UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL TAISE FERNANDA OKUBARA PROJETO DE RETROFIT DE GALPÃO DE TRIAGEM DE RECICLÁVEIS VISANDO BAIXO CUSTO OPERACIONAL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURITIBA 2017
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL
TAISE FERNANDA OKUBARA
PROJETO DE RETROFIT DE GALPÃO DE TRIAGEM DE RECICLÁVEIS VISANDO BAIXO CUSTO OPERACIONAL
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CURITIBA 2017
TAISE FERNANDA OKUBARA
PROJETO DE RETROFIT DE GALPÃO DE TRIAGEM DE RECICLÁVEIS VISANDO BAIXO CUSTO OPERACIONAL
Trabalho de Conclusão de Curso 2, do Curso Superior de Engenharia Civil do Departamento Acadêmico de Construção Civil – DACOC – da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel.
Orientadora: Profa. Dra. Stella Maris da Cruz Bezerra
Co-orientador: Prof. Dr. José Alberto Cerri
Curitiba 2017
2
Ministério da Educação
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Curitiba – Sede Ecoville
Departamento Acadêmico de Construção Civil Curso de Engenharia Civil
FOLHA DE APROVAÇÃO
PROJETO DE RETROFIT DE GALPÃO DE TRIAGEM DE RECICLÁVEIS VISANDO BAIXO CUSTO OPERACIONAL
Por
TAISE FERNANDA OKUBARA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, defendido e aprovado em 03 de julho
de 2017, pela seguinte banca de avaliação:
__________________________________ ___ Profa. Orientadora – Stella Maris da Cruz Bezerra, Dra.
UTFPR
__________________________________ ___ Prof. Co-Orientador – José Alberto Cerri, Dr.
OKUBARA, Taise Fernanda. Projeto de retrofit de galpão de triagem de recicláveis visando baixo custo operacional. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil). UniversidadeTecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2017. Neste trabalho são apresentados projetos para adaptação de sistemas elétricos e hidrossanitários, contemplando medidas de eficiência energética e uso racional da água. Os projetos incluindo estas medidas de sustentabilidade foram desenvolvidos para um galpão onde atualmente é realizada a triagem de materiais recicláveis. Aproximadamente onze trabalhadores atuam neste galpão, os quais fazem parte da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis Ilha. A medida de eficiência energética proposta foi contemplar iluminação natural em um projeto automatizado para iluminação artificial. Desta forma, a iluminação artificial será utilizada apenas quando a iluminação natural não for suficiente. As medidas para uso racional de água contemplaram a redução no consumo de água potável, ao incluir louças e metais sanitários de volume reduzido de água, e a implementação de aproveitamento de água de chuva para usos não potáveis. Os consumos de energia e água considerando os projetos elétrico e hidrossánitario convencionais foram comparados com os consumos dos projetos contemplando as medidas de sustentabilidade propostas.A redução no consumo de energia foi aproximadamente 30% (258,47kWh), o que representa economia de R$ 393,61 reais mensais na conta de energia elétrica. A redução no consumo de água foi aproximadamente 77% (7 m3), que representa R$6,57 reais mensais de economia na conta de água. As centrais de triagem de recicláveis cumprem um papel fundamental na gestão dos residos sólidos urbanos e, portanto, contribuem para a construção de uma cidade mais sustentável. A sustentabilidade, porém, não está restrita às questões ambientais – ela possui outros dois pilares fundamentais: a sustentabilidade social e a econômica. Este trabalho buscou propor melhorias no galpão, com o intuito de contribuir para tornar a Associação Ilha em um negócio mais sustentável, no sentido completo da palavra. Palavras-chave: Central de triagem de recicláveis. Sustentabiliade. Uso racional da água. Eficiencia energética. Iluminação natural. Simulação computacional. Projeto elétrico. Projeto hidrossanitario.
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ABSTRACT
OKUBARA, Taise Fernanda. Retrofit project of a recyclable sorting warehouse aiming to achieve low operational cost. 2017. Final paper for Civil Engineering Undergraduation Course. Federal University of Technology – Paraná. Curitiba, 2017. This work brings projects that aim to adapt electrical and hydro-sanitary building systems, contemplating energy efficiency and rational water use measures. The projects containing these sustainability measures were developed for a warehouse which currently serves as a recyclable sorting facility. Around eleven people work in this warehouse, all of which are part of the “Associação de Catadores de Materiais Recicláveis Ilha”. The proposed energy efficiency measure was to design for daylightning and integrated it in an automated artificial lightning system. Therefore artificial lightning will only be used when daylightning cannot provide the necessary illuminance levels. When it comes to rational water use, the proposed measures are to reduce potable water consumption by the use of efficient plumbing fixtures, and rainwater harvesting as an alternative source for non potable uses. Energy and water consumption values for conventional eletric and hydro-sanitary systems were compared to energy and water consumption of the proposed projects designed with sustainable features. Energy consumption was reducted by approximately 30% (258,47kWh), which represents an economy of R$ 393,61 “reais” per month on the utility electricity bill. Water consumption reduction was of approximately 77% (7 m3), which represents R$6,57 reais per month of economy on the water bill. Recyclables sorting centers have an importante role in urban solid waste management, contributing to the creation of a more sustainable city. Sustainability, however, is not only about environmental issues – there are two other important pillars: social and economic sustainability. This work sought to improve the situation of the warehouse of “Associação Ilha” to make it a more sustainable business, in all senses of the word. Palavras-chave: Recycling warehouse. Sustainability. Rational water use. Energy efficiency. Daylightning. Computational simulation. Electrical project. Hydro-saniatary project.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Catadores de material reciclável e reutilizável por faixa etária no Brasil (em
Tabela 9 – Grupos atribuídos pelo Rhinoceros para o Cenário 1.............................. 59
Tabela 10 – Grupos atribuídos pelo Rhinoceros para o Cenário 2 ............................ 62
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LISTA DE SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais BBC British Broadcasting Corporation BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social CEFURIA Centro de Formação Urbana e Rural Irmã Araújo CEMPRE Compromisso Empresarial para Reciclagem CNI Confederação Nacional da Indústria COPEL Companhia Paranaense de Energia EERE Energy Efficiency and Renewable Energy – U. S. Energy Department EMAU
Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo
IESNA Illuminating Engineering Society of North America IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas LANL Los Alamos National Laboratory NBI New Buildings Institute NR Norma Regulamentadora PAC Programa de Aceleração do Crescimento PNRS Plano Nacional de Resíduos Sólidos PMAT Prefeitura Municipal de Almirante Tamandaré PURAE Programa de Conservação e Uso Racional da Água nas Edificações
RSU Resíduos Sólidos Urbanos SABESP Saneamento Básico do Estado de São Paulo SANEPAR Companhia de Saneamento do Paraná UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná UV Ultravioleta
2. REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................... 18
2.1. CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS E CENTRAIS DE TRIAGEM DE MATERIAIS RECICLÁVEIS ................................................................................ 18
2.2. PROCESSOS DE TRABALHO E EQUIPAMENTOS EM CENTRAIS DE TRIAGEM DE MATERIAIS RECICLÁVEIS ............................................................... 22
2.3. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E HIDROSSANITÁRIAS EM CENTRAIS DE TRIAGEM DE MATERIAIS RECICLÁVEIS ...................................... 24 2.3.1 Projeto de instalações elétricas ............................................................................................................................ 24 2.3.2 Projeto de água fria...................................................................................................................................................... 25 2.3.3 Projeto de esgotamento sanitário ........................................................................................................................ 27
2.4 PREMISSAS DE SUSTENTABILIDADE APLICÁVEIS AOS PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E HIDROSSANITÁRIAS ............................................. 27 2.4.1 Estudo luminotécnico .................................................................................................................................................. 28 2.4.2 Uso racional de água .................................................................................................................................................. 34
3.1 IDENTIFICAÇÃO DAS AÇÕES PRIORITÁRIAS PARA ADEQUAÇÃO DO GALPÃO DA ASSOCIAÇÃO ILHA COMO CENTRAL DE TRIAGEM DE MATERIAIS RECICLÁVEIS ........................................................................................................... 38
3.2 SELEÇÃO DAS PREMISSAS DE SUSTENTABILIDADE PARA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E USO RACIONAL DE ÁGUA PARA O GALPÃO DA ASSOCIAÇÃO ILHA 38
3.3 ADEQUAÇÃO DO PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS COVENCIONAL PARA CONTEMPLAR MEDIDAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA 39
3.4 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE INSTALAÇÕES HIDROSSANITARIAS PARA USO RACIONAL DA ÁGUA ....................................... 40
3.5 ESTIMATIVA DA ECONOMIA DE ENERGIA ELÉTRICA E ÁGUA POTÁVEL NO GALPÃO COM OS PROJETOS PROPOSTOS PARA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E USO RACIONAL DE ÁGUA ........................................................... 41
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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................... 42 4.1 CONDIÇÕES DA EDIFICAÇÃO DO GALPÃO ............................................................................................. 42 4.2 ETAPAS DE TRABALHO NO GALPÃO ........................................................................................................... 46
4.3 AÇÕES PRIORITÁRIAS PARA ADEQUAÇÃO DO GALPÃO COMO CENTRAL DE TRIAGEM DE MATERIAIS RECICLÁVEIS ....................................... 47
4.4 PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PARA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO GALPÃO ..................................................................................... 49 4.4.1 Estimativa do consumo de energia elétrica do projeto convencional ............................................... 50 4.4.2 Definição do nível de iluminância ......................................................................................................................... 53 4.4.3 Cenário 1 ........................................................................................................................................................................... 53 4.4.4 Cenário 2 ........................................................................................................................................................................... 60 4.4.5 Projeto de iluminação da área de triagem baseado nas medidas de eficiência ......................... 64 4.4.6 Consumo de energia do projeto proposto de instalações elétricas com iluminação eficiente 66
4.5 PROJETO DAS INSTALAÇÕES HIDROSSANITARIAS PARA USO RACIONAL DE ÁGUA ............................................................................................... 67 4.5.1 Cálculo da demanda de água do galpão ......................................................................................................... 68 4.5.2 Aproveitamento de água de chuva como fonte alternativa de abastecimento para usos não potáveis 70 4.5.3 Projeto de instalações hidrossanitárias eficientes proposto .................................................................. 73
4.6 ECONOMIA DE ENERGIA E ÁGUA POTÁVEL NO GALPÃO COM AS PREMISSAS DE SUSTENTABILIDADE ADOTADAS .............................................. 74 4.6.1 Projeto de instalações elétricas ............................................................................................................................ 74 4.6.2 Projeto de instalações hidrossanitárias ............................................................................................................ 76
O conceito e aplicação de premissas de sustentabilidade ambiental na
construção civil vêm recebendo incessante atenção da sociedade e de todos os
setores da economia nas últimas décadas. O impacto das atividades industriais, a
degradação do meio ambiente e a exploração dos recursos naturais são temas de
diversos compromissos entre nações e metas de planos nacionais. O governo
alemão, por exemplo, se comprometeu a reduzir a demanda de energia primária dos
edifícios em 80% até 2050, meta que irá requerer o aumento da taxa de retrofits1 de
eficiência energética dos atuais 0.8% para 2% ao ano (NEUHOFF et al., 2011 apud
SHAO et al., 2014). Nos Estados Unidos, a Califórnia sofre uma crise no
abastecimento de água desde 2013 (FOLHA DE SÃO PAULO, 2015) e medidas
emergenciais de economia foram tomadas pelo governo daquele estado como, por
exemplo, a aplicação de multas que chegam a US$ 500 (quinhentos dólares) para
quem for flagrado em situação de desperdício de água (CALIFORNIA STATE
WATER RESOURCES CONTROL BOARD, 2014). Em abril de 2014, a cidade de
Santa Bárbara, na Califórnia, já havia arrecadado mais de US$ 1 milhão (um milhão
de dólares) em multas (CALIFORNIA STATE WATER RESOURCES CONTROL
BOARD, 2014).
Na cidade de São Paulo, a crise de abastecimento de água decorrente da
estiagem no sistema Cantareira (responsável pela produção de água potável para
cerca de 8 milhões de pessoas na capital) obrigou os cidadãos a entrarem em
sistema de racionamento não oficial. A empresa concessionária do serviço de
abastecimento de água Sabesp (Saneamento Básico do Estado de São Paulo)
iniciou em novembro de 2014 a adoção de medidas de incentivo à economia de
água, como a redução de 30% no custo da conta daqueles que economizassem
mais que 20% do consumo de água no mês (SABESP, 2014). A multifuncionalidade
da água faz com que a falta de chuvas e a crise hídrica provoquem não apenas o
aumento na tarifa de água pois, adicionalmente, o Brasil tem como matriz energética
principal as usinas hidrelétricas. No Paraná, desde março de 2015, as tarifas de
energia elétrica sofreram reajuste de 36,79% em média (COPEL, 2015).
1 Retro, do latim, significa “movimentar-se para trás” e fit, do inglês, significa “adaptação, ajuste”. Portanto, no conceito da construção civil, retrofit é qualquer tipo de reforma, renovação ou intervenção à uma edificação (MORAES e QUELHAS, 2012).
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Devido a esse panorama, a preocupação com a conservação do meio
ambiente e dos recursos naturais tem sido motivada tanto pelo aspecto ambiental
como financeiro. Em menor escala, é possível notar claramente a influência das
questões ambientais para os cidadãos em geral e, principalmente para o
desempenho dos setores industrial e comercial. O aumento na tarifa da energia
elétrica se reflete em maior custo operacional mensal e, com isso, a escassez de
água influencia diretamente o processo produtivo de indústrias e de atividades
comerciais, contribuindo para a perda de competitividade o que gera o processo de
demissões. Buscar alternativas para minimizar a suscetibilidade das empresas a
essas situações é indispensável para que elas alcancem resultados financeiros
positivos. Essa necessidade torna-se ainda mais aparente em negócios que
trabalham com reduzidas margens de lucro.
