Top Banner

of 60

Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
  • SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    Armando Mansilha

    Professor Convidado da Faculdade de Medicina do Porto

    Assistente Hospitalar de Angiologia e Cirurgia Vascularno Hospital de So Joo - Porto

    Coordenador da Unidade de Angiologia e CirurgiaVascular do Hospital CUF Porto

    Secretrio-Geral da Sociedade Portuguesa de Angiologiae Cirurgia Vascular

    Secretrio-Geral da Seco de Cirurgia Vascular da UEMS(Unio Europeia de Mdicos Especialistas)

    Antnio Albuquerque de Matos

    Chefe de Servio de Angiologia e Cirurgia Vascular

    Diretor do Servio de Angiologia e Cirurgia Vascular dosHospitais da Universidade de Coimbra, desde 1999

    Ex-Presidente do Colgio de Angiologia e CirurgiaVascular da Ordem dos Mdicos

    Scio-fundador e Ex-Presidente da Sociedade Portuguesade Angiologia e Cirurgia Vascular

    Eduardo Serra Brando

    Angiologista e Cirurgio Vascular

    Consultor de Angiologia e Cirurgia Vascular

    Fellow da Academic Surgical Unit do Saint MarysMedical School-Londres

    Fellow do American College of Angiology

    Diretor do IRV - Instituto de Recuperaco Vascular - Lisboa

    AUTORES

  • SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    Joaquim Barbosa

    Coordenador do Ncleo de Cirurgia Vascular do HospitalParticular de Lisboa e Cirurgio Vascular do Hospital dosSAMS - Lisboa

    Ex-Cirurgio Vascular do Hospital Santa Maria - Lisboa

    Membro Fundador da Seco de Cirurgia Vascular daUEMS (Unio Europeia de Mdicos Especialistas)

    Ex-Presidente do Colgio da Especialidade de Angiologiae Cirurgia Vascular

    Ex-Presidente da Sociedade Portuguesa de Angiologia eCirurgia Vascular

    Isabel Cssio

    Chefe de Servio de Angiologia e Cirurgia Vascular

    Diretora do Servio de Angiologia e Cirurgia Vascular doHospital de Ponta Delgada

    Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Angiologia eCirurgia Vascular

    Jos Frana

    Chefe de Servio de Angiologia e Cirurgia Vascular

    Diretor da Unidade de Angiologia e Cirurgia Vasculardo Hospital Dr. Nlio Mendona - Funchal

  • AUTORES

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    Paulo Correia

    Mdico Especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular

    Diploma Interuniversitrio Europeu de Lasers Mdicos

    Mestrado em Lasers Mdicos pela Universidade Rovirai Virgili (Reus)

    Membro da Comisso Cientfica da SPILM (Ordem dosMdicos)

    Diretor Clnico do Instituto Vascular do Porto

    Mrio Macedo

    Cirurgio Vascular do Hospital dos SAMS - Lisboa

    Cirurgio Vascular da Clinica de S. Sebastio - PontaDelgada

    Ex-Cirurgio Vascular do Hospital Santa Maria - Lisboa

    Coordenador do Ncleo de Flebo-Linfologia daSociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular

    Ex-membro da Direo do Colgio da Especialidade deAngiologia e Cirurgia Vascular da Ordem dos Mdicos

    Rui Almeida

    Chefe de Servio de Angiologia e Cirurgia Vascular

    Diretor do Servio de Angiologia e Cirurgia Vascular doCHP HSA

    Professor Convidado do ICBAS-UP

    Presidente da Sociedade Portuguesa de Angiologia eCirurgia Vascular

  • SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular. Todos os direitos reservados. Nenhumaparte desta publicao pode ser reproduzida, armazenada ou transmitida por qualquer forma nempor qualquer processo eletrnico, mecnico, de fotocpia, de registo ou outro tipo sem aautorizao por escrito do titular do copyright.

    Esta publicao foi possvel atravs do apoio, sem qualquer tipo de condies, da Servier Portugal.

    Obra escrita segundo o acordo ortogrfico de 1990

    Recomendaes no diagnstico e tratamento da doena venosa crnica

    Edio, Junho 2011Depsito Legal: 329979/11

    Produo e edio:Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia VascularRua de Gondarm, 956 - r/c, 4150-375 Porto - PortugalTelefone: 226 199 687 - Fax: 226 199 689E-mail: [email protected]

  • NDICE

    1

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    PREFCIO 2

    EPIDEMIOLOGIA 3Perspetiva nacional .... 4Perspetiva internacional 5

    ANATOMIA DAS VEIAS DOS MEMBROS INFERIORES 7Veias superficiais . 9Veias profundas . 9Veias perfurantes . 10

    FISIOLOGIA DO SISTEMA VENOSO 13

    FISIOPATOLOGIA 17Ciclo vicioso: hipertenso/inflamao venosa 18Alteraes na parede e vlvulas venosas 20Microcirculao 21Mediadores inflamatrios 22

    CLASSIFICAO 23Perspetiva do mdico Classificao CEAP 24Perspetiva do doente Questionrio CIVIQ 27

    DEFINIES ESPECFICAS 29Conceitos clnicos 30Conceitos fisiolgicos 31Conceitos descritivos 32

    DIAGNSTICO 23Anamnese .... 34Deteo de refluxo e obstruo 34Eco-Doppler . 34

    TRATAMENTO 23Medidas higieno-dietticas .. 38Compresso . 40Frmacos venoativos 41Ablao trmica, qumica e mecnica .. 46

    BIBLIOGRAFIA 48

  • 2SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    PREFCIO

    A doena venosa , hoje em dia, considerada uma patologia crnica e evolutivaque afeta uma grande parte da populao mundial. Portugal, pela sua localizaoe clima, no exceo, estimando-se que cerca de um tero da nossa populaosofra de alteraes da macro e microcirculao dos membros inferiores.Consequentemente, estes doentes apresentam diversos graus de incapacidadefsica, psicolgica e social, que nas fases mais graves da doena implicam elevadoscustos para o sistema de sade portugus.

    Face a todo este cenrio e misso que esteve na base da criao da SociedadePortuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular, h cerca de 11 anos, promover ainvestigao e a atualizao do conhecimento e da prtica clnica diria, paramelhor servir os doentes, a comunidade mdica e a opinio pblica em geral,acreditamos ser esta a altura certa para publicar as primeiras recomendaesportuguesas na rea da doena venosa crnica.

    Esta obra cumpre o objetivo de ser um apoio a todos os colegas e contribuir paraestabelecer um melhor diagnstico e tratamento da doena venosa crnica, combase numa viso atualizada da patologia. Ao folhear este livro, poder encontrarrecomendaes importantes e informaes prticas sobre os doentes que padecemdesta patologia.

    Resta-nos saudar todos os colegas que, atravs do seu trabalho e dedicao,tornaram possvel esta publicao. No futuro, procuraremos implementarnovos projetos, estudos e outras iniciativas para, deste modo, despertarespritos e criar hbitos de crtica cientfica.

    O grupo de trabalho

  • 3SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    EPIDEMIOLOGIAEPIDEMIOLOGIA

  • 4SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    EPIDEMIOLOGIA

    Perspetiva nacionalDados epidemiolgicos:1

    2 milhes de mulheres com mais de 30 anos sofrem de doena venosa crnica(DVC);

    7 em cada 10 mulheres com mais de 30 anos sofrem de problemas decirculao venosa e metade ainda no est tratada;

    1/3 da populao portuguesa, no geral, sofre de DVC.

    Dados socioeconmicos, relativos doena venosa:2

    8% dos doentes reformam-se antecipadamente devido patologia; a lcera venosa apresenta elevadas repercusses sociais, principalmente ao

    nvel da suspenso temporria da atividade profissional (55,4%), tendendo aagravar-se com a idade.

    Qualidade de vida:3

    48% da populao portuguesa sofre regularmente de dor nos tornozelos e/oupernas;

    58% da populao feminina, com mais de 40 anos de idade, sente a suaqualidade de vida significativamente afetada pela DVC;

    64% da populao feminina, com mais de 50 anos de idade, sente a suaqualidade de vida significativamente afetada pela DVC.

    FIGURA 1. Diminuio da qualidade de vida da populao portuguesa total (A) e da populaoportuguesa feminina e masculina (B), medida que a idade aumenta.

    BA

  • EPIDEMIOLOGIA

    5

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    Perspetiva internacionalTendo em conta os principais dados epidemiolgicos estima-se que:4,5

    a incidncia anual de varizes de 2,6% nas mulheres e 1,9% nos homens; 25 a 33% das mulheres e 10 a 20% dos homens adultos apresentam varizes; 3 a 11% da populao apresenta edema e/ou alteraes trficas

    (hiperpigmentao e eczema); 0,3 a 1% da populao adulta nos pases ocidentais apresenta lceras venosas; a DVC tem um custo anual entre os 600 e os 900 milhes de euros, o que

    representa cerca de 1-2% do oramento total para a sade.

  • 6SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

  • 7SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    ANATOMIA DAS VEIAS DOS MEMBROS INFERIORES

    ANATOMIA DAS VEIAS DOS MEMBROS INFERIORES

  • 8SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    ANATOMIA DAS VEIAS DOS MEMBROS INFERIORES

    As veias dos membros inferiores esto divididas em trs sistemas superficial,profundo e perfurante localizados em dois compartimentos principais: ocompartimento superficial e o compartimento profundo.

    O compartimento profundo limitado superficialmente pela fscia muscular econtm as veias profundas.

    O compartimento superficial limitado profundamente pela fscia muscular esuperficialmente pela derme.6

    FIGURA 2. Esquema do sistema venoso dos membros inferiores (segundo Cid dos Santos),representando as redes superficial (s) e profunda (p), separadas pela aponevrose superficial (a) eapenas em comunicao atravs das veias perfurantes (c).

