Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Projeto FEUP 2015/2016 - Mestrado Integrado em Engenharia do Ambiente Equipa: MIEA101_02 Ana Teixeira [email protected]Bruno Vale [email protected]Filipa Carvalho [email protected]João Vigário u[email protected]Mariana Souto [email protected]Miguel Ribeiro [email protected]Data de entrega 2015/10/30 Supervisora: Margarida Bastos Monitor: Fábio Bernardo Coordenador Projeto FEUP do Curso: João Bastos QUE ÁGUA CONSUMIMOS? Avaliação de parâmetros microbiológicos da água de fontanários
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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Projeto FEUP 2015/2016 - Mestrado Integrado em Engenharia do Ambiente
Avaliação dos Parâmetros Microbiológicos da Água de Fontanários Projeto FEUP 2015/16
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4. CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DA INGESTÃO DA ÁGUA CONTAMINADA
A poluição da água consiste em qualquer alteração física, química ou biológica da qualidade da
água que a torna imprópria para consumo causando danos aos organismos vivos.
Os principais contaminantes da água são os pesticidas e herbicidas, mercúrio, bactérias, vírus e
parasitas, metais pesados, sulfuretos, cianeto, dioxinas, matéria orgânica, etc [11].
4.1 Causas da contaminação
A contaminação das águas está associada a inúmeras causas de entre as quais se podem
salientar a falta de tratamento de esgotos (domésticos, industriais, agrotóxicos,...), os
pesticidas, os herbicidas e outros produtos químicos utilizados na agricultura que são
absorvidos pelos solos. Apesar das diversas origens da contaminação das águas, todas
convergem nas consequências que podem provocar na saúde humana e ambiental. Para além
destas, são também causas da poluição das águas os acidentes com petroleiros em alto mar
(como é exemplo o célebre acidente do Prestige em 2002) e a queima de resíduos em alto
mar.[12]
4.2 Consequências da contaminação
“Aproximadamente 3,1% das mortes anuais (cerca de 1,7 milhões de pessoas) no mundo estão
relacionadas com a ingestão de água imprópria para consumo”. [13]
Entre as diversas consequências derivadas da contaminação das águas podemos salientar os
prejuízos associados ao uso desta: o agravamento dos problemas de escassez de água própria
para consumo, o elevado custo de tratamento, a interferência com os ecossistemas
(provocando desequilíbrios) e a degradação paisagística. [14]
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A água contaminada pode estar associada a diversas doenças, tal como se mostra na seguinte
tabela. [13]:
Tabela 1 Doenças provocadas pela contaminação da água [13]
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5. ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO
Desde os seus primórdios que a atividade humana tem uma enorme influência no planeta
Terra. O Homem tem usado, incessantemente, todos os seus recursos, transformando, deste
modo, todo o meio que o rodeia de uma forma irreversível.
A degradação do ambiente e a sua contaminação põem em causa o futuro do planeta e da
humanidade, sendo, por isso, importante refletir sobre este problema. Para tal, devem ser
estabelecidas medidas com vista a um desenvolvimento sustentável. Por sua vez, a adoção de
estilos de vida mais ecológicos deve constituir um dever fundamental da humanidade. [15]
“O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração
atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de
satisfazerem as suas próprias necessidades.”
Desenvolvimento Sustentável, Relatório Brundtland[15]
A sustentabilidade deve ser reforçada com o uso mais eficiente dos recursos naturais, isto é,
menor geração de resíduos, fontes alternativas de resíduos, fontes alternativas de energia,
mudanças de hábito de consumo, redução, reutilização e reciclagem de produtos (política dos
3 R’s), entre outros. O crescimento económico ao qual assistimos tem, indubitavelmente, de
estar em conformidade com o uso desses mesmos recursos.
Numa tentativa de promover um desenvolvimento sustentável a nível mundial, a associação
World Business Council For Sustainable Development (WBCSD) cria, em 1992, um termo: a
ecoeficiência. Este termo define-se como sendo a produção e entrega de bens e serviços
competitivos, que satisfaçam as necessidades humanas e, ao mesmo tempo, os impactos
ambientais e a intensidade do consumo de recursos naturais são reduzidos (UNEP, 2001b).
