou serdesdentada total (48,7%) e este fato esteve associadoà idade, escolaridade e convívio na mesma residên-cia. Os indivíduos desdentados totais referiram suasaúde bucal como importante (45,2%) e boa (77,7%)sendo que, entre indivíduos satisfeitos com sua saúdebucal 53,6% eram desdentados totais, e tais variáveisestiveram associadas. Em relação aos cuidados, ido-sos mais jovens relataram maior número de escovaçõesdiárias dos dentes e/ou próteses. Quanto às queixasobservou-se maior ocorrência de lesões/feridas na ca-vidade bucal, queixas referentes à articulaçãotemporomandibular (ATM), mau hálito, boca seca edificuldade para mastigar. Dentre estas queixas o mauhálito (p=0,015) e a dificuldade para mastigar (p=0,000)mostraram-se estatisticamente associadas à quanti-dade de dentes. A queixa referente à dificuldade paramastigar estava associada à mobilidade de prótesesinferiores (p=0,001). Desta forma concluiu-se que oscuidados com a saúde bucal diminuíram com o avan-çar da idade, os idosos relataram sentir-se satisfeitoscom suas condições de saúde bucal, classificando amesma como importante, e ser desdentado total nãosignificou necessariamente atribuir valores negativosa esta condição. A falta de dentes não foi referidacomo uma queixa porém apareceu associada à insa-tisfação com a saúde bucal. E finalmente concluiu-seque a dificuldade para mastigar esteve associada àidade e à mobilidade das próteses inferiores, sendoque na faixa etária mais avançada esta queixa foi maisfreqüente.

Alexandre Fávero BulgarelliOrientadora: Profa. Dra. Amábile R. Xavier MancoDissertação de Mestrado apresentada em 27/06/2006

O trabalho estudou queixas, cuidados, impor-tância e satisfação com a saúde bucal em uma popu-lação de idosos cadastrados no Núcleo de Saúde daFamília III na cidade de Ribeirão Preto. Os idososforam selecionados para participarem na pesquisa le-vando-se em conta a capacidade cognitiva (Mini Men-tal Examination), as atividades normais da vida cotidi-ana, bem como o consentimento em participar por li-vre vontade. Os participantes responderam um ques-tionário, em suas residências, sobre saúde bucal ela-borado especificamente para o presente estudo, emdata previamente agendada pelo pesquisador. O ques-tionário continha questões relacionadas à situação só-cio-demográfica, cuidados com saúde bucal, situaçãoprotética, auto-avaliação sobre saúde bucal, bem comoqueixas referentes a este fato. Procurou-se desta for-ma, identificar o perfil da população estudada segun-do levantamento das queixas mais prevalentes, situa-ção em relação aos cuidados com dentes e/ou próteses,bem como a satisfação e o valor dado à saúde bucal.Os dados receberam tratamento estatístico para ob-servação de associações de variáveis através de Tes-te exato de Fisher e Qui-quadrado, aceitando-se a as-sociação quando o valor de p era menor ou igual a0,05. A população adscrita, no referido núcleo no perí-odo de realização do presente estudo, era de 503 ido-sos dos quais foram entrevistados 261, e deste núme-ro, 90 idosos (34,5%) eram do sexo masculino e 171(65,5%) do sexo feminino. A população possuía baixaescolaridade (60,2% com até 4 anos de estudo) e maior

SAÚDE BUCAL EM IDOSOS: QUEIXAS RELATADAS, RIBEIRÃO PRETO (SP)

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Daniela Cristina SeabraOrientador: Prof.Dr. Antonio Carlos D. de CarvalhoDissertação de Mestrado apresentada em 29/06/2006

Este estudo foi realizado em cinco Unidades deSaúde da Família (USFs), denominados Núcleos deSaúde da Família (NSFs), pertencentes ao Centro deSaúde Escola da Faculdade de Medicina de RibeirãoPreto da Universidade de São Paulo (CSE-FMRP-USP). Procuramos compreender como os profissio-nais das equipes de saúde da família percebem o pa-pel do agente comunitário de saúde (ACS). Trata-sede pesquisa qualitativa. Os dados foram obtidos pormeio de entrevistas semi-estruturadas, realizadas comtodos os médicos, enfermeiras e auxiliares de enfer-magem que já trabalhavam nos NSFs por mais de doisanos. Identificamos unidades temáticas pela análise

de conteúdo. Os resultados evidenciam diversos posi-cionamentos sobre o papel do ACS na equipe. A mai-oria dos profissionais vê o ACS como um ator quepode facilitar as relações entre a equipe e a comuni-dade, servindo de elo entre esses dois universos. Paraoutros, entretanto, o fato de o ACS atuar na mesmacomunidade em que mora pode gerar situações que,em vez de facilitarem o trabalho da equipe, podemcriar mais problemas. Os profissionais também reve-laram algumas vivências nos NSFs, traduzidas como“dificuldades”, que devem ser revistas para o sucessodo Programa Saúde da Família (PSF). Constatamosainda que o ACS é um importante profissional na equi-pe, mas que sozinho não opera mudanças, sendo fun-damental o comprometimento de todos os profissio-nais do PSF, para que as atividades sejam desenvolvi-das, o que requer uma mudança de comportamento,que representa um desafio a ser superado.

AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NA VISÃO DA EQUIPE MULTIPROFIS-SIONAL

ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS ALIMENTARES DE CRIANÇAS E ADOLES-CENTES COM EXCESSO DE PESO E DE SEUS CUIDADORES EM UMA UNIDA-DE BÁSICA DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA, MINAS GERAIS

Camila Azenha Alves de RezendeOrientador: Prof.Dr.Amaury Lelis Dal FabbroDissertação de Mestrado apresentada em 30/06/2006

Este estudo teve como objeto, crianças e ado-lescentes com excesso de peso (20 do sexo feminino,41 do masculino) e seus 61 cuidadores (55 do sexofeminino, 6 do masculino), usuários do Centro de Saú-de Escola de peso e seus cuidadores, usuários do Cen-tro de Saúde Escola Jaraguá em Uberlândia-MG.Constitui-se como objetivo, investigar característicasalimentares destes usuários, como uma contribuiçãoao estudo da obesidade nesta população. O métodoadotado foi o descritivo, por meio de uma amostra deconveniência. O instrumento utilizado foi um questio-nário fechado composto de dez partes. O armazena-mento de dados foi feito no programa “Epidate”. Aanálise dos dados foi feita pelo programa estatístico“Epinfo 6.0” e pelo “Excel”. Foram feitas correlaçõesde Spearman, Pearson, e Contingência para verificar

associação de variáveis entre os cuidadores e as cri-anças e adolescentes com excesso de peso. Os resul-tados desta investigação indicam que apesar das cri-anças e adolescentes e suas famílias fazerem pelomenos as refeições principais, e terem horário deter-minado para fazê-las, há erro alimentar (excesso decarboidratos e gorduras, alimentos com alta densida-de calórica principalmente na colação, lanche e ceia).O sedentarismo e associações de comportamentoscomo hábito de assistir televisão (principalmente nahora do almoço e jantar) entre cuidadores e criançase adolescentes, também ficou evidente, o que podeindicar influência de hábitos familiares. Existem ques-tões a serem respondidas, como a relação entre alei-tamento e excesso de peso que na literatura aparececomo fator protetor e no presente estudo não pareceter sido. São necessários estudos mais aprofundadosa fim de entender melhor as necessidades e proble-mas dessas crianças e adolescentes com excesso depeso e seus cuidadores.