Apoio: Realização: Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais RESUMO DOS PAINÉIS Abertura Cerimonial A abertura contou com a presença do Secretário de Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará, José Nelson Martins de Souza. O Secretário deu as boas vindas aos participantes e discorreu sobre a satisfação em ter um evento como este sediado no Estado, elogiando a iniciativa do CEMADEN, bem como a presença e liderança da FUNCEME no tema em questão. O Secretário comentou os esforços envidados para o enfrentamento da seca e o desenvolvimento agrário, elucidando as características do Estado e citando experiências locais específicas. Além disso, o Secretário informou sobre a convocação do Ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, para reunião no dia seguinte à III RT, em Brasília, com 24 secretários de Estado, representantes do Conselho Nacional dos Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri) para discutir as medidas emergenciais que seriam tomadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para amenizar os efeitos da estiagem nas regiões Sul e Nordeste do país. A mesa de abertura também contou com a participação do Presidente da FUNCEME, Eduardo Martins, que dedicou total apoio à realização do evento, bem como da Coordenadora de Relações Institucionais do CEMADEN, Regina Alvalá, que em seguida, apresentou a trajetória de criação e implementação do CEMADEN, bem como sua missão e desafios assumidos, ressaltando a seca como um dos deflagradores de desastres naturais no Brasil. PAINEL I: DEMANDAS SETORIAS NACIONAIS E/OU GLOBAIS Moderador: Carlos Frederico Angelis (Coordenação-Geral de Operações e Modelagem do CEMADEN) O Diretor de Combate à Desertificação da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente – MMA, Francisco Campelo, discorreu sobre o tema “Mudanças Climáticas e Combate à Desertificação”. O Diretor enfatizou os esforços do MMA na estruturação do Departamento de Combate a Desertificação, com a perspectiva de promover e consolidar ações alinhadas às diretrizes da Convenção de Combate à Desertificação das Nações Unidas (UNCCD) e ao Programa de Ação Nacional de Combate à desertificação- PAN-Brasil. Neste contexto, citou diversos acordos de cooperação técnica firmados com organizações internacionais, tais como FAO; PNUD; GIZ; IICA; e, Agência Espacial Européia; bem como sobre articulações interinstitucionais em curso e em negociação com o INSA; INPE; CEMADEN; IBAMA; dentre outros. O Diretor mencionou que diversos projetos de conservação ao meio ambiente e combate a desertificação foram aprovados com recursos de diversas fontes de fomento, tais como o Fundo Clima; Fundo Nacional de Meio Ambiente e Caixa Econômica; FUNBIO; e, Fundo Caatinga e Banco do Nordeste. Atualmente, está em pauta para votação a Política Nacional de Combate a Desertificação, com possibilidade de ser apresentado na Rio+20. Relatório da III Reunião Técnica do CEMADEN Tema: Extremos Climáticos e Colapso de Produção Agrícola 02 e 03 de abril – Fortaleza - CE
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Relatório da III Reunião Técnica do CEMADEN Tema: Extremos ... · produção agrícola, 90% dos seguros pagos são dos sinistros causados por secas. Como recomendação ressaltou
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Apoio: Realização:
Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais
RESUMO DOS PAINÉIS
Abertura Cerimonial
A abertura contou com a presença do Secretário de Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará,
José Nelson Martins de Souza. O Secretário deu as boas vindas aos participantes e discorreu sobre
a satisfação em ter um evento como este sediado no Estado, elogiando a iniciativa do CEMADEN,
bem como a presença e liderança da FUNCEME no tema em questão. O Secretário comentou os
esforços envidados para o enfrentamento da seca e o desenvolvimento agrário, elucidando as
características do Estado e citando experiências locais específicas. Além disso, o Secretário
informou sobre a convocação do Ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, para reunião
no dia seguinte à III RT, em Brasília, com 24 secretários de Estado, representantes do Conselho
Nacional dos Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri) para discutir as medidas
emergenciais que seriam tomadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para
amenizar os efeitos da estiagem nas regiões Sul e Nordeste do país.
A mesa de abertura também contou com a participação do Presidente da FUNCEME, Eduardo
Martins, que dedicou total apoio à realização do evento, bem como da Coordenadora de Relações
Institucionais do CEMADEN, Regina Alvalá, que em seguida, apresentou a trajetória de criação e
implementação do CEMADEN, bem como sua missão e desafios assumidos, ressaltando a seca
como um dos deflagradores de desastres naturais no Brasil.