Um dos setores da economia que trabalha com lucratividade mínima são
as associações de catadores de recicláveis. Bosi (2009) realizou uma pesquisa com
91 catadores do oeste do Paraná, dos quais 71,4% tinham renda mensal média
inferior ao salário mínimo da época (R$ 300,00). Em dado mais recente, com base
no relato feito à BBC Brasil pela catadora Glória Cristina dos Santos, que trabalhou
no aterro Jardim Gramacho, a renda mensal pode variar de R$ 500 a R$ 2.500
(quinhentos até dois mil e quinhentos reais) dependendo da disponibilidade de
resíduos (BBC BRASIL, 2015). O aterro Jardim Gramacho foi fechado em 2012 e
era o maior aterro da América Latina, sendo que agora o aterro de Brasília ocupa
essa colocação (BBC BRASIL, 2015). A renda das famílias que participam em
associação de catadores é influenciada por toda e qualquer variação sobre o custo
de operação dos galpões de triagem onde trabalham.
O importante papel que a triagem de recicláveis feita pelos catadores
representa na gestão dos resíduos sólidos não reflete a visão que a sociedade
possui da atividade. A preocupação ambiental com o espaço urbano, por algum
motivo, não engloba as associações de catadores, que são tratadas com descaso
pela população e pelo poder público. Uma solução para essas duas problemáticas -
o custo de operação dos galpões de catadores e sua ilógica exclusão no tocante às
questões ambientais urbanas - pode ser proposta ao utilizar projetos contemplando
aspectos de construções sustentáveis visando minimizar os custos de operação das
centrais de triagem.
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Segundo o Comitê Técnico da ISO uma edificação sustentável é aquela
que “pode manter moderadamente ou melhorar a qualidade de vida [...] ao mesmo
tempo em que conserva a energia e os recursos” (ISO/TC 59/SC2 N459).
Portanto, neste trabalho serão realizados estudos sobre premissas de
sustentabilidade para desenvolver projetos de instalações elétricas e
hidrossanitárias visando eficiência energética e uso racional de água para um galpão
de triagem de materiais recicláveis. Esse galpão está localizado em zona urbana, no
município de Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba, estado do
Paraná. Nela trabalham atualmente onze pessoas, cuja renda depende, na maioria
dos casos, exclusivamente da venda de materiais recicláveis. Os trabalhadores em
questão são membros da “Associação de Catadores de Materiais Recicláveis Ilha”,
doravante citada nesse trabalho como Associação Ilha.
O galpão pertence a massa falida da “Likakal Indústria Eletrônica Ltda.” e
estava abandonado desde 1990. A Associação Ilha ocupou o galpão em 2011 e,
desde então, reivindica a posse do local, em conjunto com a Prefeitura Municipal de
Almirante Tamandaré (PMAT). Essa disputa judicial acontece com o apoio da
organização não governamental denominada “Centro de Formação Urbana e Rural
Irmã Araújo” (CEFURIA), que será referenciada neste trabalho como ONG CEFURIA.
Em função desta disputa judicial, o galpão não possui ligação com a rede municipal
de abastecimento de água potável e nem com a rede de fornecimento de energia
elétrica. Esta ausência dos serviços de fornecimento, apesar de não gerar contas
mensais para a Associação Ilha, prejudice significativamente o trabalho no local. Por
esta razão, assim que a situação de posse for regularizada, estes serviços deverão
ser solicitados às companhias locais de abastecimento de água e energia,
respectivamente a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) e a Companhia
Paranaense de Energia (Copel).
Em 2014, uma equipe da ONG CEFURIA solicitou a colaboração da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) para avaliar diversas
questões relacionados à comunidade onde os catadores moram. Um primeiro
projeto de extensão universitária intitulado “Moradia e Meio Ambiente: A Construção
do Diálogo na Urbanização do Assentamento do Pilarzinho: Ilha” foi realizado em
2014 (LEMOS et al., 2015). Na sequência, outros trabalhos seguiram com o apoio
da UTFPR desde 2015 e continuam até a presente data. Os estudos realizados até
este momento apontam para a necessidade imediata de adequação do galpão
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usado pela associação para triagem de recicláveis, pois o local não passou por
nenhuma reforma ou adequação para o trabalho (LEMOS et al., 2015; BEZERRA et
al., 2015).
Com isso, existe a oportunidade do desenvolvimento de estudos para
reforma do galpão baseado em premissas de sustentabilidade também para as
instalações elétricas e hidrossanitárias, para melhorar não apenas as condições de
trabalho dos catadores, como também a margem de lucro da Associação Ilha por
meio da redução do custo de operação.
1.1. OBJETIVO GERAL
O objetivo geral deste trabalho é realizar estudos sobre premissas de
sustentabilidade para desenvolver projetos de instalações elétricas e
hidrossanitárias, visando eficiência energética 2 e uso racional de água no galpão de
triagem de recicláveis da Associação Ilha. Os projetos desenvolvidos a partir destes
estudos deverão resultar em baixo custo de operação do galpão.
1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Os objetivos específicos deste trabalho são:
• Identificar as ações prioritárias para adequar o layout do galpão, visando
melhoria das condições de trabalho;
• Definir as premissas de sustentabilidade aplicáveis aos estudos de
adequação do galpão, para o desenvolvimento de projetos de instalações
elétricas e hidrossanitárias a partir das viabilidades técnica e financeira;
• Realizar o projeto de adequação da iluminação proposta em um projeto
convencional de instalações elétricas elaborado anteriormente para o galpão,
buscando eficiência energética, baseado nas premissas de sustentabilidade
previamente definidas;
• Desenvolver os projetos de instalações hidrossanitárias para serem baseados
nas premissas de sustentabilidade previamente definidas; e
2 Para este trabalho, a eficiência energética estará restrita ao sistema de iluminação da edificação.
17
• Comparar os resultados de consumo de energia elétrica e de água potável
dos projetos propostos baseado nas premissas de sustentabilidade, com os
de instalações convencionais.
1.3. JUSTIFICATIVA
A motivação deste trabalho provém da oportunidade de inserir diretrizes
de sustentabilidade às práticas da engenharia civil na transformação da sociedade e,
em específico nesse projeto, pela relevância social e ambiental. Além disso, este
trabalho oferece a oportunidade de desenvolver projetos de engenharia a partir de
uma situação real, incluindo os desafios de adaptar as instalações do galpão
atualmente em condições de precariedade e carência.
É claro o papel da universidade como geradora de conhecimento
científico e como formadora de profissionais qualificados e capacitados, mas deve
ser lembrada também a responsabilidade da instituição em promover a formação de
cidadãos socialmente responsáveis e engajados. Conforme a conclusão alcançada
no Simpósio Universidade e Compromisso Social realizado em 2005, o maior papel
da universidade é a transformação social (PORTAL DO MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO, 2005) e a aplicabilidade do conhecimento produzido deve ser sempre
discutida e implementada. Portanto, a ideia em desenvolver um trabalho de
conclusão de curso a partir de uma necessidade real da Associação Ilha apresentou-
se como uma oportunidade para atuar além do âmbito meramente acadêmico e
participar ativamente como agente transformadora da realidade social regional.
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2. REVISÃO DA LITERATURA
Nesta seção serão apresentados os conceitos necessários para o
desenvolvimento deste trabalho. Inicialmente será contextualizada a situação atual e
um histórico dos trabalhadores em questão, também denominados catadores de
materiais recicláveis. Na sequência serão relatados os processos do trabalho e os
equipamentos auxiliares nas centrais de triagem de materiais recicláveis. Após esta
contextualização da situação dos catadores e das centrais de triagem, serão
apresentadas as características para o desenvolvimento de projetos de instalações
elétricas e hidrossanitárias, baseadas em premissas de sustentabilidade, visando
eficiência energética e uso racional da água em centrais de triagem de materiais
recicláveis.
2.1. CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS E CENTRAIS DE TRIAGEM
DE MATERIAIS RECICLÁVEIS
Desde 2002 foi reconhecida e oficializada no Brasil a profissão de catador
de material reciclável (BRASIL, 2002). A organização Compromisso Empresarial
para Reciclagem (CEMPRE) estimou que, em 2013, o número de catadores no
Brasil era aproximadamente 800 mil (CEMPRE, 2013). Os catadores recolhem
materiais que possam ser reaproveitados ou reciclados para posterior
comercialização e exercem sua atividade individual ou coletivamente (ARANTES e
BORGES, 2013).
“Contudo, o reconhecimento da profissão não implicou mudança nas
condições de vida e trabalho dos catadores, os quais atuam sem
vínculo empregatício e sem direitos, ganham, em geral, menos de
um salário mínimo, disputam materiais recicláveis com seus pares,
não estão inseridos nos sistemas de gestão de resíduos e enfrentam
a exploração da indústria da reciclagem (BORTOLI, 2009)”.
O perfil dos catadores, segundo Bosi (2009), é caracterizado pela baixa
escolaridade, idade avançada e por uma qualificação profissional considerada
inadequada para demais empregos do setor industrial e de serviços. O mesmo autor
destaca que a categoria tem jornada de trabalho extensa e que tornam-se ainda
19
mais penosas quando exercidas coletando recicláveis com carrinhos nas vias
públicas. O documento intitulado “Relatório Anual da Situação dos Catadores de
Material Reciclável e Reutilizável”, que foi publicado pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (IPEA) em 2013, indica que a média de idade das pessoas que
declaram exercer essa função no Brasil é de 39,4 anos, com pouca variação entre
as regiões (IPEA, 2013). Na Figura 1 é mostrado o número em percentual dos
catadores por faixa etária nas diferentes regiões do Brasil.
Figura 1 - Catadores de material reciclável e reutilizável por faixa etária no Brasil (em porcentagem). Fonte: IPEA, 2013
Para Souza (2005 apud ARANTES e BORGES, 2013) as associações e
cooperativas de trabalho são um avanço, devido à possibilidade de permitirem a
mecanização de algumas etapas. Além disso, a coleta e transporte do material
reciclável até as associações, quando passa a ser realizada pelo poder público,
pode minimizar a necessidade do uso de carrinhos nas vias públicas.
Também para Calderoni (1998), associar-se em cooperativas é uma
forma de melhorar as condições de trabalho dos catadores. O autor destaca que o
trabalho em cooperativa faz crescer os ganhos dos catadores quando comparados
àqueles que exercem a atividade individualmente, além de torná-los menos
20
vulneráveis ao negociarem seus produtos com os intermediários e/ou as indústrias
recicladoras.
Coelho et al. (2011) sugerem a gestão integrada de resíduos 3 como
opção para reduzir custos municipais com coleta seletiva e implantação de aterros
sanitários. Os mesmos autores sugerem, também, as centrais de triagem de
materiais recicláveis como uma alternativa intermediária de complementação do
gerenciamento de resíduos sólidos urbanos (RSU), pois reduzem principalmente os
custos de disposição desses resíduos. Assim, a triagem e remoção de material
reciclável colaboram para diminuir o volume do que será depositado nos aterros.
Porém, das 209.280 toneladas de RSU geradas diariamente no Brasil em 2013,
mais de 41% ainda seguiram para destino final em lixões e aterros sanitários
(ABRELPE, 2013).
Corroborando o importante papel das centrais de triagem está a Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), criada em 2010 pela Lei Federal nº 12.305
(BRASIL, 2010). Entre os objetivos da lei estão a redução da geração e da
destinação de resíduos sólidos para aterros sanitários, de modo a maximizar a vida
útil desses (BRASIL, 2010). As centrais de triagem cumprem positivamente o
objetivo da PNRS no sentido de destinar a maior parte dos RSU para reciclagem.
Desta forma, apenas os rejeitos (ou seja, aqueles materiais que não oferecem
possibilidade de reúso, reciclagem ou reaproveitamento) serão destinados à aterros,
reduzindo assim o espaço e investimento financeiro necessários para a disposição
final. O governo federal também aponta a triagem como parte integrante da limpeza
urbana, ao estabelecer as diretrizes nacionais para o saneamento básico com a Lei
Federal nº 11.445, no inciso II do artigo 7 (BRASIL, 2007). Desta forma, fica claro
que a coleta seletiva associada à triagem em centrais, permite uma melhor
separação e comercialização dos materiais a serem reciclados (TOCHETTO et al.,
2011).
Existem registros da instalação de centrais de triagem em São Paulo e
Curitiba já na década de 1930 (EIGENHEER, 1993). Porém, só foram surgir
números significativos em meados da década de 1980 (BLEY, 1993), quando o
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) criou linhas de 3 Gestão Integrada de Resíduos Sólidos: são todas as ações que visem soluções para os resíduos sólidos, incluindo os planos nacionais, estaduais, municipais e os de gerenciamento. Engloba também os resíduos do serviço de saúde, construção civil, mineração, entre outros (MMA, s.d).
21
crédito para que as prefeituras municipais adquirissem equipamentos para as
centrais (GONÇALVES, 2007). Mais recentemente, o governo federal voltou a
disponibilizar recursos para a área de saneamento básico por meio do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC). Um dos programas de financiamento do PAC
visou incentivar as políticas de reciclagem de materiais e às cooperativas de
catadores (PITA, 2011).
Com a intenção de facilitar o aporte de recursos do PAC para o
gerenciamento de resíduos sólidos, o Ministério das Cidades divulgou, em 2008, um
documento denominado “Elementos para a organização da coleta seletiva e projeto
dos galpões de triagem” (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2008).
O primeiro ponto destacado naquele documento é que deve-se definir um
projeto de galpão eficiente para que seja melhorada a segurança e a renda dos
catadores.
Além disso, o documento recomenda a exploração de ventilação superior
cruzada e o uso de exaustores eólicos, assim como a exploração do uso de sheds4
e superfícies brancas para redução da iluminação artificial. O documento também
sugere que seja estudada a viabilidade da instalação de painéis fotovoltaicos para
geração da energia elétrica. No que tange os projetos complementares, é sugerido
pelo Ministério das Cidades que seja prevista a posição da prensa e demais
tomadas de apoio, bem como a distribuição de telefonia e dados, além da proteção
contra descargas atmosféricas. Um projeto importante é a proteção contra incêndio,
devido à inflamabilidade da maioria dos materiais que são manejados dentro de
galpões de triagem de materiais recicláveis. Com relação ao uso de água, é
recomendada a previsão de diversos pontos de uso espalhados pelo galpão e,
sempre que possível, a captação e aproveitamento de água de chuva, projetando
sistema de captação, filtragem, armazenamento e distribuição para fins não potáveis
(MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2008).
