Gestão - IMIP Hospitalar Relatório das Atividades Ano 2010 Caruaru – PE 2010
Gestão - IMIP Hospitalar
Relatório das Atividades
Ano 2010
Caruaru – PE
2010
1
Colaboradores
Luciana Correa Lima
Coordenadora Geral
Lizanne Gomes
Coordenadora Adm/Financeira
Luanna Gressa
Coordenadora de Enfermagem
Samira Santana
Coordenadora Serviço Social
Jaqueline Oliveira
Enfermeira Ed. Permanente
Edson Ponciano de Jesus
Técnico em Informática
2
Índice
1. Apresentação.................................................................... 04
2. A Fundação ...................................................................... 07
2.1 – Finalidades da FPMF......................................................... 08
2.2 – Atividades da FPMF .......................................................... 08
3. Contrato ........................................................................... 10
3.1. Recursos........................................................................... 10
3.2. Condições de Pagamento................................................. 10
3.3. Metas ............................................................................... 11
3.3.1 Indicador de produtividade...................................... 11
3.2.1 Indicador de qualidade ........................................ 12
4. Objetivo ............................................................................ 13
4.1. Objetivo Geral ................................................................... 13
4.2. Objetivos Específicos ........................................................ 13
5. Atividade assistencial ........................................................... 13
5.1. Remoção .......................................................................... 15
6. Atuação e cobertura dos serviços ..................................... 17
6.1. Perfil da demanda por municípios ................................... 19
7. Estrutura de atendimento ................................................. 21
7.1. Quantitativo de funcionários ............................................ 21
7.2. Fluxograma de atendimento............................................. 22
7.3. Acolhimento com classificação de risco............................ 27
7.3.1. Análise do quadro demonstrativo de
atendimento ..........................................................................
29
7.4. Responsabilidade Social .................................................. 30
3
7.5. Educação Permanente ..................................................... 41
7.5.1. Atividades realizadas ...................................... 42
7.6. Serviço de Nutrição .......................................................... 44
8. Aplicação dos Recursos Financeiros ............................... 45
8.1 Faturamento ...................................................................... 46
9. Considerações Finais ....................................................... 47
10. Referências ...................................................................... 48
11. Anexos ............................................................................. 50
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1. APRESENTAÇÃO
A Fundação Professor Martiniano Fernandes – IMIP Hospitalar, está
incumbida da administração da UPA Dr. Horácio Florêncio – Caruaru, por meio
de contrato de Gestão firmado com a Secretaria Estadual de Saúde do Estado
de Pernambuco. Vem por meio deste apresentar relatório referente as
atividades desenvolvidas no ano de 2010, como também expor
quantitativamente os dados do crescente atendimento a população.
A UPA Caruaru é parte integrante do Sistema Único de Saúde, que é
uma disposição organizacional do Estado brasileiro que dá suporte a política de
saúde no Brasil, exprimindo em ação os princípios e diretrizes dessa política,
onde preconiza que a atuação de saúde seja descentralizada, hierarquizada e
regionalizada, devendo a rede de atenção ser instituída de forma a agregar
serviços de complexidade crescente.
Como um dos princípios organizativos deste sistema é a hierarquização
da rede de serviços, aqui iremos nos referir as Unidades de Pronto
Atendimento (UPAS), que são unidades não hospitalares de cuidado às
urgências designadas à resolução de casos de média complexidade,
realizando conexão entre as unidades de atenção básica e as unidades
hospitalares. Deste modo, segue a portaria nº 1.020, de 13 de maio de 2009
que:
Estabelece diretrizes para a implantação do componente pré-hospitalar fixo para a organização de redes locorregionais de atenção integral às urgências em conformidade com a Política Nacional de Atenção às Urgências.
As unidades de pronto atendimento surgiram “considerando o perfil de
morbimortalidade do Brasil onde os quadros relativos às urgências são de alta
relevância epidemiológica e social” (BRASIL, 2009). Tem como objetivo realizar
ações voltadas à organização da rede de atenção à urgência e emergência,
uma vez que a superlotação de usuários nos serviços hospitalares de urgência
é um fenômeno existente e que precisa de resolução.
Diante da necessidade de medidas que reduzam os efeitos da demanda
não classificada como urgência/emergência, em hospitais públicos, as
5
Unidades de Pronto Atendimento surgiram com procedimentos padronizados
para o acolhimento dos pacientes com classificação de risco, para que assim
seja criado um ambiente favorável à orientação voltada à promoção e
recuperação da saúde.
Assim sendo, na UPA o atendimento designa-se, em sua maioria, a
resolver as necessidades de saúde do indivíduo de forma imediata. Após os
cuidados iniciais, ele é transferido para a unidade de internação, se necessário,
ou recebe alta. Assim, há uma agilidade na resolução do caso do usuário, já
que a demanda na unidade de pronto atendimento é espontânea e, portanto,
contínua. Dessa forma, espera-se alcançar resolubilidade satisfatória em
relação aos acometimentos de saúde do usuário.
Portanto, a UPA é efetiva no atendimento das urgências de média
complexidade e na atenção aos pacientes mais graves ou de maior risco,
procedendo à sua estabilização clínica. Enquanto integrantes do componente
pré-hospitalar fixo, devem ser implantadas em locais/unidades estratégicos
para a configuração das redes de atenção a urgência, e neste intuito, o Estado
de Pernambuco instalou UPA na capital e área metropolitana, como também no
interior, sendo dessa forma um dos grandes avanços na saúde pública do
estado.
Deste modo, destacamos a unidade de Pronto-Atendimento, localizada
na cidade de Caruaru – PE, Dr. Horácio Florêncio, que recebe este nome em
homenagem ao médico fundador do Instituto Pernambucano de Cirurgia e
Ortopedia – IPE, tendo em vista sua grandiosa contribuição na saúde da
cidade.
Essa unidade funciona durante 24h, foi fundada no dia 27 de setembro
de 2010, para atendimento de complexidade intermediária entre as Unidades
Básicas de Saúde e as Unidades de Urgência/Emergência Hospitalar.
Disponibiliza para a população um atendimento totalmente informatizado, com
7 consultórios médicos, 18 leitos de observação, onde 4 são destinados a
estabilização de pacientes graves, sala de raio X, nebulização, sutura,
imobilização e coleta de exames laboratoriais.
Vem por meio deste, apresentar relatório de todas as atividades
desenvolvidas no período de outubro a dezembro de 2010. Tendo como
objetivo, também, acompanhar e avaliar as ações e serviços de saúde
6
prestados pela UPA de Caruaru, de acordo com as metas pactuadas no
Contrato de Gestão com a Secretaria Estadual de Saúde firmado em
14.09.2010, que constituiu as ações inerentes às atividades de uma Unidade
de Pronto Atendimento.
7
2. A FUNDAÇÃO
O Centro Hospitalar Oscar Coutinho, denominado inicialmente como
Maternidade Oscar Coutinho, constitui de uma instituição filantrópica que oferecia
assistência obstétrica as mulheres carentes e serviços acadêmicos em obstetrícia
para os alunos de medicina e enfermagem da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE).
