-
POLCIA MILITAR
3
LNGUA PORTUGUESA
Est chegando perto
"Ando cansada de espreitar da janela de meu carro para ver se o
carro vizinho me aponta a metralhadora ou se apenas um
conhecido me cumprimentando"
Lya Luft
Houve um tempo em que o sonho da maioria das pessoas era morar
numa casa em rua calma e arborizada. Hoje queremos edifcio em rua
movimentada e... sorte em relao violncia, que chega cada dia mais
perto. Na minha infncia (leia-se dcada de 40), a primeira violncia
de que tive notcia foi o assassinato de um motorista de txi. Txi,
chamado ento, se no me engano, de carro de praa, era raramente
usado. Os motoristas eram pois personagens conhecidos da gente.
Aquele foi enforcado por bandidos, depois colocado no porta-malas
do seu carro e levado pela cidade enquanto eles iam para a "zona"
lugar obscuro para uma criana de ento, que os adultos evitavam
explicar criando mais confuso , bares e outros. Muitas noites
insones passei, apavorada, no escuro, imaginando aquele defunto
ambulante. Algum comentou que ele tinha grandes olhos azuis e
risada alegre. Aquele morto no seu porta-malas povoou muitas noites
insones da criana que fui, ele e eu de olhos arregalados no escuro.
Hoje, notcias de violncia fazem parte do cotidiano de meus netos e
netas, por mais sossegada e protegida que seja a sua vida. Mesmo
numa cidade no to grande nem perigosa como Rio e So Paulo, jornal,
noticiosos de TV e rua de bairro so cenrio de assalto, medo e
morte. E nem nos ocorre deixar que essas crianas faam o que seus
pais faziam nesse mesmo bairro: andar de bicicleta na calada, jogar
futebol em terreno baldio, brincar na rua, ir a p para a escola,
pegar nibus para ir ao centro. Homens bem vestidos, metralhadoras
modernas e granadas de mo invadem condomnios aparentemente seguros.
Temos de um lado os marginais, de outro os chiques: o terror cada
vez mais perto. Onde as autoridades redescobrem seu poder e sua
funo, essas organizaes comeam a ser desmanteladas, mas um trabalho
duro e complexo. Se tivesse recursos (escrever livro no d para tais
luxos), eu colocaria segurana na porta de cada uma das pessoas que
amo, ainda que nenhuma delas possua algo que possa atrair bandidos.
E, se tivesse filhos solteiros, faria o que nunca fiz quando os
tinha em casa: s dormiria quando todos estivessem salvos debaixo do
nosso teto. O morto no escuro do porta-malas talvez nem me
assustasse se eu fosse criana hoje. Vivemos a banalizao da morte
absurda. Neste pas a cada semana morrem vrias dezenas de civis
inocentes e policiais corajosos. Aqui se morre mais do que na
Guerra do Iraque, tantos jovens so assassinados que em breve
seremos um pas de velhos. Estou cansada do medo generalizado que
vai disseminando uma generalizada tristeza. Cansada de espreitar da
janela do meu carro para ver se do carro vizinho me apontam a
metralhadora ou se apenas um conhecido me cumprimentando. Cansada
de no saber se o menino pedinte tem na mo uma navalha, se o carro
atrs do meu no vai me fechar ali adiante, se... se... se... No vivo
em pnico, apesar do que escrevo aqui. No sou particularmente
covarde. Nem singularmente ousada. Sou uma mulher comum que j viveu
bastante, viu bastante, mas nada que de longe se parea com o que
hoje experimentamos, nas cidades grandes e pequenas: a violncia
cada vez mais perto. A bela idia de colocar 700 cruzes na Praia de
Copacabana simbolizando os mortos por violncia no Rio em apenas
alguns dias devia ser repetida por todo o pas. Em praias, praas,
ruas, parques. L estariam, vigilantes, as vtimas dessas mortes to
evitveis, a nos alertar de que, com vontade real de acabar com essa
guerra civil, o terror sem remdio ter remdio. Educao, emprego,
aconselhamento familiar, controle muito maior das drogas, leis mais
severas, polcia mais valorizada, autoridade firme e corajosa,
determinao de todos e menos palavrrio. Ou logo nos crescero orelhas
e rabos: com focinho trmulo e olhinhos assustados, seremos ratos
apavorados disparando pelas ruas, entrando sorrateiramente nos
edifcios e casas, espiando o mundo atravs de grades e olhos mgicos,
organizando nossos lares como minishoppings dos quais s se sai por
obrigao: com comida pr-pronta, diverso ciberntica, amizades idem, e
l fora uma trgica paisagem de cruzes.
http://veja.abril.com.br/280307/ponto_de_vista.shtml
wwww.pciconcursos.com.br
-
POLCIA MILITAR
4
01. Segundo Lya Luft, a violncia (A) faz parte da vida de todos
os brasileiros, mesmo daqueles que levam uma vida sossegada e
protegida. (B) pode ser mantida longe, se as pessoas puderem se
refugiar em condomnios seguros, protegidos
por seguranas armados. (C) est cada vez mais perto das cidades
onde as autoridades redescobrem seu poder e sua funo,
combatendo as organizaes criminosas. (D) ainda est longe das
cidades menores, onde crianas podem andar de bicicleta na calada,
jogar
futebol em terreno baldio, brincar na rua, ir a p para a escola,
pegar nibus para ir ao centro.
02. Embora declare no ser particularmente covarde, Lya Luft tem
medo da guerra civil instalada no Brasil. Essa idia s no aparece no
enunciado (A) ...se tivesse filhos solteiros, faria o que nunca fiz
quando os tinha em casa: s dormiria quando
todos estivessem salvos debaixo do nosso teto. (B) Se tivesse
recursos (escrever livro no d para tais luxos), eu colocaria
segurana na porta de cada
uma das pessoas que amo, ainda que nenhuma delas possua algo que
possa atrair bandidos. (C) Educao, emprego, aconselhamento
familiar, controle muito maior das drogas, leis mais severas,
polcia mais valorizada, autoridade firme e corajosa, determinao
de todos e menos palavrrio. (D) Estou cansada do medo generalizado
que vai disseminando uma generalizada tristeza. Cansada
de espreitar da janela do meu carro para ver se do carro vizinho
me apontam a metralhadora ou se apenas um conhecido me
cumprimentando.
03. Apesar da tristeza e do desnimo, a autora (A) acredita que a
violncia pode ser combatida e aponta solues para isso. (B) prope
que casas e edifcios reforcem a segurana com grades e seguranas
armados. (C) defende a idia de que o homem, para se afastar do
terror, precisa voltar a morar em cidades
menores, de ruas calmas e arborizadas. (D) julga possvel viver
com mais tranqilidade, desde que os cidados organizem suas vidas
para no
precisarem sair de suas casas a no ser por obrigao.
04. Na passagem entrando sorrateiramente nos edifcios e casas,
espiando o mundo atravs de grades e olhos mgicos, organizando
nossos lares como minishoppings dos quais s se sai por obrigao: com
comida pr-pronta, diverso ciberntica, amizades idem, e l fora uma
trgica paisagem de cruzes, a autora descreve um tipo de vida
caracterizado, principalmente, pelo(a) (A) isolamento e pelo medo.
