reminiscências de uma memória contemporânea Série - Azul Digital REDE CATITU CULTURAL 2011
reminiscênciasde uma memóriacontemporânea
Série - Azul Digital
REDE CATITU CULTURAL2011
reminiscênciasde uma memóriacontemporânea
poemas
Marco Llobus
Edição DigitalPrimavera de 2011
Belo HorizonteRede Catitu Cultural
2011
Llobus, Marcoreminiscências de uma memória contemporânea / Marco Llobus.Belo Horizonte: Rede Catitu Cultural, 2011.038 p. : 02 il.
1. Poesia brasileira.1. Título.
CDD: 0000.00CDU: 0000.00
ISBN 00-00000-0-0
Marco Llobus
reminiscências de uma memória contemporânea
Ilustração - Capa - Foto/Autor: Marco Llobusfotografado: José Aloise Bahia
Edição DigitalRede Catitu CulturalSérie - Azul DigitalRevisão: Clevane Pessoa e Bilá Bernardes Coordenação: Clevane Pessoa e Marco Llobus
Projeto Gráfico: Marco Llobus
Todos os direitos reservados.
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REDE CATITU CULTURAL2011
Nesse livro há muito coisa que gosto, uso e defendo: neologismos, paralelismos, quebra de paralelismos semânticos, ironia refinada e ironia banal, as palavras dentro de palavras, o conceitual subtendido e/ou explícito. Sobretudo, sua liberdade de expressão, sua alma lúdica a rir do mundo antigo demais quando você nasceu. E somente os muito inteligentes conseguem criar neologismos e recriar o humor. Nessa sopa de metáfora metonímica e anímica, suas figuras todas de linguagem têm a ver com signos, o sêmen da semântica cuidadosamente conservado em tubos de ensaio -e não se sabe o que deles nascerá no futuro - as figuras fonológicas enfatizadas em fitilhos, os achados sintáticos em forma de confeitos nesse bolo de festa, que todo recoberto pelo precioso glacê do título, uma antiga palavra que veste roupa nova ao seu estilo.
Clevane Pessoa
Este livro tem tiradas de gênio, com trocadilhos originalmente fantásticos: juntar, por exemplo dólares e dolores e separar a sigla EU A, mostrando a alienação em relação ao mundo, são produtos de mente privilegiada.
Os textos primeiros parecem desabafos, catarse, faxina da alma: "o mundo tem vez... que é... uma fotografia dos vários lados de um grito", grito que rompe o silêncio que, às vezes é longo, às vezes é silêncio, outras é som - grito, medo das coisas, medo de "perder o tempo das coisas e desaparecer quando o silêncio realmente chegar”, desejo de "ter o controle remoto de sua depressão à mão" e desligar.
Entretanto, essencialmente críticos, o que predomina nos poemas é o humor. São quase charges desenhadas apenas com as palavras!
Este livro é o livro, aquele ao qual voltamos sempre para beber mais uma gota.
Bilá Bernardes
reminiscênciasde uma memóriacontemporânea
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obus
às vezes visto a mente de outroe escapo pela tangente.
e tudo é refeito pelo medo das coisas
eu, meio sorriso
vai, me diz uma verdade?pelo menos uma vez
ando escrevendo com vontade de viver de verdademas acho que irei perder o tempo das coisase desaparecer quando o silêncio realmente chegar
mar
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obus
há de acabar as balas e as velas,
e o escoar de matérias em jornaisdatas, recontando a mesma história
o mundo tem vez....
que é
uma fotografia, dos vários ladosde um grito
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obus
os tons pastéis, verdesdesenham alvoradas e uma primavera
vejo senhoras e senhores dançando,brincando de crianças
saltimbancos em peleja
é... em meu país tem sábios
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obus
não devo acertar quase nuncamas quando acerto, de olho roxo ficobrinco comigo mesmotudo é uma topadae tem sabor de vidadói
mas é pra doer mesmo
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obusprofundo navego...
levantar telescópio – grito.traga todos os suricatosà mesa do jantare sirva-os com rodelas de maçãs
hoje a fome é de todostragédias rememorando o tempo que vivemos
desligue o asfalto, da palma da mãoe não atropele a futuro de tudo
progress – in roole ter o controle remotode sua depressãoà mão.
