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Universidade Federal do Amazonas Faculdade de ciências agrárias Curso de Zootecnia Bovinocultura Raças - Bovinos de Corte
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Raças de bovinos de corte

Apr 11, 2017

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Thaís Alves
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Page 1: Raças de bovinos de corte

Universidade Federal do AmazonasFaculdade de ciências agrárias

Curso de ZootecniaBovinocultura

Raças - Bovinos de Corte

Page 2: Raças de bovinos de corte

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Belgian Blue

Page 3: Raças de bovinos de corte

Originou-se na Bélgica central, formado pelo cruzamento do gado

nativo da região com o gado de Shorthorn, importado da Inglaterra de

1850 à 1890. Corresponde quase à metade do rebanho Belga.

É cogitada a presença do sangue da raça charolesa na formação do

Belgian Blue. A raça Belgian Blue é relativamente nova na América do

Norte e América do Sul.

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Histórico da raça

Page 4: Raças de bovinos de corte

O Belgian Blue não é um animal grande, apresenta linhas

arredondadas e músculos proeminentes. O ombro, quarto traseiro,

lombo e anca são muito musculosos. A pelagem é de coloração

composta de branco, azul e às vezes negro. A cesariana, no parto de

vacas Belgian Blue é freqüentemente necessária.

Aos 12 meses de idade os machos apresentam uma média de peso

de 470 kg e altura de 1,20m, já as fêmeas 370 kg e 1,15 m de altura.

Aos 24 meses os machos chegam a 770 kg e 1,35 m e as fêmeas 500

kg e 1,20 m. As características de carcaça do Belgian Blue são

substancialmente transmitidas quando a raça é usada em

cruzamentos comerciais, isto explica o crescente uso da raça em

cruzamento terminal, não só pelas características da carcaça como

também pelo potencial de crescimento.

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Características zootécnicas da raça

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Braford

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A raça Braford surgiu oficialmente na Flórida (EUA), na década de 60.

Já no Brasil, em 1967, o criador Rubem Silveira Vasconcellos, de

Rosário do Sul (RS), iniciou a importação de zebuínos americanos, da

raça Brahman, visando cruzá-los especificamente com bovinos

Hereford, a fim de criar uma nova raça bi-mestiça. Logo criadores do

Rio Grande do Sul começaram a perceber as vantagens do

cruzamento entre estes animais e incentivados por programas de

cruzamentos governamentais difundiram os cruzamentos no Estado.

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Histórico da raça

Page 10: Raças de bovinos de corte

Após vários anos da introdução do zebuíno nos pampas produtores e

técnicos trabalharam em esquemas de cruzamento entre Hereford e

Zebu para formação de uma raça com traços de genótipo zebuíno,

procurando rusticidade e adaptabilidade, onde se destacaram nesses

trabalhos o esquema “Braford Santa Clara”, utilizado por Rubem

Vasconcellos, e o “Pampiana Braford”, utilizado pelo Núcleo Fronteira

Oeste de Criadores de Hereford.

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Page 11: Raças de bovinos de corte

Características zootécnicas da raça

Os graus de sangue da raça Braford são sempre relação a quantidade

de sangue zebuíno na raça, ou seja o Braford 38 (ou simplesmente

Braford) é composto de 3/8 de sangue zebuíno e 5/8 de sangue

Hereford.

A Braford moderna congrega a fertilidade, habilidade materna,

precocidade, temperamento dócil, volume e qualidade da carne do

Hereford com a capacidade de adaptação aos trópicos, resistência

aos ectoparasitas, rusticidade e rendimento de carcaça dos zebuínos,

além do benefício indiscutível da heterose, que qualifica ainda mais

sua carne.

O macho Braford é extremamente fértil, viril e precoce, adaptando-se

muito bem às condições de reprodução a campo. Detentor de

excepcional massa muscular; é incomparável na missão de produzir

bezerros.11

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A fêmea Braford é precoce e fértil. Tem comprovado potencial de

entrar em reprodução, totalmente a campo, entre 14 e 18 meses de

idade. Com peso médio adulto de 450Kg (15@), tem excelente

facilidade de parto e habilidade materna, desmamando aos 6 – 8

meses bezerros que podem ter mais de 50% do peso materno.