4 O termo shed designa os telhados em forma de serra, com um dos planos em vidro para favorecer a iluminação natural. São bastante comum em fábricas e galpões.
22
2.2. PROCESSOS DE TRABALHO E EQUIPAMENTOS EM CENTRAIS DE
TRIAGEM DE MATERIAIS RECICLÁVEIS
A coleta seletiva é otimizada quando acontece na etapa de descarte a
adequada separação de materiais recicláveis e não recicláveis, tendo em vista a
facilitação do encaminhamento para a reciclagem (RIBEIRO e BENSEN, 2007). O
artigo 18 do PNRS prevê que os municípios deverão elaborar um plano municipal de
gestão integrada de resíduos sólidos, para que tenham acesso a recursos da União
destinados a limpeza urbana. Ainda de acordo com o PNRS os municípios deverão
implantar a coleta seletiva com participação de cooperativas ou outras formas de
associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, formadas por
pessoas físicas de baixa renda (BRASIL, 2010).
Gonçalves (2004) faz uma observação pertinente ao afirmar que os
processos de trabalho dos catadores diferenciam-se por vários fatores, os quais
englobam desde o local de execução da triagem até a dinâmica de divisão das
tarefas, os equipamentos utilizados e por consequência a relação estabelecida entre
os próprios catadores. Como exemplo, a existência de esteira central ou de estações
individuais de trabalho são as duas formas de organização mais comuns nas
centrais de triagem gerenciadas por cooperativas ou associações de catadores, e
ditam processos de trabalho bastante diferentes.
A adoção de uma esteira de separação é uma possibilidade de aumentar
a eficiência no trabalho, minimizando deslocamentos e carregamentos manuais de
peso, além de aumentar a produtividade, o que consequentemente aumenta o lucro
(ARANTES e BORGES, 2013). Porém, Lima e Oliveira (2008) advertem que a
implantação desse tipo de tecnologia determina a velocidade e o ritmo de produção,
podendo excluir do processo aqueles de idade avançada e/ou os que possuam suas
capacidades físicas diminuídas. Desta forma, “obter-se-iam ganhos de produtividade
técnica em detrimento da ‘produtividade social’, que define as associações de
catadores desde o seu surgimento” (LIMA e OLIVEIRA, 2008). Contudo, esse
aspecto pode ser superado em uma central de triagem, mantendo-se a
produtividade e ao mesmo tempo dando oportunidade a pessoas idosas ou com
capacidade diminuída, simplesmente designando outra tarefa que exija menor
agilidade ou vigor físico. Por outro lado, as estações de trabalho também podem ser
individuais, onde o processo de triagem é totalmente manual, com os cooperados
23
trabalhando em pé ao redor de uma mesa de triagem, separando cada tipo de
resíduo reciclável e armazenando em diferentes recipientes (bombonas, tambores,
sacos ou os chamados bags5) (COCKELL et al., 2004).
O processo de trabalho dos catadores pode ser resumido, de maneira
geral, em três fases: coleta, separação e comercialização dos recicláveis (SILVA et
al., 2005). Algumas vezes a coleta é realizada pelo poder público, conforme indicado
anteriormente, outras vezes a coleta é realizada pelos próprios catadores em
carrinhos nas vias públicas. Portanto, entre a coleta e a comercialização, são
necessárias algumas etapas de separação dos materiais recicláveis nos galpões de
triagem. Após a separação ocorre a prensagem que, em geral, é realizada com
auxílio de prensas hidráulicas ou elétricas. Esse processo é realizado para que os
materiais prensados e enfardados ocupem menor área de armazenamento e
também, pela facilidade de pesagem e comercialização dos fardos. Alguns galpões
possuem balanças para pesagem dos fardos e em outros, os comerciantes que vão
até o galpão para comprar os materiais triados levam a balança. Os materiais
recicláveis já separados são então vendidos, por peso, geralmente para
intermediários, os quais farão a comercialização final com as indústrias de
reciclagem (GONÇALVES, 2004).
O trabalho com resíduos sólidos urbanos é uma atividade de risco à
saúde dos trabalhadores, seja ele o risco de acidentes de trabalho, contaminação
biológica ou ergonômico (ARANTES e BORGES, 2008; COCKELL et al., 2004;
GONÇALVES, 2004). Dall’Agnol e Fernandes (2007) apontam que a diarreia é a
mais frequente das doenças causadas por contato direto ou indireto com os resíduos
e, está intimamente relacionada com a falta de limpeza das mãos após a realização
do trabalho de triagem. Condições desfavoráveis de trabalho também podem
acarretar em acidentes como cortes, perfurações e queimaduras (SIQUEIRA e
MORAES, 2009).
A partir das informações anteriores, infere-se que no caso do galpão
utlizado pelos catadores da Associação Ilha: (1) a falta de infraestrutura adequada
do galpão em que é realizado o trabalho constitui uma situação de risco para a
saúde dos trabalhadores e, (2) alguns dos itens comuns para a realização do
5 Bags são sacolas flexíveis feitas de polietileno ou polipropileno, com alça reforçada e grande capacidade volumétrica (carga de trabalho entre 250kg a 2000kg).
24
trabalho em centrais de triagem, e que seriam úteis para a Associação Ilha, são
mesas para triagem, esteira, bags, prensa e balança.
2.3. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E HIDROSSANITÁRIAS EM
CENTRAIS DE TRIAGEM DE MATERIAIS RECICLÁVEIS
Para prover as condições de trabalho adequadas, é necessário que um
galpão de triagem de resíduos possua sistema elétrico e hidrossanitário aprovados
pelos órgãos competentes.
2.3.1 Projeto de instalações elétricas
A norma que rege as instalações de baixa tensão é a ABNT NBR
5410:2004, versão corrigida: 2008 (ABNT, 2004 e 2008). A aplicação da norma
ABNT NBR 5410:2004, versão corrigida: 2008 não dispensa o atendimento a outras
normas complementares. As instalações elétricas estão sujeitas também às normas
para fornecimento de energia estabelecidas pelas autoridades reguladoras e pelas
empresas distribuidoras de eletricidade (ABNT, 2004). Portanto, em complemento à
normativa nacional, a Companhia Paranaense de Energia (COPEL) publicou em
2012 uma nova versão da Norma Técnica NTC 901100 sobre fornecimento em
tensão secundária de distribuição no estado do Paraná (COPEL, 2012).
A fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o funcionamento
adequado das instalações e a conservação dos bens, a ABNT NBR 5410:2004,
versão corrigida: 2008 aplica-se à novas instalações elétricas ou as reformas em
instalações existentes de edificações, seja seu uso residencial, comercial, público,
industrial, de serviços, entre outros (ABNT, 2004 e 2008).
É necessário também diferenciar a potência instalada da potência
demandada. A potência demandada em um edifício é menor do que a potência
instalada na edificação (NISKIER, MACINTYRE, 2000). A potência demandada é
determinada levando-se em conta fatores como a simultaneidade do uso de energia
(TATIETSE, 2002). Em seu estudo específico para galpões industriais, MOURA
(2006) sugere que os primeiros 20kWh tem demanda de 100% e para os que
excedem esse valor, a demanda é de 70%.
Na Tabela 1 segue um resumo dos valores sugeridos para padrões de
uso residenciais, de acordo com Niskier e Macintyre (2000).
25
Tabela 1 – Fator de demanda aplicável para cada faixa de potencia instalada
Vestiário/banheiro/toalete 200 Sala de reunião 500
Instalações de processamento com trabalho manual constante
300
Área de triagem de papel e impressão manual
500
Fonte: adaptado de ABNT NBR ISO 8995:2013 (ABNT, 2013)
Todos os procedimentos de projeto, execução e instalação do sistema
elétrico predial podem ser consultados por completo nas normas supracitadas e
devem ser seguidos para aprovação de um projeto elétrico no órgão competente
regional.
2.3.2 Projeto de água fria
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) emitiu, em 1998, a
norma brasileira ABNT NBR 5626:1998 que versa sobre a instalação predial de água
26
fria (ABNT, 1998). As exigências a se observar no projeto, segundo a norma em
questão, são:
“a) preservar a potabilidade da água, b) garantir o abastecimento de água de forma contínua, em
quantidade adequada (...),
c) promover economia de água e energia,
d) possibilitar manutenção fácil e econômica,
e) evitar níveis de ruído inadequados à ocupação do ambiente,
f) proporcionar conforto aos usuários, prevendo peças de utilização
adequadamente localizadas, de fácil operação (...)” (ABNT, 1998).
Os procedimentos de dimensionamento de um sistema de abastecimento
de água fria estão detalhados na versão de 1998, a última edição desta norma, e as
exigências e recomendações nela previstas devem ser seguidas pelos projetistas,
instaladores, construtores, fabricantes, concessionárias e pelos próprios usuários
(ABNT, 1998).
Para ambientes de trabalho, por vezes os projetos complementares
devem seguir diretrizes especificas, como por exemplo, os níveis de iluminância
mínimos (vide item 2.3.1 apresentado neste trabalho).
Quanto às instalações de apoio para sanitários e vestiários, é
recomendado que seja seguida a Norma Regulamentadora NR-24 (Ministério do
Trabalho e Emprego,1978) com atenção a Tabela 3.
Tabela 3 - Instalações de apoio em galpões de triagem de recicláveis: sanitários e vestiários
Equipamento Quantidade por usuário Dimensões Vaso sanitário 1 para cada 20 usuários Box mínimo 1 m²
Lavatório 1 para cada 20 usuários Largura mínima 0,60 m Chuveiro 1 para cada 10 usuários - Vestiário Armários individuais 1,50 m² por usuário Armário Compartimentos duplos H=0,9 m; L=0,3 m; P=0,4 m
Obs.: H = altura, L = largura e P= profundidade.
Fonte: adaptado de Norma Regulamentadora No. 24 (MTE, 1978)
27
2.3.3 Projeto de esgotamento sanitário
O sistema de esgotamento sanitário tem como função básica a coleta e
transporte de efluentes provenientes do uso adequado dos aparelhos sanitários a
um destino adequado (ABNT, 1999). A ABNT publicou também a norma ABNT NBR
8160:1999 que discorre sobre o projeto e a execução de sistemas prediais de esgoto
sanitário, a qual esclarece que o sistema deve ser projetado de modo a:
“a) evitar a contaminação da água (...),
b) permitir o rápido escoamento da água utilizada e dos despejos
introduzidos, evitando (...) a formação de depósitos no interior das
tubulações,
c) impedir que os gases provenientes do interior do sistema predial
de esgoto sanitário atinjam áreas de utilização,
d) impossibilitar o acesso de corpos estranhos ao interior do sistema
(...)” (ABNT, 1999).
Na norma em questão podem ser encontradas na íntegra todas as
disposições de projeto, as tabelas necessárias para o dimensionamento e os
detalhes de execução e construção de um sistema que atenda as exigências
mínimas de higiene, segurança e conforto dos usuários (ABNT, 1999).
2.4 PREMISSAS DE SUSTENTABILIDADE APLICÁVEIS AOS PROJETOS DE
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E HIDROSSANITÁRIAS
O Green Building Council norte americano define a construção
sustentável como um conceito holístico que começa desde a compreensão de como
o espaço construído pode afetar profundamente, para bem ou para mal, o ambiente
natural onde está inserido e as pessoas que o habitam diariamente. Uma construção
sustentável busca amplificar os efeitos positivos e mitigar os negativos durante todo
o ciclo de vida da edificação. Apesar de existirem inúmeras definições diferentes de
construções sustentáveis, a mais amplamente aceita caracteriza como sustentáveis
aquelas edificações que, durante seu planejamento, projeto, construção e operação
preocupam-se com aspectos relacionados ao uso de energia, uso da água,
28
qualidade interna do ambiente, seleção dos materiais, componentes e seu efeito no
ambiente em que se instala (USGBC, 2014).
Aplicando este conceito às centrais de triagem de materiais recicláveis, é
possível buscar medidas que vão além da adequada operação da edificação e
também da segurança no trabalho dos catadores. Ao utilizar soluções alternativas
aos projetos tradicionais, visa-se assegurar um custo de operação tão baixo quanto
possível e, desta forma, possibilitar maior margem de lucro à central de triagem e
consequentemente o aumento da renda familiar dos catadores. Portanto, para o
galpão utlizado pelos catadores da Associação Ilha, é possível a proposição de uma
reforma que atenda também os princípios de construção sustentável.
A partir das considerações acima, na sequência serão apresentados
alguns conceitos e alternativas para uma proposta de reforma no galpão, seguindo
princípios de construção sustentável específicos para as instalações elétricas e
hidrossanitárias.
2.4.1 Estudo luminotécnico
A sustentabilidade em edificações, segundo Toledo (2008), está
intimamente relacionada, entre outros aspectos, à eficiência energética e ao estudo
luminotécnico, que por sua vez tem impacto direto no consumo de energia elétrica
nas edificações.
Para Souza (2003), um estudo luminotécnico aborda, qualitativa e
quantitativamente, o uso eficiente de sistemas que integrem iluminação natural e
artificial, proporcionando aos usuários ambientes agradáveis e evitando o
desperdício da energia elétrica. Portanto, um estudo luminotécnico pode reduzir o
prazo para retorno do investimento em sistemas tecnologicamente eficientes.
O aproveitamento da iluminação natural acontece quando a iluminação
artificial serve à função de suplementar as mudanças nos níveis de iluminação
natural e manter constante a iluminância de projeto usando técnicas de controle
como, por exemplo, a dimerização6 (LANL, 2002). A redução no consumo de energia
elétrica pode ser mais significativa quando a iluminação natural for empregada em
6 Um sistema dimerizável utiliza um dispositivo chamado dimmer, que controla a corrente elétrica liberada para alimentar a lâmpada, o que resulta numa variação da intensidade do fluxo luminoso.
29
conjunto com sistemas de controle adequados da iluminação artificial (TOLEDO,
2008).
