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9 Introdução O presente trabalho de investigação científica, refere-se em torno das actividades pedagógicas. A Prática Pedagógica II reparte-se em dois grandes momento ou fases, a teoria e prática ambos na tentativa de formar um verdadeiro profissional. Assim, o primeiro momento das práticas pedagógicas II, a teoria iniciou exactamente no princípio do semestre na sala 5 (cinco) da Universidade Pedagógica-Maxixe, mediado pelo/a Dra. Tânia José Mondlane, onde a ideia central foi preparar os estudantes em noções teóricas que pudessem orientar os mesmos no terreno. E o segundo momento foi da prática com início no dia 28 de Março de 2014 na Escola Primária Completa de Rumbana, onde fomos carinhosamente bem recebidos e incumbiu-se a tarefa de assistir as aulas de Ciências Sociais na turma 4 da 6ª classe. Este momento compreendeu uma duração de três semanas, sendo duas por semana. Objetivos das Práticas Pedagógicas II Gerais: - Encaminhar o estudante praticante a conhecer a situação real da Escola;- -Compreender o dinamismo do processo de planificação e leccionação das aulas; -Formar um docente que sabe lidar com conhecimentos teóricos e práticos, que sabe gerir o tempo, o programa e também que sabe diferenciar as aprendizagens e orientar o PEA. Específicos:
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Relatorio Adi

May 02, 2023

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Momade Juma
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Page 1: Relatorio Adi

9

Introdução

O presente trabalho de investigação científica, refere-se em torno

das actividades pedagógicas. A Prática Pedagógica II reparte-se em

dois grandes momento ou fases, a teoria e prática ambos na

tentativa de formar um verdadeiro profissional. Assim, o primeiro

momento das práticas pedagógicas II, a teoria iniciou exactamente

no princípio do semestre na sala 5 (cinco) da Universidade

Pedagógica-Maxixe, mediado pelo/a Dra. Tânia José Mondlane, onde a

ideia central foi preparar os estudantes em noções teóricas que

pudessem orientar os mesmos no terreno. E o segundo momento foi da

prática com início no dia 28 de Março de 2014 na Escola Primária

Completa de Rumbana, onde fomos carinhosamente bem recebidos e

incumbiu-se a tarefa de assistir as aulas de Ciências Sociais na

turma 4 da 6ª classe. Este momento compreendeu uma duração de três

semanas, sendo duas por semana.

Objetivos das Práticas Pedagógicas II

Gerais:

- Encaminhar o estudante praticante a conhecer a situação real da

Escola;-

-Compreender o dinamismo do processo de planificação e leccionação

das aulas;

-Formar um docente que sabe lidar com conhecimentos teóricos e

práticos, que sabe gerir o tempo, o programa e também que sabe

diferenciar as aprendizagens e orientar o PEA.

Específicos:

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-Formar um estudante capaz de utilizar de maneira geral os seus

próprios conhecimentos num determinado nível de ensino-

aprendizagem;

-Saber estruturar o raciocínio de forma logica e coerente;

-Saber sugerir as critica para o melhoramento da planificação de

actividades a serem realizadas na cadeira de Práticas Pedagógicas;

-Conhecer a instituição escolar e a comunidade envolvente.

A observação directa foi concretizada na base da ficha de

inquérito elaborada antes da ida ao campo, na entrevista com a

direcção da escola e o professor tutor.

Objectivos do relatório das Práticas Pedagógicas II

Objectivos gerais:

- Analisar o contexto real do ensino e aprendizagem;

- Demonstrar capacidades de integração de conhecimentos.

Objectivos específicos:

- Compreender o ensino e aprendizagem nas escolas públicas;

- Identificar os princípios reguladores do PEA;

- Sistematizar dados empíricos.

Fases da Práticas Pedagógicas II

Segundo Dias, et al (2008:17), as práticas pedagógicas estão

divididas em quatro fases que fazem o acompanhamento do processo

da formação inicial dos professores na UP.

Page 3: Relatorio Adi

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Referências teóricas

Segundo BARTOLOMEIS (1977:130), aula é uma forma organizativa em

que um professor dirige durante um tempo fixo em lugar

especificamente determinado, que a actividade cognitiva de um

determinado grupo de alunos é dirigida pelo professor, tomando em

conta as particularidades de cada um.