O novilho Braford é muito precoce na terminação, podendo ser

abatido, em terminação exclusivamente a campo, aos 18 – 24 meses

de idade e peso entre 380 e 480 Kg, apresentando rendimentos de

carcaça entre 52 e 58%.

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Tem carcaça bem conformada, bom perfil muscular; alto rendimento

de cortes comestíveis e, o que é mais importante, tem cobertura de

gordura e marmorização, o que garante a boa conservação das

características de sabor e suculência quando no resfriamento

realizado pelos frigoríficos, garantindo também a excelente

apresentação dos cortes na gôndola.

Assim sendo, o padrão racial Braford deverá seguir, de forma geral,

tipos biológicos que externamente mostrem ser animais produtores de

carne, bem estruturados, precoces e de boa musculatura, indicativa

de alto rendimento de carcaça, adaptados às diferentes regiões

climáticas do país.

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Bravon

Page 17: Raças de bovinos de corte

Com a grande procura de raças e animais para cruzamento industrial

no Brasil, a Associação Brasileira de Criadores de Devon decidiu

desenvolver uma raça sintética, que aliasse as características do

Devon às qualidades do Nelore: o Bravon.

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Histórico da raça

Page 18: Raças de bovinos de corte

A raça Bravon consegue unir a precocidade, fertilidade, habilidade

materna e qualidade de carcaça da raça Devon, com as

características preponderantes do Nelore: rusticidade, adaptabilidade,

longevidade, resistência a endo e ectoparasitas.

Precocidade, fertilidade, habilidade materna, docilidade e maior

rendimento de carcaça, aliados à rusticidade e à ampla adaptabilidade

aos pastos do Brasil.

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Características zootécnicas da raça

Page 19: Raças de bovinos de corte

As fêmeas são colocadas em estação de monta a partir dos treze

meses, possuem índice de prenhez que ultrapassa os 90%, tem a

vantagem comercial de parir antes dos dois anos de idade sem

apresentar problemas de parto. Conseguem desmamar seus filhos

aos sete meses e meio de idade, com até oito arrobas e meia.

Propicia o abate com apenas doze meses de idade, seguindo a

tendência do mercado consumidor atual. O rendimento de carcaça

chega a atingir até 58%, apresentando considerável lucratividade. A

qualidade da carne é garantida por atingir até cinco milímetros de

gordura com excelente marmoreio, determinante do sabor

diferenciado que possui.

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Charolês

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A raça Charolês é originária da França, mais precisamente de

Charolais e Brionais, Departamento de Saône-et-Loire, no Distrito de

Charolles.

Por ser bovino musculoso, sem tendência a depositar gordura na

superfície, sua seleção começou a ser orientada há três séculos.

A melhora da qualidade permitiu, de 1920 em diante, a opção do

Charolês unicamente como gado de corte. O aperfeiçoamento de sua

estrutura corpórea, espessura da abundante massa muscular, peito

profundo, membros longos, favoreceram muito a criação da raça –

facilitavam seu deslocamento nas pastagens em busca de água empontos mais distantes.

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Histórico da Raça

Page 23: Raças de bovinos de corte

Características zootécnicas da Raça

O gado Charolês sempre se manteve primordialmente como uma raça

produtora de carne, tanto a pasto quanto em confinamento.

A novilhas parem pela primeira vez aos 3 anos, desde que recebam

alimentação satisfatória. O peso médio encontrado na literatura para

os machos é de 45 kg e para as fêmeas é de 42 kg. A raça é

conhecida por ter propensão a partos gemelares.

No que se refere à produção de leite, em geral, as vacas produzem o

suficiente para criar um terneiro por ano, com rendimento estimado

em 3.000 litros por lactação.

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Page 24: Raças de bovinos de corte

A raça é versátil em termos de manejo, cruzamentos com outras

raças, alimentação e mudanças de clima.