Ao serem definidas as intenções globais do estudo luminotécnico, ou seja,
as demandas de iluminação para o local, devem ser definidos os papéis a serem
desempenhados pela luz natural e pela artificial (IESNA, 2000). Para isso, o
Illuminating Engineering Society of North America (IESNA) (2000) aponta que é
necessário conhecer o comportamento e desempenho da luz natural no ambiente do
projeto em diferentes períodos ao longo do ano.
Quando se trata de estudos de iluminação natural, vários métodos de
previsão estão disponíveis na literatura, geralmente divididos em métodos de cálculo
e gráficos, além de modelos reduzidos (TOLEDO, 2008). Atualmente, os recursos
computacionais permitem aplicar as rotinas de cálculo por meio de simulações em
computador, as quais possibilitam o estudo da iluminação nas edificações de forma
complexa, porém com agilidade e precisão (LIMA e CHRISTAKOU, 2007).
2.4.1.1 Aproveitamento da iluminação natural
A luz natural admitida no interior das edificações é proveniente
diretamente do sol, luz difundida na atmosfera e a luz refletida no entorno (ABNT,
2004).
“Além das condições atmosféricas (nebulosidade, umidade relativa
do ar, etc.), a disponibilidade de radiação solar, também denominada
energia total incidente sobre a superfície terrestre, depende da
latitude local e da posição no tempo (hora do dia e do ano). Isso se
deve à inclinação do eixo imaginário em torno do qual a Terra gira
diariamente (movimento de rotação) e à trajetória elíptica que a Terra
descreve ao redor do sol (...)” (ANEEL, 2005, p. 30).
Um projeto adequado de iluminação natural, segundo a norma brasileira
(ABNT NBR 15215:2005), deve tirar proveito e controlar a luz solar disponível,
devendo ser prioridade, em termos de exposição a luz solar, estabelecer os valores
de iluminância necessários para as atividades em cada ambiente (ABNT, 2005).
30
A ABNT NBR ISO 8995:2013, apresenta os requisitos para iluminação no
interior de ambientes de trabalho e define que uma boa iluminação requer igual
atenção para a quantidade e para a qualidade (ABNT, 2013). A provisão de
iluminação necessária para a realização de uma tarefa é requisito do projeto
luminotécnico, mas a visibilidade depende de outros fatores além deste, como a
maneira que a luz é fornecida e a superfície de trabalho. A norma em questão leva
em consideração, além da iluminância, o limite referente ao desconforto por
ofuscamento, respeitando requisitos de segurança, saúde e desempenho eficiente
do trabalho (ABNT, 2013).
O Brasil apresenta elevada incidência de radiação solar, com uma média
de 280 dias de sol por ano, e observa-se na Figura 2 que a região menos
ensolarada do país apresenta índices solares acima dos valores máximos que
recebe a Alemanha (CABRAL et al., 2013), um dos países expoentes na fotogeração
de energia elétrica.
Figura 2 - Radiação solar no plano horizontal: (a) no Brasil e (b) na Alemanha Fonte: Rüther et al. (2006) e Solargis (2011).
Tal fato possibilita que no Brasil se aproveite tanto o potencial de
iluminação natural quanto o de geração de energia elétrica por meio da radiação
31
solar. No guia avançado para iluminação do New Buildings Institute (2003), a
iluminação natural é apresentada como um sistema composto por aberturas laterais
e zenitais – que são aberturas nas coberturas – que permitem a passagem da luz
natural para o interior da edificação. O mesmo documento explica que as superfícies
do edifício atuam como protetores e refletores, modelando e distribuindo a luz no
ambiente interno (NBI, 2003).
As aberturas laterais mais tradicionais são as janelas, que variam em
comprimento, altura, forma de movimentação para permitir o fluxo de ar e quanto à
sua disposição em um ambiente. Ao contrário das aberturas laterais, as aberturas
zenitais proporcionam maior iluminância e uma distribuição mais uniforme da
iluminação natural interna se estiverem uniformemente distribuídas pela cobertura
(TOLEDO, 2008). Consequentemente, as aberturas zenitais recebem uma carga
térmica7 maior que as aberturas laterais e, portanto, devem ser usadas com critério,
sendo necessária a condução de análises de conforto térmico para comprovação da
qualidade do ambiente interno (AMORIM, 2002).
Exemplos de elementos zenitas são apresentados na Figura 3: os
horizontais (tipo shed e tipo monitor) e os domos. Na Figura 4 podem ser vistos
exemplos de claraboias e lanternins e na Figura 5 segue uma ilustração de teto
translúcido.
7 Carga térmica é o somatório de todas as formas de calor presentes num ambiente (ENEBRÁS, s.d.)
32
Figura 3 - Abertura zenital: sheds (imagens superiores) e domos (imagens inferiores).
Fonte: CEAP, s.d.
Figura 4 - Abertura zenital: a) claraboia e b) lanternim
Fonte: Arte UOL, 2015.
33
Figura 5 - Abertura zenital: tetos translúcidos
Fonte: Autoria própria, 2015. 2.4.1.2 Simulação computacional de iluminação natural e artificial
A avaliação da iluminação natural em um projeto pode ser realizada
basicamente de três maneiras: métodos gráficos simplificados, simulações com
modelos em escala reduzida e simulação por meio de softwares computacionais
(PAPST et al., 1998). Vários são os softwares disponíveis atualmente para
simulação de iluminação natural, entre eles destacam-se: Daysim (Reinhart et al.,
Associado às simulações de iluminação natural, podem ser usados ainda
softwares de previsão de consumo energético, entre eles o mais utilizado é o
EnergyPlus™ (EERE, 2014) e para simulação da iluminação artificial, o
software DIALux (DIAL, 2008). O uso conjunto destas simulações - a de
iluminação natural e artificial - ajuda a prever a autonomia da luz natural e assim
indicar tanto o complemento necessário da iluminação artificial como a eficiência
energética dos cenários propostos.
Considerando que será necessária uma reforma no galpão utilizado pelos
catadores da Associação Ilha, incluindo o reparo ou substituição do material da
cobertura, será importante adotar as premissas de sustentabilidade para eficiência
energética aqui indicadas, incluindo aproveitamento da luz natural. Desta forma, o
custo mensal com a conta do consumo de energia elétrica poderá ser reduzido.
Na sequência serão apresentadas as propostas para a reforma das
instalações hidrossanitárias do galpão.
34
2.4.2 Uso racional de água
A crescente escassez de recursos naturais, inclusive a água, induz, por
um lado, a seu uso racional, e, por outro, à busca de novas fontes ou alternativas à
água potável, quando seu uso não for exigido (FIORIN, 2005). Como ponto de
partida, deve-se estudar as ações para redução da demanda de água dos usuários
nas edificações e, na sequência, as possíveis formas seguras de oferta de água
proveniente de fontes alternativas (CNI, 2013).
No que tange o esgotamento sanitário, a coleta adequada e destinação à
rede municipal já consiste em uma medida ambiental e de saúde pública. Os
prejuízos socioambientais causados pelo esgoto não coletado são dos mais diversos
e presentes na realidade dos continentes africano, asiático e sul americano (VAZ,
2009).
2.4.2.1 Uso de metais e louças eficientes
O conceito de gestão da demanda, no âmbito da gestão de recursos
hídricos, é entendido como toda e qualquer medida voltada a reduzir o consumo de
água final dos usuários, sem prejuízo dos atributos de higiene e conforto dos
sistemas originais (NETO, JULIO, 2014). Tal redução pode ser obtida por meio da
mudança de hábitos no uso da água ou mediante a adoção de aparelhos e
equipamentos poupadores (PNCDA, 2000).
Metais e louças sanitárias de vazão reduzida já estão amplamente
difundidos no mercado e optar por tais opções incorre em um aumento quase
desprezível no custo total de uma obra (SCHROTH, 2016).
Uma lista de metais e louças sanitárias, com os respectivos valores de
vazão, está apresentada na Tabela 4, conforme opções disponíveis em lojas de
materiais de construção na Região Metropolitana de Curitiba (PR). Tabela 4 – Metais e louças sanitárias de vazão reduzida
Equipamento economizador Fluxo reduzido Vaso sanitário dual-flush 3 e 6 litros Lavatório com arejador 1,8 litros/minuto
Chuveiro 8 litros/minuto Torneira com arejador 3,6 litros/minuto
Obs: Dados obtidos em lojas de materiais de construção na Região Metropolitana de Curitiba (PR).
Fonte: adaptado de SCHROTH (2016).
35
Um dos principais difusores de medidas de eficiência no uso da água são
as certiciações ambientais de edificações, como a Leardeship in Energy and
Environmental Design (LEED) do Green Building Council (GBC). Estas cerficiações
servem o duplo papel de possibilitar a comparação entre as práticas convencionais
de mercado e as iniciativas sustentáveis na construção civil, bem como premiam e
atestam imparcialmente aquelas iniciativas que efetivamente tragam benefícios.
As diretrizes do LEED, organizadas na forma de um manual chamado
Referencial Guide (USGBC, 2009) trazem dados para os usos diários dos metais e
louças sanitárias em ambientes de trabalho, bem como fornecem os respectivos
valores de referência de vazão para aparelhos sanitários convencionais. As
diretrizes da certificação no tangente à estimativa de consumo pertinentes a este
trabalho estão resumidas nas Tabelas 5 e 6.
Tabela 5 – Número estimado de usos diários para os metais e louças
Usos por ocupante Usos por visitante Bacia sanitária1 3 0,5
Lavatório 3 0,5 Chuveiro 1 0
Torneiras de pia/tanque 0,1 0,1
Fonte: Adaptado de LEED Reference Guide (USGBC, 2009) 1 Caso o sistema seja dual-flush, consideram-se 2 descargas no fluxo reduzido e 1 no fluxo completo.
Tabela 6 – Fluxo por acionamento e fluxo por ciclo de metais e louças convencionais
o A partir das simulações do aproveitamento da luz solar para
iluminação natural, para cada um dos cenários 1 e 2, a
opção que apresentou melhores resultados foi selecionada
como o cenário proposto de abertura zenital;
• Sob o cenário proposto de abertura zenital, ou seja, no cenário
ideal para iluminação natural, foi estudada a melhor alternativa de
iluminação artificial para complementar a iluminação natural. Tal
estudo foi feito também por meio de simulações computacionais.
Esta simulação da iluminação artificial foi realizada por meio de um
software especifico para simulação de iluminação artificial
chamado DIALux (DIAL, 2008);
• A partir destas simulações, foram determinadas a disposição dos
pontos de iluminação e a especificação do modelo de luminárias e
lâmpadas para eficiência energética; e
• O projeto proposto de instalações elétricas foi desenvolvido com
base na NBR 5410:2004 versao corrigida: 2008 (ABNT, 2004 e
2008).
3.4 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE INSTALAÇÕES HIDROSSANITARIAS PARA USO RACIONAL DA ÁGUA
Para desenvolvimento do projeto de instalações hidrossanitárias baseado
nas premissas de sustentabilidade foram necessárias as seguintes etapas:
41
• cálculo da demanda de água do galpão para um projeto
convencional de instalações hidrossanitárias;
• cálculo da demanda de água do galpão contemplando a utilização
de dispositivos economizadores de água: metais e louças
sanitárias de fluxo reduzido;
• determinação das parcelas de uso de água, separando demanda
de água potável e água não potável;
• desenvolvimento de projeto para aproveitamento de água de chuva
para finalidades não potáveis, a partir da avaliação do potencial de
aproveitamento de água de chuva para suprir a demanda de usos
não potáveis, de acordo com a recomendação da norma brasileira
ABNT 15527:2007 (ABNT, 2007);
• desenvolvimento de projeto de instalações de água fria, de acordo
com as recomendações da norma brasileira ABNT NBR 5626:1998
(ABNT, 1998), e contemplando uso racional de água; e
• desenvolvimento de projeto de esgotamento sanitário, de acordo
com as recomendações da norma brasileira ABNT NBR 8160:1999
(ABNT, 1999).
3.5 ESTIMATIVA DA ECONOMIA DE ENERGIA ELÉTRICA E ÁGUA POTÁVEL
NO GALPÃO COM OS PROJETOS PROPOSTOS PARA EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA E USO RACIONAL DE ÁGUA
Os consumos de energia e água calculados para os projetos
convencionais e para os projetos baseados nas premissas de sustentabilidade
selecionadas foram comparados. A partir desses consumos, o custo previsto de
operação do galpão para os projetos de instalações convencionais e para as
instalações com premissas de sustentabilidade também foram estimados, com base
nos valores praticados pelas concessionárias fornecedoras no momento da
realização da análise.
42
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste capítulo serão descritas a situação atual do galpão onde trabalham
os catadores de reciclávies integrantes da Associação Ilha. Na sequência serão
indicadas as ações prioritárias para melhoria das condições da estrutura do galpão e,
consequentemente, das condições de trabalho no local. Com base nestas
informações, serão apresentadas as propostas para adequação das instalações,
baseadas em premissas de sustentabilidade. Ao final deste capítulo será realizada
uma estimativa da economia na operação do galpão, em termos de consumo de
energia elétrica e água potável, após acontecer a regularização da situação de
posse. Esta comparação será feita entre duas situações, considerando: (1) a
implantação de projetos de instalações elétricas e hidrossanitárias pelos sistemas
convencionais e (2) ao adotar medidas de eficiência energética e de uso racional de
água nos projetos propostos.
4.1 CONDIÇÕES DA EDIFICAÇÃO DO GALPÃO
O galpão utilizado pelos catadores da Associação Ilha está localizado no
município de Almirante Tamandaré (PR). A edificação possui cerca de 270 metros
quadrados de área coberta, além de uma área externa, formando um acesso lateral
de aproximadamente 90 metros quadrados (Figura 6).
Figura 6 - Galpão da Associação Ilha – área externa: a) vista frontal e b) acesso lateral Fonte: Autoria própria, 2015.
43
A edificação é composta de dois pavimentos, o térreo e o mezanino. O
pavimento térreo possui uma área principal ampla, de aproximadamente 219 metros
quadrados, doravante chamada área de triagem, onde os trabalhadores delimitaram
seus espaços de trabalho e realizam o processo de separação dos recicláveis
(Figura 7 e 9). Em um dos espaços do pavimento térreo existe uma laje de
aproximadamente 25 metros quadrados que está abaulada e apoiada sobre escoras.
