Universidade Federal do Amazonas Faculdade de ciências agrárias Curso de Zootecnia Bovinocultura Raças - Bovinos de Corte
Universidade Federal do AmazonasFaculdade de ciências agrárias
Curso de ZootecniaBovinocultura
Raças - Bovinos de Corte
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Belgian Blue
Originou-se na Bélgica central, formado pelo cruzamento do gado
nativo da região com o gado de Shorthorn, importado da Inglaterra de
1850 à 1890. Corresponde quase à metade do rebanho Belga.
É cogitada a presença do sangue da raça charolesa na formação do
Belgian Blue. A raça Belgian Blue é relativamente nova na América do
Norte e América do Sul.
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Histórico da raça
O Belgian Blue não é um animal grande, apresenta linhas
arredondadas e músculos proeminentes. O ombro, quarto traseiro,
lombo e anca são muito musculosos. A pelagem é de coloração
composta de branco, azul e às vezes negro. A cesariana, no parto de
vacas Belgian Blue é freqüentemente necessária.
Aos 12 meses de idade os machos apresentam uma média de peso
de 470 kg e altura de 1,20m, já as fêmeas 370 kg e 1,15 m de altura.
Aos 24 meses os machos chegam a 770 kg e 1,35 m e as fêmeas 500
kg e 1,20 m. As características de carcaça do Belgian Blue são
substancialmente transmitidas quando a raça é usada em
cruzamentos comerciais, isto explica o crescente uso da raça em
cruzamento terminal, não só pelas características da carcaça como
também pelo potencial de crescimento.
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Características zootécnicas da raça
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Braford
A raça Braford surgiu oficialmente na Flórida (EUA), na década de 60.
Já no Brasil, em 1967, o criador Rubem Silveira Vasconcellos, de
Rosário do Sul (RS), iniciou a importação de zebuínos americanos, da
raça Brahman, visando cruzá-los especificamente com bovinos
Hereford, a fim de criar uma nova raça bi-mestiça. Logo criadores do
Rio Grande do Sul começaram a perceber as vantagens do
cruzamento entre estes animais e incentivados por programas de
cruzamentos governamentais difundiram os cruzamentos no Estado.
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Histórico da raça
Após vários anos da introdução do zebuíno nos pampas produtores e
técnicos trabalharam em esquemas de cruzamento entre Hereford e
Zebu para formação de uma raça com traços de genótipo zebuíno,
procurando rusticidade e adaptabilidade, onde se destacaram nesses
trabalhos o esquema “Braford Santa Clara”, utilizado por Rubem
Vasconcellos, e o “Pampiana Braford”, utilizado pelo Núcleo Fronteira
Oeste de Criadores de Hereford.
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Características zootécnicas da raça
Os graus de sangue da raça Braford são sempre relação a quantidade
de sangue zebuíno na raça, ou seja o Braford 38 (ou simplesmente
Braford) é composto de 3/8 de sangue zebuíno e 5/8 de sangue
Hereford.
A Braford moderna congrega a fertilidade, habilidade materna,
precocidade, temperamento dócil, volume e qualidade da carne do
Hereford com a capacidade de adaptação aos trópicos, resistência
aos ectoparasitas, rusticidade e rendimento de carcaça dos zebuínos,
além do benefício indiscutível da heterose, que qualifica ainda mais
sua carne.
O macho Braford é extremamente fértil, viril e precoce, adaptando-se
muito bem às condições de reprodução a campo. Detentor de
excepcional massa muscular; é incomparável na missão de produzir
bezerros.11
A fêmea Braford é precoce e fértil. Tem comprovado potencial de
entrar em reprodução, totalmente a campo, entre 14 e 18 meses de
idade. Com peso médio adulto de 450Kg (15@), tem excelente
facilidade de parto e habilidade materna, desmamando aos 6 – 8
meses bezerros que podem ter mais de 50% do peso materno.
O novilho Braford é muito precoce na terminação, podendo ser
abatido, em terminação exclusivamente a campo, aos 18 – 24 meses
de idade e peso entre 380 e 480 Kg, apresentando rendimentos de
carcaça entre 52 e 58%.
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Tem carcaça bem conformada, bom perfil muscular; alto rendimento
de cortes comestíveis e, o que é mais importante, tem cobertura de
gordura e marmorização, o que garante a boa conservação das
características de sabor e suculência quando no resfriamento
realizado pelos frigoríficos, garantindo também a excelente
apresentação dos cortes na gôndola.
Assim sendo, o padrão racial Braford deverá seguir, de forma geral,
tipos biológicos que externamente mostrem ser animais produtores de
carne, bem estruturados, precoces e de boa musculatura, indicativa
de alto rendimento de carcaça, adaptados às diferentes regiões
climáticas do país.