    Imagem gentilmente cedida pelo Professor Teixeira Diniz, Doutor Salvador Marques e seus colaboradores, do livro Adoena venosa dos membros inferiores

  • Veia grande safena Veia safena interna, veia safena longa, veia safena maior

    Confluncia das veias inguinais superficiais Crossa da veia safena interna

    Veia grande safena acessria anterior Veia safena acessria

    Veia grande safena acessria posterior Veia safena acessria(o seu segmento da perna foi muitas vezes chamadode veia de Leonardo ou veia do arco posterior)

    Veia grande safena acessria superficial Veia safena acessria

    Extenso cranial da veia pequena safena Veia de Giacomini (se comunicao desta extenso com a veia grande safena atravs da veia circunflexa posterior da coxa)

    Veia pequena safena Veia safena externa, veia safena curta, veia menor

    Veia pequena safena acessria superficial

    Veia circunflexa anterior da coxa

    Veia circunflexa posterior da coxa

    Veias intersafenas

    Sistema venoso lateral

    Veias do p

    ANATOMIA DAS VEIAS DOS MEMBROS INFERIORES

    9

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    TABELA 1. Designao das veias superficiais dos membros inferiores.7

    Designao atualmente aceite Antiga designaoVeias Superficiais

    Veia femoral comum Veia femoral comum

    Veia femoral Veia femoral superficial

    Veia femoral profunda Veia profunda da coxa

    Veia femoral circunflexa medial Veia femoral circunflexa medial

    Veia femoral circunflexa lateral Veia femoral circunflexa lateral

    Veias femorais comunicantes profundas Veias perfurantes

    Veia citica Veia citica

    Veia popltea Veia popltea

    Veias surais Veias soleares Veias surais

    Veias gastrocnmias Gastrocnmia medial

    Gastrocnmia lateral

    Intergemelar

    Designao atualmente aceite Antiga designaoVeias Profundas

  • 10

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    (continuao)

    Plexo venoso genicular Veias geniculares

    Veias tibiais anteriores Veias tibiais anteriores

    Veias tibiais posteriores Veias tibiais posteriores

    Veias peroniais Veias perionais

    Veias plantares mediais

    Veias plantares laterais

    Arco venoso plantar profundo

    Veias metatrsicas profundas (plantar e dorsal)

    Veias digitais profundas (plantar e dorsal)

    Veia pediosa

    Designao atualmente aceite Antiga designaoVeias Profundas

    Designao atualmente aceite Antiga designao

    TABELA 2. Designao das veias profundas dos membros inferiores.7

    Perfurantes do p Perfurante dorsal do p

    Perfurante medial do p

    Perfurante lateral do p

    Perfurante plantar do p

    Perfurantes do tornozelo Medial do tornozelo

    Anterior do tornozelo

    Lateral do tornozelo

    Perfurantes da perna Mediais da perna Paratibiais Perfurante de Boyd e perfurante de Sherman

    Tibiais posteriores Perfurantes Superior de Cockett

    Mdia

    Inferior

    Anteriores da perna

    Laterais da perna

    Posteriores da perna Gastrocnmia medial

    Gastrocnmia lateral

    Veias Perfurantes

  • ANATOMIA DAS VEIAS DOS MEMBROS INFERIORES

    11

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    TABELA 3. Designao das veias perfurantes dos membros inferiores.7

    Designao atualmente aceite Antiga designao

    (continuao)

    Intergemelar

    Para-aquiliana Perfurante de Bassi

    Perfurantes do joelho Medial do joelho

    Lateral do joelho

    Suprarrotuliana

    Infrarrotuliana

    Fossa popltea

    Perfurantes da coxa Medial da coxa Do canal femoral Perfurante de Dodd

    Perfurante de Hunter

    Inguinal

    Anterior da coxa

    Lateral da coxa

    Posterior da coxa Posteromedial

    Posterolateral Perfurante de Hach

    Citica

    Pudenda

    Perfurantes Glteas Gltea superior

    Gltea inferior

    Gltea mdia

    Veias Perfurantes

  • 12

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

  • FISIOLOGIA DO SISTEMA VENOSOFISIOLOGIA DO SISTEMA VENOSO

    13

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

  • FISIOLOGIA DO SISTEMA VENOSO

    O principal objetivo da circulao venosa fazer regressar o sangue ao coraopara que ocorra a reoxigenao e a respetiva recirculao.8

    Dependendo do nvel de atividade e postura, 60-80% da totalidade do nossosangue reside no sistema venoso, sendo que 25-50% deste volume se encontra naspequenas vnulas ps-capilares e respetivos sistemas coletores.7

    Para que o sangue retorne ao corao so necessrias vrias estruturas, das quaisse destacam: 8

    Bomba central (corao);

    Bomba venosa perifrica (msculos da regio gemelar);

    Plexo venoso plantar;

    Vlvulas venosas. 14

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    FIGURA 3. (A) Rede venosa dos membros inferiores; (B) Esquema do sistema venoso dos membrosinferiores (segundo Cid dos Santos), em corte transversal, representando as redes superficial (s)e profunda (p), separadas pela aponevrose superficial (a) e apenas em comunicao atravs dasveias perfurantes (c).

    *Imagem gentilmente cedida pelo Professor Teixeira Diniz, Doutor Salvador Marques e seus colaboradores, do livroA doena venosa dos membros inferiores

    B*

    A

  • Todas estas estruturas contribuem para a criao de um gradiente de presso quepermite que o sangue chegue ao corao contrariando a fora da gravidade.8

    O sangue venoso proveniente da pele e dos tecidos subcutneos recolhidoatravs de vrias vnulas e veias superficiais, as quais drenam o sangue para osistema venoso profundo atravs de trs vias principais: 9

    (1) Veias grande e pequena safena, que drenam no sistema venoso profundoao nvel das junes safeno-femoral e safeno-popltea;

    (2) Veias perfurantes originrias nas veias grande e pequena safena e suastributrias;

    (3) Diretamente no sistema venoso profundo ou no sistema plvico.

    FISIOLOGIA DO SISTEMA VENOSO

    15

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    FIGURA 4. Esquema evidenciando os fenmenos fisiolgicos sucedidos durante: a contraomuscular (A) com expulso do sangue para os coletores venosos profundos e durante adescontrao (B) em que no h refluxos para a rede venosa do msculo, porque as vlvulas,cerrando, a isso se opem; (C) a contrao muscular (m) com compresso das veias profundas (v)e (D) descontrao muscular (m) com descompresso das mesmas veias (v). Evidencia-se afuno das vlvulas situadas distalmente na veia profunda (v) e na veia perfurante (c).Evidencia-se a aponevrose superficial (a) e o sistema venoso superficial (s); (E) Representao doplexo venoso plantar.

    *Imagem gentilmente cedida pelo Professor Teixeira Diniz, Doutor Salvador Marques e seus colaboradores, do livro Adoena venosa dos membros inferiores

    A* B* C* D* E

  • 16

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

  • FISIOPATOLOGIAFISIOPATOLOGIA

    17

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

  • FISIOPATOLOGIA

    A doena venosa , hoje em dia, considerada uma patologia crnica e evolutiva, qual est associado um processo fisiopatolgico complexo, que tem na sua origemum ciclo vicioso entre a hipertenso e a inflamao venosa crnica.10,11

    Ciclo vicioso: hipertenso/inflamao venosa A hipertenso venosa e a reao inflamatria so dois processos indissociveis dadegradao das paredes e vlvulas venosas.12

    Hoje, considera-se que a hipertenso venosa , na sua maioria, o resultado daincompetncia valvular e do refluxo venoso que, uma vez iniciado, leva a umaalterao no fluxo sanguneo venoso. Esta alterao do fluxo desencadeia alibertao de mediadores da inflamao ao nvel das clulas endoteliais. A cascata

    18

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    FIGURA 5. (A) Vlvula venosa normal, perfeitamente adaptada sua funo de possibilitar otransporte do sangue no sentido ascendente, impedindo o refluxo venoso no sentidodescendente. (B) A hipertenso venosa responsvel pelo incio da reao inflamatria,resultando no enfraquecimento, distenso e dilatao da parede venosa.

    BA

  • inflamatria inicia-se com a ativao, adeso e migrao dos leuccitos atravs doendotlio venoso, com posterior produo de citoquinas e fatores de crescimento,que levam alterao da matriz extracelular.12,13

    Os processos inflamatrios resultantes da interao leuccito-endotliodesempenham um papel importante na gnese da disfuno venosa.Consequentemente, a leso contnua das vlvulas, induzida pelos leuccitos,origina a incompetncia valvular e o refluxo venoso. O refluxo venoso leva, por suavez, ao aumento da presso venosa, completando-se assim o ciclo vicioso que estna base da doena venosa crnica (DVC). 11

    FISIOPATOLOGIA

    19

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    FIGURA 6. Representao da inflamao venosa: uma etapa crucial da progresso da DVC.

  • Alteraes na parede e vlvulas venosas A parede e as vlvulas venosas conseguem resistir ao aumento da presso venosadurante um perodo limitado de tempo, a partir do qual surgem efeitos adversos.

    Vlvulas venosas

    Atravs de angioscopias realizadas na veia grande safena durante intervenescirrgicas, tem sido possvel observar profundas alteraes ao nvel das vlvulas20

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    FIGURA 7. Esquema do processo fisiopatolgico da DVC, com a representao do ciclo vicioso dahipertenso/inflamao venosa, proposto por John Bergan.11

    Fatores de risco para a doena venosa crnicaFatores genticosSexo feminino (progesterona)GravidezIdadeElevada estaturaObesidadePosio ortosttica prolongada

    Hipertenso venosa Dilatao venosa

    Fluxo sanguneoalterado

    Alteraes nasparedes e vlvulas

    venosas

    Refluxo crnico

    Hipertenso capilar Extravasamentocapilar Edema

    lcera venosa Alteraestrficas

    Inflamao

    Inflamao

    Alteraes valvularese extravaso capilar

  • venosas, tais como desgaste, alongamento, separao ou rompimento,espessamento, retrao e adeso dos folhetos valvulares, bem como a ausncia devlvulas subterminais. Tambm foi observada uma diminuio do nmero devlvulas venosas na veia grande safena em doentes com varizes.12,13

    Parede venosa

    Ao nvel da parede venosa, devido presso macrocirculatria e s alteraeshemodinmicas, tm sido detetadas vrias alteraes ao nvel do colagneo,elastina e tecido muscular liso, com a consequente alterao das propriedadesviscoelsticas da parede venosa.14 Em estudos histolgicos, foram observadas reasde hipertrofia, com um elevado contedo em colagneo, que alternam comsegmentos hipotrficos com uma baixa quantidade de tecido muscular liso ematriz extracelular.11,15 So todos estes processos que levam alterao daspropriedades elsticas das veias dos doentes com DVC. 4

    MicrocirculaoQuando existe uma insuficincia valvular ao nvel das veias superficiais eperfurantes, a hipertenso venosa diretamente transmitida rede capilar aonvel da derme e dos tecidos subcutneos, o que leva a que os capilares se tornemmais permeveis a molculas grandes.9

    Adicionalmente, ao nvel do sistema linftico, existe uma fragmentao edestruio da rede linftica cutnea com a respetiva diminuio do fluxo linftico,o que leva a uma situao em que a filtrao transcapilar excede o fluxo linftico.

    FISIOPATOLOGIA

    21

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    FIGURA 8. Representao do processo inflamatrio atravs da interao leuccito-endotlio aonvel das vlvulas venosas.

    *Imagem gentilmente cedida pelo Professor Comerota.

