REESTRUTURAO DAS CADEIAS DE SUPRIMENTOS: VERTICALIZAO X
HORIZONTALIZAO MARCOS JOS CORRA BUENO - [email protected] UNIVERSIDADE
BANDEIRANTES - UNIBAN CAIO FLAVIO STETTTINER -
[email protected] FACULDADE DE TECNOLOGIA DE GUARULHOS
LINCOLN NOGUEIRA MARCELLOS - [email protected] FACULDADE
DE TECNOLOGIA DE ITAQUAQUECETUBA GIOVANA GAVIOLI RIBEIRO DA SILVA -
[email protected] UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL - UNICSUL
FTIMA GUARDA SARDEIRO - [email protected] CENTRO
UNIVERSITRIO SENAC
Resumo:OOBJETIVODESTEARTIGOESTUDAREEXPLORARASVRIAS
FORMASDEREARRANJODOSELOSDASCADEIASDESUPRIMENTOS
DEALGUMASEMPRESASDOSETORAUTOMOBILSTICOEDOSETOR
CITRICULTOR,ALMDOAGROALIMENTCIO.FOIAPLICADAA
PESQUISAEXPLORATRRIANASEMPRESASVOLKSWAGEN,FORD,
GENERALMOTORS,SADIAECITROSUCO.EMPRINCPIO,DISCUTEM-SEASVANTAGENSEDESVANTAGENSDEPROCESSOSANTAGNICOS
DE REESTRUTURAO DA CADEIA PRODUTIVA COMO A INTEGRAO
HORIZONTALEAVERTICAL.DEPOIS,APARTIRDECASOSDE
SUCESSODEEMPRESASDESETORESTAMBMDISTINTOS,
APRESENTAM-SESEUSRESULTADOSCOMAREESTRUTURAODE
SUASCADEIAS.PORFIM,CONSIDERA-SEQUEESTAS
REESTRUTURAESPODEMSIGNIFICARFATORDE
COMPETITIVIDADEPARAMUITASEMPRESAS,INDEPENDENTEDE SEU SETOR
ECONMICO. Palavras-chaves:CADEIA DE SUPRIMENTOS; INTEGRAO VERTICAL;
INTEGRAO HORIZONTAL rea: 1 - GESTO DA PRODUO Sub-rea:1.3 - LOGSTICA
E GESTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS E DISTRIBUIO XX SIMPSIO DE
ENGENHARIA DE PRODUO Engenharia De Produo & Objetivos De
Desenvolvimento Do Milnio Bauru, SP, Brasil, 4 a 6 de novembro de
2013 2 RESTRUCTURING OF SUPPLY CHAINS: VERTICAL INTEGRATION X
HORIZONTAL INTEGRATION
Abstract:THEAIMOFTHISPAPERISTOSTUDYANDEXPLORETHEVARIOUS
FORMSOFREARRANGEMENTOFTHELINKSOFSUPPLYCHAINSOF
SOMECOMPANIESINTHEAUTOMOTIVESECTORANDINDUSTRY
CITRICULTURISTS,BESIDESAGROFOOD.WASAPPLIEDTO
EXPLORATORYRESEARCHIINCOMPANIESVOLKSWAGEN,FORD,
GENERALMOTORS,SADIAANDCITROSUCO.INPRINCIPLE,WE DISCUSS THE
ADVANTAGES AND DISADVANTAGES OF ANTAGONISTIC
PROCESSESOFRESTRUCTURINGTHESUPPLYCHAINASTHE
HORIZONTALANDVERTICALINTEGRATION.THEN,FROMSUCCESS STORIES OF
COMPANIES ALSO DISTINCT SECTORS,WE PRESENT THE RESULTS OF THIS
RESTRUCTURING THEIR SUPPLY CHAINS. FINALLY,
ITISCONSIDEREDTHATTHISRESTRUCTURINGCANMEANA
COMPETITIVEFACTORFORMANYCOMPANIES,REGARDLESSOF THEIR ECONOMIC
SECTOR. Keyword:SUPPLY CHAIN, VERTICAL INTEGRATION, HORIZONTAL
INTEGRATION XX SIMPSIO DE ENGENHARIA DE PRODUO Engenharia De Produo
& Objetivos De Desenvolvimento Do Milnio Bauru, SP, Brasil, 4 a
6 de novembro de 2013 3 1.Introduo A Gesto da Cadeia de Suprimentos
surgiu nos ltimos vinte anos no apenas como um novo modelo de
gesto, mas sim como uma nova estratgia competitivacom uma ampla
gama de mtodos e formas de parcerias a serem exploradas pelas
empresas.