(B) acomodao e pelo conforto. (C) conciliao e pela segregao. (D)
sociabilidade e pela comodidade.
05. Em ... autoridade firme e corajosa, determinao de todos e
menos palavrrio, Lya Luft reconhece que tem havido, em relao s
medidas contra a violncia, muito(a) (A) oratria e muita eficincia.
(B) prolixidade e muita ao concreta. (C) palavreado intil e pouca
ao efetiva. (D) retrica produtiva e providncias esparsas.
06. O texto de Lya Luft uma crnica. Sobre esse gnero textual, s
no se pode dizer que (A) contm ironia e humor. (B) um registro de
acontecimentos do cotidiano. (C) o autor escreve como se estivesse
dialogando com o leitor.(D) o autor interpreta e analisa dados da
realidade por meio de conceitos abstratos.
07. No trecho E, se tivesse filhos solteiros, faria o que nunca
fiz quando os tinha em casa: s dormiriaquando todos estivessem
salvos debaixo do nosso teto, o futuro do pretrito foi utilizado
para indicar um(a) (A) fato j consumado. (B) ao anterior a outra j
passada. (C) fato incerto, duvidoso ou impossvel de se realizar.
(D) ao que poder se realizar, agora ou no futuro, dependendo de
certa condio.
wwww.pciconcursos.com.br
-
POLCIA MILITAR
5
08. Quanto s regras de ortografia e acentuao grfica, incorreto
afirmar que, em(A) lugar obscuro para uma criana de ento, a palavra
obscuro tem trs slabas. (B) com focinho trmulo e olhinhos
assustados, h um dgrafo na palavra trmulo. (C) Aquele morto no seu
porta-malas povoou muitas noites, h um hiato na palavra povoou. (D)
espiando o mundo atravs de grades, a palavra atravs acentuada por
ser oxtona terminada
em e.
09. No enunciado Hoje queremos edifcio em rua movimentada,
existe um (A) objeto direto. (B) objeto indireto. (C) agente da
passiva. (D) predicativo do sujeito.
10. Em Homens bem vestidos, metralhadoras modernas e granadas de
mo invadem condomnios aparentemente seguros, o sujeito (A) oculto.
(B) simples.(C) composto. (D) indeterminado.
11. Quanto semntica das palavras, no est correto afirmar que (A)
adivinhar sinnimo de espreitar em Cansada de espreitar da janela do
meu carro.... (B) desocupado conserva o mesmo sentido de baldio em
... jogar futebol em terreno baldio.... (C) ignorado poderia
substituir obscuro em ... para a zona lugar obscuro para uma criana
de
ento.... (D) zelosas tem o mesmo sentido de vigilantes em L
estariam, vigilantes, as vtimas dessas mortes
to evitveis....
12. H uma palavra formada por derivao parassinttica no enunciado
(A) Vivemos a banalizao da morte absurda. (B) ... seremos ratos
apavorados disparando pelas ruas....(C) L estariam, vigilantes, as
vtimas dessas mortes to evitveis.... (D) ... autoridade firme e
corajosa, determinao de todos e menos palavrrio.
13. No enunciado enquanto eles iam para a zona lugar obscuro
para uma criana de ento, a expresso em destaque poderia ser
substituda, sem prejuzo de sentido, por (A) em tal caso. (B) desse
gnero. (C) daquele tempo. (D) nessa situao.
14. H uma seqncia predominantemente descritiva no seguinte
fragmento de texto: (A) Na minha infncia (leia-se dcada de 40), a
primeira violncia de que tive notcia foi o assassinato
de um motorista de txi. (B) No vivo em pnico, apesar do que
escrevo aqui. No sou particularmente covarde. Nem
singularmente ousada. Sou uma mulher comum que j viveu bastante,
viu bastante.... (C) Se tivesse recursos (escrever livro no d para
tais luxos), eu colocaria segurana na porta de cada
uma das pessoas que amo, ainda que nenhuma delas possua algo que
possa atrair bandidos. (D) Neste pas a cada semana morrem vrias
dezenas de civis inocentes e policiais corajosos. Aqui se
morre mais do que na Guerra do Iraque, tantos jovens so
assassinados que em breve seremos um pas de velhos.
15. Em relao ao emprego da crase, incorreto afirmar que, em (A)
por mais sossegada e protegida que seja a sua vida, no h crase por
causa do pronome
possessivo. (B) ir a p para a escola, pegar nibus para ir ao
centro, no h crase na locuo a p porque p
uma palavra masculina. (C) ...essas organizaes comeam a ser
desmanteladas, no h crase porque o verbo que segue a
preposio est no infinitivo. (D) edifcio em rua movimentada e...
sorte em relao violncia, a crase assinala a fuso da
preposio a, exigida por reao, com o artigo a que acompanha
violncia.
wwww.pciconcursos.com.br
-
POLCIA MILITAR
6
MATEMTICA
16. Dos 100 soldados que participavam de um curso de formao de
cabos, 40 gostavam de praticar voleibol, 68 gostavam de praticar
futebol e 14 no gostavam de praticar esses esportes. A quantidade
de soldados que gostavam de praticar tanto voleibol quanto futebol
igual a (A) 18. (B) 22. (C) 30. (D) 46.
17. Se numa festa a quantidade de moas est para a quantidade de
rapazes na razo de 13 para 12, ento a porcentagem de moas presentes
(A) 46%. (B) 48%. (C) 50%. (D) 52%.
18. A prova de um concurso continha 60 questes, e os pontos eram
calculados pela frmula
P = 3C 2E + 120, onde C era a quantidade de questes certas e E a
de questes erradas. Um candidato que obteve 225 pontos acertou (A)
45 questes. (B) 30 questes. (C) 20 questes. (D) 15 questes.
19. Sabendo-se que uma pessoa consome aproximadamente 800 metros
cbicos de gua por ano e que o planeta dispe de, no mximo, 9000
quilmetros cbicos de gua para o consumo por ano, pode-se afirmar
que a capacidade mxima de habitantes que o planeta suporta,
considerando-se apenas a disponibilidade de gua para consumo,
aproximadamente (A) 11.100.000.000. (B) 11.150.000.000. (C)
11.250.000.000. (D) 11.350.000.000.
20. Para encher um recipiente com capacidade de 15 litros, a
quantidade mnima de vezes que terei de utilizar uma garrafa de
refrigerante com capacidade para 600 ml (A) 20. (B) 25. (C) 30. (D)
35.
21.O trabalho realizado por trs mquinas durante 6 horas por dia,
em 2 dias, custa R$ 1.800,00. Se uma mquina apresentar defeito e
parar de funcionar, o custo da operao por 4 dias, com um
funcionamento de 5 horas por dia, igual a (A) R$ 1.850,00. (B) R$
1.900,00. (C) R$ 1.950,00. (D) R$ 2.000,00.
RRRAAASSSCCCUUUNNNHHHOOO
wwww.pciconcursos.com.br
-
POLCIA MILITAR
7
Para responder s questes 22 e 23, leia atentamente o texto
abaixo. Considere pi aproximadamente igual a 3.
