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FACULDADE SPEI E ALUBRAT
PS-GRADUAO LATO SENSU
Especializao em Psicologia TranspessoalTurma IV - 2011-2012
SEMINRIO DE PESQUISA III
Psiconeuroimunologia
Ursula Heuchert
Silvia G. Barros
Sergio Viera Holtz Filho
Mirian Mohamad Fares Farah
Meibel Farah
Laura Senne S. Paula Leite
Karina Sabedot
Cristiane Maziero
Campinas
fevereiro/2012
PROTOLOCO DE ENTREGA DE TRABALHOTURMA IV - 2011-2012
Seminrio III - PsiconeuroimunologiaAlunos: Ursula Heuchert,
Silvia G. Barros, Sergio Viera Holtz Filho, Mirian Mohamad Fares
Farah, Meibel Farah, Laura Senne S. Paula Leite, Karina Sabedot,
Cristiane Maziero Recebido por:
_________________________________________ em ____/ ____/
______.
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IntroduoSoma e psiqueMente e matria
Alteraes provocadas no sistema imunolgicoA evoluo em direo a
valores espirituais
A Abordagem Integrativa Transpessoal (AIT) e a
Psiconeuroimunologia (PNI)Concluso
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Introduo
A reciprocidade entre o sistema psquico, o sistema nervoso
central e o
sistema imunolgico estimula o desenvolvimento de uma rea da
medicina muito
interessante: a Psiconeuroimunologia (PNI) ou
Psiconeuroendocrinoimunologia
(PNE).
H uma variedade de evidncias para o relacionamento recproco
entre
sistema psicoemocional e vrios componentes do sistema
imunolgico, justificando
o agravamento e/ou desencadeamento de uma srie de doenas fsicas
por razes
emocionais, o que torna esse estudo particularmente interessante
e prazeiroso.
Os tpicos de estudo da Psiconeuroimunologia seriam as alteraes
de
um sistema que se refletem no outro e vice-versa. Percebeu-se
que o sistema
imunolgico no trabalha de forma autnoma como se supunha poca
do
biologismo materialista. As substncias mais frequentemente
envolvidas nos
estudos so os antgenos e as citocinas, neurotransmissores e
hormnios em geral.
O relacionamento recproco entre sistemas no provoca estudos e
reflexes
somente na reduo da rea mdica, como tambm dela no advm. Da
sociologia
temos muito a aprender sobre sistemas e sobre integrao o que,
provavelmente,
substituir os termos militares em voga na descrio do sistema
imunolgico.A sociedade um sistema que, como todos os sistemas, se
define pela diferena que capaz de manter em relao a um ambiente,
que por sua vez inclui outros sistemas. Entre os sistemas includos
no ambiente da sociedade est o sistema psquico, cujos portadores so
seres humanos (...) o sistema psquico no irrelevante para o sistema
social. Pelo contrrio, indispensvel. Sem o seu concurso o sistema
social teria de absorver nveis de complexidade incompatveis com o
seu bom funcionamento. Isto significa que os problemas que os
sistemas tm de enfrentar dizem respeito a duas dimenses bsicas:
complexidade e funcionamento (COHN, 1998).
Faz sentido que estes sistemas sejam integrados, porque ambos
so
responsveis pelo relacionamento do organismo com o mundo
externo, ambos
avaliam se os elementos da realidade externa pessoa so incuos ou
perigosos,
ambos servem defesa e adaptao, ambos possuem memria e aprendem
pela
experincia, ambos contribuem para o equilbrio do ser no mundo e
consigo prprio.
A PNI estuda, entre outras coisas, o funcionamento fisiolgico do
sistema
neuroimunolgico na sade e na doena; distrbios do sistema
neuroimunolgico
(doenas autoimunes, hipersensibilidade, imunodeficincia); e as
caractersticas
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fsicas, qumicas e fisiolgicas dos componentes do sistema
neuroimunolgico in
vitro, in situ e in vivo.