Segundo informações dos catadores, esta laje servia como um outro mezanino, mas
atualmente não parece ser seguro circular sobre ela (Figura 7b).
Ainda no pavimento térreo existem dois banheiros, que estão desativados
devido ao fato de o galpão não possuir fornecimento de água potável da
concessionária (Figura 8). Também no pavimento térreo existem dois espaços
menores que estão sendo utilizados para armazenar rejeitos da triagem dos
recicláveis. As Figuras 7, 8 e 9 contemplam imagens do pavimento térreo do galpão.
A cobertura da área de triagem, composta por telhas de fibrocimento, encontra-se
em estado precário, conforme visto na Figura 9.
O segundo pavimento, doravante denominado mezanino, possui uma
parte que está sendo utilizada como uma moradia improvisada, composta por sala,
banheiro e quarto. A outra parte possui uma área sem uso definido, que atualmente
está ocupada por rejeitos da triagem dos recicláveis. O acesso ao mezanino se dá
por escadas existentes nos dois lados.
O projeto arquitetônico destes dois pavimentos, contemplando um estudo
para reforma do local, encontra-se no Apêndice II.
44
Figura 7 - Galpão da Associação Ilha – área interna: a) espaço de triagem e b) detalhe da laje abaulada. Fonte: Autoria própria, 2015
Figura 8 - Galpão da Associação Ilha - sanitários: (a) espaço na entrada e (b) detalhe do interior Fonte: Autoria própria, 2017
45
Figura 9 – Situação atual da cobertura do galpão da Associação Ilha
Fonte: Autoria própria, 2017
Na figura 10 é ilustrado o entorno do galpão, que fica localizado em um
terreno de esquina. O espaço é composto de área externa para acesso lateral e uma
área não calçada de passeio. O passeio contorna as duas faces da edificação, onde
atualmente cresce vegetação e há acúmulo de rejeitos.
46
Figura 10 - Galpão da Associação Ilha - entorno: a) acesso do caminhão e b) rejeitos depositados no passeio para posterior coleta pela PMAT Fonte: Autoria própria, 2015.
4.2 ETAPAS DE TRABALHO NO GALPÃO
A Prefeitura Municipal de Almirante Tamandaré (PMAT) entrega
semanalmente, no galpão da Associação Ilha, uma carga de materiais provenientes
da coleta seletiva realizada no município. O caminhão da coleta seletiva da PMAT
descarrega o material coletado na área de acesso lateral do galpão. Após o
caminhão descarregar o material, cada trabalhador leva uma parte para sua área de
trabalho, onde farão a separação dos diferentes tipos de recicláveis.
Os catadores se dividem informalmente em áreas de trabalho distintas,
onde cada trabalhador se cerca dos materiais a serem triados e os separa por tipos,
armazenando-os em bags8 (Figura 11). Na ocasião de realização deste trabalho de
conclusão de curso, eram aproximadamente onze catadores no galpão. Os
catadores trabalhavam com mesas improvisadas, ou separando os recicláveis no
próprio piso, realizando movimentos repetitivos de agachamento e levantamento.
Os resíduos não são prensados e nem pesados pelos catadores, antes da
comercialização. Existe uma prensa e uma balança no galpão, mas estes
equipamentos só funcionariam se tivesse energia elétrica disponível. A venda é
8 A definição de bags encontra-se na nota de rodapé 4 do item 2.2 deste trabalho.
47
realizada para um comprador que vem ao galpão, trazendo a própria balança em
seu caminhão.
Figura 11 - Galpão da Associação Ilha - postos de trabalho improvisados: a) uma das áreas de trabalho individual, b) catadora cercada dos bags de recicláveis Fonte: Autoria própria, 2015.
4.3 AÇÕES PRIORITÁRIAS PARA ADEQUAÇÃO DO GALPÃO COMO CENTRAL DE TRIAGEM DE MATERIAIS RECICLÁVEIS
A partir da caracterização da situação atual e dos estudos realizados,
algumas ações foram identificadas como prioritárias para a melhoria das condições
de trabalho no galpão da Associação Ilha.
Uma das ações iniciais trata do reparo da cobertura, que atualmente está
severamente danificada (Figura 9), deixando os trabalhadores dentro do galpão
sujeitos às intempéries e sem possibilidade de trabalho em dias de chuva. Além
desta, uma outra ação fundamental é a remoção de uma laje abaulada situada em
uma parte do pavimento térreo, pois esta laje pode desabar e causar acidente aos
trabalhadores (Figura 7b, descrita anteriormente no item 4.1). A necessidade de
remoção desta laje foi confirmada após uma análise da sua estabilidade estrutural e
a viabilidade técnica de sua retirada. Esta avaliação foi realizada por um professor
do Departamento de Construção Civil da UTFPR, o qual concluiu que a retirada da
laje não afetará a estabilidade estrutural do galpão. Sendo assim, as propostas de
ações prioritárias definidas neste trabalho consideraram a efetivação da reforma da
cobertura e a retirada da laje e, consequentemente, os demais projetos
48
desenvolvidos para as instalações elétricas e hidrossanitárias seguiram também
estas condições.
A partir destas considerações, as seguintes ações foram identificadas
como prioritárias para adequação do galpão como central de triagem:
• remoção da laje abaulada existente no pavimento térreo;
• reparo da cobertura do galpão;
• reforma do galpão para reparar paredes e pisos, bem como esquadrias
de janelas e portas;
• nivelamento do piso do pavimento térreo;
• reforma no pavimento térreo para contemplar escritório e local para
instalação de prensa e balança para os recicláveis;
• ainda no pavimento térreo, realização de reforma nos dois banheiros,
aumentando a área interna para possibilitar o uso como vestiário;
• proposta de melhor disposição de áreas de trabalho para cada catador,
favorecendo a organização da área de triagem;
• reforma no pavimento superior (mezanino), para acomodar um
pequeno apartamento para um vigilante em uma parte, e na outra parte
contemplar refeitório, área de descanso e banheiro;
• definição de espaço coberto para armazenamento dos resíduos já
triados e preparados para a venda;
• instalação de projeto de prevenção e combate à incêndios; e
• regularização da posse do galpão para possibilitar a ligação com as
redes municipais de fornecimento de energia elétrica, além de
abastecimento de água potável e esgotamento sanitário.
A questão da regularização da posse está sendo acompanhada pela ONG
CEFURIA, junto à Prefeitura Municipal de Almirante Tamandaré.
A proposta de melhor disposição das áreas de trabalho, incluindo
algumas reformas, para o melhor aproveitamento da estrutura como central de
triagem de resíduos recicláveis, foi elaborada por estudantes do curso de Arquitetura
e Urbanismo da UTFPR, sendo alguns participantes do Escritório Modelo de
Arquitetura e Urbanismo, EMAU Tupis. Os projetos arquitetônicos do pavimento
térreo e do mezanino, contemplando a proposta de reforma, estão no Apêndice II.
49
Além disso, estudantes do curso Técnico em Segurança do Trabalho da
UTFPR realizaram entre 2014 e 2015 vários estudos das condições de trabalho na
Associação Ilha. A partir daqueles estudos, foram propostas medidas de segurança
no trabalho para melhorar as condições de trabalho dos catadores, incluindo um
treinamento para os trabalhadores (BEZERRA et al., 2015; BUDEL et al., 2015).
Neste trabalho de conclusão de curso, além do acompanhamento das
etapas de definição de prioridades aqui descritas, foram desenvolvidos estudos e
projetos para resultarem em instalações elétricas e hidrossanitárias com baixo
custos de operação, após a regularização da posse do galpão.
4.4 PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PARA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO GALPÃO
Partindo do princípio de que a medida de eficiência energética mais
adequada para a Associação Ilha é aliar a iluminação natural com uma iluminação
artificial econômica, o projeto aqui proposto dá preferência à iluminação natural e
automatiza a iluminação artificial para entrar apenas como complementação. A
iluminação artificial proposta é feita com luminárias de LED9, que possuem vida útil
extremamente longa e não requerem manutenção, além de estarem difundidas no
mercado. O controle automatizado será por meio de dimerizadores.
Para o desenvolvimento deste estudo, foi necessário realizar o
georreferenciamento e a locação do galpão no terreno, para obtenção dos dados de
dimensão do terreno e coordenadas geográficas da edificação. Tanto o
georreferenciamento, quanto a locação do galpão no terreno, foram realizados
voluntariamente por estudantes integrantes da Tetris Empresa Júnior de Construção
Civil da UTFPR. Para isto, foi utilizado um equipamento de GPS e uma estação total.
O projeto da locação do galpão está apresentado no Apêndice I.
Conforme já mencionado na metodologia, alguns estudantes do Curso de
Arquitetura e Urbanismo da UTFPR, incluindo membros do Escritório Modelo de
Arquitetura e Urbanismo EMAU Tupis, em parceria com o engenheiro eletricista
Natalino das Neves Junior, do escritório de projetos elétricos Idear, desenvolveram
voluntariamente dois projetos que foram usados como base neste trabalho: os
projetos arquitetônicos para reforma do galpão, que está apresentado no Apêndice II,
9 LED é a sigla para Light Emitting Diode, ou diodo emissor de luz, em tradução literal.
50
e o projeto convencional de instalações elétricas (Apêndice III). Estes projetos
formam a base para os demais estudos desenvolvidos neste trabalho de conclusão
de curso.
4.4.1 Estimativa do consumo de energia elétrica do projeto convencional
O projeto de instalações elétricas existente, caracterizado como um
projeto convencional (Apêndice III) foi considerado como base para o cálculo do
consumo energético do galpão. Naquele projeto foram incluídas 20 luminárias para a
área de triagem, cada luminária com 2 lâmpadas tubulares fluorescentes de 32W
(Watts). Ou seja, 40 lampadas de 32W cada (respectivamente, quantidade e
potência, apresentadas no Quadro 1 para iluminação na área de triagem). Nos
demais espaços foi prevista iluminação com lâmpadas de LED de 25W, num total de
17 lâmpadas. Naquele projeto convencional não foi considerado o aproveitamento
de iluminação natural, ou seja, foi considerada exclusivamente iluminação artificial.
A partir do projeto elétrico convencional foram obtidos o número
(quantidade) de pontos de consumo de energia e a potência nominal dos pontos e
equipamentos, apresentadas no Quadro 1. A potência instalada é simplesmente a
multiplicação da quantidade de pontos de consumo e sua respectiva potência. Já a
demanda apresentada no mesmo quadro foi baseada nas seguintes considerações:
• Considerando 10 horas de trabalho por dia ao longo de 22 dias de
trabalho em um mês típico. A demanda de iluminação da área de
triagem foi estimada baseada nas diretrizes de MOURA (2006)
para galpões industriais, onde os primeiros 20kWh tem demanda
de 100% e para os que excedem esse valor, a demanda é de 70%;
• A demanda para a iluminação das demais áreas foi calculada de
forma similar a da área de triagem, mas considerando uso em
apenas metade das horas de diárias de ocupação do galpão e fator
de demanda segundo NISKIER e MACINTYRE10. Isso porque o
uso da iluminação fora da área de triagem tem padrões de usos
mais parecidos com os de uma residência do que os de uma
indústria;
10 Os referidos valores de fator de potência estão apresentados na Tabela 1 deste trabalho.
51
• A estimativa da demanda das tomadas de uso geral (TUG) e das
tomadas de uso especifico (TUE) foi análoga a iluminação das
demais áreas (usando os mesmos fatores de demanda). A
tomadas de uso geral foram consideras como usadas por metade
das horas ocupadas do galpão, e para as de uso especifico foi
considerado uso de 3 horas por dia;
• Para manter a consistência nos cálculos apresentados neste
trabalho, a quantidade de banhos diários e sua duração foi a
mesma adotada no cálculo de consumo de água, ou seja, em torno
de 2 banhos diários com duração média de 5 minutos cada, ao
longo dos 22 dias de trabalho do mês (conforme calculado no item
4.5.1.1 e apresentado no Quadro 3);
• Supôs-se também que a prensa seja utilizada por, em média, 1
hora por dia ao longo dos 22 dias de trabalho do mês.
O Quadro 1 demonstra a potência instalada e a potência demandada pelo
galpão no projeto convencional de instalações elétricas, bem como o consumo
mensal de energia.
Potência (W) QuantidadePotência
Instalada (kW)
Potência Demandada
(kW)
Consumo mensal de
energia (kWh)Iluminação área de triagem (kWh) 32 40 1,28 1,28 281,60
Iluminação demais áreas (kWh) 25 17 0,43 0,43 47,30
TUG (kWh) 100 32 3,20 2,39 262,68
TUE (kWh) 600 6 3,60 2,62 173,18
Chuveiros (kWh) 7400 4 29,60 1,23 27,13
Prensa (kWh) 3700 1 3,70 3,70 81,40
873,30Consumo mensal de energia no cenário convencional (kWh)
Quadro 1 – Consumo mensal de energia do galpão com o projeto convencional Fonte: Autoria própria, 2017.
Conforme o Quadro 1, a estimativa de consumo de energia elétrica
mensal no galpão, seguindo um projeto de instalações convencional, resultou em
aproximadamente 873,30 kWh.
O Grafico 1 demonstra a composição do consumo de energia elétrica do
galpão.
52
Gráfico 1 – Composição do consumo de energia elétrica no galpão com o projeto convencional
Fonte: Autoria própria, 2017.
A partir da segmentação da demanda (Quadro 1 e Gráfico 1), fica claro
que a iluminação artificial para a área de triagem e as tomadas são os maiores
pontos de consumos da edificação. É importante salientar que a alteração no
numero de pontos de tomadas poderia prejudicar a atividade no galpão, e que as
cargas das tomadas não podem ser alteradas. O consumo da prensa também não
pode ser alterado, posto que foi baseado no equipamento já em posse da
Associação Ilha.
O consumo do chuveiro é mínimo (3%) bem como o consumo da
iluminação das demais áreas (6%) pois estas já contavam iluminação LED no
cenário convencional, ou seja, a iluminação das demais áreas já é considerada, de
certa forma, eficiente.
