Lngua PortuguesaOs Lusadas-Luis de Cames
Lus de Cames
No existem dados concretos sobre a data e o local do seu
nascimento. Filho de Simo Vaz de Cames e de Ana de S e Macedo, Lus
Vaz de Cames ter feito os estudos literrios e filosficos em
Coimbra, tendo como protetor o seu tio paterno, D. Bento de Cames,
frade de Santa Cruz e chanceler da Universidade. Tudo parece
indicar que pertencia pequena nobreza. Atribuem-se-lhe vrios
desterros, sendo um para Ceuta, onde se bateu como soldado e em
combate perdeu o olho direito. A tal perda se refere na Cano
Lembrana da Longa Saudade.
De regresso a Lisboa, preso, em 1552, em consequncia de uma rixa
com um funcionrio da Corte, e metido na cadeia do Tronco. Em 1553,
saiu, inteiramente perdoado pelo agredido e pelo rei, conforme se l
numa carta enviada da ndia, para onde partiu nesse mesmo ano, quer
para mais facilmente obter perdo, quer para se libertar da vida
lisboeta, que o no contentava.
Segundo alguns leitores, ter composto por essa altura o primeiro
canto de Os Lusadas.
Na ndia no foi feliz. Goa dececionou-o, como se pode ler no
soneto C nesta Babilnia donde mana.
Tomou parte em vrias expedies militares e, numa delas, no Cabo
Guardafui, escreve uma das mais belas canes: Junto dum seco, fero e
estril monte.
Vai depois para Macau, onde exerce o cargo de provedor-mor de
defuntos e ausentes, e escreve, na gruta hoje reconhecida pelo seu
nome, mais seis Cantos do famoso poema pico. Volta a Goa, naufraga
na viagem na foz do Rio Mecom, mas salva-se, nadando com um brao e
erguendo com o outro, acima das vagas, o manuscrito da imortal
epopeia, facto documentado no Canto X, 128. Nesse naufrgio viu
morrer a sua "Dinamene", rapariga chinesa que se lhe tinha
afeioado. A esta fatdica morte dedicou os famosos sonetos do ciclo
Dinamene, entre os quais se destaca Ah! Minha Dinamene! Assim
deixaste.
Em Goa sofre caluniosas acusaes, dolorosas perseguies e duros
trabalhos, vindo Diogo do Couto a encontr-lo em Moambique, em 1568,
"to pobre que comia de amigos", trabalhando n'Os Lusadas
e no seu Parnaso,
"livro de muita erudio, doutrina e filosofia", segundo o mesmo
autor.
Em 1569, aps 16 anos de desterro, regressa a Lisboa, tendo os
seus amigos pago as dvidas e comprado o passaporte. S trs anos mais
tarde consegue obter a publicao da primeira edio de Os Lusadas,
que lhe valeu de D. Sebastio, a quem era dedicado, uma tena
anual de 15 000 ris pelo prazo de trs anos e renovado pela ltima
vez em 1582 a favor de sua me, que lhe sobreviveu. Os ltimos anos
de Cames foram amargurados pela doena e pela misria. Reza a tradio
que se no morreu de fome foi devido solicitude de um escravo Jau,
trazido da ndia, que ia de noite, sem o poeta saber, mendigar de
porta em porta o po do dia seguinte. O certo que morreu a 10 de
Junho de 1580, sendo o seu enterro feito a expensas de uma
instituio de beneficncia, a Companhia dos Cortesos. Um fidalgo
letrado seu amigo mandou inscrever-lhe na campa rasa um epitfio
significativo: "Aqui jaz Lus de Cames, prncipe dos poetas do seu
tempo. Viveu pobre e miseravelmente, e assim morreu."
Se a escassez de documentos e os registos autobiogrficos da sua
obra ajudaram a construir uma imagem lendria de poeta miservel,
exilado e infeliz no amor, que foi exaltada pelos romnticos (Cames,
o poeta maldito, vtima do destino, incompreendido, abandonado pelo
amor e solitrio), uma outra faceta ressalta da sua vida. , de
facto, Cames um homem determinado, humanista, pensador, viajado,
aventureiro, experiente, que se deslumbra com a descoberta de novos
mundos e de "Outro ser civilizacional". Por isso, diz Jorge de
Sena: "Se pouco sabemos de Cames, biograficamente falando, tudo
sabemos da sua persona potica, j que no muitos poetas em qualquer
tempo transformaram a sua prpria experincia e pensamento numa tal
reveladora obra de arte como a poesia de Cames."
Bibliografia: Composies em medida velha; Composies em medida
nova; Epstolas; Os Lusadas, 1572; Anfitries, 1587; Filomeno, 1587;
El-Rei Seleuco, 1645
Caractersticas da epopeia
Estrutura Externa
-Preposio canto I, estrofes 1, 3
-Invocao canto I, estrofes 4, 5
-Dedicatria canto I, estrofes 6, 18
-Conslio dos Deuses canto I, estrofes 19, 41
-Formosssima Maria canto III, estrofes 102, 106
-Ins de Castro canto III, estrofes 118, 135
-Batalha de Aljubarrota canto IV, estrofes 28, 45
-Despedidas Em Belm canto IV, estrofes 83, 93
-Velho Do Restelo canto IV, estrofes 94, 104
-O Adamastor canto V, estrofes 37, 60
-A Tempestade canto VI, estrofes 70, 93
Estrutura Interna
-Preposio
-Invocao
-Dedicatria
-Narrao
Planos narrativos da Narrao:
-Histria de Portugal (plano encaixado)
-Viagem de Vasco Da Gama (plano fulcral)
-Interveno dos Deuses (plano paralelo)
-Intervenes do Poeta
Estrutura formal das estrofes:
-Versos decassilbicos
-Oito versos (oitavas)
-Esquema rimtico (abababcc), com rima cruzada nos seis primeiros
versos e emparelhada nos dois ltimosConslio dos
Deuses-Estrutura
1)Convocatria,objetivo e constituio da assembleia (estncias
20-23)
-Os deuses so convocados por Mercrio, o mensageiro de
JpiterConvocados da parte do Tonante(Jpiter) pelo neto gentil do
velho atlante
-e dirigem-se ao Olimpo, onde se situa o governo da humana
gente. Quando os Deuses no Olimpo Luminoso, Onde o governo est da
humana gente se ajuntam em conslio glorioso
-Vindos dos quatro cantos do mundo para decidirem se iro ajudar
e valorizar o que os portugueses batalharam pelo seu futuro no
Oriente.
-A atitude de Jpiter est de acordo com o seu papel de
responsabilidade, sublime,dino,alto,severo e soberano.
2) Assembleia
Discurso de Jpiter
Jpiter comea a dizer que o destino tornar os Portugueses
superiores aos povos da antiguidade.
Depois de se referir ao passado glorioso contra Mouros e
Castelhanos, enuncia alguns herois da histria do passado, como
Viriato e o astuto Sertrio, que lutaram contra os Romanos e refere
o presente de ousadia e persistncia, aventurando-se pelo mar
desconhecido para chegar ao OrienteIntervenes de Baco,Vnus e
MarteOs deuses foram intervindo ora contra ora a favor dos
portugueses.
Baco manifesta-se contra, com receio de que a sua fama fosse
esquecida no Oriente depois dos portugueses.