PAINEL I: DEMANDAS SETORIAS NACIONAIS E/OU GLOBAIS Moderador: Carlos Frederico Angelis (Coordenação-Geral de Operações e Modelagem do CEMADEN)
O Diretor de Combate à Desertificação da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento
Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente – MMA, Francisco Campelo, discorreu sobre
o tema “Mudanças Climáticas e Combate à Desertificação”. O Diretor enfatizou os esforços do
MMA na estruturação do Departamento de Combate a Desertificação, com a perspectiva de
promover e consolidar ações alinhadas às diretrizes da Convenção de Combate à Desertificação
das Nações Unidas (UNCCD) e ao Programa de Ação Nacional de Combate à desertificação-
PAN-Brasil. Neste contexto, citou diversos acordos de cooperação técnica firmados com
organizações internacionais, tais como FAO; PNUD; GIZ; IICA; e, Agência Espacial Européia;
bem como sobre articulações interinstitucionais em curso e em negociação com o INSA; INPE;
CEMADEN; IBAMA; dentre outros. O Diretor mencionou que diversos projetos de conservação
ao meio ambiente e combate a desertificação foram aprovados com recursos de diversas fontes de
fomento, tais como o Fundo Clima; Fundo Nacional de Meio Ambiente e Caixa Econômica;
FUNBIO; e, Fundo Caatinga e Banco do Nordeste. Atualmente, está em pauta para votação a
Política Nacional de Combate a Desertificação, com possibilidade de ser apresentado na Rio+20.
Relatório da III Reunião Técnica do CEMADEN Tema: Extremos Climáticos e Colapso de Produção Agrícola 02 e 03 de abril – Fortaleza - CE
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Levando em consideração a estratégia do CEMADEN de iniciar suas operações de
monitoramento em áreas prioritárias de riscos de desastres naturais, o Diretor sugeriu que
neste tema, o CEMADEN levasse em consideração a possibilidade de iniciar o
monitoramento nos municípios dos núcleos de desertificação (total 25 municípios)
para depois expandir o monitoramento ao restante do semiárido.
O Coordenador-Geral de Zoneamento Agropecuário do Departamento de Gestão de Risco
Rural da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento -
MAPA, Gustavo Bracale, mencionou que o Zoneamento Agrícola de Risco Climático iniciou a
partir da década de 90 com o objetivo de orientar os produtores rurais quanto aos locais mais
susceptíveis a seca. O Coordenador-Geral destacou que não se trata de zoneamento de aptidão e
plantio, não elimina o risco de plantio, não trabalha com dados de previsão de tempo, não é
subjetivo, nem perfeito. Trata-se de uma atividade dinâmica. O foco é na produção agrícola e
qualquer impacto na produção agrícola sobre os produtores, a população e a economia. A
metodologia básica utilizada foi desenvolvida pela EMBRAPA, que define os parâmetros
específicos de cada cultura (fatores fenológicos). A operação e execução do zoneamento são feitas
por equipe multidisciplinar envolvendo cerca de 50 especialistas que integram os parâmetros das
culturas, aos dados das estações climatológicas (precipitação diária e análise da frequência) e a
classificação dos solos em um modelo agrometeorológico que gera os mapas de riscos municipais,
mesmo que os limites de riscos não coincidam com os limites municipais. Trata-se de um modelo
multi-risco (seca; temperatura elevada; excesso hídrico) e o Brasil é um dos poucos países que
aplicam este conceito. O diferencial do zoneamento agrícola de riscos climáticos consiste na
quantificação de riscos com base em balanço hídrico. Atualmente, são zoneadas 44 culturas
abrangendo 24 estados e a lista de municípios que atendem aos critérios de risco definidos pelo
MAPA é publicada no DOU.
A despeito da taxa de 80% de sucesso dos mapas de risco gerados, o Coordenador- Geral
considerou que ainda é preciso aperfeiçoar e expandir o monitoramento para melhor
qualificar o subsídio às formulações de políticas públicas.
A Coordenadora do Garantia Safra da Secretaria de Agricultura familiar do Ministério do
Desenvolvimento Agrário – MDA, Dione de Maria Freitas, discorreu sobre o Fundo Garantia-
Safra instituído pela Lei nº 10.420 visando garantir condições mínimas de sobrevivência aos
agricultores e às agricultoras familiares de municípios sistematicamente sujeitos a perda de safra
por razão do fenômeno da estiagem ou excesso hídrico, situados na área de atuação da
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, sendo que a cobertura de quebras
de safra por excesso hídrico foram recentemente incorporadas ao Fundo. O público alvo do
Garantia-Safra consiste em unidades familiares com renda de até 1,5 salário mínimo mensal, onde
se plantam entre 0,6 e 10 hectares de feijão, milho, arroz, mandioca, algodão ou são efetivadas
outras atividades agrícolas de convivência com o semiárido. Não há exigência de observação do
zoneamento agrícola de risco climático ou de qualquer tecnologia de produção. A Coordenadora
ressaltou a crescente a adesão dos municípios ao Garantia Safra que iniciou em 2002/2003 com
quase 180 mil agricultores de 333 municípios e em 2010/2011 alcançou 737 mil agricultores em
990 municípios. O Fundo reconhece as especificidades climáticas do semiárido e minimiza os
efeitos das adversidades climáticas para as famílias, em caso de perda, contribuindo com a
manutenção da dinâmica do comércio local em tempos de crise.