    *

  • So estas alteraes que levam progresso da patologia para estdios mais gravese podem, mesmo, originar leso do tecido subcutneo e formao de lceravenosa.14,16

    Mediadores inflamatriosQuando se instala uma situao crnica de refluxo venoso, surge uma hipertensovenosa com alterao do fluxo sanguneo e ativao leucocitria precoce.16 Aps asua ativao, os leuccitos rolam, aderem e migram atravs do endotliolocalizado nas paredes e vlvulas venosas.17

    Durante este processo, vrios tipos de mediadores inflamatrios, fatores decrescimento, enzimas proteolticas e radicais livres so libertados, degradando amatriz extracelular e conduzindo ao alongamento e tortuosidade das veiasafetadas com separao, perfurao, rutura e destruio definitiva das vlvulasvenosas.18 Ao mesmo tempo, a sntese de colagneo, estimulada pelos fatores decrescimento, leva a alteraes nas paredes das veias.13

    Todos estes fenmenos inflamatrios ao nvel da parede e vlvulas venosascontribuem para a progressiva insuficincia e respetiva destruio valvular, o quedemonstra que a inflamao venosa um passo crucial na degradao da paredevenosa, insuficincia valvular e consequente agravamento da hipertensovenosa.10,14,1822

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    FIGURA 9. Leso capilar e inflamao.

    Adesoleucocitria

    Alterao doendotlio

    LeuccitosExtravasode plasma

    Molculasde adeso

    Radicaislivres

    Enzimasproteolticas

    Glbulosvermelhos

    Hipertensocapilar

  • CLASSIFICAOCLASSIFICAO

    23

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

  • CLASSIFICAO

    Perspetiva do mdicoA classificao CEAP um mtodo internacionalmente aceite para classificar adoena venosa, consoante a sua gravidade, estando publicada em 25 jornais elivros internacionais e em 8 lnguas diferentes. Esta classificao tem como objetivoservir de guia sistemtico para um melhor diagnstico clnico e caraterizao dosdoentes venosos, permitindo tambm encontrar uma melhor racionalizao detratamento para cada perfil de doente.4,19

    As iniciais CEAP significam: C Clnica; E Etiolgica; A Anatmica; P Fisiopatolgica.

    24

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    ClnicaC0: Sem patologia venosaC1: Telangiectasias ou varizes reticularesC2: Varizes troncularesC3: EdemaC4: Alteraes trficasC5: lcera cicatrizadaC6: lcera ativa

    EtiolgicaEc: CongnitaEp: PrimriaEs: Secundria (ps-trombtica)En: Sem etiologia identificadaNota: As varizes primrias resultam da dilatao venosa e de leses das vlvulas venosas sem trombose venosaprofunda (TVP) anterior. As varizes secundrias so consequncia de uma TVP ou, em casos raros, de umatromboflebite superficial. 4

    AnatmicaAs: Sistema venoso superficialAd: Sistema venoso profundoAp: Sistema venoso perfuranteAn: Sem localizao identificada

    Classificao CEAP

  • Para uma avaliao inicial do doente com DVC, a classificao clnica a maisimportante podendo ser feita pela simples observao, sem recurso a qualquer tipode teste mais especfico.

    CLASSIFICAO

    25

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    (Continuao)

    Fisiopatolgica Pr: Refluxo.Po: Obstruo.Pr,o: Refluxo e obstruo.Pn: Sem processo fisiopatolgico identificado.

    Classificao CEAP

    TABELA 4. Resumo da classificao CEAP.

    FIGURA 10. Representao dos diversos estdios clnicos da classificao CEAP: Apenas sintomas,telangiectasias, varizes, edema, alteraes trficas, lcera cicatrizada e lcera ativa.

    C0: Sem sinais visveis ou palpveis de doena venosa.

    C1: Telangiectasias ou varizes reticulares.

    C2: Varizes tronculares.

    C3: Edema.

    C4a: Pigmentao e/ou eczema.

    C4b: Lipodermatosclerose e/ou atrofia branca.

    C5: lcera venosa cicatrizada.

    C6: lcera venosa ativa.

    S: Sintomtico, incluindo dor, sensao de aperto, irritao, sensao de peso naspernas, cibras musculares e outras queixas atribudas doena venosa.

    A: Assintomticos.

    Classificao clnica

    C0 C1 C2 C3 C4 C5 C6

  • Telangiectasias ou varizes telangiectsicas Confluncia de vnulas intradrmicasdilatadas, com menos de 1 mm de dimetro. Termos usados pelo doente: derrames,raios, aranhas ou manchas.

    Varizes reticulares Veias subdrmicas azuladas e dilatadas, geralmente tortuosascom 1 a 3 mm de dimetro. Esto excludas as veias normais e visveis em pessoascom pele muito branca.

    Varizes tronculares Veias subcutneas dilatadas com 3 mm ou mais de dimetro,medidas em posio ortosttica. Podem incluir as veias safenas, as veias tributriasdas veias safenas ou as veias superficiais da perna no safenas. As varizes sonormalmente tortuosas, no entanto, as veias safenas de forma tubular que tenhamrefluxo confirmado tambm podem ser classificadas como varizes. Termos usadospelo doente: veias varicosas.

    Edema Aumento percetvel no volume dos tecidos cutneos e subcutneos,caraterizado pela deformao aps presso. O edema venoso ocorre normalmentena regio do tornozelo, mas pode estender-se perna e ao p.

    Pigmentao Escurecimento acastanhado da pele, resultante da extravasosangunea. Normalmente ocorre na regio maleolar, mas pode estender-se pernaou ao p.

    Eczema Dermatite eritematosa, que pode evoluir para vesculas pruriginosas oupara erupes da pele em forma de escamas. Normalmente localiza-se junto dasvarizes, mas pode ocorrer em qualquer zona do membro inferior. O eczema podeser provocado pela doena venosa crnica ou pela sensibilidade teraputica local.

    Lipodermatosclerose (LDS) Inflamao crnica e localizada, com fibrose da pele edos tecidos subcutneos, por vezes associada cicatrizao ou contratura do tendode Aquiles. A LDS por vezes precedida de um edema inflamatrio difuso do tecidocutneo, o qual pode ser doloroso e se designa por hipodermite. Distingue-se dalinfagite, erisipela ou celulite pelos seus sinais diferenciadores e pelas suascaratersticas sistmicas, estando associada a manifestaes graves de DVC.

    Atrofia branca rea de tecido cutneo atrfico, esbranquiado, normalmentecircular, rodeada por capilares dilatados e, por vezes, hiperpigmentao. Sinalsevero de DVC, no entanto, no deve ser confundido com as cicatrizes de lcerascicatrizadas. As cicatrizes de lceras cicatrizadas podem apresentar tecido cutneocom alteraes de pigmentao, mas diferenciam-se pelo seu historial de ulceraoe aspeto.

    lcera venosa Soluo de continuidade da pele e tecido celular subcutneo quesurge mais frequentemente na regio maleolar, causada e agravada pela DVC.19

    26

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

  • Perspetiva do doenteNos ltimos tempos, tm sido desenvolvidos vrios instrumentos com o intuito deavaliar o estado de sade ou doena, percecionado pelo prprio doente.

    O uso destes instrumentos que avaliam diretamente a perspetiva do doente, temsido considerado um avano crucial na rea da doena venosa, uma vez que setrata de uma patologia complexa, crnica e evolutiva. Neste caso, os instrumentosque mais se utilizam so os questionrios de qualidade de vida, que permitemrecolher informaes importantes sobre o impacto que a patologia tem no diaa dia dos doentes que, de outra forma, no seria possvel contabilizar. Destes,destaca-se o Chronic Venous Insufficiency Questionnaire (CIVIQ) que umquestionrio especfico para a DVC, estando validado internacionalmente(relevncia, aceitabilidade, fiabilidade, validade de construo e sensibilidade) emdiversas lnguas. Trata-se de um questionrio de autoavaliao com 20 perguntas,cada uma pontuada de 1 a 5, compreendendo 4 dimenses: fsica (4 questes),psicolgica (9 questes), social (3 questes) e dor (4 questes). O resultado final tanto maior, quanto mais for o impacto da DVC na qualidade de vida do doente.20

    CLASSIFICAO

    27

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    1) Nas ltimas quatro semanas, sentiu dores nos tornozelos ou nas pernas?

    2) Durante as ltimas quatro semanas, at que ponto se sentiu afetado(a) aotrabalhar ou nas suas atividades quotidianas, devido aos seus problemas naspernas?

    3) Durante as ltimas quatro semanas, sentiu dificuldade em dormir, devido aosseus problemas nas pernas?

    Durante as ltimas quatro semanas, at que ponto os problemas nas suas pernaso(a) afetaram/limitaram nas atividades abaixo referidas?

    4) Permanecer um longo perodo de tempo de p ou sentado(a)

    5) Subir escadas

    6) Dobrar-se/Ajoelhar-se

    7) Caminhar depressa

    8) Viajar de carro, autocarro, avio

    9) Atividades domsticas como cozinhar, transportar uma criana ao colo,passar roupa a ferro, limpar cho ou mobilirio, executar trabalhos manuais

    Perguntas includas no questionrio CIVIQ:

  • 28

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    10) Eventos sociais (casamentos, batizados, discotecas)

    11) Desportos com esforo fsico importante

    Os problemas nas pernas podem tambm afetar o seu estado de esprito. At queponto as seguintes frases correspondem forma como se sentiu durante asltimas 4 semanas?

    12)Sinto-me nervoso(a), tenso(a)

    13)Canso-me facilmente

    14)Sou um fardo para os outros

    15)Tenho sempre de tomar certas precaues (esticar as pernas, evitarpermanecer longos perodos de p)

    16)Tenho vergonha de mostrar as pernas

    17)Irrito-me facilmente

    18)Sinto-me incapacitado(a)

    19)Tenho dificuldade em iniciar as atividades pela manh

    20)No me apetece passear (sair de casa)

    Pontuao:

    1 - Nunca

    2 - Ocasionalmente

    3 - Regularmente

    4 - Frequentemente

    5 - Sempre

    Dimenso fsica: Questes 5, 6, 7 e 9.

    Dimenso psicolgica: Questes 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19 e 20.

    Dimenso social: Questes 8, 10 e 11.

    Dimenso dor: Questes 1, 2, 3 e 4.

  • DEFINIES ESPECFICASDEFINIES ESPECFICAS

    29

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

  • DEFINIES ESPECFICAS

    Em 2009, foi publicado um documento de consenso internacional sobreterminologia, o qual foi desenvolvido por um grupo internacional de peritosinterdisciplinares sob os auspcios do American Venous Forum (AVF), EuropeanVenous Forum (EVF), International Union of Phlebology (IUP), American College ofPhlebology (ACP) e International Union of Angiology (IUA). Este documentoforneceu importantes recomendaes quanto terminologia a utilizar, de forma apromover o uso de uma linguagem cientfica comum na investigao, diagnstico,tratamento e seguimento de doentes com DVC. 21

    Conceitos clnicosDoena venosa crnica Qualquer alterao morfolgica e funcional do sistemavenoso, manifestada a longo prazo por sintomas e/ou sinais, indicando anecessidade de investigao e/ou tratamento.

