Resumo Geo 2 - aula 20 - As baixadas litorneas e a baixada
campista: turismo, cana-de-acar e Petrleo
O territrio do estado do Rio de Janeiro, alm de apresentar um
quadro fsico bastante diversificado, possui caractersticas que
permitem individualizar determinadas reas, em virtude do processo
de ocupao no passado e das atividades econmicas que se desenvolvem
atualmente.Algumas reas se desenvolveram e adquiriram identidade a
partir de atividades agropecurias. Novos contrastes se
estabeleceram decorrentes de uma agropecuria tradicional que domina
uma parte das reas rurais do estado, como o caso da cana-de acar, e
outra de carter moderno, com culturas que requerem tcnicas mais
aprimoradas, como a horticultura e a fruticultura.Em algumas reas j
encontramos a atividade canavieira bastante modernizada. A
urbanizao foi tambm fator que estabeleceu diversidades regionais,
medida que o povoamento se espalhou ao longo de eixos que partiam
da metrpole ou de outros centros secundrios.
AS BAIXADAS LITORNEAS: PLANCIE, RESTINGAS, MANGUEZAISAs plancies
das baixadas so formadas de sedimentos, ou seja, materiais
transportados pelos rios argila ou pelo mar e pelo vento areia. A
argila formou uma faixa de terra hoje coberta pelo mar.Mais tarde,
as grandes massas de gelo continental derreteram e o nvel dos
oceanos subiu, permitindo que as guas batessem diretamente nas
rochas, desgastando-as. Grandes quantidades de sedimentos foram
sendo depositadas sobre os terrenos argilosos, at formarem as
faixas ou cordes de areia, desde a serra at o mar.Em algumas reas,
ocorreu a formao de restingas que correspondem a faixas de areia
depositadas pelo mar ao longo da costa, separando um mar interno do
grande mar externo. Muitas vezes o mar interno se transforma numa
lagoa. As restingas constituem os aspectos mais tpicos do litoral
fluminense e do lugar a uma paisagem caracterstica de lagoas
antigas baas fechadas por areia. Assim se formaram as lagoas Feia,
Araruama, Saquarema e Maric. Essas lagoas ficam separadas do mar
pelas restingas.Toda a baixada cortada por inmeros rios, de modo
geral oriundos das escarpas da serra do Mar. Enquanto descem pelos
terrenos inclinados das escarpas da serra, suas guas so
cristalinas, pois eles avanam sobre a rocha e correm com grande
velocidade, transportando cascalhos e pedras de tamanho grande.
Quando alcanam a plancie, no h mais declividade e os rios correm
lentamente, s transportando sedimentos muito finos como argila,
restos vegetais, limos, que vo se depositando em seu leito. Por
essa razo, na plancie, o fundo dos rios, em vez de pedregoso,
lodoso. Esse lodo, assim como a prpria gua, carregado de hmus do
solo das florestas. Se esse rio passa por uma regio mais baixa,
como uma antiga lagoa junto ao mar, a mistura com o sal produz a
coagulao e a precipitao desse material frtil. Assim se formar um
sedimento muito nutritivo, porm mole como um mingau, que chega a
ter dezenas de metros de profundidade.Nesses terrenos, cresce o
manguezal onde, graas riqueza em nutrientes, se desenvolvem
camares, tainhas, lagostas, mariscos.1. a. O municpio de Saquarema,
situado na regio das baixadas litorneas, apresenta uma grande
diversidade de ambientes. Identifique e caracterize o aspecto
natural das baixadas litorneas.
As restingas aparecem nas cidades da regio da baixada litornea,
separando a lagoa do oceano. As correntes marinhas desgastam as
rochas dos costes e a areia que se desprende depositada nas baas,
formando as restingas
b. Leia a notcia a seguir e explique qual a importncia econmica
dos manguezais e os principais efeitos causados por sua destruio.A
construo de um aterro s margens da Linha Vermelha pode ameaar uma
das ltimas reas de manguezal da baa de Guanabara" (Jornal do Brasil
10/9/1999).
Os manguezais encontrados s margens das baas e lagoas tm sido
devastados pelo grande e variado aproveitamento econmico e pela
especulao imobiliria. O mangue explorado para o aproveitamento de
madeira na construo civil e como lenha para uso domstico e nas
olarias. Com a retirada ou aterro dos manguezais, h deslizamentos
nas margens das baas e lagoas, acelerando o processo de
assoreamento. Perde-se, assim, uma das vegetaes mais ricas que
existem e que, pela grande quantidade de nutrientes, permite o
desenvolvimento de camares, tainhas, lagostas e caranguejos.
AS ATIVIDADES ECONMICAS QUE TRANSFORMARAM AS BAIXADAS
LITORNEASNo estado do Rio de Janeiro h a predominncia da metrpole
carioca, de onde partem eixos de urbanizao para outras reas.
Origem do termo cariocaCarioca: relativo ou pertencente cidade
do Rio de Janeiro. O termo carioca significa, em tupi-guarani, casa
de branco. Nos primrdios da descoberta do Brasil, os portugueses
vinham at aqui somente para levar o carregamento de pau-brasil.
Quem fazia o corte das rvores eram os ndios, que guardavam as toras
numa espcie de galpo, nas margens do rio Carioca (prximo atual
avenida Oswaldo Cruz, no Flamengo). Esse galpo era chamado pelos
ndios de carioca. O primeiro relato designando o nascido do Rio de
Janeiro como carioca vem do Ato Adicional da Constituio de 1834,
promulgado por D. Pedro I.(Para mais informaes, visite:
www.afaerj.org.br/cidade/curiosidades.php.)Os principais elementos
do dinamismo dessa rea foram o turismo, a reativao da pesca e da
MARICULTURA, algumas indstrias e, em grande parte, a explorao de
petrleo na plataforma continental.Na regionalizao turstica do
estado, adotada pela Turisrio, as baixadas litorneas correspondem,
em sua maior parte, Costa do Sol, que inclui Maric, Saquarema,
Araruama, So Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Bzios e
Iguaba Grande. Cabo Frio o centro turstico mais importante. Na
cidade de Araruama so encontradas as reservas de salinas (ou seja,
uma rea de concentrao de sais dissolvidos, presentes em guas
interiores, como o caso das lagoas) existentes no estado do Rio de
Janeiro.Em Cabo Frio, destaca-se a atividade pesqueira, visvel nos
estabelecimentos comerciais, nas empresas especializadas e nos
ambulantes que circulam vendendo o peixe.O mar , portanto, a fonte
de recursos financeiros, seja atravs do turismo ou atravs da pesca
ou ainda pela explorao do petrleo. No entanto, a presso da
especulao imobiliria pelos terrenos de frente para o mar tem
empurrado os pescadores para longe da costa, levando-os a abandonar
a atividade pesqueira e a se dedicar a atividades comerciais ou de
prestao de servios.
