UniCEUB – Centro Universitário de Brasília Programa de Iniciação Científica Relatório Final Projeto: Arquitetura Sustentável - teoria e prática Avaliação de concursos públicos nacionais de projeto – 2000 a 2005 Aluna-pesquisadora: Renata Fernandes de Araujo Estudante – Pesquisadora PIC - Arquitetura e Urbanismo – UNICEUB Professor-pesquisador: Fabiano José Arcádio Sobreira Arquiteto e urbanista, PhD Professor e Pesquisador – Departamento de Arquitetura e Urbanismo - UNICEUB Brasília, Agosto de 2008
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Programa de Iniciação Científica · de idéias, debates, conceitos e propostas sobre a arquitetura contemporânea (materializada ou não) e suas possibilidades de intervenção
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UniCEUB – Centro Universitário de Brasília
Programa de Iniciação Científica
Relatório Final
Projeto:
Arquitetura Sustentável - teoria e prática
Avaliação de concursos públicos nacionais de projeto – 2000 a 2005
Aluna-pesquisadora:
Renata Fernandes de Araujo
Estudante – Pesquisadora PIC - Arquitetura e Urbanismo – UNICEUB
Professor-pesquisador:
Fabiano José Arcádio Sobreira
Arquiteto e urbanista, PhD
Professor e Pesquisador – Departamento de Arquitetura e Urbanismo - UNICEUB
Brasília, Agosto de 2008
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Resumo
As idéias de sustentabilidade e da minimização do impacto ambiental têm
ocupado um espaço crescente no cenário e na agenda da arquitetura
contemporânea. Diante dessa “onda verde”, entende-se que a investigação científica
e a análise crítica sobre o exercício projetual são fundamentais para entender como
a arquitetura tem, de fato, incorporado tais conceitos em sua prática e podem ajudar
na construção de novos enfoques pedagógicos e técnicos para o ensino e a
produção arquitetônica. Ao mesmo tempo, em se tratando de prática projetual,
acredita-se que os concursos de projeto se apresentam como um potencial acervo
de idéias, debates, conceitos e propostas sobre a arquitetura contemporânea
(materializada ou não) e suas possibilidades de intervenção sobre o ambiente
construído. É nesse contexto que apresentamos a pesquisa “Arquitetura
Sustentável - teoria e prática - avaliação de concursos públicos nacionais de
projeto”, que estuda os concursos de projeto sob a ótica da sustentabilidade,
avaliando a aplicabilidade do tema na prática projetual. Mesmo diante da usual
subjetividade e da diversidade de enfoques relacionados ao tema, resultados
preliminares indicam que os editais dos concursos de projeto nacionais têm
incorporado ao longo dos últimos anos, em suas diretrizes projetuais, diversos
conceitos que estão relacionados à idéia de desenvolvimento sustentável no
ambiente construído e à minimização do impacto ambiental. A pesquisa está dividida
em dois subprojetos, com recortes temporais distintos1, porém agrupados em torno
de fundamentações teóricas e de procedimentos metodológicos comuns:
Subprojeto 01 – Aluna: Renata Fernandes de Araújo
Recorte Temporal: 2000 a 2005
Subprojeto 02 – Aluna: Graciella Martins Santos
Recorte Temporal: 2006 e 2007
Este relatório final se refere ao subprojeto 02, da aluna Graciella Martins.
1 Os recortes temporais foram ajustados em função dos dados catalogados e da necessidade de distribuição equilibrada dos objetos de análise entre os dois subprojetos.