Vnus pronuncia-se contra Baco, pois gostava muito dos
portugueses: Pela semelhana com os romanos no s na coragem e xito
contra os Mouros, mas tambem pela semelhana da lngua que falam.
Existem apoiantes dos dois lados e instala-se a confuso no
Olimpo.
Marte intervm a favor de Vnus,interpelando para que Jupiter
fizesse cumprir as determinaes j tomadas.
3) Concluso
Jpiter concorda com as palavras de Marte, pelo que fica decidido
que os Portugueses sero ajudados a chegar India
Morte de Ins-Estrutura
1) Consideraes iniciais
Vasco da Gama relata ao rei de Melinde o episdio trgico de Ins
de Castro, cujo responsvel o amor, o causador da sua morte.
2) A felicidade de Ins
Ins vivia tranquilamente nos campos do Mondengo, rodeada por uma
natureza alegre e amena, recordando a felicidade vivida com D.Pedro
o seu amor.
O narrador, vai introduzindo indcios de que essa felicidade no
ser duradoira e ter um fim cruel.
Naquele engano da alma,ledo e cego
Que a fortuna no deixa durar muito
De noite, em doces sonhos que mentiam
3) Condenao de Ins
D.Afonso IV vendo que no conseguia casar o filho em conformidade
com as necessidades do Reino, decide pela morte de Ins.
Os algozes trazem-na perante o rei.
O rei vacila,apiedado, mas as razes do Reino levam-no a
prosseguir
4) Discurso de Ins
Ins inicia a sua defesa apelando piedade do rei atravs:
-do apelo ao desterro
-da afirmao da sua inocncia
-do respeito devido s crianas
-das feras e das aves de rapina que se humanizaram ao cuidarem
de crianas indefesas
5) Sentena e execuo de morte
O rei mostra-se sensibilizado mas, uma vez mais, as razes do
Reino e os murmurios do Povo so mais fortes e a sua inocncia e a
sua determinao mantm-se.
Ins executada
6) Consideraes finais
O narrador repudia a morte de Ins que compara da prpia natureza.
As lgrimas das ninfas do Mondego fazem nascer a fonte dos
amores,eternizando esta tragdia.
7) Vingana de D.Pedro
Quando sobe ao trono,vinga-se mandando matar os carrascos de
Ins
Batalha de Aljubarrota
A trombeta castelhana d o sinal para a guerra, e este ecoa por
toda a pennsula ibrica. Desde o cabo finisterra ao Guadiana, do
Douro ao Alentejo. As mes apertam os filhos contra os peitos. H
rostos sem cor e o terror grande, muitas vezes maior do que o prpio
perigo.Durante o combate as pessoas com furos de vencer,esquecem-se
do perigo e da possibilidade de ficarem feridas ou mesmo de
perderem a prpia vida.
A guerra comeou uns so movidos pela defesa da sua prpia terra e
outros pelo desejo da guerra.Os inimigos so muito numeroso, mas os
portugueses defendem-se com bravura D.Nuno lvares Pereira
destaca-se na luta.D.Diogo e D.Pedro Pereira irmos de Nuno lvares
esto a combater contra ele.No primeiro esquadro h portugueses que
renegaram a ptria e combatem contra seus irmos.D.Joo I sabendo que
Nuno lvares corria perigo,acudiu a linha da frente para apoiar os
guerreiros com a sua presena e palavras de encorojamento e com um
nico tiro,matou muitos adversrios depois desta situao, os
portugueses mais entusiasmados lutam sem recearem perder a
vida.Muitos so feridos,muitos morrem mas a bandeira castelhana
derrubada aos ps da lusitana.
Com a queda da bandeira castelhana, a batalha tornou-se ainda
mais cruel.Sem foras para combaterem, os castelhanos comeam a fugir
e o rei de Castela v-se derrotado e impedido de atingir o seu
propsito. Os vencidos encobrem a dor das mortes, a mgoa, a desonra,
maldizendo e blasfemando de quem inventou a guerra ou atribuindo a
culpa sede de poder e cobia. D.Joo I passa alguns dias no campo de
batalhar para comemorar e agradecer a deus a vitria com ofertas e
romarias, mas D.Nuno lvares Pereira que s quer que seja recordado
pelos seus feitos blicos, desloca-se para o Alentejo
Despedidas em Belm
chegado o momento de Vasco da Gama narrar ao rei de Melinde a
partida da armada para a viagem de descoberta do caminho martimo
para a ndia. Recorda que esta parte da ao s agora narrada em
analepse, atravs da retrospetiva que o narrador faz, visto ser
obrigatrio que a narrao da epopeia pica clssica se iniciasse in
media res.
Nas estrofes 84 e 85 descrito o ambiente festivo que se vivia no
dia da partida, contrapondo-se aos momentos apresentados nas
estrofes seguintes, quando os navegadores, preparando a
viagemAparelhmos a alma pera a morte, imploram a favor do divino e
escutam os lamentos e o choro das muitas pessoas que acorreram
praia (88 92) e at da prpria natureza que participa nestes
sentimentos (92)
Dentre essas muitas pessoas, destaca-se a figura de uma me (90)
e de uma esposa (91),que, transmitindo a dor de todas as outras,
revelam a sua tristeza pela incerteza do regresso dos seus
familiares. O discurso de ambas apresenta vrias interrogaes, as
chamadas interrogaes retricas, para as quais no se espera uma
resposta direta, mas que pretendem realar, neste caso, os
sentimentos de dvida e aflio destas pessoas.
Mas o propsito de partir era firme, por isso Vasco da Gama diz
ao rei de Melinde que, apesar de estar Cheio dentro de dvida e
receio (87) embarcam Sem o despedimento costumado (93) antes que se
arrependessem. notria nesta estrofe a emotividade.
A partida fez-se na praia de Belm Que o nome tem da terra pera
exemplo, donde Deus foi em carne ao mundo dado esta perfrase
poderia substituir-se por uma simples palavra, Belm mas
perder-se-ia toda a beleza da comparao entre o lugar onde Cristo
nasceu e o lugar onde partiram as naus portuguesas.Velho Restelo
Este episdio insere-se na narrativa feita por Vasco da Gama ao rei
de Melinde. No momento em que a armada do Gama est prestes a largar
de Lisboa para a grande viagem, uma figura destaca-se da multido e
levanta a voz, para condenar a expedio.O texto constitudo por duas
partes: a apresentao da personagem feita pelo narrador (est. 94) e
o discurso do Velho do Restelo (est. 95 a 104).A caracterizao
destaca a idade ("velho"), o aspeto respeitvel (" aspeito venerando
"), a atitude de descontentamento (" meneando / Trs vezes a cabea,
descontente "), a voz solene e audvel (" A voz pesada um pouco
alevantando "), e a sabedoria resultante da experincia de vida ("
Cum saber s de experincias feito"; "experto peito ").No foi
certamente por acaso que Cames optou por esta figura e no outra. A
figura do Velho do Restelo ressuma uma autoridade, uma
respeitabilidade, que lhe permitem falar e ser ouvido sem
contestao. As suas palavras tm o peso da idade e da experincia que
da resulta. E a autoridade provm exatamente dessa vivida e longa
experincia.No seu discurso possvel identificar trs partes.Na
primeira (est. 95-97), condena o envolvimento do pas na aventura
dos descobrimentos, a que se refere de forma claramente negativa
("v cobia", "vaidade", "fraudulento gosto", "dina de infames
vituprios"). Denuncia de forma inequvoca o carter ilusrio das
justificaes de carter heroico que eram apresentadas para esse
empreendimento ("Fama", "honra", "Chamam-te ilustre, chamam-te
subida","Chamam-te Fama e Glria soberana"), sendo certo que tudo
isso so apenas "nomes com quem se o povo nscio engana". E apresenta
um rol extenso de consequncias negativas dessa aventura: mortes,
perigos tormentas, crueldades, desamparo das famlias adultrios,
empobrecimento material e destruioEsta primeira parte introduzida
por uma srie de apstrofes (" glria de mandar", " v cobia". "
fraudulento gosto"), com as quais revela que o que ele condena de
facto a ambio desmedida do ser humano, neste caso materializada na
expanso ultramarina. O sentimento de exaltada indignao
manifesta-se, sobretudo, pela utilizao insistente de exclamaes e
interrogaes retricasA segunda parte abrande as estrofes 98 a 101.