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Bravon
Com a grande procura de raças e animais para cruzamento industrial
no Brasil, a Associação Brasileira de Criadores de Devon decidiu
desenvolver uma raça sintética, que aliasse as características do
Devon às qualidades do Nelore: o Bravon.
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Histórico da raça
A raça Bravon consegue unir a precocidade, fertilidade, habilidade
materna e qualidade de carcaça da raça Devon, com as
características preponderantes do Nelore: rusticidade, adaptabilidade,
longevidade, resistência a endo e ectoparasitas.
Precocidade, fertilidade, habilidade materna, docilidade e maior
rendimento de carcaça, aliados à rusticidade e à ampla adaptabilidade
aos pastos do Brasil.
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Características zootécnicas da raça
As fêmeas são colocadas em estação de monta a partir dos treze
meses, possuem índice de prenhez que ultrapassa os 90%, tem a
vantagem comercial de parir antes dos dois anos de idade sem
apresentar problemas de parto. Conseguem desmamar seus filhos
aos sete meses e meio de idade, com até oito arrobas e meia.
Propicia o abate com apenas doze meses de idade, seguindo a
tendência do mercado consumidor atual. O rendimento de carcaça
chega a atingir até 58%, apresentando considerável lucratividade. A
qualidade da carne é garantida por atingir até cinco milímetros de
gordura com excelente marmoreio, determinante do sabor
diferenciado que possui.
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Charolês
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A raça Charolês é originária da França, mais precisamente de
Charolais e Brionais, Departamento de Saône-et-Loire, no Distrito de
Charolles.
Por ser bovino musculoso, sem tendência a depositar gordura na
superfície, sua seleção começou a ser orientada há três séculos.
A melhora da qualidade permitiu, de 1920 em diante, a opção do
Charolês unicamente como gado de corte. O aperfeiçoamento de sua
estrutura corpórea, espessura da abundante massa muscular, peito
profundo, membros longos, favoreceram muito a criação da raça –
facilitavam seu deslocamento nas pastagens em busca de água empontos mais distantes.
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Histórico da Raça
Características zootécnicas da Raça
O gado Charolês sempre se manteve primordialmente como uma raça
produtora de carne, tanto a pasto quanto em confinamento.
A novilhas parem pela primeira vez aos 3 anos, desde que recebam
alimentação satisfatória. O peso médio encontrado na literatura para
os machos é de 45 kg e para as fêmeas é de 42 kg. A raça é
conhecida por ter propensão a partos gemelares.
No que se refere à produção de leite, em geral, as vacas produzem o
suficiente para criar um terneiro por ano, com rendimento estimado
em 3.000 litros por lactação.
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A raça é versátil em termos de manejo, cruzamentos com outras
raças, alimentação e mudanças de clima.
O gado Charolês engorda satisfatoriamente, produzindo carcaça de
excelente qualidade. Ainda que esta apresente uma elevada
proporção de gordura intramuscular (marmorização), seus depósitos
superficiais são excepcionalmente escassos. A palatabilidade de sua
carne é considerada das melhores.
Suas principais características são a pelagem branca, grande porte,
tanto na altura como no comprimento. O Charolês ainda se destaca
por sua estrutura óssea e musculatura, excelente rendimento de
carcaça e precocidade nos cruzamentos e nos abates.
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Gir
A raça Gir que temos hoje no Brasil corresponde fielmente ao gado
Gir encontrado ao sul da península de Kathiavar na Índia, de onde
procede.
É uma raça de dupla aptidão, voltada ao mercado de carnes e
produção de leite. Seleções vem sendo feitas, dando resultados
ótimos na produção de leite.
No passado, muitos criadores deram importância exclusiva a
caracteres raciais, de menor importância econômica; depois,
evoluíram para a seleção de rebanhos e linhagens com maior
capacidade produtiva, tanto para carne como para leite.
Histórico da Raça
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Características
As qualidades leiteiras das vacas são bastante pronunciadas, o que
beneficia o desenvolvimento do bezerro. Tenta-se a seleção de uma
variedade leiteira. Em alguns rebanhos a produção é regular em
regime de semi-estabulação.
Para isso seria vantajoso formar uma nova raça cruzando o Gir com
uma raça leiteira bem adaptada, como, por exemplo, a Holandesa. O
bezerro é pequeno, mas muito resistente.
Às vezes encontra dificuldade em mamar devido à grossura
exagerada das tetas. Quando adulto, atinge cerca de 500kg nas
fêmeas e 800kg nos machos.