Pesca interiorPesca praticada no interior de lagoas ou nos
rios.
Pesca predatriaPesca que tem conseqncias desastrosas podendo
limitar a produtividade pesqueira, quer seja do ponto de vista
biolgico, quer econmico. Dentre as atividades realizadas de forma
ilegal, destacam-se: a pesca com bomba, considerada de alto valor
destrutivo, afetando a fauna, a flora e o substrato de fundo; pesca
com rede de malha fina; pesca do camaro com rede de arrasto; pesca
do camaro em poca proibida (defeso); pesca da lagosta com redes
etc. (Para maiores informaes, visite www.cprh.pe.gov.br.)
Pesca artesanalPesca que se realiza nica e exclusivamente pelo
trabalho manual do pescador. Baseada em conhecimentos transmitidos
ao pescador por seus ancestrais, pelos mais velhos da comunidade,
ou que este tenha adquirido pela interao com os companheiros do
ofcio, sempre realizada em embarcaes pequenas (botes e canoas) a
remo ou a vela ou mesmo motorizadas, sem instrumentos de apoio
navegao, contando para a operao to-somente a experincia e o saber
adquiridos a capacidade de observao dos astros, dos ventos e das
mars. (www.brazilsite.com.br.)A pesca modernizada gera empregos e
propicia interaes que ligam a produo de pescado em Cabo Frio at
mesmo ao mercado estrangeiro, atravs das exportaes. Entretanto,
grande parte da populao local no consegue se integrar nessa
modalidade de pesca (que exige altos investimentos), nem nas
atividades ligadas ao turismo.Muitos pescadores ficam assim
excludos das atividades econmicas mais importantes desses municpios
e acabam se deslocando para as reas mais perifricas dos municpios
costeiros, onde se encontra uma parte marginalizada da populao
desses municpios que foram invadidos pelas novas exploraes.
BAIXADA CAMPISTAA regio da baixada campista corresponde poro
nordeste do estado do Rio de Janeiro, constituindo a parte
setentrional da baixada fluminense. Recebe tambm a denominao de
Norte Fluminense. Atualmente essa regio formada por nove municpios:
Campos dos Goitacases, Cardoso Moreira, So Francisco de Itabapoana,
So Fidlis, So Joo da Barra, Quissam, Carapebus, Conceio de Macabu e
Maca.A regio em estudo formada por uma extensa plancie com
sedimentos fluviais e marinhos. medida que avanamos para o
interior, a PLANURA (Regio plana de grande extenso ),d lugar a
tabuleiros sedimentares, com topografia suave, e mais para oeste
aparecem colinas e os primeiros patamares da serra do Mar.Essa
caracterstica da plancie sedimentar favoreceu no s o cultivo da
cana-de-acar, como tambm as pastagens.No sculo XVII os portugueses
partiram de Maca fundada em 1619 no litoral para a explorao dos
campos dos goitacases rea habitada pelos ndios da tribo homnima. A
ocupao dessa rea foi feita com a utilizao do gado trazido de Cabo
Verde e dos Aores. medida que a cana-de-acar comeou a ser
cultivada, ela ocupou as terras prximas do litoral e empurrou o
gado para o interior. No sculo XVIII, a produo de cana-de-acar
tornou-se a atividade predominante.A partir da dcada de 1970, com a
modernizao da agricultura no Brasil, ocorreu uma ligao maior do
setor canavieiro com o industrial, determinando profundas mudanas
socioespaciais no Norte Fluminense: uma forte especializao agrcola;
o aumento da concentrao fundiria, ou seja, da terra; a
proletarizao, ou seja, a transferncia do campo para os trabalhos
urbanos; a intensificao da urbanizao.Em Campos a articulao entre os
setores agrcola e industrial acelerou o xodo ruralna regio e
aumentou ainda mais o nvel de pobreza de sua populao. fundamental
acrescentar que a sociedade campista acabou se organizando em torno
da atividade canavieira por muitas dcadas.Essa atividade acabou
sendo bastante danosa para a sociedade fluminense em geral e para a
regio campista em particular, pois essa atividade se caracteriza
por ser concentradora da terra e da renda, por no gerar empregos em
nmero significativo ou gerar empregos mal remunerados e que
oferecem condies desumanas. S para se ter uma idia, a regio de
Campos possui o maior nmero de acampamentos de sem-terra do
estado.
Os dois marcos recentes na ocupao do espao na baixada campista
foram: a criao do Prolcool (Programa Nacional do lcool) em 1972; a
explorao do petrleo na plataforma continental bacia de Campos, a
partir de 1986.Com o Prolcool, que incentivou o uso do lcool como
combustvel, a regio passou a ter 19 usinas de acar, apresentando um
aumento exagerado na capacidade do parque industrial. Permanecem em
atividade apenas oito delas e mesmo assim verifica-se uma
capacidade ociosa das mesmas.J a participao do petrleo foi um fato
novo na economia dos municpios do Norte Fluminense, pois a economia
canavieira era tradicional na regio.A explorao do petrleo gerou o
pagamento de royalties s prefeituras de vrios municpios que tm
relao direta ou indireta com essa atividade. A arrecadao dos
royalties acabou gerando, inclusive, movimentos de emancipao, j que
antigos distritos dos principais municpios passaram a ter arrecadao
prpria.As transformaes do espao no Norte Fluminense devem-se, alm
do surgimento das atividades ligadas ao petrleo, tambm crise no
setor sucro-alcooleiro, que influenciou drasticamente a busca por
outras atividades produtivas em lugar da produo canavieira. Essa
atividade tinha o objetivo de devolver regio o dinamismo econmico
encontrado em outras pocas.
A crise do setor sucro-alcooleiro se caracterizou: pelo
fechamento de usinas que tiveram dificuldade para obter
fornecedores de cana-de-acar; pela liberao dos preos do acar, do
lcool e da cana, com o fim das subvenes, ou seja, do auxlio
financeiro do governo; pela grande expressividade do CAI
sucro-alcooleiro em So Paulo, que superou largamente o do Norte
Fluminense; pela modernizao da agricultura, com a implementao de
avanos tecnolgicos que no promovem o desenvolvimento social, pois
levam muitos trabalhadores e pequenos produtores excluso social e
ao desemprego.
Uma das opes surgidas para os que foram excludos da atividade
canavieira foi a fruticultura.A opo pela fruticultura (iniciativa
do governo do estado que considerada muito tmida e pouco
significativa frente ao contingente de agricultores sem opo) no
conseguiu apaziguar os enormes problemas sociais da regio, em
grande parte gerados e intensificados pela atividade
canavieira.
