i UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS CAMPUS JATAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO: Manejo de bezerras leiteiras da concepção ao desmame Benedito Vicente da Silva Filho Orientador: Prof. Dr. Rogério Elias Rabelo JATAÍ 2010
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RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO BENEDITO.pdf · 2011-12-23 · iii BENEDITO VICENTE DA SILVA FILHO Relatório de estágio curricular supervisionado para conclusão
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Transcript
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
CAMPUS JATAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO:
Manejo de bezerras leiteiras da concepção ao desmame
Benedito Vicente da Silva Filho
Orientador: Prof. Dr. Rogério Elias Rabelo
JATAÍ
2010
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BENEDITO VICENTE DA SILVA FILHO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO:
Manejo de bezerras leiteiras da concepção ao desmame
Relatório de estágio curricular supervisionado
apresentado como requisito parcial para a conclusão
do curso de Medicina Veterinária junto à Universidade
Federal de Goiás/Campus Jataí.
Área de Concentração:
Clínica, cirurgia em grandes animais e
acompanhamento técnico em propriedades leiteiras
Orientador:
Prof.Dr. Rogério Elias Rabelo
Supervisor:
Méd. Vet. Antônio Carlos Cordeiro Veríssimo
JATAÍ
2010
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BENEDITO VICENTE DA SILVA FILHO
Relatório de estágio curricular supervisionado para conclusão de curso de
graduação em Medicina Veterinária, defendido e aprovado em 06 de dezembro de
2010, pela seguinte banca examinadora:
______________________________________________
Prof.Dr. Rogério Elias Rabelo
Presidente da banca
______________________________________________
Prof. Dr. Valcinir Aloisio Scalla Vulcani
Membro da banca
________________________________________________
Méd. Veterinário Leuton Scharles Bonfim
Membro da banca
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Dedico este trabalho de conclusão de
curso ao meu pai Benedito Vicente,
minha mãe Vilma Morais, meu irmão
Vicente Benedito, e meus amigos, pelo
incentivo, carinho e compreensão sendo
eles responsáveis por me tornar uma
pessoa melhor a cada dia, com
humildade, honestidade e dignidade.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus e Nossa Senhora Aparecida, por estar
sempre ao meu lado me dando saúde, força para seguir em frente, coragem para
enfrentar os problemas, a oportunidade e perseverança para conseguir alcançar
meus objetivos.
Ao Campus Jataí/UFG, por ter fornecido os conhecimentos
necessários, que sempre servirão de base para minha vida profissional, e que me
concedeu a realização de um grande sonho na minha vida.
À minha família por estar sempre ao meu lado, me direcionando em
tomar as decisões corretas, servindo de apoio nos momentos difíceis, em especial
ao meu pai Benedito Vicente, um grande homem a quem sempre me espelho e
tenho muito orgulho, a minha mãe Vilma Morais, uma mulher guerreira, especial,
que sempre me apoiou e me deu forças, meu irmão Vicente Benedito, que é muito
mais do que um irmão, é parte de mim, grande companheiro que sempre esteve
ao meu lado.
À minha vó Ariene, que eu considero muito e sempre foi uma pessoa
muito importante na minha vida e responsável por eu me tornar a pessoa que sou
hoje.
Ao meu professor, orientador, Rogério Elias Rabelo, um excelente
profissional que me ajudou muito em minha formação acadêmica, sempre me
passando conhecimentos, mostrando o caminho correto, servindo de esteio em
decisões importantes, se tornando a cada dia um grande amigo.
Aos meus tios, em especialmente meu tio Zeneto e tia Janete, que me
ensinaram muitas coisas, sempre me acolheram quando precisei, e cuidaram de
mim como um filho, me deram muitos conselhos e orientações como pessoa, que
servirão por toda minha vida.
Ao Antunes Murilo, um grande companheiro, irmão, que sempre esteve
presente na minha vida acadêmica e tenho grande admiração, seu pai Adair e sua
mãe dona Fátima, a quem tenho eterna gratidão por abrir as portas de sua casa e
sempre ter me tratado tão bem.
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Aos companheiros da faculdade, Fausto Carrijo, Mário Antônio, Juliano
Pereira, Rômulo, Wiliam Fayad, Fabiano Curtina, João Pedro, e todos colegas de
sala pelo companheirismo e amizade durante todos esses anos.
Aos amigos Tiago Correia e sua família, Bufinha, tia Jô, Bruno e
Charles, por serem tão prestativos, acolhedores.
Aos companheiros de Araçu, Kaio Cesar, João Jiló, Marcos Otávio,
Fábio Onorato, Célio Júnior, pela sua amizade, por estarem sempre comigo,
apoiando, dando conselhos, participarem de muitos momentos bons, muitas
provas de laço e muitas festas.
A todos os membros da Classivet, por contribuírem diretamente com
meus ensinamentos a campo, em especial meu supervisor Antônio Carlos C.