O gado Charolês engorda satisfatoriamente, produzindo carcaça de

excelente qualidade. Ainda que esta apresente uma elevada

proporção de gordura intramuscular (marmorização), seus depósitos

superficiais são excepcionalmente escassos. A palatabilidade de sua

carne é considerada das melhores.

Suas principais características são a pelagem branca, grande porte,

tanto na altura como no comprimento. O Charolês ainda se destaca

por sua estrutura óssea e musculatura, excelente rendimento de

carcaça e precocidade nos cruzamentos e nos abates.

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Gir

Page 29: Raças de bovinos de corte

A raça Gir que temos hoje no Brasil corresponde fielmente ao gado

Gir encontrado ao sul da península de Kathiavar na Índia, de onde

procede.

É uma raça de dupla aptidão, voltada ao mercado de carnes e

produção de leite. Seleções vem sendo feitas, dando resultados

ótimos na produção de leite.

No passado, muitos criadores deram importância exclusiva a

caracteres raciais, de menor importância econômica; depois,

evoluíram para a seleção de rebanhos e linhagens com maior

capacidade produtiva, tanto para carne como para leite.

Histórico da Raça

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Page 30: Raças de bovinos de corte

Características

As qualidades leiteiras das vacas são bastante pronunciadas, o que

beneficia o desenvolvimento do bezerro. Tenta-se a seleção de uma

variedade leiteira. Em alguns rebanhos a produção é regular em

regime de semi-estabulação.

Para isso seria vantajoso formar uma nova raça cruzando o Gir com

uma raça leiteira bem adaptada, como, por exemplo, a Holandesa. O

bezerro é pequeno, mas muito resistente.

Às vezes encontra dificuldade em mamar devido à grossura

exagerada das tetas. Quando adulto, atinge cerca de 500kg nas

fêmeas e 800kg nos machos.

Um grande defeito no Gir, é seu prepúcio muito baixo, que favorece o

aparecimento de feridas, podendo inutilizar o reprodutor.

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Red Angus

Page 35: Raças de bovinos de corte

Raça de origem escocesa, identificada em antigas esculturas onde o

gado mocho está presente, indicando sua origem remota. Mais

recentemente, no ano de 1879, nasceu a Sociedade de Gado

Aberdeen Angus, onde somente se registrava o gado negro.

O animal de hoje é bastante diferente do tipo original de Watson. No

início do século XX surgiu o Aberdeen Angus vermelho (Red Angus),

oriundo de animais negros, e tendo associação criada nos EUA em

1954. Estudos têm mostrado alguma vantagem adaptativa ao Red

Angus, que é mais resistente aos carrapatos e ao clima, porém,

quanto a atributos de desempenho, as “raças” não diferem.

Histórico da Raça

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Page 36: Raças de bovinos de corte

No mundo, essa raça encontra-se amplamente difundida e

pesquisada, sendo considerada uma raça-base da moderna pecuária.

No Brasil, o registro de entrada da raça deu-se em 1906, através do

touro Menelik oriundo do Uruguai.

O primeiro teste se deu em 1909-1910, quando os animais

atravessaram forte seca e sobreviveram, enquanto outras raças

sucumbiram, mostrando sua capacidade de adaptação ao clima local

(Bagé-RS).

Pesquisas zootécnicas, realizadas no país, tiveram seu início em

1946. Já, em 1954 surgiam os produtos 5/8 Angus e 3/8 Nelore, que

vieram dar origem a uma raça sintética (Ibagé), hoje denominada

Brangus-Ibagé.

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Características Zootécnicas da Raça

Os animais são mochos, possuem porte mediano, pelagem de cor

preta ou vermelha, sendo permitidas manchas brancas na região

ventral inferior. Pele fina e pigmentada, pêlo curto e umbigo curto. É

considerada uma raça de corte completa caracterizada por sua

precocidade, fertilidade, habilidade materna. Produz carne de

excelente qualidade e transmite essas características à sua progênie.

Atualmente é muito utilizada em cruzamentos com a raça Nelore,

apresentando como grande vantagem o nascimento de bezerros

pequenos (28 kg), porém com alta capacidade de ganho de peso,

proporcionando uma desmama lucrativa.

Merece destaque, além da qualidade da carne, o rendimento de

carcaça, é em média, de 58%.

