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ÁGUA SOB MEDIDA 1 1. TÍTULO DO PROJETO “ÁGUA SOB MEDIDA”. 2. DESCRIÇÃO DO PROJETO Este projeto propõe o uso racional da água através de ações integradas que contemplam o uso de alternativas economizadoras de água potável, buscando minimizar o consumo e o desperdício nos prédios da PMSP e em novos empreendimentos, campanhas de conscientização e treinamentos visando o melhor aproveitamento deste recurso, assim como os meios adequados de monitoramento que mensurem a efetiva adesão à idéia do projeto. Sua abrangência, numa primeira etapa, considerará as novas obras a serem construídas pela municipalidade e, posteriormente, as novas edificações no âmbito do Município de São Paulo, de modo a beneficiar toda a sua população. 3. ANÁLISE DE CONTEXTO E JUSTIFICATIVAS Fatores internos Forças – Economia para os cofres públicos e imagem positiva da PMSP servindo de exemplo para o engajamento de outros interessados; sustentabilidade; forte apelo ecológico; melhoria na qualidade de vida dos munícipes (menor desabastecimento). Fraquezas – Baixo comprometimento da população com o tema sustentabilidade; falta da manutenção das campanhas de conscientização propostas.
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Projeto 21 Doc

Jun 05, 2015

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ÁGUA SOB MEDIDA

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1. TÍTULO DO PROJETO

“ÁGUA SOB MEDIDA”.

2. DESCRIÇÃO DO PROJETO

Este projeto propõe o uso racional da água através de ações integradas que

contemplam o uso de alternativas economizadoras de água potável, buscando

minimizar o consumo e o desperdício nos prédios da PMSP e em novos

empreendimentos, campanhas de conscientização e treinamentos visando o melhor

aproveitamento deste recurso, assim como os meios adequados de monitoramento que

mensurem a efetiva adesão à idéia do projeto.

Sua abrangência, numa primeira etapa, considerará as novas obras a serem

construídas pela municipalidade e, posteriormente, as novas edificações no âmbito do

Município de São Paulo, de modo a beneficiar toda a sua população.

3. ANÁLISE DE CONTEXTO E JUSTIFICATIVAS

Fatores internos

Forças – Economia para os cofres públicos e imagem positiva da PMSP servindo de

exemplo para o engajamento de outros interessados; sustentabilidade; forte apelo

ecológico; melhoria na qualidade de vida dos munícipes (menor desabastecimento).

Fraquezas – Baixo comprometimento da população com o tema sustentabilidade; falta

da manutenção das campanhas de conscientização propostas.

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Fatores externos

Oportunidades – A implementação das ações gerará uma economia que poderá ser

destinada a outras ações do Poder Público em prol da população; ganho de imagem da

PMSP a partir dos impactos ecológicos internos e externos gerados pelas ações;

Ameaças – Perda do foco no assunto, gerando baixa efetividade das ações propostas;

baixo engajamento de qualquer um dos envolvidos.

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4. ÁRVORE DE PROBLEMAS

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4.1 ÁRVORE DE OBJETIVOS

5. SELEÇÃO DO PROJETO

Para a redução do desperdício de água em edifícios públicos e novos

empreendimentos, poderão ser adotadas as seguintes medidas:

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5.1. Ações Econômicas

Incentivos e desincentivos econômicos. Os primeiros podem ser oferecidos por meio

de subsídios para a aquisição de sistemas e componentes economizadores de água e

de redução de tarifas. Já os desincentivos podem ocorrer com a elevação das tarifas de

água;

5.2. Ações Sociais

Campanhas educativas e de conscientização dos servidores, visando a

conscientização do consumo por meio da adequação de procedimentos relativos ao uso

da água e da mudança de comportamento de cada indivíduo;

5.3. Ações Tecnológicas

Substituição de sistemas e componentes convencionais por dispositivos

economizadores de água, implantação de sistemas de medição setorizada, detecção e

correção de vazamentos, reaproveitamento e reciclagem de água servida.