introduzida por uma nova apstrofe, desta vez dirigida, no a um
sentimento, mas aos prprios seres humanos (" tu, grao daquele
insano"). Se na primeira parte manifestou a sua oposio s aventuras
insensatas que lanam o ser humano na inquietao e no sofrimento,
agora prope uma alternativa menos m, sugerindo que a ambio seja
canalizada para um objetivo mais prximo - o Norte de fricaA estncia
99 toda ela preenchida com oraes subordinadas concessivas,
anaforicamente introduzidas por "j que", antecedendo a sua proposta
de forma reiterada e cobrindo todas as variantes dessa ambio:
religiosa ("Se tu pola [Lei] de Cristo s pelejas?"), material ("Se
terras e riquezas mais desejas?"), militar ("Se queres por vitrias
ser louvado?"). E aproveita para apresentar novas consequncias
malficas da expanso martima: fortalecimento do inimigo tradicional
("Deixas criar s portas o inimigo"), despovoamento e
enfraquecimento do reino. E mais uma vez recorre s interrogaes
retricas como recurso estilstico dominante.Vem depois a terceira
parte (est. 102-104). O poeta recorda figuras mticas do passado,
que, de certo modo, representam casos paradigmticos de ambio, com
consequncias dramticas. Comea por condenar o inventor da navegao
vela - "o primeiro que, no mundo, / Nas ondas vela ps em seco
lenho!". Faz depois referncia a Prometeu, que, segundo a mitologia
grega, teria criado a espcie humana, dando assim origem a todas as
desgraas consequentes - "Fogo que o mundo em armas acendeu, / Em
mortes, em desonras (grande engano!". Logo a seguir, narra os casos
de Faetonte e caro, que, pela sua ambio, foram punidos. E os quatro
versos finais da fala do Velho do Restelo sintetizam bem esse
desejo desmedido de ultrapassar os limites:Nenhum cometimento alto
e nefando Por fogo, ferro, gua, calma e frio, Deixa intentado a
humana grao. Msera sorte! Estranha condio! Simbologia do episdio do
"Velho do Restelo"Naturalmente, o "Velho do Restelo" no uma
personagem histrica, mas uma criao de Cames com um profundo
significado simblico.Por um lado, representa aquela corrente de
opinio que via com desagrado o envolvimento de Portugal nos
Descobrimentos, considerando que a tentativa de criao de um imprio
colonial no Oriente era demasiado custosa e de resultados
duvidosos. Preferiam que a expanso do pas se fizesse pela ampliao
das conquistas militares no Norte de frica.Essa ideia era,
sobretudo, defendida pela nobreza, que assim encontravam
possibilidades de mostrarem o seu valor no combate com os mouros e,
ao mesmo tempo, encontravam nele justificao para as benesses que a
Coroa lhes concedia. A burguesia, por seu lado, inclinava-se mais
para a expanso martima, vendo a maiores oportunidades de comrcio
frutuosoPor outro lado, se ignorarmos o contexto histrico em que o
episdio situado, podemos ver na figura do Velho o smbolo daqueles
que, em nome do bom senso, recusam as aventuras incertas,
defendendo que prefervel a tranquilidade duma vida mediana promessa
de riquezas que, geralmente, se traduzem em desgraas. Encontramos
aqui um eco de uma ideia cara aos humanistas: a nostalgia da idade
de ouro, tempo de paz e tranquilidade, de que o homem se viu
afastado e a que pode voltar, reduzindo as suas ambies a uma sbia
mediania ("aurea mediocritas", na expresso dos latinos), j que foi
a desmedida ambio que lanou o ser humano na idade de ferro, em que
agora vive (cf. est. 98). Neste sentido o episdio pode ser
entendido como a manifestao do esprito humanista, favorvel paz e
tranquilidade, contrrio ao esprito guerreiro da Idade MdiaAssim, o
episdio do "Velho do Restelo" est de certo modo em contradio com
aquilo mesmo que Os Lusadas , no seu conjunto, procuram exaltar - o
esforo guerreiro e expansionista dos portugueses. Essa contradio
real e traduz, de forma talvez inconsciente, as contradies da
sociedade portuguesa da poca e do prprio poeta. De facto, Cames
soube interpretar, melhor que ningum, o sentimento de orgulho
nacional resultante da conscincia de que durante algum tempo
Portugal foi capaz de se destacar das demais naes europeias. Mas
Cames era tambm um homem de slida formao cultural, atento aos
valores estticos do classicismo literrio e imbudo de ideais
humanistas. Se, ao cantar os feitos dos portugueses, ele d voz a
esse orgulho nacional, que sentia tambm como seu, na fala do "Velho
do Restelo" e em outras intervenes disseminadas ao longo do poema,
exprime as suas ideias de humanista.Adamastor
J no meio da viagem, os portugueses deparam-se com o maior dos
perigos e dos medos: o gigante Adamastor. Vasco da Gama narra tambm
este episdio ao rei de Melinde , revelando toda a sua experincia e
sentimentos.
Antes de mais, importante considerar que se trata de um episdio
simblico. A Adamastor o smbolo dos perigos e das dificuldades que
se apresentam ao Homem que sente o impulso de conecer, de
descobrir. S superando o medo, o Homem poder vencer (Humanismo). O
Adamastor portanto, uma figura mitolgica criada por Cames como
forma de nele concentrar todos os perigos e dificuldades que os
portugueses tiveram que transpor.
No por acaso que o episdio do Adamastor ocupa o lugar central no
poema pico. O canto V marca o meio da obra, e com ele que termina o
primeiro ciclo pico da narrao. Marca tambm a passagem do mundo
conhecido para o desconhecido, a passagem do Ocidente para o
Oriente.
A viagem decorria calmamente quando, de repente surge a figura
gigantesca e tremenda do Adamastor, num contraste entre a atmosfera
amena inicial e o terror que logo de seguida apresentado, levando o
capito a invocar a proteo divina.