Veríssimo a quem me ensinou muito e se tornou um grande amigo.
Queria agora poder achar uma forma de citar o nome de cada pessoa a
quem devo toda minha gratidão, mas isso tomaria algumas páginas e páginas de
agradecimento; portanto, deixo aqui o direito a todos que me ajudaram de forma
direta ou indireta, de se sentirem donos da minha gratidão e do meu afeto. Muito
septicum, Clostridium novyi, e Clostridium hemolyticum (SILVA et al., 2001;
MARQUES, 2003).
A enterotoxemia em bezerros leiteiros é causada principalmente pelo
Clostridium perfringens tipo C, onde geralmente sua ocorrência é esporádica e
endêmica. Os bezerros afetados por essa enfermidade, geralmente encontram-se
em uma condição excelente, com uma boa nutrição. Os C. perfringens tipo B e D
também podem ser identificados nos bezerros e nos bovinos adultos, embora o
tipo C envolva mais comumente nas doenças dos bezerros. Os C. perfringens tipo
C são habitantes normais do trato gastrintestinal dos animais, levando a doença
quando o ambiente propicia a sua proliferação devido ao consumo excessivo de
alimentos fermentáveis, geralmente em alteração da dieta, ou, quando a dieta
altera a microbiota intestinal normal (REBHUN, 2000).
A enterotoxemia afeta geralmente bezerros de três dias e seis meses
de idade, podendo também acometer bovinos adultos. Essa enfermidade causa a
morte principalmente em animais jovens, ocorrendo retardo no crescimento
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daqueles que sobreviveram a infecção. Normalmente a doença se manifesta de
forma superaguda ocorrendo mortes em torno de 12 a 72 horas (SILVA et al.,
2001).
O C. perfringens tipo C elabora toxinas alfa, beta e delta, sendo que a
quantidade dessas toxinas determina a patogênicidade e capacidade de produzir
sintomas de enterite necrosante em animais jovens. Nos achados clínicos,
observa diarréia amarela, e nos casos hemorrágicos a coloração é castanha. A
mucosa com necrose libera estrias cinzentas-avermelhadas nas fezes, os animais
apresentam-se desidratados, fracos e deprimidos, e a mortalidade é alta
(MARQUES, 2003).
O achado mais característico na necropsia é a necrose da mucosa do
intestino delgada, principalmente na porção do jejuno. A cavidade abdominal é
freqüentemente encontrada com grande quantidade de líquido. É provável de
encontrar o intestino grosso normal, porém, com sangue intraluminal. Nos
achados microscópicos, a mucosa e submucosa do intestino acometido apresenta
hemorragias, as extremidades das vilosidades necrosadas ficam recobertas por
grandes bastonete Gram-positivos (SMITH et al., 2006).
f) Dermatopatias
As dermatofiloses e as dermatofitoses são dermatopatias de ocorrência
comum em gado leiteiro e sua importância relaciona-se a prejuízos econômicos,
trasmissibilidade e caráter zoonótico (CORRÊA & CORRÊA, 1992; REBHUN,
2000; SMITH et al., 2006).
O agente bacteriano Dermatophilus congolensis, agente etiológico da
dermatofilose, é um microorganismo gram-positivo, pertencente à classe dos
actinomicetos. As infecções por esse agente geralmente atingem a camada
epidermal da pele, apresentando-se na forma de dermatite hiperplásica ou
exudativa, com presença de erupções cutâneas crostosas e escamosas (RIET-
CORREA et al., 2007).
Características ambientais como excesso de umidade e pelagem longa
são fatores predisponentes a instalação dessa enfermidade. Acredita-se que o D.
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congolensis não seja capaz de invadir a pele saudável, sendo necessária alguma
lesão. Parasitas externos como pulgas, piolhos e carrapatos podem ser
suficientes para desencadear uma infecção, assim como lesões cutâneas,
abrasões por coceira, lambedura, dermatite úmida, e pelame arranhado. É
provável que o D. congolensis faça parte da flora normal de alguns bovinos,
podendo desenvolver lesões em casos de estresse, imunidade baixa, tratamentos
com corticóides, ou ambiente muito úmido (REBHUN, 2000).
Inicialmente ocorre uma lesão pustular primária, com presença de
exsudato e crostas friáveis de difícil remoção. Sequencialmente as crostas
tornam-se endurecidas. Nos estágios iniciais, as crostas provocam dor ao tentar
tira-las. Abaixo dessas crostas há tecido de granulação e pus, sendo que nos
estágios finais as crostas se separam da pele ficando aderida aos pêlos. Essas
lesões ocorrem geralmente no pescoço, corpo, podendo estender-se para os
lados e as partes inferiores das pernas. Comumente elas começam na cernelha
estendendo-se até a garupa. Nos bezerros jovens a infecção inicia-se no focinho,
provavelmente devido a o contato com o úbere infectado, as lesões estendem
para a cabeça e pescoço (RADOSTITS et al., 2002).
