Sumário
Apresentação temática
Perfil
O BB em grandes números
Mensagem da Diretoria
Ensaio de Affonso Romano de Sant’Anna — Em busca da brasilidade
Ambiente econômico e indústria bancária
Desempenho financeiro
Ensaio de Décio Pignatari — O sonho brasileiro: resgate e avanço
Acordo com a Previ
Infra-estrutura
Ensaio de Jorge Caldeira — Globalização à brasileira
Expansão dos negócios
Ensaio de Roberto DaMatta — Um só Brasil — Muitas brasilidades
Transparência nas relações com os investidores
Conquistando o mercado
Estrutura do Conglomerado
Arquitetura organizacional
Principais segmentos negociais
Apresentação temática – Em diversas áreas da cultura, a idéia já é conhecida: quanto mais
regionalizada for a mensagem, maior será sua universalidade. O Relatório Anual 1997 do Banco do Brasil
aposta nessa afirmativa e aborda o tema “brasilidade”. Assim, tenta ser contemporâneo pelo fortalecimento
de valores pátrios, no contraste com um mundo onde as fronteiras se diluem.
O Banco do Brasil ostenta uma identificação profunda com o País. Para apresentar essa característica inco-
mum e privilegiada, estamos oferecendo, neste relatório, imagens inéditas de um Brasil que “mostra a sua
cara”, através do cotidiano de cidadãos comuns. Os momentos captados pelo fotógrafo gaúcho Eduardo
Tavares registram a brasilidade não-institucionalizada, exibida por suportes inusitados como o artesanato,
as festas populares ou o próprio corpo dos personagens. São expressões marginais dos valores de um povo
que cria e recria, a todo momento, novos rituais de celebração da Pátria.
A exemplo do último Relatório Anual, estamos mantendo o propósito de publicar, junto às informações insti-
tucionais, ensaios exclusivos assinados por nomes que são referência em diversos campos do conhecimento.
Nesta edição, o tema “brasilidade”, fonte inesgotável de produção de idéias, é abordado por Affonso Romano
de Sant’Anna, Décio Pignatari, Jorge Caldeira e Roberto DaMatta. Os autores escrevem sobre uma identidade
exuberante, bem brasileira, que se forma na contramão do individualismo e da racionalidade técnica.
A essas reflexões, soma-se o relato sobre o desempenho de um Banco que adotou como lema ser o “banco do
Brasil” — um conceito apropriado, cunhado na história e nas realizações da Instituição. Nas páginas que se
seguem, há informações que, formando o retrato financeiro de uma empresa, mostram a força desse País de
muitas faces e identidades.
Perfil – Nos últimos anos, as mudanças no Banco do Brasil revelaram que a maior instituição financeira
da América Latina adquiriu notório senso de velocidade e capacidade de se adequar às transformações do
ambiente. Aos conceitos de solidez e confiança, que se enraízam em quase dois séculos de história, o Banco
vem procurando agregar os de eficiência e qualidade, hoje referenciais para o merc a d o .
O Banco do Brasil está representado por mais de 4.000 pontos de atendimento (2.777 agências) localizados
em todo o território brasileiro. A rede é interligada por um sistema de troca de informações em tempo real,
que também favorece o aperfeiçoamento das estratégias de distribuição de produtos e serviços.
No exterior, são 34 unidades (cinco escritórios de representação, cinco subsidiárias integrais, 22 agências
e duas sub-agências).
O Programa de Qualidade dissemina por toda a Empresa os conceitos que sustentam as grandes mudanças.
Também integra os 76,4 mil funcionários na realização de um novo projeto para o Banco. Nesse sentido,
a capacitação dos profissionais é fator estratégico, aliado à introdução de novos parâmetros de remuneração,
centrados nos resultados e desempenhos.
Os investimentos em tecnologia, crescentes a cada ano, são também a face concreta de um novo Banco,
mais ágil e eficaz. Na área voltada para pessoas físicas, no a g r i b u s i n e s s e também no segmento comercial,
o Banco procura tornar mais fácil o acesso ao crédito. Os resultados são eloqüentes, especialmente no varejo
e no setor rural, onde a automação de mecanismos de concessão de financiamentos ajudou a levar o crédito
a todas as faixas de clientes.
A qualidade dos serviços prestados aos acionistas e clientes são os alicerces de um Banco que se posiciona
como o “banco do Brasil”. Somos hoje o retrato de uma empresa que mudou para se fortalecer.
Uma Instituição que busca um futuro sustentado pela geração de resultados, pela transparência de suas
demonstrações contábeis e por uma profunda identificação com as demandas de seus clientes.
O BB em grandes números – Consolidado operacional das dependências (agências e subsi-
diárias integrais no País e no exterior) — Legislação Societária.
1 9 9 6 1 9 9 7 1 9 9 6 1 9 9 7
R$ milhões US$ milhões (*)
No ano
Receitas totais 19.549 22.649 18.808 20.288
Despesas totais 27.075 22.075 26.049 19.774
Resultado líquido (7.526) .574 (7.241) .514
Dividendos - 163.627 - 146.567
Ao final do ano
Ativo total 82.633 108.916 79.501 97.560
Operações de crédito 25.737 26.007 24.761 23.295
Depósitos 45.196 55.305 43.483 49.538
Patrimônio líquido 5.592 6.003 5.380 5.377
Capital social 1 6 . 3 1 3 5 . 5 8 7 1 5 . 6 9 5 5 . 0 0 5
R$ por lote de mil ações US$ por lote de mil ações (*)
Lucro/(prejuízo) (10,57) 0,81 (10,17) 0,73
Dividendos
ON -1º semestre - 0,1153 - 0,1033
2º semestre - 0,1097 - 0,0983
PN - 1º semestre - 0,1153 - 0,1033
2º semestre - 0,1207 - 0,1081
Valor patrimonial 7,80 8,43 7,50 7,55
1996 1997
Nº de ações 711.972.313.081 711.972.313.081
Ordinárias 399.184.582.309 399.184.582.309
Preferenciais 312.787.730.772 312.787.730.772
Rede de dependências
País 4.443 4.445
Exterior (inclui subsidiárias) . 37 . 34
Nº de funcionários 85.361 76.387
1 9 9 6 1 9 9 7 1 9 9 6 1 9 9 7
Subsidiárias no País (**) A t i v o P L L L Rent./PL %
R $ US$ (*) R $ US$ (*) R $ US$ (*)
BB Banco de Investimento S.A. 1.863,01 1.668,77 313,35 280,68 202,70 181,57 64,69
BB Dist. Tit. e Val. Mob. S.A. 1.797,09 1.609,72 158,99 142,42 39,54 35,41 24,87
BB Financeira S.A. 1.726,09 1.546,12 94,79 84,91 54,58 48,49 57,58
BB Leasing S.A. 664,29 595,03 115,13 103,13 68,12 61,02 59,17
BB Adm. de Cartões S.A. 652,39 534,37 68,52 61,38 38,28 34,29 55,87
BB Corretora de Seguros S.A. 133,33 119,43 28,81 25,81 7,66 6,87 26,59
Subsidiárias no exterior (**) A t i v o P L L L Rent./PL %
R $ US$ (*) R $ US$ (*) R $ US$ (*)
BB Europe 172,49 154,26 17,95 16,05 0,74 0,66 4,12
BB Leasing Co. 146,28 131,03 115,39 103,36 11,35 10,17 9,84
BAMB 6.824,69 6.113,12 1.110,98 995,14 290,60 260,30 26,16
BB AG Viena 287,73 257,06 16,07 14,35 1,44 1,29 8,96
* Taxa de conversão em 31.12.96: US$ 1,00 = R$ 1,0394 — em 31.12.97: US$ 1,00 = R$ 1,11 6 4 .
** Valores em milhões. Posição: 31.12.97.
Mensagem da Diretoria
Senhores Acionistas e Clientes – Em 1997, o estreitamento do sistema financeiro — evidenciado
pela perda crescente de participação no Produto Interno Bruto (PIB) — e a chegada dos conglomerados
internacionais exigiram novas estratégias para reduzir custos, ampliar investimentos em tecnologia, restabele-
cer a cultura do crédito, disseminar o foco nos resultados e capacitar qualitativamente os profissionais.
Boa parte desses esforços foi canalizada para o setor de varejo. O Banco do Brasil demonstrou capacidade
de se adaptar às exigências do mercado, oferecendo novas opções de crédito a grupos segmentados de
clientes e produtos modelados de acordo com a nova realidade econômica.
O Banco também se consolidou como o grupo que mais cresce na área de seguridade. Essa nova fronteira
de negócios, pelo momento que o País atravessa, é marcada pelo acirramento da competição e pela criativi-
dade no lançamento de produtos inéditos e adequados às mais diversas demandas. Continuamos sendo
destaque na área de mercado de capitais. O Banco, além de líder na administração de recursos de terc e i r o s ,
destaca-se pelo amplo leque de opções oferecidas aos investidores.
Para ampliar a base de clientes (tanto pessoas físicas quanto jurídicas), e para sustentar essa nova fase, o
Banco vem realizando investimentos maciços em novas tecnologias, pilar de qualquer projeto de expansão
de negócios. Na base conceitual de todas essas transformações, continua a disseminação do Programa de
Qualidade, que vem integrando todos os funcionários na construção de um novo Banco.
A conquista do certificado ISO 9002 para o gerenciamento de Travelers Cheque, em outubro, e para a
Central de Análise de Crédito, em novembro, é também parte do êxito que marcou o ano de 1997.
Com a metodologia atualmente adotada na análise do crédito, o BB volta a ser referência para o mercado.
Em 1997, o Banco do Brasil deu continuidade ao modelo de gestão de riscos de mercado, iniciado em 1996.
O projeto está sendo instalado na BB DTVM, na Gerência de Operações Financeiras – Gerof e no Brazilian
M e rchant Bank – BAMB. As demais carteiras serão incorporadas paulatinamente. A implantação de uma
tesouraria moderna está diretamente vinculada aos resultados de um modelo eficaz de gestão de riscos.
Convênio firmado com o Instituto Nacional de Reforma Agrária – Incra vem possibilitando a recuperação
de dívidas de difícil solução. Em 1997, 148 áreas (617.492 ha) foram destinadas ao Programa de Reforma
Agrária. Foi instaurado processo fundiário de 36 imóveis, com área de 223.160 ha, no valor de R$ 55
milhões, permitindo o assentamento de quase 4.700 famílias.
Na perspectiva de um futuro sustentado, merece destaque a negociação, com a Caixa de Previdência dos
Funcionários do Banco do Brasil – Previ, do passivo referente à complementação da aposentadoria do pes-
soal admitido até 14.4.67. Os associados também foram beneficiados com as mudanças no estatuto
e no plano de benefícios da Previ.