Para realizar o Teste de Aptido Fsica (TAF), as Foras Armadas
utilizam uma pista cujas laterais so semelhantes a um retngulo com
a largura igual metade do comprimento, tendo, nas extremidades do
comprimento, dois semicrculos.
22. Se o comprimento da pista igual a 420 m, ento o raio dos
semicrculos igual a (A) 30 m. (B) 35 m. (C) 40 m. (D) 45 m.
23. A rea, em metros quadrados, ocupada pela pista igual a (A)
6900. (B) 7900. (C) 8900. (D) 9900.
24. Nos Jogos da Polcia Militar, a delegao de um batalho obteve
37 medalhas. Sendo o nmero de medalhas de prata 20% superior ao das
de ouro, e o nmero de medalhas de bronze 25% superior ao das de
prata, o nmero de medalhas de prata obtido por essa delegao foi de
(A) 17. (B) 15. (C) 12. (D) 10.
25. Ao se aumentar em 2 m um dos lados de uma sala de forma
quadrangular, e o outro lado em 3 m, a sala tornou-se retangular,
com 56 m2 de rea. Ento, a medida, em metros, do lado do quadrado
era igual a (A) 5. (B) 6. (C) 7. (D) 8.
26. Uma praa tem a forma de um tringulo ABC, retngulo em A, cuja
hipotenusa a mede 250 metros e o cateto c mede 200 metros. Para
garantir a execuo de um servio, houve necessidade de se interditar
uma parte da praa com uma corda MN perpendicular hipotenusa,
distando 150 metros do vrtice B, com M na hipotenusa e N no cateto
c. O comprimento dessa corda, em metros, (A) 112,5. (B) 125,5. (C)
150,5. (D) 175,5.
27. Dois amigos dividiram uma conta de R$ 135,00. O mais velho
apresentou certa quantia e o mais novo completou com dois teros da
quantia apresentada pelo mais velho. O valor que o mais novo
apresentou foi igual a (A) R$ 84,00. (B) R$ 74,00. (C) R$ 64,00.
(D) R$ 54,00.
28. Uma pessoa, aps receber seu salrio, gasta um quinto com
transporte e, do que sobra, gasta um tero com alimentao,
restando-lhe ainda R$ 480,00. Seu salrio (A) R$ 810,00. (B) R$
840,00. (C) R$ 870,00. (D) R$ 900,00.
wwww.pciconcursos.com.br
-
POLCIA MILITAR
8
29. Para se obter um saldo de R$ 20.000,00, aplicando-se um
capital de R$ 10.000,00 a 2% ao ms, no sistema de juros simples, so
necessrios (A) 3 anos e 1 ms. (B) 4 anos e 2 meses. (C) 5 anos e 3
meses. (D) 6 anos e 4 meses.
30. A soma das idades de duas pessoas igual a 44 anos, e, quando
somamos os quadrados dessas idades, obtemos 1000. A mais velha das
duas tem (A) 19 anos. (B) 21 anos. (C) 22 anos. (D) 26 anos.
RRRAAASSSCCCUUUNNNHHHOOO
wwww.pciconcursos.com.br
-
POLCIA MILITAR
9
HISTRIA
31. A escravido indgena em terras portuguesas da Amrica foi
objeto de grande polmica entre foras polticas, tanto da metrpole
quanto da colnia. Moradores da colnia defendiam a necessidade de
obter mo-de-obra indgena para garantir-lhes o sustento. Por outro
lado, religiosos, como os jesutas, por exemplo, exerciam forte
presso sobre a Coroa no sentido de coibir a escravizao do gentio.
Com base nessas consideraes e nos estudos histricos sobre o tema em
foco, correto afirmar que (A) a escravido indgena, devido
incompatibilidade de interesses e objetivos, foi
quantitativamente
inexpressiva no Brasil colonial, visto que se restringiu s reas
de cultivo da cana-de-acar e de produo aucareira, tendo sido, em
seguida, substituda pela mo-de-obra escrava africana.
(B) a escravizao do indgena poderia resultar das guerras justas,
as quais podiam ser justificadas pelas hostilidades, supostamente
cometidas pelos ndios contra aliados portugueses e vassalos do rei,
e pelo rompimento, por iniciativa dos indgenas, de acordos
celebrados entre eles e os colonizadores.
(C) a escravizao indgena, alm de poder ser justificada pela
guerra justa, poderia ser justificada pelo resgate, que implicava
combater as tribos praticantes da antropofagia. Aqueles que haviam
sido feitos prisioneiros e eram resgatados tinham um dbito vitalcio
com os responsveis pela sua salvao, ficando escravizados pelo resto
de suas vidas.
(D) a mo-de-obra indgena foi essencial na explorao das terras
coloniais, razo pela qual foram organizados os descimentos expedies
lideradas por funcionrios da Coroa , com a finalidade de deslocar
os povos indgenas de suas aldeias e distribu-los entre os moradores
da colnia, os quais deveriam, em troca, instru-los sem imposio da f
catlica.
32. Sobre a diviso de trabalho na produo de acar nos engenhos
coloniais, correto afirmar que (A) o cozimento do caldo na casa das
caldeiras era atribuio dos feitores, pois todo o sucesso da
produo do acar, nesta etapa, dependia da ateno dada purificao do
caldo. (B) cabia ao mestre do acar o controle da escravaria, desde
a fase inicial do corte da cana, seu
transporte em carros de bois, at moagem para obteno do caldo.
Esse trabalhador era o que recebia o maior salrio do engenho.
(C) o banqueiro era responsvel pelo acondicionamento do acar, j
purgado e enxuto, em caixas de madeira devidamente barreadas.
Algumas vezes cuidava tambm da repartio do acar entre o senhor de
engenho e os lavradores de cana.
(D) eram obrigaes do purgador: observar o barro a ser empregado
no acar, conhecer quando o acar estava enxuto o suficiente para
receber tanto o primeiro quanto o segundo barro, proceder s
lavagens e observar os sinais de purga.
33. Leia atentamente o fragmento de texto abaixo:
O secretrio do governo das Minas, Manuel Afonseca de Azevedo,
preocupado com os problemas decorrentes da participao feminina em
atividades comerciais, remeteu em 1732 uma representao ao rei
portugus, na qual afirmava: os moradores, em grande nmero, tm casa
de vendas de comer e beber, onde pem negras suas para convidarem os
negros a comprar.
FIGUEIREDO, Luciano. O avesso da memria: cotidiano e trabalho da
mulher em Minas Gerais no sculo XVIII. Rio de Janeiro: Jos Olympio,
1993, p. 57-58.
Trata-se de um documento que (A) ratifica o fato de que, durante
o sculo XVIII, o pequeno comrcio na regio das Minas esteve sob
controle masculino, sobretudo quando as lavras entraram em
decadncia, e o emprego de mo-de-obra feminina aumentou.
(B) denuncia a extrema pobreza dos moradores da regio das Minas,
os quais se viam obrigados a fechar suas vendas e a abrir, em seu
lugar, as chamadas casas de alcouce (prostbulos), nas quais se
explorava a prostituio de escravas.