Conclui-se então que a melhor forma de impactar no consumo de energia
do galpão da Associação Ilha é reduzindo o consumo da iluminação da área de
triagem. Portanto, foi proposto um sistema de iluminação eficiente para a área de
triagem, que priorize a iluminação natural e integre a uma iluminação artificial
complementar automatizada e de baixo consumo. Este sistema de iluminação
eficiente foi determinado com base nos estudo descritos a seguir.
53
4.4.2 Definição do nível de iluminância
O estudo luminotécnico consistiu na definição do nível de iluminância
adequado para a realização do trabalho dentro do galpão; essa etapa foi concluída
seguindo as definições da norma ABNT NBR ISO 8995:2013 (ABNT, 2013).
Conforme apresentado na Tabela 2 do item 2.3.1 da revisão bibliográfica
deste trabalho, os valores de iluminância mínimos para áreas de trabalho do galpão
foram:
• Sala de reunião: 500 lux;
• Área de triagem 11: 400 lux;
• Corredores (Circulação): 100 lux.
Conforme indicado anteriormente, para a realização deste estudo
luminotécnico foram considerados dois cenários de aberturas zenitais. Estes
cenários chamados Cenário 1 e Cenário 2 correspondem, respectivamente, a áreas
de abertura zenital na cobertura referentes a 3% e 6% da área do piso. Estes
cenários foram modelados e simulados, conforme descrito a seguir.
4.4.3 Cenário 1
Foi preciso modelar em três dimensões o galpão para posterior simulação
computacional de aproveitamento de iluminação natural.
4.4.3.1 Modelagem tridimensional do Cenário 1
A modelagem do Cenário 1 foi realizada no software SketchUp (TRIMBLE,
2016) conforme mostrado na Figura 12. Varias opções de disposições dos zenitais
foram restadas até que fosse escolhido o posicionamento visto na Figura 12.
11 Não existe requisito normativo específico para áreas de triagem de resíduos. A partir dos valores para atividades com demandas similares de iluminação, no caso ‘Instalações de processamento com trabalho manual constante’ e ‘Triagem de papel e impressão manual’ (Tabela 2), adotou-se uma média de 400 lux como iluminância mínima necessária.
54
Figura 12– Cenário 1 modelado no software SketchUp Fonte: Autoria própria, 2017.
4.4.3.2 Simulação de iluminação natural do Cenário 1
Após desenvolver o modelo 3D, este foi exportado para o software
Rhinoceros (Robert McNeel & Associates, 2012) 12 , onde as propriedades dos
materiais constituintes do galpão foram atribuídas às superfícies tridimensionais
(vide Tabela 8), para então simular o aproveitamento de iluminação natural. A
simulação computacional foi realizada com um plug-in do próprio Rhinocerus
Mesa/estação de trabalho Madeira Piso Concreto (cinza)
Fonte: Autoria própria.
Na Figura 13 é ilustrado o modelo do galpão exportado do software
SketchUp para o software Rhinoceros. Os elementos construtivos (paredes, piso,
telhado, etc.) foram transformados em superfícies sólidas para as quais foram
atribuídos os materiais mencionados na Tabela 8.
Figura 13 – Modelo tridimensional do galpão exportado para o software Rhinoceros Fonte: Autoria própria, 2015.
56
O próximo passo foi inserir a carta solar do local. Não há, porém, carta
solar para Almirante Tamandaré. Devido a sua proximidade com Curitiba e
considerando que existe tal informação atualizada para a capital paranaense, foi
utilizada a carta solar de Curitiba para simular a iluminação natural. Na Figura 14 é
mostrado esse passo.
Figura 14 – Inserção a carta solar de Curitiba no software Rhinoceros para simulação Fonte: Autoria própria, 2015.
Na sequência, foi definida a superfície de análise, também chamada de
grid. No caso do galpão, o grid foi definido a 80 cm do piso, que é aproximadamente
a altura da estação de trabalho prevista. O grid definido está apresentado na Figura
15.
57
Figura 15 – Determinação da altura do grid para análise de autonomia de luz solar Fonte: Autoria própria, 2015.
4.4.3.3 Resultados da simulação computacional de autonomia de luz solar do
Cenário 1
O Cenário 1 apresentou, em relação ao aproveitamento de iluminação
natural, com uma autonomia de luz solar para a área de triagem de
aproximadamente 89% das horas ocupadas.
As demais áreas (administração e depósito) também alcançaram certa
autonomia de luz solar, com 66% das horas ocupadas para o depósito e 46% para a
administração.
Nas figuras 16 e 17 são mostrados, respectivamente, o resultado de
autonomia de luz solar para o cenário 1 e um detalhe da legenda explicativa
fornecida pelo software Rhinoceros.
58
Figura 16 – Resultado da simulação computacional de autonomia de luz solar para Cenário 1 Fonte: Autoria própria, 2017.
Figura 17 – Apresentação da legenda de resultado da simulação computacional de autonomia de luz solar para Cenário 1 Fonte: Autoria própria, 2017.
Neste cenário, foram analisadas apenas as áreas de trabalho do
pavimento térreo. Ao utilizar o software Rhinoceros (Robert McNeel & Associates,
2012), os resultados foram apresentados em grupos chamados “nodegroups”. Na
59
Tabela 9 é mostrada a correspondência entre os grupos criados pelo software
Rhinoceros e as áreas conforme nomeadas no projeto arquitetônico.
Tabela 9 – Grupos atribuídos pelo Rhinoceros para o Cenário 1
Denominação Referente à(s) área(s) nodegroup00 Área de triagem nodegroup01 Área de depósito nodegroup02 Administração
Fonte: Autoria própria
A simulação produz também um relatório da quantidade de lux disponível
em cada ponto do grid de análise, a cada hora do ano. Esses dados de saída foram
compilados e estão apresentados no Gráfico 2. A pior situação de iluminância
acontece no inverno, onde as 06:30 da manhã não há qualquer disponibilidade de
luz solar no interior do galpão, e a iluminância máxima (que acontece as 12:30) é
pouco maior que 1200 lux.
Gráfico 2 – Média de disponibilidade de luz solar (lux) nas horas de trabalho por estação no
Cenário 1
Fonte: Autoria própria, 2017.
Analisando o Gráfico 2 e as Figuras 16 e 17 nota-se que nesta configuração
de aberturas zenitais, a disponibilidade de luz solar no interior do galpão ultrapassa
com folga a iluminância necessária para a realização das atividades. Nota-se
também que, independente da estação do ano, na primeira hora de trabalho será
60
necessário complementar a iluminação natural com iluminação artificial para atingir o
nível de iluminância desejado. No outono e no inverno, será preciso iluminação
artificial nas duas primeiras horas de trabalho da manhã e também no final da tarde.
4.4.4 Cenário 2
Foi preciso modelar em três dimensões o cenário 2 para posterior
simulação computacional de aproveitamento de iluminação natural.
4.4.4.1 Modelagem tridimensional do Cenário 2
A modelagem do cenário 2 foi realizada no software SketchUp (TRIMBLE,
2016). Novamente, até que fosse definida a configuração de aberturas zenitais
mostrada na Figura 18, varias opções de localização foram testadas.
Figura 18 – Cenário 2 modelado no software SketchUp Fonte: Autoria própria, 2017.
4.4.4.2 Simulação de iluminação natural do Cenário 2
61
O processo utilizado para realizar a simulação de iluminação natural do
cenário 2 foi o mesmo já descrito no ítem “4.3.3.2 – Simulação de iluminação
natural” do presente trabalho.
4.4.4.3 Resultado da simulação computacional de autonomia de luz solar do
Cenário 2
O Cenário 2 apresentou uma autonomia de luz solar para a área de
triagem de aproximadamente 92% das horas ocupadas. A administração e o
depósito também alcançaram melhoria na autonomia de luz solar, com 70% das
horas ocupadas para o depósito e 47% para a administração.
As figuras 19 e 20 ilustram, respectivamente, o resultado de autonomia de
luz solar para o cenário 2 e um detalhe da legenda explicativa fornecida pelo
software Rhinoceros.
Figura 19 – Resultado da simulação computacional de autonomia de luz solar para Cenário 2 Fonte: Autoria própria, 2017.
62
Figura 20 – Detalhe da legenda de resultado da simulação computacional de autonomia de luz solar para Cenário 2 Fonte: Autoria própria, 2017.
Novamente, foram analisadas apenas as áreas de trabalho e o software
Rhinoceros dividiu-as em nos já mencionados “nodegroups.” Na Tabela 10 é
mostrada a correspondência entre os grupos criados pelo software Rhinocerus e as
áreas conforme nomeadas no projeto arquitetônico.
Tabela 10 – Grupos atribuídos pelo Rhinoceros para o Cenário 2
Denominação Referente à(s) área(s) nodegroup00 Área de triagem nodegroup01 Administração nodegroup02 Área de depósito
Fonte: Autoria própria
Novamente, os resultados do relatório de lux disponível em cada ponto do
grid a cada hora do ano foram compilados e estão apresentados no Gráfico 3.
63
Gráfico 3 – Média de disponibilidade de luz solar (lux) nas horas de trabalho por estação para o cenário 2
Fonte: Autoria própria, 2017.
Analisando o Gráfico 3 e as Figuras 19 e 20 é possível notar que nesta
configuração de aberturas zenitais a disponibilidade de luz solar no interior do
galpão também ultrapassa com folga a iluminância necessária para a realização das
atividades. Novamente, em todas as estações do ano será necessária iluminação
artificial na primeira hora de trabalho da manhã. Análogo ao cenário anterior, no
outono e no inverno, será preciso iluminação artificial nas duas primeiras horas de
trabalho da manhã e no final da tarde.
Pela observação dos dois gráficos nota-se que o galpão está recebendo
muito mais luz solar do que necessário para a realização do trabalho de triagem e
que, além disso, o aumento da abertura zenital de 3% para 6% não resultou em
diferenças significativas na quantidade de horas em que a iluminação artificial se faz
necessária. Portanto, o cenário ideal escolhido foi o cenário 1, visto que aumentar a
abertura zenital de 3% para 6% não impactou significativamente na autonomia de
luz solar e poderia acarretar em ganhos térmicos13 para a edificação. As aberturas
são propostas por meio de telhas translucidas de policarbonato.
13 Não foi realizado neste trabalho o estudo do conforto térmico para o galpão.
64
4.4.5 Projeto de iluminação da área de triagem baseado nas medidas de eficiência
Os resultados das simulações computacionais de aproveitamento de
iluminação natural previamente apresentados resultaram em necessidades similares
de complementação por meio de iluminação artificial, por algumas horas do periodo
de trabalho no galpão. Tais resultados podem levar a crer que a melhor solução
seria, então, propor um sistema de iluminação artificial com temporizador (timers).
Esses sistemas são ligados e desligados automaticamente conforme os horários de
necessidade pré-determinados, que no caso da Associação Ilha parecem ser
sempre nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde. Porém, vale ressaltar
que as iluminâncias alcançadas e apresentadas nos gráficos 2 e 3 são os valores
médios para cada horário. Portanto, pode ser que haja necessidade de
complementação da iluminação natural com a artificial em dias e horários diferentes
daqueles representados pela média.
Sendo assim, um sistema automatizado para ligar e desligar em horários
específicos ainda seria, de certa forma, ineficiente. Essa automação poderia prover
iluminação artificial em momentos onde ela não é realmente necessária, e, em
contrapartida, deixar de complementar a iluminação natural em momentos onde há
real necessidade.
Foi então proposto um sistema de dimerização das luminárias cujo ajuste
é automático e baseado em um sensor. Esse sensor realiza a leitura do nível de
iluminância da superfície e ajusta constantemente a corrente liberada para a
lâmpada. Desta forma, a intensidade da corrente liberada controla a potência
fornecida pela luminária e garante que os 400 lux necessários na bancada de
trabalho estejam sendo sempre atingidos.
Esse sistema de dimerização também garante que a economia calculada
em projeto seja atingida na prática, visto que a iluminação natural apenas será
complementada com a artificial nas horas de real necessidade. Portanto, a utilização
das luminárias dimerizáveis, em conjunto com a iluminação natural por meio do
cenário 1 de aberturas zenitais, foi considerado como o sistema mais eficiente, que
resultará em maior redução de consumo de energia elétrica para iluminação.
Ao projetar a iluminação artificial, buscou-se garantir menor potência
instalada e assegurar que a iluminância necessária fosse atingida. Devido a sua
maior eficiência (relação lúmen/watt) e vida útil, foram especificadas luminárias de
65
LED. A iluminação artificial também foi simulada por meio de um software específico,
chamado DIALux (Dial, 2008). Esse programa também exige a modelagem
tridimensional do espaço estudado e a inserção das características das superfícies.
A diferença é que, nesse caso, não é levada em consideração nenhuma
contribuição da luz solar. As características das luminárias são inseridas no software
DIALux, tais como a potência, o fluxo luminoso (lúmens), a temperatura da cor, o
facho luminoso, entre outras. Estes dados de luminárias são disponibilizados pela
maioria dos fornecedores de equipamentos de iluminação, em arquivos digitais de
formato próprio para simulações computacionais.
Alguns testes foram realizados utilizando luminárias de diferentes
fornecedores e simulando a iluminância alcançada com cada uma delas no software
DIALux. Dentre aquelas que forneceram os níveis mínimos de iluminância, os
critérios para escolha da melhor luminária foram: maior relação de lúmen fornecido
por watt consumido, vida útil, preço de mercado e possibilidade de dimerização.
Após estes testes, a luminária aqui selecionada foi do fornecedor Itaim Iluminação,
modelo TSUNAMI 80W Médio com Driver Dimerizável. Compatível com esta
luminária, foi sugerido também o dimerizador LuxSense da Phillips. As fichas
técnicas dos dois produtos são apresentadas ao final desde trabalho no Apêndice V.
Com a disposição de 12 luminárias do modelo supracitado na área de
triagem, alcançou-se iluminância de 400 lux na bancada de trabalho e entre 100 e
200 lux nas áreas de circulação. Estes valores adequam-se aos níveis normatizados
apresentados na Tabela 4. O resultado da simulação computacional é apresentado
na Figura 21.
66
Figura 21 – Resultado da simulação computacional de iluminação artificial, pelo software DIALux Fonte: Autoria própria, 2017.
