Prótese para amputações parciais de pé e tornozelo
Prótese para amputações parciais de pé e tornozelo
Prótese – o que é?
• Algo que vai substituir uma parte do corpo.
• Existe dois tipos de próteses: as endoesqueléticas (estrutura tubular que suporta o peso, revestidas exteriormente por espuma flexível) e as exoesqueléticas (fabricadas em madeira ou plástico – próteses convencionais).
Amputação – o que é?
• Retirada, geralmente cirúrgica, total ou parcial de um membro do corpo.
• Amputações de membros inferiores é mais comum - cerca de 85% dos casos.
Principais causas
• Insuficiência vascular periférica como consequência de diabetes;
• Aterosclerose;• Embolias;• tromboses arteriais;• Traumatismos;• Tumores malignos.
Tipos de amputações parciais
• Desarticulação Interfalangiana;• Desarticulação Metatarsofalangiana;• Amputação Transmetatarsiana;• Amputação de Lisfranc (tarsometatarsiana);• Desarticulação Navicuneiforme e Transcubóide;• Amputação de Chopart (desarticulação
mesotársica);• Amputação de Syme;• Amputação de Pirigoff;• Amputação de Boyd.
Desarticulações interfalangeana
• Geralmente causada por processos traumáticos ou problemas vasculares, podendo levar a amputações expontâneas.
• Procura-se preservar a base da falange proximal porque nela se encontra a inserção dos tendões extensor e flexor curto dos dedos. Ex.: Amputação do Hálux, procurando manter a base da falange proximal, pois nela encontra-se a inserção dos tendões extensor e flexor curto.
Amputação metacarpofalangeana
• Geralmente causada por processos traumáticos ou problemas vasculares.
• É uma desarticulação, a superfície cartilaginosa é removida e os tendões flexores e extensores são fixados nos metatarsos.
Amputação transmetatarsianas
• Geralmente causada por processos traumáticos ou problemas vasculares.
• É realizada a secção óssea do primeiro ao quinto metatarso. A descarga de peso é distal, na extremidade do coto.
Desarticulação tarsometatársica (Lisfranc)
• Geralmente causada por problemas vasculares.
• É uma desarticulação dos metatarsos com os ossos cubóide e cuneiforme.
Resultado esperado
• Este nível de amputação representa uma perda significativa do comprimento da parte anterior do pé , com redução proporcional da função de andar com os pés descalços.
• Para recuperar a função da marcha no final da fase ativa, é necessário acrescentar uma prótese ou órtese de tornozelo fixa muito bem adaptada que em seguida , é introduzida no calçado com solado basculante rígido.
Desarticulação mesotársica (Chopart)
• É uma desarticulação realizada entre os ossos navicular e cubóide com o tálus e o calcâneo.
• Conhecida como amputação do retropé, geralmente de causa traumática e em menor incidência de origem tumoral.
• O padrão do coto forma um curto braço de alavanca, evoluindo para um equino importante, com redução da área de apoio.
Resultado esperado
• Embora esta desarticulação permita a sustentação direta do peso na extremidade, não há possibilidade de conservar a função deslizante intrínseca.
• Devido a preservação da estabilidade da almofada do calcanhar e de todo o comprimento da perna, o paciente amputado pode ter pouca dificuldade de andar sem uma prótese.
Desarticulação do tornozelo de Syme
• Geralmente causada por processos traumáticos, problemas vasculares, anomalias congênitas ou adquiridas.
• É realizada uma desarticulação do tornozelo, com secção óssea abaixo dos maleolos lateral e medial.
Resultado esperado
• Esta operação permite um retorno rápido à condição de sustentação de peso.
• Como a desarticulação do tornozelo de Syme preserva a sustentação da almofada do calcanhar ao longo das vias proprioceptivas normais, é necessário treinamento mínimo para andar com a prótese.
Amputação de Pirigoff
• É uma amputação muito parecida com a de Syme, onde é realizada uma artrodese entre a tíbia e uma parte do calcâneo, para que este forneça uma almofada distal.