Segundo WBCSD, todos os elementos da sociedade assumem um papel igualmente importante
no progresso da mesma, isto é, não são apenas as empresas, mas também o governo e a
sociedade civil que têm obrigação de incorporar as mudanças e aceitar os desafios em prol da
sustentabilidade e consequente melhoria da qualidade de vida.
A ecoeficiência poderá ser aplicada por todos os elementos acima referidos através da redução
da intensidade de cosumo de materias e de energia em produtos e serviços e da dispersão de
poluentes tóxicos, da divulgação da reciclagem, da maximização do uso de recursos renováveis
e do aumento da durabilidade dos produtos.
A filosofia da abundância de recursos e da capacidade ilimitada da Terra em absorver e diluir
os impactos ambientais foi a base para o desenvolvimento industrial. [16]
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Para evitar a poluição da água é preciso tomar medidas como:
Evitar depositar lixo ou material reciclável em rios e mares;
Não depositar metais pesados (chumbo, mercúrio) ou poluentes (óleos e detergentes) nos
meios aquáticos;
Não utilizar pesticidas na agricultura;
Colocação de filtros gravítivos de areia nas fábricas e indústrias;
Criação de estações de tratamentos de águas e de redes de esgoto adequadas;
Conduzir toda a água utilizada pela população para uma estação de tratamento;
Tratar os esgotos e os efluentes industriais antes de serem lançados ao mar;
Criação de áreas protegidas a fim de preservar as espécies e a biodiversidade.[17-19]
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6. PROCESSOS DE TRATAMENTO
6.1 Como resolver o problema da contaminação?
Na atualidade, existem vários processos de tratamento que minimizam o problema da
contaminação dos recursos hídricos. Estes são definidos como um conjunto de procedimentos
físicos, químicos e biológicos aplicados na água de modo a remover as suas impurezas e
contaminantes. Desta forma, a água tornar-se-á apropriada para o consumo humano, isto é,
potável. Para isso, os parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radiativos devem estar
de acordo com o padrão de potabilidade de água destinada a esse mesmo consumo e
conforme a legislação específica (Portaria nº2.914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério
da Saúde) a fim de evitar doenças.
Os métodos usados para o tratamento de águas residuais têm vindo a desenvolver-se de uma
forma significativa. Esta evidência pode ser explicada pelas exigências cada vez mais incisivas
por parte dos órgãos públicos de controlo ambiental como resposta ao interesse da saúde
pública, às crescentes condições adversas causadas pela descarga destas águas e a uma maior
preocupação da sociedade na defesa do meio ambiente.
Por conseguinte, a remoção de substâncias indesejáveis de uma água envolve a alteração das
suas características físicas, químicas e/ou biológicas. [20]
Toda a população humana tem o dever de usufruir de um saneamento básico que pode ou não
incluir uma Estação de Tratamento de Águas Residuais, conforme o caso a ser estudado.
6.2 Processos físicos
Os processos físicos definem-se pelos fenómenos físicos que ocorrem na remoção ou
transformação de poluentes das águas residuais. Estes não são apenas utilizados para separar
sólidos em suspensão, mas também para homogenizar um efluente. Por exemplo, submeter
um esgoto sanitário a um processo físico de sedimentação de sólidos.
A título de exemplo pode referir-se alguns dispositivos associados a estes processos:
-Grades de limpeza manual ou mecanizada
-Peneiras estáticas, vibratórias ou rotativas
-Caixas de areia simples ou aeradas
-Tanques de retenção de materiais flutuantes
-Decantadores
-Flotadores a ar dissolvido
-Leitos de secagem de lodo
-Filtros prensa e a vácuo
-Centrífugas
-Filtros de areia
-Adsorsão em carvão ativado para a remoção de sólidos em dissolução [21]
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6.3 Processos químicos
Os processos químicos requerem a utilização de produtos químicos de modo a aumentar a
eficiência de remoção de um elemento ou substância de uma água e de modificar o seu estado
ou estrutura, isto é, de alterar as suas caraterísticas químicas. Frequentemente, estes são
utilizados com os processos físicos e biológicos em simultâneo. A utilização de alumínio como
núcleo de coagulação e floculação, a acidificação de um efluente e o ajuste de pH de uma
solução para a precipitação de metais na forma de óxidos e hidróxidos são exemplos destes
processos aplicáveis às águas residuais.