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A Coordenadora mencionou a preocupação com a sustentabilidade financeira do Fundo
em função das adesões crescentes e pagamentos superiores à dotação financeira
inicialmente planejada, reforçando a necessidade de aprimorar os processos de
verificação de perdas que atualmente é feita por amostragem, sendo que quando o
município declara a perda de mais de 50% da produção, todos os agricultores aderidos no
município são beneficiados. Além disso, mencionou a insuficiência de instrumentos
para determinar perda por excesso hídrico.
O Engenheiro Agrônomo da Coordenação do Seguro da Agricultura Familiar SEAF,
Ramon Fírveda Penas, complementou a apresentação do MDA, discorrendo sobre a abrangência
do Seguro da Agricultura Familiar - SEAF em todo o território Nacional, porém excluindo áreas
de riscos frequentes de eventos adversos e áreas protegidas. Os eventos sujeitos a cobertura
incluem chuva excessiva, geada, granizo, seca, variação excessiva de temperatura, ventos fortes e
praga/doença. O engenheiro explicou que no Custeio Agrícola do PRONAF a adesão era
automática e na parcela de Investimentos do PRONAF era opcional, sendo seguráveis as lavouras
zoneadas, irrigadas ou consorciadas. Mencionou que dentre todos os eventos que prejudicam a
produção agrícola, 90% dos seguros pagos são dos sinistros causados por secas.
Como recomendação ressaltou a necessidade de ampliação da rede de monitoramento
meteorológico (estações meteorológicas e radares) e da integração de dados de várias
instituições promovendo o intercâmbio em tempo real e reunindo todas as informações
em um local que facilitasse o acesso pela comunidade.
O Coordenador de Recursos Naturais, Gestão Ambiental e Adaptação às Mudanças
Climáticas do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura - IICA, Gertjan
Berkmam (Programa Transversal), discorreu sobre os Extremos Climáticos e Impactos na
Agricultura, relembrando que mais de 170 países endossaram a Agenda 21 aprovada na
Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, mas no que tange ao
alcance das Metas de Desenvolvimento do Milênio e os objetivos associados, destacou os avanços
brasileiros na erradicação da fome e redução de pobreza em contraponto aos atrasos na
disponibilização de água potável e saneamento. O Coordenador arguiu que o crescimento
populacional e demandas decorrentes requerem maior planejamento e adequação aos princípios da
economia de baixo carbono, sendo que a agricultura, por ser uma atividade dependente de fatores
climáticos (temperatura, pluviosidade, umidade do solo e radiação solar), é altamente vulnerável
aos impactos das mudanças climáticas, o que nos remete à questão da segurança alimentar. E,
destacou que o IPCC prevê uma redução da área adequada à agricultura, da duração das
épocas de cultivo e do potencial de produção, principalmente, ao longo das margens das áreas
semi-áridas e áridas. Ilustrou a dinâmica das três Convenções das Nações Unidas (Mudanças
Climáticas, Biodiversidade e Desertificação), destacando a erosão do solo como elemento comum
às três Convenções e questão chave à sustentação da produção agrícola. O Coordenador
apresentou exemplos de eventos extremos ocorridos em diversas regiões do globo entre 2001 e
2010 e discorreu sobre a importância da gestão de riscos e atuação do IICA na disseminação de
ferramentas e conceitos de gestão de risco, destacando diversas parcerias e apoio a projetos no
Brasil e nos países do continente.
O Coordenador ressaltou que a agricultura é parte do problema, mas também é parte da
solução na obtenção de resiliência mediante o fortalecimento dos sistemas agrícolas por meio
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da diversificação e das estratégias de manejo dos riscos. E, por fim, recomendou enfoque nas
prioridades e Metas de Desenvolvimento do Milênio, destacando-se a necessidade de maior
governança para alcance dos objetivos.