3. Resultado da análise e interpretação dos dados 18
4. Conclusões 25
5. Plano de trabalho 26
6. Referências Bibliográficas 29
4
Anexos:
Anexo I
Dados Gerais 36
Anexo II
Premiação 37
Anexo III
Bases 39
Anexo IV
Diretrizes Projetuais 40
Anexo V
Tabela Dados Gerais Concursos 2000 a 2005 41
Anexo VI
Tabela Diretrizes Projetuais Concursos 42
Anexo VII
Tabela Diretriz A Sócio - Cultural 43
Anexo VIII
Tabela Diretriz B Tecnologia e Racionalidade 44
Anexo IX
Tabela Diretriz C Redução de Impacto Ambiental 45
Anexo X
Tabela Diretriz e Intersecção 45
Anexo XI
Tabela Diretrizes Sustentáveis Premiados 47
5
Anexo XII
Tabela Estudo de Caso Premiados 48
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1.1 Tema
Arquitetura Sustentável - teoria e prática
Avaliação de concursos públicos nacionais de projeto
1.2 Objetivo Geral
Estabelecer um quadro analítico-comparativo sobre a produção
contemporânea da arquitetura brasileira resultante de concursos e sua relação com
o tema sustentabilidade.
1.3 Objetivos Específicos
- Avaliar e revisar os princípios e conceitos da sustentabilidade aplicados à
arquitetura;
- Avaliar a existência (ou não) de princípios dedicados à sustentabilidade em
editais e termos de referência de concursos públicos de projeto;
- Avaliar a aplicação (ou não) desses princípios entre os projetos premiados;
1.4 Justificativa
A preocupação com a sustentabilidade está presente em todas as formas de
produção e consumo. No caso da produção do espaço não é diferente. A
sustentabilidade urbana depende de ações em várias escalas e no caso das
edificações, em particular, é preciso incorporar seus conceitos, princípios e diretrizes
ainda na fase de projetos. De acordo com o relatório do UNEP (United Nations
Environment Programme), publicado em março de 2007, uma boa arquitetura e a
economia de energia em prédios poderiam fazer mais pelo combate ao aquecimento
global do que todas as restrições de emissão de gases de efeito estufa definidas no
Protocolo de Kyoto. Ainda de acordo com o relatório, “o uso mais eficiente de
concreto, metais e madeira na construção e um menor consumo de energia em itens
como ar-condicionado e iluminação em casas e escritórios poderiam economizar
bilhões de dólares em um setor responsável por de 30% a 40% do consumo mundial
de energia”. Em resumo, decisões corretas na fase projetual podem resultar em
7
edificações com menor impacto ambiental e conseqüentemente maior
sustentabilidade.
No que se refere ao exercício projetual, um dos principais e mais
democráticos meios de promoção da arquitetura, em especial no que se refere a
edificações de uso público e institucional, tem sido a promoção de concursos
públicos de projeto.
A legislação federal (Lei 8666/1993) define o concurso como uma das
modalidades de licitação publica (art. 22, IV), e a forma preferencial para a
contratação de projetos de arquitetura pela administração pública. Na mesma Lei é
definido que o “projeto básico”, elemento essencial para a contratação de serviços
de engenharia, deve assegurar a viabilidade técnica e o adequado tratamento do
impacto ambiental (Art. 6º, IX), o que demonstra a consciência pública sobre o papel
e a importância da arquitetura na construção de cidades mais sustentáveis.
Ao mesmo tempo, observa-se que o aparente modismo em torno do tema; a
diversidade de conceitos e interpretações correntes; assim como a carência e
dispersão de estudos científicos apropriados na arquitetura; são aspectos que têm
contribuído para a difusão de conceitos equivocados, assim como técnicas e
soluções questionáveis. Por um lado, a importação e a propagação de “selos
verdes” e de “materiais ecológicos” têm ignorado as especificidades geográficas e
sociais. Por outro, o extremismo de alguns “princípios filosóficos em prol de
comunidades auto-sustentáveis” impede apropriações mais realísticas e adequadas
do tema na arquitetura (e conseqüentemente na cidade) contemporânea. Entende-
se que a investigação científica sobre o exercício projetual é fundamental, em
especial para uma atividade que por vezes é equivocadamente classificada como
pertencente exclusivamente aos universos da criatividade e da inspiração, relegando
a parcela de investigação técnica e de procedimentos metodológicos em segundo
plano.