Um grande defeito no Gir, é seu prepúcio muito baixo, que favorece o
aparecimento de feridas, podendo inutilizar o reprodutor.
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Red Angus
Raça de origem escocesa, identificada em antigas esculturas onde o
gado mocho está presente, indicando sua origem remota. Mais
recentemente, no ano de 1879, nasceu a Sociedade de Gado
Aberdeen Angus, onde somente se registrava o gado negro.
O animal de hoje é bastante diferente do tipo original de Watson. No
início do século XX surgiu o Aberdeen Angus vermelho (Red Angus),
oriundo de animais negros, e tendo associação criada nos EUA em
1954. Estudos têm mostrado alguma vantagem adaptativa ao Red
Angus, que é mais resistente aos carrapatos e ao clima, porém,
quanto a atributos de desempenho, as “raças” não diferem.
Histórico da Raça
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No mundo, essa raça encontra-se amplamente difundida e
pesquisada, sendo considerada uma raça-base da moderna pecuária.
No Brasil, o registro de entrada da raça deu-se em 1906, através do
touro Menelik oriundo do Uruguai.
O primeiro teste se deu em 1909-1910, quando os animais
atravessaram forte seca e sobreviveram, enquanto outras raças
sucumbiram, mostrando sua capacidade de adaptação ao clima local
(Bagé-RS).
Pesquisas zootécnicas, realizadas no país, tiveram seu início em
1946. Já, em 1954 surgiam os produtos 5/8 Angus e 3/8 Nelore, que
vieram dar origem a uma raça sintética (Ibagé), hoje denominada
Brangus-Ibagé.
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Características Zootécnicas da Raça
Os animais são mochos, possuem porte mediano, pelagem de cor
preta ou vermelha, sendo permitidas manchas brancas na região
ventral inferior. Pele fina e pigmentada, pêlo curto e umbigo curto. É
considerada uma raça de corte completa caracterizada por sua
precocidade, fertilidade, habilidade materna. Produz carne de
excelente qualidade e transmite essas características à sua progênie.
Atualmente é muito utilizada em cruzamentos com a raça Nelore,
apresentando como grande vantagem o nascimento de bezerros
pequenos (28 kg), porém com alta capacidade de ganho de peso,
proporcionando uma desmama lucrativa.
Merece destaque, além da qualidade da carne, o rendimento de
carcaça, é em média, de 58%.
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Wagyu
Wagyu é uma raça de gado de corte japonês que apresenta como
uma de suas principais características a produção de carne de alta
qualidade. Conhecida também como Kobe Beef, esta carne vem
ganhando destaque na gastronomia devido a qualidade de
marmorização, por possuir suculência, maciez, aroma e sabor
ímpares.
Histórico da Raça
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Características zootécnicas da raça
O Wagyu é uma raça produtora de carne nobre com extremo
marmoreio, de tamanho mediano, com chifres e com pelagem preta e
vermelha. Possui precocidade sexual, habilidade materna, facilidade
de parto e longevidade. Não observa-se definição muscular. Tem
como característica desclassificatória manchas brancas em qualquer
parte do corpo.
Os machos são desmamados aos 8 meses com peso médio de 240
kg e as fêmeas atingem 220 kg.
Possuem alto poder de heterose, rusticidade e temperamento dócil.
Adaptou-se nas diversas regiões do país como BA, MG, MT, MS, SP,
RS, PR.
Bom rendimento e comercialização da carne.
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Características zootécnicas da raça
O ponto forte da raça é a produção de uma carne de excelência, com
o máximo de marmoreio sendo extremamente macia, suculenta,
saborosa e com aroma incomparável.
Possui em sua genética a habilidade de produzir uma gordura com
alto teor de ácidos graxos insaturados (palmitoléico, oléico e
linoléico). Raça que produz cortes de carne com extrema qualidade
em machos e fêmeas sem distinção, sendo as mais valorizadas nomercado mundial.
O Wagyu é muito rústico, eles nascem pequenos, por tanto, não
possuem problemas no parto e atingem sua maturidade sexual em até
11 meses tanto para fêmeas quanto para os machos. Com um ano e
meio de confinamento os animais atingem cerca de 800 kg com um
rendimento de carcaça em torno de 55% com a peça do contra filéatingindo cerca de 25 a 30 kg.
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Limousin
Limousin é tão antigo quanto o surgimento do continente Europeu,
sendo a França seu berço. A raça Limousin é originária da região
Limousin, na França, sendo estes bovinos inicialmente utilizados
como animais de trabalho, devido à sua elevada robustez física e
grande docilidade.