Segundo LIBANEO (1994:177), a aula é um conjunto de meios e

condições pelos quais o professor dirige e estimula o processo de

ensino em funções da actividade do aluno no processo de

aprendizagem escolar ou seja, a assimilação consciente e activa

dos conteúdos.

De acordo com CARDOSO (2005: 80), o aluno só aprende o que o

professor quer que aprenda.

Aprendizagem é um processo de aquisição e assimilação mais ou

menos consciente de novos padrões e novas formas de perceber, ser,

pensar e agir (NEVES, 2000:171).

Segundo ESTRELA (1999:172), aprendizagem é uma modificação

relativamente permanente na capacidade do Homem, ocorrida como

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resultado da sua actividade e que não pode ser simplesmente

atribuída ao processo de crescimento e maturação.

Para PILETTI (2004:190), Avaliação é um processo contínuo de

pesquisas que visa interpretar os conhecimentos, habilidades e

atitudes dos alunos, tendo em vista mudanças esperadas no

comportamento, propostas nos objectivos a fim de que haja

condições de decidir sobre alternativas do panejamento de trabalho

do professor e da escola como um todo.

Segundo ALARCAO (1996: 186), educação é o processo de transmissão

de características, e experiencias sociais dos mais velhos para os

mais novos ou de uma geração velha para uma geração jovem.

BRANCO (2004: 40), afirma que educação é a organização dos

recursos biológicos do indivíduo, de todas as capacidades de

comportamentos que o fazem adaptável ao meio físico e social.

Segundo LIBANEO (1994:143), Escola é um lugar colectivo do

trabalho ou instituição de formação e educação do Homem.

PILETTI (2004:16), afirma que Escola é um ambiente em que os pais

e professores promovem conjuntamente a educação.

De acordo com NERICE (1991: 16), motivação é a vontade ou

interesse por algo que brota dentro do próprio indivíduo. No

processo de ensino e aprendizagem a motivação é um elemento

indispensável e está ao cargo do professor condicionar a

existência dela para impulsionar a aprendizagem.

Para MONTEIRO (2004:206) Motivação é um processo que visa criar

situações que levem o indivíduo (educando) a querer aprender.

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13

Ao observar a escola as aulas, é tarefa do estudante praticante,

com auxílio do supervisor não só limita-se a preencher fichas de

observação, formulários, diários, etc. Ele deve reflectir,

questionar, compreender e interpretar os dados do dia-a-dia da

escola (DIAS, 2008: 21).

Para MOREIRA (2005: 16), professor eficaz é um indivíduo

academicamente capaz, proficiente na matéria que deve ensinar, e

preocupado com o bem-estar dos educandos.

1. Localização e Descrição Física da Escola

1.1 Localização da Escola

A Escola Primária Completa de Rumbana encontra-se localizada na

zona de Rumbana a Norte do Município da Maxixe aproximadamente a

três km, próximo da Wenela e da Igreja Congregacional de Balaza. É

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limitada a norte, a este e oeste pelas residências dos moradores

do bairro, a sul pelas casas dos professores. Está distante da

estrada nacional número1 e próximo da rua Bispo Almeida Penicela.

Devido o sítio onde a escola se encontra, pode se a firmar que

estrategicamente está mal situada por que não há acesso fácil para

se chegar lá.

1.2 Historial da Escola

A Escola Primária Completa de Rumbana foi criada pela Igreja

Católica a pedido do régulo Rumbana em 1953. Primeiramente com o

nome de Escola Capela, uma vez que aos domingos o Padre celebrava

missa no mesmo edifício. De 2 a 16 de Fevereiro do mesmo ano

arrancaram portanto, as aulas de baixo de uma mangueira com um

efectivo de cinco alunos leccionados por um professor e meses

depois fez se uma sala de material precário ou local. A EPC de

Rumbana foi fundada pela Igreja Católica a pedido do régulo

Rumbana, a mesma era tida como Capela pois nos Domingos o Padre

realizava missas, o que se chamava de escola de Canto Santo

António de Rumbana. Os primeiros alunos foram: Alcídio Zacarias

Matule (filho do regulo), Jacinto Ambrósio, Badru Momade, Joaquim

Fernando, José Jaime Mafudane (filho do professor) que vinham

transferidos da igreja Teresinha do menino Jesus da Maxixe para

apoiar o professor que na altura trabalhava simplesmente sozinho.