O esforço tem sido também no sentido de sensibilizar os funcionários e canalizar nossa criatividade para
oferecermos o melhor atendimento bancário do País. Afinal, a perpetuidade da Empresa e a retribuição aos
acionistas estão na proporção direta das soluções que encontrarmos para enfrentar a concorrência crescente.
Em um ambiente de profundas transformações, essa distinção nos credencia para enfrentar melhor o futuro.
Esse é o nosso compromisso com nossos clientes, acionistas e investidores. A Diretoria.
Em busca da brasilidade — por Affonso Romano de Sant’Anna*
Que país é este?José de A l e n c a r
Que país é este?Machado de A s s i s
Que país é este?Deputado Francelino Pereira
Nenhum Brasil existe. Acaso existirão os brasileiros? Carlos Drummond de A n d r a d e
O Brasil tem mudado de pele. E, certamente, de ossatura. Sendo um ser em metamorfose, há 500 anos,
é legítimo que o Brasil de hoje não seja exatamente o de ontem, assim como o de amanhã não será o de
agora. Isto contraria uma definição de brasilidade entendida como uma “essência”, algo imutável, idêntica
a si mesma no fluir dos anos. E introduz uma inquietação e complexidade: o sentimento de “brasilidade”
é diferenciado diacronicamente conforme o momento histórico percorrido, assim como é diverso num
mesmo instante sincrônico, conforme as cabeças que pensam o Brasil.
Qual a diferença entre o que ia na cabeça de Martim Afonso de Souza na primitiva São Paulo do século
XVI e o que vai na cabeça de um industrial paulista hoje? Qual a diferença (ou identidade?) entre a visão
de Anchieta e Nóbrega e as ações políticas e sociais da Igreja Católica em nossos dias? Em quê o Brasil de
Machado de Assis é diferente do de Guimarães Rosa? Niemeyer diz vir de uma tradição barroca. Mas quais
as diferenças e identidades entre ele e Aleijadinho?
Diria que, diacronicamente, o sentimento de brasilidade conheceu pelo menos três instantes específicos:
o de defesa da territorialidade, o da expectativa imperial e o da consciência nacionalista. E que agora, ao
cruzarmos para o século XXI, está sendo de novo redimensionado.
A incorporação da territorialidade coincidiu com os nossos três primeiros séculos: o colonizador aqui radi-
cado, tendo exterminado e/ou dominado os índios, percebeu que o seu destino e o da terra eram o mesmo.
O inimigo mais ameaçador vinha do exterior: os holandeses, os franceses e os corsários que queriam aqui
estabelecer entrepostos e colônias.
Com a Independência em 1822, a consciência imperial se configura e domina o resto do século XIX.
Exemplifica-se em guerras de fronteira, que reafirmam a territorialidade e marcam os avanços geo-
econômicos e políticos. Os inimigos não vinham mais da Europa, mas eram nossos vizinhos (Paraguai,
A rgentina etc.). Caxias e Rio Branco são emblemas da consciência de territorialidade associada à consciência
i m p e r i a l .
No século XX, sobretudo a partir dos anos 20 e 30, e depois nos anos 50, 60 e 70, com os monopólios
estatais, a exacerbação nacionalista propiciou uma alteração nesse quadro. A ameaça não era mais guer-
reira nem fronteiriça, mas econômica. Brasilidade e nacionalismo se confundiram e iniciou-se uma ver-
dadeira disputa ideológica para ver que partido, que líder ou quem era mais e melhor brasileiro. O moder-
nismo literário com comunistas e integralistas, a disputa entre esquerda e direita são trilhas nessa estrada.
Esses três instantes mencionados podem, no entanto, se superpor. Defesa da territorialidade, expectativa
imperial e consciência nacionalista, em maior ou menor escala, podem estar no Padre Vieira que pensava
no advento do Império de Cristo sediado nos povos de língua portuguesa, ou nos intelectuais modernistas
que reeditaram o mito expansionista dos bandeirantes e queriam um “Brasil grande”, tanto quanto os gene-
rais-presidentes, como Geisel.
Se os anos 80, através da mística da “cidadania”, trouxeram a batalha pelos direitos de “minorias” e
“excluídos”, é possível que os anos 90 estejam sendo um outro momento de inflexão na metamorfose da
brasilidade: a entrada na globalidade força a revisão da consciência nacionalista, cobra uma autocrítica da
vocação imperial e confronta a territorialidade real com a territorialidade virtual da era da internet.
Até o final do século XIX, por outro lado, a brasilidade era um atributo da elite branca a que tiveram direito
os imigrantes que aqui aportaram. Formalmente, os ex-escravos negros passaram a se habilitar a ela a partir
de 1888 com a lei que os libertou. Os índios, apenas no século XX, com o Marechal Rondon, começaram
a ser convocados para a brasilidade e forçaram mais ainda sua participação a partir dos anos 80.
Sintomaticamente na passagem dos anos 70 para os 80, uma pergunta pairou no ar envolvendo a questão
da brasilidade. E aí, nós, os brasileiros, de modo explícito, nos perguntávamos angustiadamente: “que país
é este?”. Descobriu-se, então, que em Machado de Assis havia a mesma pergunta numa de suas crônicas.
E a mesma indagação estava literalmente escrita num texto de José de Alencar. Isto nos faz supor que Tira-
dentes, lutando pela Independência, e André Vidal de Negreiros, pelejando contra os holandeses, também
se punham a mesma questão. Mas evidentemente teriam repostas diferentes para a própria perplexidade.
Daqui a cem, duzentos, trezentos anos se poderá fazer outro Relatório do Banco do Brasil sobre este tema.
O País já não será o mesmo, embora, nós, os intelectuais, procuremos o ontem no hoje e queiramos proje-
tar o hoje no amanhã. A pergunta será a mesma, mas as respostas serão necessariamente diferentes.
A menos, é claro, que ocorra episódio semelhante ao fim do Império Romano e o mundo se reorganize de
outra forma, talvez sem as nacionalidades como as conhecemos hoje. Com efeito, na Europa, África e Ásia,
neste século, países trocaram de fronteiras e de nomes, outros surgiram e desapareceram. E há casos de
comunidades como a dos judeus, a dos palestinos e a dos ciganos que existiram e existem até sem território.
Neste sentido, a América tem sido privilegiada, pois tem mantido seu mapa sem grandes modificações,
nos últimos séculos.
No livro Caráter Nacional Brasileiro, Dante Moreira Leite reuniu os muitos conceitos de brasilidade expres-
sos desde nossas origens até a metade deste século. É um painel amplo e contraditório. Essa contradição
ou dialética sempre existiu. Os autores românticos eram ufanistas. Os modernistas viraram o Brasil pelo
avesso, radicalizaram a questão e até chegaram, como Drummond, a duvidar se o Brasil e os brasileiros
realmente existiam.
Nas últimas décadas, mais teorias surgiram, diferenciando e enriquecendo esse acervo. E assim o País se
constrói entre ufanismo e crítica, entre paráfrase laudatória e paródia crítica. O século XXI está aí. É
possível até que ele já tenha começado quando caiu o muro de Berlim e a internet descentralizou de vez a
informação e redistribuiu as fontes de poder.
Ao se fazer a pergunta sobre a brasilidade hoje, de uma coisa pode-se estar certo: a brasilidade não se con-
tenta mais com a territorialidade satisfeita, não se exercita mais numa vocação imperial, não se basta nas
disputas nacionalistas. Algo de novo está se configurando. E a primeira condição para se ver o novo é saber
assinalar, destacar, descartar ou rearticular o que ficou velho.
Quem tem ouvidos ouça, e quem tem olhos veja, diz o pregador.
* E s c r i t o r, professor universitário, jornalista, com participação ativa em movimentos que transformaram a poesia brasileira. Autor de trabalhos querevelam profunda sensibilidade política e social, é considerado um dos mais influentes cronistas do País. Foi presidente da Biblioteca Nacional (RJ)e da Associação de Bibliotecas Nacionais Ibero-americanas. Publicou cerca de 30 livros, entre crônicas, ensaios e poesias.
Ambiente econômico e indústria bancária – No cenário econômico mundial, o ano
de 1997 foi marcado pela crise no Sudeste Asiático e sua influência no desempenho das bolsas de valores de
todo o mundo. Os efeitos também atingiram o sistema financeiro da Tailândia, da Coréia do Sul e explici-
taram a precariedade do setor bancário japonês.
O Governo brasileiro reagiu à crise com o aumento das taxas de juros — de 22% a.a., em outubro/97, para
43% a.a., em novembro/97 —, a fim de manter a atratividade do País ao capital internacional. A d o t o u ,
ainda, conjunto de medidas (“pacote fiscal”) para absorver o impacto da elevação dos juros sobre as contas
p ú b l i c a s .
Bancos estrangeiros no Brasil: participação no setor bancário privado brasileiro
Ativo To t a l
Operações de Crédito
Patrimônio Líquido
Lucro Líquido
6 , 8 %
3 , 5 %
D e z / 9 4 D e z / 9 5 D e z / 9 6 J u n / 9 7
Fonte: Austin Asis, in Folha de S.Paulo 2 8 . 9 . 9 7 .
7, 1 % 7,2 %
9 , 2 %
3,6%
6 , 7 %
2 , 7 %
9 , 5 %
4,3%
7 , 2 %6 , 5 %
16 , 6 %17, 0 %
12 , 4 %
8 , 8 %
O sistema financeiro brasileiro, que está concluindo com sucesso sua reforma, vem superando os efeitos da
crise asiática sem maiores conseqüências. Nesse segmento, o ano de 1997 confirmou tendências de maior
seletividade na concessão de créditos e de aumento da desintermediação bancária. Também consolidou o
interesse dos bancos estrangeiros pelo mercado nacional. Em junho/97, o capital estrangeiro já detinha cerc a
de 12% do patrimônio líquido e 16,5% dos ativos totais consolidados do setor bancário brasileiro.
Para reforçar sua posição competitiva, o Banco do Brasil promoveu novos ajustes em 1997, em busca de
negócios de maior rentabilidade e da diversificação de produtos e serviços.
O Brasil em grandes números
1 9 9 6 1 9 9 7 1998 e
Inflação - % a.a. 10,0 4,8 3,1
Balança comercial - US$ bi (5,5) (8,4) (4,0)
Fluxo de comércio - US$ bi 100,9 114,4 121,1
Variação do PIB - % 2,8 3,0 1,0
Juros reais - % a.a. 16,5 17,6 21,1
Reservas internacionais - US$ bi 60,1 52,2 60,3
e: estimativa.
Desempenho financeiro
Os dividendos de nossos esforços – A proposta de distribuição do Lucro Líquido do exercício —
R$ 573,8 milhões, dos quais R$ 286,1 milhões relativos ao segundo semestre — prevê destinação aos
acionistas, a título de dividendos, de 30% do lucro líquido ajustado pela Reserva Legal. Conforme alteração
estatutária ocorrida no segundo semestre, as ações preferenciais têm direito a dividendos, no mínimo, 10%
superiores aos atribuídos às ações ordinárias. Do lucro do exercício, 5,0% serão destinados para Reserva
Legal e 3,0%, para Reservas Estatutárias. O saldo restante constituirá as Reservas para Expansão, a fim de
atender à política de modernização tecnológica e de investimentos da Empresa.