O diagnóstico é feito por meio dos achados clínicos, podendo ser feito
os esfregaços direto do exsudato em lâmina corados em Gram. Pode-se também
cultivar as crostas para o microrganismo em cultura (SMITH et al., 2006).
As dermatofitoses são micoses cutâneas infecto-contagiosas
determinadas por um grupo de fungos, principalmente dos gêneros Microsporum
e Trichophyton, sendo o Trichophyton verrucosum o mais ocorrente. São
queratinofílicos afetando pêlos, cascos, e células queratinizadas da pele e
anexos. Infectam vários animais, inclusive o homem (RIET-CORREA et al., 2007).
Os organismos causadores são bastante resistentes, sobrevivendo em
objetos inanimados, na cama, e no solo por meses. O agrupamento dos bovinos
jovens aumenta a incidência. Os dermatófitos afetam camadas queratinizadas
cutâneas graças a toxinas e alérgenos com exudação, formação de crostas e
alopecia. A infecção por contato é acelerada por irritação por objetos
contaminados como bretes, correias de pescoço, cabrestos, peias de ordenha
entre outros. As lesões geralmente são arredondadas, formando crostas e
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alopecia variando de 1 a 5 cm de diâmetro. Nos bezerros afetam mais a região
periocular, as orelhas, o focinho, o pescoço, e o tronco (REBHUN, 2000).
O diagnóstico pode ser feito através da microscopia a fresco raspando
o bordo e o centro de uma ou mais lesões procurando colocar pêlos e escamas.
Observar no microscópio fresco, com pouca iluminação, distinguindo hifas e
aleurósporos (CORRÊA & CORRÊA, 1992).
5.3 Relato de caso
5.3.1 Objetivo
Prestação de assistência técnica de rotina nas diversas áreas da
medicina veterinária em uma propriedade rural destinada à criação de bovinos de
aptidão leiteira.
5.3.2 Motivo da consulta
Prestação de serviços veterinários, orientando o produtor rural na
condução correta de programas e estratégias que proporcionem a
sustentabilidade do sistema de produção, garantindo que este permaneça na
atividade. As visitas técnicas ocorrem mensalmente nas fazendas cadastradas.
Dessa forma, foi realizada uma visita na propriedade do Sr. Lucas
Rassi, no município de Piracanjuba-GO, no dia 24 de agosto de 2010, onde
buscou-se avaliar as condições de manejo na propriedade e pontos de
estrangulamento no processo produtivo avaliando questões administrativas,
sanitárias, biossegurança, controle de qualidade, dentre outras, para posterior
tomada de decisões.
Apesar de se tratar de uma fazenda já assistida pela Classivet com
gado predominante girolando, poucas visitas haviam sido realizadas em virtude
do pouco tempo que a mesma havia credenciada ao modelo de assistência
proposto. Neste sentido, muitos problemas ainda estavam sendo diagnosticados.
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Por ocasião dessa visita, focou-se a criação de bezerras como ponto de
estrangulamento para ser resolvido, sendo este motivo de preocupação por parte
do proprietário, tendo em vista o alto índice de mortalidade e de enfermidades
presente no criatório nessa categoria. Os prejuízos econômicos apresentavam-se
altos, comprometendo todas as outras categorias.
5.3.3 Anamnese
Na visita a propriedade, buscou-se em primeiro momento estabelecer
como critério a coleta de informações acerca da propriedade, mão-de-obra,
manejo sanitário e nutricional e as principais queixas do proprietário e da mão-de-
obra.
Segundo informações do proprietário, o principal problema em questão
em seu sistema de produção era a criação de bezerras, já que os machos ao
nascimento eram doados ou vendidos a um preço irrisório, devido ao seu baixo
desempenho para o corte e alto valor agregado. A criação de bezerras estava se
tornando muito onerosa, pois os animais adoeciam com muita frequência,
culminando na maioria das vezes com a morte.
Para o proprietário e funcionário o problema não estaria relacionado a
uma enfermidade em especial, mas uma série de doenças que afetava as
bezerras nas mais diversas idades, sendo as diarréias, pneumonias e a
tristezinha as causas de morte mais comuns. A medicação parecia não mais ter a
mesma eficácia antes observada, sendo comum, mesmo depois de realizada a
medicação, os animais piorarem o quadro clínico.
Dessa forma, foi relatado que o aumento de custos, devido à aquisição
de medicamentos, maior demanda de mão-de-obra e a morte ou deficiência no
desenvolvimento do bezerro, era responsável por um prejuízo muito grande para
a propriedade. A fim de resolver esse gargalo, o proprietário pediu atenção
especial para essa categoria, buscando de maneira eficiente, a melhoria dos
animais e diminuição da alta incidência de doenças, bem como a adoção de um
controle profilático mais adequado.