O estudo das interaes possveis entre o sistema psquico, o
sistema
nervoso e o sistema imunolgico, ao que parece adquiriu
credibilidade nos meios
cientficos no incio da dcada de 1980, quando os pesquisadores
Robert Ader e
Nicholas Cohen publicaram Imunossupresso comportamentalmente
condicionada.Uma doena induzida pela averso ao sabor foi
condicionada em ratos, emparelhando a sacarina com ciclofosfamida,
um agente imunossupressor. Trs dias aps o condicionamento, todos os
animais foram injetados com eritrcitos de carneiro. Ttulos de
anticorpos medidos hemaglutinante seis dias aps a administrao do
antgeno foi elevada em ratos tratados com placebo. Ttulos elevados
tambm foram observados em animais no-condicionados e em animais que
foram condicionados, nem posteriormente expostos a sacarina. No foi
detectada a presena de anticorpos aglutinantes em animais
condicionados tratados com ciclofosfamida no momento da administrao
de antgeno. Animais condicionados expostos a sacarina no momento ou
aps a injeo do antgeno eram significativamente imunossuprimidos.
Uma averso ao gosto induzida tambm foi condicionada utilizando
LiCl, um agente no-imunosupressor. Neste caso, no entanto, no houve
atenuao da titulao de hemaglutinante de anticorpos em resposta
injeo com o antgeno (Ader e Cohen, 1975, [online]).
Como reforo a esta analogia, podemos citar ainda que falhas
nesses dois
sistemas podem produzir doenas; por um lado, as doenas
imunolgicas, auto-
imunes, alergias e a vulnerabilidade a toda sorte de infeces e,
por outro lado, as
fobias, pnico, transtornos adaptativos e por estresse.
Soma e psique
Mas, ser que conseguiremos, atravs da psique, curar as nossas
doenas
fsicas? Conseguiremos, a partir do tratamento medicamentoso,
sanar nossas
dificuldades psquicas? Uma das evidncias de que a mente tem um
papel
fundamental nas curas, que, tambm encabula sujeitos
cientificistas, consiste
nalguns resultados surpreendentes quando do uso de placebos1,
que em muitos
casos do resultados espantosos. O efeito placebo poderoso. Em um
estudo realizado na Universidade de Harvard, testou-se sua eficcia
em uma ampla gama de distrbios, incluindo dor, hipertenso arterial
e asma. O resultado foi impressionante:
1 A palavra placebo deriva do latim, do verbo "placeo", que que
significa, entre outras coisas "agradar a", parecer bem. Para o
objeto deste trabalho importante estabelecermos a diferena: placebo
o tratamento incuo; efeito placebo quando se obtm um resultado a
partir da administrao de um placebo.
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cerca de 30 a 40% dos pacientes obtiveram alvio pelo uso de
placebo (Amaral e Sabbatini, 1999).
Amaral e Sabbatini (1999) entendem que o efeito plecebo no se
limita a
medicamentos, mas pode aparecer em qualquer procedimento mdico.
Ousam
ainda afirmar que em uma pesquisa sobre o valor da cirurgia de
ligao de uma artria no trax na angina de peito (dor provocada por
isquemia cardaca crnica), o placebo consistia apenas em anestesiar
o paciente e cortar a pele. Pois bem: os pacientes operados
ficticiamente tiveram 80% de melhora. Os que foram operados de
verdade tiveram apenas 40%. (Amaral e Sabbatini, 1999).
H muito que os efeitos psicossomticos so descritos, todavia, no
que diz
respeito s suas origens, suas formas e seus limites, ou seja,
sua fisiologia, ainda
existem muitas dvidas na comunidade cientifica. Rdiger Dahlke
entende que o
fato de que o conceito encontrou muita ressonncia, a princpio e
sobretudo entre os
leigos interessados e, com o tempo, cada vez mais tambm entre os
profissionais
da medicina, pode ser um sinal da crescente necessidade de uma
compreenso da
doena que volte a unificar forma e contedo, corpo e alma
(Dahlke, 2007, p. 11).
Os aspectos patolgicos no so a nica expresso que diz
respeito
simultaneamente ao corpo e ao esprito, que resulta na influncia
da parte psquica
na parte fsica do organismo (psicossomtico). Mrio Simes, no
prefcio do livro de
Vera Saldanha, relembra das possibilidades transpessoais que
envolvem o sistema
psquico e, certamente, o sistema neurolgico, o sistema
imunolgico, e alm.Esta incluiria no s os pressupostos da Psicologia
Humanista, segundo Maslow, mas tambm os da investigao sobre estados
positivos (amor, felicidade, solidariedade, tranquilidade) em
contraponto aos da psicologia tradicional (psicopatologia da
depresso, ansiedade, delrio, etc.) e ainda os decorrentes das
experincias transpessoais, excepcionais e transformadoras
(transcendentes, experincias de pico, de plateau, etc.) (Saldanha,
2008, p.20).