Em 1979 foi inaugurado o Hospital de Clinicas de Pernambuco ocorrendo no
período de 1979 a 1983 a transferência dos serviços hospitalares do Hospital
Pedro II (localizado ao lado da Maternidade e primeira unidade hospitalar ligada a
UFPE) para o Hospital de Clinicas de Pernambuco situado no Campus
Universitário.
Neste mesmo contexto, em janeiro de 1982, encerra-se o convênio da UFPE
com a Santa Casa de Misericórdia do Recife, tendo inicio o processo de
desativação dos serviços assistenciais e acadêmicos da Maternidade Oscar
Coutinho, ocasionando uma situação de extrema dificuldade para a sobrevivência
de ambas as estruturas hospitalares, com inúmeros serviços prestados a
população de Pernambuco e Região Nordeste. É neste cenário de obstáculos, que
o Professor Martiniano Fernandes e um grupo de médicos pernambucanos,
agrupados e liderados por ele, celebram com a Santa Casa de Misericórdia do
Recife um convênio que permitiu a sobrevivência e o funcionamento da
Maternidade Oscar Coutinho. Assim, mais precisamente em 02 de dezembro de
1982, estava criada a Fundação Professor Martiniano Fernandes.
A Organização Social é uma entidade privada sem fins lucrativos. Sua estrutura
é formada por um Conselho Curador e de Administração, Diretoria, Conselho
Fiscal e Conselho consultivo. O Conselho Curador e de Administração tem 07
membros natos, dos quais 03 são do Poder Público.
8
2.1 FINALIDADES DA FPMF
A Fundação Professor Martiniano Fernandes tem a finalidade de gestão para
operacionalizar e executar as ações e serviços de saúde em suas Unidades. Seus
principais objetivos a serem alcançados são:
Melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços prestados ao cidadão;
Reduzir as formalidades burocráticas para acesso aos serviços;
Dotar o agente executor de maior autonomia administrativa e financeira,
contribuindo para agilizar e flexibilizar o gerenciamento da instituição;
Utilizar os recursos de forma mais racional, visando a redução de custos;
Priorizar a avaliação por resultados;
Promover maior integração entre os setores público, privado e a
sociedade;
Atender na Unidade de Saúde a demanda referenciada proveniente das
transferências realizadas pelo SAMU 192, Resgate do Corpo de Bombeiros
e pela Central de Regulação da SES/PE;
Atender nas UPA a demanda espontânea ou referenciada da rede básica;
Garantir a humanização da assistência.
2.2 ATIVIDADES DA FPMF
Entidade civil de assistência social filantrópica, sem fins lucrativos, de
utilidade publica municipal (Lei 14801, de 18.11.85), estadual (Lei 10090, de
29.12.87) e federal (Decreto de 30.09.91) foi concebida com o objetivo de
promover os meios e recursos indispensáveis a manutenção e funcionamento da
Maternidade Oscar Coutinho, bem como prestar serviço de assistência social e de
saúde a mulher e a criança carente do Estado de Pernambuco, possibilitando
desenvolver também atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Com dificuldades inerentes a esta modalidade de organização assistencial
na área de saúde em uma região pobre, associada as intensas conturbações
econômicas do período, mas, ao mesmo tempo, com a firme determinação de
continuar existindo, a Fundação Professor Martiniano Fernandes concretizou seu
objetivo assistencial durante mais de 20 anos, quando o agravamento da sua
9
situação financeira e, conseqüentemente, de sua estrutura operacional, selaram o
fim de um ciclo da Fundação Professor Martiniano Fernandes em 2003.
Em marco de 2004, o IMIP recebe a convocação da Prefeitura da Cidade
do Recife, através da Secretaria Municipal de Saúde, para assumir a gestão do
Hospital Oscar Coutinho (que se encontrava sobre intervenção sanitária municipal
e totalmente desativada), assim como a Fundação Professor Martiniano
Fernandes (financeiramente desequilibrada e com significativas dividas
acumuladas), com o objetivo de restabelecer a continuidade da prestação dos
serviços na área de saúde a população carente.
Após 14 meses de intenso trabalho de recuperação e modernização
institucional, baseados na definição do modelo assistencial com o poder publico
sanitário municipal e estadual, estava concretizado o novo perfil do já então Centro
Hospitalar Oscar Coutinho, bem como implantado o novo modelo de gestão
administrativo-financeira da Fundação Professor Martiniano Fernandes, permitindo
também sua revitalização financeira.
Atualmente, passados quase seis anos de implantação do novo modelo
gerencial pelo IMIP, assim como de sistemáticas melhorias na estrutura fisico-
operacional do Centro Hospitalar Oscar Coutinho, a Fundação Professor
Martiniano Fernandes - IMIP Hospitalar e responsável pelo funcionamento de uma
unidade de saúde com 6000 m2 de área construída, para atendimentos realizados
exclusivamente na modalidade SUS, estrutura assistencial a qual dedica 100% de
suas de ações (CNES 2752743).
10
3. CONTRATO
O contrato nº 010/2010 firmado entre a Fundação Professor Martiniano
Fernandes – IMIP Hospitalar e a Secretaria Estadual de Saúde, tem por
objetivo a operacionalização da gestão e a execução de ações e serviços de
saúde a serem prestados pela Fundação Professor Martiniano Fernandes –
IMIP Hospitalar na UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO – UPA
CARUARU, em regime de 24 horas/dia, que assegure assistência universal e
gratuita à população.
3.1. RECURSOS
Para a execução das atividades desenvolvidas na UPA Caruaru, o Estado
de Pernambuco, por intermédio da Secretária Estadual de Saúde – SES,
repassará a importância global estimada de R$ 9.613.344,72 (nove milhões,
seiscentos e treze mil, trezentos e quarenta e quatro reais e setenta e dois
centavos), mediante a liberação de 12 (doze) parcelas mensais.
3.2. CONDIÇÕES DE PAGAMENTO
O pagamento do valor constante no contrato será efetuado conforme
condições abaixo:
60% correspondem uma parte fixa do orçamento mensal; 30% do
orçamento mensal calculado com base na produtividade e 10%
referente à avaliação dos indicadores de qualidade.
O valor da primeira parcela equivale à 1 parcela e meia, no montante global
previsto de R$ 1.201.668,09 (Um milhão, duzentos e um mil, seiscentos e
sessenta e oito reais e nove centavos). O valor correspondente a segunda até
a décima primeira parcela será de R$ 801.112,06 (oitenta e um mil, cento e
11
doze Reais e seis centavos, sendo a décima segunda parcela no valor de R$
400.556,03 (quatrocentos mil, quinhentos e cinqüenta e seis reais e três
centavos).
3.3. METAS
A avaliação realizada neste relatório teve como base as metas
preestabelecidas, para se obter o grau de cumprimento mensal, conforme
observado nas tabelas e gráficos abaixo.