    Insuficincia venosa crnica (C3-C6) Conceito reservado para os estdiosavanados de DVC, que se aplica s alteraes funcionais do sistema venoso queoriginam edema, alteraes trficas ou lceras venosas.

    Sintomas venosos Queixas relacionadas com a doena venosa, que incluem asensao de formigueiro, dor, ardor, cibras e sensao de pernas pesadas,inchadas e/ou cansadas. Estes sintomas indiciam a presena de doena venosacrnica, particularmente se forem agravados pelo calor ou ao longo do dia ealiviados com a elevao e/ou descanso dos membros.

    Sinais venosos Manifestaes visveis de alteraes venosas, que incluem veiasdilatadas (telangiectasias, varizes reticulares e/ou varizes tronculares), edema,alteraes trficas e/ou lcera venosa, de acordo com as descries da classificaoCEAP.

    Varizes recorrentes Reaparecimento de varizes numa rea previamente tratadacom sucesso.

    Varizes residuais Varizes que permanecem aps tratamento.

    Sndrome ps-trombtico Sintomas e/ou sinais venosos crnicos relacionados comuma trombose venosa profunda e respetivas leses.

    Sndrome de congesto plvica: Sintomas crnicos, os quais podem incluir dorplvica, sensao de peso perineal, mico imperiosa e dor ps-coital, causados por30

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

  • refluxo e/ou obstruo das veias plvicas e/ou ovricas. Todos estes sintomaspodem estar associados existncia de varizes vulvares, perineais e/ou dosmembros inferiores.

    Varicocelo Presena de varizes escrotais.

    Aneurisma venoso Dilatao localizada, sacular ou fusiforme, de um segmentovenoso com um calibre pelo menos 50% maior do que o tronco normal.

    Conceitos fisiolgicosIncompetncia valvular venosa Disfuno das vlvulas venosas, da qual resultaum fluxo venoso retrgrado de durao anormal.

    Refluxo venoso Fluxo venoso retrgrado de durao anormal em qualquersegmento venoso.

    Primrio: Provocado por disfuno valvular venosa idioptica.

    Secundrio: Provocado por trombose ou trauma de etiologia mecnica,trmica ou qumica.

    Congnito: Provocado pela ausncia ou desenvolvimento anormal dasvlvulas venosas.

    Refluxo axial Fluxo venoso retrgrado ininterrupto desde a virilha at barrigada perna.

    Superficial: Limitado ao sistema venoso superficial.

    Secundrio: Limitado ao sistema venoso profundo.

    Combinado: Qualquer combinao dos trs sistemas venosos (superficial,profundo e/ou perfurante).

    Refluxo segmentar Fluxo retrgrado localizado nos segmentos venosos dequalquer um dos trs sistemas venosos (superficial, profundo e/ou perfurante) eem qualquer combinao coxa e/ou barriga da perna, mas no na continuidade davirilha at barriga da perna.

    Perfurante incompetente Veias perfurantes com fluxo retrgrado de duraoanormal.

    Neovascularizao Presena recente de vrias veias, pequenas e tortuosas, naproximidade de uma interveno venosa anterior.

    Ocluso venosa Eliminao total do lmen venoso.

    DEFINIES ESPECFICAS

    31

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

  • Obstruo venosa Bloqueio parcial ou total do fluxo venoso.

    Recanalizao Desenvolvimento de um novo lmen numa veia anteriormenteobstruda.

    Conceitos descritivosLaqueao da juno safeno-femoral Laqueao e seco da veia grande safena(VGS) na sua confluncia com a veia femoral comum.

    Stripping Remoo de um longo segmento da veia, normalmente da veia grandesafena (VGS) ou da veia pequena safena (VPS) por meio de um dispositivo.

    Ablao venosa Remoo ou destruio de uma veia por meio mecnico, trmicoou qumico.

    Miniflebectomia Remoo de um segmento venoso atravs de uma pequenainciso na pele.

    Escleroterapia Supresso de uma veia por injeo de uma substncia qumica(lquido ou espuma).

    32

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

  • DIAGNSTICODIAGNSTICO

    33

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

  • DIAGNSTICO

    AnamneseQuando um doente apresenta sintomas e sinais sugestivos de doena venosa, omdico dever investigar aspetos relacionados com a DVC, nomeadamentesensao de pernas pesadas ou cansadas, dor, edema, presena de varizes ouhiperpigmentao cutnea da perna.4

    Deteo de refluxo e obstruo A avaliao feita atravs de um exame fsico, que, no mbito de uma consulta deangiologia e cirurgia vascular, pode j incluir uma primeira avaliao com Dopplerporttil ou Eco-Doppler colorido (angiodinografia ou triplex scan). Esta avaliaoajuda a identificar a presena e os locais de refluxo e potencial ocluso das veiasproximais. Podero existir doentes que necessitem de uma investigao adicional.4

    Eco-DopplerO Eco-Doppler considerado o mtodo gold standard para a deteo de refluxoem qualquer segmento venoso. O Eco-Doppler permite distinguir o fluxosanguneo atravs da utilizao de diferentes cores, utilizando-se sondas de altafrequncia para as veias superficiais e sondas de baixa frequncia para as veiasprofundas. Dever ser examinada a totalidade do sistema venoso superficial eprofundo, bem como as veias comunicantes e perfurantes. Atravs de um examecom Eco-Doppler pode ser avaliado: 4

    1. Veia femoral e safena em posio ortosttica e veia popltea e da regiogemelar em posio sentada;

    2. Durao do refluxo;

    3. Tamanho das veias perfurantes;

    4. Dimetro das veias safenas;

    5. Tamanho e competncia das maiores veias tributrias da veia safena.

    34

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

  • Exames a realizar tendo em conta o tipo de doente Uma forma simples de organizar o diagnstico de doentes com DVC utilizar umdos seguintes trs nveis, dependendo da gravidade da doena: 4

    Nvel I: Consulta mdica com avaliao do historial clnico e exame fsico, o qualpode incluir o uso de Doppler porttil ou Eco-Doppler.

    Nvel II: Realizao de exames vasculares no invasivos, com utilizao obrigatriade um Eco-Doppler, com ou sem pletismografia.

    Nvel III: Realizao de exames invasivos ou estudos imagiolgicos complexos,incluindo a flebografia ascendente e descendente, varicografia, medio dapresso venosa, TAC, Doppler venoso helicoidal, ressonncia magntica ouultrassonografia intravascular.

    Nota: A passagem ao nvel seguinte, pressupe sempre a realizao dos exames descritos no nvel anterior.

    Tendo em conta o parmetro clnico da classificao CEAP, podemos propor umguia simplificado para avaliao da DVC. As indicaes em cada um dos estdiospodem ser modificadas de acordo com as circunstncias clnicas e a prtica clnicalocal.

    Classe 0s/1 - Doentes com sintomas, sem sinais visveis ou palpveis de doena venosa

    - Doentes com telangiectasias ou varizes reticulares

    O nvel I de investigao normalmente suficiente. No entanto,a presena de sintomas como a dor, sensao de pernas pesadas,cansao e cibras musculares, na ausncia de varizes visveis oupalpveis, so um alerta para a realizao de um exame comEco-Doppler de forma a excluir uma possvel situao de refluxovenoso, que geralmente precede a manifestao clnica de varizes.

    Classe 2 - Doente com varizes, sem edema e sem alteraes trficas

    O nvel II de investigao (exame com Eco-Doppler) deve ser seguidopara a maioria dos doentes, sendo obrigatrio nos doentesreferenciados para interveno cirrgica. Em certos casos, pode sernecessrio passar para o nvel III de investigao.

    DIAGNSTICO

    35

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

  • 36

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    Classe 3 - Doentes com edema, com ou sem varizes, mas sem alteraes trficas

    O nvel II de investigao deve ser realizado para determinar seexiste uma situao de refluxo ou obstruo ao nvel do sistemavenoso profundo, o qual pode ser responsvel pelo edema. Se oexame com Eco-Doppler demonstrar ou revelar alguns indciosde obstruo, devero ser considerados os exames de nvel IIIrelativamente ao sistema venoso profundo.

    Classes 4, 5, 6 - Doentes com alteraes trficas resultantes de doena venosa,incluindo lcera venosa cicatrizada ou aberta, com ou sem edema e/ou varizes

    O nvel II de investigao necessrio em todos os doentes,sendo que o nvel III dever ser considerado para umainterveno ao nvel do sistema venoso profundo.

  • TRATAMENTOTRATAMENTO

    37

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

  • TRATAMENTO

    Medidas higieno-dietticasA Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular (SPACV) validou e temvindo a distribuir, anualmente, entre os mdicos de medicina geral e familiar,folhetos com 10 conselhos teis para serem entregues a todos os doentes com DVC.Neste captulo poder encontrar esses 10 conselhos, bem como a sua descrio, deforma a recomend-los sempre que o seu doente necessite.

    1) Exercitar as pernas em todas as circunstnciasAs posies prolongadas de p e sentada (em particular as pernas cruzadas)devem ser evitadas, uma vez que o peso do sangue e a falta de exercciofavorecem a estagnao do sangue nas veias. Caso a atividade profissional oobrigue a estar sempre sentado ou de p, necessrio andar um poucodurante o dia ou fazer movimentos circulares com os ps. Do mesmo modo,durante as viagens longas de carro, comboio ou avio, e sempre que possvel,ande um pouco para permitir a circulao do sangue nas veias.

    2) Escolher um desporto apropriadoA prtica regular e com sapatos apropriados da marcha a p a atividade maisbenfica para a circulao venosa. A planta dos ps, devido a estar bastanteirrigada por vasos venosos, funciona como uma bomba que movimenta osangue. A cada passo, vai comprimir as veias dos ps, o que impulsiona osangue para cima at s pernas. Depois, a contrao dos msculos da pernafavorece a subida do sangue at ao corao. Por estas razes, a prtica deginstica, ciclismo, dana, natao ou golfe, facilita a circulao venosa. Pelocontrrio, so desaconselhados os desportos que obrigam a movimentosbruscos, como o tnis, basquetebol, squash, entre outros. Estes desportosprovocam variaes na presso do sangue nas veias, o que vai provocar adilatao dos vasos e menor circulao de sangue at ao corao.

    3) Evitar lugares quentesAs variaes de temperaturas modificam o comportamento das veias. Umaumento do calor nas pernas favorece a dilatao das veias, diminuindo acirculao venosa. Devem ser evitadas, ou diminudas, todas as exposies aocalor: sol, depilao com cera quente, banhos quentes, sauna e vesturio muitoquente.

    38

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

  • 4) Procurar lugares frescosA influncia do frio importante porque favorvel contrao das veias. Umduche de gua fria nas pernas, ativa a funcionalidade das veias e alivia asensao de peso e dor nas pernas. Caminhar beira da gua na praia muitotil porque associa o exerccio temperatura baixa.