6. DETALHAMENTO DO PROJETO

6.1. Conscientização no uso racional da água

Segundo a Organização Mundial de Saúde, no Brasil, morrem atualmente 29

pessoas/dia por doenças decorrentes da qualidade da água e do não tratamento de

esgotos e estima-se que cerca de 70% dos leitos dos hospitais estão ocupados por

pessoas que contraíram doenças transmitidas pela água.

A superfície de nosso planeta é constituída por apenas 30% de terra firme, os 70%

restantes são de água, mas nem toda essa água está disponível para uso humano,

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97,5% são águas salgadas e apenas 2,5% são doces. Destes, apenas 0,3% são águas

doces superficiais, sendo que um pouco mais da metade está disponível nos lagos e

nos rios. Nosso corpo também é, em sua maior parte, constituído por água e por isso

nossa vida depende diretamente dela.

A água, como todos sabemos, é um elemento essencial para que a vida exista na Terra.

Nenhum ser, animal ou vegetal sobrevive sem ela. Mas esse não é seu único papel na

natureza. Como agente intempérico ela molda rochas, modifica paisagens, forma rios,

mares e lagos. Sem sua ação intempérica não teríamos o solo que nos dá alimento e é

sustentação de grande parte da vida vegetal existente.

No ambiente urbano a água tem um papel fundamental, podendo ser fonte de vida ao

saciar nossa sede e ajudar em nossa higiene, ou fonte de graves doenças, quando é

poluída por nossos próprios dejetos, transformando-se em um veículo para micro e

macro organismos maléficos.

Ela também é essencial para regular o clima da cidade, pois, como tem capacidade de

armazenar calor, pode colaborar com o arrefecimento do ambiente. Em cidades onde a

água e a vegetação aparecem com menor freqüência, o micro clima urbano pode variar

em até 9ºC a mais do que em ambientes naturais.

A chuva faz parte do ciclo da água, e é graças a ela que muitos de nossos mananciais

se mantêm abastecidos, que nossas lavouras continuam produzindo alimentos para

nossa mesa, porém, ao encontrar o solo impermeabilizado da cidade, o que é uma

dádiva para a agricultura, pode se tornar um pesadelo para muitos.

Nos últimos 50 anos a população mundial passou de 2,5 bilhões de pessoas para 6,1

bilhões. Estima-se que até 2050 nosso planeta tenha entre 9 e 11 bilhões de habitantes.

Com este crescimento populacional, cresce também a demanda por alimentos, por

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energia, água e recursos minerais, aumentando também a poluição e a degradação

ambiental.

A vida começou com a água e a falta dela pode nos extinguir. Segundo a ONU, até

2025, dois bilhões e setecentos milhões de pessoas vão sofrer severamente com a falta

de água. O homem é o grande consumidor de água doce, em média são utilizados 200

litros de água/dia/pessoa, em números aproximados.

Sabe-se que o consumo de uma família na cidade é seis vezes maior que de outra

família no campo, porém, o consumo de água na agricultura é responsável por 70% do

total mundial. Uma descarga sanitária equivale a doze litros, e para se lavar uma

quantidade de roupas na máquina, o consumo aproximado é de 120 litros. Um quilo de

carne corresponde a 18.000 litros de água que foram fornecidos direta ou indiretamente

ao animal que lhe deu origem, até a carne estar pronta para o consumo.

Sabemos que a água é um recurso precioso e fundamental para existência do homem e

do planeta. Sabemos também que o custo para recuperá-la após a ação do homem é

excessivamente alto.