Porem é de referir que Alcídio Zacarias filho do régulo de Rumbana

é que substitui o pai após sua morte. Em 1956 constrói-se um

edifício velho; em 1958 há mudança da sala construída de material

precário para material convencional.

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Em 1974 os Padres deixaram as instalações e todos alunos foram

baptizados pelo Padre Pinh Romano e os sábados eram consagrados

como dias de catequize. Em 1977 o professor Agostinho Paulo

Matavel dividiu a sala em duas para as aulas e em 1978 leccionava-

se a 4ª classe.

1.3 Espaços Escolares

A Escola Primária Completa de Rumbana ocupa uma área aproximada a

150m², onde cerca de 70% do espaço está ocupado pelos edifícios

pertencentes a Escola (salas de aulas, casas dos professores e

casas de banho), sendo que as salas de aulas são as que ocupam um

espaço maior. Também tem umas árvores que dão frutos onde numa das

árvores tem uns bancos onde os professores sentam para descansar.

1.4 Descrição de Infra-estruturas e pátios escolares

A Escola Primària Completa de Rumbana possui 24 salas de aulas

sendo, outras convencionais e outras de material precário. As

salas de construção convencional estão agrupadas em quatro blocos

de duas, três e quatro salas respectivamente, todas salas estão

pintadas no interior de branco, de fora outras salas estão

carapinhadas de baixo até a altura das janelas e a parte de cima

pintadas de branco, cinco salas totalmente carapinhadas e

gradeadas.

Tem um bloco administrativo ligado a uma sala, onde esta dividido

em três compartimentos sendo no primeiro, o gabinete do Director

da escola, no segundo a sala do Director Adjunto Pedagógico (DAP)

e no terceiro a secretaria que funciona também como gabinete

administrativo.

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A escola tem no total 11 casas de banho, sendo cinco antigas e em

condições não favoráveis, e cinco novas em boas condições, e duas

são para os alunos (rapazes), duas para raparigas e uma casa de

banho para os professores e o pessoal não docente. Tem ainda um

pátio escolar para os alunos passarem o recreio ou intervalo, um

armazém, uma fontenária de água, árvores que dão frutas e sombra,

um mastro e bandeira nacional, um jardim bem cuidado.

É de salientar o facto de a Escola não possuir vedação condigna,

cantina escolar, biblioteca, sala de professores, vitrinas para a

fixação de informações, dispositivos para incêndios e um campo de

actividades desportivas pertencente à Escola, visto que de momento

a Escola usa o campo emprestado pela Igreja Congregacional, a

maior parte das salas construídas de material precário estão em

estado de degradação.

Contudo, isto pode fazer com que os alunos saiam da escola para

comprar lanche fora o que pode prejudicar a eles porque podem ser

atropelados, no caso do campo tinham que ter o próprio deles

porque a qualquer momento podem ser despejados e no caso de houver

um incêndio será muito pior já que a escola não dispõe

dispositivos para incêndios quanto as informações sem vitrina não

é fácil todos alunos ficarem atualizados, isto porque, no caso de

o aluno faltar não terá conhecimento de nada.

3. Descrição do Grupo de disciplina e do programa

3.1 Composição do Grupo de disciplina de Ciências Sociais e suas

atribuições

Page 9: Relatorio Adi

17

A área de Ciências Sociais é composta por dois professores, sendo

um professor para a 6ª classe e um professor que lecciona as 7ª

classes. Uma vez, que a Escola possui 36 turmas do primeiro grau e

13 turmas do segundo grau (6ª e 7ª classe), cada professor

responde por uma classe, por sinal onde lecciona ou seja, o

professor lecciona todas sete turmas da 6ª classe e é director de

turma da 6ª três o outro professor dá aulas a todas nove turmas da

7ª classe e também é director da 7ª quatro.

Segundo a direcção da Escola, todos os planos da área das ciências

Sociais são elaborados por este grupo.