Nas estrofes 39 e 40 feita a descrio do gigante, realando-se,
sobretudo, a adjetivao utilizada: figura robusta e vlida De
disforme e grandssima estatura rosto carregado e barba esqulida
olhos encovados Postura medonha e m a cor terrena e plida Cheios de
terra e crespos os cabelos boca negra dentes amarelos tom de voz
horrendo e grosso. Como se isso no bastasse, este gigante ainda
profetiza num discurso assustador, a partir da estrofe 41, graves
perigos e mortes para os navegadores. Uma profecia diz respeito a
um acontecimento futuro. O gigante comea por se dirigir aos
navegadores com a apstrofe gente ousada revelando conhecer bem a
coragem daqueles a quem se dirige e procurando, ao intimid-los com
o seu discurso ameaador e castigador, lev-los a desanimar e a
desistir da viagem.
Na estrofe 49, Vasco da Gama d mais um prova de ousadia da gente
Lusitana, mesmo mediante as trgicas profecias, interpelando o
gigante e perguntando-lhe quem era. A simples pergunta Quem s tu?
provoca uma brutal mudana na intenso, na postura e at no tom de voz
do Adamastor que, da estrofe50 59, narra a histria da sua vida,
destacando de forma lastimosa e magoada o amor frustado com
ttis(narrativa secundria)
Finda a narrao, o Adamastor retira-se, tal como tinha surgido,
deixando o caminho livre para os navegadores passarem (estrofe 60),
o que leva Vasco da Gama a interceder pela sua vida e pela dos
marinheiros, dirigindo-se a Deus e pedindo-lhe que removesse os
duros/casos que Adamastor contou futuros. A ousadia de Vasco da
Gama abriu a passagem para a ndia. O medo estava vencido, passando
o cabo das Tormentas a designar-se cabo da Boa Esperana.
Depois de relatar este episdio, Vasco da Gama termina a narrao
ao rei de Melinde. Agora o momento de prosseguir viagem e continuar
a fazer Histria
A tempestade-Canto VI (estrofes 70 a 91)
Surge, depois, um episdio naturalista por envolver elementos da
Natureza. a ltima grande dificuldade que surge aos navegadores
antes da chegada ndia. Baco rene os deuses do mar para um novo
conslio onde procura destruir os navegadores antes da conquista do
Oriente. Dando razo a Baco, os deus marinhos decidem ajud-lo,
ordenando a olo, deus do vento, que Solte as frias dos ventos
repugnantes, que no haja no mar mais navegantes Mais uma vez, podes
comprovar o entrelaar do plano narrativo da viagem com o plano
mitolgico.
A tempestade por isso, mais uma tentativa de destruio da glria
dos portugueses, mas novamente se assistir vitria dos humanos sobre
todos os elementos que os afligem.
Este episdio pode ser dividido em trs partes:
-o desenrolar da tempestade (70-79)
-a splica de Vasco da Gama por proteo divina (80-84)
-a interveno de Vnus e das ninfas (85-91)
Na descrio da tempestade h a realar:
-a abundncia de frases de tipo exclamativo, reforando os
sentimentos de aflio dos navegadores e a necessidade urgente de
agir.
-o recurso aos verbos de movimento que fazem desta descrio uma
descrio dinmica, impondo um ritmo muito acelerado, quer na
progresso da tempestade, quer na aproximao iminente da morte
-as vrias sensaes apresentadas: visuais, auditivas e sobretudo
cinticas (movimentos fsicos)
O clmax desta descrio atingido quando, diante da perspetiva de
naufrgio, Vasco da Gama, em nome de todos os marinheiros, suplica
novamente a proteo da Divina guarda, anglica, celeste (81)
utilizando no seu discurso, argumentos poderosos que se prendem
sobretudo com a dilatao da F crist.
Vnus que, confirmando a sua admirao pelos portugueses, surge
juntamente com as suas ninfas para salv-los das obras de Baco.
A chegada dos portugueses ndia (Canto VI a partir da estrofe
92)
Vencidos todos os medos e perigos, os portugueses avistam,
finalmente, a terra desejada, a ndia. A sua luta coroada de xito e
de vitria.
Texto Potico
O texto potico muito diferente dos modos literrios anteriormente
estudados. A poesia uma revelao do mundo interior, dos sentimentos,
das emoes, dos pensamentos, dos anseios Por isso o texto potico ,
fundamentalmente, um discurso de 1 pessoa, logo, um discurso do eu.
Uma das marcas deste discurso a subjetividade, uma vez que o
sujeito potico transmite a sua representao pessoal do
mundo.Verso
Conjunto de palavras, de sentido completo ou no, com
determinadas caractersticas rtmicas. Numa composio potica escrita
ocupa uma linha, mesmo que tenha uma nica palavra.
Estrofe
Verso ou conjunto de versos, geralmente com uma unidade de
sentido. Cada conjunto, ao ser escrito demarcado de outro por um
espao. Cada estrofe recebe uma designao, segundo o nmero de versos
que apresenta
1 versoMonstico
2 versosDstico
3 versosTerceto
4 versosQuadra
5 versosQuintilha
6 versosSextilha
7 versosStima
8 versosOitava
9 versosNona
10 versosdcima
Soneto uma composio de 14 versos agrupados em duas quadras e
dois tercetos. a forma potica mais conhecida, sendo usada desde o
sxulo XVI.
Esquemas RimticosAbab- rima cruzada
Aabbcc- emparelhada
Abba- interpolada
Rima final de um verso encontra correspondncia no meio do verso
seguinte- encadeada
Classificao quanto ao nmero de slabas mtricas1-monossilabo
2-dissilabo
3-trissilabo
4-tetrassilabo
5-redondilha menor
6-hexassilabo
7- redondilha maior
8-octossilabo
9-eneassilabo
10-decassilabo
11-hendecassilabo
12- alexandrino
Recursos FnicosRecurso ExpressivoConceitoExemplo
AliteraoRepetio dos mesmos sons consonnticos (sons
consoantes)Muitos Ss numa frase
AnforaRepetio intensional de uma palavra ou palavras no incio de
frases ou versos seguintes, para destacar o que se repete barca,
barca cavaleiros, barca, entrai na Barca do alm
AssonnciaRepetio intensional dos mesmos sons voclicos (sons
vogais)Muitos As numa frase
EufemismoTransmisso de forma atenuada, de uma ideia desagradvel,
cruelTirar Ins ao mundo (matar)
PerfraseExpresso por vrias palavras, do que se diria em poucas
ou apenas numaAquele que a salvar o mundo veio (Cristo)
SindoqueConsiste em tomar o todo pela parte ou vice-versa: o
plural pelo singular ou vice-versa, a matria pelo objeto ou
vice-versa, a espcie pelo gnero ou vice-versaOcidental Praia
Lusitana (Portugal)
Texto DramticoEmissorDramaturgo EmissorEncenador
Atores
Cengrafo
Tcnico de Luz e de som
RecetorPblico LeitorRecetorPblico espectador
Estrutura InternaTexto principal (dilogos ,monlogos e
apartes)Estrutura InternaInterligao das falas e mmica dos atores,
com o jogo da luz e som
Estrutura ExternaAtos e CenaEstrutura ExternaAtos
Cenas
Outras CaracteristicasApresentao, desenvolvimento e desenlace de
um conflitoOutras CaracteristicasExige espao cnico
Os atores concretizam o texto pela representao
Implica a presena real de atores e espectadores
Manifestaes teatrais pr-vicentinasReligioso: representavam-se
nas igrejas e ao ar livre, por ocasio do Natal, da Pscoa e do Corpo
de Deus.