Enfim, como esse princípios e diretrizes têm se estabelecido nos editais e
termos de referências dos concursos? Como têm se materializado nos projetos? De
que forma os arquitetos dos novos edifícios institucionais estão aplicando (ou não)
esses conceitos na prática projetual? Os concursos públicos de projeto têm, de
alguma forma, contribuído para definir uma postura sustentável na arquitetura?
Essas são algumas questões básicas apresentadas por este projeto, que tem
como tema a arquitetura sustentável, como objeto de pesquisa os concursos
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nacionais de projeto de arquitetura e como recorte temporal preliminar o período
entre 2000 e 2003, avaliando a aplicabilidade do tema sustentabilidade na prática
projetual.
1.5 Revisão Bibliográfica/ Fundamentação Teórica
Sustentabilidade – Conceitos
Todas as definições utilizadas para conceituar sustentabilidade são passíveis
de controvérsias e equívocos. A presença constante e crescente do termo nos meios
de comunicação de massa e até mesmo nas publicações especializadas tem gerado
certa simplificação e redução, levando às vezes a interpretações errôneas. Nesta
pesquisa, o tema foi avaliado no âmbito geral e, posteriormente, de forma mais
específica, a fim de estabelecer uma compreensão mais clara e objetiva do objeto.
O termo sustentabilidade começou a ser cunhado nos anos 60 por estudiosos
e partidários que questionavam o modo de vida capitalista e extremamente
consumista da sociedade. Até então, a preocupação com o meio ambiente era uma
questão quase sempre associada a um movimento antagônico e de empecilho ao
progresso tão obviamente próspero para a época. As cidades européias, após a
Segunda Grande Guerra, foram, em parte, reconstruídas com base em modelos
urbanísticos modernistas poli-nucleados estabelecidos nos princípios da Carta de
Atenas2, e uma das conseqüências foi a dependência do homem ao meio de
transporte. Essa estrutura de urbanização se expandiu ao redor do mundo e passou
a ser questionada. Em meados dos anos 70, com maiores definições do panorama
urbanístico das cidades e dos modos de consumo da população, o meio ambiente
também sofreu mudanças para se adaptar, dando claros sinais de que algo estava
errado. A crise do petróleo, nesse mesmo período, foi um sinal de alerta
evidenciando a finitude dos recursos naturais (GAUZIN-MÜLLER, 2002).
2 A Carta de Atenas é o manifesto urbanístico resultante do IV Congresso Internacional de Arquitetura Moderna (CIAM),
realizado em Atenas em 1933. A Carta, que trata da chamada Cidade Funcional, prega a separação das áreas residenciais, de lazer e de trabalho, propondo, no lugar do caráter e da densidade das cidades tradicionais, uma cidade-jardim, na qual os edifícios se localizam em áreas verdes pouco densas. Tais preceitos influenciaram o desenvolvimento das cidades européias após a Segunda Guerra Mundial.
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A abordagem sobre a natureza, a utilização racional dos recursos naturais e
o impacto negativo causado pelo homem ao meio ambiente passaram a ser pauta
de discussões em encontros internacionais, ganhando força à medida que a própria
natureza “pedia socorro” e dava claros sinais de que uma atitude deveria ser
tomada. Acordos e elaborações de programas específicos foram definidos em
eventos internacionais, tais como a Eco 92 3 (no Rio de Janeiro) - Agenda 214,
Protocolo de Kyoto em 1997, Conferência de Haia em 2000, entre outros, que
obtiveram alguns resultados positivos e também, de certa forma, ajudaram a
conscientizar a opinião pública (ADAM, 2001). Dessa forma, o “desenvolvimento
sustentável” passou a ser descrito pela Comissão Mundial sobre o meio ambiente e
desenvolvimento como “aquele que atende às necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade de as futuras gerações atenderem às suas próprias
necessidades”. Dentro dessa visão, o termo sustentabilidade continua abrangente e
passível de diversas interpretações.