3.2 Planos de estudo do ciclo

Esta Escola infelizmente não possui um plano de estudo feito para

a disciplina de Ciências sociais. Porém, o grupo de disciplina

antes de elaborar o plano semanal faz uma retrospectiva dos

conteúdos leccionados ao longo da semana e de seguida procuram

mecanismos ou estratégias para voltarem a repisar nos conteúdos

não percebidos. Disseram ainda os professores que para se

ultrapassar este problema dão trabalhos de casa e prometem aos

alunos nota quem conseguir.

3.3 Planificação Analítica e Semanais

Segundo PILETTI (2004: 60), planificar é estudar, assumir uma

atitude séria e curiosa diante de um problema, onde cada individuo

procura reflectir para decidir quais as melhores alternativas de

acção possíveis para alcançar determinados objectivos a partir de

certa realidade, pois, quanto mais complexos forem os problemas,

maior é a necessidade de planejar.

Page 10: Relatorio Adi

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A EPC de Rumbana, possui um plano analítico de Ciências Sociais

elaborado por professores da mesma área, ou seja, por professores

que dão a mesma disciplina. Onde os professores retiram os

conteúdos para a elaboração do plano e diário. O plano analítico

de conteúdos é elaborado logo no princípio de cada trimestre com

base no programa para garantir o decurso normal de aulas. O número

de aulas no plano analítico é determinado pelas semanas lectivas

de cada trimestre e pelo número de aulas semanais do professor.

Quanto aos planos semanais, nesta Escola é indispensável o uso da

planificação semanal, uma vez que os professores desta área

retiram do plano semanal, os conteúdos que devem ser leccionados

numa determinada semana. Para além disso a direcção distrital e

provincial visitam sempre a EPC de Rumbana, então os professores

fazem de tudo para não serem surpreendidos sem plano de aula.

4. Observação da Turma

4.1 Características da Sala

As aulas do campo por mim assistido no âmbito da Prática

Pedagógica II, decorreram de 28 a 22 de Maio de 2014 na turma 4 da

6ª classe. Portanto, a turma 4 é uma sala feita de material

convencional, dispõe de janelas, porta, apresenta o chão limpo, a

mesma esta em boas condições para leccionação de aulas, a sala é

limpa, os alunos estão organizados em filas, não sentam nas

carteiras, são devidamente organizados, são pontuais as aulas, tem

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chefes dos grupos, chefe de higiene e chefe da turma. Porém a sala

tem porta, tem ainda um quadro preto em condições razoáveis para a

aprendizagem por onde os professores escrevem informações

importantes sobre as aulas. A sala não tem carteiras para os

alunos, somente uma para o professor, o que significa que os

alunos acomodam-se no chão ou no cimento gelado, o que poderá mais

tarde criar problemas de saúde para estes. Ao andar do tempo isso

pode fazer com que os alunos fiquem doente e isso poderá

prejudicar o ensino.

4.2 Organização da Turma

A turma 4 da 6ª classe, é representado por uma chefe da turma e um

subchefe, chefe de desporto e de higiene. Verificou-se também que

as raparigas sentam em frente e quase todos os rapazes sentam se

atrás, onde por vezes fazem barulho, passam muito tempo da aula a

conversar.

Pode fazer com que eles não percebam nada devido ao barulho que

fazem e como consequência no dia da avaliação não fazerem nada ou

mesmo cabular o que prejudica não só ao aluno mas também ao

ensino. Visto que na medida em que o professor explica e ao mesmo

tempo o aluno provoca barulho corre o risco de não perceber nada e

quando o professor fazer perguntas acerca do que estava a falar o

aluno repara para cima e não responde nada.

4.2.1 Director da turma e suas funções

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20

O Director da turma é um professor que é incumbido a

responsabilidade de velar pela turma, e este é também um professor

que lecciona na mesma sala. Tem a tarefa de:

Velar a aplicação do regulamento interno da Escola nas

turmas, preencher o livro de sumário da turma,

Conhecer a situação de cada aluno na turma, no concernente

ao aproveitamento pedagógico, assiduidade, anseio e higiene

Aplicar as decisões das estruturas superiores na turma.

Promover reuniões com pais ou encarregados de educação para

dar informação da situação dos seus educandos sobre o

aproveitamento pedagógico.