    5) Prevenir a priso de ventre e o excesso de pesoA priso de ventre e o excesso de peso so dois fatores responsveis peloaumento da presso sangunea nas veias, por isso, e para evitar estesproblemas, deve fazer uma alimentao rica em fibras (ex.: vegetais), uma boahidratao (consumo dirio de 1,5 litros de gua) e consumir menos gordurassaturadas (ex.: manteiga, carne de porco).

    6) Usar vesturio apropriadoO vesturio apertado comprime as veias e bloqueia a circulao do sangue naspernas. Deve escolher um vesturio confortvel e largo, evitando as calasmuito estreitas, meias com elstico ou cintos apertados.

    7) Usar sapatos apropriadosOs sapatos de salto alto reduzem a superfcie de apoio do p, tal como ossapatos planos sem salto que aumentam demais essa superfcie, o que vaidiminuir a circulao do sangue dos ps para as pernas. Por isso, os sapatosdevem ter idealmente 3 a 4 cm de altura.

    8) Facilitar a circulao sangunea durante o sonoPara melhorar a circulao do sangue durante o sono, deve fazer algunsmovimentos de pedalar antes de dormir e levantar os ps da cama 10 a 15 cm.

    9) Reconhecer as situaes que podem agravar os seus problemas venosos, comoa gravidez ou a contraceo oralA doena venosa mais frequente na mulher devido influncia das hormonas(progesterona e estrognio). Os estrognios aumentam a permeabilidade dasveias e a progesterona responsvel pela sua dilatao. Durante a gravidez,estas hormonas existem em grande quantidade, da o elevado risco de doenavenosa nestas mulheres. Estas hormonas existem tambm nas plulascontracetivas. Deste modo, indispensvel uma superviso mdica regular.

    10) Massajar as pernas o mais frequentemente possvelA massagem das pernas, de baixo para cima, melhora a circulao do sanguepara o corao.

    TRATAMENTO

    39

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

  • CompressoA compresso elstica uma componente fundamental no tratamento da doenavenosa crnica.

    Meias de compresso elsticaAs meias de compresso so feitas de material txtil elstico e podem ser:

    A-D Meias at ao joelho; A-G Meias at raiz da coxa; A-T Collants.

    Dentro de cada tipo, existem vrios tamanhos standard, no entanto as meiastambm podem ser feitas por medida.

    Tendo em conta o grau de compresso, existem 4 tipos de meias:

    Grau 1 (compresso ligeira) 15-21 mmHg; Grau 2 (compresso mdia) 23-32 mmHg; Grau 3 (compresso forte) 34-46 mmHg; Grau 4 (compresso muito forte) >49 mmHg.

    Para obter melhores resultados as meias devem ser caladas logo de manh.40

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    FIGURA 11. Representao dos diversos tipos de meias elsticas.

  • Outras formas de compressoEm situaes especiais, como na lcera venosa, podem-se utilizar bandas (ligadurasou cola de zinco).

    As aplicaes clnicasNa seguinte tabela poder encontrar um resumo das indicaes baseadas naevidncia para a teraputica compressiva.

    Frmacos venoativosVrios estudos tm demonstrado a eficcia de frmacos venoativos nos diferentesestdios da doena venosa. Em diversos pases europeus, estes medicamentos soj considerados uma teraputica complementar escleroterapia e a outrosprocedimentos.5

    No seu conjunto existem dois grandes grupos de medicamentos venoativos:agentes de origem natural e sintticos.5

    TRATAMENTO

    41

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    TABELA 5. Indicao do grau de compresso a utilizar, tendo em conta a gravidade da patologia.

    C0s x

    C1 x x

    C2 x x

    C3 x

    C4 x

    C5 x x

    C6 x

    Indicao I(15-21)II

    (23-32)III

    (34-36)Bandas

    Alfa-benzopironas CumarinaMelilot (Melilotus officinalis) Woodruff (Asperula odorata)

    Diosmina Citrus spp. (Sophora japonica)

    Frao Flavonica Rutaceae aurantiaeGama-benzopironas Purificada Micronizada(flavonides) Rutina e rutosido Sophora japonica

    0-(-hidroxietil)-rutosido Eucalyptus spp. (troxerrutina, HR) Fagopyrum esculentum

    Grupo Substncia Origem

  • Modo de ao

    O modo de ao dos diferentes frmacos venoativos pode ser avaliado com baseem diferentes parmetros, ao nvel da macro e micro circulao, tais como:

    Tnus venoso

    Efeito ao nvel das paredes e vlvulas venosas:

    Proteo das clulas endoteliais da hipoxia

    Preveno do refluxo venoso

    Permeabilidade capilar

    Sistema linftico

    Efeito anti-inflamatrio:

    Inibio da interao leuccito-endotlio

    Reduo dos radicais livres

    Parmetros hemorreolgicos

    O quadro seguinte resume o modo de ao dos diferentes frmacos venoativos, deacordo com as evidncias disponveis na base de dados MEDLINE e as orientaesdo European Venous Forum Management of chronic venous disorders of thelower limbs: guidelines according to scientific evidence:42

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    Antociansidos Bilberry (Vaccinium myrtillus)

    Outros extratos de plantas Proantocianidinas (oligomeros) Maritime pine (Pinus maritime)

    Extrato de Ginkgo, heptaminol Ginkgo bilobae troxerrutina

    Dobesilato de clcio Sinttico

    Produtos sintticos Benzarona Sinttico

    Naftazona Sinttico

    Grupo Substncia Origem

    TABELA 6. Classificao dos principais frmacos venoativos. 22

    Horse chestnut (Aesculus Escinahippocastanum L)

    Saponinas

    Extrato de ruscusButchers broom (Ruscus aculeatus)

    (continuao)

  • TRATAMENTO

    43

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    TABE

    LA 7

    . Mod

    o de

    a

    o do

    s pr

    inci

    pais

    fr

    mac

    os v

    enoa

    tivo

    s.

    Grup

    o qu

    mico

    Grup

    o qu

    mico

    Tnu

    sve

    noso

    Perm

    eabi

    lidad

    eca

    pila

    rSi

    stem

    alin

    ftic

    oIn

    ibi

    o in

    ter.

    leuc

    cito

    --e

    ndot

    lio

    Redu

    o

    dos

    radi

    cais

    livre

    s

    Par

    met

    ros

    hem

    orre

    olg

    icos

    Prot

    eo

    cl.

    endo

    telia

    is da

    hip

    xia

    Prev

    en

    o do

    reflu

    xove

    noso

    Pare

    de e

    vl

    vula

    s ven

    osas

    Efei

    to a

    nti-i

    nfla

    mat

    rio

    Gam

    a-

    -ben

    zopi

    rona

    s

    Sapo

    nina

    s

    Outro

    sex

    trato

    s de

    plan

    tas

    Prod

    utos

    sint

    ticos

    Fra

    o

    Flav

    oni

    ca

    Purif

    icada

    Micr

    oniz

    ada

    Dios

    min

    a

    Rutin

    a e

    Ruto

    sido

    Extr

    ato

    de ru

    scus

    Escin

    a

    Anto

    cian

    sidos

    e

    Proa

    ntoc

    iani

    dina

    Dobe

    silat

    o de

    clci

    o

    Benz

    aron

    a,

    Naft

    azon

    a

    +(2

    3) (2

    4) (2

    5) (2

    6)

    (27)

    (28)

    +(6

    8) (6

    9) (7

    0) (7

    1)(7

    2) +(7

    7) (7

    8) (7

    9) (8

    0)(8

    1) (8

    2) (8

    3)

    +(8

    8) (8

    9) (9

    0) (9

    1)

    +(1

    03) (

    104)

    +(9

    2) (9

    3)

    + (98)+ (84)+

    (85)

    (86)

    (87)

    + (94) +(9

    9) (1

    00)

    +(1

    05) (

    106)

    (107

    ) (10

    8)+

    (109

    ) (11

    0) (1

    11)

    +(7

    3) (7

    4) (7

    5)

    + (76) +(9

    5) (9

    6) (9

    7)

    + (101)

    + (102) +

    (116

    ) (11

    7)

    +(1

    12) (

    113)

    (114

    )(1

    15)

    NDND ND

    ND ND ND ND NDND

    NDND

    NDND

    NDND

    ND ND ND NDND ND ND

    NDND

    NDNDND

    ND ND

    NDND

    NDND

    NDND

    NDND

    + (29)+

    (30)

    (31)

    +(3

    2) (3

    3) (3

    4) (3

    5) (3

    6)

    (37)

    (38)

    (39)

    (40)

    (41)

    (42)

    (43)

    (44)

    (45)

    (46)

    (47)

    (48)

    (49)

    (50)

    +(5

    1) (5

    2) (5

    3)

    +(5

    4) (5

    5) (5

    6) (5

    7)

    (58)

    +(5

    9) (6

    0) (6

    1) (6

    2)

    (63)

    (64)

    +(6

    5) (6

    6) (6

    7)

    +: E

    vid

    ncia

    dis

    pon

    vel;

    ND

    : Evi

    dnc

    ia n

    o d

    ispo

    nve

    l.

  • 44

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    Entre os diferentes modos de ao de realar a importncia que, hoje em dia, dada ao efeito anti-inflamatrio, particularmente na inibio da interaoleuccito-endotlio.

    Eficcia teraputica Eficcia dos frmacos venoativos nos sintomas venosos

    A maioria dos frmacos venoativos est indicada no alvio dos sintomasrelacionados com a DVC (dor, sensao de pernas pesadas e cansadas, desconforto,prurido, parestesias e cibras noturnas).8

    Em 2005, foi publicada uma reviso do grupo Cochrane sobre a eficcia dosdiferentes frmacos venoativos no alvio dos sintomas, a qual abrangeu 44 estudose onde estes demonstraram benefcios significativos, comparativamente aoplacebo, ao nvel da dor, sensao de pernas pesadas, sensao de pernas inchadas,cibras e parestesias, apesar da falta de homogeneidade entre os diferentesensaios clnicos considerados.22,118

    Mais recentemente, em 2008, o European Venous Forum (EVF) publicou asguidelines internacionais para o diagnstico e tratamento da DVC, as quaisabordaram a eficcia dos diferentes frmacos venoativos nos sintomas, edema ecicatrizao da lcera venosa. Neste captulo, as guidelines realaram a eficcia devrios frmacos venoativos na reduo dos sintomas associados DVC, comparticular destaque para a frao flavonica purificada micronizada (FFPM).

