Relações Estruturais da Economia Angolana: Uma Abordagem de Insumo-Produto Inter-regional Huambo, Angola 6 de junho de 2019 Prof. Eduardo A. Haddad Professor Titular do Departamento de Economia da FEA-USP, Brasil Senior Fellow no Policy Center for the New South, Marrocos
43
Embed
Relações Estruturais da Economia Angolana: Uma Abordagem ... · (MIIP-ANG), sob condições de informações limitadas. A falta de dados adequados pode ser um problema: mas você
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Relações Estruturais da Economia
Angolana: Uma Abordagem de
Insumo-Produto Inter-regional
Huambo, Angola
6 de junho de 2019
Prof. Eduardo A. Haddad Professor Titular do Departamento de Economia da FEA-USP, Brasil
Senior Fellow no Policy Center for the New South, Marrocos
2
Introdução
Como parte de um projeto em andamento, que visa desenvolver
modelos inter-regionais para países da África, foi construída a
primeira Matriz Inter-regional de Insumo-Produto para Angola
(MIIP-ANG), sob condições de informações limitadas.
A falta de dados adequados pode ser um problema: mas você
espera até que os dados tenham melhorado suficientemente, ou
você inicia o trabalho com os dados existentes, não importa o quão
imperfeitos, e melhora o banco de dados gradualmente?
Nota Técnica: apresenta os procedimentos metodológicos
adotados para a construção do banco de dados necessário para
Estimação de modelos inter-regionais de insumo-produto
Primeiras incursões de Isard (1951) e Leontief et al. (1953). Problemas de escassez de dados, principalmente no que se refere aos fluxos inter-regionais. Diante dessa dificuldade, os chamados “métodos não-censitários” ganharam muita popularidade acadêmica (Round, 1983). As principais técnicas de estimação utilizadas em métodos não-censitários são:
Estimações baseadas em Quocientes Locacionais e suas variações
Modelos gravitacionais Métodos iterativos (RAS)
No entanto, na prática, é comum a utilização combinada dessas formas de estimação.
Department of Economics, University of Sao Paulo
8
Matriz Inter-regional de Insumo-Produto para Angola
A Matriz Inter-regional de Insumo-Produto para Angola (MIIP-ANG)
foi gerada a partir do método denominado Interregional Input-
Output Adjustment System – IIOAS, baseado em Haddad et al.
(2017) adaptado para o caso angolano.
As estimativas resultantes estão disponibilizadas em arquivo
Excel, acompanhando uma Nota Técnica, que deve ser lida em
conjunto com o texto que descreve em detalhe o método:
Haddad, E.A., Gonçalves Junior, C.A. and Nascimento, T.O.
(2017). Matriz Interestadual De Insumo-Produto Para o Brasil:
Uma Aplicação do Método IIOAS. Revista Brasileira de Estudos
O IIOAS é um método híbrido que combina dados disponibilizados
por agências oficiais, como o Instituto Nacional de Estatística de
Angola (INE), com técnicas não-censitárias para estimação de
informações indisponíveis.