No Norte Fluminense, formou-se uma periferia resultante do
processo de modernizao. Identifique as atividades econmicas que
causaram mudanas no espao socioeconmico do Norte Fluminense, a
partir da dcada de 1970 e explique como ocorreram essas
transformaes.Com a modernizao da agricultura, a produo do acar e do
lcool adquiriu caractersticas do complexo agroindustrial. Na fase
de expanso do Prolcool, houve grande aumento de produo e do nmero
de usinas. Com a desacelerao desse programa, ocorreu a reduo da
quantidade de usinas e destilarias. J a explorao do petrleo na
Bacia de Campos, revertendo capitais para as prefeituras por meio
do pagamento de royalties, levou a alteraes na configurao
territorial da regio, pois diversos municpios se emanciparam. Com a
implantao recente da fruticultura pretende-se reverter, ou pelo
menos atenuar, o quadro de migraes campo-cidade resultantes do
desemprego em funo da atividade canavieira. Surgiu, com a
fruticultura, a possibilidade do aproveitamento da mo-de-obra
excluda do setor sucro-alcooeiro com a modernizao e os avanos
tecnolgicos. Porm, fica evidenteque essa nova atividade no supre as
necessidades de emprego da populao rural.Existem diversas formas de
estabelecer uma regionalizao para o estado do Rio de Janeiro.
Usamos a regionalizao do CIDE para caracterizar as reas das
baixadas litorneas e baixada campista.No quadro natural das
baixadas litorneas, destacam-se as plancies, as restingas e os
manguezais. Essa paisagem natural j foi bastante modificada e
destruda pelas atividades humanas.A ocupao das baixadas litorneas
ocorreu principalmente ao longo de eixos que partem da metrpole;
nessa rea a localizao favoreceu a pesca, a extrao do sal e o
turismo.J a baixada campista foi ocupada, principalmente, a partir
da cultura canavieira. Posteriormente, a formao de um CAI (Complexo
Agroindustrial) e a explorao do petrleo trouxeram grandes
modificaes para a regio.
Resumo Geo 2 - aula 21 - Subindo a serra o caminho do ouro hoje
atrai turismo e proporciona abastecimento agrcola
As terras elevadas das serras do Mar e da Mantiqueira
correspondem ao clima tropical de altitude, onde as temperaturas
mais baixas atraram turistas desde a poca do Imprio. No sculo XIX,
a presena de imigrantes suos e alemes trouxe caractersticas prprias
a algumas reas da regio serrana.A regio serrana formada por 14
municpios Cantagalo, Carmo, Cordeiro, Bom Jardim, Duas Barras, Nova
Friburgo, Sumidouro, Santa Maria Madalena, So Sebastio do Alto,
Trajano de Morais, Petrpolis, So Jos do Vale do Rio Preto,
Terespolis e Macuco.Tabela 21.1: Desenvolvimento socioeconmico da
regio serranaMunicpios Expectativa de vida (idade) Renda per capita
IDHPetrpolis 70,06 399,93 reais 0,804Nova Friburgo 72,26 366,84
reais 0,810Terespolis 70,06 366,61 reais 0,790Sumidouro 69,81
218,62 reais 0,712Trajano de Morais 69,96 209,26 reais 0,723O ndice
de Desenvolvimento Humano (IDH) calculado pela ONU e inclui
indicadores socioeconmicos de sade e educao, variando de 0 a 1.
Quanto mais prximo de 1, melhor a condio de vida.A serra do Mar
forma um paredo que se estende por grande extenso, junto ao litoral
brasileiro. Forma-se uma sucesso de montanhas, que recebem
denominaes locais, como a serra dos rgos, em Terespolis. O clima
ameno e a presena da Mata Atlntica em algumas reas completam a
paisagem e do identidade regio.A 31quilmetros de Nova Friburgo fica
o distrito de Lumiar, que, juntamente com So Pedro da Serra e Boa
Esperana, formam uma rea atraente para os praticantes da canoagem.
O rio Maca corta a regio, criando locais de vegetao exuberante, com
guas limpas e muitas cachoeiras. Alguns locais dessa regio
atravessada pelo rio Maca, como o Poo Feio e o Poo do Alemo, so
muito procurados para banho e pela paisagem.
Em 1808, D. Joo VI, j no Brasil, assinou um decreto que permitia
ao estrangeiro ser proprietrio de terras em nosso pas.Em 1854,
partiu do Porto da Estrela, ao fundo da baa de Guanabara, a
primeira ferrovia do pas, chegando at a raiz da serra, no caminho
de Petrpolis, que j constitua o refgio de vero do imperador D.
Pedro II e dos bares do caf.No sculo XIX, uma reforma no Caminho
Novo transformou-o na estrada Unio e Indstria, ligando Petrpolis a
Juiz de Fora. Essa estrada foi inaugurada em 1861.
Na ocupao da regio serrana destaca-se um eixo de urbanizao que
se formou pelo interior da serra do Mar, de Rio Claro at Cantagalo,
passando por Petrpolis, Terespolis, Nova Friburgo, Bom Jardim e se
dirigindo a Cantagalo.Desde os fins do sculo XIX, os municpios da
regio serrana desenvolviam atividades ligadas produo de
hortifrutigranjeiros para o mercado da metrpole.At hoje, as
atividades de veraneio e turismo esto ligadas horticultura. Ao
mesmo tempo que cresce a produo hortigranjeira, aumenta o nmero de
pousadas, stios e hotis-fazenda, nos quais as atividades
agropecurias servem para satisfazer parte das necessidades desses
empreendimentos, fornecendo produtos para o preparo das refeies dos
hspedes e vendendo diretamente para os veranistas.
1- Numa viagem regio serrana do Rio de Janeiro, o turista ouviu
do guia a seguinte explicao:Esta cidade tem ares da cultura europia
que enchem a regio de recantos charmosos...Identifique uma cidade
que se encaixe nessa descrio, explicando o seu processo de ocupao,
e aponte outro fator de atrao turstica da regio, alm da cultura
europia.R. Nova Friburgo, que se originou da colnia sua
estabelecida na rea, tendo assim aspectos tpicos da cultura europia
como pratos tpicos nos restaurantes fondue, pratos com creme de
leite e carne de vitela construes no estilo europeu como o Sanatrio
Naval e o Colgio Anchieta. O clima tropical de altitude, com
temperaturas amenas no vero e frio intenso no inverno, constitui
tambm fator de atrao turstica para a regio.Em algumas reas, como no
Alto Rio Grande, pertencente ao municpio de Nova Friburgo,
predominam os pequenos stios cultivados pelos proprietrios e,
sobretudo, meeiros, e neles se observa algum desenvolvimento
tecnolgico, com o uso de tratores, defensivos agrcolas e sementes
selecionadas.