Trata-sedeumestudoemergentequeoferecemuitosnovosdesenvolvimentosnas
novas estruturas produtivas, de logstica, distribuio e
parcerias.Nabuscaporreduodecustoseobtenodeganhosdecompetitividade,muitas
empresas atualmente buscaram a horizontalizao de sua cadeia
produtiva. No entanto, h um limiar nas propostas entre integrao
horizontal e vertical. Para Martins e Alt (2006) existem vantagens
e desvantagens a serem observadas nos dois processos de Gesto da
Cadeia de Suprimentos e processos produtivos, conforme aponta a
tabela 1. TABELA 1 Vantagens e desvantagens nos processos de
verticalizao e horizontalizao. Fonte: Martins e Alt. (2006)
Asempresasaquiestudadaslanaramumarcabouodecasosenvoltosemdiversas
novasestruturasdenegciosapresentandoreestruturaesemseusmodosdeproduzir,
comprar, terceirizar e vender seus
produtos.Essasempresasnobuscaramsomenteaintegraohorizontalcomoumaformade
competitividadeereestruturaoemsuaformadeproduzirecomprar.Asempresasaqui
estudadas buscaram alinhar alguns elementos da integrao vertical
com a horizontal. Embora
ocasoVolkswagencaminhesemResendeRJapresenteumdirecionamentohorizontal,o
mesmo no ocorreu com a Sadia, que insere processos verticais em
alguns elos de sua cadeia, ressaltando que h uma forte integrao
horizontal nessa mesma cadeia.2.Consrcio Modular e Condomnios
Industriais HorizontalizaoVerticalizao Vantagens- reduo de custos
-flexibilidadeparadefinir volumes de produo
-engenhariasimultnea(know how dos fornecedores)
-foconoprincipalprodutoda empresa - independncia de terceiros -
maiores lucros - maior autonomia -domniosobretecnologia prpria
Desvantagens- menor controle tecnolgico -deixardeauferirlucrosdo
fornecedor - alta dependncia de terceiros - demisses na fase
inicial -perdadovinculoparaecom o empregado - maior investimento
-menorflexibilidade(perda de foco) -aumentodaestruturada empresa XX
SIMPSIO DE ENGENHARIA DE PRODUO Engenharia De Produo &
Objetivos De Desenvolvimento Do Milnio Bauru, SP, Brasil, 4 a 6 de
novembro de 2013 4
Aindstriaautomobilsticaofereceuaomercadovriosexemplosdeprofunda
reestruturao de sua cadeia de suprimentos, modificando tanto a
forma de se produzir como de se comprar, a partir da realocao do
posicionamento de das obrigaes de cada elemento de sua
cadeia.Nesteartigoserapresentadooscasosdoconsrciomodularinstaladopela
Volkswagen em Resende RJ para produzir caminhes e nibus e os
condomnios industriais
implementadospelaGeneralMotorsemGravataRSepelaFordemCamaariBA.A
principaldiferenaentreosdoisconceitosestemquenoprimeiroaintegraomais
prximaeaempresa-me,naverdade,scuidadaadministraogeraldoconsrcioeda
aprovaofinaldosprodutos,enquantonoscondomniosindustriaishaparticipao
produtiva da montadora e de seus fornecedores (COSTA NETO e CANUTO,
2010). 2.1 Consrcio modular da Volkswagen em Resende RJ
Desenvolvido a partir de 1995, este empreendimento pode ser
vislumbrado a partir do depoimento do controvertido executivo da
empresa que o respaldou, Sr. Jos Incio Lpez de Arriorta:
Qualificamosonossorelacionamentocomosfornecedoresderevoluo,masele,
tambm, uma profunda parceria. Essa parceria clara para a
Volkswagen, no momento, com
ainstalaodanovafbricadecaminhesenibusque,pormeiodosistemaconsrcio
modular,trarosfornecedoresparadentrodanossafbrica,comseusempregados,para
montar nossos caminhes e nibus. O mesmo acontecer na futura fbrica
de motores. Alm disso, estamos em um processo de engenharia
simultnea com nossos fornecedores. Dentro de poucos meses, a
Volkswagen comear um programa de projeto e desenvolvimento de peas
denovosprodutos,numanovaeimportanteparceriacomseusfornecedores.AVolkswagen
doBrasilacriadoradoprocessodeproduo"consrciomodular"eseraprimeira
companhiadomundoaimplement-la.AunidadedeResendeseconverternaprimeira
fbrica desta novagerao no processo de manufatura. Resende o novo
"plat da terceira
revoluoindustrial[....]Comoadventodo"ConsrcioModular,adiscussosobre
produtividadevaiacabar.Nenhumprocessodefabricaosermaismodernoenohaver
maior produtividade e qualidade quandoeste conceito for
definitivamente aplicadoem todas as fbricas da Volks no mundo".