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De posse dessa solicitação para que fosse focada a assistência aos
animais jovens, procurou-se direcionar o atendimento para as categorias
consideradas “alvo".
De acordo com relatos do funcionário da propriedade, os animais ao
nascerem, eram deixados com a mãe por 24 horas no piquete de pré-parto, sendo
que muitas vezes a observação do mesmo só ocorria uma vez ao dia. Este
piquete era localizado próximo a sede para facilitar a observação, porém, abaixo
da área do curral de manejo dos animais. Segundo o gerente da propriedade,
devido ao excesso de atividades, o tempo destinado ao cumprimento de todas as
tarefas era insuficiente. Desse modo era comum ocorrer o nascimento de
bezerros e não haver a verificação da ingestão do colostro, cura do umbigo bem
como a observação da parturiente, quanto à possível ocorrência de hipocalcemia
pós-parto ou mesmo retenção de envoltórios fetais. Também foi relatado que
algumas vacas possuíam tetos grandes sendo que muitos bezerros apresentavam
dificuldade de mamar, e o auxílio era necessário.
Foi relatado que a cura do umbigo era efetuada por meio de imersão
do coto umbilical em uma solução de iodo a 10% por uma única vez, sendo
realizada quando o animal era separado da matriz e colocado junto com os
demais em um piquete. Todavia, não souberam informar o tempo de imersão e
nem sua importância, sendo esse procedimento realizado sem nenhum critério.
Também se pôde, por meio da conversa, notar que nenhum cuidado era tomado
em relação ao tipo de frasco em que a solução de iodo era acondicionada nem do
local onde o frasco era guardado.
Quanto à ingestão do colostro foi relatado que esse ato era realizado
naturalmente pelo bezerro sem nenhum tipo de auxílio, não havendo verificação
se o animal havia realizado a mamada, quantidade ingerida e o tempo entre o
nascimento e início da primeira ingestão.
As bezerras eram amamentadas ao mesmo tempo em que se realizava
a ordenha, retirando-se uma teteira do conjunto do peito da vaca, deixando este
livre para a bezerra mamar (Figura 1). Dessa forma, não havia o controle de
quanto estava mamando e nem quanto essa vaca estava produzindo de leite.
Apesar de terem conhecimento sobre os pontos negativos desse ato,
principalmente quanto ao aumento da contaminação na sala de ordenha
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juntamente com a mão-de-obra dos funcionários, a mudança desse manejo era
considerada de difícil implantação, tanto pelo funcionário quanto pelo proprietário.
FIGURA 1 - Bezerra efetuando a mamada ao mesmo
tempo em que a ordenha estava sendo
realizada.
Foi relatado que não havia separação por lote conforme a categoria de
bezerras, sendo essas manejadas em um único piquete. A alimentação baseava-
se no pastejo, sendo o capim Andropogon a gramínia predominante. Durante o
período seco os animais recebiam silagem de milho e ração concentrada, não
sendo a dieta balanceada por um profissional.
O calendário profilático constava de vacinação contra febre aftosa,
observando a campanha, clostridioses, preconizando uma vacina polivalente, em
todos os animais acima de cinco meses e vacina contra brucelose. A dose reforço
era negligenciada, sendo que o bezerro só recebia a segunda dose na próxima
campanha de aftosa. A vermifugação era realizada logo somente por ocasião do
desmame e somente quando a carga parasitária de ectoparasita aumentava muito
no lote, realizada a aplicação de ivermectina.
O critério para o desmame, não obedecia muitas análises zootécnicas,
sendo que pelo sistema de ordenha adotado pela propriedade, os animais só
eram desmamados após a secagem de suas respectivas mães. Essa secagem
estava relacionada ao estágio de gestação da mãe, sendo essa na atual realidade
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feita aproximadamente, tendo em vista que o controle zootécnico estava sendo
realizado há pouco tempo.
O controle de carrapatos era efetuado somente nos animais que
possuíam uma alta a moderada carga parasitária, deixando de lado aqueles que
possuíam infestações leves.
Após a coleta dessas informações deu-se início à inspeção da
propriedade, instalações e dos animais.
5.3.4 Inspeção da propriedade e animais
Antes de realizar a avaliação dos animais doentes, independente da
fase ou estágio da enfermidade, procurou-se inspecionar o ambiente onde esses
animais permaneciam.
Em primeiro momento foi avaliado o piquete das bezerras, onde se
pôde constatar que este se localizava abaixo do curral. A uma análise mais
detalhada do piquete foi verificado presença de uma canalização do esgoto da
ordenha. Como consequência, toda a água que era utilizada na limpeza dos
dejetos, utensílios da ordenha, dentre outros resíduos, era destinada ao local
onde as bezerras permaneciam. Além disso, se formava uma possa de água
originando muita lama nas proximidades do bebedouro, tornando o ambiente
muito úmido o que dificultava o acesso para as bezerras (Figura 2).