Teramos, ento, que admitir outras dimenses alm de soma e psique,
e
refletir e estudar, mesmo que a partir de medies do ponto de
vista dos neurnios
e do sistema imunolgico. Cabe lembrar a teoria de Santiago,
desenvolvida por
Maturana e Varela, que fornece, segundo Fritjof Capra, o
primeiro arcabouco
cientifico coerente que, de maneira efetiva, supera a divisao
cartesiana. Mente e materia nao surgem mais como pertencendo a duas
categorias separadas, mas sao concebidas como representando,
simplesmente, diferentes aspectos ou dimensoes do mesmo fenomeno da
vida (Capra, 2004, p 132).
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Mente e matria
Segundo a teoria de Santiago, a mente nao e uma coisa, mas um
processo
o processo da cognicao, que e identificado com o processo da
vida. O cerebro
e uma estrutura especifica por cujo intermedio esse processo
opera. Eis aqui uma
das mais importantes aplicacoes praticas dessa teoria, tudo o
que resultar do seu
impacto na neurociencia e na imunologia. Pouco importa, para
este ensaio discutir
ou questionar a definio de mente, mas fundamental a separao do
crebro e da
mente.
Paralelamente ao desenvolvimento da teoria de Santigao,
podemos
evidenciar que, diferente do sistema nervoso, que se apresenta
em estruturas
anatmicas interconectadas, o sistema imunolgico est espalhado no
fluido
linftico permeando cada um dos tecidos isolados. Os linfcitos,
ou glbulos
brancos, constituem um grupo de clulas extremamente
diversificadas. Cada tipo
caracterizado por marcadores moleculares especficos nas suas
superfcies e
denominados "anticorpos". De acordo com a imunologia
tradicional, os linfcitos
reconhecem perfis moleculares estranhos, prendem-se a ele e, ao
faz-lo, o
neutralizam. O corpo humano contm bilhes de diferentes tipos de
glbulos
brancos, com uma enorme capacidade para se ligar quimicamente a
qualquer perfil
molecular de seus meios ambientes, inclusive a si mesmos.
observao mais detalhada, considerando-se que os leuccitos
ligam-se
a si mesmo e no se destrem, percebe-se que na atividade dos
glbulos brancos
est implcita alguma forma de aprendizagem e de memria. Todo o
sistema se
parece muito mais com uma rede, mais com pessoas falando umas
com as outras,
do que com soldados l fora procurando um inimigo (Capra, 2004,
p. 205). Pouco
a pouco, os imunologistas tm sido forados a mudar sua percepo de
um sistema
imunolgico para uma rede imunolgica. No organismo humano, assim
como nos organismos de todos os vertebrados, o sistema imunologico
esta sendo cada vez mais reconhecido como uma rede tao complexa e
tao interconexa quanto o sistema nervoso, e cumpre funcoes
coordenadoras igualmente importantes. A imunologia classica concebe
o sistema imunologico como o sistema de defesa do corpo, dirigido
para fora e, com frequencia, descrito por metaforas militares
exercitos de globulos brancos do sangue, generais, soldados, e
assim por diante. Recentes descobertas feitas por Francisco Varela
e por
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seus colaboradores na Universidade de Paris tem desafiado
seriamente essa concepcao. De fato, alguns pesquisadores acreditam
hoje que a visao classica, com suas metaforas militares, tem sido
um dos principais obstaculos a nossa compreensao de doencas
auto-imunologicas tais como a AIDS (Capra, 2004, p. 205).
Desse ponto de vista, o sistema imunolgico pode ser entendido
como
uma rede cognitiva autnoma, responsvel pela "identidade
molecular" do corpo.
Em vez de simplesmente reagir contra agentes estranhos, o
sistema imunolgico
desempenha a importante funo de administrar o repertrio celular
e molecular do
organismo. Como explicam Francisco Varela e o imunologista
Antnio Coutinho, "a
dana mtua entre sistema imunolgico e corpo ... permite que o
corpo tenha
uma identidade mutvel e plstica ao longo de toda a sua vida e
seus mltiplos
encontros" (Capra, 2004 , p. 206). Tradicionalmente, a
imunologia tem-se preocupado quase que exclusivamente com essa
atividade imunologica "reflexiva". Limitar-nos a esses estudos
corresponderia a limitar as pesquisas sobre o cerebro ao estudo dos
reflexos. A atividade imunologica defensiva e muito importante, mas
na nova visao e um efeito secundario da atividade cognitiva do
sistema imunologico, a qual e muito mais fundamental, mantendo a
identidade molecular do corpo (Capra, 2004, p. 207).