As principais vantagens do IIOAS são sua consistência com as
informações da matriz de insumo-produto nacional e a
flexibilidade de seu processo de regionalização, que pode ser
aplicado para qualquer país que:
i. Publique suas tabelas nacionais de recursos e usos (TRUs)
ii. Disponibilize um sistema de informações setoriais
regionalizadas
Department of Economics, University of Sao Paulo
10
Exemplos de aplicações
Department of Economics, University of Sao Paulo
11
O método IIOAS
O processo de construção de matrizes inter-regionais de insumo-produto utilizando o método IIOAS segue três etapas principais: 1. Matriz de insumo-produto nacional, em preços básicos 2. Desagregação regional das informações nacionais
Estimação das Contas Regionais
Estimação de matrizes de comércio inter-regional 3. Regionalização da matriz de insumo-produto nacional
Department of Economics, University of Sao Paulo
12
Base de dados
Informações contidas em um sistema nacional de insumo-produto:
(i) matriz de produção
(ii) matriz de usos e recursos a preços básicos
(iii) matrizes de impostos indiretos
(iv) matriz de importação
(v) matriz de imposto de importação
Além dos dados nacionais, são necessárias as seguintes
informações:
(i) valor bruto da produção (por região e por setor) – VBPR
(ii) exportações (por região e por setor) – XR
(iii) valor adicionado (por região e por setor) – VAR
(iv) investimento total por região – INVTR
(v) consumo total das famílias por região –CFTR
(vi) total de gastos do governo por região – GGTR
Department of Economics, University of Sao Paulo
13
Regionalização da MIIP-ANG para Angola
Department of Economics, University of Sao Paulo
Fontes de dados para Angola
14 Department of Economics, University of Sao Paulo
15
Etapa 1
1. Matriz de insumo-produto nacional, em preços básicos Dados iniciais: Quadro 4.21. Recursos a Preços
Correntes – Ano 2012 (p. 64)
Quadro 4.22. Recursos a Preços Correntes Valor de Produção das Actividades – Ano 2012 (p. 65)
Quadro 4.23. Utilizações a Preços Correntes – Ano 2012 (p. 66)
Quadro 4.24. Utilizações a Preços Correntes Valor Acrescentado Bruto – Ano 2012 (p. 66)
Department of Economics, University of Sao Paulo
Matriz de Insumo-Produto Nacional: Angola, 2012
A estimação da MIP nacional foi ancorada no SCN (INE)
Department of Economics, University of Sao Paulo 16
3A Extracção de Petróleo Bruto e Gás Natura l 0 0 0 561,338 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 561,338 0 0 0 0 -6,716 6,182,350 6,736,972
3B Refinação de Petróleo Bruto e Gás Natura l 20,278 20,287 0 0 0 35,940 8,238 176,887 21,742 36,373 4,048 3,205 64,280 1,857 26,014 419,148 131,697 0 0 0 -899 352,254 902,198
4 Extracção de Diamantes , de Minera is Met. e de Outros Minera is não Metál icos 291 291 0 0 10,858 515 118 2,536 312 521 58 46 922 27 373 16,867 17,574 0 0 0 -2,725 143,728 175,445
3. Regionalização da matriz de insumo-produto nacional Versão adaptada da abordagem de Chenery-Moses (método IIOAS). Assume, em cada região, o mesmo mix de produtos para os diferentes usuários (produtores, investidores, famílias e governo) proveniente da matriz nacional de insumo-produto. As matrizes de comércio são usadas para desagregar a origem de cada produto, a fim de capturar a estrutura da interação espacial na economia angolana.
Department of Economics, University of Sao Paulo
22
MIIP-ANG, 2012
Department of Economics, University of Sao Paulo
Composição setorial do VBP regional: Angola, 2012
Department of Economics, University of Sao Paulo 23
O modelo inter-regional de insumo-produto nos permite
mapear a contribuição da demanda final de uma dada
região sobre a produção de cada uma das regiões do país
Como isso funciona?