Os animais eram criados soltos, não havia distinção entre diferentes
idades e categorias. A área de cocho além de ser insuficiente para a quantidade
de animais encontrava-se numa posição que dificultava o acesso dos bovinos
menores ao alimento. Além disso, a competição mostrava-se evidente, e a
diferença de escore corporal entre alguns animais apresentava-se discrepante.
Notou-se também que a única sombra do piquete era proveniente de
uma árvore, a competição pelo sombreamento também alvo de preocupação. Ao
inspecionar o cocho de água, observou-se que se tratava de um cocho grande,
com pouca vazão sendo a limpeza realizada de forma inadequada, pois a água e
a o cocho apresentavam-se sujos, com odor desagradável, além de resíduos de
capins e insetos, já em decomposição.
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FIGURA 2 - A: Piquete das bezerras situado abaixo do curral com
bezerras de diferentes idades. B: Vazamento no bebedouro
provocando lama com livre acesso aos animais.
Após a inspeção da propriedade e dos animais, foram feitos os exames
clínicos de alguns exemplares enfermos ou não para obter dados mais concretos
da realidade da propriedade, e também fazer o tratamento dos animais doentes.
5.3.5 Avaliação clínica de indivíduos das categorias “alvo”
Por considerar que as categorias “alvo”, pontos de gargalo do sistema
de produção, ser a categoria bezerro, preconizou-se desde a concepção, ou seja,
vacas prenhes, até o desmame, como categorias a serem avaliadas.
Em primeiro momento, foram examinadas as matrizes inseminadas a
mais de trinta dias. Como a escrituração apresentava pontos falhos, aproveitou-se
a oportunidade para efetuar o diagnóstico de gestação de 20 vacas que haviam
sido inseminadas a mais de quatro meses e que encontravam-se em lactação.
Para esse exame utilizou-se o ultrasson como equipamento de
trabalho, sendo seu diagnóstico considerado pelo veterinário mais preciso (Figura
3). Dessa forma, ao confirmar a gestação, estabelecer a data prevista para o
parto a partir da data da inseminação, e também estabelecer a previsão de
secagem desses animais para que tenham um descanso em torno de 60 dias
antes do parto, sendo os animais encaminhados nessa ocasião, para o piquete
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maternidade, onde a dieta pré-parto iria ser elaborada pela equipe técnica, já por
ocasião da visita sequencial.
FIGURA 3 - Realização do diagnóstico de gestação
com auxilio de equipamento de
ultrasson.
Após o diagnóstico de gestação, foi dada atenção especial aos animais
do bezerreiro, avaliando as enfermidades que estavam os acometendo. Ao exame
clinico, foram diagnosticadas cinco bezerras com diarréia, no qual apresentava
fezes amarelada de consistência pastosa a aquosa, desidratação, apatia e
anorexia, sendo os bezerros acometidos até três semanas de vida.
Por ocasião da inspeção dos animais notou-se de forma geral que
muitos bezerros apresentavam-se com escore corporal baixo, com pêlos
arrepiados e sem brilho, além de tosse e corrimento nasal em sete indivíduos.
Também foi possível observar que um número grande de animais apresentava
áreas de alopecia, principalmente nas regiões do pescoço, ventre e extremidades
dos membros locomotores e lacrimejamento ocular. Sete bezerros que se
apresentavam com sinais claros de enfermidade foram contidos para que o
veterinário realizasse uma avaliação clínica mais minuciosa. Dos sete animais
examinados, todos apresentavam as mucosas oral, vaginal e conjuntival
hipocoradas, a carga de carrapatos também considerável. Secreção nasal uni ou
bilateral, tosse e dispnéia foram sinais evidenciados em quatro dos sete bezerros
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avaliados. Apesar de não ser notado quadro de diarréia em nenhum animal nessa
ocasião, em muitos bezerros notou-se sequelas ou restos de fezes na região
perineal apontando para um possível quadro recente de diarréia.
5.3.6 Medidas adotadas pelo veterinário
De inicio, as recomendações do veterinário diante daquela situação
começavam por ocasião do nascimento. Dessa forma após constatar a data
correta da prenhês, o profissional sugeriu ao proprietário que apontasse um
piquete próximo a sede, porém, se possível, localizado acima da área do curral
para evitar sujidades e facilitar a drenagem. Este também teria de possuir uma
vasta área de sombreamento e área de cocho suficiente para evitar competição e
possíveis traumas. Aconselhou também que fosse elaborada uma dieta pré-parto
adequada à categoria e que esse piquete fosse, pelo menos três vezes ao dia
observado por um funcionário quanto à possíveis problemas com a parturiente,
como distocias e problemas metabólicos.