(C) diz respeito ao processo de decadncia da minerao, pois, com
a reduo dos ganhos, agravou-se a incapacidade dos proprietrios de
escravos de arcar com os custos da manuteno da mo-de-obra escrava
e, sobretudo, com a sua reproduo.
(D) exemplifica a relao existente entre as vendas e as casas de
alcouce (prostbulos): os donos das vendas, que desejavam aumentar
seus ganhos, vendiam mais gneros aos que freqentavam esses
estabelecimentos em busca de encontros amorosos.
wwww.pciconcursos.com.br
-
POLCIA MILITAR
10
34. Leia o texto abaixo:
O acervo da Real Biblioteca, com cerca de 60 mil volumes, foi
transferido para o Rio de Janeiro logo aps a chegada da Famlia
Real. O conjunto [...] deu origem Biblioteca Nacional, hoje
apontada pela UNESCO como a oitava maior biblioteca nacional do
mundo.
Revista de Histria - A Revista de Histria da Biblioteca
Nacional, ano 1, n. 1, jul. 2005, p. 26.
Com base na leitura do trecho acima e nos estudos histricos
sobre a vinda da Famlia Real portuguesa para o Brasil, correto
afirmar que (A) a Famlia Real portuguesa era uma das ltimas
monarquias constitucionais ilustradas da Europa, da
a importncia da biblioteca real. (B) o prncipe regente
priorizava os livros porque tinha o projeto educacional de
alfabetizar o povo
brasileiro, principalmente os escravos e os mestios, que eram
responsveis pela riqueza econmica do Brasil.
(C) o povo brasileiro recebe como herana do Estado portugus o
investimento na educao de seus cidados, uma vez que todos os
habitantes do reino portugus teriam acesso aos cerca de 60 mil
volumes.
(D) a vinda da Famlia Real portuguesa no implicou somente a
transferncia do Estado portugus, mas estimulou tambm uma dinamizao
cultural e impulsionou a reurbanizao da nova sede do governo
portugus.
35. No sculo XIX, a transformao do caf em uma bebida apreciada
resultava de um longo processo. Sobre isso, correto afirmar que (A)
o perodo da colheita era um tempo de celebraes permanentes nas
fazendas de caf. A mo-de-
obra escrava envolvida nessa etapa era essencialmente masculina
e, disciplinadamente, colhia os frutos dos galhos com o apoio de
peneiras de taquara ou bambu.
(B) o plantio do caf, realizado por trabalhadores livres, tinha
caractersticas particulares: aproveitavam-se os frutos de um antigo
cafezal, que, depois de colhidos, eram plantados em sulcos
paralelos, escavados nas encostas dos morros, nas chamadas curvas
de nvel.
(C) o caf, uma vez colhido, era exposto secagem em uma espcie de
tanque denominado fundo de caixo. Nessa fase do processo, a
escravaria deveria separar as impurezas trazidas do cafezal. Como
se tratava de uma tarefa delicada, era realizada somente por
mulheres.
(D) os gros, aps a secagem, eram submetidos ao despolpamento.
Essa etapa, realizada a princpio com o pilo manual, passou a ser
feita, em algumas fazendas, com monjolos. Em seguida, os gros eram
profundamente limpos (brunimento), armazenados e ensacados. Homens
e mulheres, escravizados e livres, participavam da lida com o
caf.
36. Leia o texto abaixo: O Mdio e Baixo Amazonas e seus
afluentes foram atacados pelos Cabanos, especialmente bidos e
Alenquer em 1835; no rio Tapajs resistiram por muito tempo ncleos
cabanos. O Preto Belisrio comandava uma fora de 300 cabanos,
enquanto em Monte Alegre, no rio Curu, era reconhecido um grupo de
dois mil cabanos. ACEVEDO, Rosa; CASTRO, Edna. Negros do Trombetas:
guardies de matas e rios. Belm: UFPA/NAEA, 1993, p. 70.
Considere as seguintes afirmaes:
I A Cabanagem teve uma dimenso geogrfica importante, atingindo
quase toda a Provncia do Par, tendo alcanado tambm a regio do Mdio
e Baixo Amazonas e seus afluentes.
II Alm dos trs presidentes cabanos conhecidos (Malcher, Vinagre
e Angelim), existiram outras lideranas dentro da Cabanagem, como,
por exemplo, Preto Belisrio.
III Os ncleos fundados pelos cabanos tinham pouca durabilidade e
fraca resistncia frente s tropas do estado imperial.
Com base nas palavras de Rosa Acevedo e Edna Castro e nos
estudos sobre a Cabanagem, pode-se dizer que est correto o que se
afirma nos enunciados (A) I, II e III. (B) I e II. (C) II e III.
(D) I e III.
wwww.pciconcursos.com.br
-
POLCIA MILITAR
11
37. Leia o documento abaixo:
No final dos anos 1850, as autoridades policiais de Iguau
informavam ao chefe de polcia da provncia a respeito das
dificuldades de acesso queles quilombos: estando reconhecida a
dificuldade, se no impossibilidade, de extinguir-se o quilombo
existente no mangue do rio Iguau, pelos meios comuns e combinados
de cerco com fora armada para prender e apreender os quilombolas,
visto no poder penetrar-se no lugar dos ranchos ainda
desconhecidos, no obstante os esforos para isso de longa data
constantemente empregados pela polcia, por estarem as avenidas e
entradas tortuosas dos mangues impedidas e obstrudas de estrepes
venenosos, ou envenenados, segundo informam os prticos incumbidos
do exame da topografia do lugar.
GOMES, Flvio dos Santos. Quilombos do Rio de Janeiro no sculo
XIX. In: REIS. Joo Jos; GOMES, Flvio dos Santos. Liberdade por um
fio: histria dos quilombos no Brasil. So Paulo: Companhia das
Letras, 1996, p. 272.
De acordo com o relato apresentado no documento acima e com os
estudos histricos acerca da escravido no Brasil, correto afirmar
que (A) a resistncia escrava na regio de Iguau, provncia do Rio de
Janeiro, manifestou-se por meio de
rebelies de longa data, devido, sobretudo, s alianas construdas
entre quilombolas e membros da fora armada, o que inquietava a
polcia de Iguau.
(B) as autoridades policiais de Iguau admitiam as dificuldades
em desmontar os quilombos daquela rea, os quais j eram considerados
um problema crnico de segurana pblica na regio, porque os
quilombolas organizavam os quilombos no mangue e comprometiam os
caminhos com armadilhas venenosas.
(C) o sucesso da resistncia quilombola em Iguau deveu-se a um
fator especfico: a topografia da regio. Por tratar-se de mangue, o
terreno facilitava a perseguio por parte da polcia. Por isso, o
chefe de polcia da provncia reconhece a possibilidade de extino dos
quilombos na regio de Iguau.
(D) seria necessrio, por causa da breve resistncia dos
quilombolas daquela rea e da reproduo de novos quilombos ao longo
do sculo XIX, adotar mtodos repressivos definitivos e inovadores
para extinguir os quilombos, como, por exemplo, o cerco com a fora
armada, conforme sugere o chefe de polcia da provncia.