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Wagyu

Page 41: Raças de bovinos de corte

Wagyu é uma raça de gado de corte japonês que apresenta como

uma de suas principais características a produção de carne de alta

qualidade. Conhecida também como Kobe Beef, esta carne vem

ganhando destaque na gastronomia devido a qualidade de

marmorização, por possuir suculência, maciez, aroma e sabor

ímpares.

Histórico da Raça

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Page 42: Raças de bovinos de corte

Características zootécnicas da raça

O Wagyu é uma raça produtora de carne nobre com extremo

marmoreio, de tamanho mediano, com chifres e com pelagem preta e

vermelha. Possui precocidade sexual, habilidade materna, facilidade

de parto e longevidade. Não observa-se definição muscular. Tem

como característica desclassificatória manchas brancas em qualquer

parte do corpo.

Os machos são desmamados aos 8 meses com peso médio de 240

kg e as fêmeas atingem 220 kg.

Possuem alto poder de heterose, rusticidade e temperamento dócil.

Adaptou-se nas diversas regiões do país como BA, MG, MT, MS, SP,

RS, PR.

Bom rendimento e comercialização da carne.

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Page 43: Raças de bovinos de corte

Características zootécnicas da raça

O ponto forte da raça é a produção de uma carne de excelência, com

o máximo de marmoreio sendo extremamente macia, suculenta,

saborosa e com aroma incomparável.

Possui em sua genética a habilidade de produzir uma gordura com

alto teor de ácidos graxos insaturados (palmitoléico, oléico e

linoléico). Raça que produz cortes de carne com extrema qualidade

em machos e fêmeas sem distinção, sendo as mais valorizadas nomercado mundial.

O Wagyu é muito rústico, eles nascem pequenos, por tanto, não

possuem problemas no parto e atingem sua maturidade sexual em até

11 meses tanto para fêmeas quanto para os machos. Com um ano e

meio de confinamento os animais atingem cerca de 800 kg com um

rendimento de carcaça em torno de 55% com a peça do contra filéatingindo cerca de 25 a 30 kg.

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Limousin

Page 48: Raças de bovinos de corte

Limousin é tão antigo quanto o surgimento do continente Europeu,

sendo a França seu berço. A raça Limousin é originária da região

Limousin, na França, sendo estes bovinos inicialmente utilizados

como animais de trabalho, devido à sua elevada robustez física e

grande docilidade.

A robustez dos animais Limousin resultou da necessidade de

adaptação a condições naturais duras associadas a esta região

francesa, com solos graníticos, ácidos e com relevo bastante

acidentado, com amplitudes térmicas entre os -15° C e os 30° C, com

queda de neve, possibilitando contudo a adaptação desta raça a uma

grande variedade de condições rurais, de onde resultou a sua

dispersão por todo o mundo.

Histórico da Raça

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Page 49: Raças de bovinos de corte

Com a evolução no setor agrícola, e a mecanização gradual desta

atividade, a autonomia da raça Limousin, em termos de facilidade de

partos e o rápido crescimento, resultaram na seleção dos animais que

melhor conjugassem todas estas características.

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Page 50: Raças de bovinos de corte

São animais de médio porte. Sua pelagem é de cor vermelho cereja,

podendo tender para o marrom/preto; os pêlos são finos, curtos e

sedosos; a pele é macia, fina, flexível e de coloração rosa; as

mucosas são rosadas e a vassoura da cauda é rósea clara.

A cabeça possui tamanho médio, forte e proporcional ao corpo; perfil

retilíneo; fronte plana com leve depressão entre as órbitas; chanfro é

reto, sendo médio nos machos e, curto nas fêmeas; orelhas pequenas

e finas; chifres de comprimento mediano, finos nas extremidades,

claros ou escuros, ovais ou cilíndricos; os olhos são vivos, no entanto

não são salientes; pescoço musculoso, médio e com boa implantação

à cabeça e ao tronco; barbela pouco desenvolvida, acabando no

externo.