Os processos mais recorrentes são:
-Coagulação- Floculação
-Precipitação química
-Oxidação
-Cloração
-Neutralização ou correção do pH
Outros exemplos da utilização de processos químicos são:
-Ajuste do pH para condicionar um efluente para o tratamento biológico
-Coloração para eliminação de organismos patogênicos
-Adição de polieletrólitos como auxiliar de floculação
-Oxidação de sulfetos com O2 ou H2O2.
-Neutralização e acerto do pH [21]
6.4 Processos biológicos
Os processos biológicos dependem, sobretudo, da ação de microorganismos aeróbios ou
anaeróbios. Os fenómenos inerentes à respiração e à alimentação desses microrganismos são
predominantes não só na transformação da matéria orgânica sob a forma de sólidos
dissolvidos e em suspensão, mas também em compostos simples como sais minerais, gás
carbónico, água e outros.
Os processos biológicos procuram, também, reproduzir em dispositivos racionalmente
projetados os fenómenos biológicos observados na natureza, condicionando-os em área e
tempo economicamente justificáveis.
Os processos biológicos usuais são: -Lodos ativados e suas variações -Filtro biológico anaeróbio ou aeróbio -Lagoas aeradas -Lagoas de estabilização facultativas e anaeróbias -Digestores anaeróbios de fluxo ascendente[21]
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6.5 Classificação dos sistemas de tratamento
Os sistemas de tratamento de águas residuais, englobando um ou mais dos processos acima
descritos podem ser classificados de acordo com o tipo de material a ser removido e da
eficiência da sua remoção em:
1. Tratamento preliminar
Este tratamento tem como finalidade remover os sólidos mais grossos presentes em
águas residuais. Alguns processos que retratam este tratamento são como, por
exemplo, a grade, peneiras, caixas de areia, caixas de retenção de óleos e graxas. [21]
2. Tratamento primário
O tratamento primário aplica-se nas ETARs aos efluentes domésticos e industriais, isto
é, no tratamento de águas residuais de natureza orgânica. Este tratamento tem como
finalidade remover os resíduos finos presentes nos efluentes. Alguns processos que
retratam este tratamento são como, por exemplo, tanques de flotação, decantadores,
fossas sépticas, floculação/decantação. [21]
3. Tratamento secundário
É utilizado para a depuração/purificação de águas residuais através de processos
biológicos e tem como finalidade reduzir o teor de matéria orgânica solúvel nos
efluentes. Alguns processos que retratam este tratamento são como, por exemplo,
lamas ativadas e suas variações, filtros biológicos, lagoas aeradas, lagoas de
estabilização, digestor anaeróbio de fluxo ascendente e sistemas de disposição no
solo. [21]
4. Tratamento Terciário
É, através deste tratamento, que são removidas todas as substâncias não eliminadas
nos tratamentos anteriores como os nutrientes, os microrganismos patogénicos, as
substâncias causadoras da cor das águas, entre outras. Alguns processos que retratam
este tratamento são, como por exemplo, as lagoas de maturação, a cloração,
ozonização, os filtros de carvão ativo, a precipitação química e a desinfeção por UV.
[21]
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7. PÂRAMETROS MICROBIOLÓGICOS
7.1 Descrição dos métodos analíticos
Existem dois métodos básicos de referência utilizados na pesquisa de coliformes, coliformes
fecais, Escherichia coli e estreptococos/enterococos:
Método da inoculação de meio líquido em tubos múltiplos com leitura do Número
Mais Provável (NMP);
Método da filtração por membrana com inoculação de meio sólido.
Este último foi o processo utilizado experimentalmente no Projeto FEUP pelo nosso grupo.