38. Considere os enunciados abaixo:
I O escravo, na prtica, era obrigado a indenizar os senhores
mediante a prestao de servios em troca de sua liberdade.
II A obrigao do escravo de pagar em servios seu senhor
permitiria de imediato uma libertao em massa dos cativos.
III Por causa da dureza da vida de cativeiro, nem todos os
escravos chegavam aos 60 anos para gozar a liberdade,
principalmente os que trabalhavam na lavoura.
Sabendo-se que a Lei do Sexagenrio de 1885 declarava libertos os
escravos de 60 anos de idade, mantendo a obrigao de prestao de
servios por trs anos ou at que atingissem 65 anos, pode-se
considerar correto o que se afirma nos enunciados (A) I, II e III.
(B) I e II. (C) I e III. (D) II e III.
wwww.pciconcursos.com.br
-
POLCIA MILITAR
12
39. Observe a seguinte imagem:
Revista Ilustrada, n. 586. A questo religiosa representou um
srio abalo no j enfraquecido Imprio.
In: VICENTINO, Cludio. Histria do Brasil. So Paulo: Scipione.
1997, p. 257.
Considerando a imagem acima e a legenda que a acompanha, assim
como os estudos histricos acerca do II Imprio do Brasil, corretor
afirmar que (A) o Papa Pio IX proibiu, em 1864, a permanncia de
membros do clero catlico na Maonaria, mas a
proibio foi desconsiderada por D. Pedro II, que era maon. Para
tanto, o imperador fez uso do beneplcito, ou seja, do direito de
autorizar ou no, dentro do Brasil, as decises papais, em
conformidade com a Constituio brasileira de 1824.
(B) a imagem representa a crise que se estabeleceu entre o
governo imperial e a Igreja Catlica, em decorrncia da expanso da
ordem manica entre os membros do clero. Recorrendo ao padroado, D.
Pedro II, um opositor ferrenho dos princpios da ordem, ameaou de
priso e trabalhos forados os sacerdotes que enfrentassem as ordens
papais e insistissem em permanecer maons.
(C) os membros do clero eram sustentados pelo governo imperial,
por ser o Brasil um imprio catlico. Na realidade, por meio do
beneplcito, o imperador podia, inclusive, nomear e destituir os
bispos, bem como puni-los com a excomunho. Ento, quando o papa Pio
IX proibiu que sacerdotes integrassem a ordem manica, D. Pedro II
recorreu lei constitucional para ameaar os apoiadores do Papa,
conforme destaca a imagem.
(D) o clero do Brasil, embora a Constituio de 1824 atrelasse
formalmente a Igreja ao Estado, estava subordinado de forma
definitiva s decises papais. Ento, quando Pio IX decretou a
excomunho dos sacerdotes maons e D. Pedro II ops-se a acatar tais
ordens, alguns membros do clero enfrentaram um impasse, entre eles,
o bispo de Belm, D. Macedo Costa, que, tendo apoiado D. Pedro, foi
severamente advertido pelo papa.
Leia o texto abaixo para responder s questes 40 e 41.
Os coronis baianos estavam divididos em dois grupos: um liderado
por Jos Gonalves, e outro, por Lus Viana, governador da Bahia
eleito em 1896. A oposio, que aglutinava os gonalvistas, acusou Lus
Viana de estar protegendo Antonio Conselheiro em troca de sua
influncia poltica.
COIN, Cristina. A Guerra de Canudos. So Paulo: Scipione, 1992,
p, 31.
40. Sobre a Guerra de Canudos, correto afirmar que (A) o Arraial
de Canudos significou tranqilidade para os fazendeiros por agrupar
os trabalhadores para
depois distribu-los nas fazendas da regio. Por isso, os coronis
disputavam o apoio do beato Antonio Conselheiro.
(B) o Arraial de Canudos vivia isolado de outros lugarejos do
serto, sem manter relaes comerciais ou polticas, porque sua
orientao religiosa era o catolicismo romano, que apoiava as prticas
religiosas populares independentes.
(C) as primeiras expedies das foras republicanas encarregadas de
lutar contra Canudos sofreram derrotas humilhantes, pois, entre
outras razes, desconheciam a topografia do serto, ou seja, no
conheciam a regio e sua natureza.
(D) Canudos era organizado e suas atividades cotidianas eram bem
planejadas, era realmente um arraial ordeiro, sem violncia. Antonio
Conselheiro pregava a moral republicana, aceitando o casamento
civil e a laicizao dos cemitrios.
wwww.pciconcursos.com.br
-
POLCIA MILITAR
13
41. Sobre o coronelismo, correto afirmar que (A) uma de suas
caractersticas eram as relaes de compadrio, clientelismo e troca de
favores entre os
coronis e seus afilhados, compadres, simpatizantes e aliados
polticos, pois, quanto mais pessoas sob a sua influncia, maior o
seu poder poltico. Por isso, os dois coronis disputavam o apoio de
Antonio Conselheiro.
(B) os coronis, geralmente, eram modestos proprietrios de terras
com pouca influncia na poltica local e na mquina administrativa dos
municpios, o que os levava a disputar entre si o apoio de pessoas
com prestgio, como o beato Antonio Conselheiro.
(C) os coronis procuravam manter uma relao de rivalidade com o
governo estadual, por isso o coronel baiano Jos Gonalves fazia
oposio ao governador da Bahia, eleito pelo voto secreto, com o
apoio de Antonio Conselheiro.
(D) foi um fenmeno restrito s cidades, onde os polticos mais
influentes disputavam o apoio poltico de pessoas que tinham a
simpatia do povo; por isso o governador da Bahia protegia o
pregador Antonio Conselheiro.
42. Considere os documentos abaixo:
Documento 1 O bonde de So Janurio Leva mais um scio otrio Sou eu
que no vou mais trabalhar
Documento 2 Quem trabalha quem tem razo Eu digo e no tenho medo
de errar O bonde de So Janurio Leva mais um operrio Sou eu que vou
trabalhar Antigamente eu no tinha juzo Mas resolvi garantir meu
futuro Sou feliz, vivo muito bem A boemia no d camisa a ningum
O bonde de So Janurio, cano de autoria de Wilson Batista e
Ataulfo Alves. In: CABRINI, Conceio; CATELLI, Roberto; MONTELLATO,
Andra. Histria temtica: o mundo dos cidados. So Paulo: Scipione,
2004, p. 227.
Trata-se de uma cano de 1941 cuja letra original (documento 1),
censurada pelo DIP, sofreu alteraes (documento 2). Sobre essa
questo, correto considerar que (A) a cano de Wilson Batista e
Ataulfo Alves apresenta, nas duas verses, representaes do
trabalho como sinnimo de esforo. Na verso alterada pelo DIP
(doc. 2), esse esforo mostrado como virtude, conforme indicado nos
trechos antigamente eu no tinha juzo e mas resolvi garantir meu
futuro, ou seja, o trabalho representado como fonte de
progresso.