Características zootécnicas da Raça

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Marchigiana

Page 55: Raças de bovinos de corte

Os bovinos da raça Marchigiana têm origem muito antiga. Originários

das raças podólicas, foram introduzidos na Itália depois do século V

d.C., juntamente com os povos bárbaros que, depois da queda do

Império Romano, invadiram a região de Marche. Daí difundiram-se

pelas regiões próximas caracterizadas por verões secos e quentes

(média de 40ºC) e por invernos úmidos e frios (média de -15ºC), onde

as terras, em sua maior parte são argilosas e compactas, ou

saibrosas e áridas.

Nesta região montanhosa (região dos Apeninos), a produção de

massa verde não é abundante e as forragens são geralmente de

qualidade inferior. As difíceis condições ambientais e alimentares,

assim como o emprego continuado nos trabalhos de campo, e os

vários cruzamentos com outras raças que habitavam a Itália, como a

Chianina, Romagnola e outras, acentuaram, com o passar dos

séculos, o desenvolvimento das massas musculares, e as

características de rusticidade, precocidade, fertilidade e docilidade

que caracterizavam os indivíduos desta raça bovina.

Histórico da Raça

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Page 56: Raças de bovinos de corte

Na Itália, país de origem da raça, em 1930 foi instituído o Livro

Genealógico da raça Marchigiana. A partir daí, interromperam-se os

cruzamentos e os trabalhos de seleção passaram a ser então

dirigidos no intuito de obter animais produtores de carne, visto que até

esta época, os bovinos eram criados e selecionados também para o

trabalho no campo.

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Page 57: Raças de bovinos de corte

Características zootécnicas da Raça

É um animal tipo produtor de carne caracterizado por notável

desenvolvimento dos músculos e do quarto traseiro, comum tronco

alongado e que tende a ser cilíndrico. Assim sendo, é particularmente

precoce e adaptado aos ambientes mais difíceis.

As características da raça, pele negra e pelos brancos, conferem

grande resistência ao calor, resultando em grande adaptabilidade em

qualquer região do País. Atualmente, a genética Marchigiana é

utilizada com sucesso de norte a sul.

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Page 58: Raças de bovinos de corte

Do bovino Marchigiana, devemos ressaltar, principalmente, o grande

comprimento de seu tronco, a força de seus diâmetros transversais e

a fineza da sua estrutura esquelética. Considerando em sua

totalidade, é harmonioso, ágil em seus movimentos e de

temperamento dócil.

Ele se caracteriza pela sua elevada capacidade de ganho de peso (os

indivíduos adultos podem superar o peso de 1.200 Kg nos touros e

700 Kg nas vacas) com adequado acabamento de carcaça, altas

taxas de fertilidade, rusticidade, sendo uma das características mais

marcantes a tolerância ao calor.

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Page 59: Raças de bovinos de corte

Adicionalmente, os animais nascem em média com 42 Kg de peso ao

nascer e estão aptos à reprodução à partir dos 16 meses para fêmeas

e 18 meses para os machos.

Na busca de animais mais precoces, a raça passou por uma evolução

nos últimos cinco anos. Houve uma sensível diminuição na altura dos

animais com incremento na profundidade torácica, comprimento e

musculosidade.

Assim sendo, as principais vantagens da raça Marchigiana são:

Padronização da pelagem;

Velocidade e alto ganho de peso;

Valorização comercial;

Precocidade sexual;

Carcaça moderna;

Carne de qualidade e

Alta lucratividade.

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Tabapuã

Page 63: Raças de bovinos de corte

O Tabapuã é uma raça brasileira fruto de cruzamentos entre o gado

mocho nacional e animais de origem indiana. Foi na década de 40, no

município de Tabapuã (SP), que a raça assumiu as características que

perduram até hoje. Mas sua história começa em 1907 na região de

Leopoldo de Bulhões, no estado de Goiás.

O fazendeiro José Gomes Louza se interessou pelos reprodutores

zebus e importou alguns animais da Índia. Os irmãos Saliviano e

Gabriel Guimarães, de Planaltina, adquiriram três desses touros e

iniciaram cruzamentos com o gado mocho de seu próprio rebanho.