    Eficcia dos frmacos venoativos no edema venoso

    O edema constitui uma das queixas mais frequentes e tpicas dos doentes com DVC,caraterizando-se por ser espordico, unilateral ou bilateral, frequentementelocalizado na regio maleolar, agravado pela posio ortosttica prolongada ealiviado com a elevao dos membros inferiores.4,22

    Vrios estudos bem desenhados e controlados contra placebo ou contra meias decompresso elstica tm demonstrado a eficcia dos frmacos venoativos, taiscomo a FFPM, os rutosidos, extrato de sementes de castanheiro, dobesilato declcio, proantocianidinas e rutina/cumarina. Nestes estudos, a eficcia na reduodo edema foi avaliada atravs de medidas objetivas como a medio dacircunferncia da perna, a pletismografia e o mtodo de deslocamento de gua.4

    Adicionalmente, vrias metanlises tambm confirmaram a eficcia dos frmacosvenoativos na reduo do edema venoso. Numa reviso publicada na revista

  • TRATAMENTO

    45

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    Cochrane, a anlise de 1245 doentes demonstrou um benefcio bastantesignificativo dos frmacos venoativos no alvio do edema venoso.22

    Eficcia dos frmacos venoativos na lcera venosa

    A ltima edio (3. edio) do Handbook of Venous Disorders, publicada em 2009,inclui um captulo sobre o tratamento farmacolgico das varizes, edema e lcerasvenosas. A FFPM foi o nico frmaco venoativo recomendado no tratamento daslceras venosas de longa durao e grande dimenso, devido a uma metanlise decinco ensaios clnicos aleatorizados que mostraram que esta teraputica melhorasignificativamente a acelerao da cicatrizao das lceras venosas.4,119

    Existem alguns ensaios com outros frmacos venoativos como o extrato desementes de castanheiro ou de hidroxirrutosidos; no entanto, os resultados nopermitiram concluir sobre os benefcios destes frmacos nos estdios maisavanados da doena venosa crnica.

    Riscos do tratamento com frmacos venoativosNo geral, os frmacos venoativos tm um bom perfil de segurana e tolerabilidade.Apesar disso, alguns casos de hepatotoxicidade tm sido associados cumarina.Por vezes, podem ocorrer alguns efeitos gastrointestinais, que podem incluirnuseas, vmitos, clicas ou dor abdominal, insnia, sonolncia e dores de cabea.Estima-se que estes efeitos atinjam menos de 5% dos doentes.5

    No caso particular do dobesilato de clcio, foram observados alguns casostransitrios de agranulocitose.22

    Embora alguns frmacos venoativos no sejam recomendados durante a gravidezou o aleitamento, existem estudos onde vem documentada a eficcia, segurana eaceitabilidade da FFPM no tratamento da mulher grvida em situaes de DVC eat de hemorridas, onde recomendada uma posologia superior.

    desaconselhada a toma simultnea de diferentes frmacos venoativos.5

  • 46

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    Resumo das recomendaes para o tratamentoda doena venosa com frmacos venoativos

    Teraputica farmacolgica no estdio C0s

    Indicaes de tratamentoNos doentes com sintomas, mas ainda sem sinais visveis de doena venosa, osfrmacos venoativos esto indicados no alvio dos sintomas como a dor, sensaode pernas pesadas e inchadas, desconforto, comicho, sensao de pernas cansadase rubor.

    Teraputica farmacolgica nos estdios C1s a C4s

    Indicaes de tratamentoPara doentes com sinais que incluem telangiectasias, varizes reticulares, varizestronculares, edema e alteraes trficas, tambm se recomendam os frmacosvenoativos sempre que estes doentes apresentem sintomas associados. De igualforma, estes frmacos esto recomendados na melhoria do edema venoso.

    Teraputica farmacolgica na lcera venosa (estdio C5 e C6)

    Indicaes de tratamentoA frao flavonica purificada micronizada (FFPM) e a pentoxifilina estorecomendadas na cicatrizao das lceras venosas em associao com compressoelstica.

  • TRATAMENTO

    47

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

    Ablao trmica, qumica e mecnicaSo hoje vrias as tcnicas de ablao que se usam na prtica clnica:

    Qumica: Escleroterapia lquida Escleroterapia com espuma

    Trmica: Vapor Laser Radiofrequncia

    Mecnica Flebectomia minimamente invasiva Stripping clssico CHIVA ASVAL

    A deciso deve ser personalizada, com base no quadro clnico especfico de cadadoente em particular e tambm na experincia do cirurgio vascular.

  • BIBLIOGRAFIA1. Euroteste, 2001.

    2. Matos A, Moreira A, Serra Brando E, Macedo M, Veloso de Brito M. Conhecer melhor a patologia venosa em Portugal- Estudo Multicntrico.

    3. Artigo Doena venosa crnica e impacto na qualidade de vida, publicado no jornal oficial do X Congresso Anual daSociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular.

    4. Nicolaides AN, Allegra C, Bergan J, et al. Management of chronic venous disorders of the lower limbs: guidelines accord-ing to scientific evidence. Int Angiol. 2008 Feb;27(1):1-59.

    5. Gohel MS, Davies AH. Pharmacological agents in the treatment of venous disease: an update of the available evidence.Curr Vasc Pharmacol. 2009 Jul; 7(3):303-308.

    6. L. T. Diniz, J. S. Marques, A. Coito, G. O. Pinto, M. Korn. A doena venosa dos membros inferiores. Porto Editora.

    7. Mansilha A, Toledo T, Albuquerque R, Nomenclatura Venosa dos Membros Inferiores - proposta de consenso, Angiologiae Cirurgia Vascular, Volume I, Nmero 7, Maio 2005, 25-30.

    8. Gloviczki P. Handbook of venous disorders: guidelines of the American venous Forum. 3rd ed. London, UK: Hodder Arnold;2009.

    9. Alguire P, Mathes B. Chronic Venous Insufficiency and Venous Ulceration. J Gen Intern Med 1997;12:374-383.

    10. Raffetto JD, Khalil RA. Mechanisms of varicose vein formation: valve dysfunction and wall dilation. Phlebology.2008;23:85-98.

    11. Bergan JJ, Schmid-Schnbein GW, Smith PD, Nicolaides AN, Boisseau MR, Eklof B. Chronic venous disease. N Engl J Med.2006 Aug 3;355(5):488-498.

    12. Takase S.Pascarella L. Bergan J. Schmid-Schnbein, Hypertension-induced venous valve remodeling, Jour, Vasc. Surg, 2004June; 1329-1334.

    13. Pascarella L, Penn Alexander Penn, Schmid-Schnbein G. Venous hypertension and the inflammatory cascade: majormanifestations and trigger mechanisms. Angiology. 2005;vol.56, sup.I.

    14. Ono T, Bergan J, Schmid-Schnbein G, Takase S. Monocyte infiltration into venous valves. J Vasc Surg.1998;27:158-66.

    15. Lim CS, Davies AH. Pathogenesis of primary varicose veins. Br J Surg 2009;96:1231-1242.

    16. Bergan J. Molecular mechanisms in chronic venous insufficiency. Ann Vasc Surg. 2007 May;21(3):260-266.

    17. Boisseau MR. Leukocyte involvement in the signs and symptoms of chronic venous disease. Perspectives for therapy. ClinHemorheol Microcirc. 2007;37(3):277-290.

    18. Bergan J. Pascarella L, Schmid-Schnbein G. Pathogenesis of primary chronic venous disease: Insights from animal mod-els of venous hypertension. Journal of Vascular Surgery. 2008; 47:183-192.

    19. Eklof B, Rutherford RB, Bergan JJ, Carpentier PH, Gloviczki P, Kistner RL, et al. Revision of the CEAP classification forchronic venous disorders: consensus statement. Journ Vasc Surg 2004;40:1248-1252.

    20. Launois R, Reboul-Marty J, Henry B. Construction and validation of a quality of life questionnaire in chronic lower limbvenous insufficiency (CIVIQ). Qual Life Res. 1996 Dec;5(6):539-554.

    21. Eklof B, Perrin M, Delis KT, Rutherford RB, Gloviczki P. the VEIN-Term Transatlantic Interdisciplinary Faculty: Updated ter-minology of chronic venous disorders:the VEIN-Term Transatlantic Interdisciplinary consensus document. J Vasc Sur. 2009;49: 498-501.

    22. Perrin M, Ramelet AA. Pharmacological treatment of primary chronic venous disease: rationale, results and unansweredquestions. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2011;41(1):117-125.

    23. Ibegbuna V, Nicolaides AN, Sowade O, Leon M, Geroulakos G. Venous elasticity after treatment with Daflon 500 mg.Angiology 1997;48:45-49.

    24. Juteau N, Bakri F, Pomies JP, Foulon C, Rigaudy P, Pillion G, et al. The human saphenous vein in pharmacology: effect ofa new micronized flavonoidic fraction (Daflon 500 mg) on norepinephrine induced contraction. Int Angiol 1995;14:8-13.

    25. Struckmann JR, Nicolaides AN. Flavonoids. A review of the pharmacology and therapeutic efficacy of Daflon 500 mg inpatients with chronic venous insufficiency and related disorders. Angiology 1994;45:419-428.

    26. Tsouderos Y. Venous tone: are the phlebotonic properties predictive of a therapeutic benefit? A comprehensive view ofour experience with Daflon 500 mg. Z Kardiol 1991;80 Suppl 7:95-101.

    27. Gargouil YM, Perdrix L, Chapelain B, Gaborieau R. Effects of Daflon 500 mg on bovine vessels contractility. Int Angiol1989;8:19-22.

    28. Duperray B, Vierin J, Pacheco H. Pharmacokinetics and biochemical pharmacology of diosmin in animals. In: Tesi M,Dormandy JA, eds. Superficial and deep venous diseases of the lower limbs. Torino: PanMinerva Medica; 1984. 48

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

  • 29. Janssens D, Delaive E, Houbion A, Eliaers F, Remacle J, Michiels C. Effect of venotropic drugs on the respiratory activityof isolated mitochondria and in endothelial cells. Br J Pharmacol 2000;130:1513-1524.

    30. Takase S, Pascarella L, Lerond L, Bergan JJ, Schmid-Schonbein GW. Venous hypertension, inflammation and valve remod-eling. Eur J Vasc Endovasc Surg 2004 Nov.;28:484-493.

    31. Pascarella L, Lulic D, Penn AH, et al. Mechanisms in experimental venous valve failure and their modification by Daflon500 mg. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2008; 35:102-110.

    32. Paysant J, Sansilvestri-Morel P, Bouskela E, Verbeuren TJ. Different flavonoids present in the micronized purifiedflavonoid fraction contribute to its antihyperpermeability effect in the hamster cheek pouch circulation. Int Angiol.2008;27:81-85.

    33. Murashov AN, Buriukov RI, Khokhlova ON, Medvedev OS. Effect of daflon on the transcapillary fluid exchange inhindlimbs of anesthesized Wistar rats. Eksp Klin Farmakol 2001;64:67-68.

    34. Korthuis RJ, Gute DC. Postischemic leukocyte/endothelial cell interactions and microvascular barrier dysfunction in skele-tal muscle: cellular mechanisms and effect of Daflon 500 mg. Int J Microcirc Clin Exp 1997;17 Suppl 1:11-17.