Concluir que economizar água nos dias de hoje é prioridade talvez já não seja

suficiente. Temos que, além de usar racionalmente esse recurso, facilitar sua

renovação natural, retroalimentando o sistema e nossas ações não devem objetivar

apenas o costume ou a forma como lidamos com a água. Fatores como economia e uso

consciente, hoje necessariamente, dividem importância com sustentabilidade dos

lençóis freáticos, contaminação dos subterrâneos, impermeabilização do solo, entre

outros.

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O poder público deve dar o exemplo. “Se os prédios públicos, as escolas e hospitais

adotassem medidas racionalizadoras, seria, além de um belo exemplo para a

sociedade, uma economia gigantesca no gasto da água”.

Com o dinheiro economizado, o poder público poderia investir em campanhas de

conscientização através de ações educativas junto à comunidade, em escolas,

associações de bairro, órgãos públicos, entre outros, esclarecendo sobre as maneiras

de evitar o desperdício, as formas e as novas tecnologias para economizar e as fontes

alternativas para a captação de água, bem como a diferenciação de seus usos, ou seja:

para algumas atividades não haveria a necessidade de utilização de água tratada.

As ações deveriam começar nas escolas, fazendo parte não só da disciplina de

geografia ou ciências, mas sim transformando a sustentabilidade efetivamente em uma

área de conhecimento, com conteúdo individualizado para maior alcance na formação

básica do cidadão, estendendo-se a todas as organizações da comunidade, como

associações de moradores, condomínios e os meios de comunicação locais, entre

outros.

Alguns exemplos bem-sucedidos indicam a imediata necessidade da implantação de

medidas economizadoras de água ou de seu uso racional, a saber:

México

Em 1991, o governo mexicano criou o "reposition cost", substituindo três milhões e meio

de válvulas por vasos sanitários com caixa acoplada de 6 litros de descarga, obtendo

uma redução de consumo de 5 mil litros de água por segundo. "Reposition cost" era o

preço que cada proprietário de edificação, dos mais variados usos, havia pago pela

reposição das bacias, as quais eram trocadas em locais autorizados, de modo que a

bacia antiga fosse devolvida ao governo.

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Nova York

Conseguiu instalar mais de um milhão de bacias sanitárias economizadoras, entre 1994

e 1996. A prefeitura reembolsava as despesas dos moradores e empresários locais

com a troca de bacias. A iniciativa poupou 216 milhões de litros de água por dia e o

investimento se pagou em quatro meses.

Los Angeles

O governo da Califórnia ofereceu redução de impostos para toda a troca de bacias com

consumo superior a 6 litros. Também utilizou uma intensiva campanha publicitária nos

meios de comunicação, mostrando as vantagens e a economia provenientes da troca

de bacias.

Japão

Lá foram mudadas as regras da construção civil e os condomínios, hotéis e hospitais

passaram a ser construídos com sistemas particulares de reaproveitamento de águas

servidas. Neste caso, a água que sai pelo ralo do box ou da banheira, segue por canos

independentes até um pequeno reservatório que abastece os vasos sanitários da

edificação. Só então vira esgoto que, em algumas cidades, é tratado e reutilizado em

processos industriais.

Campanhas de conscientização para o tema são freqüentes e não podem esmorecer. A

sustentabilidade já freqüenta o cotidiano da população, faltando transformar essa

consciência em ações.

Por falta de prioridade ou pouca relevância junto à população, os exemplos abaixo

produzem baixa efetividade nas ações individuais e devem ser reforçados

intensivamente para produzirem melhores efeitos:

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• Tome banho rápido! Um banho demorado chega a gastar de 95 a 180 litros de

água limpa. Banhos de, no máximo, 5 a 15 minutos economizam água e energia

elétrica;

• Escovando os dentes com a torneira aberta, você gasta até 25 litros. O certo é

primeiro escovar e depois abrir a torneira, apenas o suficiente para encher um

copo com a quantidade necessária para o enxágüe;

• Ao deixar a torneira aberta, você pode estar gastando de 12 a 20 litros de água

por minuto. Se deixar pingando, são desperdiçados 46 litros por dia – o que

equivale ao consumo médio por pessoa por dia na África. Fique de olho e feche

a torneira!