3.3.1. INDICADOR DE PRODUTIVIDADE
Gráfico 1 – Relação meta x atendimentos realizados
[Fonte: Sistema MV – UPA / Caruaru]
O gráfico 1 demonstra a relação entre metas x atendimentos no ano de
2010 na UPA Caruaru. Onde se verifica que no mês de outubro 71% da meta
foi atingida, seguido de 79% nos meses de novembro e dezembro.
12
As metas indicadoras de consultas são: manter o número de 4 consultas
por hora médica, volume de atendimento de 10.685 em outubro, 12.200 em
novembro e 13.725 em dezembro.
Conforme previsto em contrato, “Na hipótese de impossibilidade, por parte
da contratada, de cumprimento das metas estipuladas pelo contrato e seus
anexos, tendo como única e exclusiva justificativa a inexistência de demanda
suficiente para atingir os parâmetros contratualmente fixados, não haverá
descontos nos pagamentos devidos, desde que os dados e informações que
atestem a não ocorrência de demanda sejam examinados aprovados e
validados pela contratante”.
3.3.2. INDICADOR DE QUALIDADE
Sub-componente Indicador Out Nov Dez
Acolhimento e
classificação de risco
Estruturação do serviço de acolhimento
e classificação de risco
Envio mensal de relatório de resultados
Atenção ao Usuário
Percentual de resolução das queixas
recebidas / resolução de queixas e
pesquisa de satisfação
Metas não atingidas
Metas atingidas
No primeiro trimestre de 2010 as metas referentes aos indicadores de
qualidade foram todas atingidas, onde esses indicadores correspondem a:
Acolhimento com classificação de risco; Atenção ao usuário e qualidade da
informação. Assim, a implantação do Acolhimento com Classificação de Risco
segue os moldes da temática da humanização preconizada pelo SUS e é
efetiva na unidade; A entrega dos relatórios mensal é realizada no prazo
estabelecido; Providenciado a execução de todas as queixas /sugestões do
13
relatório de consolidação da pesquisa de satisfação dos usuários
(paciente/acompanhantes).
4. OBJETIVO
4.1. OBJETIVO GERAL
Acompanhar e avaliar as ações e serviços de saúde prestados pela UPA
de Caruaru no período de outubro a dezembro de 2010.
4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Apresentar todas as atividades desenvolvidas no exercício de
2010;
Demonstrar a relação meta x atendimento;
Evidenciar satisfação dos usuários;
5. ATIVIDADE ASSISTENCIAL
Para acompanhar e avaliar as ações e serviços prestados pela UPA
Caruaru foram utilizados os Relatórios Mensais desta unidade e o Contrato de
Gestão da UPA Caruaru.
Através dos indicadores, podemos avaliar a efetiva contribuição que a
chegada da UPA Caruaru proporcionou a cidade, tendo em vista nossa
14
crescente demanda de usuários acolhidos através da classificação de risco e
do nosso número de atendimentos, como exposto no gráfico 2.
Gráfico 2 - Número de Atendimentos
[Fonte: Sistema MV – UPA / Caruaru]
A equipe médica da unidade é composta por 3 clínicos, 2 pediatras e 2
ortopedistas plantonistas e 01 ortopedista, responsável pelo egresso
diariamente. Onde o maior número de atendimentos concentra-se na clínica
médica, conforme gráfico 3.
Gráfico 3 - Número de atendimentos por especialidade
[Fonte: Sistema MV – UPA / Caruaru]
7.609
9.68810.819
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
out/10 nov/10 dez/10
TOTALGERAL
15
Isso pode justificar-se tendo em vista a dificuldade de atendimento nas
Unidades Básicas de Saúde, uma vez que na cidade há falta considerada de
médicos nessa rede.
Outro agravante também observado é o crescimento do número de
acidentes, o que reflete diretamente na elevada média de atendimentos/mês da
ortopedia, sendo isso decorrência da alta incidência de acidentes com
motocicleta ocorridos na cidade, que segundo o Departamento Estadual de
Trânsito de Pernambuco (Detran), possui a segunda frota de motos do estado.
Sendo notificado em sistema o quantitativo de 174 acidades por motocicleta no
mês de outubro, 172 em novembro e 218 em dezembro.
5.1. REMOÇÃO
Gráfico 4 – Quantidade de remoção nos meses de outubro, novembro e
dezembro 2010
[Fonte: Sistema MV – UPA / Caruaru]
225
213
312
out/10
nov/10
dez/10
% Quantidade
16
Gráfico 5 – Relação remoção x atendimento mensal
[Fonte: Sistema MV – UPA / Caruaru]
O gráfico acima indica o grau de resolubilidade da unidade, pois nos
meses de outubro, novembro e dezembro apenas 3%, em média, dos
pacientes que foram atendidos na UPA precisaram ser transferidos.
Diante do exposto, enfatizamos que a UPA Caruaru encontra-se nos
mesmos moldes das que já funcionam na Região Metropolitana. Localiza-se
em área estratégica, na avenida José Marques Fontes, na entrada da cidade,
ficando a poucos metros da BR 232 e nas proximidades do Hospital Regional
do Agreste (HRA) que é referência no atendimento desta unidade,
possibilitando dessa forma fácil acesso tanto para a população local como
também aos municípios que integram a IV GERES.
Conta com o atendimento de profissionais qualificados e preparados
para prestar assistência adequada, aprimorando as relações existentes entre
usuários, profissionais e a comunidade e tem como objetivo desenvolver os
princípios e diretrizes do SUS, possibilitando deste modo atenção integral a
população e propor estratégias que possibilitem a ampliação e qualificação da
atenção.
17
6. ATUAÇÃO E COBERTURA DOS SERVIÇOS
A cidade de Caruaru, município brasileiro do estado de Pernambuco, é o
segundo mais populoso do interior do estado, com uma população de 314.986
habitantes, situa-se a 130 km do Recife, capital pernambucana, como
identificado no mapa 1.
Mapa 1 – Localização da cidade de Caruaru
[Fonte: Google.maps.com]
Está localizado na Mesorregião Agreste de Pernambucano e na
Microrregião Vale do Ipojuca e é a sede da IV Gerência Regional de Saúde
(Geres), que tem a missão de gerenciar a política regional de saúde a partir das
informações e realidade dos municípios, do território e da região que a mesma
regula, monitora e avalia, para assim alcançar as metas estabelecidas. A IV Geres,
engloba 32 municípios: Agrestina, Alagoinha, Altinho, Barra de Guabiraba, Belo
Jardim, Bezerros, Bonito, Brejo da Madre de Deus, Cachoeirinha, Camocim de São
Félix, Caruaru (Sede), Cupira, Frei Miguelinho, Gravatá, Ibirajuba, Jataúba, Jurema,
Panelas, Pesqueira, Poção, Riacho das Almas, Sairé, Sanharó, Santa Cruz do
Capibaribe, Santa Maria do Cambucá, São Bento do Una, São Caetano, São
18
Joaquim do Monte, Tacaimbó, Taquaritinga do Norte, Toritama, Vertentes. (De
acordo com o mapa 2)
Mapa 2 – Área coordenada pela IV Gerência Regional de Saúde
[Fonte: Google.maps.com]
Como também tem a atribuição de coordenar a construção da Rede de
Atenção Regional, garantindo o acesso da população aos serviços de saúde, a UPA
por conseqüência torna-se integrante nesse processo, pois atende não apenas a
cidade de Caruaru, mas também aos municípios equivalentes que compõe a IV
Gerência Regional de Saúde, o que soma uma população na faixa de
1.241.469 habitantes.