Também sugerido nessa mesma ocasião, agendamento de um curso
para os funcionários pelo próprio corpo técnico da Classivet. Neste treinamento
seriam abordados aspectos inerentes à higienização, cura de umbigo, vias e
formas de aplicação de medicamentos e importância do colostro para o recém
nascido, dentre outros assuntos. Como forma de valorizar os funcionários seria
oferecido, ao término do curso, um certificado para atestar a competência
daqueles indivíduos, quanto às informações repassadas. Todavia, algumas
informações básicas das condutas a serem seguidas foram repassadas até a
realização do curso proposto.
Quanto à cura do umbigo, o técnico aconselhou que logo após o
nascimento do bezerro a cura do umbigo deveria ser efetuada pelo menos duas
vezes ao dia por três dias consecutivos, empregando solução de iodo a 10%.
Apontou também a importância de que essa imersão fosse feita, deixando o
umbigo pelo menos um minuto imerso na solução. O frasco após o uso deveria
ser guardado em local ventilado e com pouca claridade e o frasco ser de cor
escura evitando contato direto da luz com a solução.
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Outra medida a ser tomada, seria o auxílio aos bezerros recém
nascidos à mamada do colostro nas primeiras horas de vida, fazendo assim com
que o neonato ingerisse o colostro em quantidade suficiente e o mais rápido
possível após o nascimento. Para sedimentar a importância dessa informação, o
veterinário relatou ao funcionário e proprietário que o colostro funcionaria como
uma “vacina” para o bezerro evitando uma série de doenças e que para melhorar
ainda mais a situação essa “vacina” seria de graça. Essa forma de explicação é
mais adequada ao entendimento do funcionário e do produtor.
Paralelamente as condutas acima citadas, o veterinário sugeriu que
uma mudança estrutural fosse feita em caráter de urgência, mas que não iria
acarretar custos adicionais relevantes ao proprietário. Aconselhou que o piquete
dos bezerros fosse mudado de local, sendo uma área acima do curral, bem
drenada e sombreada. Sugeriu também que um novo reservatório de água fosse
construído, sendo esse pequeno, porém, com alta vazão. Este deveria ser lavado
pelo menos duas vezes por semana.
Quanto a questão sanitário e de biossegurança o técnica pediu que o
lote de bezerras fosse subdividido em pelo menos três lotes, tornando o peso dos
animais o parâmetro para essa adequação, sendo três lotes criados, bezerro 1,
bezerro 2 e bezerro 3. O piquete indicado, como possuía área compatível, poderia
ser dividido por cerca eletrificada, devido ao custo pouco oneroso. A partir dessa
adequação seria balanceada uma dieta indicada para cada categoria de bezerro,
independente da estação do ano, para que os animais tivessem acesso ao
concentrado durante todo o ano. Foi sugerida também a criação de um piquete
extra, indicado para alocar animais portadores de enfermidade, se possível, logo
após a constatação dos sinais clínicos, denominado de piquete enfermaria. O
veterinário explicou que muitas das doenças que acometia os bezerros eram
contagiosas e que a separação dos indivíduos doentes dos saudáveis evitaria a
contaminação de outros animais.
Preconizou que o combate ao carrapato fosse efetuado de forma mais
eficiente, sendo indicada a pulverização a cada vinte dias pelo menos até o
controle da situação. Como muitos animais apresentavam sinais claros de tristeza
parasitária, o veterinário sugeriu um tratamento em “massa” com produto a base
de imidocard (Imizol, Coopers Brasil Ltda., São Paulo, SP) sendo essa aplicação
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efetuada pelo próprio técnico. Também preconizou a vermifugação dos animais
empregando vermífugo oral, sendo o protocolo indicado repetido mensalmente.
Para o veterinário esse produto mostrava-se eficiente e de baixo custo.
Quanto ao calendário de vacinação utilizado, o veterinário apenas
enfatizou a importância do reforço vacinal após 60 dias da primeira vacinação.
Todavia, inicialmente não recomendou que outro tipo de vacina fosse utilizado.
Apesar do modelo de ordenha e manejo dos animais não permitir a
ordenha sem bezerro ao pé, o veterinário relatou ao proprietário os
inconvenientes advindos desse manejo e que o mesmo começasse a pensar
sobre possíveis mudanças. Como alguns dos animais de ordenha já eram
acostumados dar leite sem bezerro ao pé, seria interessante a mudança gradativa
do plantel uma vez que a atividade leiteira era o ramo de opção da fazenda e que
a estrutura já existente permitiria. Tal manejo favorecia muito a prática diária,
além de favorecer consideravelmente a criação dos bezerros. Todavia, a
mudança teria que ser planejada e gradativamente instituída. Sendo assim, foi
sugerido um sistema de criação individual das bezerras em aleitamento.