Alteraes provocadas no sistema imunolgico
Estudos foram e continuam a ser produzidos com medies e
monitoramento de alteraes moleculares a partir de variveis no
mensurveis,
como a impostao de mos, praticada em algumas religies e em
terapias
complementares, tem efeitos positivos sobre o sistema
imunolgico. Monezzi (2003)
estudou os resultados da prtica de imposio de mos em 60
camundongos
machos e sadios. Um tero do grupo recebeu o tratamento durante
15 minutos,
por quatro dias consecutivos. Outros 20 tiveram luvas colocadas
sobre as gaiolas
pela mesma quantidade de tempo (para simular a imposio) e o
restante dos
animais, que integravam o grupo de controle, no foram submetidos
a nenhum
procedimento especfico. Ao final do experimento, foram retiradas
amostras do bao
(que armazena clulas de defesa) dos animais para anlise. Os
fragmentos foram
colocados em tubos de ensaio, para confronto com clulas
tumorais. O pesquisador
observou que os roedores que passaram pela imposio de mos
apresentaram
aumento do nmero de clulas de defesa, como moncitos e linfcitos.
Alm
disso, essas clulas revelaram o dobro de potencial para destruir
as tumorais. As
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alteraes no foram verificadas nos camundongos que receberam a
simulao
de tratamento nem no grupo de controle. O estudo no foi
realizado em humanos
para descartar qualquer possibilidade de efeito placebo, ou
seja, uma resposta
condicionada do organismo. Faltam, porm, mais estudos que
esclaream esses
resultados.
Savieto e Silva (2004) conduziram estudo que verifica a ao do
Toque
Teraputico - uma Prtica Complementar - sobre o processo de
cicatrizao
de leses provocadas na pele de cobaias. um estudo quantitativo
do tipo
experimental e houve comparao da velocidade da cicatrizao entre
10 cobaias
que receberam gua energizada com tal tcnica (Grupo B) e 10
cobaias que
receberam gua sem qualquer tratamento (Grupo A). O projeto foi
executado
no Laboratrio Experimental da Escola de Enfermagem da
Universidade de So
Paulo e o comprimento das feridas medido a cada 4 dias, 5 vezes.
Dentre os
achados, verificou-se que, ao trmino de 20 dias, 100% dos ratos
do Grupo B havia
cicatrizado totalmente as feridas, o que no aconteceu com 4
(40%) do Grupo A.
Assim, de posse dos resultados desses dois exemplos, existem
muitos
outros, pode parecer que a rede psico-neuro-imunolgica poderia
ser controlada,
estimulada, provocada pela inteno de um ser pensante, e que
existe ainda, algo
mais participando da rede, alm do sistema psquico, do sistema
neural e do
sistema imune.
Outros autores, encurralados pelos limites da dualidade
cientificista, deram
o seu primeiro passo para uma transdisciplinaridade com novos
conceitos, que
ultrapassam os clssicos de disciplinas com conhecimentos
especficos, e foram
buscar nas cincias e tradies do Ocidente e do Oriente,
conhecimentos que
ou integrassem ou promovessem a integrao dos saberes. Buscmos L,
onde
no se falava nenhuma lngua da Europa, onde no dominavam os
preconceitos
cristos (Jung, 2006, p. 275), onde o relgio no fragmentar e
encurtar em dias,
horas, minutos e segundos sua durao ainda contida na eternidade
(Jung, 2006, p.
277).
Assim, Carl Gustav Jung, por exemplo, empreendeu um intenso
trabalho
sobre a filosofia alquimista, estudou o I-Ching, visitou a frica
do Norte, Qunia
e Uganda, os ndios pueblos, a ndia, e Ravena (de volta s razes
da civilizao
ocidental), onde obteve uma das ocorrncias mais significativas
da sua vida.
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Jung correlaciona os nveis de realidade interior com um sistema
de ioga
denominado chakras, que predispe ao domnio da energia humana
pelo prprio
homem por meio de tcnicas especficas. Cada chakra, traduz um
campo de
experincia, pensamentos, sentimentos, sensaes, intuies, percepes
e se
relacionariam a um determinado grau de conscincia (Saldanha,
2008, p. 138).