19
6.1 . PERFIL DA DEMANDA POR MUNICÍPIOS
Gráfico 6 – Atendimento por municípios de origem - Outubro (2010)
[Fonte: Sistema MV – UPA / Caruaru]
Verifica-se que a cidade de Caruaru apresenta a maior porcentagem de
atendimento na unidade, o que equivale a uma média de 89% conforme
observado em gráfico 6, seguindo de Agrestina, Bezerros e São Bento do Una.
Podemos observar que nos meses subseqüentes, Caruaru sempre
manteve a prevalência, porém a variação se deu nas cidades de Bezerros,
Agrestina e São Caetano, de acordo com gráficos 7 e 8.
20
Gráfico 7 – Atendimento por municípios de origem - Novembro (2010)
[Fonte: Sistema MV – UPA / Caruaru]
Gráfico 8 – Atendimento por municípios de origem - Dezembro (2010)
[Fonte: Sistema MV – UPA / Caruaru]
21
7. ESTRUTURA DE ATENDIMENTO
7.1. QUANTITATIVO DE FUNCIONÁRIOS
Como tivemos 42,18% de aumento no atendimento e circulação de
pessoas na unidade, o número de funcionários também aumentou, conforme
demonstrado no gráfico 3, sendo então necessário suprir a demanda diária
existente. Apesar de já ser previsto um quantitativo de 200 funcionários
inicialmente, optou-se por realizar aumento gradativo no quadro funcional.
Gráfico 9 – Total de Funcionários da UPA / Caruaru
[Fonte: Sistema MV – UPA / Caruaru]
151
171169
out/10 nov/10 dez/10
Funcionários
22
7.2. FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
Transferência
Re-avaliação
Senha
Entrada
Sinais Vitais
Classificação
Cadastro
Atendimento
médico
Re-avaliação
Médica
Repouso Medicação Laboratório
Medicação
Raio-X
Nebulização
Sutura
Alta após
Atendimento OK
OK
Transferência Alta
OK OK
Urgência ou Regresso
(Ortopedista)
Raio-X
Re-avaliação
Imobilização Medicação
OK OK OK
Clínico ou Pediatra
Alta
Alta Alta
23
Seguindo a portaria Nº 1.020, de 13 de maio de 2009, que confere as
competências/responsabilidades da UPA, destacamos:
I - Funcionar nas 24 horas do dia em todos os dias da semana;
II - Acolher os pacientes e seus familiares sempre que buscarem
atendimento na UPA;
III- Implantar processo de Acolhimento com Classificação de Risco,
considerando a identificação do paciente que necessite de tratamento
imediato, estabelecendo o potencial de risco, agravos à saúde ou grau
de sofrimento em sala específica para tal atividade e garantindo
atendimento ordenado de acordo com o grau de sofrimento ou a
gravidade do caso;
IV - Estabelecer e adotar protocolos de atendimento clínico, de triagem e
de procedimentos administrativos;
V - Articular-se com a Estratégia de Saúde da Família, Atenção Básica,
SAMU 192, unidades hospitalares, unidades de apoio diagnóstico e
terapêutico e com outros serviços de atenção à saúde do sistema
locorregional, construindo fluxos coerentes e efetivos de referência e
contrarreferência e ordenando os fluxos de referência através das
Centrais de Regulação Médica de Urgências e complexos reguladores
instalados;
VI - Possuir equipe interdisciplinar compatível com seu porte;
VIII - Prestar atendimento resolutivo e qualificado aos pacientes
acometidos por quadros agudos ou agudizados de natureza clínica, e
prestar primeiro atendimento aos casos de natureza cirúrgica ou de
trauma, estabilizando os pacientes e realizando a investigação
diagnóstica inicial, definindo, em todos os casos, a necessidade ou não,
de encaminhamento a serviços hospitalares de maior complexidade;
IX - Fornecer retaguarda às urgências atendidas pela Atenção Básica;
X - funcionar como local de estabilização de pacientes atendidos pelo
SAMU 192;
XI - Realizar consulta médica em regime de pronto atendimento aos
casos de menor gravidade;
24
XII - Realizar atendimentos e procedimentos médicos e de enfermagem
adequados aos casos críticos ou de maior gravidade;
XIII - Prestar apoio diagnóstico (realização de Raios-X, exames
laboratoriais, eletrocardiograma) e terapêutico nas 24 horas do dia;
XIV - Manter pacientes em observação, por período de até 24 horas,
para elucidação diagnóstica e/ou estabilização clínica
XV - Encaminhar para internação em serviços hospitalares os pacientes
que não tiverem suas queixas resolvidas nas 24 horas de observação
acima mencionada por meio do Complexo Regulador;
XVI - Prover atendimento e/ou referenciamento adequado a um serviço
de saúde hierarquizado, regulado e integrado à rede locorregional de
Urgência a partir da complexidade clínica e traumática do usuário;
XVII - Contrarreferenciar para os demais serviços de atenção integrantes
da rede proporcionando continuidade ao tratamento com impacto
positivo no quadro de saúde individual e coletivo;
XVIII - Solicitar retaguarda técnica ao SAMU 192, sempre que a
gravidade/complexidade dos casos ultrapassarem a capacidade
instalada da Unidade; e
XIX - Garantir apoio técnico e logístico para o bom funcionamento da
Unidade.
Assim, para dar cumprimento a todas as responsabilidades
estabelecidas às unidades de pronto atendimento, o paciente ao ser admitido
na unidade recebe uma senha para então ser encaminhado para os
enfermeiros que são responsáveis pelo Acolhimento com Avaliação e
Classificação de Risco (AACR) que é um dispositivo que opera concretamente
os princípios da Política Nacional de Humanização (PNH) e que tem como
meta:
Implantar um modelo de atenção com responsabilização e
vinculo, ampliando o acesso do usuário ao SUS, implantando um acolhimento responsável e resolutivo, com base em critérios de risco (BRASIL, 2004).
25
A implantação do AACR permite a equipe de enfermagem o exercício e
a criação de estratégias mais eficazes para o enfretamento dos problemas e
necessidade de saúde da população, assim, após avaliação o paciente é
encaminhado, seguindo sua classificação de risco, para o atendimento médico
ou assistência do serviço social. Sendo assim, constatamos que no período de
outubro a dezembro de 2010, foram classificados na unidade, 30.103
pacientes, como especificado no gráfico 10.