A automatização e adequação da quantidade de pontos de iluminação
foram alteradas no projeto convencional proposto. Além disso, as doze luminárias
também foram divididas em dois grupos controlados por interruptores distintos.
Desta forma, não é necessário que se acendam todas as luzes da área de triagem
quando apenas uma área estiver precisando. A partir dos estudos luminotécnicos
aqui descritos, foi possível fazer a adequação do projeto convencional, para resultar
em um projeto de instalações elétricas eficientes (Apêndice IV), bem como as
especificações da luminária e do dimerizador sugeridos (Apêndice V).
4.4.6 Consumo de energia do projeto proposto de instalações elétricas com
iluminação eficiente
O projeto de instalações elétricas proposto neste trabalho possui 12
luminárias LED na área de triagem de 80W cada. As demais áreas do galpão já
67
possuíam lâmpadas de LED no projeto convencional, bem como seria no projeto
proposto por neste trabalho. Portanto, esses ambientes não foram considerados no
cálculo da economia e nenhuma adequação foi proposta em projeto. Além disso, ao
projeto proposto foi aplicado o Cenário 1 de aberturas zenitais, que foi definido como
o cenário ideal para aproveitamento de iluminação natural. Portanto o consumo das
lâmpadas foi considerado apenas como complementar à iluminação natural; ou seja,
como o cenário obteve 89% de autonomia de iluminação natural (daylight autonomy),
a iluminação artificial só será usada em 11% das horas de trabalho. O comparativo
está apresentado no Quadro 2.
Horas de trabalho/dia
Consumo diário (Wh)
Tradicional 10 12.800,0 281,60Proposto 10 1.051,2 23,13
258,47
92%
Consumo mensal (kWh)
Cenário
Iluminção NaturalIluminção artificial
Autonomia de luz solar (%)
0,089,05
Potência instalada de iluminação na área de
triagem (W)1280960
Redução mensal no consumo de energia para iluminação da área de triagem(kWh)Redução mensal no consumo de energia para iluminação (%) Quadro 2 – Economia de energia elétrica alcançada com sistema proposto de iluminação eficiente para a área de triagem Fonte: Autoria própria, 2017.
A redução encontrada no consumo de energia elétrica para iluminação da
área de triagem foi significativa, ultrapassando os 92%. Considerando que a tarifa de
energia da Copel para o subgrupo B3 (categoria geral para comércio/indústria) em
maio de 2017 estava em R$ 0,64020/kWh (já com ICMS e PIS/COFINS inclusos), a
economia mensal dos 258,47kWh resulta numa economia de R$ 165,47 por mês no
custo operacional do galpão.
4.5 PROJETO DAS INSTALAÇÕES HIDROSSANITARIAS PARA USO RACIONAL DE ÁGUA
Para realização do projeto de instalações hidrossanitárias para uso
racional de água, primeiro buscou-se reduzir o consumo de água por meio da
utilização de metais e louças eficientes. Depois, foi proposto o aproveitamento de
água de chuva como fonte alternativa de abastecimento para usos não potáveis.
68
4.5.1 Cálculo da demanda de água do galpão
O método usado para realizar a estimativa da demanda de água para o
galpão foi baseado nas diretrizes da certificação ambiental LEED (USGBC, 2009).
Para os items 4.5.1.1 e 4.5.1.2, apresentados na sequência, o número de usos
diários dos metais e louças por ocupantes foi definido conforme Tabela 5,
apresentada no item 2.4.2.1 da revisão bibliográfica deste trabalho. Os resultados
estão apresentados nos Quadros 3 e 4.
4.5.1.1 Cálculo do consumo de água do galpão com um projeto convencional
O consumo de água foi estimado para o galpão num projeto convencional
de instalações hidrossanitárias, seguindo as diretrizes da certificação ambiental
LEED (USGBC, 2009). As vazões utilizadas para metais e louças convencionais
foram aquelas apresentadas na Tabela 6 do item 2.4.2.1 da revisão bibliográfica
deste trabalho. Os resultados estão apresentados no Quadro 3.
A ocupação atual do galpão é de 11 catadores, mas a proposta de
reforma do galpão prevê 12 estações de trabalho. Portanto, foi considerada nos
cálculos uma ocupação de 12 pessoas, com uma estimativa de outros 12 visitantes.
Tal valor foi estimado a partir das conversas preliminares com os catadores, que
relataram que as vezes algum outro membro da família vai junto ao galpão, mesmo
que por apenas algumas horas do dia, para ajudar na triagem.
Os cálculos e o resultado do consumo de água de um projeto de
instalações hidrossanitárias convencional está apresentado no Quadro 3.
Dados dos metais Duração Vazão Usos diáriosIdentificação Tempo de ciclo (seg) Convencional Ocupantes Visitantes
Previsão de consumo mensal de água potável no sistema convencional (litros/mês) 9.319,20
Usos esperados
Elétrico
Sem temporizadorPia de cozinhaTanque
TipoConsumo
diário Convencional
Quadro 3 – Consumo de água potável do galpão com um projeto de instalações hidrossanitárias convencional Fonte: Autoria própria, 2017. 1 lpm = litros por minuto 2 lpa = litros por acionamento
69
4.5.1.2 Redução do consumo de água por meio de metais e louças eficientes
Foram propostos metais e louças eficientes que fossem amplamente
difundidos no mercado e que não acarretassem em custos adicionais excessivos às
instalações. As vazões dos metais e louças sugeridos são aqueles apresentados na
Tabela 3 do item 2.4.2.1.
Conforme explicado na revisão bibliográfica (item 2.4.2.1), a vazão de
uma bacia sanitária de acionamento duplo (dual-flush) é calculada considerando 2
acionamentos de fluxo reduzido (3 litros) e um acionamento de fluxo completo (6
litros), o que resulta em uma vazão média de 4 litros por acionamento (lpa).
Com os valores das vazões reduzidas provindas dos metais e louças
eficientes, foi possível calcular um novo consumo de água potável para o galpão da
Associação Ilha. Esse novo consumo está apresentado no Quadro 4.
Dados dos metais e louças Duração Vazão Usos diários
Previsão de consumo mensal de água potável no sistema eficiente proposto (litros/mês) 6.296,40
Consumo diário (litros)
Dual-flushSem temporizadorPia de cozinhaTanqueElétrico
Tipo
Quadro 4 – Consumo de água potável do galpão com um projeto de instalações hidrossanitárias com uso de metais e louças eficientes Fonte: Autoria própria, 2017. 1 lpm = litros por minuto 2 lpa = litros por acionamento
Comparando a demanda em um projeto de instalações hidrossanitárias
convencional, com um projeto de instalações hidrossanitárias incluindo metais e
louças eficientes, encontrou-se uma redução de 32% no consumo de água potável
do galpão.
4.5.1.3 Separação da demanda de água em usos potáveis e não potáveis
Para reduzir ainda mais a demanda de água potável do galpão da
Associação Ilha, será proposto o aproveitamento de água da chuva para suprir as
70
demandas não-potáveis. Sendo assim, o consumo apresentado no Quadro 4 foi
subdivido em usos potáveis e usos não potáveis, que estão apresentados no Quadro
5.
Usos potáveisUsos não-potáveis
Consumo (litros/dia)
Lavatório Bacia sanitária 168,0
Pia de cozinha Tanque 21,6
Chuveiro
Consumo mensal de água potável (litros/mês) 2125,2Consumo mensal de água não-potável (litros/mês) 4171,2
Consumo (litros/dia)
37,8
10,8
48,0
Quadro 5 – Separação do consumo de água mensal do projeto proposto em usos potáveis e usos não-potáveis Fonte: Autoria própria, 2017.
Analisando o Quadro 5 nota-se que a maior parte (66,25%) da demanda
de água do galpão é para usos não potáveis. Esse resultado informa que será
necessário suprir 4,17m³ de água não-potável por mês de fonte alternativa.
4.5.2 Aproveitamento de água de chuva como fonte alternativa de abastecimento para usos não potáveis
Para garantir que o aproveitamento da água da chuva supriria as
necessidades não potáveis da Associação, foram analisados os dados
pluviométricos da cidade de Curitiba para os últimos dez anos, fornecidos pelo
Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Os índices de Curitiba foram utilizados,
novamente, por haver disponibilidade de informações atuais para a capital enquanto
que para a localidade do galpão (Almirante Tamandaré) não há tais registros. No
Gráfico 4 são apresentadas as médias pluviométricas mensais para o município de
Curitiba obtidas pela compilação da série de dados dos últimos 10 anos, entre 2006
e 2016.
71
Gráfico 4 – Precipitação mensal média do município de Curitiba nos últimos 10 anos, entre 2006 e 2016
Fonte: Elaborado a partir de dados obtidos no website do INMET, 2017.
A área de captação de água de chuva foi definida como toda a superfície
de cobertura, e o coeficiente superficial de escoamento da cobertura foi adotado
como o valor indicado pela referida norma para telhas de fibrocimento (C=0,9). O
coeficiente de aproveitamento , também conhecido como fator de eficiência do
sistema, varia dependendo da utilização ou não de sistema de descarte da primeira
chuva (first-flush). Para este projeto, é utilizado sistema de descarte da primeira
chuva e foi então adotado um valor de que é um valor considerado
adequado às boas práticas de projeto (TOMAZ, 2003). A partir destes valores, foi
usada a equação já apresentada na metodologia, a partir da norma da ABNT (ABNT,
2007).
O resultado do potencial de captação de água de chuva por mês está
Redução no custo de operação mensal (%)Redução no custo de operação mensal (R$)
Redução no consumo mensal de energia (kWh)
Quadro 8 – Consumo mensal de energia elétrica da Associação Ilha com projeto convencional e com o projeto proposto Fonte: Autoria própria, 2017.
Pode ser observado que houve uma redução de mais de 92% de
consumo de energia elétrica para iluminação da área de triagem (de 281,60 kWh
mensais para 23,12 kWh). Nota-se também que a redução no consumo global de
energia mensal do galpão foi significativa (de 873,30 kWh para 614,83 kWh) e tal
economia diminuirá o custo de operação mensal da Associação Ilha (de R$ 559,09
para R$ 393,61). A título de informação, é interessante apontar que a economia dos
três primeiros meses já seria mais que suficiente para pagar o investimento inicial
com os dois dimerizadores, cujo preço médio foi em torno de R$ 200 reais quando
orçado em lojas de iluminação na capital paranaense.
O Gráfico 1 apresentado no item “4.4.1 Estimativa do consumo de energia
elétrica do projeto convencional” enfatizou quão representativo era o consumo com a
iluminação da área de triagem no projeto convencional. Em torno de 30% da
demanda de eletricidade do galpão era apenas para suprir esta iluminação. Ao focar
esforços para reduzir o maior ponto de consumo energético da Associação Ilha, foi
possível alcançar uma redução considerável no custo operacional mensal. A
primeira coluna do Gráfico 6 é uma releitura do Gráfico 1, demonstrando a
composição do consumo de energia elétrica do galpão no projeto convencional. A
segunda coluna demonstra a nova composição do consumo de energia elétrica do
galpão, no projeto proposto de iluminação eficiente da área de triagem. Observa-se
que a representatividade da iluminação da área de triagem caiu de 30% da demanda
76
total de energia do projeto convencional para 4% da demanda total de energia do
projeto proposto.
Gráfico 6 – Comparação da composição do consumo de energia elétrica nos projetos
convencional e proposto
Fonte: Autoria própria, 2017.
4.6.2 Projeto de instalações hidrossanitárias
Com relação ao projeto hidrossanitário, foi possível calcular a economia
total do sistema, incluindo o uso de metais e louças eficientes, e o aproveitamento
de água de chuva para descargas de vasos sanitários e torneiras externas. A
redução final no consumo de água do galpão da Associação Ilha devido às medidas
propostas por este trabalho está apresentada no Quadro 9.
O projeto convencional consome mais de 9,3 metros cúbicos de água
potável por mês, enquanto o projeto proposto consome aproximadamente 2,1
metros cúbicos, ou seja, uma redução mensal de 77,2% no consumo de água
potável. Do volume de água potável economizado, em torno de 3 metros cúbicos
foram resultado da adoção de metais e louças eficientes e os outros 4,2 metros
cúbicos foram substituídos por água da chuva.
77
Consumo mensal do projeto convencional (litros/mês) 9.319,20Consumo mensal do projeto proposto com metais e louças eficientes (litros/mês) 6.296,40Volume anual de água de chuva usada para fins não potáveis(litros/mês) 4.171,20Consumo mensal do projeto proposto (litros/mês) 2.125,20Redução global no consumo de água da edificação (%) 77,20%
Quadro 9 – Economia global de água potável do sistema de instalações hidrossanitárias eficiente proposto Fonte: Autoria própria, 2017.
Para estimar a parcela do custo operacional mensal do galpão com
consumo de água potável, foram usados os custos homologados em abril de 2017
para o metro cúbico de água fornecido pela SANEPAR. Para a categoria
“comercial/utilidade pública/poder público”, a tarifa mínima é de R$59,22 (consumo
até 5m³). Depois disso, entre 6m³ e 10m³ é cobrado R$1,52/m³. Os resultados estão
apresentados no Quadro 10. No projeto aqui proposto, a economia de água em
volume foi de 7,19 metros cúbicos por mês, mas esse volume se traduz em uma
economia na conta de água de apenas R$ 6,57. Desta forma, o custo mensal da
conta de água diminuirá de R$ 65,79 para R$ 59,22.
Tradicional Proposto
9,32 2,1365,79 59,22
7,196,57
Consumo mensal de água potável (R$)Consumo mensal de água potável (m³)
Redução no consumo mensal (m³)Redução no consumo mensal (R$)
Quadro 10 – Consumo mensal de água potável da Associação Ilha com projeto convencional e com o projeto eficiente proposto Fonte: Autoria própria, 2017.
Analisando o quadro acima, é possível notar que apesar da economia de
água potável ultrapassar 77% em volume, seu impacto na conta de água é quase
insignificante. O Gráfico 7 representa a comparação entre essas reduções. O motivo
principal da pequena economia em termos de custo é que os primeiros metros
cúbicos de água não são cobrados por custo unitário: existe uma tarifa mínima de
R$59,22 para consumos até 5m³.