O Resultado da Intermediação Financeira atingiu R$ 2.231,4 milhões. As Receitas da Intermediação
Financeira cresceram 10,1% — de R$ 13.667,6 milhões, em 1996, para R$ 15.050,9 milhões, em 1997.
Destinação do Lucro Líquido em 1997
Reservas para Expansão
Reserva Legal
Reservas Estatutárias
Ações Ordinárias
Ações Preferenciais
6 3 , 5 %
5 , 0 % 3 , 0 %1 5 , 3 %
1 3 , 2 %
1º sem/97 2º sem/97 To t a l
Lucro Líquido 287.726 286.093 573.819
Reserva Legal 14.386 14.305 28.691
Res. Estatutárias 8.632 8.583 17.215
Dividendos 82.090 81.536 163.626
Reservas p/ Expansão 182.618 181.669 364.287
Tal acréscimo concentrou-se nas Receitas de Operações de Crédito, que passaram de R$ 7.110,6 milhões
para R$ 9.143,7 milhões, grande parte em conseqüência da efetivação das rendas de operações inscritas em
Créditos em Liquidação, não ajuizados, no valor de R$ 2.100,0 milhões (Lei 9.430/96). O efeito desse
aumento foi anulado pelo reforço à Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa – PCLD, pelo mesmo
v a l o r, a débito de resultado. As Despesas da Intermediação Financeira atingiram R$ 12.819,5 milhões —
queda de R$ 3.403,0 milhões (21,0%) — e explicam, em grande parte, a elevação do Resultado da
Intermediação Financeira.
O Resultado de Participações em Coligadas e Controladas, credor de R$ 643,5 milhões, foi outro destaque
na composição do superávit do exerc í c i o .
As Receitas de Prestação de Serviços alcançaram R$ 2.537,8 milhões e representam 30,3% do total das
despesas administrativas. Em 1996, a relação correspondia a 29,4%.
Despesas de Pessoal / Despesas Administrativas
8 7 , 4 %8 4 , 6 %
8 0 , 3 %7 6 , 6 % 7 4 , 8 %
1 9 9 3 1 9 9 4 1 9 9 5 1 9 9 6 1 9 9 7
O ativo total do Conglomerado alcançou R$ 108,9 bilhões, com expansão de R$ 26,3 bilhões — 31,8%.
A carteira de Operações de Crédito totalizou R$ 36,9 bilhões, sem o efeito da PCLD. O crescimento foi de
R$ 5,3 bilhões — 16,9%.
Qualidade do Ativo – Inadimplência
A carteira de Depósitos a Prazo, à Vista e de Poupança — R$ 53,6 bilhões — cresceu 25,6% em relação a 1996.
O Patrimônio Líquido atingiu R$ 6,0 bilhões, já sensibilizado pela distribuição do lucro líquido do segundo
semestre, e as ações alcançaram valor patrimonial de R$ 8,43 por lote de mil, considerada a quantidade
atual de 711.972.313.081 ações.
(Atraso + CL) /Ativos de Crédito
Provisões/(Atraso + CL)
Consolidado — Legislação Societária / Operações de Crédito + Arrendamento Mercantil + Outros Créditos.
D e z / 9 3 D e z / 9 4 D e z / 9 5 D e z / 9 6 D e z / 9 7
8 %
3 5 , 5 %
11 , 2 % 1 2 , 6 % 1 3 , 3 % 1 3 , 3 %
2 8 , 6 %
7 5 , 9 %
111 , 9 %
1 4 0 , 8 %
Por decisão da Assembléia Geral Extraordinária, realizada em 23.4.97, foi aprovada a redução do Capital
Social de R$ 16,3 bilhões para R$ 5,6 bilhões, sem modificação do número de ações emitidas. A i n i c i a t i v a
decorreu da necessidade de compatibilizar o Capital Social com o nível de Patrimônio Líquido do Banco.
O sonho brasileiro: resgate e avanço — por Décio Pignatari*
Vou reentrar no meu povo.
Reprincipiar minha ciência.
Mário de Andrade, O carro da miséria.
O futuro do “País do Futuro” já tem data marcada: o século XXI.
Podemos dizer que, às vésperas de completar 500 anos de idade, o Brasil precisa atualizar suas urg ê n c i a s .
Pois que urgências sempre tivemos, só que elas não se “atualizavam” em redes e processos de realizações
sustentadas, empregando o verbo atualizar tanto no sentido corrente de “pôr em dia”, como no sentido que
lhe dá o mundo acadêmico, fazendo derivar atualizar de a c t u a l i z e, um anglicismo bem adaptado ao nosso
jeito de “traduzir” o que vem de fora. E como não temos um órgão que traduza e atualize as expressões
estrangeiras, como acontece na França e na Espanha, entregamos a tarefa à dinâmica empírica e pragmática
da imprensa e do mundo universitário.
Como diria o velho Mao, para caminhar mil quilômetros, é preciso dar o primeiro passo. Ou como rezam os
versos das Carmina Burana originais, dar início a uma tarefa já é meio caminho andado. E quantos primeiros
passos já demos! Agora, urge juntá-los todos e organizar a marcha do resgate e do avanço de nossas potencia-
lidades científicas, tecnológicas e culturais. Para começar, olhe-se o mapa-múndi: o Brasil é a maior extensão
territorial abaixo do Equador; além disso, esse País de dimensões continentais integra um superc o n t i n e n t e ,
chamado América Latina, que vai do Rio Grande, no México, até o Cabo Horn, abaixo do Estreito de
Magalhães, onde se falam apenas duas línguas — e duas línguas que são primas irmãs. Quem estufou a linha
d e m a rcatória de Tordesilhas até as lonjuras ocidentais que delimitam nossas fronteiras atuais? Os bandeirantes
conquistadores, os jesuítas das catequeses... e o Barão do Rio Branco. Esse sonho caminhante descobria e
abria caminhos à medida que desbravava as novas regiões, por terra e água.
Mas houve quem sonhasse, entrevisse e visse os caminhos do ar: Bartolomeu Lourenço de Gusmão,
Augusto Severo e Santos Dumont, este, o inventor e nosso primeiro d e s i g n e r, no sentido moderno: veja-se a
beleza técnica de seus balões da linha Brasil, veja-se a ortogonalidade mondrianesca do 14-bis, veja-se o
caprichoso projeto do Demoiselle, um eco-d e s i g n inspirado numa libélula. Obrigou Cartier a produzir o
primeiro relógio de pulso, projetou uma casa surpreendente em Petrópolis. Pela ausência de infra-estrutura
tecno-industrial, seus sonhos ficaram suspensos no ar da história, até que a Embraer recomeçasse a dar- l h e s
realidade. Em meados do século passado, o padre cearense José Azevedo inventara um veículo eólio, que não
passou do projeto, como muitos dos extraordinários sonhos de Leonardo da Vinci — e também a máquina de
e s c r e v e r, que saiu do papel para um protótipo de madeira, que mereceu medalhas, honrarias... e mais nada,
por ocasião de nossa primeira exposição “manufactureira”, uma idéia do imperador, que não quis ficar atrás
em relação à Inglaterra e aos Estados Unidos (o presidente Grant convidou-o para o ato inaugural da Feira
Industrial de Filadélfia). Mas o soberano foi o responsável direto pelo maior equívoco econômico e industrial
de nossa história: levou Mauá à falência por pressão dos senhores-de-terra escravistas e, com isso, retardou
por mais de meio século o início do processo de industrialização do País. Tendo dado início a esse mesmo
processo, nesse mesmo período, o Japão começou a preparar-se para o que é hoje.
Quem retomou o bastão, nessa corrida de revezamento industrial, foi o extraordinário Delmiro Gouveia,
uma espécie de Cidadão Kane do sertão: de exportador de couros para os Estados Unidos, transformou-se em
empresário. Extraiu energia elétrica de Paulo Afonso; montou uma fábrica de linhas de costura que chegou a
concorrer com a marca Corrente, da Machine Cottons; construiu o primeiro mercado com iluminação
elétrica, logo incendiado pelos concorrentes e inimigos (isto, em Recife) e a primeira vila operária também
beneficiada pela energia elétrica; foi misteriosamente assassinado na varanda de sua casa, em 1914, e hoje
é nome de cidade.
Como queria Oswald de Andrade, nossa criatividade antropofágica no que ao k n o w - h o w se refere, já tem
história, uma preciosa história, embora nem sempre com final feliz. “Tupi or not tupi, eis a questão”, era assim
que o nosso grande canibal cultural resumia a sua proposta de antropofagia cultural, econômica, tecnológica
e industrial. Trocando em miúdos: precisamos saber escolher o que há de melhor lá fora, seja h a r d, seja s o f t-
w a r e, reprocessar esse melhor e devolvê-lo melhor ainda ao mundo, para maior benefício do povo brasileiro,
este inventor coletivo. Não soubemos tirar o mínimo proveito da invenção da fotografia, em 1832, obra de
H é rcules Florence, um francês radicado em Campinas, SP. Mas fizemos com o futebol o que deveria ter sido
feito e o que sempre deverá ser feito. Deglutimos o s o c c e r e devolvemos ao mundo um futebol mais criativo e
eficiente do que o praticado pelos seus próprios criadores primeiromundistas. Homenageando esse povo cria-
d o r, concluímos como começamos, citando Mário de Andrade, um dos grandes lutadores modernos da brasi-
lidade e do abrasileiramento:
Pois então há de parir
nossa exatidão também.
* Professor titular de Ambiente e Comunicação na Faculdade de A rquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Jornalista, cronista, publi-citário, é também um dos mais conceituados estudiosos da semiótica, no Brasil. É um dos ícones da poesia concreta brasileira. Autor de romances,livros técnicos, crônicas e poesias. Destacam-se as obras Semiótica da Arte e da A rquitetura; Informação, Linguagem e Comunicação.
Acordo com a Previ – No primeiro semestre, o Banco provisionou R$ 8,7 bilhões para o
passivo referente ao complemento de aposentadoria do pessoal admitido no Banco até 1967 (fluxo estima-
do atuarialmente e descontado à taxa de juros de 12% a.a.). Simultaneamente, e amparado pela Circular
Bacen 2.746, de 20.3.97, ativou créditos tributários, decorrentes de prejuízos fiscais e diferenças
intertemporais, no valor de R$ 11,3 bilhões.
A diferença foi utilizada para reforçar a provisão para riscos dos créditos não-renegociados no processo de
securitização de dívidas do crédito rural e outros. Não houve, portanto, qualquer efeito direto no resultado.