Gráfico 10 – Acolhimento com Classificação de Risco
[Fonte: Sistema MV – UPA / Caruaru]
É crescente também o número de procedimentos realizados, onde
destacamos medicação, sutura, eletrocardiograma, nebulizaçao, raio X,
imobilização e exames laboratoriais. (Ver gráfico 11).
7.634
10.84111.628
0
2.0004.000
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
out/10 nov/10 dez/10
TOTALGERAL
26
Gráfico 11 – Procedimentos realizados em 2010
[Fonte: Sistema MV – UPA / Caruaru]
Verifica-se que em 2010 realizamos o total de 33.296 procedimentos,
sendo estes detalhados através do gráfico12.
Gráfico 12 – Total de procedimentos
[Fonte: Sistema MV – UPA / Caruaru]
Para realização de tais procedimentos, contamos com uma equipe de
funcionários preparados para realizar cada tipo de atividade, assim o paciente
recebe todos os cuidados e procedimentos compatíveis a sua situação clínica.
27
7.3. ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
O acolhimento é tido como um dos modos de operar os processos de trabalho em saúde para atender a todos que procuram esses serviços. Para tal, pressupõe-se o reconhecimento dos usuários como sujeito participante do processo, tratando-os como um todo e não se ocupando somente com suas doenças (BRASIL, 2004).
Desta forma, seguimos os moldes da temática da humanização
reconhecida pela PNH (Política Nacional de Humanização), que visa resgatar o
cuidado ao indivíduo que encontra-se em seu estado de adoecimento,
juntamente com sua família. Para tanto, é necessário ultrapassarmos o
paradigma cartesiano, observado com freqüência na área da saúde, uma vez
que este modelo positivista parcela o usuário em órgãos e realiza valorização
da técnica, sem levar em consideração a visão do ser humano em sua
totalidade (biopsicosocial).
A fim de realizar mudança nessa realidade, como estratégia de
qualificação da atenção, percebe-se que é necessário que haja alterações nos
processos, buscando transformações no âmbito da produção, organização,
resolubilidade e qualidade. Assim, haverá por conseqüência, uma
reorganização no processo de trabalho, de modo a possibilitar a intervenção de
toda a equipe multiprofissional.
Porém, é imprescindível afirmar que acolher não significa a resolução
completa dos problemas referidos pelo usuário, mas a vigilância dispensada na
relação, que envolve a escuta, valorização de suas queixas, identificação de
necessidades, sejam elas de âmbito individual ou coletivo.
Nesse contexto, há uma ruptura no paradigma assistencial, com a
implantação de um sistema de acolhimento, o que se caracteriza como sendo
uma atitude inovadora, já que tem como princípio básico, a mudança do
modelo de assistência a saúde, o trabalho em equipe e a gestão participativa.
Com este método, o fluxo de entrada não mais se confere de forma
unidirecional, agendando-se para o médico todos os pacientes que chegam,
pois agora toda a equipe profissional participa da assistência direta ao usuário,
28
sendo apenas encaminhados para a consulta médica quem dela realmente
necessitam.
Assim, após o acolhimento é notório a reorganização no processo de
trabalho, uma vez que todos os pacientes que buscam o serviço de saúde
passam a ser atendidos, sendo o acolhimento um modo de serviço pronto a
assumir uma postura capaz de acolher e escutar.
Dispondo de um ambiente sensível as queixas do paciente, com
estrutura física, tecnológica, humana e administrativa que valorizam e
respeitam a pessoa, a fim de prestar um atendimento adequado, a UPA
Caruaru conta com uma equipe de enfermagem composta por 67 pessoas,
sendo 48 técnicos de enfermagem e 18 enfermeiros, onde todos trabalham e
cooperam com o acolhimento valendo-se da classificação de risco, que segue
os mesmos moldes da já implantada em Belo Horizonte através do BH Vida,
programa que tinha o intuito de organizar o SUS, que é entendida conforme a
Lei 8.080, como “um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços
preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em
todos os níveis de complexidade do sistema” (BRASIL, 1990).
Como pré-requisito para a classificação de risco é necessário que haja
um fluxo de atendimento, onde a adequação da estrutura física e logística é
fundamental. Sendo assim, a UPA é dividida em: Área de Emergência e Área
de Pronto Atendimento.
Onde a área designada como emergência, classificada como área
vermelha, é a mais crítica da unidade, pois possui maior nível de complexidade
e encontra-se devidamente equipada e reservada ao recebimento, avaliação e
estabilização das urgências e emergências clínicas e traumáticas, sendo os
pacientes posteriormente reavaliados para encaminhamento para outras áreas
ou unidades hospitalares. Porém há também espaços destinados a assistência
de pacientes críticos ou semi-críticos, que necessitam de observação contínua
em algum intervalo de tempo, que são classificadas como área amarela, que
pode ser adulto ou infantil, e por fim, há a área destinada a pacientes não
críticos, que aguardam atendimento médico e/ou algum procedimento. Por fim,
há uma área denominada de azul, todavia esses casos não são classificados
29
como urgentes ou emergentes, dessa forma não se enquadram no protocolo de
atendimento de urgência da UPA.
Para estabelecer o fluxograma adequado, como também identificar os
pacientes seguindo seu risco e gravidade, utiliza-se pulseiras coloridas que
demarcam a complexidade e instabilidade da saúde do usuário, como também
identifica o acompanhante. Onde essas são organizadas da seguinte forma:
Vermelha = emergência, necessitam de atendimento imediato
Amarela = prioridade 1 - urgência
Verde = prioridade 2 - prioridade não urgente
Azul = prioridade 3 - consultas de baixa complexidade -
atendimento referenciado para rede ambulatorial.
Laranja = Acompanhante
7.3.1. ANÁLISE DO QUADRO DEMONSTRATIVO DE ATENDIMENTOS
Na nossa unidade há uma demanda maior dos pacientes com
classificação não urgente (verde), aumentando progressivamente em todos os
meses do ano de 2010, conforme gráfico 13.
30
Gráfico 13 – Acolhimento com Classificação de Risco / 2010
[Fonte: Sistema MV – UPA / Caruaru]
Ressaltamos que apesar de ser uma modalidade de atendimento que
ainda gera repercussões, o Acolhimento com Avaliação para Classificação de
Risco, tem como objetivo primordial mudar os moldes de assistência ao usuário
nos hospitais/unidades públicas através das relações entre profissionais de
saúde e usuários, como também organizar a superlotação existente
culturalmente nos grandes centros hospitalares.
Portanto, o acolhimento é entendido como a prática de humanização na
produção e promoção da saúde. Como toda nova prática, carregada de novas
exigências, gera dúvidas e críticas, porém a escolha do acolhimento deve ser
entendida como ferramenta que permite otimizar o atendimento de acordo com
a gravidade do usuário.