(B) os autores da cano, concordando com o projeto poltico de
Vargas, produziram uma obra musical afinada com os valores
nacionalistas defendidos pelo Estado Novo, segundo os quais o
trabalho escraviza o homem. Essa viso do trabalho explicitada nos
trechos leva mais um scio otrio e sou eu que no vou mais trabalhar
(doc. 1).
(C) a primeira verso de O bonde de So Janurio (doc. 1), afinada
com o contexto da poca, apresenta uma representao positiva do
trabalho, a qual reforada no documento 2, particularmente nos
versos a boemia no d camisa a ningum e quem trabalha quem tem
razo.
(D) o DIP foi um rgo criado no governo provisrio cuja funo era
coordenar festas populares e produzir filmes nacionais sem apelos
patriticos. No Estado Novo, coube tambm a esse rgo a funo de
censurar, razo pela qual O bonde de So Janurio teve seus versos
originais vetados.
wwww.pciconcursos.com.br
-
POLCIA MILITAR
14
43. Leia o texto abaixo:
Joo Goulart era oportunista, disse CIA. Avaliao est em documento
tornado pblico ontem, parte de 11 mil pginas dos anos 50 a 70,
sobre ex-URSS e China. Foco na regio era Cuba, mas mencionada o que
a agncia chama de ascenso da esquerda no Brasil.
DVILA, Srgio. Disponvel em . Acesso em 27 jul. 2007.
Considerando o contexto histrico a que se refere o documento
acima e os estudos histricos sobre o assunto, pode-se afirmar que
(A) Joo Goulart no tinha a simpatia da China nem a da ex-URRS, por
ser oportunista e muito
prximo da CIA, que agenciava a ascenso da esquerda no Brasil.
(B) o interesse da CIA (dos EUA) pela conspirao e pela execuo do
golpe militar de 1964 fica
evidente, uma vez que os EUA temiam a ascenso da esquerda no
Brasil. (C) a CIA apoiava a posio poltica de Joo Goulart que, por
ser oportunista, procurava fazer acordos
econmicos com a China, buscando o desenvolvimento do Brasil. (D)
a CIA elogiava a habilidade que Joo Goulart tinha para manter
relaes polticas com a esquerda
no Brasil, sem permitir que ocorresse uma revoluo comunista,
como em Cuba
44. Observe atentamente a imagem abaixo:
Gavies da Fiel, 1978. (CAMPOS, Flvio de. Oficina de Histria:
histria do Brasil. So Paulo:
Moderna, 1999, p. 324).
Considerando que essa foto foi tirada durante os governos
militares, correto afirmar que (A) os torcedores Gavies da Fiel
festejavam uma anistia ampla, geral e irrestrita, assegurada pela
Lei
da Anistia, assinada pelo governo de Figueiredo. (B) a luta
contra a ditadura militar recebeu a adeso dos mais diversos
segmentos sociais,
manifestando-se em vrios espaos da sociedade e, at mesmo em um
estdio de futebol, reivindicou-se anistia ampla, geral e
irrestrita.
(C) a faixa refere-se a uma das reivindicaes dos militares, que
temiam o fortalecimento da sociedade brasileira, que torcia pela
liberdade de alguns desaparecidos polticos.
(D) a torcida Gavies da Fiel foi convidada a participar da
campanha da anistia ampla, geral e restrita, visto que, na
sociedade brasileira, as camadas populares tinham uma fraca
organizao poltica.
wwww.pciconcursos.com.br
-
POLCIA MILITAR
15
45. Leia o texto abaixo:
Sem desprezar a atividade revolucionria nas cidades [...],
preciso voltar-se mais para o interior do pas, para as vastas
regies do campo, que propiciam melhores condies ao desenvolvimento
seguro das aes revolucionrias.
Comisso Executiva do Comit Central do Partido Comunista do
Brasil. Setembro, 1969. (MOCELLIN, Renato. As reaes armadas ao
Regime de 64: guerrilha ou terror? So Paulo: Editora do Brasil,
1999, p. 52).
O documento expressa a: (A) deciso poltica do Comit Central do
PC do B de continuar com as atividades revolucionrias
exclusivamente nas cidades. (B) opo poltica do PC do B de lutar
contra a ditadura por meio de aes revolucionrias armadas a
partir do campo, como a guerrilha do Araguaia. (C) crtica do
Comit do Partido Comunista Brasileiro estratgia de luta armada
desenvolvida nas
cidades e a proposta de realizar aes revolucionrias no interior
do pas. (D) deciso do Partido Comunista Brasileiro de realizar a
luta armada, com ttica de guerrilhas urbana e
rural e aes audaciosas, que iam de assaltos a bancos at
seqestros de embaixadores.
RRRAAASSSCCCUUUNNNHHHOOO
wwww.pciconcursos.com.br
-
POLCIA MILITAR
16
GEOGRAFIA
46. O Brasil hoje um pas de vasto territrio. A ocupao pelos
portugueses, iniciada no sculo XVI, modificou muito nossa terra,
antes restrita ao espao indgena. Podemos dizer que tudo comeou pelo
Nordeste porque (A) as condies naturais da zona da mata do
Nordeste, bastante propcias ao desenvolvimento da
cultura cacaueira, possibilitaram o surgimento dos primeiros
ncleos de povoamento, como Olinda e So Vicente.
(B) a zona da mata nordestina foi a primeira rea de fixao dos
colonizadores, que implantaram grandes canaviais, organizando o
espao geogrfico em funo dessa atividade, cuja produo destinava-se
basicamente ao mercado externo.
(C) foi nessa regio que se iniciou a ocupao do territrio pelos
colonizadores por meio das entradas e bandeiras, tendo a surgido a
vila de Piratininga, que mais tarde passou a ser um centro de venda
de escravos para a lavoura canavieira.
(D) foi nessa regio que surgiram as primeiras vilas, originadas
dos locais de pouso de tropeiros, uma vez que a atividade pastoril
foi a grande fora motriz da economia nordestina no perodo colonial,
fato que trouxe como conseqncia a injusta estrutura fundiria que
persiste at hoje na regio.
47. A ocupao portuguesa durante muito tempo restringiu-se ao
litoral, o que no mais se observa hoje, como poeticamente canta
Milton Nascimento nos versos abaixo:
A novidade que o Brasil no s litoral muito mais e muito mais que
qualquer Zona Sul Tem gente boa espalhada por este Brasil Que vai
fazer desse lugar um bom pas.
Mas o tipo de colonizao realizada no pas influiu na organizao do
espao geogrfico brasileiro, principalmente no que diz respeito
distribuio da populao, que por isso apresenta a seguinte
caracterstica: (A) distribuio regular da populao no territrio. (B)
maiores adensamentos populacionais na fachada litornea.(C)
concentrao de uma grande populao absoluta na Amaznia, que,
conseqentemente, tem as
maiores densidades demogrficas do pas. (D) distribuio irregular
da populao no territrio nacional, com maiores aglomeraes no
interior, em
especial na regio Centro-Oeste.
48. No longo processo de formao do nosso territrio, o modelo de
apropriao antrpica (feita pelo homem) provocou srios impactos no
nosso patrimnio ambiental, como o caso do(das) (A) desmatamento da
caatinga caracterizada pela exuberncia da vegetao e pela
biodiversidade
existente para fins de cultivo de soja, o que no s comprometeu
todo o domnio, como tambm causou o rpido esgotamento do solo,
considerado um dos mais frteis no contexto nacional.