78
Gráfico 7 – Comparativo entre a economia na demanda de água (volume) e a economia na conta de água mensal (reais)
Fonte: Autoria própria, 2017.
O consumo de água potável pelo projeto proposto para o galpão será de
2,13 metros cúbicos, que representa menos da metade da tarifa mínima de 5 metros
cúbicos (tarifado sem descontos). Além disso, o custo da água é extremamente
barato quando comparado, por exemplo, ao preço da energia elétrica.
Independente de se obter maior ou menor economia financeira,
certamente a redução no consumo de energia e água potável devem ser
incentivadas. Os estudos e projetos realizados neste trabalho seguem esta premissa.
79
5. CONCLUSÃO
O papel da universidade na formação de uma sociedade sustentável e
justa deve ir além dos programas de inclusão para ingresso ao ensino superior. Os
estudantes, uma vez inseridos na vida universitária, devem ser incentivados e ter
oportunidades para exercer ativamente o papel de protagonistas na mudança da
realidade social. Os universitários passam anos na graduação para adquirir
conhecimentos que tem o potencial de transformar a sociedade, e a comunidade
apresenta-se como uma fonte inesgotável de casos onde esse conhecimento pode
sair do plano meramente intelectual e transformar-se em ferramenta aplicável. A
universidade precisa ser a ponte entre as duas partes interessadas. Projetos como o
da Associação Ilha, onde a aliança entre a universidade e a comunidade traz
resultados tão positivos para as duas partes, não deveriam ser exceções.
Ao conhecer o caso da comunidade Ilha e após as conversas iniciais com
os catadores, a possibilidade de impactar positivamente na vida das famílias ficou
clara e foi a maior motivação para o desenvolvimento deste trabalho. Depois disso,
aliar a sustentabilidade social com a ambiental foi um passo natural. Outro ponto
determinante foi o envolvimento e suporte da ONG CEFURIA, que deu autonomia
para que os projetos fossem desenvolvidos da forma que a autora julgasse
tecnicamente viável e que melhor atendesse aos anseios dos catadores.
O uso da iluminação natural foi o ponto que resultou em impactos mais
positivos no custo de operação do galpão. Com abertura zenital de apenas 3% da
área do piso, foi possível alcançar aproximadamente 89% de horas autonomia de luz
solar. Isso resultou em economia de 92% no consumo de energia elétrica da
iluminação da área de triagem (de 281,6 kWh mensais para 23,12 kWh). Propôs-se
ainda que a pouca iluminação artificial necessária fosse suprida com um sistema
automatizado de dimerização em luminárias eficientes de LED. Esse sistema
integrado de iluminação natural e artificial resultou em uma redução no consumo
global de energia elétrica de 258,47kWh por mês, que se traduz em uma economia
de R$165,47 na conta de energia elétrica (quase 30% de redução em custo
operacional, que passou de R$ 559,09 para R$ 393,61). Em todas as etapas do
dimensionamento e especificação do sistema integrado de iluminação, o ponto de
partida foi que a economia de energia não poderia interferir no desempenho das
instalações e de forma alguma prejudicar a segurança e conforto dos ocupantes. Por
80
esta razão, todas as medidas propostas passaram por simulações computacionais
para garantir que a iluminância esteja sempre dentro dos padrões normatizados para
o desempenho das atividades no galpão.
As medidas propostas para o uso racional de água também apresentaram
resultados positivos. O emprego de metais e louças eficientes reduziu o consumo de
água potável de 9,32 m3 a 6,30 m3 (aproximadamente 32%). Esse resultado foi,
ainda, maximizado pelo aproveitamento de água de chuva para usos não potáveis.
O projeto proposto de instalações hidrossanitárias, combinando o uso de metais e
louças eficientes e o aproveitamento de água de chuva para fins não potáveis,
reduziu o consumo mensal previsto para a Associação Ilha de 9,32m3 para apenas
2,13m3 de água potável. Contudo, essa redução de 77,2% no volume de água
previsto mensalmente se traduz em uma economia de apenas R$ 6,57 na conta de
água. Isto se traduz em aproximadamente 10% de redução do custo de operação,
em comparação com um projeto sem estas medidas. A pequena redução obtida
para o valor financeiro da conta mensal de água deve-se ao sistema de tarifação da
água potável no local de estudo, que apresenta uma tarifa mínima de cobrança para
consumos até 5m3. Apesar da falta de incentivo financeiro para a adoção de
medidas de redução do consumo de água potável, o aspecto ambiental da redução
no consumo de água potável ainda torna o projeto proposto interessante.
Os resultados obtidos neste estudo comprovam que a adoção de
premissas de sustentabilidade na elaboração dos projetos de sistemas das
edificações trazem benefícios ambientais e econômicos. Portanto, estas medidas
devem ser incentivadas em qualquer tipo de projeto, mas principalmente em
situações como a apresentada neste trabalho, onde reduzir o custo de operação
pode contribuir significativamente para aumentar a renda dos trabalhadores.
81
6. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
A Associação Ilha, além do apoio da ONG CEFURIA, também conta
atualmente com uma parceria com a UTFPR. Desta forma, outros estudos poderão
surgir. Neste sentido, outros pontos válidos a serem analisados em estudos futuros
são:
• Elaboração de orçamento para implantação das medidas propostas neste
trabalho;
• Estudo de conforto térmico da edificação, visando possível implantação de
medidas para otimizar as condições de trabalho no local;
• Projeto de prevenção e combate a incêndio;
• Estudo técnico para avaliação do potencial de geração de energia renovável
por meio implantação de placas fotovoltaicas na cobertura do galpão; e
• Comissionamento da obra para avaliar o desempenho dos sistemas
propostos e averiguar se a redução no consumo de energia elétrica e água
previstas neste trabalho serão efetivamente alcançadas durante a operação
do edifício.
82
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APÊNDICES
Apêndice I – Georreferenciamento
Apêndice II – Arquitetônico e layout interno
Apêndice III – Projeto elétrico convencional
Apêndice IV – Projeto elétrico proposto com iluminação natural integrada a artificial
Apêndice V – Fichas técnicas da luminária eficiente e do dimerizador
Apêndice VI – Projeto hidrossanitário proposto com medidas de uso racional da água
APÊNDICE I
Este projeto de georreferenciamento foi desenvolvido voluntariamente
pelos alunos e alunas da Tetris Empresa Júnior de Construção Civil da UTFPR.
OB
RA
O A
UT
OR
D
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RO
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O
RESPONSÁVEL
TÉCNICO
SÃO
RESPONSÁVEIS
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ESPECIFICAÇÕES
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212/2007-S
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DE
EDIFICAÇÕES
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SUJEITANDO-SE ÀS SANÇÕES LEGAIS DECORRENTES DE EVENTUAIS PREJUÍZOS DE TERCEIROS.
PROPRIETÁRIO
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TAÍSE OKUBARA
TE
TR
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RESPONSÁVEL TÉCNICO
TE
TR
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REFERÊNCIA
ES
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DA
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DIC
AD
A
11/0
9/2015
PR
AN
CH
A
EM
PR
ES
A
TETRIS - EMPRESA JÚNIOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL
-16,520446990,290448542U
TM:
N 7175221
O 670834
-17,85018468-7,526254002U
TM:
N 7173891
O 663014
-14,39750316-13,00107919U
TM:
N 7175221
O 670834
-10,5772471,7084071U
TM:
N 7192798
O 659835
-25,45895299-18,99479572U
TM:
N 7166281
O 651544
-17,05666692-19,33075676U
TM:
N 7174602
O 651217
-11,30704722-31,76072867U
TM:
N 7180431
O 638784
-14,62110374-33,89024015U
TM:
N 7177121
O 636654
-11,86922787-35,94457437U
TM:
N 7179871
O 634594
-3,632907631-30,40393405U
TM:
N 7188111
O 640144
5,534594245-35,9235632U
TM:
N 7197281
O 634623
RU
A JO
AN
A D
'A
RK
Galpão em alvenaria
R
U
A
N
O
S
T
R
A
D
A
M
U
S
ES
CA
LA
1:100
LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO
1/1
PR
OD
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B
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K E
DU
CA
TIO
NA
L P
RO
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CT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCTP
RO
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Y A
N A
UT
OD
ES
K E
DU
CA
TIO
NA
L P
RO
DU
CT
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
APÊNDICE II
Este projeto arquitetônico e layout interno foi desenvolvido voluntariamente
pelos alunos e alunas do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbainsmo da UTFPR,
EMAU Tupis.
primeiros socorros
Administração/ reunião/
Sobe
Balança
Armários Individuais
Área: 21,73m²
Bwc
Área: 3,70m²
Bwc
Área: 3,70m²
Prensa h=3m
Sobe
Área de Armazenagem
Área: 39,14 m²
Projeção da cobertura
papelão
papel
plástico
plástico/PET
descarte
vidro
metal
papelão
papel
plástico
plástico/PET
descarte
vidro
metal
papelão
papel
plástico
plástico/PET
descarte
vidro
metal
papelão
papel
plástico
plástico/PET
descarte
vidro
metal
papelão
papel
plástico
plástico/PET
descarte
vidro
metal
papelão
papel
plástico
plástico/PET
descarte
vidro
metal
papelão
papel
plástico
plástico/PET
descarte
vidro
metal
papelão
papel
plástico
plástico/PET
descarte
vidro
metal
papelão
papel
plástico
plástico/PET
descarte
vidro
metal
papelão
papel
plástico
plástico/PET
descarte
vidro
metal
papelão
papel
plástico
plástico/PET
descarte
vidro
metal
papelão
papel
plástico
plástico/PET
descarte
vidro
metal
PLANTA TÉR
REO
Ver detalhe bancada
PR
OJE
TO A
RQ
UITE
TÔN
ICO
GA
LPÃ
OP
rojeto realizado pelo escritório modelo TU
PIS
em conjunto com
os trabalhores e trabalhadoras do galpão de m
ateriais recicláveis da comunidade da Ilha, sob orientação da professora S
tella Bezerra.
TUP
IS
Trabalho Universitário e P
rojetos de Interesse Social
17 de Julho de 2016
SobeSobe
Peitoril 1,5m
Copa/Estar
Área: m²
Quarto
Área: 8,80m²
circulaçãoÁrea: 3,80m
²
Sala/Cozinha
Área: 15,80m²
Bwc
Área: 3,70m²
Bwc
Área: 3,70m²
PLANTA M
EZANIN
O
PR
OJE
TO A
RQ
UITE
TÔN
ICO
GA
LPÃ
OP
rojeto realizado pelo escritório modelo TU
PIS
em conjunto com
os trabalhores e trabalhadoras do galpão de m
ateriais recicláveis da comunidade da Ilha, sob orientação da professora S
tella Bezerra.
TUP
IS
Trabalho Universitário e P
rojetos de Interesse Social
17 de Julho de 2016
QUARTO
SALA/COZINHA
2,65m
0,00m
BWC
BWC
BWCBWC
ADMINISTRAÇÃO
COPA/ESTAR
DEPÓSITO GERAL
CO
RTE AA'
papelão
papel
plástico
plástico/PET
descarte
vidro
metal
PR
OJE
TO A
RQ
UITE
TÔN
ICO
GA
LPÃ
OP
rojeto realizado pelo escritório modelo TU
PIS
em conjunto com
os trabalhores e trabalhadoras do galpão de m
ateriais recicláveis da comunidade da Ilha, sob orientação da professora S
tella Bezerra.
TUP
IS
Trabalho Universitário e P
rojetos de Interesse Social
17 de Julho de 2016
1720
498
498
498
498
1990
PLA
NT
A C
OB
ER
TU
RA
Esc.: 1
:5
0
APÊNDICE III
Este projeto elétrico convencional foi desenvolvido voluntariamente pelo
engenheiro eletricista Natalino das Neves Junior, do escritório Idear, em parceria com
estudantes do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbainsmo da UTFPR, EMAU Tupis.
TUP
IS
Trabalho Universitário e P
rojetos de Interesse Social
17 de Julho de 2016
PR
OJE
TO E
LÉTR
ICO
GA
LPÃ
OP
rojeto realizado pelo escritório modelo TU
PIS
em conjunto com
os trabalhores e trabalhadoras do galpão de m
ateriais recicláveis da comunidade da Ilha, sob orientação da professora S
tella Bezerra e E
ng. elétrico Natalino Junior
PLANTA ELÉTR
ICO
TÉRR
EO
TUP
IS
Trabalho Universitário e P
rojetos de Interesse Social
17 de Julho de 2016
PR
OJE
TO E
LÉTR
ICO
GA
LPÃ
OP
rojeto realizado pelo escritório modelo TU
PIS
em conjunto com
os trabalhores e trabalhadoras do galpão de m
ateriais recicláveis da comunidade da Ilha, sob orientação da professora S
tella Bezerra e E
ng. elétrico Natalino Junior
PLANTA ELÉTR
ICO
MEZAN
INO
APÊNDICE IV
Este projeto elétrico proposto com iluminação natural integrada a artificial
foi desenvolvido pela autora deste trabalho. Para obtenção do projeto em melhor
resolução, favor entrar em contato a autora Taise Fernanda Okubara pelo e-mail
[email protected] ou com a orientadora Stella Maris da Cruz Bezerra pelo e-mail
Neste anexo constam as fichas técnicas da luminária eficiente e do
dimerizador especificados no projeto elétrico proposto apresentado no apêndice IV.
Especificação: Luminária pendente com barras de LED 80W e emissão de luz na cor branco neutro 4000K (±200). Corpo e aletas em chapa de aço tratada com acabamento em pintura eletrostática na cor branca. Refletor em alumínio anodizado de alto brilho e facho médio. Alojamento do driver no próprio corpo e instalação em perfilado através de duas suspensões tipo gancho I-45 (não inclusos). 3 Drivers 700mA 220V(necessita 3 drivers).
Control characteristics LuxSensecompensatesapproximatelyfor50%oftheaddedlight(simulatedandmeasuredwithafluorescentlightsource).Seegraphbelow.Incaseofanaturallightsource,thecompensationishigherthan50%.