7.4. RESPONSABILIDADE SOCIAL
Dentro da classificação de risco nos serviços de urgência, os “pacientes
azuis” são os usuários do Serviço Social, que enquadram-se na rede de serviço
ambulatorial, mas que procuram o atendimento de urgência. A demanda de
pacientes “azul” tem sido em média de 50 a 60 por dia.
A unidade consta com uma equipe do Apoio Social composta por: 06
Assistentes Sociais plantonistas (02 plantonistas por dia) e 01 Coordenação.
Onde esta equipe identifica que o usuário que procura o atendimento da UPA
143 172164
1.906
3.1473.155
4.3975.204
5.967
1.188
2.318 2.342
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
out/10 nov/10 dez/10
Emergência
Urgência
Não Urgente
Ambulatórial
31
tem anseio em resolver seu problema de saúde, queixando-se constantemente
da dificuldade em ser atendido nas Unidades Básicas de Saúde.
Dessa forma, as ações executadas pelo serviço social, correspondem:
Orientação e encaminhamento aos pacientes classificados para
atendimento social (classificação azul) à Rede Básica de Saúde;
Orientação e intervenção específica aos pacientes que solicitam
desistência do atendimento requerendo assinatura de Termo de
Responsabilidade;
Aplicação de questionário de satisfação do usuário, em média 50 a
60 por dia.
Visitas institucionais para conhecimento da rede de serviços, tendo
por objetivo viabilizar os direitos sociais quando avaliada a
necessidade pelo Serviço Social (articulações já realizadas com:
Secretaria de Políticas Sociais, CRAS, CREAS, CREAS POP,
Conselho Tutelar, Delegacia da Mulher, Centro de Convivência do
Idoso, Ministério Público, Secretaria de Saúde, PSF’s, Centros de
Saúde, clínica da Terceira Idade, Clínica da Criança, Clínica da
Mulher;
Elaboração de estudos socioeconômicos dos usuários e suas
famílias, com vistas a subsidiar na construção de laudos e pareceres
sociais na perspectiva de garantia de direitos e de acesso aos
serviços sociais e de saúde;
Realização de notificação, junto com o setor de enfermagem dos
casos suspeitos ou confirmados de violência, cabendo ao setor social
a realização de uma abordagem socioeducativa, a socialização das
informações aos recursos sociais existentes e a viabilização dos
encaminhamentos necessários;
Elaboração de materiais socioeducativos como cartilhas e folhetos
que facilitam o conhecimento e o acesso dos usuários aos serviços
oferecidos pelas unidades de saúde e direitos sociais em geral;
Atendimento a família/responsável pelo paciente em casos de óbito,
com o objetivo de orientar em relação ás informações sobre
previdência social, seguros sociais, articulação com a rede de
32
serviços para sepultamento gratuito, translado, entre outras garantias
de direitos;
Atendimento as vitima de acidentes causados por veículos para
orientação sobre requerimento do seguro DPVAT para indenização;
Fornecimento de Declaração de Comparecimento aos usuários
classificados para atendimento social (classificação azul);
Reuniões mensais para planejamento e avaliação das ações do
Serviço Social;
Educação Continuada mensalmente com a equipe de Serviço Social.
Como atividades diárias, destacamos a aplicação de questionário de
satisfação do usuário, onde o mesmo avalia à unidade no momento do seu
atendimento, através de questionário (do tipo entrevista). O objetivo deste
encontra-se em identificar situações que necessitem de modificações ou
treinamento, para assim conseguirmos uma melhora da instituição, como
também mensurar as falhas de atendimentos e fortalecer as potencialidades.
Portanto, esses indicadores servem como parâmetro para avaliação da
qualidade / desempenho.
Temos estatisticamente a opinião dos usuários conforme gráficos a seguir,
onde estes servem como parâmetro para cumprimento das metas dos
indicadores de qualidade da unidade. (Gráficos 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21,
22, 23, 24, 25, 26 e 27)
Gráfico 14 – Limpeza e Conforto
[Fonte: Questionário / Serviço Social - 2010]
0 0 00 0 00 2 1
4523
92
134
171
335
0 0 0
out/10 nov/10 dez/10
Péssimo
Ruim
Regular
Bom
Excelente
Sem Resposta
33
A limpeza de ambientes além de ter sua importância para o bem-estar e
para a estética, ajuda a evitar a contaminação e/ou proliferação de inúmeras
doenças oriundas do contato, sendo dessa forma fundamental que todas as
unidades de saúde apresentem o aspecto de limpeza e conforto adequado
para os usuários. Conforme verificado no gráfico 14, através de entrevistas
realizadas na unidade, nota-se que no ano de 2010, dos pacientes
entrevistados, 100% consideraram o serviço de limpeza e conforto excelente e
bom.
Gráfico 15 – Obtenção de Informações
[Fonte: Questionário / Serviço Social - 2010]
Manter o paciente informado e orientado quanto o seu fluxograma na
unidade é fundamental para o processo de acolhimento, como também para
organização da unidade. A este respeito, é necessário que a obtenção de
informação ofertada aos usuários seja satisfatória, como observado na
pesquisa de opinião exposta em gráfico 15.
34
Gráfico 16 – Sinalização
[Fonte: Questionário / Serviço Social - 2010]
A sinalização serve como facilitador na segurança, fluidez e ordenação.
Neste aspecto, observa-se que a unidade encontra-se com sinalização
adequada e isto pode ser verificado através do questionário realizado na
unidade, onde mais de 90% dos usuários consideraram excelente e bom.
Gráfico 17 – Tempo de espera para classificação
[Fonte: Questionário / Serviço Social - 2010]
A espera para que seja realizada a classificação de risco é vista nos
primeiros dois meses (outubro e novembro) como novidade e por sua vez ainda
gera críticas e dúvidas entre os usuários, porém ainda assim, observamos que
35
mais de 90% opinaram como excelente e bom. Em dezembro, foi avaliado que
o tempo de espera obteve a média de 100% entre excelente e bom, o que por
sua vez, torna-se primordial na mudança dos moldes de assistência ao usuário,
através da classificação de risco, que deve ser visto como um processo de
acolhimento que vem como ferramenta para melhorar a produção e promoção
da saúde.
Gráfico 18 – Tempo de espera para cadastro
[Fonte: Questionário / Serviço Social - 2010]
Os autores explicam que as pesquisas sobre o tempo de espera sempre
partiram de um pressuposto negativo. Contudo, verificamos que o tempo de
espera para realização de cadastro não gerou aspecto negativo entre os
usuários, pois como exposto no gráfico 18, a média de opiniões excelente/bom
encontra-se acima de 90%.
36
Gráfico 19 – Tempo de espera para atendimento médico
[Fonte: Questionário / Serviço Social - 2010]
O atendimento médico na unidade, normalmente demanda mais tempo,
isso justifica-se pelo elevado número de consultas médicas, sendo entendido
pelos usuários. Mais de 85% destes opinaram como excelente e bom.