4.2.2 Chefe da Turma e sua função

O/a chefe da turma é um aluno/a que é escolhido pelos seus colegas

ou ainda escolhido pelo director da turma para representar a turma

no caso de ausência do professor e ainda dirigir algumas

actividades que competem a eles realizá-las. Assim, o/a chefe da

turma tem o dever ou tarefa de:

Velar pelo material em uso na sala de aula (giz, apagador,

carteiras, livro de turma…)

Orientar a limpeza da sala de aulas todos os dias, antes e

depois das aulas.

Informar se sempre das dificuldades da turma e encaminha-lo

se necessário ao director da turma.

Procurar se informar das inquietações que os chefes dos

grupos encaram na realização das actividades escolares.

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21

Controlar as presenças dos seus colegas no hino nacional e

na sala de aulas e procurar ainda saber por que o colega

faltou.

4.2.3 Chefe do grupo e sua função

O chefe do grupo é um aluno escolhido num grupo ou fila para

representar e orientar actividades diárias inerentes a esse mesmo

grupo, ele é incumbido a tarefa de:

Ajudar o chefe da turma a controlar o material didáctico em

uso na sala de aulas

Controlar a presença e participação dos seus elementos do

grupo na realização das actividades.

Informar ao chefe da turma as dificuldades que o grupo

encara na realização das tarefas

4.3 Características dos alunos

A turma da 6ª 4 da EPC de Rumbana, possui um total de 43 alunos

dos quais 13 são do sexo masculino e 30 são do sexo feminino.

Assim, eles têm uma idade compreendida ou que varia de 10 a 15

anos. Segundo os relatos colhidos estes alunos professam

diferentes religiões, mas uma parte considerável pertencem a

religião cristã Congregacional de Moçambique, talvéz por que esta

Igreja esta muito próximo da Escola. A Língua do primeiro contacto

predominante é Guitonga, e a língua Xitsua ocupa a segunda

posição. São alunos provenientes do bairro Rumbana, onde a Escola

está inserida, então eles fazem um trajecto curto para chegar à

Escola e de Escola para casa, onde se estima um percurso temporal

de 10 a 20 minutos no máximo. Presume-se que sejam de família de

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22

classe social baixa. Segundo eles, a maior parte dos rapazes fora

das aulas vão as oficinas para aprender algumas profissões. No que

se verificou neles é que tem uma personalidade aceitável e estão

dispostos para aprender.

4.4 Características do professor

O modo de aprender a profissão conforme a perspectiva de

imitação, será a partir da observação, imitação, reprodução e as

vezes reelaboração dos modelos existentes nas práticas consagradas

como bons (DIAS, 2008: 52).

O professor tutor é um Licenciado, tem um carácter bom, conversa e

acolhe as ideias dos outros de uma forma boa, tem respeito e

consideração pelos outros. Vem a sala motivado e sabe motivar os

seus alunos a ter gosto pelas aulas de ciências sociais, sempre

adoptou aulas interactivas com os seus alunos, por isso os seus

alunos participam sem nenhum problema. Contudo, ao longo das

minhas aulas do campo verifiquei que ele respeita todas as funções

didácticas nas suas aulas (Introdução e Motivação; Mediação e

Assimilação; Domínio e Consolidação; Controlo e Avaliação). Sempre

dá TPC e na aula seguinte corrige em conjunto com os seus alunos.

Duma forma agradável e boa colaborou em todas as minhas

inquietações inerentes às actividades do campo, mostrou-se seguro

no domínio do trabalho que ele faz.

5. Estrutura e Organização das aulas

5.1 Descrição do plano de aula do tutor (professor)

O professor de Ciências Sociais, a qual eu pude assistir as aulas

dela, leva consigo todos dias o plano de aulas que serve de

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espelho para desenvolver o conteúdo previsto num dado dia. Ele

para elaborar este, apoia- se do plano analítico feito por um

conjunto de professores da mesma área. O plano em uso na EPC de

Rumbana obedece as quatro funções didácticas ordenado de acordo

com os momentos didácticos (Introdução e Motivação; Mediação e

Assimilação; Domínio e Consolidação; Controlo e Avaliação). No

início ou seja no topo, é identificado a Escola, a data, o tema,

os objectivos por se alcançar nessa aula. Na tabela vem a duração,

funções didácticas, o conteúdo, o que o professor e o aluno devem

fazer, a metodologia e os recursos didácticos. Contudo, os

objectivos por ele traçados adequam se ao ambiente das crianças,

as técnicas são boas, mas ele não explora novos recursos que podem

chamar mais atenção ao aluno, só usa livro.