Na estrada TerespolisFriburgo, o turismo se expandiu e diversos
proprietrios de stios se transformaram em hoteleiros.Na atual
dinmica econmica da regio serrana, percebe-se uma ligao entre as
atividades tursticas e a agricultura familiar. Essa soluo
representa apenas uma estratgia de sobrevivncia ante a crise
imposta ao agricultor pela expanso do turismo, veraneio e lazer, e
conseqente urbanizao do meio rural.
2- Explique as palavras de um morador de Vargem Grande, ao dizer
que o turismoprejudicou muita gente, mas tambm, hoje, ajuda a
agricultura.R. Para alcanar a condio de estabelecer a relao entre a
atividade turstica nessa regio e a agricultura familiar, procuramos
mostrar que a regio de Vargem Grande no passado era
predominantemente rural, com poucos proprietrios que cultivavam
frutas e beneficiavam a mandioca. A terra pertencente a apenas seis
sitiantes se fragmentoupor heranas. Depois vieram os japoneses e a
horticultura, e mais tarde, os hotis. Atualmente muitos sitiantes
plantam para atender demanda dos hotis e pousadas da rea e at mesmo
aos turistas, que desejam levar para casa o sabor da montanha. A
rede hoteleira tambm gera empregos para os habitantes da rea.
importante entretanto, registrar que as transformaes causaram
desemprego e precarizao das condies de vida de grande parte da
populao rural, que no conseguiu se integrar ao novo modelo
econmico.
A regio serrana do estado do Rio de Janeiro apresenta algumas
caractersticas que a distinguem das demais regies. A presena da
serra do Mar determina um clima tropical de altitude, com
temperaturas amenas. J a colonizao europia em algumas reas trouxe
aspectos tpicos que favoreceram o turismo. O desenvolvimento
industrial e urbano ao longo de eixos rodovirios ocorreu como em
quase todo o estado. Assim, os movimentos pendulares entre algumas
cidades como Petrpolis e Terespolis e o Rio de Janeiro mostram uma
certa dependncia da regio em relao metrpole.A agricultura familiar
voltada para produtos mais valorizados no mercado como ervas finas,
escargots, cogumelos, alm da criao de rs e trutas, atende demanda
de hotis, pousadas e restaurantes da rea.Contudo, as transformaes
no meio rural e a urbanizao excluram parte da populao rural, e
beneficiaram apenas alguns que se integraram ao novo modelo,
trabalhando para o turismo.
Resumo Geo 2 - aula 22 - Vale do Paraba: o caf, o gado, a
indstria, o turismo e a degradao ambiental
A regio do mdio Vale do Paraba fluminense uma antiga rea
cafeeira, ocupada depois pelo gado e, mais tarde, pela atividade
industrial. A ligao rodoviria entre o Rio de Janeiro e So Paulo, a
Via Dutra, contribuiu muito para a ampliao da infra-estrutura na
regio.Do ponto de vista natural, a regio formada pelas terras altas
das serras do Mar e da Mantiqueira, apresentando um clima tropical
de altitude.Com o desenvolvimento industrial e o turismo, vieram as
agresses ao meio ambiente. O desmatamento causou a eroso, os
deslizamentos e a desproteo de mananciais. A poluio dos rios, com o
lanamento de dejetos industriais, tem sido um problema constante.De
acordo com a regionalizao do CIDE, o mdio Vale do Paraba fluminense
formado pelos municpios de Valena, Rio das Flores, Vassouras, Barra
do Pira, Pira, Barra Mansa, Volta Redonda, Resende, Porto Real e
Quatis.
Os jesutas demarcaram a Fazenda Santa Cruz, em 1727, e cruzaram
a serra do Mar, abrindo caminho para a ocupao do mdio Vale do
Paraba. No ano seguinte foi aberta uma estrada ligando o Rio de
Janeiro a So Paulo, mas s em 1744 a regio foi descoberta por
forasteiros que procuravam pedras preciosas, ouro e animais para a
caa.Com o declnio da minerao, ocorreu um deslocamento de colonos, e
foram instaladas grandes fazendas de caf, trazendo um dinamismo
maior regio.
A implementao da lavoura cafeeira estabeleceu o grande marco na
ocupao do Vale do Paraba. O produto foi plantado primeiro nas reas
centrais e nos arredores da cidade do Rio de Janeiro e s depois se
expandiu para o vale, que reunia vrias condies favorveis para a
cafeicultura, tais como o solo e o clima.
O Vale do Paraba foi se transformando numa das mais importantes
reas produtoras de caf, representando uma das principais bases
econmicas do Imprio e atingindo seu auge por volta de
1830.Formou-se, desse modo, uma classe social constituda pelos
grandes proprietrios das fazendas de caf, que receberam o ttulo de
bares do caf. Os bares tinham grande influncia junto ao governo,
pois representavam o poder econmico do Imprio.Em 1855, comeou a
construo da Estrada de Ferro D. Pedro II (depois Central do Brasil)
e o trajeto dessa ferrovia se fazia de acordo com a influncia
exercida pelos bares do caf. O escoamento da produo passou a ser
feito por trem porque barateava o custo do transporte.Cidades como
Barra Mansa e Barra do Pira tornaram-se importantes entroncamentos
ferrovirios, sendo que nessa ltima, a partir de 1864, fazia-se o
embarque da produo do norte de So Paulo e sul de Minas Gerais.
A cafeicultura deixou, no Vale do Paraba fluminense, alm de
solos desgastados, toda uma estrutura organizada nas antigas
fazendas de caf, que atualmente esto, em sua maioria, adaptadas
para a pecuria e para a atividade turstica, com uma rede ferroviria
que apresenta, ao longo de seu curso, vrios centros urbanos
originados nos perodos ureos da cafeicultura.
1- Identifique as caractersticas da elite social que se formou
na regio do Vale do Paraba, com a cultura cafeeira e aponte as
principais mudanas que essa cultura promoveu na regio.R. Os donos
das grandes fazendas de caf adquiriram poder poltico e econmico com
a exportao do produto. Tornaram-se influentes na regio e at mesmo
junto corte (o Rio de Janeiro, onde vivia o imperador). Receberam
ttulos de nobreza (bares do caf) e deveriam, em troca, apoiar o
Imprio. Representavam a classe dominante de uma sociedade
patriarcal e escravista. Com o caf, desenvolveu-se no Vale do
Paraba uma malha ferroviria bastante significativa, e a estao de
trem representava o poder do baro de caf daquele local. Por causa
das estaes ferrovirias, surgiram vrios centros urbanos que, aps a
decadncia da cafeicultura, passaram a viver da pecuria, do comrcio
e do turismo.