Gráfico 20 – Boa vontade e disposição dos enfermeiros
[Fonte: Questionário / Serviço Social - 2010]
Seguindo princípios que norteiam o Sistema Único de Saúde,
constatamos que é fundamental a implantação e implementação da política de
37
humanização, uma vez que tem o intuito de gerar um atendimento eficaz e
resolutivo, para que assim os usuários sintam-se acolhidos. Nesse aspecto,
observa-se que os enfermeiros da unidade conseguem transmitir boa vontade
e disposição na opinião de mais de 90% dos usuários.
Gráfico 21 – Boa vontade e disposição dos recepcionistas
[Fonte: Questionário / Serviço Social - 2010]
Conforme comentado no gráfico 21, este fato também foi observado
quando questionados sobre os recepcionistas, onde alcançou um índice de
100% de excelente e bom.
38
Gráfico 22 – Boa vontade e disposição dos médicos
[Fonte: Questionário / Serviço Social - 2010]
Observa-se que o médico na opinião do usuário, realizou atendimento
com boa vontade e disposição, fato demonstrado nos meses de outubro,
novembro e dezembro de 2010, onde mais de 90% referiram este como
excelente e bom.
Gráfico 23 – Segurança nos procedimentos oferecidos pela unidade
[Fonte: Questionário / Serviço Social - 2010]
39
A segurança nos procedimentos é primordial em qualquer unidade de
saúde, pois esta contribui para a melhoria dos serviços e sistemas, como
também age em função na prevenção do risco e nas medidas que aperfeiçoam
o bom atendimento ao paciente. Sendo assim, falhas nesses processos podem
ter como conseqüência a exposição aos riscos dos profissionais que atuam
nesses serviços, como também dos usuários. Dessa forma, este item é
preocupação constante da unidade. O que foi evidenciado pelos usuários
entrevistados, uma vez que mais de 90% referem sentir segurança nos
procedimentos oferecidos na UPA Caruaru.
Gráfico 24 – Educação e respeito com que foi tratado pelos enfermeiros
[Fonte: Questionário / Serviço Social - 2010]
Com o objetivo de reforçar a necessidade da qualidade da assistência, no
que tange a satisfação dos pacientes, com freqüência é realizada educação
permanente sobre a temática – Qualidade no Atendimento e isso têm refletido
quantitativamente através do gráfico 24, que demonstra a opinião a respeito da
educação e respeito com que foram tratados pelos enfermeiros desta
instituição.
40
Gráfico 25 – Educação e respeito com que foi tratado pelos
recepcionistas
[Fonte: Questionário / Serviço Social - 2010]
A educação permanente também é estendida a todos os setores da
unidade para que a satisfação do usuário seja uma constante. Diante disto,
observa-se no gráfico 25, que os usuários consideram excelente e bom a
educação e respeito com que foram tratados pelos recepcionistas e isso
ultrapassou a estimativa de 90%.
Gráfico 26 – Educação e respeito com que foi tratado pelos médicos
[Fonte: Questionário / Serviço Social - 2010]
41
Seguindo o parâmetro de atendimento da unidade, mais de 90%
usuários consideraram que foram tratados com respeito e educação pelos
médicos, conforme exposto no gráfico acima.
Gráfico 27 – O interesse do médico em ouvir as queixas do paciente
[Fonte: Questionário / Serviço Social - 2010]
Através do gráfico 27, verifica-se que os médicos têm demonstrado
paciência, interesse e atenção na escuta aos pacientes, sendo fundamental no
processo de construção de diagnósticos.
7.5. EDUCAÇÃO PERMANENTE
A identificação Educação Permanente em Saúde, vem enquanto
definição pedagógica como um processo educativo que relaciona atividades de
ensino centradas no desenvolvimento de grupos profissionais, onde o trabalho
é destacado como eixo do processo educativo, sendo fonte de conhecimento e
objeto de transformação, onde á continuidade educativa dar-se no ambiente de
trabalho, possibilitando a construção de espaços coletivos para a reflexão e
avaliação dos atos produzidos no cotidiano a partir da PROBLEMATIZAÇÃO
das realidades locais.
42
Sendo assim, com esta linha teórica, a educação permanente da UPA
Caruaru fará parte de uma estratégia enquanto ensino complementar, com
cronograma determinado, onde tem como objetivo a reflexão sobre situações, o
questionamento dos fatos, fenômenos e idéias, compreendendo os processos,
propondo soluções, para assim melhorar a qualidade dos serviços, como
também fortalecer o processo de trabalho da equipe de enfermagem/unidade.
7.5.1. ATIVIDADES REALIZADAS
Tema: Fluxograma de atendimento
Objetivo Geral: Orientar os funcionários quanto à rotina de
atendimentos estabelecida pela unidade a fim de dar
cumprimento à mesma;
Público Alvo: Técnicos de Enfermagem e Enfermeiros
Pontos abordados:.Classificação de risco, encaminhamento para
realização de procedimentos e/ou consultas.
Tema: Desinfecção
Objetivo Geral: Orientar quanto o uso dos métodos de limpeza e
desinfecção, para utilização eficiente e eficaz dos materiais como
máscara de nebulização, almontolias, chicotes, lâmina de
laringoscópio, aparadeiras e papagaios.
Público Alvo: Técnicos de Enfermagem
Pontos abordados:.Roteiro de desinfecção, importância desta,
prazo de validade e armazenamento.
Tendo em vista o conhecimento de microrganismos que causam
doenças, há necessidade de dedicarmos maior atenção a sua prevenção e
tratamento criando medidas que previnem a infecção.
Assim, realizamos a educação permanente seguindo os critérios e
protocolos de desinfecção da CCIH do IMIP.
43
Tema: Acolhimento com Classificação de risco
Objetivo Geral: Orientar os enfermeiros sobre o protocolo de
classificação de risco afim de que seja realizada classificação
adequada segundo queixas / gravidade do usuário.
Público Alvo: Enfermeiros
Pontos abordados:.Classificação conforme especialidades;
Atendimento do Serviço Social e médico e retorno de ortopedia.
Destacando a implantação do AACR uma vez que esta possibilita,
também, a equipe de enfermagem “a prática e a criação de estratégias mais
eficazes para o enfretamento dos problemas e necessidade de saúde da
população” (ABBES, 2004). Isso requer, dos profissionais, a incorporação de
permanentes discussões acerca do processo de trabalho e da relação com os
usuários nos serviços de saúde. Dessa forma, desenvolve-se reflexão e
debate, o que por sua vez gera educação contínua e permanente na instituição.
Tema: Qualidade no atendimento
Objetivo Geral: Reforçar necessidade da qualidade da assistência
aos usuários que necessitam de atendimento a saúde, uma vez
que é direito de todo cidadão receber um atendimento adequado
e satisfatório.
Público Alvo: Técnicos de enfermagem e enfermeiros.