5.2 Descrição da articulação do plano durante o decurso das aulas

do tutor

No concernente á articulação ou comprimento do plano para o

alcance dos objectivos traçados, o tutor respeitava e seguia os

momentos ou funções didácticos, porém ele não se apegava ao tempo

em todas as aulas uma vez que, nem sempre os alunos percebiam a

matéria no tempo precisamente estabelecido e com isso a

necessidade de se repetir a explicação. Os objectivos traçados nos

temas que eu assisti adequavam se com o conteúdo em estudo, as

tarefas do professor e do aluno estavam sem dúvida bem traçados,

as técnicas e métodos por ele preferidos estavam a nível dos

alunos e os alunos mostravam se dentro do assunto em causa e dava

ainda muita motivação para eles aprender a matéria. Apesar de ele

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24

não explorar novos recursos didácticos, usando somente o livro do

aluno e o quadro os alunos relacionavam as figuras do livro com a

realidade mais próxima deles, o que criava de certa forma uma

expectativa muito grande.

5.3 Uso de Recursos didácticos

Recursos ou meios didácticos são instrumentos pelos quais o

docente usa para criar mais vontade ao aluno para que aprenda a

matéria em estudo. Assim, na leccionação por mim assistida, o

professor de ciências sociais usa alguns recursos como o livro, o

quadro dependendo do tema que se pretende dar nessa aula. Contudo,

notei que ele não traz novos meios de ensino, como é o caso dos

mapas bem maiores, cartazes, fotografias que tem a ver com a

realidade próxima do aluno, por exemplo nas aulas com os temas

como lagos, rios, florestas, savanas etc. Porém, ele e os seus

alunos faziam leituras das figuras usando o manual do aluno, onde

eles saíam com uma noção do assunto em causa. Isso faz com que o

aluno não esteja bem ciente do que se trata uma vez que ele só se

baseia no seu próprio manual sem recorrer a outros meios que

possam facilitar ou mesmo ajudar a ele a perceber ou a se integrar

melhor no assunto.

5.4 Relação professor e aluno e aluno para aluno

A falta da boa relação entre o professor e o aluno dificulta a

aprendizagem e não estabelece a associação do meio em que a

criança vive com parte teórica, não favorece o desenvolvimento da

observação e do raciocínio da criança e ainda a adaptação da

criança ao meio natural, social em que vive (PILETTI, 2004: 112).

Page 17: Relatorio Adi

25

É certo que onde há mais que uma pessoa, o modo de pensar, sentir,

falar, agir é totalmente diferente, mas nos dias que mi fiz

presente e os relatos colhidos a respeito da turma 4, indicam que

os professores que passam ou leccionam esta turma se entendem

melhor com os seus alunos, ambos se respeitam o que cria um bom

ambiente de aprendizagem. Assim, o tutor mostrou uma capacidade de

acolher e procurar soluções dos problemas que afectam os alunos.

Para os alunos, notei uma ajuda mútua entre eles e procuravam a

todo custo se ajudarem mesmo em momentos inadequados como é o caso

dos testes, eles se comunicavam davam se respostas das questões,

trocavam ainda os materiais escolares, compartilhavam o lanche no

intervalo, colaboravam na realização dos trabalhos em conjunto,

por isso esta turma revelou me um comportamento bom e há um

relacionamento muito agradável.

5.5 Dissertações gerais e avaliação das aulas assistidas

Segundo Dias et al (2008: 23), aos encontros de reflexão,

discussão e problematização de vários assuntos com vista a

estabelecer uma melhor articulação entre a teoria e prática.