• Água mineral em garrafa em sua casa, de preferência só de garrafão! As

garrafas menores, descartáveis, além de poluir o ambiente acabam saindo bem

mais caras;

• Na cozinha, não lave os alimentos ou pratos com a torneira aberta, utilize sempre

um recipiente. Ao terminar, esta água pode ser aproveitada para regar as plantas.

Não despeje óleo usado na pia ou vaso sanitário, ele flutuará sobre a água e é

muito difícil de eliminar;

• Aperte a descarga apenas o tempo necessário. Uma válvula de vaso sanitário no

Brasil chega a utilizar 20 litros de água em um único aperto! Não jogue lixo no

vaso sanitário. Hoje existem vasos sanitários com descargas que utilizam menos

água ou que têm duas opções da quantidade de água a ser despejada;

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• Ao lavar louças, panelas e talheres com a torneira aberta o tempo todo você

acaba desperdiçando até 105 litros de água. É melhor primeiro passar a esponja

e ensaboar e depois enxaguar tudo de uma só vez. Se você tiver lava-louças,

use-a apenas quando estiver cheia;

• Ao lavar roupas, apenas use a máquina de lavar quando ela estiver bem cheia;

• Mangueira ou vassoura? Ao lavar a calçada, muitas pessoas utilizam a

mangueira como se fosse vassoura. O certo é utilizar uma vassoura de verdade!

Depois, se quiser, jogue um balde d’água, mas não deixe a mangueira aberta o

tempo todo gastando até 300 litros de água;

• Lavar o automóvel com a mangueira pode gastar 560 litros em 30 minutos. Lavar

apenas quando for realmente preciso, usando um balde, representaria uma

economia de 520 litros;

• Vazamento? Feche o registro e todas as torneiras (internas e externas) e

observe se o hidrômetro continua movimentando os ponteiros. Em caso positivo,

deve existir um vazamento. Repare imediatamente: 10 gotas de água por minuto

desperdiçam 2 mil litros de água por ano;

• A rega de plantas envolve um gasto médio de 186 litros em 30 minutos.

Armazene a água da chuva para molhar suas plantas e regue, apenas quando

necessário, usando um esguicho tipo "revólver", que libera a água só quando

acionado. Regue sempre de manhã cedo, evitando que a água evapore com o

calor do dia;

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• Cuidando do jardim: É possível ter um jardim bonito e bem cuidado sem

desperdiçar água. Antes de ligar as torneiras, consulte a meteorologia; caso

tenha previsão de chuva, não é necessário irrigar os jardins ou as plantas na sua

varanda!

• Ao limpar o aquário, aproveite a água para regar as plantas. Esta água está

enriquecida com nitrogênio e fósforo, e as plantas vão adorar!

Outra informação, embora não se trate diretamente de 'economizar água':

Não sujar a água desnecessariamente também é muito importante. O descarte de

materiais contaminantes na rede de esgotos é altamente prejudicial à manutenção da

qualidade da água. UM LITRO DE ÓLEO CONTAMINA CERCA DE 1 MILHÃO DE

LITROS DE ÁGUA , o equivalente ao consumo de uma pessoa no período de 14 anos!

Este é um dos maiores erros que podemos cometer. Por que fazemos isto? Porque

ninguém nos diz como fazer, ou não nos informamos. É mais fácil jogar fora;

O principal objetivo da ação de conscientização do projeto “Água Sob Medida” é o

melhor aproveitamento dos meios de comunicação já existentes, agregando a eles

mensagens educativas e informativas, como as exemplificadas acima, fazendo com que

o tema “uso racional da água” permaneça sempre em evidência.

No âmbito da Prefeitura do Município de São Paulo temos ferramentas eficientes e de

baixo custo para alcançar o munícipe na ação de conscientização. São elas:

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I.P.T.U.