Pierre Weil, grande contribuidor na difuso do Transpessoal na
lngua
portuguesa, tambm foi buscar ajuda nas tradies do ioga quando
props uma
comparao muito interessante entre as hierarquias de valores, ou
metamotivos de
Maslow, e os centros energticos, ou chakras.Chakra significa
roda em snscrito e designa entrocamentos de vias energticas que
fazem parte de um sistema energtico sutil ligado ao sistema
crebro-espinhal mas que no deve ser confundido com este. Os pontos
de acupuntura fazem parte do mesmo sistema (Weil, 1992, p. 28).
O fato de o sistema chkrico2 estar ligado ao sistema
crebro-espinhal, talvez
seja a chave que poder abrir uma das portas ao entendimento
maior do que ocorre
em Psiconeuroimunologia ou Psiconeuroendocrinoimunologia.
A evoluo em direo a valores espirituaisWeil reconhece o Yoga3
como uma cincia complexa, muito alm do que
normalmente se pratica nas academias do ocidente, e destaca os
sete chackras
principais e suas virtudes psicossomticas, no sentido das
qualidades prprias para
produzir certos e determinados resultados, psquicas e
espirituais do ser humano.Encontramos no Oriente uma escala
evolutiva e um mapa bastante coerente e ligado a um sistema e
conhecimento profundo da energtica humana e csmica que permite
jogar luz sobre alguma confuso que possa ter sido criada na
filosofia ocidental a respeito da questo de valores (Weil, 1992, p.
28).
Charles Webster Leadbeater nos d uma cartografia bastante
elucidativa da
ligao entre os chakras e o sistema nervoso no que ele nomeou de
prancha VI.
Afirma que os raios dos chakras proporcionam aos plexos
simpticos a energia
suficiente para desempenhar sua funo subsidiria (Leadbeater,
1993, p. 54).
Contudo adverte que no estado de nossos conhecimentos, parece-me
[ao autor]
2 Trata-se de neologismo de licena potica que une a plavra
chkra, snscrito, com o sufixo -ico, que envolve, que diz respeito
a, como em simblico, alegrico, psicodlico.3 snscrito yoga, portugus
ioga ( ou ). Ioga masculino e feminino ubiquamente, ao mesmo tempo
em toda a parte, onipresente.
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temeridade identificar os chakras com os plexos como, sem
suficiente fundamento, o
tem feito alguns autores (op. sit.).
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Fonte: Leadbeat, C. W. Os chackars, 1993, p. 68.
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A tabela a seguir descreve sucintamente o desenho da prancha
VI:
Nome do chackra
Situao na superfcie do duplo etrico
Situao aproximada do gnglio espinal
Plexos simpticos
Principais plexos
subsidirios
Fundamental na base da espinha dorsal
quarta vrtebra sacra
Coccgeo
Esplnico sobre o bao primeira lombar Esplnico
Umbilical sobre o umbigo primeira torxica Solar Heptico,
pilrico, gstrico, mesentrico, etc
Cardaco sobre o corao oitava cervical Cardaco Pulmonar,
coronrio, etc.
Larngeo na garganta Terceira cervical Farngeo
Frontal entre as sombrancelhas
primeira cervical Cartido Cavernoso e em geral os enceflicos
Coronrio no alto da cabea pituitria glndula pineal Fonte:
Leadbeat, C. W. Os chackars, 1993, p. 55.
Weil denominou cada centro energtico convenientemente ao seu
propsito,
de fazer a correspondncia ao que ele chamou de valores
construtivos e valores
destrutivos fazendo a equivalncia da seguinte forma:
Nome do chackra Situao na superfcie do duplo etrico
Denominao de Pierre Weil
Fundamental na base da espinha dorsal Segurana
Esplnico sobre o bao Sensualidade
Umbilical sobre o umbigo Poder
Cardaco sobre o corao Amor
Larngeo na garganta Inspirao
Frontal entre as sobrancelhas Conhecimento
Coronrio no alto da cabea Transpessoal
Tabela de equivalncia da nomenclatura
Segunda Vera Saldanha, Pierre Weil estabelece uma analogia entre
as
Hierarquias de Necessidades e Valores de Abraham Harold Maslow
com as
Necessidades e Valores evidenciados em cada Centro do
Desenvolvimento
Humano.