Quanto aos problemas de enfermidade já observados, o veterinário
prescreveu a seguinte medicação e orientou o funcionário, conforme os sinais
apresentados para cada animal. Para os casos de diarréia prescreveu-se
antibioticoterapia a base de sulfadoxina, trimetropin, hidróxido de sódio,
dietanolanina e glicerinformol (BORGAL®, Hopchst Rousstl Vet. Ltda., São Paulo,
SP) por via intravenoso na dosagem de 1mL para cada 10kg de peso vivo de 24
em 24 horas por 4 dias. Além disso, orientou que fosse realizada a hidratação
desse animal como soro caseiro, sendo ministrados aproximadamente três litros
diários por via oral.
Para as bezerras com problemas pulmonares a orientação do
veterinário foi a realização de antibioticoterapia a base de enrofloxaxino a 10%
(KINETOMAX®, Bayer saúde Animal Ltda., São Paulo, SP) por via intramuscular
na dosagem de 1 ml para cada 20kg de peso vivo de 24 em 24 horas durante 4
dias. Aplicar também Flunixin Meglumine (Banamine ®, Intervet Shering-Plough,
São Paulo, SP) por intramuscular na dosagem de 1 ml para cada 20kg de peso
corporal de 24 em 24 horas por três dias.
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Além desses protocolos o veterinário solicitou o isolamento dos animais
enfermos no piquete enfermaria.
5.4 Discussão
Por ocasião do atendimento, o médico veterinário procurou
previamente à inspeção da propriedade e avaliação clínico dos bovinos realizar
uma criteriosa anamnese tanto com o proprietário quanto com o funcionário da
propriedade, a fim de conseguir o máximo de informações que poderiam ajudar a
direcionar as suspeitas clínicas bem como visibilizar possíveis pontos de
estrangulamento na propriedade. A atitude do profissional, independente da
enfermidade, mostrou-se correta, concordando com a literatura, que descreve que
uma anamnese bem elaborada e criteriosa direciona a suspeita clínica, revelando
informações importantes para direcionamento do profissional quanto às condutas
a serem seguidas para conclusão efetiva do diagnóstico (REBHUN, 2000;
RADOSTITS et al., 2002; RIET-CÔRREA et al., 2007).
Após anamnese, inspeção da propriedade e animais, o veterinário
focou nos aspectos básicos, tentando sensibilizar o produtor e funcionário de que
a adoção de medidas básicas em relação ao manejo dos animais jovens poderia
evitar uma série de problemas sanitários nessa categoria. Outros pesquisadores
também relatam que medidas simples que demandam pouco recurso financeiro
para sua consolidação, como por exemplo: cura de umbigo, manejo do colostro,
cuidado com higiene e água, local do piquete, dentre outras trazem, em curto
prazo, resultados animadores, reduzindo a ocorrência de enfermidades
consideravelmente, respaldando a atitude do profissional (SILVA et al., 2001;
SANTOS, 2002; BLOWEY & WEAVER, 2003).
Apesar de na propriedade em questão adotarem a cura do umbigo com
solução de iodo a 10% essa conduta era realizada de forma inadequada. A
indicação quanto à forma de realizá-la, no referida atendimento, bem como da
importância de sua execução foram apresentadas ao proprietário e ao funcionário
como um dos principais requisitos, juntamente com a ingestão correta do colostro
pelo bezerro, para o controle e prevenção de várias doenças. Essas
preocupações do técnico bem como a maneira apresentada pelo mesmo para sua
39
execução foram consideradas corretas estando embasadas com a literatura
especializada (TONIOLLO & VICENTE, 1993; SILVA et al., 2001; MACHADO
NETO et al., 2004; AZEVEDO et al., 2008). Outro fator ainda dentro deste
contexto e que mereceu atenção do técnico foi à atenção dada à observação
eficiente do piquete maternidade, principalmente para as vacas que possuíam
tetos grandes, devido à dificuldade do bezerro em ingerir o colostro. O argumento
do profissional junto ao produtor e funcionário, ao dizer que o colostro funcionaria
como uma “vacina” e era de graça, mostrou experiência e inteligência, uma vez
que entende que o sucesso de um profissional de campo encontra-se
primeiramente no conceito citado por SILVA et al. (2001): “compreender e se
fazer compreendido”.
A preocupação do técnico em relação ao piquete onde os bezerros se
encontravam, principalmente com os aspectos referentes ao excesso de
contaminação, umidade, falta de sombreamento mostraram pertinentes, sendo a
resolução do problema apresentada ao produtor sem a demanda de altos
investimentos. Respaldam essa conduta, SILVA et al. (2001) e RADOSTITS et al.
(2002) relataram que todos os fatores acima descritos constituem em sérios
fatores de risco e que, se não controlados, podem ser responsáveis por sérios
problemas sanitários, principalmente em bovinos jovens. O controle de
enfermidades como a verminose, onfalopatias, conjuntivites, pneumonias,
diarréias, dentre outros, mostra-se difícil acarretando grandes prejuízos ao
criatório.