Em dezembro/97, o corpo funcional aprovou novo estatuto da Caixa de Previdência dos Funcionários do
Banco do Brasil – Previ. Entre outras alterações, o texto aprovado traz novo regulamento de benefícios, um
modelo mais atualizado de gestão (partilha melhor as responsabilidades), além de plano de contribuição
definida para os novos associados.
Em razão do novo estatuto, o Banco formalizou acordo com a Previ, que permitiu reduzir o passivo referente
ao complemento de aposentadoria do pessoal admitido até 1967 para R$ 5,9 bilhões. Tal passivo deverá ser
amortizado em período de, aproximadamente, 32 anos.
A diferença de R$ 1,6 bilhão, apurada entre o valor daquela provisão previdenciária (em novembro/97,
R$ 7,5 bilhões) e o atual (R$ 5,9 bilhões), foi novamente utilizada para reforçar a provisão para riscos
de crédito.
Infra-estrutura
O salto tecnológico – O Banco finalizou 1997 com investimentos em tecnologia da ordem de
R$ 262 milhões, além de ter contratado equipamentos em operações de leasing — R$ 22,8 milhões. Até
o ano 2000, o BB prevê despender mais R$ 1,4 bilhão, aproximadamente.
Recursos Tecnológicos -
Evolução 1 9 9 5 1 9 9 6 1 9 9 7 Va r.% (95/9 7 )
Computadores PC 19.923 2.600 35.743 79,4
Mainframe (TB) 2,4 4,9 7,4 208,3
(MIPS) 962 1.600 2.194 128,1
Fac Símile 3.600 4.789 4.056 12,7
Home Banking -
Empresas 5.350 10.938 52.400 879,4
Personal Banking -
Pessoas Físicas - - 160.702 -
Fone - Localidades 78 91 92 17,9
Fax - Localidades 39 45 45 15,4
BB World Net -
Redes Locais 22 26 26 18,2
Dependências ligadas
ao Sistema VSAT 626 1.250 2.616 317,9
Com estes investimentos, a Empresa concluiu a integração de 100% de suas agências (2.777) ao sistema o n -
l i n e. Adquiriu 27.534 novas estações de trabalho (microcomputadores), entre as quais 22.820 terminais de
caixa. Para apoiar sua extensa rede, providenciou a compra de mais 9.130 servidores, além de vários outros
equipamentos, com vistas a aprimorar os serviços oferecidos aos clientes.
O Banco expandiu a capacidade de processamento para 2.194 MIPS (milhões de instruções por segundo) —
43% a mais em relação a 1996 e 128% a mais em relação a 1995. Para o aumento da capacidade de
armazenamento de dados, adquiriu mais dois TB (t e r a b y t e s) em discos de alta tecnologia, o que possibilitou
melhor tempo de resposta nas aplicações o n - l i n e e maior confiabilidade na guarda de dados. O acréscimo
de velocidade na recuperação de informações permitirá ao Banco focar o desenvolvimento de aplicativos
Automação no País — Agências on-line
7 2 , 2 %
8 4 %
9 5 , 6 %1 0 0 %
D e z / 9 4 D e z / 9 5 D e z / 9 6 D e z / 9 7
sob a forma o n - l i n e, com acesso imediato à sua gigantesca base de dados. A capacidade de armazenamento
de dados em todo o sistema de computação corporativa do BB passou de 2,2 TB, em dezembro/94, para
7,36 TB, em 1997. O incremento é de 234%.
No “Projeto ANO 2000”, o BB vem trabalhando para ajustar o processamento de datas posteriores a 1999
pelos seus sistemas eletrônicos de informações e automação bancária, cujo inventário e planejamento das
atividades já foi concluído em 1997. A adequação dos sistemas encontra-se em andamento. Dos 106.981
programas existentes, 21% estão em conformidade com o ANO 2000, 39% não necessitam ajustes, 21%
serão desativados e 19% estão em adequação. Os testes de integração tiveram início em março/98 e a
implementação total está prevista para até 31.12.98.
Na condição de executante do Serviço de Compensação de Cheques e outros Papéis, o BB apresentou, em
agosto/97, padrões e cronograma aprovados pelo Conselho Consultivo da Compe – Cenecomp – Febraban.
Os testes com outros bancos tiveram início em 2.3.98; a implementação está prevista a partir de 1.6.98; e a
data limite para que todas as instituições participantes estejam em conformidade com o novo padrão é 1.9.98.
Profissionalização e produtividade – O MBA Treinamento para Altos Executivos, realizado em
p a rceria com as melhores instituições de ensino do País, formou 1.170 funcionários, em diversas modali-
dades, no ano de 1997.
O Programa Profissionalização, implantado pelo Banco desde 1996, recebeu o prêmio da A s s o c i a ç ã o
Brasileira de Comunicação Empresarial – Aberje (Região Centro-Oeste/Leste), nas modalidades “Campanha
de Comunicação Interna“ e “Inovação”. Conta, atualmente, com 64.754 inscritos.
Treinamos 439 funcionários, no âmbito do Programa Novos Gestores. O objetivo é identificar, desenvolver
e certificar profissionais para atuarem em qualquer unidade.
O BB instituiu novo Sistema de Retribuição para seus funcionários. O objetivo é tornar a Empresa cada vez
mais competitiva. Com o novo Plano de Cargos e Salários – PCS, definimos tabela de salários baseada na
prática de mercado e corrigimos o crescimento vegetativo da folha de pagamento, gerado pelas promoções
automáticas por tempo de serviço.
Estabelecemos o Plano de Cargos Comissionados – PCC em níveis de responsabilidade funcional com o
objetivo de torná-lo compatível com a arquitetura organizacional da Empresa e criar maiores opções de
crescimento profissional para os funcionários. Implementamos, também, valor de referência para cada função,
espécie de garantia que tem como parâmetro o valor observado no mercado para o exercício de atribuições
semelhantes às do Banco.
Em 1997, o corpo funcional e o BB fecharam acordo coletivo pelo período 1997/1998. A cláusula principal
foi a concessão do abono de R$ 3.000,00 — o acordo não contempla reajuste salarial —, alternativa
igualmente acolhida no dissídio referente ao período 1996/1997.
Considerados os desligamentos observados no segundo semestre — 3.893 no quadro próprio e 678 no de
estagiários —, o Banco fechou 1997 com 76.387 funcionários e 12.417 estagiários. Desde o início da atual
gestão, 1995, a redução foi de 42.993 pessoas do quadro permanente e 11.314, do temporário.
Recursos Humanos (mil)
Rede de distribuição – Em continuidade ao processo de revisão da rede de distribuição, transfor-
mamos 142 agências pioneiras em Postos Avançados de Atendimento e desativamos 20 agências
deficitárias em municípios já assistidos por outra instituição financeira.
O processo de revisão possibilitou, também, o encerramento de atividades de 85 Centros de Processamento
E s t a g i á r i o s
F u n c i o n á r i o s
To t a l
2 5 , 3 2 3 , 7
11 9 , 4
1 4 3 , 1
2 0 , 8
9 4 , 7
11 5 , 5
1 3 , 8
8 5 , 3
9 9 , 1
1 2 , 4
7 6 , 4
8 8 , 8
1 2 5 , 9
1 5 1 , 2
1 9 9 3 1 9 9 4 1 9 9 5 1 9 9 6 1 9 9 7
de Serviços e Comunicações – Cesec. O porte de outros seis foi reduzido, com a centralização de diversos
serviços em nível estadual e regional.
Ao final do exercício, o Banco mantinha, no País, 4.445 pontos de atendimento, entre os quais, 2.777 agên-
cias. Os clientes dispõem de 15.144 equipamentos de auto-atendimento (6.922 terminais de saque e 8.222
terminais de extrato), além de 731 quiosques do Banco24Horas.
Com o fechamento da subagência de Barcelona, Espanha, a rede de dependências externas do BB terminou
o exercício com 22 agências, duas subagências, cinco escritórios e cinco subsidiárias.
Em 1997, a venda de 1.742 imóveis “não de uso” gerou receitas, para o BB, da ordem de R$ 160,8 milhões.
As vendas de bens móveis “não de uso” alcançaram R$ 4,5 milhões, volume bem superior aos R$ 936 mil
de 1996.
Globalização à brasileira — por Jorge Caldeira*
Há cinco séculos a globalização é um fenômeno que ocorre no interior da vida brasileira. As condições natu-
rais (floresta tropical), sociais (ocupação do território por grupos indígenas isolados) e tecnológicas (domínio
de instrumentos vindos da Europa pelos portugueses e dos conhecimentos agrícolas e biológicos da floresta
tropical pelas tribos), no período inicial do contato entre culturas diferentes, ainda no século XVI, influíram
para a formação de uma complexa mistura entre miscigenação e escravidão. Casamento, guerra e submissão
tornaram-se os elementos catalisadores de uma intensa troca cultural, que permitiu o rápido surgimento de
um tipo da terra, nem europeu nem índio.
Esse mundo de trocas culturais foi bastante ampliado com a chegada de escravos africanos — e, posterior-
mente, imigrantes. A extensa base original de trocas culturais permitiu que, mesmo dentro de moldes bastante
excludentes da escravidão, houvesse um espaço para o entendimento do outro, do diferente. Criaram-se,
assim, as condições práticas para a realização do ideal renascentista: nada do que é humano se tornou estra-
nho ao Brasil. Obviamente era uma realização viezada por hierarquias, mas que nunca chegava a dominar
totalmente o espaço social da abertura para o diferente.
Se a escravidão provocou entraves econômicos — os maiores dos quais foram as dificuldades para passar ao
capitalismo no século passado e as desigualdades econômicas e educacionais que perduram até o presente —,
o convívio permanente de cada brasileiro com outras culturas abriu espaço para as soluções: um ideal de
democracia política, cuja maior expressão são os 172 anos de funcionamento do parlamento e as 50 eleições
nacionais em nossa história; a permanente postura de abrir a economia para investimentos externos; a política
internacional de paz.
Desde a Independência, em 1822, todo o esforço de modernização do País esteve centrado na idéia de
empregar as possibilidades culturais da aceitação da diversidade para criar um ambiente institucional de
investimento fora do universo escravista e do autoritarismo implícito no sistema. Eram esforços necessaria-
mente universalistas, cuja maior expressão no século passado foi o Barão de Mauá, empresário multinacional
e refundador do Banco do Brasil, em 1851, como uma empresa voltada para o financiamento desse progres-
s o .
Como, no Brasil, nem mesmo os setores de produção mais atrasados socialmente desconheciam o merc a d o
internacional (afinal, o tráfico de escravos era uma forma de comércio internacional considerada lícita até o
século passado), as barreiras culturais para entender a economia como um universo tão global quanto o da
cultura sempre foram mínimas. De modo geral, os dirigentes econômicos do País sempre entenderam que
tirariam mais proveito dessa situação que do isolamento.