ApesardeoprojetotersidolevadoadiantecalcadopeloespritoimpulsivodoSr.
Lopez, o Consrcio Modular fora consolidado como modelo nico no
mundo, sedimentando
basesdereestruturaonacadeiadesuprimentoscomsuasdiversasvariantesemdiversos
setores
industriais.AfbricadecaminhesenibusdaVolkswageninstalou-senacidadedeResende,
Rio de Janeiro, distante 280 km de So Paulo e 150 km da cidade do
Rio de Janeiro, com 80
milmetrosquadradosdereaconstrudaemumterrenodemaisdeummilhodemetros
quadrados. A Figura 1 ilustra a composio do consrcio. XX SIMPSIO DE
ENGENHARIA DE PRODUO Engenharia De Produo & Objetivos De
Desenvolvimento Do Milnio Bauru, SP, Brasil, 4 a 6 de novembro de
2013 5 Figura 1 - Modulistas e seus itens. Fonte: Bueno (2007) Com
o seu prprio ferramental e empregados, as empresas participantes se
encarregam
detodasassuasatividades,noprocesso:transportedepeas,montagemdekits,estoquee
controle de qualidade. No se estabelece umaassociao.No hcontrole
acionrio entre as empresas e a Volkswagen. O que existe uma
parceria entre a Volkswagen e as
empresas.Deacordocomessafilosofiaouformadeorganizaraproduo,aempresatransfere
aosfornecedoresaresponsabilidadepelamontagemdosveculos.Estaplantasignificaum
tipodeexperinciapioneiranautilizaodoconceitopurodeconsrciomodular.(FUSCO,
2004).Oresultadofoiumempreendimentonico,pioneiro,quesetornoubenchmark
mundial. A Tabela 2 mostra os dados da produo at 2013. Tabela 2:
Dados de produo da Volkswagen Resende Fonte: ANFAVEA, (2013) XX
SIMPSIO DE ENGENHARIA DE PRODUO Engenharia De Produo &
Objetivos De Desenvolvimento Do Milnio Bauru, SP, Brasil, 4 a 6 de
novembro de 2013 6
ValeressaltarqueatualmenteaVolkswagenCaminhesestsobcontroledaMan
Latin America, dado este que no invalida o estudo de caso feito.
2.2 Condomnio Industrial da General Motors em Gravata RS
Comofoidito,noscondomnios,convivemamontadora(empresa-me)eseus
fornecedores. A Figura 2 ilustra o presente caso.