De uma maneira geral, as actividades desenvolvidas pelos

professores, na sala de aula, pude observar que são muito

complexas e complicadas, uma vez que requer muita atenção,

responsabilidade, cumprimento de ordens, o uso do conhecimento,

capacidade e vocação para formar um bom Homem. Contudo, o tutor

esforça-se tanto para chegar a um nível mais alto da sua carreira

profissional, mas os deslizes num trabalho não faltam. Apesar de

tudo isso ele dá sempre exemplos mais próximos dos alunos o que

Page 18: Relatorio Adi

26

permite melhor compreensão da matéria em leccionação. Tem uma

caligrafia visível no quadro, interage sempre com os seus alunos,

dá espaço para eles se pronunciarem, a voz dele é abrangente e tem

um domínio da linga portuguesa, domina a matéria, sabe elogiar os

seus alunos.

Conclusão

A actividade de docência exige de um modo geral, uma formação

profissional que habilita o professor para melhor lidar com a

realidade vivida no terreno. Assim, para efectivamente concretizar

essa ideia a UP introduziu esta cadeira de PP’s para melhor

mostrar as directrizes que um docente deve tomar no seu ofício.

Para tal, as práticas pedagógicas preconizam as aulas em teoria e

prática, onde as teóricas dão a noção do que acontece no campo e

as práticas fazem com que o estudante praticante viva a realidade

no terreno. Contudo, eu tive o privilégio de acompanhar os dois

momentos didácticos na Universidade e na Escola Primària Completa

de Rumbana. O primeiro momento foi das aulas de preparação que

espelhou o que podia lá encontrar, a tarefa que devia exercer, o

que devia observar. Segundo momento foi de assistência de aulas. É

nesta fase que acreditou-se que o processo de ensino e

aprendizagem não é uma tarefa fácil, e necessita de muita atenção,

profissionalismo, vocação, paciência e gosto pelo trabalho, uma

vez que é muito complexo, deve-se respeitar muitas regras, deve se

usar meios, técnicas, motivação para convidar o aluno a escutar o

professor, a gostar das aulas para a concretização dos objectivos.

Page 19: Relatorio Adi

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Contudo, pude verificar a garra e a vontade de trabalhar por parte

do tutor, onde mostrou sinais de segurança na mediação das aulas,

respeito pelos planos didácticos, seus alunos e cria um clima

muito favorável para o trabalho. Usa portanto, as técnicas

modernas que colocam o aluno na dianteira ou na concretização dos

objectivos, criando desse modo um ensino mais abrangente onde

todos participam.

Porém, existem alguns aspectos que mancham o ensino na turma em

que estive afecto, inerentes a falta de portão, não há carteiras

para os alunos, a falta de campo para a realização dos exercícios

físicos (educação física), a falta de uma biblioteca. Assim, como

soluções a Escola deve criar mecanismos de colocar carteiras não

só, como também disponibilizar lugar específico para colar

informações (vitrina).

Bibliografia

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Lisboa, porto editora, 1996.

2. BARTOLOMEIS, Francesco de. Introdução à didáctica da escola activa. 2ª

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Page 20: Relatorio Adi

28

3. BRANCO, Augusto Viegas. Auto Motivação. Coimbra, Quarteto Editora,

2004.

4. CARDOSO, Carlos Manuel. Educação Multicultural: Percurso para práticas

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5. DIAS, Hildizina Norberto et al. Manual de práticas Pedagógicas.

Maputo, Educar, 2008.

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8.MONTEIRO, Agostinho dos Reis. Educação e Deontologia. Lisboa, escolar

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Atlas editora, 1991.

11. PILLET, Claudino. Didáctica Geral. 23ª Edição. São Paulo, Cotez

editora, 2002.

12. UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA. Normas para a Publicação de Trabalhos

Científicos na Universidade Pedagógica. Maputo, 2009.

Page 21: Relatorio Adi

29

Anexos

Esquema em uso para a planificação diária

Escola Primària Completa de Rumbana

Data:

Tema:

Objectivos:

Tabela 5: Esquema em uso para a planificação diária

Duração/

Tempo

Funções

didáctica

s

Conteúdo Activida

de do

professo

r

Activida

de do

aluno

Métodos Recursos

didáctic

os

5 Minutos Introduçã

o e

Page 22: Relatorio Adi

30

Motivação15 Minutos Mediação

e

Assimilaç

ão15 Minutos Domínio e

Consolida

ção10 Minutos Controlo

e

Avaliação

Apêndice