(B) desmatamento da floresta amaznica pelas chamadas populaes
tradicionais, como as comunidades quilombolas, que exploram
intensivamente os recursos naturais sem a preocupao de preservar,
pois seus costumes e tradies impem uma forma de apropriao
extremamente capitalista.
(C) aumento e da expanso da semi-aridez, devido a desmatamentos
em determinados trechos do domnio da caatinga, caracterizada pela
escassez de chuvas, pela presena de solos pouco profundos e pelo
predomnio do intemperismo fsico.
(D) alteraes ambientais no pantanal matogrossense, devido
intensa ocupao em relevo acidentado e com clima predominantemente
quente e mido, o que acarreta srios problemas erosivos,
considerados os mais graves no conjunto do espao brasileiro.
wwww.pciconcursos.com.br
-
POLCIA MILITAR
17
49. Um dos ecossistemas do nosso patrimnio ambiental mais
ameaados o das florestas tropicais, cujo desmatamento pode
ocasionar (A) diminuio das temperaturas, uma vez que as florestas
funcionam como elemento regulador das
temperaturas. (B) aumento da pluviosidade, pois, quando so
desmatadas as reas das nascentes dos rios, ocorre o
rebaixamento do lenol fretico, e conseqentemente, diminui o
ndice de chuvas. (C) elevao das temperaturas locais e regionais,
como conseqncia da maior irradiao de calor para
a atmosfera a partir do solo exposto, devido ausncia da
cobertura vegetal. (D) reduo das enchentes, visto que as florestas
so responsveis por 56% da umidade; sua
destruio diminui a fonte injetora de vapor dgua na atmosfera,
diminuindo as chuvas e as enchentes.
50. Leia o poema abaixo:
Brasileiro errante
Vou para a Amaznia em busca de terras Eu fujo do Sul maravilha,
latifundiado Ou venho do Nordeste castigado
Posso ser um candango errante Ou mesmo um maranhense avexado
Quero trabalhar e viver da terra
Ser que vou para So Paulo ? Ou no Par ser mais fcil? Onde
acharei terra e trabalho? Ser que serei sempre um brasileiro
errante ?
Autor desconhecido (Folha de S. Paulo, So Paulo, jul. 2000.
Caderno Cotidiano).
A caracterstica da atual populao brasileira enfatizada no poema
acima : (A) significativa miscigenao, principalmente entre ndios e
negros, resultando no mestio denominado
cafuzo. (B) intensa mobilidade intra-regional, principalmente no
contexto da Regio Nordeste, onde so
freqentes os movimentos sazonais no sentido Serto-Zona da Mata e
vice-versa. (C) significativa mobilidade inter-regional, motivada
na maioria das vezes pela busca de melhores
condies de vida, destacando-se a procura de locais que
possibilitem um acesso mais fcil terra. (D) intensas migraes da
Amaznia em direo Regio Sul, devido principalmente facilidade de
acesso terra que essa regio oferece, mas tambm ao fato de a
Amaznia ser atualmente uma rea de repulso populacional.
51. A cana-de-acar e o caf, dois importantes produtos da
agricultura comercial brasileira, so considerados como parte
integrante de um sistema de cultivo caracterstico do mundo
tropical. Esse tipo de cultivo pode ser assim caracterizado: (A)
agricultura irrigada, assim chamada porque suas plantaes
normalmente so feitas em terras
ridas ou semi-ridas, que necessitam de aprimoradas tcnicas de
irrigao permanente. (B) cultivo de subsistncia, cuja produo
destinada ao abastecimento interno, porm utiliza
modernas tcnicas agrcolas, que estimulam o aprimoramento gentico
e o aumento da produtividade.
(C) cultivo de jardinagem, praticado em pequenas e mdias
propriedades, em terrenos acidentados, possuindo alta produtividade
devido ao aprimoramento das tcnicas empregadas, sendo quase sempre
executado com base familiar.
(D) plantation, praticada em grandes propriedades monocultoras,
com produo voltada basicamente para o mercado externo; geralmente
utiliza mo-de-obra farta e barata, sendo uma forma de cultivo tpica
de pases subdesenvolvidos.
wwww.pciconcursos.com.br
-
POLCIA MILITAR
18
52. O processo de industrializao ocorrido no Brasil provocou
significativas alteraes na organizao do espao geogrfico do pas,
como o(a) (A) emergncia de uma nova diviso espacial do trabalho
que, resultou na formao das regies
geoeconmicas brasileiras. (B) perda total da importncia do campo
e a sua conseqente estagnao, fato que tem motivado o
intenso fluxo migratrio do campo para a cidade. (C) eliminao das
desigualdades regionais, resultado da adoo de uma poltica
governamental de
descentralizao do parque industrial brasileiro, com iseno de
impostos para as indstrias instaladas no Norte e no Nordeste do
pas.
(D) processo de urbanizao, que transformou a cidade em um centro
de decises polticas, econmicas e culturais; bem como em um ponto de
atrao para os migrantes oriundos do campo.
53. Nosso pas possui dimenses continentais, e vrias formas de
dividi-lo j foram apresentadas. Dentre elas, destaca-se a que leva
em considerao a formao histrica do territrio, bem como o papel das
regies na diviso territorial do trabalho. Segundo essa
regionalizao, o Brasil divide-se em (A) Amaznia, Nordeste e
Centro-Sul. (B) Norte, Sul e Centro-Oeste e Meio-Norte. (C) Norte,
Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul. (D) Amaznia, Nordeste,
Leste, Centro-Oeste e Sul.
54. Como nosso territrio tem dimenses continentais, apresenta
vrios tipos de contrastes, dentre os quais se destaca a diferenciao
nos espaos agrrios regionais. Sobre esses espaos nas regies
brasileiras, verdadeiro afirmar que a (A) Regio Nordeste possui um
moderno complexo agroindustrial que se vincula s necessidades
do
mercado interno, destacando-se o cultivo de produtos bsicos da
alimentao da populao brasileira, em especial a mandioca e o
feijo.
(B) modernizao agrcola que mais tem avanado a da Regio Amaznica,
devido expanso das fronteiras econmicas na regio com o intuito de
aumentar a produo, quase sempre destinada ao mercado externo,
destacando-se a recente expanso dos gros, notadamente da soja.
(C) expanso da agropecuria moderna ocorre na Regio Centro-Sul,
em especial nas reas de cerrados, destacando-se o cultivo de gros,
com a utilizao dos avanos tecnolgicos para a melhoria da produo,
sobretudo com a correo da acidez dos solos, antes um dos fatores
limitantes da atividade agrcola.
(D) modernizao agrcola sem interveno do Estado tem sido
significativa na Regio Centro-Sul, notadamente nos estados
meridionais, sendo baseada na estrutura minifundiria, herana da
colonizao alem e italiana, que garante o uso social da terra e o
fcil acesso aos meios de produo pelos pequenos proprietrios
rurais.