A robustez dos animais Limousin resultou da necessidade de
adaptação a condições naturais duras associadas a esta região
francesa, com solos graníticos, ácidos e com relevo bastante
acidentado, com amplitudes térmicas entre os -15° C e os 30° C, com
queda de neve, possibilitando contudo a adaptação desta raça a uma
grande variedade de condições rurais, de onde resultou a sua
dispersão por todo o mundo.
Histórico da Raça
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Com a evolução no setor agrícola, e a mecanização gradual desta
atividade, a autonomia da raça Limousin, em termos de facilidade de
partos e o rápido crescimento, resultaram na seleção dos animais que
melhor conjugassem todas estas características.
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São animais de médio porte. Sua pelagem é de cor vermelho cereja,
podendo tender para o marrom/preto; os pêlos são finos, curtos e
sedosos; a pele é macia, fina, flexível e de coloração rosa; as
mucosas são rosadas e a vassoura da cauda é rósea clara.
A cabeça possui tamanho médio, forte e proporcional ao corpo; perfil
retilíneo; fronte plana com leve depressão entre as órbitas; chanfro é
reto, sendo médio nos machos e, curto nas fêmeas; orelhas pequenas
e finas; chifres de comprimento mediano, finos nas extremidades,
claros ou escuros, ovais ou cilíndricos; os olhos são vivos, no entanto
não são salientes; pescoço musculoso, médio e com boa implantação
à cabeça e ao tronco; barbela pouco desenvolvida, acabando no
externo.
Características zootécnicas da Raça
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Marchigiana
Os bovinos da raça Marchigiana têm origem muito antiga. Originários
das raças podólicas, foram introduzidos na Itália depois do século V
d.C., juntamente com os povos bárbaros que, depois da queda do
Império Romano, invadiram a região de Marche. Daí difundiram-se
pelas regiões próximas caracterizadas por verões secos e quentes
(média de 40ºC) e por invernos úmidos e frios (média de -15ºC), onde
as terras, em sua maior parte são argilosas e compactas, ou
saibrosas e áridas.
Nesta região montanhosa (região dos Apeninos), a produção de
massa verde não é abundante e as forragens são geralmente de
qualidade inferior. As difíceis condições ambientais e alimentares,
assim como o emprego continuado nos trabalhos de campo, e os
vários cruzamentos com outras raças que habitavam a Itália, como a
Chianina, Romagnola e outras, acentuaram, com o passar dos
séculos, o desenvolvimento das massas musculares, e as
características de rusticidade, precocidade, fertilidade e docilidade
que caracterizavam os indivíduos desta raça bovina.
Histórico da Raça
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Na Itália, país de origem da raça, em 1930 foi instituído o Livro
Genealógico da raça Marchigiana. A partir daí, interromperam-se os
cruzamentos e os trabalhos de seleção passaram a ser então
dirigidos no intuito de obter animais produtores de carne, visto que até
esta época, os bovinos eram criados e selecionados também para o
trabalho no campo.
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Características zootécnicas da Raça
É um animal tipo produtor de carne caracterizado por notável
desenvolvimento dos músculos e do quarto traseiro, comum tronco
alongado e que tende a ser cilíndrico. Assim sendo, é particularmente
precoce e adaptado aos ambientes mais difíceis.
As características da raça, pele negra e pelos brancos, conferem
grande resistência ao calor, resultando em grande adaptabilidade em
qualquer região do País. Atualmente, a genética Marchigiana é
utilizada com sucesso de norte a sul.
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Do bovino Marchigiana, devemos ressaltar, principalmente, o grande
comprimento de seu tronco, a força de seus diâmetros transversais e
a fineza da sua estrutura esquelética. Considerando em sua
totalidade, é harmonioso, ágil em seus movimentos e de
temperamento dócil.
Ele se caracteriza pela sua elevada capacidade de ganho de peso (os
indivíduos adultos podem superar o peso de 1.200 Kg nos touros e
700 Kg nas vacas) com adequado acabamento de carcaça, altas
taxas de fertilidade, rusticidade, sendo uma das características mais
marcantes a tolerância ao calor.
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Adicionalmente, os animais nascem em média com 42 Kg de peso ao
nascer e estão aptos à reprodução à partir dos 16 meses para fêmeas
e 18 meses para os machos.
Na busca de animais mais precoces, a raça passou por uma evolução
nos últimos cinco anos. Houve uma sensível diminuição na altura dos
animais com incremento na profundidade torácica, comprimento e
musculosidade.
Assim sendo, as principais vantagens da raça Marchigiana são:
Padronização da pelagem;
Velocidade e alto ganho de peso;
Valorização comercial;
Precocidade sexual;
Carcaça moderna;
Carne de qualidade e
Alta lucratividade.