Mesmo durante o período de maior fechamento da economia, a partir dos anos 30 deste século, foram
mantidas as condições básicas de recebimento de influxos externos, sobretudo a busca de apoio ao capital
estrangeiro e a manutenção de empresas multinacionais no País. Por isso, assim que o fenômeno da globa-
lização provocou o rompimento das restrições políticas da Guerra Fria, que obrigavam os países a alinha-
mentos automáticos, abriu-se para o Brasil a possibilidade de aproveitar sua tradição como potencial na era
pós-muro de Berlim. Em menos de uma década, as amarras que tinham sido internalizadas foram cortadas
uma após outra por vontade popular, traduzida em apoio ao Congresso para votar mudanças.
Além da velocidade e profundidade dessas mudanças, salta aos olhos o fato de que elas não vêm provocando
mais que reações localizadas de setores que se beneficiavam da proteção monopolística do mercado fechado
e dos privilégios sociais de seus controladores, dentro e fora do Estado. Isso ocorre porque, no Brasil, os
impedimentos culturais que a globalização traz, expressos em reações xenófobas de variada espécie, são
praticamente desprezíveis. Pelo contrário, o maior acesso ao mundo exterior é visto como um bem pelo
cidadão comum e como uma realidade inevitável pelo empresariado, que enfrenta com coragem as duras
conseqüências da decisão nacional de abrir velozmente sua economia.
Expostos à competição internacional em condições internas que os tornam uma das categorias mais atingidas,
os empresários fazem grandes esforços para aproveitar o lado bom da situação: aumentar a produtividade,
melhorar o desempenho de suas empresas, buscar o mercado externo. Nesse caminho têm muitas vezes
contado com o apoio dos trabalhadores, que chegaram até a aceitar diminuição de salários para permitir a
continuidade do esforço de modernização.
A aceitação generalizada da diversidade cultural como valor é a base social que permite a absorção do
impacto produzido pela abertura da economia. Apesar das dificuldades, predomina a crença de que é um
ganho para o País o contato intensivo com o mundo externo — e a de que o País tem capacidade cultural
para retrabalhar a seu favor os impulsos do processo. Graças a essa base, e a um governo engajado com esses
anseios, o Brasil vem conseguindo montar um quadro institucional adequado ao mundo globalizado — e aos
brasileiros que vivem a globalização como uma realidade permanente de sua formação.
* Jornalista, sociólogo, doutorando em Ciência Política na Universidade de São Paulo. Autor dos livros Noel Rosa de Costas para o Mar; Mauá,Empresário do Império; Viagem pela História do Brasil, este lançado em 1997. Escreveu ensaios para diversas publicações. Foi editor das revistasExame e IstoÉ e editor do caderno Ilustrada da Folha de S.Paulo.
Expansão dos negócios
Negócios e varejo – Com a ampliação de produtos e serviços oferecidos, o BB registrou elevação
de 1,6 milhão de novos clientes na sua base de correntistas (pessoas físicas e jurídicas), cujo total al-
cança 7,9 milhões.
Entre os produtos destinados a pessoas físicas, os destaques foram as modalidades de CDC (Automático,
Cheque Veículo e Veículo Próprio). São de fácil operacionalização e podem ser contratados através de
fax, telefone, computador, internet ou qualquer terminal de auto-atendimento do BB Personal Banking. No
período, efetivamos 1,4 milhão de novos contratos (crescimento de 272%), passando de uma carteira total
de R$ 887 milhões, em 1996, para R$ 1,7 bilhão, no exerc í c i o .
Crédito — Pessoas Físicas (R$ milhões)
Cheque Especial
C D C
To t a l
6 2 1 5 7 5
9 6 3
1 . 7 1 5
2 . 6 7 8
2 2 7
8 4 8 8 8 7
1 . 4 6 2
D e z / 9 5 D e z / 9 6 D e z / 9 7
Os Depósitos à Vista no BB apresentaram crescimento de 122,6%, com captação total de R$ 9,3 bilhões.
A Poupança-Ouro cresceu 33,3%, em relação a 1996, e apresentou captação total de R$ 16,6 bilhões.
Para aplicações em Depósitos a Prazo, lançamos, em janeiro, o BB Aplic30, BB Aplic120 e BB A p l i c
Programado. No período, foram captados R$ 930 milhões. A carteira de depósitos a prazo registrou incremento
de 6,3%, com volume total de R$ 27,6 bilhões.
A base de cheques especiais de pessoas físicas apresentou crescimento de 66% no ano, com destaque para o
Classic — destinado aos clientes na faixa de renda entre 3 e 10 salários-mínimos —, com incremento de 587%
no período. Os clientes de cheques especiais totalizaram 3,3 milhões, dentre os quais, 1,4 milhão de detentores
do Classic. O volume de crédito utilizado atingiu R$ 1 bilhão.
Depósitos à Vi s t a
P o u p a n ç a - O u r o
Depósitos a Prazo
4 . 1 9 3
1 2 . 4 6 0
2 5 . 9 6 6
9 . 3 3 3
1 6 . 6 1 3
2 7 . 6 0 4
1 9 9 6 1 9 9 7
Depósitos à Vista, Poupança-Ouro e Depósitos a Prazo (R$ milhões)
O Travelers Cheque Banco do Brasil conquistou, em outubro/97, o primeiro certificado ISO 9002 do Conglo-
merado. Com incremento de 29,4%, o volume negociado alcançou R$ 334 milhões, 39% do merc a d o
nacional. O BB é o único emissor da América Latina e o quinto no mundo, em vendas, com bandeira Vi s a .
A base de cartões de crédito passou de 1,1 milhão, em 1996, para 1,6 milhão, em 1997 (+ 37%),
com destaque para o ClassCard, destinado, preferencialmente, aos clientes com faixa de renda entre
3 e 10 salários-mínimos: totalizou mais de 100 mil cartões ativos. Seu portfólio conta, ainda, com o Clube
Ouro Internacional — programa de bônus que continua a oferecer benefícios ainda não disponíveis pela
concorrência —, Seguro Ouro 48 Horas, OuroCard e MasterCard.
O BB passou a ser o líder dos cartões Visa no País, com faturamento acumulado de R$ 2,5 bilhões (22% de
participação no mercado daquela bandeira).
O Banco também lançou o cartão de débito Visa Electron, que permite movimentação em qualquer lugar do
mundo e já conta com cinco milhões de unidades emitidas pela Empresa.
Voltado para o público jovem, o BB lançou, em fevereiro, as contas Teen e Campus, que já acumulam 62 mil
correntistas adolescentes e 48 mil universitários.
Desde fevereiro, o cliente do BB passou também a contar com o serviço de custódia de cheques para depósito
em data futura. No período, acolhemos 18,5 milhões de cheques.
A Cobrança Integrada BB alcançou novos recordes — atendemos, aproximadamente, 103 mil clientes, com
mais de 110 milhões de títulos liquidados (volume de recursos de R$ 70 bilhões). Além disso, a vasta rede de
dependências distribuídas pelo País permitiu a liquidação de 60 milhões de títulos de outros bancos.
O BB Personal Banking — canal privilegiado de comunicação com o cliente, via internet, computador domésti-
co ou terminal de agência — conta com mais de 300 mil contas cadastradas e já responde por 5% das liquida-
ções de títulos de pessoas físicas.
O Banco do Brasil é líder na prestação de serviços de liquidação automática de contas. Através do Débito
Programado, realizamos 65,6 milhões de liquidações, correspondendo a 69,9% do total de contas recebidas
pelo Banco (água, luz, telefone etc.).
Nos pagamentos por conta de terceiros, os resultados são igualmente expressivos, com 59 milhões de pagamen-
tos realizados. O Cartão de Pagamento Eletrônico destacou-se entre os serviços oferecidos pelo BB — o número
de cartões utilizados por trabalhadores de baixa renda cresceu 287%, em relação ao ano anterior, passando de
228 mil para 883 mil. Serviço pioneiro no mercado, já atende a 2.700 empresas de todos os segmentos.
Um só Brasil — Muitas brasilidades — por Roberto DaMatta*
Não é exagero dizer que a maioria vê o Brasil como um objeto dual e contraditório: um lado olhando para
trás e o outro mirando um almejado, mas inalcançável, progresso. Encarcerados nessa imagem dupla,
ficamos deprimidos com a ausência de uma ideal e exclusiva "brasilidade" — uma expressão única e domi-
nante de nós mesmos como coletividade. Assim, em vez de termos dois, três ou uma multidão de "Brasis",
haveria apenas um só retrato e uma só brasilidade. No caso, a que estaria mais perto dos modelos de pro-
gresso, desenvolvimento e modernidade nascidos na Europa Ocidental e nos Estados Unidos. Um molde
que teríamos de adotar sob pena de continuarmos divididos e condenados ao atraso, ou, pior que isso, à
incoerência política e social.
Esquecidos da velha lição segundo a qual abordar o Brasil exige que se discutam os modos pelos quais
essa coletividade é constituída enquanto totalidade significativa, não nos damos conta de que pode haver
um Brasil, mas muitas brasilidades.
De fato, como um Estado Nacional moderno fundado num território, administrado por leis e por um gover-
no soberano e eleito pelo povo, o Brasil tem aquela unidade que se vê nos mapas, sendo algo exclusivo e
uno. Mas esse Brasil bem delimitado, relativamente concreto; esse Brasil medido e avaliado pelos índices
econômicos engendra muitas imagens e representações. Ele projeta muitas brasilidades que o redefinem
e constroem.
Há, então, a brasilidade formal das leis, da constituição, do hino, da banderia, dos diários oficiais, dos ban-
cos, dos discursos presidenciais, do Congresso Nacional, das universidades e dos problemas urbanos e
rurais; mas há também um conjunto de brasilidades informais e populares, cuja formulação e consciência
pode ser fonte de alegria ou de profunda perturbação. Pois, ao lado dessa brasilidade que lemos nos jornais
e que se representa como texto escrito e imagem de TV, que segue a lógica do individualismo, do capitalis-
mo e do mercado, temos também brasilidades marginais que rejeitam esses avatares da modernidade e não
se constituem por meio da ciência, das letras e da tecnologia, mas através da comida, do canto, da dança,
das fantasias, das festas e de uma profunda relação com o sobrenatural. Essa é a brasilidade mestiça e rela-
cional dos terreiros de Candomblé e Umbanda, do jogo do bicho, dos almoços de domingo, da sensuali-
dade, do samba e das favelas. Do sertão e das comunidades híbridas, situadas no ponto de intersecção
entre o antigo e o novo, o local e o global, o de dentro e o de fora. Comunidades e brasilidades que vivem
na pobreza material mas desfrutam uma imensa riqueza cultural e ideológica, pois participam de vários
mundos e valores simultaneamente, acreditando em Deus e no trabalho; e também na sorte, no poder das
encruzilhadas, do destino e dos Exus.