Dali surgiram os primeiros zebuínos mochos no Brasil. Em 1912,

vários desses animais já eram expostos na Feira da Cidade de Goiás.

Histórico da Raça

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Page 64: Raças de bovinos de corte

Já na década de 30, Lourival Louza, neto de José Gomes, se dedicou

ao cruzamento desses animais com o Nelore e deu origem ao gado

anelorado mocho ou baio mocho, como ficou conhecido. O sangue do

Guzerá e do Gir foram introduzidos mais tarde e também fazem parte

da formação do Tabapuã.

Nos anos 40 o gado mocho começou a se espalhar por outras

regiões. Júlio do Valle, proprietário da Fazenda São José dos

Dourados, levou alguns desses animais de Goiás para São Paulo e

presenteou o amigo Alberto Ortenblad, da Fazenda Água Milagrosa,

com um garrote zebuíno mocho.

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Page 65: Raças de bovinos de corte

O crescimento do Tabapuã

Com interesse em desenvolver bovinos com melhores qualidades, a

família Ortenblad criou em 1943 um planejamento zootécnico

elaborado. Cem matrizes Nelore foram separadas para as

experiências com o touro T-0, como foi chamado o garrote mestiço.

Os trabalhos e resultados foram registrados em detalhes. Foi a partir

desses cruzamentos que a coloração branco-acinzentada do Nelore

predominou nos animais, que permaneceram sem chifres como o

gado mocho.

Os bons resultados chamaram a atenção do mercado nos anos

seguintes. Em 1970, o Ministério da Agricultura recomendou que o

Tabapuã fosse incluído entre as raças zebuínas, ainda como “tipo”. A

Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), então, foi

encarregada de realizar o registro genealógico da espécie. Em dez

anos, o Tabapuã precisaria mostrar através de análises e provas as

características que o diferenciavam de outros zebuínos.65

Page 66: Raças de bovinos de corte

O reconhecimento da raça

Entre 1970 e 1980, o Tabapuã ganhou 80% das pesagens de que

participou e em 1981 foi definitivamente reconhecido como raça. O

terceiro neozebuíno a ser formado no mundo, depois do Brahman e

do Indubrasil. Por ser o primeiro entre esses a surgir a partir de um

planejamento específico, o Tabapuã é considerado a maior conquista

da zootecnia brasileira dos últimos cem anos.

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Page 67: Raças de bovinos de corte

Características Zootécnicas da Raça

O Tabapuã é o único “zebu brasileiro”, por esse motivo conclui-se que

está mais que adaptado às variações climáticas, tendo criadores nos

quatro cantos do Brasil.

As vantagens do Tabapuã para reprodução se destacam entre os

zebuínos. Com pouca idade no primeiro parto, as matrizes

apresentam alto índice de fertilidade e a habilidade materna da raça

garante bom desenvolvimento para os bezerros.

Entre os 14 e 16 meses, as fêmeas atingem em média 25% de

fertilidade. Entre os 16 e 18 meses, 50% e entre 18 e 20 meses, mais

de 60%. Algumas fazendas já registram 95% de sucessos em

inseminação artificial. As matrizes Tabapuã também apresentam boa

produção de leite. Essa característica faz com que os bezerros da

raça tenham desempenho superior a outros zebuínos da mesma

idade. Aos 120 dias, por exemplo, eles chegam a 118 Kg em média e

na desmama já estão com 200 Kg. 67

Page 68: Raças de bovinos de corte

A idade do primeiro parto e o intervalo entre os partos seguintes são a

base do índice de natalidade. Bons resultados nesse campo

significam maior lucro para o produtor. Nesse quesito, o Tabapuã

comprova seu valor todos os anos nas feiras e exposições de que

participa.

Outra característica notável, é a docilidade, uma das características

mais prezadas pelos criadores. Sem chifres, a raça é mansa e por

isso não se estressa ou perde peso durante vacinações, pesagens e

transporte.

O Tabapuã também não se envolve em brigas e lida melhor com

alimentação no cocho. Por isso, aceita com facilidade o confinamento.

Todas essas características se unem à rusticidade e resistência da

raça e formam o gado ideal.

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Obrigada!

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