Iniciar campanha dirigida ao munícipe, através do envio das parcelas do I.P.T.U com

mensagens alertando o contribuinte sobre o tema “uso racional da água” com ampla

gama de informações sobre o seu desperdício.

Exemplos de mensagens: Consumo de água no acionamento de descargas, torneira

aberta por hora, tempo de banho, vazamentos, escovação de dentes, lavar a louça etc.

Levar informações sobre as tecnologias disponíveis com os novos equipamentos

economizadores.

Essa campanha teria um grande alcance junto ao público alvo, estando diretamente

relacionada com o envio das parcelas do I.P.T.U. às residências do Município.

Funcionalismo Público

Levar informação ao funcionalismo municipal através do recibo de pagamento,

inserindo mensagens educativas, informativas e incentivadoras relativas ao tema “uso

racional da água”. Com esta ferramenta possibilita-se o alcance a 100% dos servidores

municipais, estimados atualmente em 150.000, além da Prefeitura oferecer um grande

exemplo para a população.

Portal da Prefeitura

Disponibilizar, através de link, ao visitante do Portal da Prefeitura na Internet um

conteúdo relacionado à água e à sustentabilidade. Dicas de economia de água, dados

sobre uso de dispositivos economizadores, entre outros assuntos ligados ao tema,

ficariam disponíveis ao visitante como um meio educador e multiplicador de informação.

Outra possibilidade é a ampliação de parcerias com empresas do segmento, entidades

educacionais e ONGs, de modo a expandir o conteúdo sobre o assunto.

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Prêmio Água Jovem

A ser aplicado nas EMEIs, CEIs e CEUs, com o propósito de inserir a criança como um

agente que possa influenciar, no mínimo, sua família, exercendo assim o papel de um

“mini fiscal” dos recursos hídricos. Esta ação poderia envolver parcerias não só com a

SABESP, mas com outras empresas interessadas no assunto.

Cursos On line

Capacitação dos servidores com aplicação de cursos à distância, com ênfase no uso

racional da água, vinculado a certificação do servidor ao sistema de pontuação ao seu

prontuário, o que contribuiria para o seu plano de carreira.

Proposta de Inovação na Grade Curricular

Incorporação do tema sustentabilidade (escassez da água, economia de energia, entre

outros) aos currículos escolares, onde disciplina seria introduzida à grade do Ensino

Fundamental.

6.2. Água de Reúso Reúso é uma espécie de reciclagem da água, sua utilização por mais uma vez, após

tratamento adequado. O reúso planejado faz parte de um programa global encabeçado

pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização Mundial da Saúde

(OMS). O programa almeja três importantes objetivos:

• Proteção da saúde pública;

• Manutenção da integridade dos ecossistemas;

• Uso sustentado da água.

A reutilização da água não é um conceito novo e tem sido praticado em todo o mundo

há muitos anos. Existem relatos de sua prática na Grécia Antiga, com a disposição de

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esgotos e sua utilização na irrigação. No entanto, a demanda crescente por água tem

feito do reúso planejado da água um tema atual e de grande importância.

A economia do país também é afetada por este assunto, uma vez que a escassez de

água como matéria-prima em processos produtivos e as crescentes exigências em

relação à quantidade e qualidade dos efluentes, visando preservar o meio ambiente,

vêm aumentando significativamente os custos de produção, tanto no seu suprimento

como no seu descarte.

A água de reúso é produzida dentro das Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) e

pode ser utilizada na geração de energia, refrigeração de equipamentos, processos

industriais, entre outras finalidades não-potáveis. Atualmente a SABESP produz

mensalmente cerca de 780 milhões de litros deste tipo de água.

É importante frisar que o nível de qualidade da água de reúso produzida pela SABESP

segue padrões internacionais no que se refere aos índices de tratamento e controle.