Tudo isso resulta num conjunto de brasilidades. Algumas são rudes, outras, eruditas. Algumas, como a dos
autoritários e antipáticos "Você sabe com quem está falando?" — que remetem à hierarquia e ao nepotismo
—, são para serem escondidas; outras, como a da praia, da noite enluarada, da graça das crianças e da
beleza do povo e das mulheres, são para serem exibidas. Há, ainda, as brasilidades complexas que se
fazem pelo reverso, como ocorre nas leituras orgiásticas e carnavalescas, quando o Brasil é lido pelo aves-
so e de ponta-cabeça.
Existem muitas brasilidades dentro e fora do Brasil. Se antigamente elas eram vistas como erros ou sintomas
de doença e atraso, hoje podem ser admiradas como provas de autotranscendência e como um estilo
malandro de leitura múltipla do mundo. Um estilo sempre disposto a contemplar a outra versão e o outro
lado, assegurando que todos podem se salvar e ter razão. Uma forma inclusiva de representação da
sociedade e do sentido da vida que, muito embora tenha assumido a racionalidade, o mercado, o
individualismo e a automação, não quer abandonar um conjunto de formas relacionais centradas menos
em indivíduos autonômos e muito mais em pessoas que se fazem em relação umas com as outras.
No livro Carnavais, Malandros e Heróis, afirmei que o Brasil assustava e fascinava porque havia
institucionalizado pelo menos três brasilidades. Em primeiro lugar, havia a brasilidade da casa e da família.
Brasilidade de cunho particularista, fundada em laços substantivos insubstituíveis: os elos de parentesco,
compadrio e amizade. Tal modo de exprimir o Brasil produz um conjunto de práticas clientelísticas e justi-
fica tanto o nosso azedume diante da lei que vale para todos quanto o modo positivo com que instituímos
o jeitinho e o nepotismo como um modo singular de passar ao largo de normas universalistas. Em segundo
lugar, havia a brasilidade inspirada pela vivência da rua, uma leitura informada e engendrada pela exper-
iência moderna de ver o mundo público: um universo governado por leis abstratas, impessoais e universais
— leis que demandam a igualdade de todos perante o Estado e o mercado. Finalmente, em terceiro lugar,
havia uma brasilidade dada pelas lentes do sobrenatural ou do outro mundo. Uma leitura que substitui o
ímpeto crítico e transformador optando por uma atitude de tolerância diante da vida, conforme demandam
as visões contemplativas que chegam com a presença dos infortúnios, das doenças e, acima de tudo, da
morte.
Há lógica na brasilidade? O que torna original a cultura brasileira é precisamente essa multiplici-
dade de imagens e representações que exprimem uma sociedade movida pelo acasalamento e pela mistura.
Um sistema que, a despeito de todas as pressões individualistas, recusa o compartimento, a pureza e o iso-
lamento individual. É essa lógica que tem salvo o Brasil, pois é ela que junta a casa com a rua, este mundo
com o outro, o antigo com o moderno, a ideologia individualista com os laços de família e, no calor da
hora, pode insinuar o amigo no lugar do inimigo político.
Um dos resultados mais visíveis dessas múltiplas brasilidades é o desenho institucional ambíguo, uma
ordem que com grande imaginação tem combinado instituições tradicionais com valores modernos. Um
desenho, devo acrescentar, que perturba a inteligência sociológica do País que lê esses brasileiríssimos
arranjos locais — capitalismo combinado com escravidão numa modernização por via personalista —
52
como erro histórico ou como sinal de doença e indigência social e política.
Mas como as sociedades vivem sem pedir licença aos sociólogos, é possível interpretar positivamente essas
variadas brasilidades que podem ser um sinal de incoerência, mas são também uma prova de que se pode
encontrar uma saída para a massificação, para o individualismo arrogante e egoísta e para a terrível impes-
soalidade que são o marco do capitalismo globalizado que domina o planeta.
* Professor de Antropologia e detentor da cátedra Reverendo Edmund P. Joyce, c.s.c., de Antropologia da Universidade de Notre Dame, Indiana,Estados Unidos. Autor de vários livros, entre os quais: Carnavais, Malandros e Heróis; A Casa & a Rua; Universo do Carnaval; Conta de Mentiroso:Sete Ensaios de Antropologia Brasileira. Seu último livro, Torre de Babel, reúne crônicas publicadas em sua coluna no Jornal da Ta r d e .
Negócios e médias empresas – O volume de operações com base em recebíveis passou de
R$ 865 milhões, em dezembro/96, para R$ 1.331 milhões, em dezembro/97 (crescimento nominal de 53%).
Destaque neste segmento para o BB Ve n d o r, financiamento de vendas em que o Banco assegura o recebimento
à vista, para a empresa vendedora, e o pagamento a prazo, pela empresa compradora. O saldo da carteira de
dezembro/96 a dezembro/97 passou de R$ 8 milhões para R$ 120 milhões.
Lançamos o Desconto de Cheques, modalidade de crédito destinada à antecipação de valores de cheques pré-
datados emitidos contra qualquer instituição financeira. No exercício, o BB descontou cerca de 8 milhões de
cheques, no montante de R$ 1,5 bilhão. Em dezembro/97, o saldo da carteira de cheques descontados alcançou
R$ 361 milhões.
Lançado em outubro/97, o Crédito Direto ao Fornecedor possibilita aos fornecedores de grandes empresas ante-
cipar seus créditos de forma rápida, simplificada e com taxas atrativas. Com os convênios já firmados, o BB
negociou cerca de R$ 100 milhões.
A Antecipação de Vendas com Cartões de Crédito Visa é outra modalidade de crédito oferecida ao cliente, desde
fevereiro/97. O processo simplificado de operação da linha de crédito permitiu realizar, em 1997, operações no
montante de R$ 400 milhões.
Ao final do exercício, a carteira de l e a s i n g registrou saldo de, aproximadamente, R$ 700 milhões, no total de
quase 20 mil contratos.
Pesquisa de mercado realizada entre 28 instituições mencionadas pelos clientes do segmento c o r p o r a t e a p o n t o u
o Banco como a segunda instituição financeira mais utilizada regularmente pelo grupo. A expansão da carteira
de clientes do BB comprova o resultado: passou de 80 para 250 grupos empresariais.
Mercado de capitais – O Banco do Brasil manteve a liderança no mercado de fundos de investi-
mento, com Patrimônio Líquido de R$ 20,6 bilhões (17,16% de participação no mercado), sem incluir
as carteiras administradas. Comparado ao exercício anterior (PL de R$ 18,3 bilhões), o aumento foi
de 12,57%. Ao final de 1997, o PL de nossos fundos de Renda Fixa era de R$ 15 bilhões e os de Renda
Variável, R$ 5,6 bilhões.
Fundos BB — Evolução do PL (R$ bilhões)
Para o Banco continuar a crescer e manter a liderança no mercado de fundos de investimento, o Conselho
de Administração aprovou, em janeiro/98, proposta de alienação do controle acionário da BB DTVM e BB
Securities. Mediante parceria estratégica, o BB busca incorporar novas tecnologias de gestão de recursos e
conquistar investidores externos, nicho no qual ainda tem pouca penetração. As carteiras administradas pelo
Renda Va r i á v e l
Renda Fixa
To t a l
0 , 6
2 0 , 62 0 , 3
1 7 , 51 8 , 3
11 , 81 2 , 7
8 , 79 , 3
D e z / 9 5 J u n / 9 6 D e z / 9 6 J u n / 9 7 D e z / 9 7
0 , 90 , 9
3 , 3
1 7 , 0
5 , 6
1 5 , 0
BB apresentaram aumento de 118% sobre dezembro/96. De R$ 1,1 bilhão, em 18 carteiras, chegamos a
R$ 2,4 bilhões.
Colocamos, no País, R$ 1,4 bilhão de títulos no mercado de u n d e r w r i t i n g com a realização de 29
operações. As emissões alcançaram R$ 6,8 bilhões. No mercado externo, em 71 operações que atingiram
US$ 4,5 bilhões, colocamos o total de US$ 1,1 bilhão.
O BB também marcou presença nos processos de privatização. Prestamos assessoria econômico-financeira a
oito consórcios vencedores dos leilões — Banda B de telefonia celular (Região Sete); Coelba (BA); Tecon I (SP);
CEEE-D3 (RS), CPFL (SP), Cosern, Tecon II (RJ) e Metrô (RJ). O montante das operações alcançou R$ 8 bilhões.
Com volume negociado de R$ 539 milhões, 18% superior ao de 1996, realizamos 416.950 negócios de
compra e venda de ações o n - l i n e. Em operações de c o m m o d i t i e s, negociamos 2.228 contratos, quantidade
38% superior à do ano anterior.
A partir do Brasil, realizamos 305 operações de t r a d i n g no mercado internacional, com volume financeiro de
US$ 1,2 bilhão. Em transações de compra e venda de ouro, negociamos 1.052 kg de ouro escritural, em lin-
gote e moedas, e 34,8 toneladas em contratos de mútuo.
Seguridade – Ao final de 1997, o complexo de seguridade do BB passou a estar entre os sete maiores
do Brasil, com vendas da ordem de R$ 770 milhões.
Em outubro/97, a Brasilcap passou a ser líder no mercado de capitalização em arrecadação de receitas de
prêmios. Era a quarta colocada no início do ano. O crescimento, em 1997, foi de 77% — faturamento de
R$ 1,02 bilhão. O total acumulado de títulos comercializados até o final do exercício foi de 2,8 milhões.
Na modalidade de pagamento mensal, fechou 1997 com 43% do mercado e reservas técnicas superiores
a R$ 1 bilhão. Manteve, assim, a liderança conquistada em 1996 naquela modalidade.
Brasilcap — Participação de mercado em arrecadação de receitas de prêmio
A Brasilprev começou a operar em todo o País no final de 1994. Hoje é a terceira no mercado de previdên-
cia privada aberta, em receita de contribuição de planos previdenciários. Em 1997, o faturamento foi de
R$ 252 milhões, variação positiva de 22,6% em relação a 1996. Cerca de 388 mil planos foram comerc i a-
lizados até 1997. A grande novidade do ano foi o Brasilprev Júnior, lançado em outubro. Produto inédito,
vendeu 24 mil planos no exerc í c i o .
2 . 0 0 0 *
4 . 0 0 0 *
6 . 0 0 0 *
0 , 7 4 %1 0 , 0 4 %
2 3 , 3 5 %
1 9 9 5 * * 1 9 9 6 1 9 9 7
*R$ milhões. **Início das atividades da Brasilcap em outubro/95.