55. Em relao aos dois problemas centrais da regio nordestina a
terra e a gua , pode-se afirmar que a (A) terra considerada
agriculturvel e frtil existente na regio insuficiente para a
expanso da
agricultura moderna. (B) luta dos integrantes do Movimento dos
Sem-Terra (MST) pela implantao da reforma agrria tem
sido a nica causa da decadncia e da estagnao da cultura
canavieira e do fechamento das principais usinas de produo de lcool
da regio.
(C) gua naturalmente escassa na rea do Polgono das Secas, fato
que extremamente agravado pela m distribuio dos recursos
financeiros pblicos destinados ao combate seca.
(D) agricultura uma atividade impraticvel no serto e no agreste
devido seca (prolongada ausncia de chuvas), pois nem mesmo a
irrigao soluciona o problema das terras sem fertilidade existentes
nessas sub-regies do Nordeste.
56. A m aplicao e os desvios dos recursos financeiros pblicos
destinados ao combate seca nordestina so conhecidos como (A) DNOCS
(Departamento Nacional de Combate s Secas). (B) Polgono das Secas.
(C) indstria da seca. (D) brejos.
wwww.pciconcursos.com.br
-
POLCIA MILITAR
19
57. As polticas governamentais de desenvolvimento regional
foraram a expanso das fronteiras econmicas em direo Amaznia,
provocando grandes alteraes na configurao do espao geogrfico
regional. Como exemplo dessas alteraes destaca-se o(a) (A) mudana
no perfil econmico regional, com desorganizao das economias
tradicionais e perda da
importncia de vrias cidades ribeirinhas no favorecidas pelas
polticas pblicas de desenvolvimento.
(B) significativo dinamismo nas atividades tradicionais da
regio, em especial o extrativismo vegetal e a agricultura de
subsistncia, o primeiro continuando a ser marca essencial do perfil
econmico amaznico, com grande destaque para a produo de oleaginosas
usadas na fabricao do biodiesel.
(C) crescimento desordenado das capitais regionais como Belm,
Manaus, Rio Branco, Santarm e Marab, cuja posio estratgica perto
das reas de expanso econmica influiu decisivamente nesse
desordenamento.
(D) surgimento de novos centros urbanos ao longo dos eixos
rodovirios e o maior incremento e dinamismo das atividades
econmicas tradicionais, graas criao das reservas extrativistas, as
RESEX, que conseguiram resolver o problema da devastao na
regio.
Para responder s questes 58, 59 e 60, leia atentamente o poema
abaixo:
Tributo ao Par
Ao percorrer tuas terras Vejo paisagens variadas Tens das
florestas aos campos No Maraj terras encharcadas No Sul, gado e
pastos artificiais Mas tambm castanhais e aaizais
Se vou para o Oeste Vejo o Tapajs e garimpeiros Mas vejo tambm
soja e vaqueiros Ao ir para o Sudeste Vejo o Tocantins e sua Tucuru
Mas tambm Projetos, Carajs e ferro, muito ferro
Ah Par! Quanta beleza! Muitas vezes obra da natureza Outras do
homem Que trabalha sempre em prol de tua grandeza Quer seja no
Norte, no Sul, Leste ou Oeste s sempre pai dgua Lenora Maria
wwww.pciconcursos.com.br
-
POLCIA MILITAR
20
58. O poema de Lenora Maria permite-nos construir um mapa mental
do nosso Estado e fazer uma viagem por suas belas paisagens, dentre
as quais se destaca uma paisagem vegetal tpica das nossas vrzeas:
os aaizais nativos. A imagem abaixo retrata um apanhador de aa,
personagem bem caracterstico do Par caboclo, do Par
interiorano:
Sobre esse produto, largamente consumido pela populao cabocla,
verdadeiro afirmar que (A) apenas o fruto do aa pode ter
significativo aproveitamento econmico; os demais componentes da
espcie so desprezados, por no apresentarem nenhuma utilidade.
(B) uma das muitas formas de uso a explorao do palmito, que resulta
na morte da palmeira, o que
contribui para a diminuio e/ou extino da espcie; da a
necessidade de projetos de replantio racional da espcie.
(C) constitui um elemento importante da dieta alimentar do homem
ribeirinho, no havendo, porm, o hbito de consumi-lo nas reas
urbanas da regio, onde praticamente desconhecido da maioria da
populao.
(D) a explorao realizada do tipo comercial, com emprego de
modernas tcnicas de colheita e conservao dos frutos; a produo
destina-se basicamente ao mercado internacional, porque a produo
regional no totalmente absorvida pelo mercado interno, em virtude
do baixo consumo.
59. E nossa viagem pelo territrio paraense continua... Com base
no poema de Lenora Maria, verdadeiro afirmar que (A) o Sudeste do
Estado constitui uma sub-regio com grandes transformaes espaciais,
sendo rea
de explorao mineral e de atuao dos Grandes Projetos,
principalmente os minerometalrgicos, como o Projeto Carajs e o
Projeto Salobo.
(B) a apropriao da regio pelo homem resulta na prtica de
atividades diversificadas, como o extrativismo vegetal e a
agropecuria moderna, embora as paisagens vegetais do Par sejam
homogneas, visto que nosso territrio coberto pela imensa floresta
amaznica.
(C) o Oeste do Estado, embora seja rea de expanso do cultivo da
soja, considerado uma das sub-regies de mais fraco desempenho
econmico no contexto intra-regional, em virtude do isolamento que
lhe imposto pela total ausncia de rodovias que facilitariam o
escoamento da produo agrcola.
(D) as paisagens naturais do Par encontram-se preservadas,
principalmente os castanhais, os seringais e os aaizais, graas
eficiente atuao das ONG que lutam pela preservao ambiental da
Amaznia, dada a importncia da regio para o equilbrio climtico do
planeta Terra.
wwww.pciconcursos.com.br
-
POLCIA MILITAR
21
60. O Par, considerado por muitos o Estado sentinela do Norte,
tem tido nos ltimos anos uma expanso de novas fronteiras econmicas,
destacando-se o(a) (A) produo siderometalrgica, principalmente do
Projeto Grande Carajs, cuja base a produo de
calcrio e ferro, destinada basicamente ao abastecimento do
mercado interno, uma vez que a expanso da indstria siderrgica no
Brasil tem exigido uma produo de ferro cada vez maior.
(B) produo de leo de palma (dend), praticada principalmente na
agricultura familiar, que tem na Zona Bragantina seu principal plo
produtor, evidenciando a vocao extrativista vegetal do Estado, cuja
economia se baseia nessa atividade.
(C) cultivo de gros, notadamente a soja, que se expandiu no pas
no caminho das regies Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Amaznia, com uma
produo voltada preferencialmente para o mercado internacional, uma
das principais reas de expanso desse cultivo estando localizada no
Sudoeste do Estado.
(D) produo de frutas, principalmente abacaxi e maracuj, cujos
sucos so produtos de fcil aceitao no mercado internacional, o
sucesso desse cultivo decorrendo da implantao de vrias reservas
extrativistas no Estado.
RRRAAASSSCCCUUUNNNHHHOOO
wwww.pciconcursos.com.br