Próteses para Amputações Parciais de Pé e de Tornozelo
• As próteses utilizadas nesses níveis de amputações têm como funções:
Reequilibrar o pé;Restaurar a total capacidade de carga;Compensar de maneira funcional o segmento amputado.
• Qualquer amputação de pé deve permitir ao paciente realizar uma deambulação sem prótese, porém algumas alterações no coto de amputação podem diminuir essa possibilidade.
Tipos de cartucho
• Amputações parciais do pé
Silicone;Plastazote;Polipropileno;Fibra de carbono.
• Desarticulação do Tornozelo
Fibra de carbono;Polipropileno;Sistema de meia de silicone – o apoio desta
prótese pode ser feito tanto na região distal do coto como também pode ser dividido com apoio infrapatelar;
Normalmente este tipo de cartucho é confeccionado com uma janela.
Reabilitação
• A reabilitação só chegará ao fim no momento em que os pacientes já estiverem fazendo uso das próteses, com total controle e independência nas atividades diárias, profissionais e recreativas.
• Para alcançar esse objetivo deve-se atentar para alguns pontos, como:
Conseguir um bom equilíbrio muscular;Potencializar os grupos musculares debilitados;Recuperar a função muscular prévia;
Impedir e eliminar contraturas;Impedir deformidades secundárias;Diminuir e eliminar estados dolorosos;Modelar e maturar o coto;Colocar uma prótese em perfeitas condições
de ajuste e alinhamento;Realizar treinamento adequado de marcha;Corrigir possíveis defeitos de marcha
encontrados.
Reabilitação pós amputação• Objetivos principais:
Prevenir as contraturas articulares;Fortalecer e coordenar o controle muscular do
membro amputado;Fortalecer e mobilizar a perna não afetada;Fortalecer e mobilizar o tronco;Controlar edema do coto;Estimular independência;Estimular a deambulação precoce com auxiliares de
marcha.
• Durante os exercícios, deve haver um cuidado especial com o local da sutura;
• A cicatrização deve ser lisa e livre, mas isso depende muito do procedimento cirúrgico;
• Deve-se atentar quanto à presença de secreções, deiscências ou processos de necrose local;
• A ênfase na prevenção de deformidades é de suma importância, principalmente se o paciente é candidato a protetização.;
• O paciente deve ser orientado em relação à tendência das contraturas e às deformidades das articulações proximais à amputação.
• Exercícios isométricos e isotônicos ativos devem ser orientados (BOCOLINI, 2000).
Reabilitação pré protetização
• Durante o tratamento que precede a protetização deve-se objetivar alguns pontos como:
Proporcionar ao amputado habilidades para a realização de todas as atividades possíveis sem o uso de prótese;
Preparar o coto de amputação para que possa ser protetizado;
Desenvolver programas de alongamento, fortalecimento, propriocepção, equilíbrio e coordenação visando uma deambulação independente mais adiante.
• O tratamento deve atentar para alguns pontos específicos como:
Cicatrização da sutura cirúrgica;Examinar eventuais pontos de deiscências;Presença de neuromas;Presença de edema;Orientação em relação ao enfaixamento
correto, para que o paciente possa realizá-lo sem auxílio, ajudando a evitar a presença de edemas e facilitando uma protetização futura.
Tratamento global
• Tem como finalidade conseguir o maior potencial funcional do paciente amputado visando uma futura protetização.
• São orientados exercícios de fortalecimento pra MMSS, tronco e MMII, equilíbrio, coordenação, propriocepção e esquema corporal.
• Nesta fase também se faz necessário a dessensibilização do coto, visando uma hipoestesia local;
• É fundamental que o tratamento seja realizado sempre na presença de um terapeuta e em um ambiente claro, limpo, alegre e espaçoso composto por bolas, pesos, rolos, colchonetes, bastões, espelhos, prancha de propriocepção, balança e barra paralela, entre outros..