A partir de 1870, a atividade cafeeira entra em decadncia por
causa, principalmente, de dois fatores: o esgotamento dos solos,
causado pela prtica desordenada da lavoura; a gradativa libertao
dos escravos, que constituam mo-de-obra base das lavouras de
caf.Vrios produtores de caf ficaram na runa, e a produo se deslocou
para So Paulo, que j contava com a mo-de-obra do imigrante italiano
e condies naturais disponibilidade de terras, clima e solo
favorveis.
J no vale, o gado tornou-se a melhor opo para a manuteno das
fazendas, pois necessitava de pouca mo-de-obra e garantia a posse
da terra.
2. E a o Mestre Caf percebeu que estava em casa... (Monteiro
Lobato, A onda verde).Nessa frase, o escritor paulista se refere
crise do caf no Rio de Janeiro e seu deslocamento para So Paulo.a.
Aponte os fatores que contriburam para essa decadncia.b.
Identifique as transformaes que aconteceram no Vale do Paraba
fluminense, com a decadncia da cafeicultura.R. A prtica desordenada
dessa lavoura, visando a maiores lucros, levou ao esgotamento do
solo e ao deslocamento do produto para So Paulo onde o solo e o
clima favoreceram esse cultivo. Quando o escritor escreveu a frase
mencionada na atividade, ele se referia a esses fatores que levaram
o caf a se desenvolver mais no estado vizinho. A libertao dos
escravos deixou os fazendeiros sem mo-de-obra para a lavoura e,
nessa fase, So Paulo j contava com a mo-de-obra do imigrante
italiano, que substituiu, com vantagem, os africanos, que
trabalhavam sem remunerao e sem estmulo.b. A pecuria foi a
atividade mais adequada para substituir o caf, pois exigia pouca
mo-de-obra e no precisava de solos frteis, garantindo a posse da
terra. J havia um bom mercado consumidor na regio e uma
infra-estrutura de transporte que permitia abastecer, com os
produtos derivados da pecuria, o Rio de Janeiro e reas de So
Paulo.
DEPOIS DOS BOIS, O VALE DO AO...No incio do sculo XX, tivemos no
Brasil a poltica da substituio das importaes, surgida com a
dificuldade de obter produtos importados, em razo dos conflitos
mundiais (Primeira e Segunda Guerras).O Vale do Paraba apresentava
vrios fatores favorveis industrializao, dentre outros: capital
acumulado nos bons tempos do caf; proximidade dos dois principais
centros urbanos consumidores do pas Rio de Janeiro e So Paulo;
existncia de uma boa rede de comunicaes: rodovia e ferrovia;
possibilidade de obteno de energia eltrica, com a construo de
barragens e represas.Inicialmente, foram instaladas indstrias em
dois setores: txtil grande concentrao em Valena e alimentar
(laticnios), com destaque para Barra Mansa.Depois de 1930, houve um
incentivo maior s indstrias de base e a uma infra-estrutura urbana,
necessria atividade industrial que se instalou na regio.Nessa fase,
destacaram-se a instalao da Companhia Siderrgica Nacional (CSN), na
dcada de 1940, em Volta Redonda, e a construo da rodovia Presidente
Dutra, na dcada de 1950.
Em torno da CSN, surgiram vrias empresas ligadas siderurgia.
Encontrando uma estrutura adequada, as cidades se espalharam ao
longo da BR-116 a Via Dutra formando, no eixo Barra MansaVolta
Redonda e Barra do Pira, a rea de maior concentrao industrial do
Vale do Paraba fluminense, durante algum tempo. A presena da
rodovia ligando as duas maiores cidades do pas So Paulo e Rio de
Janeiro com grande mercado consumidor favoreceu esse
desenvolvimento do vale.
O Vale hoje: turismo, indstria e degradao ambientalA atividade
agropecuria ainda exerce um papel importante no Vale do Paraba
fluminense, especialmente nos municpios de Valena, Resende e Barra
Mansa, que formam a bacia leiteira do mdio Paraba, sendo Valena o
principal produtor de leite do estado. A PECURIA ainda , algumas
vezes, praticada de forma EXTENSIVA. (Criao de animais em grandes
espaos, sem cercamentos nem maiores cuidados)
Na regionalizao adotada pela Turisrio, parte do Vale do Paraba
fluminense recebe a denominao de regio do Ciclo do Caf, incluindo
os municpios de Valena, Rio das Flores, Vassouras, Barra do Pira,
Barra Mansa, Volta Redonda, Quatis, Pira.
Representantes da Unio e dos estados do Rio de Janeiro, So Paulo
e Minas Gerais se reuniram para tratar da despoluio da bacia do rio
Paraba do Sul, responsvel por cerca de 80% do abastecimento dgua da
regio metropolitana do Rio de Janeiro e por 20% da produo de
energia eltrica.Nessa reunio, em 20 de junho de 2005, ficou
acertada a constituio da Comisso de Coordenao e Acompanhamento
(CCA) para consolidar a implementao de um cronograma de aes na
bacia do Paraba do Sul.O crescimento da atividade industrial
siderrgica, metalmecnica, automobilstica juntamente com o turismo
(hotis-fazenda e veraneio) respondem pelos altos ndices de populao
urbana desses municpios.
a. Estabelea a relao entre o chamado ciclo do caf e o turismo
atual, no Vale do Paraba fluminense.b. Explique como o turismo
atual influi na atividade agropecuria.
R Para identificar as transformaes ocorridas na rea do Vale do
Paraba, atualmente, e entender a relao entre a cafeicultura e o
turismo, procuramos mostrar que, com a decadncia do caf no Vale do
Paraba, restou toda uma estrutura das grandes fazendas que
atualmente procuram recriar o ambiente do sculo XIX e resgatar o
passado de riqueza daquela regio. Algumas fazendas transformaram-se
em hotisfazenda e recebem visitantes, alm de contarem com
funcionrios para relatar sua histria. As fazendas dedicam-se a
produzir artigos que os turistas compram e so tambm usados no
cardpio dos restaurantes.
A regio do Vale do Paraba teve, ao longo de sua histria,
diferentes atividades econmicas que deixaram marcas na
paisagem.Assim, tivemos a cafeicultura e as ferrovias, as indstrias
alimentares laticnios ligadas pecuria, a construo da Companhia
Siderrgica Nacional, em Volta Redonda, dentre outras
atividades.Atualmente, o intenso processo de urbanizao do espao
brasileiro se faz sentir no Vale do Paraba fluminense, aparecendo
novos eixos industriais como o de Resende e Porto Real e
transformando centros urbanos em locais de prestao de servios.O
turismo surge como uma nova opo e participa do processo de
reestruturao rural, na medida que fazendas de caf se transformam em
hotis e oferecem produtos para atender ao turista.