    35. Bouskela E, Cyrino FZ, Lerond L. Effects of oral administration of different doses of purified micronized flavonoid fractionon microvascular reactivity after ischaemia/reperfusion in the hamster cheek pouch. Br J Pharmacol 1997;122:1611-1616.

    36. Nolte D, Pickelman S, Schutze E, Mollmann M, Messmer K. Effects of Daflon 500mg on postischemic macromolecular leaksyndrome in striated skin muscle of the hamster. Int J Microcirc Clin Exp 1997;17 Suppl 1:6-10.

    37. Pickelmann S, Nolte D, Schutze E, Messmer K. Effect of Daflon 500 mg on reperfusion damage following ischemia andreperfusion of striated muscle. Langenbecks Arch Chir Suppl Kongressbd 1998;115:353-356.

    38. Pickelmann S, Nolte D, Leiderer R, Mollmann M, Schutze E, Messmer K. Effects of the phlebotropic drug Daflon 500 mgon postischemic reperfusion injury in striated skin muscle: a histomorphologic study in the hamster. J Lab Clin Med1999;134:536-545.

    39. Valensi PE, Behar A, de Champvallins MM, Attalah M, Boulakia FC, Attali JR. Effects of a purified micronized flavonoidfraction on capillary filtration in diabetic patients. Diabet Med 1996;13:882-888.

    40. Bouskela E, Donyo KA. Effects of oral administration of purified micronized flavonoid fraction on increased microvascu-lar permeability induced by various agents and on ischemia/reperfusion in diabetic hamsters. Int J Microcirc Clin Exp1995;15:293-300.

    41. Galley P, Thiollet M. A double-blind, placebo-controlled trial of a new veno-active flavonoid fraction (S 5682) in the treat-ment of symptomatic capillary fragility. Int Angiol 1993;12:69-72.

    42. Stucker O, Bonhomme E, Lenaers A, Teisseire B. Daflon 500 mg depresses bradykinin-ischemia-induced microvascularleakage of FITC dextran in rat cremaster muscle. Int Angiol 1989;8:39-43.

    43. Balas P, Pagratis N. Vital capillaroscopy on microcirculation: pharmacodynamic activity of Daflon 500 mg in venous insuf-ficiency. Int Angiol 1989;8:51-52.

    44. Behar A, Lagrue G, Cohen-Boulakia F, Baillet J. Capillary filtration in idiopathic cyclic edemaeffects of Daflon 500 mg.Nuklearmedizin 1988;27:105-107.

    45. Godfraind T. Effect of a flavonoid preparation (S 5682) on experimental capillary permeability increase in rat paw andrabbit skin. Int Angiol 1988;7:17-19.

    46. Michiels C, Arnould T, Houbion A, Remacle J. A comparative study of the protective effect of different phlebotonicagents on endothelial cells in hypoxia. Phlebologie 1991;44:779-786.

    47. Cyrino FZ, Bottino DA, Lerond L, Bouskela E. Micronization enhances the protective effect of purified flavonoid fractionagainst postischaemic microvascular injury in the hamster cheek pouch. Clin Exp Pharmacol Physiol 2004;31:159-162.

    48. Bouskela E, Cyrino FZ, Lerond L. Leukocyte adhesion after oxidant challenge in the hamster cheek pouch microcircula-tion. J Vasc Res 1999;36 Suppl 1:11-14.

    49. Nolte D, Pickelmann S, Mollmann M, et al. Effects of the phlebotropic drug Daflon 500 mg on postischemic microvascu-lar disturbances in striated skin muscle: an intravital microscopic study in the hamster. J Lab Clin Med 1999;134:526-535.

    50. Korthuis RJ, Gute DC. Adhesion molecule expression in postischemic microvascular dysfunction: activity of a micronizedpurified flavonoid fraction. J Vasc Res 1999;36 Suppl 1:15-23.

    51. Labrid C. A lymphatic function of Daflon 500 mg. Int Angiol 1995;14:36-38.

    52. Behar A, Valensi P, de Champvallins M, Cohen-Boulakia F, Albagli B. Capillary filtration and lymphatic resorption in dia-betes. Application to the pharmacodynamic activity of Daflon 500 mg. Int Angiol 1989;8:27-29.

    53. Cotonat A, Cotonat J. Lymphagogue and pulsatile activities of Daflon 500 mg on canine thoracic lymph duct. Int Angiol1989;8:15-18.

    54. Takase S, Schmid-Schonbein G, Bergan JJ. Leukocyte activation in patients with venous insufficiency. J Vasc Surg1999;30:148-156.

    BIBLIOGRAFIA

    49

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

  • 55. Takase S, Lerond L, Bergan JJ, Schmid-Schonbein GW. The inflammatory reaction during venous hypertension in the rat.Microcirculation 2000;7:41-52.

    56. Shoab SS, Porter JB, Scurr JH, Coleridge-Smith PD. Effect of oral micronized purified flavonoid fraction treatment onleukocyte adhesion molecule expression in patients with chronic venous disease: a pilot study. J Vasc Surg 2000;31:456-461.

    57. Shoab SS, Scurr JH, Coleridge-Smith PD. Plasma VEGF as a marker of therapy in patients with chronic venous diseasetreated with oral micronised flavonoid fraction a pilot study. Eur J Vasc Endovasc Surg 1999;18:334-338.

    58. Shoab SS, Porter J, Scurr JH, Coleridge-Smith PD. Endothelial activation response to oral micronised flavonoid therapy inpatients with chronic venous diseasea prospective study. Eur J Vasc Endovasc Surg 1999;17:313-318.

    59. Korthuis RJ, Gute DC. Anti-inflammatory actions of a micronized, purified flavonoid fraction in ischemia/reperfusion.Adv Exp Med Biol 2002;505:181-190.

    60. Friesenecker B, Tsai AG, Intaglietta M. Cellular basis of inflammation, edema and the activity of Daflon 500 mg. Int JMicrocirc Clin Exp 1995;15 Suppl 1:17-21.

    61. Jean T, Bodinier MC. Mediators involved in inflammation: effects of Daflon 500 mg on their release. Angiology1994;45:554-559.

    62. Cypriani B, Limasset B, Carrie ML, Le Doucen C, Roussie M, de Paulet AC, et al. Antioxidant activity of micronized dios-min on oxygen species from stimulated human neutrophils. Biochem Pharmacol 1993;45:1531-1535.

    63. Lonchampt M, Guardiola B, Sicot N, Bertrand M, Perdrix L, Duhault J. Protective effect of a purified flavonoid fractionagainst reactive oxygen radicals. in vivo and in vitro study. Arzneimittelforschung 1989;39:882-885.

    64. Vargaftig BB. Biochemical mediators involved in the inflammatory reaction. Protective activity of S 5682. Int Angiol1988;7:7-9.

    65. Delbarre B, Delbarre G, Pillion G, Calinon F. Effects of Daflon 500 mg+ACo- on haemoconcentration and alterations ofwhite blood cell count elicited by the upright position in anaesthetized dogs. Int Angiol 1995;14:23-25.

    66. Allegra C, Bartolo M, Jr., Carioti B, Cassiani D. An original microhaemorheological approach to the pharmacologicaleffects of Daflon 500 mg in severe chronic venous insufficiency. Int J Microcirc Clin Exp 1995;15 Suppl 1: 50-54.

    67. Le Devehat C, Khodabandehlou T, Vimeux M, Kempf C. Evaluation of haemorheological and microcirculatory distur-bances in chronic venous insufficiency: activity of Daflon 500 mg. Int J Microcirc Clin Exp 1997;17 Suppl 1:27-33.

    68. Carlsson K, Patwardhan A, Poullain JC, Gerentes I. Transport and localization of troxerutin in the venous wall. J Mal Vasc1996;21 Suppl C:270-274.

    69. Patwardhan A, Carlsson K, Poullain JC, Taccoen A, Gerentes I. The affinity of troxerutin for the venous wall measured bylaser scanning microscopy. J Cardiovasc Surg (Torino) 1995;36:381-385.

    70. Neumann HA, Carlsson K, Brom GH. Uptake and localization of O-(beta-hydroxyethyl)-rutosides in the venous wall,measured by laser scanning microscopy. Eur J Clin Pharmacol 1992;43:423-426.

    71. Frick RW. Three treatments for chronic venous insufficiency:escin, hydroxyethylrutoside, and Daflon. Angiology2000;51:197-205.

    72. Araujo D, Gulati O, Osswald W. Effects of two venotropic drugs on inactivation and O-methylation of catecholamines inan isolated canine vein. Arch Int Pharmacodyn Ther 1985;277:192-202.

    73. Gabor M. Capillary resistance raising action of Venoruton. Experimental data on the therapeutic effects of Venoruton.Acta Pharm Hung 1983;53:115-120.

    74. Sim AK, Haworth D, Esteve J, Rodriguez L. The evaluation of the effect of the venous tonic 263-E on capillary permeabil-ity in the rabbit after administration by intradermal and intravenous routes. Arzneimittelforschung 1981;31:962-965.

    75. Blazso G, Gabor M. Influence of 0-(beta-hydroxyethyl)- rutin on the oedema-inhibiting effect of indomethacin. ActaPharm Hung 1994;64:123-124.

    76. Shukla VK, Sethi AK, Garg SK, Ganguly NK, Kulkarni SK. Effect of venoruton on hypoxic stress-induced neurotoxicity inmice and oxygen free radical generation by human neutrophils. Arch Int Pharmacodyn Ther 1989;299:127-133.

    77. Jager K, Eichlisberger R, Jeanneret C, Lobs KH. Pharmacodynamic effects of ruscus extract (Cycle 3 Fort registered) onsuperficial and deep veins in patients with primary varicose veins. Clin Drug Invest 1999;17:265-273.

    78. Rubanyi G, Marcelon G, Vanhoutte PM. Effect of temperature on the responsiveness of cutaneous veins to the extractof Ruscus aculeatus. Gen Pharmacol 1984;15:431-434.

    79. Marcelon G, Verbeuren TJ, Lauressergues H, Vanhoutte PM. Effect of Ruscus aculeatus on isolated canine cutaneousveins. Gen Pharmacol 1983;14:103-106.

    80. Bouskela E, Cyrino FZ, Marcelon G. Possible mechanisms for the venular constriction elicited by Ruscus extract on ham-ster cheek pouch. J Cardiovasc Pharmacol 1994;24:165-170.

    81. Bouskela E, Cyrino FZ, Marcelon G. Effects of Ruscus extract on the internal diameter of arterioles and venules of the50

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

  • hamster cheek pouch microcirculation. J Cardiovasc Pharmacol 1993;22:221-224.