Os maiores geradores de impacto ambiental são as próprias cidades e suas
dicotomias. O homem, como ser modificador do espaço, procura refazê-lo para
atender a suas necessidades, sendo fundamental ressaltar que o ambiente
modificado também é parte integrante da natureza (OLIGAY, 2008). Como
conseqüência, nos deparamos com o primeiro grande equívoco: a cidade não seria
um organismo autônomo e independente capaz de se manter viva por meios
próprios, ela é a própria natureza modificada e, portanto, deveria ser tratada como
tal. A sustentabilidade, nestes termos, não tem uma relação exclusiva com a
preservação do meio ambiente e sim com a integração dos sistemas, com o
compromisso de tratá-los como elemento único, respeitando as limitações mútuas. A
idéia de segregação entre cidade e meio ambiente é tão inconcebível quanto a visão
de separação entre os elementos da própria cidade (IZARD, 1980)..Para que haja
um crescimento urbano consciente é necessário que toda a comunidade se
3 A ECO-92 é mais conhecida como a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), realizada em 1992 no Rio de Janeiro. O seu objetivo principal foi buscar meios de conciliar o desenvolvimento sócio-econômico com a conservação e proteção dos ecossistemas da Terra.
4 É um documento que estabeleceu a importância de cada país se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não-governamentais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas sócio-ambientais. Cada país desenvolve a sua Agenda 21 e no Brasil as discussões são coordenadas pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS).
10
beneficie das ações e não apenas alguns grupos privilegiados. Um desenvolvimento
sustentável não está apenas em ações sociais locais e específicas; a abordagem
deve ser global e, novamente, caímos em um engano: não é possível uma cidade
crescer sem o estabelecimento de parâmetros para minimizar as diferenças sociais.
Nações do primeiro mundo que já resolveram os problemas básicos de infra–
estrutura urbana estão tomando medidas locais relevantes com o intuito de
minimizar o impacto ao meio ambiente e apontam os países subdesenvolvidos e os
em desenvolvimento de não contribuírem devidamente, além de os
responsabilizarem, em parte, pelos diversos efeitos danosos à natureza (ROMERO,
2001). Essa análise é relevante sob a visão de que para se ter uma boa qualidade
de vida sem rever os conceitos de consumo do mundo atual é necessário que
alguém “pague o preço”. O fato é que o terceiro mundo sofre com a exploração de
seus recursos naturais e também com os diversos impasses políticos gerados pelos
países do primeiro mundo (COSTA, 2001).
Cidades Sustentáveis – Realidade ou Utopia?
Apesar dos esforços realizados ao redor do mundo no sentido de minimizar os
impactos causados ao meio ambiente, podemos afirmar que cidades sustentáveis
não existem na prática. Algumas cidades e bairros, principalmente na Europa, já
estabeleceram Agendas 21 locais com metas a serem alcançadas a longo prazo. O
discurso não ficou só nos documentos e o que podemos avaliar é que os objetivos
firmados, em grande parte, estão sendo alcançados e com resultados bastante
positivos. Cidades como Amsterdam, na Holanda; Helsinki, na Finlândia e Stuttgart,
na Alemanha; já vêm estabelecendo critérios políticos ambientais desde a década
de 1970. Os principais pontos que aproximam estas cidades na tentativa de alcançar
um desenvolvimento sustentável são programas com a finalidade de favorecer o
adensamento do tecido urbano, com a intenção de diminuir as distâncias entre as
localidades, evitando a setorização, além de políticas sociais fortes e atuantes,
incentivo à reciclagem e ao consumo consciente dos recursos naturais, diminuição
da emissão de gases poluentes (CO2) na atmosfera, incentivo ao uso de fontes de
energias renováveis e promoção de campanhas para obter o apoio da sociedade e
de empresas privadas (GAUZIN-MÜLLER, 2002). É verdade que nenhum desses
pontos citados foi aplicado nas cidades em grande escala e que o sucesso verificado
nos exemplos tiveram seus esforços diminuídos por serem cidades com um bom
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histórico de resolução de problemas relacionados à infra-estrutura urbana e razoável
planilha orçamentária, o que explica a dificuldade de se encontrar modelos similares
em países subdesenvolvidos. Contrariando a lógica referida acima, podemos citar a
cidade de Curitiba e alguns bairros no Rio de Janeiro que vêm conseguindo
estabelecer parâmetros significativos e bem adaptados à realidade regional em
busca de melhores condições sócio-ambientais (ROMERO, 2001). Portanto,
observamos que cidades sustentáveis não existem de fato, porém são parte de um
processo evolutivo da concretização de critérios de sustentabilidade que exijam o
reconhecimento de uma série de valores, atitudes e princípios, tanto nas esferas
públicas como privadas e individuais, ou seja, é uma grande ação em conjunto e
escala global (MASCARÓ, 1996; MARCUSE, 1998).