Mercado (R$ milhões)
Brasilcap (%)
Brasilprev
• 388 mil planos vendidos (nov/94 a dez/97)
• R$ 446 milhões - carteira administrada
• Terceiro lugar em planos comercializados
• Lançamento do Brasilprev Júnior - 24 mil planos em três meses
BB Previdência
• 71 empresas com contratos para desenvolvimento de planos de previdência complementar
• 45 mil potenciais participantes
• 17 empresas recolhendo contribuições
Brasilveículos
• Início das operações em set/97
• Faturamento de R$ 78 milhões
• Resultado líquido do exercício: R$ 3,3 milhões
Aliança do Brasil
• Faturamento em 1997: R$ 388,6 milhões
• Resultado líquido no exercício: R$ 10,3 milhões
Brasilcap
• 2,8 milhões de títulos vendidos (out/95 a dez/97)
• R$ 1,2 bilhão - carteira administrada
• Líder de mercado em venda de títulos de pagamento mensal (42,9%)
• Líder de mercado em receita de prêmios (23,35%)
Com a reorganização societária da Brasilseg em junho/97, o Conglomerado passou a contar com a
Companhia de Seguros Aliança do Brasil, empresa voltada para o mercado de seguros de vida e ramos ele-
mentares, e a Brasilveículos Companhia de Seguros. Com carteira superior a 360 mil veículos, a
Brasilveículos apresentou faturamento de R$ 78 milhões. Começou a operar em setembro/97.
Com a participação minoritária do Banco, o Ministério da Fazenda autorizou, a partir de agosto/97, o fun-
cionamento da Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação, sociedade anônima criada para atender à
demanda da classe exportadora brasileira. Trata-se da primeira associação internacional do BB no merc a d o
de seguros.
Presença internacional – No exercício, a participação do Banco no mercado de câmbio represen-
tou, em média, 13,6% do ramo de exportação, e 20,2% no de importação. Com tais resultados, o BB
garantiu a liderança do mercado, no segmento comercial (exportação + importação).
Em 1997, captamos US$ 400 milhões em e u r o b o n d s, dos quais, US$ 200 milhões pelo prazo de cinco anos
(cupom de 8,375%) e outros US$ 200 milhões pelo prazo de dez anos (cupom de 9,375%).
No que se refere ao financiamento da atividade de exportação, o estreitamento de contatos com banqueiros
internacionais de primeira linha possibilitou o incremento do volume de operações estruturadas, que, no
ano, alcançou US$ 2,78 bilhões. Destaque para aquelas cursadas no âmbito do Programa de Financiamento
às Exportações – Proex, com US$ 2,02 bilhões.
Ainda no tocante ao financiamento das exportações, o Banco fechou 1997 com saldo médio de aplicação
de US$ 1,5 bilhão em operações de ACC/ACE; realizou operações de pré-pagamento que totalizaram
US$ 355 milhões; e disponibilizou US$ 557 milhões em linhas de pré-export.
Com o objetivo de oferecer às pequenas e médias empresas condições para inserção competitiva no merc a-
do internacional, ampliar a base de clientes e expandir os negócios de comércio exterior, implementamos o
Programa de Geração de Negócios Internacionais, que disponibiliza recursos e consultoria com pessoal alta-
mente qualificado nas principais agências do Banco.
Área rural e agroindustrial – O ano de 1997 consolidou o processo de reposicionamento do Banco
junto à área rural e agroindustrial, com a estruturação de operações envolvendo a cadeia produtiva. Nesse sentido,
merecem menção o valor de R$ 235 milhões, destinado aos convênios BB Agro, e os volumes comerc i a l i z a d o s
através do BB Leilão Eletrônico – R$ 721 milhões – e da BB CPR (Cédula de Produto Rural) – R$ 59 milhões.
O financiamento da safra de verão alcançou R$ 2,85 bilhões, até 31.12.97, montante 27% superior ao
da safra anterior. A expectativa de bons preços em 1998 reforça o entendimento de que, nessas operações,
os índices de inadimplência continuarão pouco significativos, como vem ocorrendo desde 1995.
O lançamento do BB Rural Rápido, em agosto/97, também foi sucesso absoluto. Trata-se de modalidade
de crédito rotativo que atende, exclusivamente, aos beneficiários do Programa Nacional de Fortalecimento
da Agricultura Familiar – Pronaf. A operacionalização é simples, de baixo custo e bastante semelhante à de um
cheque especial. Único no mercado, pelo diferencial de atendimento àquele estrato de produtores,
o novo produto ultrapassou, em menos de cinco meses de funcionamento, a expressiva marca de
105 mil contratos (aplicações superiores a R$ 350 milhões).
Dando continuidade às suas ações de apoio ao desenvolvimento de instrumentos privados de comerc i a l i z a ç ã o ,
o Banco lançou o serviço Garantia de Preços Agropecuários, meio de acesso dos produtores rurais aos merc a-
dos futuros e de opções agrícolas, permitindo o travamento de preços e a participação na oscilação positiva das
c o t a ç õ e s .
CPR - Cédula do Produto Rural
• 783 cédulas negociadas
• valor: R$ 58.906 mil
• produtos: algodão, boi gordo, café e soja
BB Leilão Eletrônico
• 674 leilões realizados
• 3,2 milhões de toneladas vendidas
• valor das vendas: R$ 721 milhões
• valor dos retornos: R$ 300 milhões
• produtos ofertados: açúcar, álcool, algodão em pluma, alho, arroz, borracha, café, calcário,
carne, castanha do Brasil, farinha de mandioca, fécula de mandioca, feijão, frutas, girassol,
leite, manteiga, massa, milho, pimenta-do-reino, queijo
BB Rural Rápido
• Lançado em agosto de 1997 com o objetivo de desburocratizar o crédito rural
• Responsável pela liberação de 56% dos recursos do Pronaf em 1997
(cerca de R$ 350 milhões)
Transparência nas relações com os investidores – Com a estratégia de transparên-
cia adotada pela atual gestão, o BB vem se tornando referência em comunicação empresarial. A receptivi-
dade das medidas implantadas desde 1995, a conquista de certificados de qualidade e a obtenção, em
1997, do prêmio “Profissional de Relações com o Investidor”, pela Abamec, referendam os esforços e a ini-
ciativa do Banco em consolidar sua integração com os agentes de mercado.
Em 1997, o Banco destacou-se nos prêmios conferidos pela Associação Brasileira de Comunicação
Empresarial – Aberje, entidade que reúne cerca de 600 empresas associadas, entre elas as 150 maiores do
País. O Banco foi premiado nas categorias “Assessoria de Imprensa” (Lições de Transparência), “Projetos
Institucionais” (Projeto Memória – Castro Alves 150 anos e Banco do Brasil Musical), “Campanha de
Comunicação Interna” e “Inovação” (Programa Profissionalização) e “Vídeo de Comunicação Interna” (BB
Campeões de Atendimento). O Banco também recebeu dois Marketing Best, concedidos pela Fundação
Getúlio Va rgas (CCBB e Projeto Atlanta), manteve-se como o primeiro no Prêmio Top of Mind, oferecido
pelo Instituto Datafolha, e arrebatou duas premiações como “Destaque no Marketing 97” (Associação
Brasileira de Marketing & Negócios). Em 1997, quase 20 mil notícias foram publicadas sobre o Banco do
Brasil (média diária de seis páginas de informações). Nesse total, a participação de matérias positivas chegou
a 90%, marca inédita na história recente da Empresa.
No último pregão da Bovespa, as ações ON do Banco atingiram cotação média de R$ 7,35 e as PN,
R$ 8,22. Os bônus de subscrição foram cotados, valor médio, a R$ 1,95 (Série A), R$ 2,00 (Série B) e
R$ 2,29 (Série C).
Na classificação de risco realizada pela Fitch IBCA, com base nas demonstrações financeiras do primeiro
semestre/97, o BB foi avaliado, em nível nacional, com F1+, índice máximo na escala de r a t i n g nacional de
crédito de curto prazo, e com AA, na de longo prazo (o índice máximo previsto pela empresa é AAA). A
Atlantic Rating (empresa associada à Thomson BankWatch, de Nova Iorque) classificou o Banco — em ter-
mos nacionais, sobre as demonstrações de setembro/97 — com B (a escala da empresa vai até A).
As análises realizadas conceituam favoravelmente o desempenho financeiro do Banco, que, cada vez mais,
vem conquistando a credibilidade do mercado e das agências de r a t i n g. A reputação da Empresa é de
instituição forte e sólida financeiramente, com baixa probabilidade de ocorrência de problemas significativos.
Cotação das Ações BB / Ibovespa (%)
4 0 %
2 0 %
J a n / 9 7 F e v / 9 7 M a r / 9 7 A b r / 9 7 M a i / 9 7 J u n / 9 7 J u l / 9 7 A g o / 9 7 S e t / 9 7 O u t / 9 7 N o v / 9 7 D e z / 9 7
0 %
-4 0 %
-2 0 %
O N
P N
I b o v e s p a
O BB e a comunidade – Em 1997, cerca de 1,4 milhão de pessoas visitaram o Centro Cultural
Banco do Brasil, aberto para o público há oito anos. No total, foram realizados 119 eventos culturais, com
mais de 2.500 espetáculos nas áreas de teatro, música, dança, cinema e vídeo. Ao longo do ano, o CCBB
buscou parcerias com grandes empresas, a exemplo da Petrobrás, beneficiando-se da Lei de Incentivo à
Cultura, para concretizar alguns dos projetos de maior prestígio, no período.
A Fundação Banco do Brasil aplicou R$ 1,9 milhão no Projeto Memória, que, em sua primeira versão, ho-
menageou o sesquicentenário do poeta Castro Alves. Além disso, foram investidos R$ 4,4 milhões, através
da Fundação, em 29 projetos de restauração e conservação do patrimônio histórico. A Fundação Banco do
Brasil também se destacou no apoio à ciência, à tecnologia e a projetos educacionais dirigidos a crianças
carentes e ao homem do campo (Programa AABB Comunidade e Projeto Educar Plantando).
O projeto Musical Banco do Brasil, já no seu quinto ano, levou apresentações dos maiores instrumentistas
brasileiros a 18 cidades, num total de mais de 100 apresentações.
O patrocínio das seleções brasileiras de vôlei masculino e feminino e do Circuito BB de Vôlei de Praia foi
renovado até o final do ano 2000. Em 1997, o Brasil voltou a se destacar em grandes disputas interna-
cionais. Para 1998, estão previstas parcerias com o setor privado, de forma a alavancar negócios a partir do
patrocínio ao esporte.
Conquistando o mercado – O lucro de 1997 é o resultado da nova postura do Banco do
Brasil — política criteriosa e conservadora de crédito, cultura de qualidade total e ênfase empresarial.
Para continuar a ser o “banco dos brasileiros”, a Empresa fomenta o desenvolvimento de novos valores e
mantém como prioridades estratégicas de atuação as áreas de mercado de capitais, seguridade e varejo.
Busca a conveniência do cliente para consolidar a nova trajetória da Empresa, motivo de sua missão — ser o
melhor banco do Brasil.