Durante o debate do Painel I, dentre outras considerações, reafirmou-se a necessidade de
maior integração de informações para o monitoramento, incluindo-se citações de “data
mining” e “data warehouse”. Os participantes também contribuíram informando que a
probabilidade de acerto dos modelos desenvolvidos pelo INMET melhorou nos últimos anos,
diminuindo a necessidade de verificação em campo e agilizando o processo de pagamento do
Garantia-Safra, o qual era de 1 ano e hoje é de 3 meses. E, no que se refere às perdas de safra
por inundações, o MDA complementou que, embora estas perdas não sejam significativas, o
Garantia - Safra está se adequando a estes eventos, tentando realizar o mapeamento das áreas
de risco de excesso hídrico. Mas ainda falta o desenvolvimento de modelos de análise deste
fenômeno.
PAINEL II: PRINCIPAIS DEFLAGRADORES DE COLAPSO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA Moderador: Javier Tomasella (Coordenação-Geral de Pesquisa e Desenvolvimento do CEMADEN)
O Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, Dr. Paulo Nobre,
versou sobre o Estado da Arte em Previsões Climáticas para o NE do Brasil com uma breve
revisão teórica da variabilidade climática no Atlântico Tropical e dos esforços nacionais e
internacionais na discussão da previsão/previsibilidade sazonal do Nordeste Brasileiro,
destacando que o modelo acoplado Oceano-Atmosfera é insuficiente para a acurada previsão de
chuva na região Nordeste, em função da baixa previsibilidade dos eventos que ocorrem no oceano
Atlântico Tropical. Complementarmente, citou estudos realizados na África que indicam a
improbabilidade de agricultores individuais utilizarem as previsões climáticas sazonais, devido à
falta de precisão nas informações geradas para influenciar as decisões locais sobre quando e onde
plantar. O Pesquisador traçou a evolução das previsões climáticas sazonais, destacando que os
modelos mais antigos de previsão utilizavam métodos subjetivos e que os atuais sistemas de
previsão tendem cada vez mais a utilizar técnicas objetivas para combinar uma variedade de
modelos estatísticos e dinâmicos. Ponderou ainda que a melhor previsão climática é dada pela
média dos resultados de todos os modelos climáticos. Neste sentido, arguiu que o estado da arte
de previsões climáticas sazonais utilizam série de produtos numéricos de previsão climática,
ambos de modelos da atmosfera e acoplados oceano-atmosfera global. Sendo que os atuais
desenvolvimentos presentes nos centros de referência internacional incorporam metodologias de
análises objetivas para previsões climáticas probabilísticas com base em produtos numéricos
de modelos acoplados oceano-atmosfera; com resultados surpreendentes de aumento da qualidade
das previsões geradas. Adicionalmente, apresentou o desenvolvimento cronológico da previsão
climática sazonal no INPE, informando que as previsões climáticas sazonais são geradas
mensalmente no Brasil, com a liderança científica do INPE/CPTEC e participação do INMET e de
Centros Estaduais de Meteorologia. Além disso, mencionou que o Brasil está investindo no
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aprimoramento da capacidade de modelagem climática global com a construção do Modelo
Brasileiro do Sistema Climático Global – MBSCG.
Por fim, o Pesquisador ressaltou que o modelo de circulação global atmosférico do
CPTEC/INPE requer investimentos sustentados para melhorias da física do modelo,
que hoje apresenta comparação desfavorável com demais modelos de centros de
meteorologia no exterior. Também indicou que a abordagem metodológica utilizada de
forma consensuada no Brasil na elaboração das previsões climáticas sazonais ainda pode
ser aprimorada de forma a otimizar a confiabilidade e uso pelos setores de interessados.
Concluindo, informou que há indícios de seca acentuada para o semiárido neste ano.
O Pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária (CNPTIA), Dr. Eduardo Delgado
Assad, discorreu sobre Sistemas de Informação Agrometeorológica, Cenários Futuros e
Impactos na Agricultura do Semi-Árido. O Pesquisador informou que há uma diversidade de
sistemas de informação agrometeorológica disponibilizada por diversos grupos (Agritempo-
Embrapa/Unicamp; SIMEPAR-IAPAR; CIRAM-EPAGRI; INMET; FUNCEME; etc), mas todos
são baseados em balanço hídrico, temperatura máxima, entre outras variáveis. O diferencial do
Agritempo em relação aos sistemas dos demais grupos é que está disponível para todo o território
brasileiro, gerando informação meteorológica e agrometeorológica para todos os municípios e
Estados. As instituições parceiras do Agritempo se comprometem a disponibilizar os dados
publicamente. O usuário contribui com a melhoria do sistema mediante os seus feedbacks. Mais
recentemente foi desenvolvido o WebAgritec que consiste em um sistema de monitoramento
agrometeorológico e será lançado no dia 30 de abril de 2012 para ser utilizado em todo o território
nacional. Este sistema disponibilizará dados sobre o monitoramento, diagnósticos e zoneamento de
risco climático, bem como vídeos e imagens associadas a inteligência artificial. A partir do
cadastro da gleba e respectivo empreendimento, definição de data de plantio e escolha de cultivar,
o sistema permite calcular a quantidade de fertilizantes e a previsão de produtividade associada ao
balanço hídrico, previsão de tempo e tendências. Os dados do empreendimento também podem ser
vinculados aos dados cartográficos, podendo ser identificados em mapas do Google. O sistema
possibilitará a geração de cenários, identificação de doenças e boas práticas agrícolas. No que se
refere aos cenários climáticos futuros, demonstrou que o indício de aumento de temperatura no
Nordeste é alto e, se forem consideradas as cultivares anuais, há claras ameaças para a manutenção
do cultivo de milho, feijão, etc.