Na legislação mais recente, o método de maior referência é o da filtração por membrana
enquanto na legislação mais antiga era o método opcional (processo dos tubos múltiplos).
Mesmo com a alteração das normas legais, ambos possuem as suas vantagens e desvantagens,
tal como se mostra de seguida nas tabelas 2 e 3. [3, 22]
Tabela 2 Vantagens da filtração por membrana face ao processo dos tubos múltiplos. [3, 22]
Vantagens
1. Tem boa reprodutibilidade; 2. Os resultados são relativamente rápidos; 3. Os filtros podem ser transferidos para diferentes meios de cultura; 4. Permite o processamento de grandes volumes de amostra de forma a aumentar a sensibilidade do teste; 5. As filtrações podem ser efectuadas no local de recolha da água; 6. É um método mais económico que o NMP.
Tabela 3 Desvantagens da filtração por membrana face ao processo dos tubos múltiplos. [3, 22]
Desvantagens
1. As amostras com água muito turva impedem a filtração de grandes volumes; 2. Quando existem grandes populações de outras bactérias, o crescimento pode ser demasiado elevado para permitir a contagem; 3. Se existirem metais e fenóis presentes na amostra, podem adsorver aos filtros e inibir o crescimento bacteriano.
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Inoculação de tubos múltiplos e determinação do NMP:
Este método é utilizado para estimar a quantidade de microorganismos viáveis, que se
encontram numa determinada população.
A amostra é diluída (sucessivamente) inoculando-se um meio de cultura líquido, específico
para o microrganismo a pesquisar, com um volume preciso dessas diluições.
Deste modo, é presumível que os meios de cultura inoculados com as últimas diluições não
irão apresentar qualquer crescimento (resultados negativos) e que ocorrerá crescimento nos
tubos que tenham, pelo menos, um microrganismo viável.
Se a amostra e as diluições forem homogéneas e se houver um número suficiente de
repetições, é possível registar estatisticamente os resultados e extrapolá-los à amostra inicial.
Por cada diluição da amostra inoculam-se, geralmente, 3, 5 ou 10 séries de tubos com o
referido meio de cultura (repetições).
Como o próprio nome sugere, é evidente o caráter probabilístico deste processo.
Em cada diluição é usada a quantidade de tubos em que ocorreu crescimento (resultados
positivos) para designar o NMP desse organismo na amostra de água analisada. [3, 23]
Filtração por membrana:
O método da filtração por membrana é efetuado através da filtração de um volume conhecido
de amostra com auxílio de um filtro de 0.45 m, que retém os microrganismos na sua
superfície. O seu objetivo é quantificar a quantidade de organismos presentes nessa mesma
amostra.
Em seguida, a membrana é colocada num meio de cultura gelosado e é incubada para que as
bactérias presentes se desenvolvam, formando colónias à superfície do meio.
Após este processo, procede-se à contagem das colónias, considerando que cada uma derivou
de uma única célula. Estas podem ser reconhecidas pelo seu aspecto, morfologia e pela
possibilidade de se desenvolverem em meio seletivo.
O sucesso do método depende da utilização de um meio diferencial ou seletivo, relativo ao
microrganismo que se quer pesquisar. [3, 23]
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7.2 Legislação aplicável
Estabelece o regime da qualidade da água destinada ao consumo humano, procedendo à
revisão do Decreto-Lei 243/2001, de 5 de Setembro, que transpôs para o ordenamento
jurídico interno a Diretiva 98/83/CE, do Conselho, de 3 de Novembro, tendo por objetivo
proteger a saúde humana dos efeitos nocivos resultantes da eventual contaminação dessa
água e assegurar a disponibilização tendencialmente universal de água salubre, limpa e
desejavelmente equilibrada na sua composição. Esse regime define como água destinada ao
consumo humano:
a) Toda a água no seu estado original, ou após tratamento, destinada a ser bebida, a
cozinhar, à preparação de alimentos, à higiene pessoal ou a outros fins domésticos,
independentemente da sua origem e de ser fornecida a partir de uma rede de
distribuição, de um camião ou navio-cisterna, em garrafas ou outros recipientes, com
ou sem fins comerciais;
b) Toda a água utilizada numa empresa da indústria alimentar para fabrico,
transformação, conservação ou comercialização de produtos ou substâncias
destinados ao consumo humano, assim como a utilizada na limpeza de superfícies,
objectos e materiais que podem estar em contacto com os alimentos, excepto quando
a utilização dessa água não afecta a salubridade do género alimentício na sua forma
acabada.