Figura 2 - Condomnio da GM em Gravata. Fonte: Zawislak, Vieira e
Irala, (2000) Os principais resultados observados at 2007 so: - O
Celta o primeiro produto 100% brasileiro da GM, cujo processo
produtivo uma
evoluonaturaldasexperinciasprodutivasemandamentonasfbricasGM(menor
distncia montadora-sistemistas);
-ConformedadosdaANFAVEA,aGM,comoCelta,ultrapassouaVWemvendas de
veculos leves, liderana esta que fora da VW durante dcadas; - A
produo j atingiu em 2007 o nvel de 36 veculos produzidos por hora;
-AproveitandoaflexibilidadedaplataformadeproduodoCelta,aGMlanouo
Prisma em 2006, veculo que j atingiu 60.000 unidades produzidas a
pouco mais de 6 meses de seu lanamento;
-Em2004,foiultrapassadaaestimativadeproduode120.000veculosano
projetada no incio de suas operaes; XX SIMPSIO DE ENGENHARIA DE
PRODUO Engenharia De Produo & Objetivos De Desenvolvimento Do
Milnio Bauru, SP, Brasil, 4 a 6 de novembro de 2013 7
-Agregouvalorcomunidade,absorvendoatividadesdemaisde800fornecedores
entre 1 e 4 nveis oriundos do estado do Rio Grande do Sul; - So
estimados para os prximos anos mais de US$ 250 milhes em
investimentos; - A unidade de Gravata uma das plantas mais
desenvolvidas tecnologicamente entre as demais plantas da General
Motors no mundo. 2.3 Condomnio industrial da Ford em Camaari BA O
Condomnio Industrial da Ford em Camaari apresenta um caso tambm
peculiar de reestruturao da cadeia de suprimentos. Em Camaari esto
alinhados os fornecedores de 1 e 2 camadas da Ford. Este desenho
permite que a Ford agilize os processos de fornecimento entre os
elos da cadeia e tambm reduza os estoques ao longo destes mesmos
elos.Sparacitarumexemplodestealinhamento,temoscomoexemploaempresa
fornecedoradebancosLeareadeespumasTWE.Assimqueopedidodeumveculo
expedido por uma concessionria, a Ford j elabora seu mapa de produo
e essa informao sincronizada entre os fornecedores de 1 e 2
camadas. Assim, a Lear j tem a definio da
quantidadeexatadebancosaseremfabricadoseaTWEtambmjdispedainformao
sobre a quantidade exata de espumas a serem fornecidas para a Lear.
A Figura 3 ilustra este condomnio Figura 3: Condomnio Industrial
Ford Camaari. Fonte: Ford (2013) Os principais resultados at 2007
so:
-Atualmente,jtendosepassadoquasetrezeanosdaimplantaodeumadasmais
modernasfbricasdaFordnomundo,oprocessodeparcerianocondomnioindustrial
XX SIMPSIO DE ENGENHARIA DE PRODUO Engenharia De Produo &
Objetivos De Desenvolvimento Do Milnio Bauru, SP, Brasil, 4 a 6 de
novembro de 2013 8
ntidoquandoverificamosquetodososfornecedoresquelseinstalarampermanecemat
hoje. - No que tange a qualidade, em uma comparao com a antiga
parceria com a VW na
Autolatina,ondicedefalhasem1997erade20%.SegundoEdsonMolina,Gerentede
Logstica da Ford, esse ndice em 2005 atingiu o nvel zero.
--SegundooWallStreetJournal,em1999,asubsidiriabrasileiradaFordestava
lutandoparasobrevivertantoquantoaindstriaautomotivaamericanaestlutandohoje.
Depoisdequatroanosconsecutivosdeprejuzos,aparticipaodemercadodaFordtinha
cadonoBrasilparaapenas6,5%,ficandoem4lugar.OsdiretoresdaFordnosEUA
estavamconsiderandoseriamentesairdaAmricadoSul.Seteanosmaistarde,aFordda
AmricadoSulsetransformounomaiorcasodeviradadaempresae,em2005,adiviso
respondeu por 20% do lucro da Ford no mundo, tendo inclusive
dobrado sua participao de mercado brasileiro para 12%. Os dados da
produo at 2006 so apresentados na Tabela 3. Tabela 3: Veculos
produzidos na Ford Camaari. Fiesta Ecosport Total2002 79974 No
produzido 799742003 96539 48093 1446322004 116346 81060 1974062005
155331 98026 2533572006 144380 100971 2453512007 151318 73514
2248322008 130526 69775 2003012009 140256 65136 2053922010 140832
66120 206952 Fonte: ANFAVEA (2013) 3.A Reestruturao da Cadeia de
Suprimentos da Sadia e sua Integrao com Fornecedores
ASadiaumaempresagenuinamentebrasileira,fundadaem07dejunhode1944,
com um frigorfico e um pequeno moinho de trigo na cidade de
Concrdia - SC. Atualmente,
aunidadeproduz28toneladasderao/horaeabateaproximadamente2000sunos/dia,
representa 60% da arrecadao de impostos no municpio (ROSEGHINI,
2003).
Aprimeiraidiadeproduodesunoscomassistnciatcnicapelaempresainiciou
naSadianadcadade60,maisprecisamenteem1964.ApartirdessemomentoaSadia
estruturouumdepartamentoagropecurioparaatenderopequenoprodutorruralnosistema
integrado.