Department of Economics, University of Sao Paulo
Demanda por combustível em Huambo Produção de gasolina em Luanda Produção de petróleo em Cabinda
26
Modelo inter-regional de insumo produto
Em um contexto inter-regional, com R regiões diferentes, temos:
𝑥 =𝑥1
⋮𝑥𝑅
; 𝐴 =𝐴11 ⋯ 𝐴1𝑅
⋮ ⋱ ⋮𝐴𝑅1 ⋯ 𝐴𝑅𝑅
; 𝑓 =𝑓1
⋮𝑓𝑅
; e 𝐵 =𝐵11 ⋯ 𝐵1𝑅
⋮ ⋱ ⋮𝐵𝑅1 ⋯ 𝐵𝑅𝑅
VBP Matriz tecnológica Demanda final Matriz de Leontief
𝑥1 = 𝐵11𝑓1 + ⋯ + 𝐵1𝑅𝑓𝑅
⋮
𝑥𝑅 = 𝐵𝑅1𝑓1 + ⋯ + 𝐵𝑅𝑅𝑓𝑅
Department of Economics, University of Sao Paulo
27
Modelo inter-regional de insumo produto
Em um contexto inter-regional, com R regiões diferentes, temos:
𝑥 =𝑥1
⋮𝑥𝑅
; 𝐴 =𝐴11 ⋯ 𝐴1𝑅
⋮ ⋱ ⋮𝐴𝑅1 ⋯ 𝐴𝑅𝑅
; 𝑓 =𝑓1
⋮𝑓𝑅
; e 𝐵 =𝐵11 ⋯ 𝐵1𝑅
⋮ ⋱ ⋮𝐵𝑅1 ⋯ 𝐵𝑅𝑅
VBP Matriz tecnológica Demanda final Matriz de Leontief
𝑥1 = 𝐵11𝑓1 + ⋯ + 𝐵1𝑅𝑓𝑅
⋮
𝑥𝑅 = 𝐵𝑅1𝑓1 + ⋯ + 𝐵𝑅𝑅𝑓𝑅
Department of Economics, University of Sao Paulo
Propagação espacial de choques de demanda final, por origem
Department of Economics, University of Sao Paulo 28
R1 – Cabinda R2 – Zaire R3 – Uíge
R4 – Luanda R5 – Cuanza Norte R6 – Cuanza Sul
Department of Economics, University of Sao Paulo 29
R7 – Malanje R8 – Lunda Norte R9 – Benguela
R10 – Huambo R11 – Bié R12 – Moxico
Propagação espacial de choques de demanda final, por origem
Department of Economics, University of Sao Paulo 30
R13 – Cuando Cubango R14 – Namibe R15 – Huíla
R16 – Cunene R17 – Lunda Sul R18 – Bengo
Propagação espacial de choques de demanda final, por origem
Department of Economics, University of Sao Paulo 31
Rest of the World
Propagação espacial de choques de demanda final, por origem
32
Comércio internacional vs. Comércio inter-regional
Qual o valor adicionado total associado aos fluxos de comércio inter-regional e comércio internacional em Angola? Estimamos, para cada fluxo de exportação originado em cada uma das Províncias de Angola, medidas de comércio de valor adicionado embutido. A abordagem parcimoniosa proposta em Los et al. (2016), baseado na “extração hipotética”, serve como âncora metodológica. Utilizamos dados da WIOD para calcular o conteúdo de valor adicionado das importações regionais do resto do mundo, considerando uma “tecnologia mundial” de produção setorial.
Department of Economics, University of Sao Paulo
Department of Economics, University of Sao Paulo 33
Metodologia
Hypothetical
no trade
to
from
R1 R2 … Rn-1 Rn RoW
R1
𝐷𝑉𝐴1,2 … 𝐷𝑉𝐴1,𝑛−1 𝐷𝑉𝐴1,𝑛 𝐷𝑉𝐴1,𝑟𝑜𝑤
R2
𝐷𝑉𝐴2,1 … 𝐷𝑉𝐴2,𝑛−1 𝐷𝑉𝐴2,𝑛 𝐷𝑉𝐴2,𝑟𝑜𝑤
…
… … … … … …
Rn-1
𝐷𝑉𝐴𝑛 −1,1 𝐷𝑉𝐴𝑛 −1,2 … 𝐷𝑉𝐴𝑛−1,𝑛 𝐷𝑉𝐴𝑛−1,𝑟𝑜𝑤
Rn
𝐷𝑉𝐴𝑛 ,1 𝐷𝑉𝐴𝑛 ,2 … 𝐷𝑉𝐴𝑛 ,𝑛−1 𝐷𝑉𝐴𝑛 ,𝑟𝑜𝑤
RoW
𝐷𝑉𝐴𝑟𝑜𝑤 ,1 𝐷𝑉𝐴𝑟𝑜𝑤 ,2 … 𝐷𝑉𝐴𝑟𝑜𝑤 ,𝑛−1 𝐷𝑉𝐴𝑟𝑜𝑤 −1,𝑛
Valor adicionado total embutido nas vendas de R1 para R2
Department of Economics, University of Sao Paulo 34
Valor adicionado embutido nas transações comerciais das Províncias de Angola (DVA)