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As necessidades fisiolgicas e de segurana so correlacionadas ao
primeiro centro vital; as necessidades de amor e afeto, ao segundo;
as necessidades de estima so relacionadas ao terceiro; as de
auto-realizanao, incluindo valores como verdade, bondade, beleza e
justia, esto relacionados ao quarto centro vital. As
metanecessidades de Abraham Harols Maslow relacionam-se ao quinto,
sexto e stimo centros vitais, considerados os trs centros
superiores (Saldanha, 2008, p. 140)
Assim, temos a tabela dos valores e o comportamento, segundo
Vera
Saldanha:
Centro energtico
Valores Comportamento construtivo
Comportamento destrutivo
Necessidades de Maslow
Transpessoal
UnioSagradoSabedoriaGraaFelicidadePlenitudeInteireza
HarmoniaNo-dualidade
DivisoJulgamentoDesconfiana
Conhecimento SaberClarezaVerdadeJustia
RefletirMeditarAutodescoberta
IgnorarMentirEsconder
Inspirao CriatividadeBeleza
ImaginaoIntuioConfianaCriaoAbertura
FechamentoDesconfiana
Metamotivao metanecessidades
Amor AltruismoHumanismoHarmoniaTernura
CompreensoEmpatiaAjuda
MgoaEgosmoRessentimento
Necessidade de Auto-Realizao
Poder EquanimidadeAutonomiaResponsabilidade
CooperaoLiberdade de pensamento
DominaoDependncia
Necessidade de Auto-Estima
Sensualidade Prazer Compartilhamento
PossessividadeApego
Necessidade de Afeto
Segurana Liberdade do corpoSadeExistnciaConforto essencial
RespeitoNo-violnciaCoragemPaz
ViolnciaAgressoMatarInfectarFerirPoluir
Necessidade de Segurana Necessidades Fisiolgicas
Fonte: Saldanha, V. Psicologia Transpessoal como Construo de um
Novo Conhecimento, p. 141.
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A Abordagem Integrativa Transpessoal (AIT) e a
Psiconeuroimunologia (PNI)
A sistematizao dos principais conceitos da Psicologia
Traspessoal
possibilita a identificao e a contextualizao das prticas
transpessoais seja no
setting terapeutico seja em quaisquer organizaes sociais, com
resultados que
incluem alteraes psiquicas, neurolgicas e imunolgicas, e no
poderia ser de
outra forma posto que reconhecemos o sistema imune como uma rede
cognitiva
autnoma.
Vera Saldanha prope uma sistematizao, elaborada a partir da
sua
experincia em Psicologia Transpessoal na educao e na sade, e
apoiada
em extensa pesquisa bibliogrfica, que ela denomina Abordagem
Integrativa
Transpessoal, evidenciando conceitos que jaziam implcitos
noutros autores,
destacadamente o eixo experiencial e o eixo evolutivo e o
princpio da
transcendncia.O princpio da transcendncia indica um impulso em
direo ao despertar espiritual por meio da prpria humanidade do ser,
da pulso da vida, morte e para alm delas (Saldanha, 2008, p.
145).
Segundo Vera Saldanha existem, enfim, muitos recursos que
facilitam a
forma de trazer o carter experiencial, vivencial, para a educao,
estimulando o
REIS (Saldanha, 2008, p. 196). Estes recursos podem favorecer o
eixo experiencial, pois estimulam as reas da cognio, do cinestsico,
do artstico, do interpessoal, do intuitivo e outas, ou seja, reas
focalizadas pelas funes psquicas, denominadas neste referencial
terico, como razo, emoo, intuio e sensao [REIS] (Op. cit.).
De uma maneira simplista, podemos entender melhor a origem de
REIS no
desenvolvimento do modelo tipolgico de Carl Gustav Jung. O tipo
psicolgico do
indivduo determina sua maneira de se relacionar com o mundo,
pessoas e coisas,
e consigo mesmo: introverso e extroverso; e se d nas relaes
entre s funes
psquicas: pensamento, sentimento, sensao e intuio.