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Tabapuã
O Tabapuã é uma raça brasileira fruto de cruzamentos entre o gado
mocho nacional e animais de origem indiana. Foi na década de 40, no
município de Tabapuã (SP), que a raça assumiu as características que
perduram até hoje. Mas sua história começa em 1907 na região de
Leopoldo de Bulhões, no estado de Goiás.
O fazendeiro José Gomes Louza se interessou pelos reprodutores
zebus e importou alguns animais da Índia. Os irmãos Saliviano e
Gabriel Guimarães, de Planaltina, adquiriram três desses touros e
iniciaram cruzamentos com o gado mocho de seu próprio rebanho.
Dali surgiram os primeiros zebuínos mochos no Brasil. Em 1912,
vários desses animais já eram expostos na Feira da Cidade de Goiás.
Histórico da Raça
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Já na década de 30, Lourival Louza, neto de José Gomes, se dedicou
ao cruzamento desses animais com o Nelore e deu origem ao gado
anelorado mocho ou baio mocho, como ficou conhecido. O sangue do
Guzerá e do Gir foram introduzidos mais tarde e também fazem parte
da formação do Tabapuã.
Nos anos 40 o gado mocho começou a se espalhar por outras
regiões. Júlio do Valle, proprietário da Fazenda São José dos
Dourados, levou alguns desses animais de Goiás para São Paulo e
presenteou o amigo Alberto Ortenblad, da Fazenda Água Milagrosa,
com um garrote zebuíno mocho.
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O crescimento do Tabapuã
Com interesse em desenvolver bovinos com melhores qualidades, a
família Ortenblad criou em 1943 um planejamento zootécnico
elaborado. Cem matrizes Nelore foram separadas para as
experiências com o touro T-0, como foi chamado o garrote mestiço.
Os trabalhos e resultados foram registrados em detalhes. Foi a partir
desses cruzamentos que a coloração branco-acinzentada do Nelore
predominou nos animais, que permaneceram sem chifres como o
gado mocho.
Os bons resultados chamaram a atenção do mercado nos anos
seguintes. Em 1970, o Ministério da Agricultura recomendou que o
Tabapuã fosse incluído entre as raças zebuínas, ainda como “tipo”. A
Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), então, foi
encarregada de realizar o registro genealógico da espécie. Em dez
anos, o Tabapuã precisaria mostrar através de análises e provas as
características que o diferenciavam de outros zebuínos.65
O reconhecimento da raça
Entre 1970 e 1980, o Tabapuã ganhou 80% das pesagens de que
participou e em 1981 foi definitivamente reconhecido como raça. O
terceiro neozebuíno a ser formado no mundo, depois do Brahman e
do Indubrasil. Por ser o primeiro entre esses a surgir a partir de um
planejamento específico, o Tabapuã é considerado a maior conquista
da zootecnia brasileira dos últimos cem anos.
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Características Zootécnicas da Raça
O Tabapuã é o único “zebu brasileiro”, por esse motivo conclui-se que
está mais que adaptado às variações climáticas, tendo criadores nos
quatro cantos do Brasil.
As vantagens do Tabapuã para reprodução se destacam entre os
zebuínos. Com pouca idade no primeiro parto, as matrizes
apresentam alto índice de fertilidade e a habilidade materna da raça
garante bom desenvolvimento para os bezerros.
Entre os 14 e 16 meses, as fêmeas atingem em média 25% de
fertilidade. Entre os 16 e 18 meses, 50% e entre 18 e 20 meses, mais
de 60%. Algumas fazendas já registram 95% de sucessos em
inseminação artificial. As matrizes Tabapuã também apresentam boa
produção de leite. Essa característica faz com que os bezerros da
raça tenham desempenho superior a outros zebuínos da mesma
idade. Aos 120 dias, por exemplo, eles chegam a 118 Kg em média e
na desmama já estão com 200 Kg. 67
A idade do primeiro parto e o intervalo entre os partos seguintes são a
base do índice de natalidade. Bons resultados nesse campo
significam maior lucro para o produtor. Nesse quesito, o Tabapuã
comprova seu valor todos os anos nas feiras e exposições de que
participa.
Outra característica notável, é a docilidade, uma das características
mais prezadas pelos criadores. Sem chifres, a raça é mansa e por
isso não se estressa ou perde peso durante vacinações, pesagens e
transporte.
O Tabapuã também não se envolve em brigas e lida melhor com
alimentação no cocho. Por isso, aceita com facilidade o confinamento.
Todas essas características se unem à rusticidade e resistência da
raça e formam o gado ideal.
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Obrigada!
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