Por último, define os métodos de controlo da qualidade da água, estabelecendo a localização
dos pontos de amostragem, as frequências mínimas de amostragem (variáveis consoante o
volume de água fornecida; Anexo II do Decreto-Lei 306/2007), estabelecendo um controlo de
rotina e um controlo de inspecção da qualidade da água. [3, 24]
Localização dos pontos de amostragem
A localização dos pontos de amostragem depende da proveniência da água (artigo 10º,
número 2):
No caso da água fornecida a partir de uma rede de distribuição, no ponto em que, no interior
de uma instalação ou estabelecimento, sai das torneiras normalmente utilizadas para consumo
humano;
No caso da água fornecida a partir de fontanários não ligados à rede de distribuição, no
ponto de utilização; [3, 24]
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Existem valores estabelecidos pela legislação relativos aos parâmetros microbiológicos e
valores paramétricos, tal como se mostra nas seguintes tabelas:
Tabela 4 Parâmetros microbiológicos e valores paramétricos para a água fornecida por redes de distribuição e
fontanários (Decreto-Lei 306/2007, anexo I, parte I) [3]
Parâmetro Valor paramétrico Unidade
Escherichia coli (E. coli) 0 Número/100 mL
Enterococcus 0 Número/100 mL
Tabela 5 Parâmetros microbiológicos e valores paramétricos para a água colocada à venda em garrafas ou outros
recipientes (Decreto-Lei 306/2007, anexo I, parte I) [3]
Tabela 6 Parâmetros microbiológicos a analisar nos controlos de rotina (Decreto-Lei 306/2007, anexo II) [3]
Controlo de rotina 1 Controlo de rotina 2
Bactérias coliformes Clostridium perfringens, incluindo esporos
Escherichia coli (E. coli) Número de colónias a 22 °C
Pseudomonas aeruginosa Número de colónias a 37 °C
Nº UFC a 22 oC Pseudomonas aeruginosa
[3]
Parâmetro Valor paramétrico Unidade
Escherichia coli (E. coli) 0 Número/250 mL
Enterococcus 0 Número/250 mL
Pseudomonas aeruginosa 0 Número/250 mL
Nº UFC a 22 oC 100 Número/250 mL
Nº UFC a 37 oC 20 Número/250 mL
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8. AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS DA ÁGUA DE FONTANÁRIOS
8.1 Metodologia
Com base na legislação (Decreto-Lei 306/2007) o método usado foi, como referido
anteriormente, a filtração por membrana, em duplicado, seguida de incubação em meio de
cultura seletivo LSA (Lauryl Sulfate Agar) durante 213 horas a 362oC (coliformes) e 444oC
(E. coli). As colónias que crescem a 36ºC são consideradas coliformes fecais e as colónias que
crescem a 44oC são consideradas E. coli.