Mistrios: representaes com cenas da vida de Cristo. Ex: Procisso
dos passos.
Milagres: representtaes de cenas da vida de Cristo, de santos e
de virgem. Ex: Auto S. Martinho.
Moralidade: representaes alegricas de defeitos, qualidades e
tipos psicolgicos. Ex: Auto da Alma.
Profano: representavam-se nos castelos, palcios, cortes (por
ocasio de palacianas) e praas pblicas (festas populares).
Momos: divertimentos corteses com a participao de fidalgos,
encenados por ocasio de rguias (temas de cavalaria)
Arremedilhos: declamao e mmica combinavam-se para tornar mais
atraente a fbula contada pelos jograis.
Farsas: representao de situaes cmicas com inteno satrica, para
fazer rir. Eram peas particularmente apreciadas pelo povo.
Sotties: breves farsas simbolizando tipos e classes sociais. Ex:
Auto da Barca do Inferno Sotties Medievais.
Sermes burlescos: so monlogos apresentados por jograis em que a
figura tinha vestes sacerdotais.Texto dramtico vs. Espetculo
teatralO texto dramtico, escrito pelo dramaturgo, destina-se a ser
representado, tornando-se, desta forma, texto teatral ou pea de
teatro.
No entanto, importante no confundir texto dramtico com a sua
transformao em teatro como espetculo (representao).
Na passagem do texto para a representao esto envolvidos aspetos
como a encenao, a entoao, a mmica e a expresso corporal, a
caracterizao das personagens, o cenrio, etc.Caractersticas do
teatro vicentinoGil Vicente no um autor da Idade Mdia nem to pouco
um autor moderno, situa-se numa zona de transio: faz adivinhar
novos tempos sem ter assimilado totalmente os ideais do
renascimento humanista.
O teatro vicentino representado essencialmente em sales,
palcios, capelas, igrejas e mosteiros.
Uma das caractersticas das obras de Gil Vicente o recurso a
personagens-tipo. As suas personagens no so individuais, isto ,
representam sempre um grupo, uma classe social, uma profisso. Desta
forma, so uma sntese dos defeitos e virtudes desses grupos. Assim,
Gil Vicente satirizava a sociedade, sem atacar diretamente alguma
pessoa em particular.Nem por serem tipos sociais estas personagens
deixam de ser indivduos vivos, de impressionante presena.
Os tipos vicentinos abrangem o conjunto da sociedade portuguesa
da sua poca. Na base est o campons pelado por fidalgos e clrigos, a
cuja voz Gil Vicente d acentos comoventes. No cume esto os clrigos
de vida folgada e os fidalgos presunosos e vos, que vivem, uns e
outros, de confiscar o trabalho alheio, ajudados pelos homens de
leis e pelos funcionrios, que fabricam alvars em benefcio dos seus
afilhados.
A expresso latina ridendo castigat mores, que significa a rir
que se castigam os costumes, foi o princpio que Gil Vicente aplicou
sua stira atravs do cmico, provocando o riso no pblico, o
dramaturgo denuncia os erros de cada classe social.As suas obras so
como um espelho, pois reflete fielmente a sociedade do sc.XVI e s
so completamente percebidas quando as vemos representadas em
teatro, sendo esta a componente cnica que as valoriza.
Emissor mltiplo: O autor, o encenador e o ator.
Recetor: O pblicoCdigo no verbal: Visual: Cenrio, luz/sombra,
personagem, gesto, movimento, expresso corporal.
Auditivo: msica, sons, vozes.
verbal: a palavra.
Auto da Barca do InfernoAuto: este termo aplicava-se a peas de
teatro de gosto tradicional. Os autos ao mesmo tempo que divertiam,
moralizavam o pblico pela stira de costumes.
No Auto da Barca do Inferno apresentado um processo de
julgamente: a absolvio ou a condenao depois da morte.
O texto Auto da Barca do Inferno foi representado, pela primeira
vez, em 1517, na cmara da rainha D. Leonor, a qual se encontrava
doente.
Personagens: o Anjo (arrais do cu), Diabo (arrais do inferno),
Companheiro do Diabo, Quatro cavaleiros, Enforcado, Procurador,
Corregedor, Judeu, Brzida Vaz (alcoviteira), Frade, Sapateiro,
Parvo, Onzeneiro e Fidalgo.
O Anjo e o Diabo so personagens alegricas. As restantes
personagens personificam classes sociais e comportamentos tpicos,
sendo, por isso consideradas personagens-tipo.
O auto representa o julgamento das almas humanas na hora da
morte.
No porto esto dois arrais, um conduz Barca da Glria e outro
Barca do Inferno, por onde vo passar diversas almas que tero que
enfrentar uma espcie de tribunal, defender-se e enfrentar os
argumentos do Anjo e do Diabo que surgem como advogados de
acusao.
Atravs da brilhante metfora do tribunal, Gil Vicente pe a nu os
vcios das diversas ordens sociais e denuncia a podrido da
sociedade. Assim, a grande maioria das almas. Joane fica no cais
porque no responsvel pelos seus atos e o Judeu vai a reboque da
barca porque, no se identificando com a religio catlica, no tenta
embarcar na barca da glria e recusado pelo diabo.
Apenas os Quatro Cavaleiros vo embarcar diretamente na Barca da
Glria porque se entregaram em vida aos ideais do Cristianismo na
luta contra os mouros. Ao definir este percurso para cada uma das
almas, Gil Vicente tinha por certo o objetivo de fazer desta obra
alegrica um auto de moralidade, atravs do qual o Bem fosse
compensado e o Mal castigado.Elementos alegricos
Tipos de cmicoO cmico algo que faz rir. Como Gil Vicente
trabalhava para a corte, procurando diverti-la, seguia a mxima a
rir, corrigem-se os costumes. Assim, nas suas obras recorre a vrios
tipos de cmico:
Funcionamento da Lngua
Organizao do texto
FraseSimples e ComplexaSistematizao: Podemos definir uma frase
como um conjunto de palavras que formam uma unidade de sentido.
Uma frase pode ser constituda apenas por uma orao (estrutura com
um s sujeito e um s predicado) frase simples.
Ou por duas ou mais oraes frase complexa.Nota: No identificar
frase simples com frase de um s verbo, mas sim de um s predicado,
pois o predicado pode ser expresso por dois ou mais verbos, como o
caso dos tempos compostos, da voz passiva e da conjugao
perifrstica.
Exemplos de Frases Simples e Complexas
Simples:
-Eu acompanho sempre as minhas tias nos passeios de Domingo
-Posso vir a querer fazer outras coisas
-Estou a tentar estudar o mais possvel
Complexa:
-Eu acompanho sempre as minhas tias quando passeiam aos
Domingos
Tipos de FraseOs tipos de frase traduzem a atitude do emissor
relativamente quilo que transmite e a quem transmite.
Tipos de FraseExemplos
Declarativo (apresenta um facto, uma situao)Eu no vou hoje ao
cinema.
Interrogativo (coloca uma questo, pede informaes)Vais hoje ao
cinema?
Exclamativo (expressa uma emoo, apresenta uma reao)Hoje vais ao
cinema!
Imperativo (d uma ordem, uma sugesto)Vai ao cinema!