Osistemadeprodutoresintegradosvemsendoomeioencontradopelaempresa
atender este objetivo, junto a este modelo de integrao, muitas
outras atividades necessrias a produo foi desenvolvida, entre elas:
a assistncia tcnica, comercial, logstica. A Sadia utiliza, para a
tarefa decriar sunos eaves que serviro de insumo para seus
processosdeagregaodevalor(corteseproduodealimentoselaborados),umagrande
quantidadedecriadores,emgeral,pequenosemdiosproprietriosrurais,chamados
"integrados", conforme a Figura 4, que recebem da Sadia os pequenos
sunos e aves (a partir de originao geneticamente controlada por
criadouros da prpria Sadia), a assistncia tcnica XX SIMPSIO DE
ENGENHARIA DE PRODUO Engenharia De Produo & Objetivos De
Desenvolvimento Do Milnio Bauru, SP, Brasil, 4 a 6 de novembro de
2013 9
necessria,asvacinas,muitasvezesaraoeoutrosinsumosecuidamparaqueosanimais
cresam da forma especificada (CORREA, 2005). Figura 4: Integrados
da Sadia (Fonte: Corra 2006)
Quandoascurvasdecrescimentoassimrequerem,aSadia"chama"osdeterminados
integrados para que eles entreguem os animais para abate e corte
nas unidades de operao da
Sadia.Interessantemente,umadasformasusadasparacomunicaoentreaSadiaeseus
integradosumaestaoderdio,que,almdefazerpartedocotidianodospequenos
criadores, acessvel praticamente em qualquer regio, por remota que
seja. Paulatinamente, o sucesso desse empreendimento acaba por
criar um novo paradigma
naproduodeavesesunosnoBrasil.Naatualidade,osistemaintegradodecriaode
frangos corresponde a 90% da produo brasileira, ao passo que para
os sunos essa proporo
de80%.ApsafaseexperimentalnoSul,aintegraorapidamenteseexpandiuparaa
regioSudeste,tendochegadomaisrecentementeaoCentro-Oestebrasileiro,consideradaa
nova fronteira agrcola nacional (SAES, 2008). A Sadia tem angariado
novos fornecedores com o argumento de que a integrao pode
serumaalternativainteressanteparaadiversificao,poroutro,evidenteadificuldadede
seus parceiros mais antigos em aumentarem o leque de atividades
econmicas.Alguns dados evidenciam um elevado grau de eficincia
produtiva: i. a idade de abate de aves diminuiu de 105 dias, em
1930, para 49 dias em 1970, chegando a 42 dias em 2005;
ii.Aconversoalimentarpassoude3,5kgderaoparaproduzir1kgdefrangoem1930
para1,8kgdemilhoparaproduzir1kgdefrangoem2005;iii.aaveestavaprontaparao
abate com 1,5 kg em 1930 e em 2005, com 2,3 kg (BNDES, 2007). O
fluxo desta nova cadeia de suprimentos da Sadia apresentado
conforme a figura 5. XX SIMPSIO DE ENGENHARIA DE PRODUO Engenharia
De Produo & Objetivos De Desenvolvimento Do Milnio Bauru, SP,
Brasil, 4 a 6 de novembro de 2013 10 Figura 5: Cadeia de
Suprimentos da Sadia (Fonte:Sadia 2010) Outras tendncias observadas
nessa indstria esto ligadas a uma maior ateno com o
meioambiente,principalmentenotratamentodeefluenteseconsumodegua,bemcomoa
questes logsticas (BNDES, 2007). Na atualidade, a preferncia por
uma aproximao entre abatedouros e granjas, sendo contnuo o fluxo de
insumos entre uma ponta e outra.
ParaCoutinhoeFerraz(1995),aevoluodapecuriabovinamostraafaltade
integrao do setor industrial com o abastecimento de matria-prima,
quando comparada com aves e sunos. O grau de autonomia e poder
econmico que o setor primrio ainda mantm no caso de bovinos, tambm
so um entrave maior integrao com os demais agentes da cadeia,
emespecialosfrigorficos.Estaautonomiadosagentesviabilizaaexistnciade
comportamentosoportunsticosporpartedeles,impedindoqueseestabeleamrelaesde
confiana entre os agentes.