Resumo Geo 2 - aula 23 - Litoral sul fluminense: dos caminhos do
ouro explorao tursticaA CRIAO DA REGIO LITORAL SULA Lei
Complementar n 105, de 4/7/2002, retirou os municpios de Itagua e
Mangaratiba da regio metropolitana do Rio de Janeiro e juntou-os
aos de Angra dos Reis e Parati. Para a Turisrio, essa nova regio
corresponde Costa Verde, que abrange assim os quatro
municpios.Foram criadas, ento, duas microrregies: a da baa de
Sepetiba: Itagua e Mangaratiba; a da baa da Ilha Grande: Angra dos
Reis e Parati.A regio apresenta clima tropical mido. A temperatura
mdia anual de 27C, e ainda podemos encontrar alguns trechos da Mata
Atlntica, rica em espcies da fauna e da flora, apesar da devastao
decorrente do turismo e da atividade industrial. Devido ao relevo
irregular e aos rios que cortam a regio, so comuns as cachoeiras e
cascatas. Parati abriga o Parque Nacional da Serra da Bocaina e uma
baa cheia de ilhas.A atual rea do municpio de Parati era reduto dos
ndios guaians, cujos domnios se estendiam desde Canania (SP) at
Angra dos Reis (RJ).A partir da descoberta do ouro na regio de
Minas Gerais, no final do sculo XVII, essa regio ganhou enorme
importncia, pois se tornou o caminho oficial para o escoamento do
ouro das minas, que era levado para Parati, depois para o Rio e da
para Portugal.
Em 1702, o governador do Rio de Janeiro baixou o Regimento das
Minas, determinando que apenas o gado podia ser levado at Minas
Gerais pelo caminho do serto (pela Bahia), e que todas as
mercadorias inclusive o ouro teriam de entrar pelo Rio de Janeiro,
tomando o rumo de Parati. Essa determinao aumentou intensamente o
trnsito pelo Caminho do Ouro, fazendo com que o porto de Parati se
transformasse em um dos mais importantes da Colnia.Em 1703, uma
carta rgia ordenou que se instalasse, em Parati, Casa do Registro
do Ouro, para controlar o fluxo do ouro das minas para o Rio de
Janeiro e o de pessoas e mercadorias no sentido oposto.Com a queda
do trfego do ouro, Parati voltou-se para a produo de aguardente a
famosa cachaa passou a ser conhecida pelo nome da cidade , e o
produto passou a ser usado na troca por escravos africanos.O
caminho foi usado como rota do trfico de escravos e, mais tarde,
para escoar a produo cafeeira do Vale do Paraba e para levar aos
bares do caf o luxo trazido da Europa.Com a Lei urea libertando os
escravos, a produo agrcola entrou em colapso, fato que se agravou
com a ligao ferroviria Rio So Paulo. A cidade de Parati perdeu,
ento, toda a sua importncia econmica como se parasse no tempo , o
que muito contribuiu para preservar suas fortes caractersticas
coloniais.
Com a aprovao do Decreto 58.077, de 24 de maro de 1966, a cidade
de Parati foi declarada Monumento Histrico Nacional e, com a
abertura da RioSantos BR-101 , a cidade transformou-se em plo
turstico de fama internacional.
No sculo XVIII, Parati representava o porto de sada para o ouro
das minas e, desse modo, adquiriu grande importncia na economia
colonial. Com a abertura do Caminho Novo, ligando a regio das minas
diretamente ao Rio de Janeiro, o Caminho Velho passou a ser usado
para transporte de alimentos para a regio das minas e plantaes de
caf, bem como para o escoamento da produo das fazendas cafeeiras do
Vale do Paraba. Parati passou a produzir um tipo de aguardente que
passou a ser chamada pelo nome da cidade Parati.A partir da dcada
de 1970, a regio recebeu investimentos do Governo Federal para a
construo da BR101 em reas de encostas desgastadas e descobertas de
vegetao, o que provocou elevados custos sociais ao meio ambiente,
embora tenha facilitado o acesso chamada Costa Verde.
A construo da RioSantos se seguiu de uma imediata ocupao da
regio pelos grandes empreendimentos imobilirios.Outro fator de
destaque econmico, porm tambm discutvel do ponto de vista ecolgico,
foi a construo do Tebig (Terminal da Baa da Ilha Grande) pela
Petrobras, uma rede de oleodutos que liga o Rio de Janeiro ao Vale
do Paraba, destinada ao escoamento do petrleo da refinaria ao
porto.A abertura da BR-101 favoreceu o desenvolvimento industrial e
turstico da regio, porm, interferiu no equilbrio socioambiental do
litoral sul do estado. Alm do desmatamento em vrias reas de Mata
Atlntica, ocorre o lanamento de dejetos industriais e esgoto
domstico no mar e na baa da Ilha Grande, em especial.
Como uma das mudanas determinadas pela indstria e pelo turismo
no litoral sul fluminense, podemos ver a implantao da Usina Nuclear
lvaro Alberto, em Mambucaba, nas proximidades de Angra dos Reis e
da Nuclep em Itagua, que exigiram uma melhoria na rede de
transportes. Foi ento aberto o trecho da BR-101, ligando o Rio de
Janeiro a Santos. Essa rodovia trouxe grande progresso, com aumento
dos ndices de urbanizao e o desenvolvimento do turismo; porm,
causou grandes problemas para o meio ambiente e alteraes no mercado
de trabalho, como o desemprego em setores tradicionais atividades
agrcolas, pesca e novos empregos na construo civil, condomnios de
luxo e rede hoteleira. Hoje, a regio atrai grande nmero de turistas
pelas belezas naturais e pelas marcas de um passado histrico que
procura preservar. Um dos trechos do Caminho do Ouro faz parte do
stio histrico e ecolgico de Parati e est aberto visitao.
Durante a ditadura militar no Brasil desenvolveram-se as
negociaes entre o Brasil e a Alemanha Ocidental que resultaram no
Acordo de Cooperao para Usos Pacficos da Energia Nuclear, conhecido
como Acordo Nuclear Brasil-Alemanha. Esse acordo inclua a construo
de oito centrais termonucleares, uma usina de enriquecimento de
urnio e uma fbrica de reatores nucleares.Assim, bilhes de dlares
foram investidos e, atualmente, Angra I e Angra II produzem uma
quantidade pequena e cara de energia eltrica, sendo deficitrias na
relao custo-benefcio. Em 2002, a participao das usinas Angra I e II
na produo nacional de energia eltrica representava 2% do
total.Outro aspecto forte do litoral sul fluminense est relacionado
estrutura fundiria da regio.