    82. Rudofsky G. AFs-Improving venous tone and capillary sealing. Effect of a combination of Ruscus extract and hesperidinemethyl chalcone in healthy probands in heat stress. Fortschr Med 1989;107:52, 55-58.

    83. Berg D. Venous constriction by local administration of ruscus extract. Fortschr Med 1990;108:473-476.

    84. Bouaziz N, Michiels C, Janssens D, Berna N, Eliaers F, Panconi E, et al. Effect of Ruscus extract and hesperidin methylchal-cone on hypoxia-induced activation of endothelial cells. Int Angiol 1999;18:306-312.

    85. Bouskela E, Cyrino FZ, Marcelon G. Inhibitory effect of the Ruscus extract and of the flavonoid hesperidine methylchal-cone on increased microvascular permeability induced by various agents in the hamster cheek pouch. J CardiovascPharmacol 1993;22:225-230.

    86. Bouskela E, Cyrino FZ, Marcelon G. Possible mechanisms for the inhibitory effect of Ruscus extract on increased microvas-cular permeability induced by histamine in hamster cheek pouch. J Cardiovasc Pharmacol 1994;24:281-285.

    87. Svensjo E, Bouskela E, Cyrino FZ, Bougaret S. Antipermeability effects of Cyclo 3 Fort in hamsters with moderate dia-betes. Clin Hemorheol Microcirc 1997;17:385-388.

    88. Annoni F, Mauri A, Marincola F, Resele LF. Venotonic activity of escin on the human saphenous vein.Arzneimittelforschung 1979;29:672-675.

    89. Frick RW. Three treatments for chronic venous insufficiency:escin, hydroxyethylrutoside, and Daflon. Angiology2000;51:197-205.

    90. Longiave D, Omini C, Nicosia S, Berti F. The mode of action of aescin on isolated veins: relationship with PGF2 alpha.Pharmacol Res Commun 1978;10:145-152.

    91. Ehringer H. On the vein tonicising principle of horse chestnut extract. Effect of pure horse chestnut extract and aescinon the venous capacity, venous tonus and circulation of the extremities. Med Welt 1968;33:1781-1785.

    92. Bougelet C, Roland IH, Ninane N, Arnould T, Remacle J, Michiels C. Effect of aescine on hypoxia-induced neutrophiladherence to umbilical vein endothelium. Eur J Pharmacol 1998;345:89-95.

    93. Arnould T, Janssens D, Michiels C, Remacle J. Effect of aescine on hypoxia-induced activation of human endothelial cells.Eur J Pharmacol 1996;315:227-233.

    94. Bisler H, Pfeifer R, Kluken N, Pauschinger P. Effects of horse-chestnut seed extract on transcapillary filtration in chronicvenous insufficiency. Dtsch Med Wochenschr 1986;111:1321-1329.

    95. Guillaume M, Padioleau F. Veinotonic effect, vascular protection, antiinflammatory and free radical scavenging proper-ties of horse chestnut extract. Arzneimittelforschung 1994;44:25-35.

    96. Matsuda H, Li Y, Murakami T, Ninomiya K, Yamahara J, Yoshikawa M. Effects of escins Ia, Ib, IIa, and IIb from horse chest-nut, the seeds of Aesculus hippocastanum L., on acute inflammation in animals. Biol Pharm Bull 1997;20:1092-1095.

    97. Facino RM, Carini M, Stefani R, et al. Antielastase and anti-hyaluronidase activities of saponins and sapogenins fromHedera helix, Aesculus hippocastanum, and Ruscus aculeatus. Arch Pharm 1995;328:720-724.

    98. Janssens D, Delaive E, Houbion A, Eliaers F, Remacle J, Michiels C. Effect of venotropic drugs on the respiratory activityof isolated mitochondria and in endothelial cells.Br J Pharmacol 2000;130:1513-1524.

    99. Costantini A, De Bernardi T, Gotti A. Clinical and capillaroscopic evaluation of chronic uncomplicated venous insufficien-cy with procyanidins extracted from vitis vinifera. Minerva Cardioangiol 1999;47:39-46.

    100. Zafirov D, Bredy-Dobreva G, Litchev V, Papasova M. Antiexudative and capillaritonic effects of procyanidines isolatedfrom grape seeds (V. Vinifera). Acta Physiol Pharmacol Bulg 1990;16:50-54.

    101. Maffei Facino R, Carini M, et al. Free radicals scavenging action and antienzyme activities of procyanidines from Vitisvinifera. A mechanism for their capillary protective action. Arzneimittelforschung 1994;44:592-601.

    102. Boisseau MR, Taccoen A, Garreau C, Vergnes C, Roudaut MF, Garreau-Gomez B. Fibrinolysis and hemorheology in chron-ic venous insufficiency: a double blind study of troxerutin efficiency. J Cardiovasc Surg (Torino) 1995;36:369-374.

    103. Androulakis G, Panoysis PA. Plethysmographic confirmation of the beneficial effect of calcium dobesilate in primaryvaricose veins. Angiology 1989;40:1-4.

    104. Urai L, Kolonics I, Natly G. Phlebodynamic effect of Doxium in chronic venous insufficiency. Ther Hung 1985;33:136-139.

    105. Zabel-Langhennig R, Kulle M. Capillary fragility in diabetics and its modification by calcium dobesilate. Z Gesamte InnMed 1983;38:633-636.

    106. Van Bijsterveld OP, Janssen PT. The effect of calcium dobesilate on albumin leakage of the conjunctival vessels. Curr EyeRes 1981;1:425-430.

    107. Brunet J, Farine JC, Garay RP, Hannaert P. Angioprotective action of calcium dobesilate against reactive oxygen species-induced capillary permeability in the rat. Eur J Pharmacol 1998;358:213-220.

    108. Mestres P, Rodriguez L, Erill S, Laport J. Modification by calcium dobesilate of histamine effects on capillary ultrastruc-ture. Experientia 1975;31:826-829.

    BIBLIOGRAFIA

    51

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

  • 109. Piller NB. The lymphogogue action of calcium dobesilate on the flow of lymph from the thoracic duct of anesthetizedand mobile guinea pigs. Lymphology 1988;21:124-127.

    110. Piller N, Browning J. Effect of calcium dobesilate on the functional capabilities of mesenteric lymphatics in the guineapig. Res Exp Med (Berl) 1986;186:167-172.

    111. Casley-Smith JR. The influence of tissue hydrostatic pressure and protein concentration on fluid and protein uptake bydiaphragmatic initial lymphatics+ADs- effect of calcium dobesilate. Microcirc Endothelium Lymphatics 1985;2:385-415.

    112. Szabo ME, Haines D, Garay E, Chiavaroli C, Farine JC, Hannaert P, et al. Antioxidant properties of calcium dobesilate inischemic/reperfused diabetic rat retina. Eur J Pharmacol 2001;428:277-286.

    113. Hannaert P, Brunet J, Farine JC, Garay RP. Antioxidant-Angioprotective Actions of Calcium Dobesilate in Diabetic Rats.International Journal of Angiology 1999;8:2-4.

    114. Brunet J, Farine JC, Garay RP, Hannaert P. In vitro antioxidant properties of calcium dobesilate. Fundam Clin Pharmacol1998;12:205-215.

    115. Suschek C, Kolb H, Kolb-Bachofen V. Dobesilate enhances endothelial nitric oxide synthase-activity in macro- andmicrovascular endothelial cells. Br J Pharmacol 1997;122:1502-1508.

    116. Benarroch IS, Brodsky M, Rubinstein A, Viggiano C, Salama EA. Treatment of blood hyperviscosity with calcium dobesi-late in patients with diabetic retinopathy. Ophthalmic Res 1985;17:131-138.

    117. Vojnikovic B. Hyperviscosity in whole blood, plasma, and aqueous humor decreased by doxium (calcium dobesilate) indiabetics with retinopathy and glaucoma: a double-blind controlled study. Ophthalmic Res 1984;16:150-162.

    118. Martinez MJ, Bonfill X, Moreno RM, Vargas E, Capell D. Phlebotonics for venous insufficiency (Review).The CochraneLibrary 2005, Issue 3;1-199.

    119. Coleridge-Smith P, Lok C, Ramelet A-A. Venous leg ulcer: a meta-analysis of adjunctive therapy with micronized puri-fied flavonoid fraction. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2005;30:198-208.

    52

    SOC

    IED

    AD

    E PO

    RTU

    GU

    ESA

    DE

    AN

    GIO

    LOG

    IA E

    CIR

    UR

    GIA

    VA

    SCU

    LAR

  • /ColorImageDict > /JPEG2000ColorACSImageDict > /JPEG2000ColorImageDict > /AntiAliasGrayImages false /CropGrayImages true /GrayImageMinResolution 300 /GrayImageMinResolutionPolicy /OK /DownsampleGrayImages true /GrayImageDownsampleType /Bicubic /GrayImageResolution 300 /GrayImageDepth -1 /GrayImageMinDownsampleDepth 2 /GrayImageDownsampleThreshold 1.50000 /EncodeGrayImages true /GrayImageFilter /DCTEncode /AutoFilterGrayImages true /GrayImageAutoFilterStrategy /JPEG /GrayACSImageDict > /GrayImageDict > /JPEG2000GrayACSImageDict > /JPEG2000GrayImageDict > /AntiAliasMonoImages false /CropMonoImages true /MonoImageMinResolution 1200 /MonoImageMinResolutionPolicy /OK /DownsampleMonoImages true /MonoImageDownsampleType /Bicubic /MonoImageResolution 1200 /MonoImageDepth -1 /MonoImageDownsampleThreshold 1.50000 /EncodeMonoImages true /MonoImageFilter /CCITTFaxEncode /MonoImageDict > /AllowPSXObjects false /CheckCompliance [ /None ] /PDFX1aCheck false /PDFX3Check false /PDFXCompliantPDFOnly false /PDFXNoTrimBoxError true /PDFXTrimBoxToMediaBoxOffset [ 0.00000 0.00000 0.00000 0.00000 ] /PDFXSetBleedBoxToMediaBox true /PDFXBleedBoxToTrimBoxOffset [ 0.00000 0.00000 0.00000 0.00000 ] /PDFXOutputIntentProfile () /PDFXOutputConditionIdentifier () /PDFXOutputCondition () /PDFXRegistryName () /PDFXTrapped /False

    /Description > /Namespace [ (Adobe) (Common) (1.0) ] /OtherNamespaces [ > /FormElements false /GenerateStructure true /IncludeBookmarks false /IncludeHyperlinks false /IncludeInteractive false /IncludeLayers false /IncludeProfiles true /MultimediaHandling /UseObjectSettings /Namespace [ (Adobe) (CreativeSuite) (2.0) ] /PDFXOutputIntentProfileSelector /NA /PreserveEditing true /UntaggedCMYKHandling /LeaveUntagged /UntaggedRGBHandling /LeaveUntagged /UseDocumentBleed false >> ]>> setdistillerparams> setpagedevice