Prosseguimos em nosso esforço de conquistar mercado e queremos continuar a crescer. Contamos, para
tanto, com o apoio dos nossos acionistas, com a fidelidade dos nossos clientes e com o compromisso dos
nossos funcionários. A D i r e t o r i a .
Banco do Brasil
BB Banco de Investimentos
Brasilsaúde
Brasilcap
Brasilprev
Seg. Bras. Créd. Exp o r t a ç ã o
Upsicard
Visanet
Tecban
Cia. Seg. Aliança Brasil
Brasilseg Participações
BrasilVeículos BB Securities
BBTUR
BB Leasing BB Financeira BB DTVM
BB Europe
BB AG
BB Leasing Co.
BAMB
BB CorretoraBB Cartões
BB Previdência
49,9%
49,99%
40,0%
13,75%
49,0%
29,3%
9,53%
100%
99,99% ON
0,01% ON
70,0% (40% ON)
70,0% (40% ON)
Estrutura do Conglomerado
Varejo e Serviços
Assembléia Geral de Acionistas
Conselho de Administração
Diretoria
Tecnologia
Recursos Humanos
Infra-Estrutura
Secretaria Executiva
Conselho Fiscal
Auditoria Interna
Seguridade
Rural e Agroindustrial
Recuperação de Crédito
Mercado de Capitais e Investimento
Internacional
Governo
Distribuição
Comercial
Unidades Estratégicas de Negócios
Finanças
Crédito
Unidades de Função
Jurídico
Desenvolvimento Empresarial
Controladoria
Comunicação e Marketing
Unidades de Assessoramento
Arquitetura organizacional
Produtos de investimento e capitalização
— Depósitos a prazo:
• CDB
• RDB
• BB Reaplic
• BB A p l i c 3 0
• BB A p l i c 1 2 0
• BB A p l i c P r o g r a m a d o
• Depósitos judiciais
— Títulos de capitalização:
• Ourocap
— Caderneta de poupança:
• Poupança-Ouro
• Poupex
— Fundos de investimento renda fixa:
• BB Fix DI 60
• BB Plus Curto Prazo
• BB Principal Garantido
• BB Empresarial 30
• BB Empresarial 60
• BB Aplic Curto Prazo
• BB Fix Curto Prazo
• BB Fix 30
• BB Fix 60
• BB Hedge Cambial 60
• BB Premium 60
• BB Multicarteira Conservador
— Fundos de investimento renda variável:
• BB Multicarteira A g r e s s i v o
• BB Ações Master
• BB Ações Índice
• BB Fiex
• BB Fundo de A ç õ e s
• BB Ações Te l e b r a s i l
• BB Privatização Light
• BB Privatização Coelba
• BB Ações Eletrobrasil
— Sistema de compra e venda de ações on- l i n e
Empréstimos, financiamentos e
prestação de garantia
— Cheques especiais:
• Cheque Ouro
• Cheque Ouro Executivo
• Cheque Especial Classic
• Cheque Ouro Empresarial
— Conta Corrente:
• Campus
• Te e n
• Eletrônica
• Comum
Principais segmentos negociais
— Cartões de crédito e débito e
cartão de viagem:
• Ourocard
• Classcard
• Business Card
• Co-Branded
• A f i n i d a d e
• BB Visa Electron
• Banco do Brasil Visa Tr a v e l M o n e y
— Crédito direto ao consumidor:
• Sem direcionamento (crédito pessoal com
fiança e CDC automático)
• Com direcionamento (financiamento de veícu-
los e financiamento de demais bens e serviços)
• Com interveniência (CDCI)
— Financiamento de capital de giro:
• BB Giro
• Resolução 63
• Pasep Giro
— Financiamento de vendas
• Desconto de títulos
• Desconto de cheques
• Antecipação de crédito ao lojista
• BB Vendor
— Financiamentos rurais
• Custeio agrícola
• Custeio pecuário
• Investimento agrícola
• Investimento pecuário
• Resolução 2148
— Outros empréstimos e financiamentos
• Programa de Recuperação da Lavoura
Cacaueira Baiana
• Financiamento do 13º salário
• Fungetur – Fundo Geral de Tu r i s m o
• ARO – Antecipação da Receita Orçamentária
• Dívida Fundada
• Finame
— Leasing
• Leasing Internacional
• Leasing
• Leasing Cheque Ve í c u l o
— Av a i s
• Para importação
• Para exportação
• Fampe – Fundo de Aval às Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte
— Fianças
• Para importação
• Prestação de fiança
— Outras garantias
• Garantias prestadas no exterior
• Confirmação de garantias
do exterior
Negócios agroindustriais e com
c o o p e r a t i v a s
— Linhas de crédito e financiamento
• Cooperensino – Para cooperativas educacionais
• Cooperfat – Financia projetos de cooperativas e
associações, com recursos do FAT
• Financiamento a projetos de cooperados –
beneficia produtores rurais, através da sua
c o o p e r a t i v a
• Aquisição de bens para fornecimento a
c o o p e r a d o s
• Aquisição de bens para prestação de serviços
a cooperados
• Adiantamento por conta de produtos a serem
b e n e f i c i a d o s
• Adiantamento por conta de produtos entregues
para venda
• Cheque Especial Unicred Banco do Brasil
— Convênios
• Convênio para integração à Compe
• BB Agro – Parceria com empresas da cadeia
a g r o i n d u s t r i a l
Operações internacionais e
comércio exterior
— Contratação de câmbio
• Financeira
• Importação
• Exportação
— Câmbio manual
• Travelers cheques
• Travelers Cheque Banco do Brasil
• Compra e venda de moedas
estrangeiras em espécie
— Financiamentos
• À exportação A C C
• À exportação ACC Indireto
• À exportação A C E
• À exportação Finamex
• Financiamento de bens exportáveis – FBE
• À importação
• Proex – Programa de Financiamento às
E x p o r t a ç õ e s
— Cobrança internacional
• Do exterior
• Sobre o exterior
• De importação
• De exportação
• Desconto para exportação – Forfex automático
— Outras operações internacionais
• Crédito documentário de importação e de
e x p o r t a ç ã o
• Pagamento antecipado de importação
• Remessa direta de importação
• Export notes
• Depósito em moeda estrangeira no País
• Depósito em moeda nacional de domiciliados
no exterior
• Depósito no exterior
• Transferências financeiras do e para o exterior
• Serviço de comércio exterior
• Consultoria em negócios internacionais
Seguro e previdência
— Seguros
• Ouro A u t o m ó v e l
• Ouro Vi d a
• Ouro Vida Empresa
• Ouro Vida Garantia
• Ouro Vida Produtor Rural
• Ouromed Individual
• Ouromed Empresa
• Ouromed Profissional
• Ouro Empresarial
• Ouro Residencial
• Ouro Importação
• Seguro Fiança Locatícia
• Automático do Penhor Rural
• Modular Residencial
• Equipamentos móveis e estacionários
• Seguro Garantia de Obrigações Contratuais
• Seguros Personalizados
— Previdência Aberta
Plano de Aposentadoria
• Brasilprev Individual
• Brasilprev Júnior
— Previdência Fechada
• BB Previdência
• Previdência para Servidores Públicos
Pagamentos e recebimentos
— Depósitos à vista
— Pagamentos por conta de terceiros
• Crédito em conta corrente
• Pagamento eletrônico
• Emissão automática de recibo
• DOC Eletrônico
• Restituição do Imposto de Renda
• Pagamentos do Tesouro Nacional – OBT
• Pagamentos por conta do Pasep
• Pagamentos de Benefícios
— Recebimentos por conta de terceiros
• Depósitos identificados
• Carnês e assemelhados
• Débito programado
• Agendamento de pagamentos
• Arrecadação de Tributos e Contribuições
— Distribuição da Arrecadação Federal
• FPE – Fundo de Participação dos Estados
• FPM – Fundo de Participação dos Municípios
• Fundef – Fundo de Desenvolvimento da
E d u c a ç ã o
— Cobrança
• Pagamento Eletrônico de Títulos
(cobrança sacada)
— Ordens de Pagamento
— Vale Consumo
• Valetik alimentação
• Valetik refeição
C o m e r c i a l i z a ç ã o
• Empréstimos do Governo Federal – EGF
• Administração de leilões eletrônicos (BB Leilão)
•AGF – Aquisições por conta do Governo Federal
A t e n d i m e n t o
• BB Personal Banking
• BB Responde
Administração de Fundos Oficiais
• FCO – Fundo Constitucional do Centro-Oeste
• Pasep – Programa de Formação do Patrimônio
do Servidor Público
• Funcafé – Fundo de Defesa da Economia
C a f e e i r a
• Proger – Programa de Geração de Emprego e
R e n d a
• Pronaf – Programa Nacional de Fortalecimento
da Agricultura Familiar
• Fundos Oficiais Estaduais e Municipais
Prestação de Serviços
— Administração de Haveres da União
— Agenciamento de Operações com o Governo
F e d e r a l
— Administração da conta-única federal, estad-
ual e municipal
— Operações de Repasse
• Programa de Municipalização da A s s i s t ê n c i a
Social
• Programa de Municipalização da A s s i s t ê n c i a
Saúde
• Reforsus – Reforço à Reorganização do SUS
Turismo, viagens e eventos
• Passagens e pacotes
• Locação de meios de transporte
• Organização de eventos
• Outros serviços
• Operações especiais
Conselho de Administração
Pedro Pullen Parente (Presidente)
Paulo César Ximenes Alves Ferreira (Vi c e - P r e s i d e n t e )
Amaury Guilherme Bier
Eliseu Martins
Fernando Amaral Baptista Filho
Karlos Heinz Rischbieter
Eduardo Augusto de Almeida Guimarães
Conselho Fiscal
Hugo Rocha Braga (Presidente)
Carlos Alberto de A r a ú j o
Fabio de Oliveira Barbosa
Levy Kaufman
Paulo Oscar França
Diretoria
Paulo César Ximenes Alves Ferreira (Presidente)
Carlos Gilberto Gonçalves Caetano
Edson Soares Ferreira
Hugo Dantas Pereira
João Batista de Camarg o
Ricardo Alves Conceição
Ricardo Sérgio de Oliveira
Contadoria
Gil Aurélio Garcia — Contador Geral
Contador CRC-DF 5.027
CPF: 047.999.766-72
Banco do Brasil — Presidência
SBS — Ed. Sede III — 24º andar
70089-900 — Brasília (DF) — Brasil
Tel.: (061) 310-3400
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Relatório Anual 1997
Produção Gráfica: F i s h e r, Justus Comunicação To t a l
Fotos: Eduardo Ta v a r e s
D e s i g n : Rico Lins Studio
E d i t o r a ç ã o : Mariana Bernd, Frederico R. di Rico, Fernanda Rangel
I m p r e s s ã o : B u r t i
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