Asoluodasazonalidadeeinstabilidadedefornecimentodematria-primaparaos
abatedoresdeavesesunos,entreoutrosproblemas,passounecessariamentepelo
estabelecimentodecontratosentreprodutoresprimrioseindstria.Outraimportante
vantagem do sistema integrado no caso de aves foi a reduo de
custos. A coordenao deste
sistema,porpartedaindstria,fundamentalfacesdificuldadesdeestocagemnacadeia,
seja de aves vivas, seja do frango abatido (FARINA, 1995).
ASadiaapresentanestescasosumaintegraodacadeiaempartevertical,quando
produz e fornece raes e matrizes para os integradores. E mantm uma
integrao horizontal
quandocontacomessesmesmosintegradoresparaaengordadoporcoedofrangoparasua
produo.Mas a reestruturao da cadeia da sadia tambm no para por a. O
integrador tambm participa de um projeto de sustentabilidade
ambiental e econmica atravs do programa 3S.
Iniciadoem2005,oProgramaSuinoculturaSustentvelSadia(Programa3S),cujo
processo pode ser visto na figura 6, foi criado com o objetivo de
promover a sustentabilidade
entreosmaisde3,5milprodutoresdesunosintegradosdaSadia,pormeiodavendade
crditosdecarbono,comareduodasemissesdegasesdoefeitoestufa(DALMAZO,
2008). XX SIMPSIO DE ENGENHARIA DE PRODUO Engenharia De Produo
& Objetivos De Desenvolvimento Do Milnio Bauru, SP, Brasil, 4 a
6 de novembro de 2013 11 Figura 6: Programa Suinocultura Sustentvel
Sadia (Programa 3S), (Fonte:Sadia 2010)
OProgramaintegraprincpiosambientais(preservaodosrecursosnaturais),
econmicos(maiorretornodocapitalparaoinvestidoreaumentonoslucrosdo
empreendedor) e sociais (cidadania e gerao de
empregos).Adiminuiodaemissodepoluentesocorrepormeiodainstalaodebiogestores
nas granjas de produtores integrados da Sadia. Com eles, os dejetos
de sunos so fermentados
porbactriasemtanquescobertos,evitandoaemissodemetano.Osequestrodestesgases
causadores do efeito estufa revertido em crditos de carbono, que
podem ser negociados no mercado externo com interessados em se
adequar ao Protocolo de Kyoto.Atualmente o programa conta com
biodigestores instalados em 1.086 propriedades de
suinocultoresintegradosdaSadia,nasregiesdeTrsPassos(RS),Concrdia(SC),Toledo
(PR), Uberlndia (MG) e Lucas do Rio Verde (MT), que equivalem a 38%
dos suinocultores da
Sadia.ArelevnciadoPrograma3Svaialmdeobjetivosligadosquestoambiental.O
interessantedessainiciativaapossibilidadedegarantirapreservaodomeioambiente
aliadaoportunidadedegeraoderenda.Nessesentido,trspotencialidadesvmsendo
desenvolvidas: i. Gerao de crditos de carbono por meio do mecanismo
de desenvolvimento
limpo;ii.Utilizaodobiogsparaageraodeenergiaeltrica;iii.Utilizaodosdejetos
tratados como fertilizantes. 4.A Integrao Vertical da Citrosuco A
Citrosuco foi fundada em 1963, na cidade de Mato/SP pelo imigrante
alemo Carl
Fischer,emuniocomaPascoPackingCompany(grandeprodutoradesucosnaFlrida)e
Eckes (importadora alem). a segunda maior exportadora de suco de
laranja do pas, sendo que o Brasil domina mais de 80% das exportaes
do produto congelado e concentrado e no concentrado.
PossuifbricasnosmunicpiospaulistasdeMato,LimeiraeBebedouro,umaem
Videira/ Santa Catarina, e uma fbrica na Flrida/ Estados Unidos. A
Citrosuco possui viveiro
prpriodemudas,comseuprprio"BancodeGermoplasmadeSementes",originriode
plantas matrizes selecionadas, que assegura a qualidade da semente
e do produto final.
Nafigura7aseguirtemosumexemplosimplificadodacadeiadesuprimentosda
Citrosuco, onde se percebe o considervel grau de verticalizao da
empresa. XX SIMPSIO DE ENGENHARIA DE PRODUO Engenharia De Produo
& Objetivos De Desenvolvimento Do Milnio Bauru, SP, Brasil, 4 a
6 de novembro de 2013 12 Figura 7: Modelo simplificado da cadeia de
Suprimentos da sadia. Fonet: Autor (2013).