Construção Ecológica x Arquitetura sustentável: existe alguma diferença?
A construção ecológica, ou eco-arquitetura e arquitetura sustentável são
sinônimos, uma vez que o objetivo seria o mesmo: garantir um futuro mais saudável,
racional e de integração entre o ser humano e a natureza (GURFINKEL, 2006). Os
equívocos são inúmeros e, para algumas correntes, boa parte dos problemas
relacionados ao meio ambiente pode ser resolvida com a negação total ou parcial
dos métodos e materiais construtivos usados atualmente. É fato que um dos setores
que mais contribuem para a degradação ambiental é o da construção civil.
Entretanto, abrir mão de tantos estudos e benefícios trazidos pelas novas técnicas e
materiais de construção talvez seja algo prematuro. A permacultura, por exemplo,
prega o retorno ao uso de técnicas construtivas vernaculares, assim como materiais
extraídos de forma consciente da natureza e mudança radical dos modos de vida e
consumo. Várias comunidades vivem essa realidade, mas literalmente esse sistema
pode ser considerado mais como um estilo de vida, uma escolha particular a seguir,
visto que estamos em um mundo extremamente capitalista com uma cultura
baseada no descartável (NAKAMURA, 2006). Menos radicais, os auto-intitulados
“verdes”, ou Green Arquitecture, vêm ganhando grande destaque no cenário
internacional por trazerem em seu conceito a alta tecnologia para redução do
consumo de energia e soluções para geração e reaproveitamento de tudo que
consomem (GEROLLA, 2006). Construções como estas são bastante funcionais em
países de clima frio, por exemplo. Além do alto custo promovido por estes
empreendimentos e a grande especulação imobiliária gerada pelo “slogan” que
12
carregam, seus princípios podem servir como referências conceituais para
construções em todo o mundo. O que não deveria ocorrer é o seu reconhecimento
como modelo e sua produção em série sem a avaliação da realidade de cada região
(CORBELLA, 2003; CORBIOLI, 2006; GEROLLA, 2007; GONÇALVES, 2007). Para
a realização de um projeto de menor impacto ambiental deve-se, em primeiro lugar,
avaliar as condições naturais do local onde será construído. A avaliação da
topografia, da orientação solar, dos ventos e dos costumes de cada região são
métodos fundamentais para estabelecer as diretrizes de uma arquitetura menos
agressiva ao meio ambiente. Reaproveitar os materiais construtivos existentes,
releitura das técnicas de construção vernacular, e o uso racional da tecnologia
também fazem parte do processo. Dessa maneira, é possível obter construções com
excelentes níveis de conforto externo e interno e conseqüentemente com baixo
impacto ambiental, já que o segredo de uma arquitetura sustentável ou eco-
arquitetura não está nos elementos decorativos de altíssimo custo que são
freqüentemente agregados às fachadas de forma aleatória, e sim num projeto que
prioriza e respeita as regras naturais impostas pelo próprio terreno (FROTA, 2001;
onclusões parciais foram alcançadas ao longo dessa pesquisa e
deram base para fundamentar as conclusões finais. Os primeiros dados analisados
ao recorte temporal
bases de dados fundamentais para a posterior
seleção dos projetos destinados ao estudo de caso específico. Os dados referentes
ao período acima foram relacionados com o comportamento das diretrizes
uas relações com as
normas exigidas pelos seus respectivos editais, além da catalogação em formato de
se a tipologia do uso das edificações dos
dos no Brasil deste período (Tabela - Dados Gerais –
A maior freqüência de tipologia de uso ocorrida neste recorte é a de edifícios
Shopping; E: Aeroporto; F:
0 1
ES
SP
RN
PR
RS
SC
MG
Lo
cali
dad
e
Em relação a quantidade de concursos realizados nesse período, houve uma
tendência crescente no número de concursos
2005.