A agricultura familiar de l ainda se d artesanalmente, pois o
nvel tecnolgico baixo. Ainda aparecem atividades agrcolas como o
cultivo da banana e da mandioca.A regio segue enfrentando um
processo de intensas mudanas, iniciadas durante o ciclo do ouro e
complementadas na dcada de 1970, com a abertura da RioSantos e os
posteriores investimentos na produo de energia nuclear e na
atividade estaleira.
Para mostrar as transformaes ocorridas no litoral sul do estado
do Rio de Janeiro com a abertura da BR-101, nesse trecho RioSantos,
procuramos explicar que ocorreram sensveis mudanas, pois o processo
de urbanizao se acelerou. Muitas reas rurais se transformaram em
reas de turismo e veraneio. Muitos habitantes que trabalhavam em
atividades agrcolas e na pesca foram atrados pelas atividades
ligadas ao turismo e ao veraneio, em bares, restaurantes, hotis.
Cresceram, tambm, o setor da construo civil e os empregos
domsticos.
Durante o ciclo do ouro, essa regio tornou-se conhecida por ser
Parati uma das cidades por onde passava o ouro das Minas Gerais.
Durante a dcada de 1970, com a abertura da RioSantos, a regio
comeou a atrair muitos turistas e veranistas.Em contrapartida, a
regio sofreu muitas agresses no meio ambiente, como o desmatamento
de parte da Mata Atlntica e o lanamento de esgoto domstico e
industrial na baa e no mar.Ocorreram tambm transformaes no mercado
de trabalho, passando a predominar a atividade urbana.
Resumo Geo 2 - aula 24 - Noroeste fluminense: da opulncia dos
bares do cafao esvaziamento econmico e demogrfico
O noroeste fluminense a mais pobre das regies do estado do Rio
de Janeiro, sendo sua economia baseada na agropecuria e no
comrcio.Trata-se de uma rea influenciada pela altitude, onde, alm
da pecuria leiteira, que predominante, h tentativas de retomada do
cultivo de caf, em lugares como Bom Jesus de Itabapoana.Essa regio
apresenta baixos ndices socioeconmicos, concentrao de renda e
padres de consumo tpicos de reas rurais pobres. O fenmeno dos
bias-frias, j descrito na aula sobre a baixada campista, tambm
bastante comum nessa rea.Pela regionalizao do CIDE, o noroeste
fluminense abrange os seguintes municpios: Aperib, Bom Jesus de
Itabapoana, Cambuci, Italva, Itaocara, Itaperuna, Laje do Muria,
Miracema, Natividade, Porcincula, Raposo, Santo Antnio de Pdua, So
Jos do Ub e Varre-Sai.
Essa uma regio de relevo diversificado, com a serra da
Mantiqueira ao norte, a depresso do mdio Paraba e o alinhamento do
topo das serras que acompanham o rio Paraba. Apresenta poucas reas
de plancies fluviais argilosas, nas margens dos rios Muria e Paraba
do Sul. Os rios mais importantes so o Itabapoana, o Carangola, o
Muria, o Pomba e o Paraba do Sul.As nicas reas da regio que ainda
apresentam florestas nativas Mata Atlntica so os topos mais
elevados da serra do Mar e da serra da Mantiqueira.O clima
semi-mido, chegando a ter de quatro a cinco meses de seca (maio a
setembro). J a temperatura mdia anual em torno de 22C, sendo
superior a 24C no vero.
O povoamento da regio teve origem no sculo XVII, com as misses
jesuticas encarregadas de pacificar e catequizar os indgenas l
estabelecidos.Foi no sculo XVIII que se estabeleceu o grande marco
da ocupao do mdio vale do Paraba, e tal fato se deu pela implantao
da lavoura cafeeira.Com o auge da economia cafeeira no final do
sculo XIX, a colonizao desenvolveu-se rapidamente. Os proprietrios
bares do caf conseguiram subveno do governo para a construo da
Estrada de Ferro Carangola. Esse fato intensificou o processo de
ocupao dessas terras, permitindo seu rpido desenvolvimento.O
cultivo de caf promoveu o povoamento em dois diferentes eixos do
estado do Rio de Janeiro. O primeiro numa rea que vai de Resende a
Trs Rios, e o segundo eixo que parte do municpio de Cantagalo em
direo regio de Itaperuna.
Com o esgotamento dos solos e o declnio da lavoura, a economia
passou a basear-se na pecuria. A libertao dos escravos contribuiu
para a decadncia da cafeicultura, pois o produto foi levado para So
Paulo, que j contava com a mo-de-obra do imigrante italiano.
1.a. O noroeste fluminense teve uma fase de opulncia e hoje
enfrenta um processo de esvaziamento e estagnao. Aponte a atividade
econmica que trouxe a riqueza para essa regio e as evidncias do
prestgio que os grandes proprietrios de terras tinham junto ao
Imprio.Para a compreenso da importncia da cafeicultura na ocupao do
noroeste fluminense, procuramos mostrar que, assim como no mdio
Vale do Paraba fluminense, o plantio do caf trouxe a riqueza para
essa rea, pois toda a economia brasileira girava em torno da
exportao do produto. Os cafeicultores bares do caf tornaram-se
ricos, poderosos e influentes, como atesta a subveno obtida para a
construo da Estrada de Ferro Carangola, que trouxe maior progresso
regio, facilitando o escoamento do caf.
1.b. Identifique dois fatores da decadncia dessa atividade.O
cultivo extensivo do produto levou ao esgotamento dos solos, e a
abolio da escravatura tornou mais difcil a mo-de-obra necessria
para essa lavoura. O caf segue seu caminho rumo a So Paulo, onde
encontrou clima e solo favorveis terra roxa e a mo-de-obra do
imigrante italiano, j assalariada, que substitua, com vantagens, o
escravo
. Atualmente o leite o grande produto regional, sendo Itaperuna
o segundo produtor do estado.No que se refere indstria, o
desenvolvimento no noroeste fluminense pequeno, restringindo-se
quase exclusivamente ao beneficiamento de produtos alimentares,
como o arroz e o leite.
O municpio de Raposo uma estncia hidromineral e procura atrair
os turistas, valendo-se tambm da proximidade de Eugenpolis, cidade
conhecida pelas lojas de fbrica de roupas de dormir, cama e mesa.No
municpio de Santo Antnio de Pdua destaca-se uma estncia de gua
mineral alcalina, bicarbonatada, sdica e iodetada, considerada rara
e recomendada no tratamento de distrbios cardiovasculares. Nesse
municpio, tambm se destacam as pedras ornamentais.