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obus
pisco pisco piscopisco pauescambautrilha sonora do meu celular orientalsem linha de crédito,a prisão domiciliar de minha eficiência,
kirk até hoje não teletransportou,esta geringonça chamada de débitopara terra dos vulcanos.
eles é que resolvam isso
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obus
de real o american dollarsjogou bomba em hiroshima
de real o american dollarsvendeu seus sonhos marketeados
de real o american dollarsimposto sobre a película da identidade, uma fita na cara
do herói latino (cara de bandido)
de real o american dollarse eles sabem,
dolores é o seu futuro
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mutherfuckersescudo luteranodas embaixadasneo nazistas
religare self service6,66 cents por kilo
e não tem taxa de desperdício
mãe acordei punk
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(censurado)
fudeu a rosafudeu o homemfudeu o serfudeu o cêfudeu tudo
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levanta a bandeirae mergulha a cara no carae vê se muda alguma coisatudo parece diferentemas está igual ontem
mataram mais um na vilatiro comeu soltoe o sangue pelo asfaltonão tem o beijo de gonçalves,também, não era encenação não
mas passou na televisão
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EU A - palavra desparafusada do mundo.
(r)ave
aveemêxtaserítmsicodélicaprovendoo ninhoatávicodo som
umarelvade via (tudos),e neonsjazzendosignos-corpus,copulandoentre so(m)brasde espaço-laseres mar
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min may (sem nome – menina)na china.meninasquais bonecas de papelroteirizando histórias,de amores perdidos em janelas caídas,
de 0 a 15, sem mais um segundo a mais
displicências, de uma espetacularização,com concessão pública.
histórias que incitamreverberaçõese repetiçõesna “sessão da tarde”
o dedo de mino:é um capital,escreve uma cartadu brésil.
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pelo meu iphodassisto a merdrix(in)volution
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consumidor = direitos humanos?
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obusminimalismo de memórias
constróem este tempo.a poli-titica aproveita,tecnocastração
uma vasectomia na demo crácia
lobistas sorriem como hienas,enquanto esquartejam o corpo estendido no chão
ben(e)dito,deitado na grama,espera do congressoa visita da cida dania
que só anda de limusine
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todos os clones já nasceramé só assistir programação de Domingo,
sidasi dási comesi fode
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jateme puxa a linha do gráficoe tece um paralelo entre o superávit,sus(to) brésilconstituição, papel e ninguém se lembra
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a (globo)lizaçãoestá na época,diz o editorial de um jornal,impresso no cabo de assinatura,espelhada no meu computador
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o incentivo,cultura sem artesocial markentingfinanciado pelo status,quo vadis,artemecenas industriais,tramando peneiras,sobre as mazelas do pão e circo,fazendo de todo artista um funcionário público.
o que mais pode se fazer?a way off life
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obusmedaglia gritou bravo,
mas ainda não ecooupelas mesas dos cafés pequenosdeste país de 5000 e tantos universosonde circulam no mínimo 10 satélites em cada astro desta municipalidade
a caixa preta multiplica e transcendeciber, ondas digitaispromessa de sinais,
continuidade da repetição.
o piloto não gritou may daymas enterrou virilmente sobre a fértil terra esquecida;grotão da esquerda – e mensalão da direita.
massa manobra em procissão,guiada por idéias bandeirantes, parindo o fim das diversidades.
os araucas não mais mascam chicletes, neste vôo da contramão
quais serão os próximos?
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acelerador de partículasdeus(es) e diablo(s)discos voadoresum sinal da transcendência do cromossomo xe que marca por anoso dna de muitas infâncias
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meta-anfetaminavestimenta do sonho americano,de colan azultanga e capa vermelha,
“humbridade” é de outro mundo,
humanidade é ter os olhos vermelhos,
como um sol “vermelho”,que retira os super-podres-poderes,e te acorda (in)comum a esta mísera condição de (quase) todos.
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hiperbólico mundo fóbicohomo sapiens, homo gayshomo lésbicas,homo bis,tudo, numa caixinha de waffescobertos por chocolates.tão comum e antigo,como receita de pão,
o medo... é a meleca do padeiro
ong-boingneo-estadono-estadonepotismo-postiço
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toda relatividade tende para o seu opostouma dança eterna, no ribombar deste big “bem...”
assim caminha a humanidade
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gandhi, também acredito!que toda mudançatende tortamente para o bem
material ou imaterial?