O Pesquisador comentou a necessidade de maior difusão dos sistemas disponibilizados
para o pleno uso de seu potencial e capacidade. Postulou que no semiárido, ano muito
bom é atípico, sendo o ano ruim é mais comum, portanto temos que nos preparar melhor
para lidar com esta realidade. Além disso, argumentou que é preciso melhorar o sistema
de produção na caatinga para melhorar o estoque de carbono no solo.
O Professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ/USP, Dr. Paulo
César Sentelhas, discorreu sobre Uso de Modelos de Simulação de Culturas como Ferramenta
para Identificação de Agentes Deflagradores de Coplapso na Produção Agrícola. Dentre os
fatores responsáveis por colapso na agricultura no mundo, as inundações, os ventos intensos e as
secas são os principais. Sendo que no Brasil, em todas as regiões produtoras de fibras, energia e
alimentos, as perdas na agricultura devido a fatores climáticos se dão principalmente pela
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ocorrência de SECAS, que em muitos casos estão relacionadas aos eventos meteorológicos
associados ao ENOS, ZCAS, Dipolo do Atlântico, etc. Distintamente da Seca Meteorológica ou da
Seca Hidrológica, a SECA AGRÍCOLA é um fenômeno que envolve todos os aspectos do Sistema
Solo- Planta-Atmosfera, sendo, portanto, uma consequência da Seca Meteorológica integrada aos
fatores associados às culturas, ao solo e ao manejo. Os índices de Seca Agrícola com base no
balanço hídrico, apesar de quantificarem os eventos de seca para a agricultura de forma mais
confiável, não se adequam plenamente para quantificar os impactos sobre a produtividade das
culturas. O Professor apresentou a classificação de modelos de simulação de culturas (modelos
empíricos; matemático-fisiológicos; e, de processos), destacando que o modelo da FAO
(matemático-fisiológico) tem sido largamente testado e aplicado em diferentes condições
apresentando resultados satisfatórios desde que adequadamente calibrados. E, ponderou que apesar
da maior complexidade dos modelos de processos, nem sempre a expectativa de maior acuracidade
desses modelos é alcançada, pois mesmo sendo modelos mecanísticos de alta performance, eles
exigem calibração já que tem em suas formulações diversas relações empíricas. Maior
complexidade implica em maior dificuldade para aplicação prática e nem sempre maior
complexidade resulta em menores erros.
O Professor recomendou o uso de Modelos de Simulação de Culturas, especialmente os
matemático-fisiológicos e os modelos de processos calibrados, porque permitem
quantificar o potencial de colapso na agricultura em função de eventos de seca agrícola,
sendo assim a melhor opção para o monitoramento de áreas críticas, onde a
segurança alimentar é normalmente frágil. Também ressaltou que disponibilidade de
dados meteorológicos (densidade de estações, número de variáveis e confiabilidade) é
fundamental para que o sistema seja abrangente e confiável. O Professor postulou que a
consolidação de um sistema de monitoramento de colapso da produção agrícola deve
ser um esforço multi-disciplinar envolvendo especialistas de áreas de meteorologia, de
fitotecnia/agronomia, de agrometeorologia, de solos e de áreas correlatas, de modo a
serem gerados produtos condizentes com a realidade da agricultura local. E por fim,
recomendou o estabelecimento de parcerias para obter êxito no monitoramento.