Após a incubação, as colónias de várias espécies diferentes apresentam diferentes
características:
E. coli e Citrobacter spp. apresentam colónias amarelas com centro laranja;
Enterobacter spp. forma colónias vermelhas ou amarelo-escuro com o centro laranja e o
meio de cultura amarelo;
Klebsiella spp. forma colónias vermelhas ou amarelas, sem coloração diferenciada no centro
e o meio de cultura amarelo;
As bactérias que não fermentam lactose formam colónias púrpuras e alteram a cor do meio
de cultura para azul. [3]
8.2 Protocolos específicos
Recolha de amostras de água
1. Lavar e desinfectar as mãos (ou usar luvas estéreis);
2. Retirar qualquer filtro e deixar correr o tempo necessário (1-2 minutos) para esgotar a água
que tenha estado parada na canalização;
3. Fechar a torneira e desinfectar o interior e o exterior com álcool;
4. Abrir a torneira com cuidado e deixar a água correr um pouco;
5. Abrir o frasco esterilizado só neste momento e colher a água mantendo-o inclinado para
evitar a sua contaminação pelo ar. Manter a rolha na mão esquerda virada para baixo e nunca
tocar no interior da rolha ou no gargalo do frasco;
6. Recolher a amostra de água mantendo o frasco inclinado para evitar a sua contaminação
pelo ar e sem encher completamente o frasco;
7. Fechar imediatamente o frasco;
8. Identificar a amostra. [3]
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8.3 Protocolo Laboratorial
1. Identificaram-se duas placas de Petri contendo o meio de cultura seletivo LSA (Lauryl Sulfate
Agar) com a designação da turma e do nome do aluno;
2. Colocou-se o funil de filtração estéril na rampa de filtração;
3. Colocou-se a membrana filtrante estéril (0,45 μm de porosidade e 47 mm de diâmetro) com
a ajuda de uma pinça espatulada flamejada (isto é, mergulhada em álcool etílico e levada à
chama do bico de Bunsen);
4. Agitou-se a amostra e adicionar 100 mL de amostra ao funil com a torneira fechada;
5. Ligou-se a bomba de vácuo e filtrar a amostra abrindo a torneira da rampa de filtração;
6. Depois do processo de filtração, fechou-se novamente a torneira e, com a pinça espatulada
flamejada, retirou-se a membrana e colocou-se sobre a superfície do meio de cultura (Nota: a
membrana deverá aderir bem em toda a superfície ao meio de cultura, caso contrário não
haverá crescimento nessas zonas);
7. Agitou-se novamente a amostra de água e repetiu-se o procedimento para o duplicado;
8. Incubaram-se as culturas de acordo com as temperaturas recomendadas para cada grupo de
indicadores de poluição. Para este meio seletivo e para este microrganismo, as amostras
devem ser incubadas a 30 °C durante 4 h, e depois a 44 °C durante 14 h.
Protocolo retirado de [25].
8.4 Material
Neste trabalho laboratorial utilizaram-se placas de Petri, funil de filtração estéril, membrana
filtrante estéril, pinça espatulada, bico de Bunsen, álcool etílico, bomba de vácuo.
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9. RESULTADOS
Como se pode observar na figura 4, as amostras relativas ao Fontanário do Anjo apresentam
um total de zero manchas na membrana, tanto na primeira como na segunda amostra, por 100
mL. Por outro lado, na amostra de água proveniente do Fontanário do Jardim de Basílio Teles,
é possível detetar um conjunto de manchas, tanto amarelas como vermelhas, num total de 56
manchas na primeira amostra, 55 vermelhas e 1 amarela (embora de grande dimensão) e 47
manchas na segunda amostra, 43 vermelhas e 4 amarelas, por 50 mL (110 vermelhas e 2
amarelas/100 mL; 86 vermelhas e 8 amarelas/100 mL).
Tabela 7 Análise dos resultados obtidos na experiência laboratorial.
Fontanários UFC Unidade
Fonte do Anjo (Amostra 1 e 2) 0 Número/100 mL
Fonte do Jardim de Basílio Teles (Amostra 1)
1 Número/50 mL
Fonte do Jardim de Basílio Teles (Amostra 2)
4 Número/50 mL
Figura 5 Ilustração dos resultados obtidos. A - Amostra do Parque Basílio Teles (positiva),
onde se detetam manchas de cor vermelha e amarela. B - Amostra do Fontanário do Anjo
(negativa), onde não se deteta qualquer mancha. C - Comparação das amostras de ambos
os locais.
A B C
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10. DISCUSSÃO DE RESULTADOS
Após a conclusão da realização deste trabalho, deparamo-nos com uma questão problemática:
a água da cidade do Porto está contaminada ao ponto de não poder ser consumida. Como
futuros engenheiros pretendemos evitar e solucionar este problema de modo a proporcionar
uma melhor qualidade de vida da população.