Formas de FraseA cada tipo de frase associa-se sempre uma forma
de cada um dos pares que a seguir se apresenta. Assim o tipo
declarativo, por exemplo, pode parecer simultaneamente nas formas
afirmativa, ativa e enftica ou pode aparecer simultaneamente nas
formas negativa, passiva e neutra. As possibilidades de combinaes
so variadas.
Formas de FraseExemplos
Afirmativa
NegativaGosto de tomar o pequeno-almoo
No gosto de tomar o pequeno-almoo
Ativa
PassivaA Maria lava sempre a fruta com gua corrente
A fruta sempre lavada com gua corrente pela Maria
Neutra
EnfticaOs meninos do jardim-escola usam uns bibes lindos!
Os meninos do jardim-escola so que usam uns bibes lindos!
Perodo e Pargrafo
Sistematizao
O perodoO perodo a frase ou conjunto de frases que se encontram
entre dois pontos finais Pode conter uma s orao (frase simples)
mas, normalmente contm duas ou mais oraes (frase complexa)
O pargrafoQuando necessitamos de fazer uma pausa mais longa
porque dentro do mesmo assunto vamos falar de um outro aspeto, ou
pretendemos demarcar uma ideia de outra, ou ainda porque mudamos de
assunto, embora dentro da mesma temtica -mudamos de linha,
deixando, normalmente, um espao em branco.
Estamos a abrir um novo pargrafo
Coerncia e coeso textualSistematizao
Para que um conjunto de frases se possa chamar texto e necessrio
que as frases se estruturem de uma determinada maneira e se
relacionem entre si de modo a formar um todo coerente e coeso
A coerncia Textual
A coerncia textual implica que as diferentes partes de um texto
estejam articuladas entre si ao nvel do sentido, estruturando-se de
acordo com a tipologia em questo.
A coeso textual
A coeso textual resulta da utilizao dos elementos lingusticos
que fazem a ligao das vrias partes de um texto, pode ser conseguida
atravs de diferentes processos.
ConectoresSo os elementos que contribuem para uma maior coeso
textual: conjunes e locues conjuncionais, advrbios e locues
adverbiais
PontuaoSistematizao
A pontuao um fator fundamental para clarificar o sentido de um
texto. Outro elemento fundamental que contribui para a coeso
textual e a pontuao
Existem vrios sinais de pontuao.
Vrgula,
A vrgula usa-se normalmente paraExemplos
Separar elementos de uma enumeraoNaquele mercado as mangas, os
pssegos, as ameixas, as mas, as cerejas atraam pelos seus tons
alegres e luminosos.
Demarcar o aposto do sujeitoJoo, o padeiro, e tambm um grande
pasteleiro.
Demarcar complementos circunstanciaisNesse dia, apareceram todos
os amigos do Rui.
Separar o vocativo Ana, anda c depressa!
Separar repetio de palavrasEle comia, comia, e nunca ficou
maldisposto
Demarcar um adjetivo em inicio de fraseAtencioso, como ele nao
havia!
Demarcar um substantivoO pedro, esse era o eleito.
Destacar elementos (normalmente mais extensos) numa
enumeracaoEle gostava de doces e a Joana de salgados
Ele gostava de doces, a Joana de salgados
Nota: A virgula nunca pode separar o sujeito do seu predicado ou
o predicado do seu complemento direto e/ou indireto.
No caso de se intercalar uma expressao ou orao entre um sujeito
e um predicado, ela deve figurar entre vrgulas, para no separar-mos
o sujeito do predicado.
Ex.: Os homens, obcecados pelo progresso, nem sempre pensam no
futuro da humanidade.
Ponto e Virgula
Ponto.O ponto usa-se normalmente para marcar o fim de uma frase
simples ou complexa.
Ex.:
O que ela dizia, embora fosse sempre diferente, soava sempre da
mesma maneira. Era montono. E a maioria dos alunos estava a
ouvi-la...sem a ouvir.
Era o caso do Jorge, que estava interessado no rapaz com o
carrinho de bebe e se foi afastando do grupo. Alem deles, s andava
ali dentro um grupo de velhinhos ingleses. E o rapaz com o bebe,
claro, que percorreu a igreja toda com os auscultadores nos
ouvidos, sempre a empurrar o carrinho. De vez em quando parava a um
canto, levantava o cobertor e dava duas mexidelas no bebe que, por
sua vez, no dava sinal de si.
Dois pontos:Usam-se normalmente para:
-Introduzir o discurso direto
Ex.:
Arranjo uma voz de falsete e imito o dos filmes americanos:
Antpode homem?
-Introduzir uma enumerao
Ex.: Acho que foram emoes a mais para a Lusa: o sto que no
havia, o Ablio que eu no era, o Lus que ela no sabia que era
eu.
-Iniciar uma concluso ou dar uma explicao
Ex.: E no tardei a colar o Sem Pavor ao Joo: Joo Sem Pavor
Reticencias...Usam-se normalmente para marcar a suspenso de uma
ideia ou frase.
Ex.: Nada...H seis dias e seis noites que estou aqui escondido a
tremer com medo dos lobos, dos morcegos, das bruxas e dos
fantasmas, a espera da minha irm...
Ponto de Interrogao?Usa-se normalmente para assinalar uma frase
do tipo interrogativo.
Ex.: Que dizes, meu palerma?
O ponto de exclamao marca uma frase do tipo exclamativo, pode
tambm utilizar-se nas frases do tipo imperativo.
Ex.: Anda c!
Aspas Usam-se normalmente para
-Transcrever uma palavra ou expresso ou fazer uma citao
Exumareis Luther King disse Eu tenho um sonho, que todos os
negros tenham os mesmos direitos
- Utilizar uma palavra que no pertence ao lxico portugus
Ex:Anybody Home
-Utilizar uma palavra menos apropriada, mas expressiva no
contexto
Ex: Ja anda a namorar este vestido h muito tempo
-Destacar um titulo
Ex.: O jornal Expresso e um semanrio
Parnteses ()Usam-se normalmente para:
-Marcar o discurso direto
Ex: Arranjo uma voz de falsete e imito os dos filmes americanos
Anybody Home
-Indicar corte em texto citado
Ex: Discurso Vasco da Gama Meu povo vamos partir (...) que deus
vos abenoe!
TravessoUsa-se normalmente para:
-Marcar discurso direto
Ex.: Visto-me a macaco e imito os seus sons
-Eu sou o Artur
-Demarcar uma frase intercalar, que poderia surgir entre
virgulas
Ex.: Os homens obcecados pelo progresso nem sempre pensam no
futuro da humanidade
Nota: Quase todos os sinais de pontuao podem ser usados para
conferir maior expressividade a um texto
LxicoSistematizao
A principal influncia na formao da lngua portuguesa e o
latim.