Outro ponto de estrangulamento apontado pelo profissional foi à
questão da qualidade da água e forma de armazenamento. Para o profissional
haveria necessidade de um tanque com menor capacidade de armazenamento e
de alta vazão, sendo este lavado semanalmente. Concordando com essa
afirmação, outros autores também citaram que a água pode ser considerada um
fator de risco importante, uma vez que vários microrganismos patogênicos, com
destaque para a Eimeiria bovis, podem ser transmitidos por ocasião da ingestão
de água contaminada. Depósitos muito grandes, em que a lavagem e troca de
água apresenta-se difícil, devem ser preteridos, principalmente em piquetes de
animais jovens (CORRÊA & CORRÊA, 1992; REBHUN, 2000; SMITH et al.,
2006), concordando com a atitude do técnico.
40
A separação em lotes com o intuito de evitar competição entre
indivíduos mostrou-se correta. Para outros autores, além da competição a
homogeneidade dos lotes, controle sanitário e o bem-estar dos animais são
conseguidos com maior facilidade, quando se têm lotes bem distribuídos
(REBHUN, 2000; MARQUES, 2003; SMITH, 2006).
Apesar de não prescrever outro tipo de vacina para ser inserido no
calendário profilático da fazenda o veterinário alertou que o reforço vacinal era
importante e sem este, os bovinos estariam desprotegidos. Essa importantes
considerações também foram apontadas por outros autores, que acrescentaram
ainda que nenhuma vacina protege 100% o rebanho e que se os fatores de risco
não forem identificados a enfermidade, mesmo com a vacinação poderá ocorrer
(REBHUN, 2000; BLOWEY & WEAVER, 2006; CUNHA et al., 2010).
A melhoria da dieta, com fornecimento de concentrado durante todo o
período do ano, sendo este balanceado por um profissional qualificado são
requisitos importantes para o sucesso na criação de qualquer categoria animal,
com destaque para os animais jovens, concordando com a literatura (LUCCI,
1989; NUSSIO, 2003).
Apesar de todas as recomendações relacionadas às mudanças de
manejo e biossegurança visando o controle de enfermidades que acometiam os
bezerros, o veterinário medicou e deixou um protocolo para ser utilizado para
algumas doenças que por ventura acometesse os animais. Apesar do tratamento
proposto ter sua indicação pela literatura (RADSTITS, 2002; SMITH, 2006), neste
atendimento não achou-se correto o protocolo deixado na propriedade para ser
estrapolado para outros animais com enfermidade similar. Acredita-se que o uso
incorreto de antibióticos dentre outros medicamentos veterinários só poderão ser
prescritos após avaliação clínica e acompanhamento de um profissional
qualificado, discordando com a atitude do profissional (AMARAL et al., 2004).
A mudança no tipo de manejo, substituindo gradativamente e com
responsabilidade o rebanho para que a ordenha fosse realizada sem a presença
do bezerro ao pé da vaca vai ao encontro às novas tecnologias de manejo de
vacas leiteiras, onde se deseja animais de alta produção, produtividade e redução
de mão-de-obra, sendo estes atributos citados por vários pesquisadores
(AZEVEDO et al., 2008). Da mesma forma, a sugestão para a criação de bezerras
41
em sistemas individuais durante o aleitamento se mostra condizente com o
trabalho de NUSSIO (2004), afim de facilitar o manejo e melhorar as condições
sanitárias.
5.5 Conclusão
Apesar do tempo destinado ao período de estágio não ser suficiente
para acompanhar os resultados das medidas recomendadas pelo profissional,
muito se aproveitou neste atendimento em questão. A condução do mesmo,
levantando todos os possíveis pontos de estrangulamento, a forma em que as
recomendações foram apresentadas mostrou o profissionalismo necessário para
que um médico veterinário de campo resolva os desafios diários apresentados ao
mesmo.
42
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho de conclusão de curso foi de grande valia para a finalização
da minha graduação. Por meio deste pude alcançar um grande objetivo,
graduando em um curso superior de medicina veterinária em uma universidade
tão bem conceituada, levando os aprendizados comigo por toda minha vida.
O estágio curricular se mostrou de grande importância para o
aprimoramento e consolidação dos ensinamentos obtidos na graduação, me
deparando com diversas situações na qual tive a oportunidade de colocar em
prática o aprendizado que obtive na faculdade e também adquirir maior
conhecimento. Além disso, foi muito interessante para saber das realidades e
dificuldades encontradas no trabalho a campo, assim como lidar com as pessoas,
e conhecer um pouco sobre a visão dos produtores.
Dessa forma o estágio me fez ver que a cada dia aprendemos algo
novo, mas que esse aprendizado se obtém com a experiência de vida,
aperfeiçoando todos os dias a capacidade de raciocínio em diversas situações
distintas, aliado aos embasamentos teóricos. Assim me tornando um médico
veterinário preparado para enfrentar o mercado de trabalho com responsabilidade
e ética.
Nesse sentido agradeço a universidade por me ajudar a realizar uma
grande etapa em minha vida.
43
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