O Diretor do Instituto Nacional do Semiárido – INSA, Dr. Ignácio Salcedo, discorreu
sobre a Agricultura Sustentável no Semiárido. O Diretor iniciou apresentando dados da estrutura
do semiárido brasileiro (SAB), ressaltando que um milhão de estabelecimentos agropecuários na
região são minifúndios, sendo responsáveis por 31% do valor da produção. Apresentou dados de
produção de alimentos, com ênfase na produção milho, feijão e mandioca e os respectivos
consumos de nutrientes do solo (nitrogênio, fósforo e potássio), ressaltando que a atividade
agrícola sem reposição de nutrientes acarreta a degradação do solo. A pecuária (28,2 milhões de
cabeças em 21,4 milhões de há) também foi correlacionada à necessidade de água para produzir
alimentos (vegetal e animal). E, em relação ao consumo de lenha e carvão proveniente de área
manejada; plantio florestal e desmatamento, ele ressaltou que o desmatamento é a fonte principal,
originando 80% da lenha e carvão produzidos no NE (17.000 km2 no período 2002/08). O
Diretor comentou os processos de erosão hídrica e as consequentes perdas de produtividade,
redução na disponibilidade de alimentos e os impactos ambientais que se revelam nos processos de
desertificação. E, enfatizou que a agricultura sustentável visa maximizar os benefícios sócio-
econômicos da geração presente, preservando a qualidade ambiental e a capacidade de produção
para as gerações futuras. Postulou ainda que as condições de deficiência hídrica não são
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homogêneas em área maior que um município; o uso de médias de séries históricas das chuvas
ignora a intensidade das chuvas; e, esta variabilidade dificulta distinguir tendências de curto e
longo prazo na sustentabilidade e capacidade de produção. Tratar a região de maneira global leva
a generalizações demasiado vagas e de pouca utilidade. Assim, a dificuldade para avaliar a
sustentabilidade ambiental e a capacidade de produção das várias formas de uso da terra, se origina
das diferentes escalas temporais e espaciais necessárias para esta finalidade.
No que se refere às metodologias para definir e estudar a sustentabilidade ambiental, o
Diretor sugeriu a identificação de módulos que se repetem dentro da região, em
condições mais ou menos semelhantes, por exemplo, em área de sequeiro: vales;
encostas úmidas; chapadas; áreas planas a onduladas secas (sedimentares e de baixa
fertilidade); áreas planas a onduladas secas (cristalino, sedimentares, e de boa fertilidade).
O Diretor destacou que faltam dados integrados para avaliação da informação disponível,
ou seja, é preciso melhorar a gestão da informação. Além disso, salientou que, na
prática, os próprios produtores e comunidades é que definirão o avanço ou retrocesso da
desertificação, por isso é crucial que se trabalhe na educação ambiental da população.
E, por fim, a convivência com os problemas de sustentabilidade deve preponderar sobre
abordagens restritas à maximização de lucros.
O Coordenador-Geral de Promoção do Desenvolvimento Sustentável da Superintendência
do Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, Carlos Almiro, discorreu sobre O Papel das
Instituições de Desenvolvimento Regional Frente às Mudanças Climáticas. O Coordenador-
Geral apresentou uma retrospectiva de atuação da SUDENE no enfrentamento das secas,
ressaltando que a mesma nasceu com uma “face” de Defesa Civil e, atualmente, possui em sua
estrutura regimental uma Coordenação Regional de Defesa Civil. Relatou que, em pouco mais de
40 anos, foram gastos 578 bilhões de reais em programas especiais (POLONORDESTE;
PROJETO SERTANEJO; PROHIDRO; PAPP). Ainda hoje o semiárido é uma região frágil, o que
caracteriza a indústria da seca. O Coordenador-geral relatou que mais recentemente, entre 2010 e
2011, em Alagoas e Pernambuco, foram três inundações que deixaram mais de 170 mil
desabrigados. Ao todo, foram estimados gastos de mais de R$2 bilhões no atendimento às vítimas
e na reconstrução das cidades atingidas. Neste contexto, arguiu que chegou o momento de uma
abordagem diferente: em vez de torcer por tempo bom, planejar e agir. E exemplificou
comparando os custos de construção de 5 barragens para proteger as cidades de inundações (R$
500 milhões) aos gastos emergenciais durante as crises. Comentou também o risco dos produtores
rurais perderem suas propriedades por não conseguir saldar as dívidas agrícolas, sendo que a
principal causa de inadimplência nos últimos anos tem sido a seca. Apresentou instrumentos de
fomento ao desenvolvimento regional (PNDR – Política Nacional de Desenvolvimento Regional;
PRDNE – Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste; FDNE – Fundo de Desenvolvimento
do Nordeste; FNE – Fundo Constitucional do Nordeste). Destacou a responsabilidade da SUDENE
no âmbito do “Programa de Gestão de Risco e Respostas a Desastres” para o gerenciamento de
riscos e desastres na sua área de influência (mapeamento de áreas de risco com foco em
municípios recorrentemente afetados por inundações, enxurradas e deslizamentos).