O povoamento efetivo no noroeste fluminense dessa regio ocorreu
com a cafeicultura, no sculo XIX, mas a economia entrou em declnio
com a decadncia desse produto no estado do Rio de
Janeiro.Atualmente, a regio vive um processo de esvaziamento e
estagnao econmica. A principal atividade econmica a pecuria
leiteira, sendo Itaperuna o segundo produtor de leite do estado,
contando com o maior rebanho.O turismo procura se expandir, com
dificuldade, procurando valorizar as estncias hidrominerais de
Raposo e Santo Antnio de Pdua.O Projeto Frutificar promete uma
alternativa para os agricultores, mas esquece as necessidades
maiores de muitos pequenos lavradores.
Resumo Geo 2 aula 25 Rio de Janeiro: territrio do petrleo, dos
servios ou da Mata Atlntica?
O estado do Rio de Janeiro est dividido, atualmente, em 92
municpios e oito regies de governo. Entretanto, as polticas
implementadas pelo governo estadual raramente levam em conta essa
regionalizao, embora todos saibam da importncia da dimenso
regional.Os municpios assim agrupados em regies de governo tm
problemas comuns que poderiam ser resolvidos se fossem atacados com
polticas de mbito regional, com aes conjuntas.
rea territorial: 43.910km2 % da rea do Brasil: 0,52% Populao:
14.367.000, sendo 96% urbana e 4% rural (Censo 2000, IBGE) % da
populao nacional: 8,47% ndice de Desenvolvimento Humano (IDH):
0,802 (2002) Taxa de analfabetismo: 6,9% (1999) Regies de
Planejamento: 8 92 municpios
O territrio fluminense apresenta as maiores reservas de petrleo
do pas, sendo responsvel por cerca de 90% da produo petrolfera
nacional.Essa atividade teve incio no final da dcada de 1970, com a
descoberta de petrleo em guas do Rio de Janeiro, e contribuiu para
transformar espaos antes voltados para uma economia tradicional e
decadente, principalmente para a agricultura, como no caso de
Campos dos Goitacases, Quissam, Rio das Ostras e, principalmente,
Maca, onde est sediada a base operacional da Petrobras.
A partir da dcada de 1980, esses royalties e participaes
especiais contriburam para a emancipao de vrios municpios, como
Quissam (1990), Rio das Ostras (1993) e Carapebus (1997). evidente
que esse desejo de emancipao, por um lado, muitas vezes encobre o
interesse de criar cargos polticos prefeito, vereadores cujos
ocupantes se beneficiaro dos royalties recebidos pelos novos
municpios.
No entantonos municpios beneficiados pelos royalties e pelas
participaes especiais. Ao contrrio, o que se tem observado um
aumento das condies de pobreza e o rareamento dos investimentos com
infra-estrutura e gerao de empregos em quase todos os municpios
beneficiados com a explorao dessa riqueza.
Para atender ao objetivo de compreender os efeitos da explorao
do petrleo no estado, procuramos mostrar que, a partir da
descoberta do petrleo na Bacia de Campos e do pagamento dos
royalties a vrios municpios, os movimentos emancipatrios
proliferaram. No entanto, se do ponto de vista da configurao
espacial muitas foram as mudanas, do ponto de vista da estrutura
social pouco se alterou na realidade dos municpios. O pagamento de
royalties aos municpios emancipados no foi suficiente para
transformar a realidades dessas reas, j que a pobreza e os
problemas sociais em geral continuam crescendo, assim como so
muitas as necessidades de infra-estrutura bsica, apresentadas pelos
municpios at os dias de hoje.No estado do Rio de Janeiro, aparece a
mais elevada taxa de populao urbana do pas. Mais de 95% de seus
habitantes vivem em cidades (sedes de municpios) e em vilas (sedes
distritais).Dos 14.367.225 de habitantes do estado, 13.798.169
vivem em reas urbanas, sendo que a regio metropolitana concentra
mais de 10 milhes de habitantes. Destaca-se a a diminuio gradativa
da populao rural, que, entre 1991 e 2000, teve CRESCIMENTO
DEMOGRFICO NEGATIVO de 0,74%.As urbanidades no rural so todas as
mudanas de carter urbano em reas rurais, sem que essas reas tenham
se transformado em cidades.No estado do Rio de Janeiro, a onda de
emancipaes a que j nos referimos, no final dos anos 1980 e durante
os anos 1990, gerou uma intensificao da urbanizao e diversas
urbanidades. Os 27 municpios criados no estado, nesse perodo,
alteraram profundamente o mercado de trabalho ao ampliarem o setor
tercirio da economia e criarem, indiretamente, vrias
urbanidades.
Podemos concluir que o turismo e a industrializao da agricultura
constituem as formas mais evidentes das mudanas no mercado de
trabalho e confirmam a expanso das urbanidades no meio rural. Mas
importante destacar que a pobreza no campo e os conflitos pela
posse da terra constituem um alerta sobre a falsa imagem de que o
Rio de Janeiro um estado essencialmente urbano.A busca de uma
identidade para o habitante do estado do Rio de Janeiro ou uma
disputa capital versus interior so questes irrelevantes.O maior
desafio refazer a trajetria de desenvolvimento do estado
pautando-se na explorao respeitosa e equilibrada de todos os
setores da economia, buscando contribuir para a verdadeira luta,
que a da distribuio mais justa da renda, das terras e pela gerao de
empregos, que possam garantir a todos uma vida digna, com acesso
sade e educao.A interiorizao do desenvolvimento se deveu mais a
fatores locais como a descoberta do petrleo em Campos e instalao de
indstrias em municpios do sul do estado,do que expanso da riqueza
da antiga Guanabara, que j estava bastante comprometida por ocasio
da fuso, 15 anos aps a mudana da capital para Braslia.O Rio de
Janeiro um estado que possui grande destaque no cenrio nacional,
embora apresente grandes contrastes em relao s condies
socioeconmicas de sua populao. O petrleo se destaca na economia do
estado, liderando as exportaes, embora, neste ltimo ano (julho
2004/ julho2005), a participao do produto no total exportado tenha
cado um pouco.Com o pagamento dos royalties a municpios da rea onde
ocorre a explorao do petrleo, muitos novos municpios surgiram a
partir de processos de emancipao, pois as sedes distritais se
sentiam prejudicadas na distribuio dos recursos.O setor de servios
o pilar da economia do estado, com 65,5% do PIB (Produto Interno
Bruto), resultado, principalmente, da elevada urbanizao do Rio de
Janeiro. Essa urbanizao tem conseqncias negativas como o
desemprego, o subemprego, o aumento da criminalidade e da violncia.
A destruio da Mata Atlntica, a poluio dos rios, das lagoas, das
baas constituem, tambm, srios problemas de nosso estado.