ACitrosucocomandatodososprocessosprodutivos,desdeodesenvolvimentoda
sementeatadistribuiodoprodutonoexterior.Aempresapossuifrotaprpriade100
caminhes-tanque para transporte at o Porto de Santos. A armazenagem
no Porto de Santos feita em terminal prprio.Aps o suco ser
transportado at os tanques de Santos, uma carreta com mangotes
deslocada at o cais e faz a ligao entre a ponta do sucoduto e os
tanques de
bordo.Osucodutofoidesenvolvidonadcadade80comoobjetivodeligarostanquesde
suco diretamente aos navios.
Odutopossuicontrolesdefluxoepressoevlvulasautomticasparaimpedira
entrada de agentescontaminadores na tubulao. Localizado no armazm
29, considerado o maior terminal de escoamento de suco do mundo. O
embarque feito em navios da prpria empresa com destino aos
terminais prprios no exterior. So quatro navios no total.
SegundoLavalle(1999),acadeiadesuprimentosdealimentostemexperimentado
mudanassubstanciaisnadcadade90emrazodoaumentodacompetioimpostapela
abertura do mercado interno e da estabilidade econmica vivida pelo
pas. A manuteno do plantio em pomares prprios surge como uma
possibilidade para que
asempresascriemnovasoportunidadeseexploremseusprpriosrecursos.Naproduo
ocorremganhosemvriosnveis:nainformao(apartirdototalconhecimentoda
produo),nocusto,naqualidadeenoaspectoorganizacional(aempresapassaaterum
volumedeproduodematria-primacontroladoporelamesma,ganhacapacidadede
discernirentreanecessidadedefazercontratosdemaioroumenorprazoecapacidadede
controlar mais facilmente os estoques de suco concentrado congelado
(VIERA, 2003).
ParaSantos(2011),comoaconfianaumfatorpreponderanteparaquetodosos
fatorescitados funcionem adequadamente,foi encontrado um sentido de
verticalizao nesta
cadeia,cujoobjetivomaioreraasseguraramanutenodessascaractersticas.Valeressaltar
que as cadeias do setor alimentcio e agrcola sofrem com os fatores
de incertezas climticos e econmicos. XX SIMPSIO DE ENGENHARIA DE
PRODUO Engenharia De Produo & Objetivos De Desenvolvimento Do
Milnio Bauru, SP, Brasil, 4 a 6 de novembro de 2013 13
5.Consideraes Finais
Asempresasquereestruturaramsuascadeiasdesuprimentosaquidescritasnose
limitaramaumaremodelaoadministrativaoudefornecedores.Reorganizaram
completamente seu modo de produzir ou adquirir bens e matrias
primas. Esta reestruturao,
feitapioneiramentepelaVolkswagenem1996,sesolidificoucomoumanovaformade
produzirelogoinfluenciouasoutrasempresasautomobilsticascitadas,cadaumacomuma
forma de reestruturao que se no idntica da Volkswagen, pelo menos
em sua essncia.
Emtodososcasosdescritosdehorizontalizao,essasempresasreaproximaram
considerveiselosemsuascadeiasdesuprimentos,agilizandoseusprocessosprodutivose
reduzindo estoques. importante analisar que mesmo as empresas que
visaram uma integrao com maior
tendnciavertical,apresentaramsuasjustificativasparatanto,comoocasodaCitrosuco.
Outra empresa do setor agro alimentcio que apresentou um
interessante caso foi o da Sadia, que combinou a integrao vertical
com a horizontal em sua cadeia.
Esteartigoprocuroudemonstrarqueasreestruturaeshorizontaiseverticaispodem
ocorreremqualquersetorprodutivo,dadoqueosexemplosmostradosvariamdesdea
indstria automobilstica, de alto valor agregado, at a indstria de
setores primrios como o agropecurio e o ctrico. Referncias ANFAVEA.
Anurio da Indstria Automobilstica Brasileira. So Paulo. 2013.
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CORREA,Henrique&CORREA,Carlos.AdministraodeProduoeOperaes.EditoraAtlas.SoPaulo
2005. COSTA NETO, P. L. O., CANUTO, Simone Aparecida. Administrao
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de Caso Sadia S/A. Revista de Pesquisa e Ps-Graduao UFRGS Santo
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Objetivos De Desenvolvimento Do Milnio Bauru, SP, Brasil, 4 a 6 de
novembro de 2013 14
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