Existem, indubitavelmente, diversas medidas para prevenir esta situação. No entanto, apenas
duas que são facilmente alcançáveis serão salientadas. Uma das propostas preventivas parte
do poder das autarquias. Estas deveriam reforçar a periodicidade da análise da água e
consequente tratamento, de acordo com os resultados obtidos nessa análise. Outra medida
igualmente importante passaria pelo incentivo a novas pesquisas, isto é, o conceber de
projetos com vista à otimização do processo de descontaminação da água.
Para além dos fontanários, existem outras maneiras da água chegar às populações.
Atualmente, a maneira mais utilizada e a mais prática é através da rede pública. Deste modo, é
relevante referir a avaliação dos parâmetros microbiológicos desta água feita pelos nossos
colegas.
Ao analisar os resultados laboratoriais obtidos pela outra equipa, concluimos que a água em
análise também se encontrava contaminada e, por conseguinte, imprópria para consumo, uma
vez que se observou a formação de colónias de cor amarela (1 UFC/100 mL) numa das
amostras. No entanto, apesar de também ter havido formação de colónias nas águas da rede
pública, o número observado foi inferior ao obtido para a água do Chafariz do Parque Basílio
Teles, o que indica uma maior propensão da água das fontes para acumulação de
microrganismos.
Em suma, a técnica de análise da água apresentada permitiu uma avaliação preliminar da
qualidade da água, porém uma avaliação mais detalhada é conveniente.
O controlo de qualidade é uma área que se encontra nas competências de um engenheiro
ambiental. Deste modo, consideramos que este trabalho se tornou essencial fornecendo-nos
todas as bases essenciais para o futuro profissional de cada um de nós.
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11. CONCLUSÃO
É do conhecimento geral que a água é um bem essencial necessário à sobrevivência de todos
os seres vivos da Terra sendo que o seu uso incorreto poderá causar inúmeras controvérsias. É,
acima de tudo, importante que cada cidadão se conscialize da relevância que a água tem nas
suas vidas tomando, deste modo, simples atitudes como não poluir e não desperdiçar.
Neste trabalho experimental a água dos fontanários recolhida não apresentava cor nem
cheiro. Todavia aquando da análise da presença de bactérias observou-se no Chafariz do
Parque Basílio Teles valores superiores aos recomendados (1/50 mL e 4/50 mL),
contrariamente aos obtidos para a Fonte do Anjo. Pode-se concluir, portanto que a água do
Chafariz do Parque Basílio Teles é imprópria para consumo. A água da Fonte do Anjo mostra
uma tendência para a inexistência de bactérias, no entanto, uma análise mais detalhada é
recomendada.
Deste modo, conclui-se que é imperativo seguir a legislação e desenvolver órgãos
competentes que a coloquem em prática, uma vez que a água nunca deixará de ser o recurso
mais importante para a existência de vida no nosso planeta.
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12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Chafariz S Miguel Anjo (Porto). [cited 2015 2015/10/19]; Available from: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Chafariz_S_Miguel_Anjo_(Porto).JPG
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3. Abelho, M. Manual de monitorização microbiológica ambiental. 2010 [cited 2015; Available from: http://www.esac.pt/Abelho/Monitor_ambiental/Manual%20parte%202.pdf.
4. Parâmetros da Água. 2015 [cited 2015; Água Online:[Available from: http://www.aguaonline.net/gca/?id=101.
5. A importância dos fontanários. 2012 [cited 2015; Tomar, a Cidade:[Available from: http://tomaracidade.blogspot.pt/2012/03/importancia-dos-fontanarios.html.
6. Teixeira, D., O Abastecimento de Água na Cidade do Porto nos Séculos XVII e XVIII. Aquedutos, Fontes e Chafarizes. 2011, University of Porto - Faculdade de Letras: Porto.
7. José;, M. and R. Cunha. Fontes E Chafarizes - I. 2013 [cited 2015; Available from: http://portoarc.blogspot.pt/2013/04/fontes-e-chafarizes-i.html.
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