O Coordenador-Geral comentou que os instrumentos de fomento ao desenvolvimento
regional podem ser acessados contribuindo para minimizar a migração de pequenos
agricultores para os grandes centros urbanos. E, por fim, comentou a expectativa na
celebração de acordo de cooperação técnica com o CEMADEN com o objetivo de
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respaldar tecnicamente, programas, projetos, desenvolvimento de banco de dados e
eventos, na área de gestão de riscos naturais no que se refere a: monitoramento de
desastres naturais; elaboração de estudos; promoção de capacitação e treinamento.
Durante o debate do Painel II, dentre outras considerações, foi observado que houve
mudança na capacidade de resiliência no NE e redução de notícias catastróficas na mídia. Os
planos do governo melhoraram a condição de vida, mas a convivência no semiárido depende não
só de produção de alimentos, mas também de moradia e educação para adaptação ao ambiente em
que se vive. Alegou-se que a percepção equivocada da convivência da população com o semiárido
dificulta o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis na região e que a sustentabilidade se
equivale ao somatório da Educação + Tecnologia + Saúde. Perceberam-se algumas divergências
no que se refere à eficiência dos investimentos em cisternas ou açudes, bem como em outras
questões conceituais referentes à riqueza, renda e condições mínimas de vida. Quanto aos modelos
agrícolas complexos, ressaltou-se que necessitam de uma boa estrutura observacional.
Ressaltou-se que incompletude das séries históricas existentes comprometeu o desenvolvimento
científico na área de modelagem e que faltam dados para alimentar tanto os modelos complexos
como os simples.
PAINEL III: Sistemas de Apoio à Decisão Moderadora: Regina Alvalá (Coordenadora de Relações Institucionais do CEMADEN)
O Pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Dr. Reinaldo Lúcio Gomide, discorreu sobre a
determinação da variabilidade espaço-temporal de demanda hídrica e produtividade da água em
escala regional por meio de técnicas de sensoriamento remoto agrícola, associadas à
modelagem, geoprocessamento e dados agrometeorológicos. O Pesquisador apresentou um
estudo realizado baseando-se na hipótese de que assinaturas espectrais (imagens) e temperaturas
de superfície (do dossel de culturas e solos), adquiridas e processadas em porções do espectro
visível (RGB), NIR e Termal, podem detectar, caracterizar e mapear a variabilidade espaço-
temporal de demanda hídrica e produtividade, até mesmo EHC (função resolução). O estudo
pressupõe a integração de dados remotos com dados adquiridos em campo. A resolução espacial
mais refinada permite analisar parcelas e a resolução espectral permite detectar o estresse hídrico
com antecedência. O Pesquisador ilustrou a área experimental com os sistemas de aquisição
automática de imagens e temperatura das folhas das culturas e dos sensores do balanço de energia
e de clima para a calibração da pesquisa. O estudo está sendo realizado em dois polos de
desenvolvimento da Bacia do Rio São Francisco com o uso de imagens de satélites em conjunto
com dados de clima de duas redes de estações agrometeorológicas automáticas, sendo que a rede
de Petrolina/Juazeiro já está em funcionamento em Petrolina/Juazeiro e a rede do Norte de Minas
ainda será instalada. Além disso, explicou que a utilização do Software SEBAL (Surface Energy
Balance Algorithms for Land) permite estimar os balanços hídricos e de energia, que, por sua vez,
são úteis para avaliação da evapotranspiração e gestão de irrigação. Como resultado obtém–se
diferentes produtos, ou seja, mapas de evapotranspiração, mapas temáticos em escala regional de
demandas hídricas de culturas; suporte ao zoneamento climático; detecção de mudanças nas áreas
de produção agrícola, dentre outros.
O Pesquisador finalizou destacando a importância da espacialização de informações
hidrometeorológicas. Além disso, argumentou que os resultados - obtidos com as técnicas
de sensoriamento remoto (via aquisição e obtenção de imagens orbitais (satélites) e
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suborbitais (Plataformas de superfície), associadas à dados climáticos de superfície, ao
modelo SEBAL e ao geoprocessamento) - poderão ser difundidos, ressaltando-se que a
sua utilização demanda treinamento e capacitação, podendo ser utilizado por técnicos,
produtores, lideranças e estudantes de graduação e pós-graduação de regiões envolvidas.