Mas se muitos termos chegaram ate nos atravs do latim clssico, o
latim culto, o latim dos escritores (via erudita), muitos outros
chegaram atravs do latim vulgar, o latim falado sobretudo por
soldados e comerciantes fixados nos territrios conquistados (via
popular)
Palavras Convergentes e DivergentesExemplo de palavras
divergentes
LatimVia popularVia erudita
CathedraCadeiraCtedra
CogitareCuidarCogitar
IntegruInteiroIntegro
MatreMemadre
OculuOlhoculo
SuperareSobrarSuperar
Exemplo de palavras convergentes:
Rio-nome (do latim rivu)
Rio-verbo rir (do latim rideo)
Evoluo Fontica
Processos de queda ou supresso
AfreseSupresso de um fonema no inicio da palavra
Exemplo: ainda > inda / atonitu > tonto
SncopeSupresso de um fonema no meio da palavra
Exemplo: calidu > caldo / viride > verde
ApcopeSupresso de um fonema no fim da palavra
Exemplo: Amore > amor / sic > si
Processos de adio
PrteseAcrescentamento de um fonema no inicio da palavra
Exemplo: lembrar > alembrar / thunu > atum
EpnteseAcrescentamento de um fonema no interior da palavra
Exemplo: humile > humilde / creo > creio
ParagogeAcrescentamento de um fonema no final da palavra
Exemplo: flor > flore / ante > antes
Processos de alterao
AssimilaoFonemas prximos tornam-se iguais (assimilao completa)
ou semelhantes (assimilao incompleta)
Exemplo: Persicu > pssego / Ipse > esse
Dissimilao um processo de certo modo contrrio assimilao.
Consiste em evitar dois sons iguais ou semelhantes na mesma
palavra, por isso um deles torna-se diferente ou desaparece
Exemplo: rostru > rosto / liliu > lrio
NasalaoUm fonema oral torna-se nasal por influncia de um fonema
nasal
Exemplo: canes > ces / fine > fim
DesnasalaoConsiste na perda da ressonncia nasal de algumas
vogais
Exemplo: Bona > ba > boa / cena > cea > ceia
VocalizaoAs consoantes passam a vogais
Exemplo: Multu > muito / octo > oito
SonorizaoAs consoantes surdas entre vogais transformam-se nas
consoantes sonoras correspondentes.
Exemplo: amicu > amigo / totu > todo
PalatizaoUm som ou grupo de sons torna-se palatal
Exemplo: planu > cho / flama > chama
MetfeseConsiste em os fonemas mudarem de lugar, dentro da
palavra. um processo muito importante, que ainda hoje se verifica
com a frequncia, nomeadamente na linguagem popular.
Exemplo: semper > sempre / primariu > primeiro
Formao de Palavras
DerivaoEm que existe um radical e um ou mais afixos:
Chuvoso- chuv (radical) oso (sufixo)
Renovar- re (prefixo) nov (radical) ar (sufixo)
Composio
Em que existe mais de um radical ou palavra:
Amor-perfeito amor (nome) perfeito (adjetivo)
Telecomunicao tele (radical) comunicao (nome)
Palavras Primitivas e DerivadasPalavras PrimitivasChamam-se
primitivas as palavras que no so formadas a partir de nenhuma
outra
Exemplo: gua, fazer, etc
Palavras DerivadasChamam-se derivadas aquelas palavras que se
formam a partir de outra gua, fazer a qual se juntou um ou vrios
prefixos ou sufixos:
Exemplo: aguadeiro, aguar, desaguar, desfazer, refazer
Derivao
Existem trs processos de derivao propriamente dita:
-por prefixao
-por sufixao
-regressiva
Afixo: So os morfemas derivativos (prefixos e sufixos) que se
juntam palavra primitiva, acrescentando uma nova tonalidade
significao primitiva
Prefixo:
o afixo que se junta antes:
Exemplo: desfazer (des+fazer)
Sufixo
o afixo que se junta depois:
Exemplo: aguar (gua+ar)
Parassintese
Quando o prefixo e sufixo se aglutinam ao mesmo tempo ao
radical, sem se poder conceber uma palavra intermdia:
Exemplo: repatriar (re+pat+riar)
Composio
Morfossinttica uma das formas de ligao de duas palavras
primitivas.
Quando da ligao de duas palavras resulta uma palavra nova com
apenas uma slaba acentuada, a palavra resultante diz-se
morfossinttica.Exemplo: filho de algo > fidalgo / perna + alta
> pernalta
Nome + Nome ou Adj. + Adj.
Ex: rdio gravador (N + N); surdo mudo (adj. + adj.) plural:
s/s
b)Nome + Nome (a 1 palavra a dominante, pelo que s ela se
flexiona no plural)
Ex: palavra(s)-chave; decreto(s)-lei
c)Verbo + Nome (no singular) apenas flexiona o Nome
Ex: picapau(s)
d)Verbo + Nome (no plural) no se verifica contraste nem
flexo
Ex: saca-rolhasMorfolgicaASSOCIAO DE UM OU MAIS RADICAIS A OUTRO
RADICAL OU PALAVRA - a flexo no plural s se faz no final
a) Os dois ou mais radicais tm igual contribuio para o
significado da palavra composta Este caso acontece quando
conseguimos substituir o hfen pelo e
Ex: socioeconmico; afro-luso-indiano
b)Na associao de radicais (geralmente compostos eruditos, gregos
ou latinos), o primeiro tem valor dominante
Ex: proto-histria Exemplo: arroz-doce / passatempo
Compostos eruditos
Existem, ainda na nossa lngua, muitas palavras formadas por
radicais gregos e latinos, designadas por compostos eruditos.
Exemplo: termo-metro > termmetro
Relaes Grficas e Fonticas
HomonmiaQuando temos duas palavras graficamente iguais, mas com
origem e significados diferentes, estamos perante palavras
homnimas
Exemplo: O rio continuava a correr pelo leito / Rio sempre que
ouo uma boa piada
HomofoniaQuando temos duas palavras com significados e grafia
diferentes mas foneticamente iguais, estamos perante palavras
homfonas
Exemplo: Quando soar o sinal samos / O esforo que fizemos
fez-nos suar bastante
HomografiaQuando temos duas palavras com significados e
pronncias diferentes mas grafias idnticas, estamos perante palavras
homgrafas.
Exemplo: A PSP policia o bairro de Chelas / Toda a polcia tem
farda azul
ParonmiaQuando temos duas palavras com significados diferentes
mas foneticamente muito prximas estamos perante palavras
parnimas
Exemplo: Levo quatro livros / o meu quarto grande
Hipernimos e HipnimosHipernimosfrutaroupaVertebrados
HipnimosMa
Cereja
Cenoura
melanciaVestido
Casaco
Luvas
saiaCrocodilo
Tartaruga
Rato
Pssaro
Sintaxe
Coordenao e Subordinao
SistematizaoQuando as palavras se organizam em frases obedecem a
regras especificas (de concordncia, de ligao de frases, etc) e
assumem determinadas funes (sujeito, predicado, etc)
Os estudos dessas regras e funes designa-se por sintaxe
Quando a frase complexa, as oraes esto ligadas entre si atravs
de um processo de coordenao ou de subordinao.
Coordenao um processo de ligao de frases independentes que
podemos associar de diversas maneiras.