Pontos abordados: Ações importantes para qualidade de
atendimento; Importância da comunicação (verbal ou não);
Princípio dos SUS; Importância de cuidar de si próprio;
Outra temática que requer total atenção e que também foi realizada é a -
Qualidade no Atendimento -, que teve como objetivo aperfeiçoar e otimizar o
serviço no que tange a satisfação dos pacientes, uma vez que na área da
saúde, é necessário que haja oferta de serviços eficazes e seguros, a fim de
tranqüilizar o paciente diante do seu estado e necessidade, contribuindo dessa
forma para o bem-estar do indivíduo.
44
Tema: Dialogando sobre o pacto pela saúde
Objetivo Geral: Conhecer a rede de saúde
Público Alvo: Plantonistas do Serviço Social.
Pontos abordados: -Orientação quando o funcionamento da rede
básica de saúde;
-Marcação de consultas e cirurgias;
-Rede hospitalar;
-Funcionamento de transporte dos municípios.
Tema: Os parâmetros de atuação do serviço social nas
unidades saúde
Objetivo Geral: Referenciar a intervenção dos profissionais do
serviço social
Público Alvo: Plantonistas do Serviço Social
Pontos abordados: Procedimentos, condutas e atribuições do
profissional;
Tema: Ética Profissional
Objetivo Geral: Orientar quanto a conduta profissional
Público Alvo: Plantonistas do Serviço Social
Pontos abordados: Abordagem do código de ética
7.6. SERVIÇO DE NUTRIÇÃO
O serviço de nutrição da UPA Caruaru é dividido em duas etapas: o
preparo da alimentação, que é tercerizado e a oferta de refeição na unidade,
que fica sob responsabilidade do setor de nutrição, composto por duas
nutricionistas, 2 auxiliares de nutrição e 4 copeiras. Tem o papel de fornecer
uma alimentação equilibrada no ponto de vista nutritivo, para pacientes,
acompanhantes e funcionários, totalizando em média 150 refeições/dia. Busca,
assim, oferecer segurança no ponto de vista higiênico sanitário.
45
8. APLICAÇÃO DOS RECURSOS FINANCEIROS
Ao ser contabilizado todas as operações financeiras, identificamos uma
despesa operacional maior do que os recursos financeiros enviados pela
Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco.
Assim, do período de 27 de setembro, data da inauguração desta unidade,
a dezembro de 2010, foi contabilizado um déficit de R$ 614.304,44, esse
acumulo se deu principalmente na implantação, pois não houve receita, não
tendo como cobrir as despesas de setembro. Nos meses subseqüentes as
despesas com pessoal, encargos e benefícios utilizaram 87% do valor do
repasse, visto que nos meses de novembro e dezembro incide o pagamento do
décimo terceiro salário. Exposto em gráfico 28.
Gráfico 28 - Receitas e Despesas Operacionais
[Fonte: Sistema MV – UPA / Caruaru]
0,00200.000,00400.000,00600.000,00800.000,00
1.000.000,001.200.000,001.400.000,00
set/10 out/10 nov/10 dez/10
set/10 out/10 nov/10 dez/10
Receitas 0,00 1.201.668,09 801.112,06 801.112,06
Despesas 412.386,92 529.665,52 874.206,54 1.201.382,64
46
8.1 FATURAMENTO
O faturamento de uma unidade de saúde busca levantar e processar os
dados relativos aos atendimentos e procedimentos hospitalares. O processo
ocorre através da coleta de dados internos, onde esses são encaminhados
para banco de dados específicos através de software MV FFAS.
Analisando o faturamento dos meses de outubro a dezembro, verifica-se
que houve um acréscimo de 63%. Isso justifica-se pelo volume de
atendimentos, principalmente pelo elevado atendimento de traumatoortopedia,
e procedimentos realizados na unidade. (Ver gráfico 29)
Gráfico 29 – Faturamento
[Fonte: Sistema MV – UPA / Caruaru]
162.145,65
233.973,93264.314,62
0,00
50.000,00
100.000,00
150.000,00
200.000,00
250.000,00
300.000,00
out/10 nov/10 dez/10
Período
Faturamento
47
12. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como verificamos, neste relatório foram explanadas as atividades,
atendimentos, metas e especificações da UPA Caruaru no decorrer dos meses
de outubro, novembro e dezembro de 2010.
Portanto, ressaltamos o crescimento considerado dos atendimentos, como
também a melhora no nível de satisfação dos usuários, uma vez que estes
sentem-se acolhidos.
Diante disto, verificamos a necessidade de pactuar volume de atendimento
médico, para assumirmos o compromisso de permanecer com o nível de
qualidade no atendimento e assim honrarmos a pactuação firmada entre a
Fundação Professor Martiniano Fernandes – IMIP Hospitalar e a Secretaria de
Saúde do Estado Pernambuco – SES.
48
13. REFERÊNCIA
GODOY. F.S.F. Organização do trabalho em uma unidade de urgência: percepção dos enfermeiros a partir da implantação do acolhimento com avaliação e classificação de risco. [Dissertação de mestrado –
Universidade Estadual de Londrina - PR]
BRASIL. Ministério da Saúde. Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e da outras providencias. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 set. 1990.
______.Ministério da Saúde. HumanizaSUS: Política Nacional de Humanização: documento base para gestores e trabalhadores do SUS. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2004.
______. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção às Urgências. 3. ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2006.
______. Ministério da Saúde. Manual do Humaniza-SUS. Brasília:
Ministério da Saúde, 2003a. Disponível em: http://www.saude.gov.br/humanizasus. Acesso em: 28 maio de 2011.
______. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.020. Brasília, DF: Ministério da Saúde. 13 de maio de 2009. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt1020_13_05_2009.html. Acesso em: 29 de maio de 2011.
______. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção às
Urgências. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2008.
ABBES, C.; MASSARO, A. Acolhimento com classificação de risco. Campinas: Hospital Municipal Mario Gatti, 2004.
CECCIM, R. B. Educação Permanente em Saúde: desafio ambicioso e necessário. Rev. Saúde Educ, v.9, n.16, 2005.
CABRAL. M.C. et al. Estudo de demanda dos serviços de pronto
atendimento no município de Recife. 2008. [Monografia - Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz/MS – Recife / PE].
SILVA, Eneo Alva da. Manual de Controle higiênico-sanitário em alimentos. São Paulo: Editora Varela, 2002.
49
ROCHA, R.R. Efeitos da modernização sobre o processo de trabalho. Porto Alegre:FEE, 2006.
ROCHA .Daniel Carvalho et al. Integralidade na atenção à saúde: análise em um serviço de pronto-atendimento público a cidade de Campinas. Rev. Ciênc. Méd., São Paulo, 2006
50
ANEXOS
51
Fotos da UPA Caruaru
52
53
54
55
56
57
LISTA DE EQUIPAMENTOS
58
Lista de equipamentos / tombamento
59
60
61
62
63
64
Folders de Divulgação
65
66
Divulgação em jornais de Pernambuco e outros estados
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79