O Pesquisador da Embrapa Solos, Dr. Alexandre Barros, Informações de Solo como
Suporte aos Sistemas de Apoio à Decisão (SAD), ressaltando a importância para o monitoramento
de águas e solutos; serviços ambientais; mudanças climáticas; dinâmica hídrica; indicadores
bioquímicos; inputs para modelos atmosféricos, dentre outros. Discorreu sobre os diversos níveis
de informação de solo (Nacional, Regional, Estadual, Municipal, Local) em diferentes escalas (de
1:100.000 a 1:1.000.000), ressaltando que a escala e qualidade do levantamento do solo dependem
da qualidade do material cartográfico, variação ambiental, condições de acesso à área, intensidade
de prospecção e amostragem, etc. A identificação e mapeamento dos diferentes tipos de solo
(textura, fertilidade, pedregosidade, profundidade, retenção de água, etc) e ambiente (relevo,
rochosidade, vegetação (clima), drenagem, etc.) permitem indicar as potencialidades e limitações
dos ambientes. O Pesquisador apresentou diversos mapas de solos de Estados e municípios
nordestinos, ressaltando que Alagoas foi o primeiro Estado da região com mapeamento
informatizado. Apresentou diversos portais digitais nacionais e internacionais que disponibilizam
informações sobre solos e acrescentou que muitas informações ainda estão em papel; no entanto a
Embrapa Solos tem uma meta de disponibilizar todos os perfis de solo obtidos mais recentemente
na web. Em seguida, comentou o uso da informação em SAD, ressaltando o desafio de transformar
dados em informações e o aumento da demanda de dados “pari passu” ao aumento da
complexidade dos modelos. Destacou a utilização de funções de pedotransferência para obtenção
de informações de perfis de solo e que as informações não permitem a aplicação direta em
modelos matemáticos, como os de fluxo de água no solo, ressaltando que os modelos atmosféricos
usam parametrizações simplificadas (umidade de solo inicial “climatológica”) e que os dados de
sistema de simulação (tipo DSSAT) utilizam dados de solos de climas temperados.
Por fim, citou o relatório especial do IPCC-2012, registrando que a lacuna de dados
observacionais e a inabilidade dos modelos incluírem todos os fatores que influenciam as
secas impedem maior confiabilidade, além das médias produzidas pelas projeções de
secas pautadas nas reduções de precipitação e aumento da evapotranspiração. Assim, o
desafio consiste em transformar a grande quantidade de informações disponíveis na forma
que todos possam utilizá-las e recomendou utilizar as informações de solos em modelos
de simulação.
O Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Dr. Bernardo Rudorff,
discorreu sobre a Análise com Dados do TRMM e Índice Vegetativo do MODIS para o Semi-
Árido. O Pesquisador iniciou comentando as características das imagens de sensores óticos a
bordo de satélites de sensoriamento remoto (resoluções: temporal, espectral e espacial).
Mencionou o monitoramento de lavouras por imagens de satélites, destacando a grande dificuldade
na aquisição de informações devido à cobertura de nuvens em diversas regiões. Informou que
existem sensores com boa resolução temporal, o que permite a aquisição de imagens sem cobertura
de nuvens; no entanto, há perda de resolução espacial, mas a associação de componente espectral a
modelo agrometeorológico melhora o detalhamento espacial. Desta forma, o INPE, através do
LAF (Laboratório de Análise Florestal), disponibiliza imagens do sensor MODIS processadas, o
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que permite acompanhar a sazonalidade, mudanças de uso e cobertura da terra, produtividade,
entre outras. Complementarmente, o satélite TRMM (Tropical Rainfall Measuring Mission)
propicia a geração de estimativas de precipitação juntamente com informações de superfície em
resolução espacial de 20 m. O cruzamento de dados de precipitação com informações de NDVI
permite inferir se uma determinada área cultivada, da ordem de 6,25 hectares, foi ou não afetada
por uma estiagem. Com base nestas premissas, o pesquisador apresentou o mapeamento dos
municípios beneficiados pelo Garantia-Safra que declararam perda de pelo menos 50% da
produção por fenômenos de estiagem ou excesso hídrico para as safras de 2002/2003 até
2009/2010. Apresentou exemplos de aplicação dos dados TRMM no mapeamento da precipitação
pluviométrica na área de abrangência da SUDENE para o ano de 2005, bem como mapeamento do
calendário de plantio e da variação temporal do índice vegetativo.
Por fim, apresentou a visualização das séries temporais de dados de vegetação e de
precipitação (EVI/MODIS e TRMM 3B43) associadas ao Google para análise de
mudanças de uso e cobertura da terra, recomendando a sua utilização como ferramenta de
apoio à verificação de perdas de safra. E, disponibilizou a apresentação dinâmica com os