Como exemplo, destacamos o Centro de Reservação de Água de Reúso no município

de São Caetano do Sul, com capacidade para 50 mil litros, abrigados em dois

reservatórios, cujo conteúdo é analisado quatro vezes por dia.

Seis prefeituras da Região Metropolitana de São Paulo (São Paulo, Barueri, São

Caetano do Sul, Carapicuíba, Diadema e Santo André) já adquirem o produto, que é

aplicado na limpeza pública. Isso quer dizer que, ao invés de utilizar água potável para

lavar as ruas que abrigam feiras livres, caminhões devidamente preparados seguem até

as ETEs de Barueri, Parque Novo Mundo e São Miguel Paulista para se abastecerem

da água de reúso. Atualmente, são consumidos para esta finalidade cerca de 34

milhões de litros de água todos os meses. (Obs.:Vale lembrar que as refinarias e

petroquímicas já investem para transformar seus efluentes em água de reúso.)

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No quesito “usos urbanos não-potáveis”, a idéia é expandir a utilização da água de

reúso na PMSP para outras aplicações, tais como:

• Irrigação paisagística;

• Combate ao fogo;

• Descargas de vasos sanitários;

• Lavagem de veículos;

• Lavagem de áreas públicas, pátios etc;

• Desobstrução de galerias e bocas de lobo.

Seguindo esta diretriz, o projeto “Água Sob Medida” propõe as seguintes ações:

• Tornar obrigatória para as novas obras da Prefeitura a instalação de

reservatórios exclusivos, assim como toda a infraestrutura de tubulações

necessária à utilização deste recurso. Nesta hipótese, além de todas as

descargas dos sanitários serem servidas com a água de reúso, haveria a

instalação de torneiras (devidamente sinalizadas) espalhadas em pontos

estratégicos do terreno para serem utilizadas na lavagem das áreas externas e

rega das áreas verdes da unidade;

• Normativa estabelecendo que 100% dos serviços públicos envolvendo a rega de

praças, jardins e áreas verdes da cidade; desobstruções de galerias e bocas de

lobo e lavagem de fachadas de prédios, monumentos e demais áreas públicas

sejam executados somente com água reciclada;

• Normativa estabelecendo que as unidades do Corpo de Bombeiros da cidade

utilizem apenas água reciclada em seus tanques e reservatórios.

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6.3. Bacias sanitárias economizam água e dinheiro

O uso racional de água vem sendo uma preocupação mundial, face a escassez do

produto, por questão ambientais e também com objetivo de redução de custos. A troca

de bacias sanitárias para seis litros é uma das medidas que podem redundar em

economia significativa sob as óticas ambientais e/ou financeiras.

Nos últimos anos a preocupação com uso racional da ganhou força, e não por acaso.

Para economizar este líquido cada vez mais precioso, é preciso uma ampla mudança

de comportamento e cultura. Desde o fechar a torneira enquanto se escova os dentes,

até o uso de equipamentos que consomem menos água. Diversos estudos apontam

para a falta de água em futuro próximo, situação diretamente relacionada ao uso

incorreto deste recurso.

Antigamente, as bacias sanitárias consumiam um volume mínimo de água de 15 litros,

e, recentemente, o montante foi reduzido para seis litros, a partir de uma norma da

Associação Brasileira das Normas Técnicas (ABNT). Associado a isso, vieram as

caixas acopladas em substituição à válvula hidra, que era grande consumidora e a

grande vilã.

Tendência Mundial

Com o estabelecimento destas metas e certos desta economia, os fabricantes de

equipamentos hidrossanitários passaram a produzir seus componentes adequando-se a

estas novas normas. Assim, vem crescendo substancialmente o uso de dispositivos de

descarga para bacias sanitárias, de volume definido, denominado de caixa de

descarga, que podem ser externa (acoplada à bacia sanitária) ou embutida na parede

(junto e acima da bacia sanitária). Os dispositivos mais usados no Brasil são as caixas

externas acopladas, talvez por desconhecimento de outras opções, contrariando uma

tendência já consagrada em países mais desenvolvidos.