As frases assumem a designao de coordenadas, as conjunes
designam-se por coordenativas
Conjunes
CoordenativasCopulativasAdversativasDisjuntivasConclusivas
E
Nem
No smas tambmMas
Porm
Todavia
ContudoOu
Ora..ora
QuerQuer
Sejaseja
NemnemLogo
Pois
Portanto
Por conseguinte
Conjunes Subordinativas adverbiaisTemporaisQuando, apenas,
enquanto, antes que, depois que, desde que, medida que
CausaisPorque, pois, como, visto que, j que, pois que
ConcessivasEmbora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que,
por mais que, nem que
CondicionaisSe, caso, salvo se, desde que, a menos que, a no ser
que
FinaisPara que, a fim de que
Consecutivas(tal) que, (tanto) que, (to) que
Comparativas(mais, menos, maior, menor, melhor, pior) do que,
(tal) qual, como, assim como, bem como, como se
Preposio uma palavra invarivel que liga dois termos (palavras ou
conjunto de palavras) normalmente pertencentes mesma orao,
assinalando que o sentido do primeiro termo explicado ou completado
pelo segundo.
Preposies
AComDurantePeranteSem
AnteContraEmPorSob
ApsDeEntreSalvoSobre
Atdesdeparasegundotrs
Locues Prepositivas
Abaixo de
Acerca de
Acima deA fim de
Ao lado de
Ao redor deA par de
Por entre
Por sobre
Interjeio uma palavra e locuo interjetiva uma expresso, ambas de
carter sugestivo, usadas para traduzir sentimentos, emoes, reaes de
maneira espontnea. As interjeies e locues interjetivas so usadas
frequentemente nas frases de tipo exclamativo e com ponto de
exclamao.
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre
Discurso direto e discurso indireto
Na escrita, o discurso direto caracteriza-se pela utilizao de
alguns sinais grficos que permitem identificar as falas das
personagens: dois pontos, pargrafo, travesso, aspas e itlico.
O discurso indireto, por sua vez, no apresenta estes sinais
grficos, apresenta um relato feito apenas por um narrador e so
feitas vrias alteraes: nos pronomes pessoais utilizados, nos
determinantes possessivos e demonstrativos, nos tempos verbais, nos
advrbios, etc. o quadro seguinte apresenta vrios exemplos destas
transformaes.
Discurso diretoDiscurso indireto
Pronomes pessoais de 1 e 2 pessoas:
eu, tu
me, te
mim, comigo, te, contigo
ns, vs
nos, vos
connosco, convosco
Exemplo:
Eu quero ver-te mais bem-disposto. disse o pai ao Joo.Pronomes
pessoais de 3 pessoa:
ele, ela
o, a, lhe, se
ele, ela
eles, elas
os, as, lhes, se
eles, elas
O pai (ele) disse ao Joo que queria v-lo mais bem-disposto.
Determinantes e pronomes possessivos de 1 e 2 pessoas:
Meus, meus, minha, minhas, nosso, nossa, etc.
Exemplo:
Guardei os meus brinquedos de pequenina no velho sto da minha
casa. confidenciou a Maria.Determinantes e pronomes possessivos de
3 pessoa:
Seu, seus, sua, suas, dele, dela, delas
Exemplo:
A Maria confidenciou que tinha guardado os seus brinquedos de
pequenina no velho sto da sua casa.
Determinantes e pronomes demonstrativos que indicam proximidade
em relao ao locutor ou interlocutor:
este, esta, isto
esse, essa, isso
Exemplo:
- Este rapaz mesmo teimoso! gritou o Jos.Determinantes e
pronomes demonstrativos que indicam afastamento em relao ao locutor
ou interlocutor:
aquele, aquela, aquilo
Exemplo: O Jos gritou que aquele rapaz era mesmo teimoso.
TEMPOS E MODOS VERBAIS
Presente do Indicativo
Exemplo:
No pinto mais hoje. decidiu o Rui.
Presente do indicativo com valor de futuro
Exemplo:
Pinto o resto do quadro amanh. prometeu o Rui.
Pretrito perfeito do indicativo
Exemplo:
J leste o livro? perguntou a professora Joana.
Futuro do indicativo
Exemplo:
Danarei toda a noite! garantiu a Rita.
Modo imperativo
Exemplo:
No percas o autocarro! recomendou a me.
Presente do conjuntivo
Exemplo:
provvel que encontremos o meu tio na feira. afirmou o Jos.
Futuro do conjuntivo
Exemplo:
Paulo, quando partires, leva contigo as rosas. disse a
Helena.
Verbo vir
Exemplo:
Vens (verbo vir) comigo festa? perguntou a Marlia amiga.
Verbo trazer
Exemplo:
Trouxe o meu pijama para dormir aqui. disse a Isabel. Pretrito
Imperfeito do Indicativo
Exemplo: O Rui decidiu que nesse dia no pintava mais.
Modo condicional
Exemplo:
O Rui prometeu que pintaria o quadro no dia seguinte.
Pretrito mais-que-perfeito do indicativo
Exemplo:
A professora perguntou Joana se j lera (ou tinha lido) o
livro.
Modo condicional
Exemplo:
A Rita garantiu que danaria toda a noite.
Pretrito imperfeito do conjuntivo
Exemplo:
A me recomendou ao filho que no perdesse o autocarro.
Pretrito imperfeito do conjuntivo
Exemplo:
O Jos afirmou que era provvel que encontrassem o seu tio na
feira.
Pretrito imperfeito do conjuntivo
Exemplo:
A Helena disse ao Paulo que quando partisse levasse consigo as
rosas consigo.
Verbo ir
Exemplo:
A Marlia perguntou amiga se esta ia (verbo ir) com ela
festa.
Verbo levar
Exemplo:
A Isabel disse que levara o seu pijama para dormir l.
Advrbios e locues adverbiais com valor temporal e espacial
Advrbios e locues adverbiais com valor temporal
agora, j, neste momento
ontem
hoje
amanh
logo
h pouco
daqui a pouco
no ano passado
h um ms
na prxima semana
Exemplos:
Hoje muda a hora. avisou a Cludia.
Agora passemos sala de jantar. props a Ana.
Advrbios e locues adverbiais com valor locativo (espao)
aqui, c,
a, ali, l, acol
Exemplo:
aqui que o Simo trabalha. disse o Manuel.
Vocativo
Exemplo:
Susana, j mudaste de casa? perguntou o Henrique.
Frase interrogativa direta
Exemplo:
J chegou a encomenda? perguntou a Matilde.Advrbios e locues
adverbiais com valor temporal
naquele momento, imediatamente, logo
na vspera, no dia anterior
naquele mesmo dia, nesse dia
no dia seguinte
depois
um pouco antes
dali a pouco
no ano anterior
um ms antes
na semana seguinte
Exemplos:
A Cludia avisou que nesse dia a hora mudaria.
A Ana props que passassem sala de jantar naquele momento.
Advrbios e locues adverbiais com valor locativo (espao)
ali, l
l, naquele lugar
Exemplo:
O Manuel disse que era ali que o Simo trabalhava.
O vocativo desaparece ou passa a desempenhar a funo de
complemento indireto.
Exemplo:
O Henrique perguntou Susana/perguntou-lhe se j mudara de
casa.
Frase interrogativa indireta
Exemplo:
A Matilde perguntou se j tinha chegado a encomenda.
Estrutura Interna:
-Proposio
-Invocao
-Dedicatria
-Narrao
Estrutura Externa:
-Narrativa em Verso
Insero de consideraes do poeta no texto
Interveno do Maravilhoso
/
Supernatural
Narrao
In media Res
(A narrao inicia-se j a ao decorria)
Ao
-Unidade
-Variedade
-Verdade
-Integridade
Protagonista=
Heri
Epopeia
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