A partir da, Vera Saldanha juntou pensamento e sentimento na
funo Razo; a Emoo absorveu e desenvolveu a definio de
Maturana
e Varela que diz: constituem dinmicas corporais especficas em
cada instante
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e expressam os diferentes domnios de relao possveis de um
organismos
(Maturana apud Moraes apud Saldanha, 2008. p. 187); Intuio
confere o mrito
a Jung, o de afianar e valid-la como funo psquica, e define
conforme dicionrio;
e, finalmente a Sensao como funo dos rgos dos sentidos, isto ,
apreende a
realidade concreta de objetos e pessoa por meio dos cinco
sentidos (Saldanha 2008,
p. 191).
Os conceitos REIS representam no somente funes, mas tambm
elementos do desenvolvimento humano (Saldanha, 2008, p. 186).
Contudo, a
estimulao dessas reas por si s no garante a direo que a
aprendizagem
favorecer: construtiva ou destrutiva. Por isso a importncia do
eixo evolutivo, pelo
qual, guiado pelos aspectos instintides, de Maslow, e pela
procura da unidade,
de Pierre Weil, o sujeito se encaminha, conduz-se, educa sua
manifestao no
sentido de uma dimenso mais humana, onde os valores e aes so
ticos e
construtivos, numa transcendncia inerente ao ser humano em sua
humanidade
plena.Sob o prisma da Abordagem Integrativa Transpessoal -- no
desenvolvimento do ser humano -- ocorre, portanto, um processo
primrio regido pelo princpio do prazer, indicando a pulso de vida e
morte; o processo secundrio, regido pelo princpio da realidade,
relacionado estrutura do ego, e o processo tercirio, regido pelo
princpio da transcendncia, no qual sua pulso pode ser legitimada,
estimulada, desenvolvida ou bloqueada no indivduo (Sadanha, 2008,
p. 147).
Resumindo, a ao de experimentar, de vivenciar, ou seja, o
eixo
experiencial, condizido pelo princpio da transcendncia, promove
a harmonia
entre razo, emoo, intuio e sensao. A harmonia leva ampliao
da
percepo de uma realidade mais abrangente, de horizontes mais
amplos, maior,
e consequentemente natural manifestao no eixo evolutivo ou nvel
superior da
conscincia, do qual emergem os valores construtivos, inerentes
ao ser humano.
Concluso
Neste ponto da nossa redao faz-se indispensvel um parntese
para
esclarecer alguns significados, para o bom termo deste trabalho,
porque vulgar
tomar-se o verbo aprender por ir adquirindo o conhecimento de,
sem se levar
em conta que na sua origem, do latim apprehendo, -ere, significa
tomar, agarrar,
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apoderar-se, compreender. Tomemos, ento, para o melhor ilustrar
o que ousamos
sugerir, o verbo compreender que significa, entre outras coisas:
abranger, encerrar,
conter, estar includo ou contido. Consideradas as possibilidades
hermenuticas,
o includo d a utilidade do continente, a taa que contm o vinho
adquire a
importncia do vinho, sem desprezo nem menosprezo utilidade e
individualidade
da taa, o corpo que transporta a alma vale pela alma, sem
desmerecer o valor
do corpo... Assim, atribudos da licena potica para exerccio da
metfora
imprescindvel, tomemos o verbo aprender como sinnimo de mudar.
Aprender
mudar.
Ora pois, se considerada a relao direta entre centros
energticos, valores
humanos, hierarquia de necessidade e comportamento -- estado de
conscincia --,
teramos que admitir que pela integrao dos aspectos dinmicos,
eixo experiencial
e eixo evolutivo, ao corpo terico -- da Abordagem Integrativa
Transpessoal,
sistematizada por Saldanha (2008) --, obteramos o
desenvolvimento inerente
do sistema chkrico e por conseguinte o aprimoramento do sistema
nervoso no
exerccio perfeio e excelncia das suas funes: Neurolgica, via
Sistema
Nervoso Autnomo (SNA), Simptico e Parassimptico; Endocrinolgica,
via
eixo hipotlamo-hipfise-adrenal (HHA) e Cortisol; e Imunolgica,
proliferaes
linfocitrias, citocinas, interleucinas, fatores de crescimento;
em um constante
intercmbio das partes no todo e do todo nas partes e mais alm
dessas (Saldanha,
2008, p. 160). Ou seja, poder o homem com a conscincia ampliada,
aprender a
estimular a sua rede imunolgica.Mas o fruto do Esprito : amor,
gozo, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, f, mansido, temperana. Contra estas coisas no h lei
(Glatas 5:23).
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