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Contudo vem aumentando progressivamente a procura por caixas de descarga

embutidas na parede, por apresentarem diferenciais em relação às caixas externas

acopladas sobre a bacia sanitária, principalmente por proporcionar maior energia

hidrodinâmica - situam-se acima do colarinho de descarga da bacia sanitária,

garantindo um melhor araste dos dejetos. Por estarem embutidas na parede de

alvenaria, não acarretam aumento da área construída do banheiro , necessária para

acomodar a caixa externa, e também propiciam maior facilidade de higienização do

local e oferecem melhor proteção contra vandalismo .

Fazendo um breve estudo de caso, comparando-se válvulas de parede e descarga de

litros, temos:

1. Em uma residência com 4 (quatro) pessoas, podemos pressupor que a

descarga sanitária é acionada em média 16 vezes ao dia. O acionamento de

16 descargas de 30 litros pelo sistema de válvula antigo, equivalem a um gasto

de água de 480 l/dia ou 14.400 l/mês ou 14,4 m³ x R$ 4,26 (valor cobrado pela

Sabesp pelo m³) = R$ 61,34 de gasto com água ao mês com descarga;

2. Fazendo a mesma conta a partir da utilização de uma descarga de 6

(seis) litros, teremos um gasto de 96 l/dia e 2.880 l/mês ou 2,88 m³ , 2,88

m³ x R$ 4,26 (valor cobrado pela Sabesp pelo m³) = R$ 12,27 de gasto com a

mesma água;

3. Portanto uma economia de (R$ 61,34 – R$ 12,27) R$ 49,08 na conta de água,

ou seja, a aquisição de uma bacia com caixa acoplada se pagaria em dois

meses, para os modelos mais populares, sem se levar em conta o valor

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inestimável do ganho ecológico, uma vez que, neste exemplo, haveria uma

economia real de 80 % no consumo;

Cronologia de implantação na Cidade de São Paulo

Implementos: Caixas externas acopladas sobre a bacia sanitária;

Caixas de descarga embutidas na parede;

Válvula de descarga com duplo acionamento.

A) Decorridos 02 (dois) anos da promulgação da lei, para liberação do habite-se,

será exigido qualquer um dos implementos para os imóveis que tenham 1 (um)

banheiro;

B) Decorridos 03 (três) anos da promulgação da lei, para liberação do habite-se,

será exigido qualquer um dos implementos para os imóveis que tenham até 2 (dois)

banheiros;

C) Decorridos 04 (quatro) anos da promulgação da lei, para liberação do habite-se,

será exigido qualquer um dos implementos para os imóveis que tenham até 3 (três)

banheiros;

D) Decorridos 05 (cinco) anos da promulgação da lei, para liberação do habite-se,

será exigido qualquer um dos implementos para os imóveis que tenham 4 (quatro) ou

mais banheiros;

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E) Decorridos 05 (cinco) anos da promulgação da lei, será proibida a produção/

comercialização de válvulas e/ou descargas que não contemplem a economia de água.

7. CRONOGRAMA EXECUTIVO

(Vide planilha anexa.)

8. RECURSOS NECESSÁRIOS

(Vide planilha anexa.)

9. FONTES DE FINANCIAMENTO

Recursos próprios, Termos de Cooperação e parcerias.

10. STAKEHOLDERS (PARTES INTERESSADAS)

Para Atkinson (2008), os stakeholders são os indivíduos, grupos de indivíduos e

instituições que definem o sucesso da empresa ou afetam sua habilidade em definir e

administrar suas relações com cada um de seus grupos de stakeholders principais.

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GovernoGoverno

ParceriasParcerias

Servidores

Servidores

FornecedoresFornecedoresComunidadesComunidades

CidadãoCidadão

Emprego, Remuneração, Crescimento

Relações comerciais,

Lucros

Interesses

Prazo, Custo e Qualidade

Impostos, Investimentos,

Políticas

Know-how

Patrocínio

Zelo com Meio

Ambiente

Envolvidos no Projeto

Stakeholders - Partes Interessadas

Interesses

Servidores

Salários competitivos e benefícios,

ambientes de trabalho que alcancem as

expectativas, segurança econômica e

tratamento próprio.

Administração Pública

Cumprimento da legislação. Acidentes

e denúncias. Consumo de recursos.

Evidência de que a empresa cumpre

seus compromissos ambientais.

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Fornecedores

Divulgação, com a devida antecipação,

de decisões internas que poderão

afetar os fornecedores, clientes ou o

público em geral.

Comunidade

Riscos de saúde. Ruídos. Odores.

Resíduos expelidos no solo, água e ar.

Conhecimento da atividade da

empresa. Riscos de acidente.

Parcerias

Patrocínio, know-how, informação

ambiental no âmbito local. Impacto nos

ecossistemas. Impactos ambientais do

produto ou serviço.

Cidadão

Implantação de um serviço 0800 e de

um portal na Internet para

esclarecimentos de dúvidas ou para

comunicações urgentes, 24 horas por

dia.

A preocupação com o meio ambiente tornou-se uma questão que exige estrutura e bom

censo das empresas e da Administração Pública nas diversas esferas, principalmente

das empresas que apresentam impacto ambiental, tal como a escassez de água. A

globalização e as novas exigências acerca de regulamentação, sustentabilidade

ambiental, a evidenciação de informações ambientais e até mesmo as informações

disponibilizadas aos seus stakeholders, ressaltam a importância do meio ambiente

atualmente.

11. MONITORAMENTO DO PROJETO

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O constante monitoramento permite a prevenção ou mesmo minimização dos impactos,

tais como:

• Reuniões mensais com os interessados;

• Pesquisa de clima para identificar a participação dos servidores na

conscientização do uso racional da água;

• Controle diário nas estações de tratamento de água. Serão coletadas amostras e

analisados diversos parâmetros físicos, químicos e biológicos;

• Dados estatísticos;

• Relatórios gerenciais;

• Processos de fiscalização;

• Sistemas informatizados de acompanhamento online, via Web, (Telemedição);

• Denúncias.

11.1 Indicadores

11.1.1 Água de Reúso

• Acompanhamento das contas mensais de água com o propósito de identificar os

impactos efetivos no consumo de água tratada;

• Monitoramento junto à Sabesp dos volumes de água de reúso adquiridos

periodicamente pela PMSP;

• Acompanhamento online dos consumos das unidades da Prefeitura, via Internet,

a partir do Sistema de Telemedição, implantado pela Sabesp;

• Identificação da relação com os novos projetos a serem desenvolvidos ao longo

de 2010, verificando se consideram a utilização de reservatórios de água de

reúso, assim como as respectivas tubulações conectadas aos banheiros.

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ÁGUA SOB MEDIDA

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11.1.2 Campanhas de Conscientização

• Monitoramento da emissão/postagem dos carnês de IPTU aos munícipes;

• Acompanhamento da emissão dos recibos de pagamento dos servidores;

• Contador do número de acessos/visitas ao link Sustentabilidade, no Portal da

Prefeitura;

• Relatórios e certificados de conclusão fornecidos pela instituição, para o curso de

capacitação dos servidores;

• Prêmio Água Jovem – número de inscrições voluntárias e percentual de redução

no consumo de água da residência dos participantes;

11.1.3 Dispositivos Economizadores

• Monitoramento da conta de água das unidades que implantaram tais recursos;

• Acompanhamento da quantidade de unidades que adeptas ao projeto;

• Verificação da quantidade de habite-se expedidos em conformidade com a

norma;