Dos concursos realizados no Brasil por l
estado do Rio Grande do Sul
concursos, seguidos pelo o
São Paulo e Espírito Santo
2005.
0
1
2
3
4
5
6
2001
Oco
rrên
cia
1 2 3 4
Ocorrência
Em relação a quantidade de concursos realizados nesse período, houve uma
tendência crescente no número de concursos realizados entre os anos de 2000 a
Freqüência de Concurso por Ano
Dos concursos realizados no Brasil por localidade podemos
do Rio Grande do Sul como a localidade em que houve maior número de
concursos, seguidos pelo o Estado de Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Norte,
Espírito Santo, tendência observada no recorte temporal entre 200
Concurso por Localidade
2002 2003 2004
Ano
20
5
Em relação a quantidade de concursos realizados nesse período, houve uma
realizados entre os anos de 2000 a
ocalidade podemos classificar o
em que houve maior número de
Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Norte,
, tendência observada no recorte temporal entre 2000 e
2005
21
3.2 Sustentabilidade em concursos
A abordagem do tema sustentabilidade em concursos públicos de projeto no
Brasil se apresenta de várias maneiras. Com relação a incorporação do tema nos
editais podemos perceber que ao longo dos anos houve uma tendência em exigir
dos participantes que adotem, na composição dos projetos, cada vez mais aspectos
relativos a sustentabilidade. Tais aspectos estão diretamente associados a
características sócio-culturais, tecnologia e racionalidade, e ambientais. Cada uma
destas características abre uma gama de diretrizes teoricamente capazes de
promover a criação de um projeto arquitetônico mais sustentável. De acordo com a
necessidade de cada projeto, os editais reúnem as diretrizes que cada participante
deve seguir. Segundo esse estudo, recorte temporal avaliado, foi observado que os
projetos vencedores dos concursos nem sempre apresentavam todas as diretrizes
exigidas em seus respectivos editais, permitindo a conclusão de que os primeiros
colocados dos concursos devem também se preocupar com as reais necessidades
de cada concurso.
3.2.1 Classificação das diretrizes
Com a finalidade de obter um panorama sobre os aspectos da
sustentabilidade nos projetos derivados de concursos públicos de projeto, foi
necessário estabelecer parâmetros para caracterizar o tema sustentabilidade.
Segundo o relatório de Brundtland,1987, para ser considerado sustentável uma ação
deve ter em vista quatro requisitos básicos: ser ecologicamente correto,
economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito. Dentro desta
visão, para fins de análise dos produtos, foram criados três grandes grupos: A -
Sócio cultural, B – Tecnologia e Racionalidade, C – Redução de Impacto Ambiental;
que podem destinguir de forma mais objetiva as principais diretrizes projetuais
abordadas nos editais e nos projetos vencedores dos concursos, e o grupo E,
representando a Intersecção do três grupos. (Tabela Diretrizes Projetuais Editais –
Anexo VIII).
Legenda - Diretrizes Projetuais: 1: Criatividade; 2: Funcionalidade; manutenção; 5: Contribuição tecnológica; racionalização no uso de recursos naturais; construtiva – exeqüibilidade; 12: Valorização arquitetônica e construtiva; sua relação com o entorno e/ou conjunto arquitetônico exist16: Preocupação com o mobiliário urbano; proteção permanente); 18: Flexibilidade materiais construtivos; 20: Rapidez construtiva; às características climáticas do local; Clareza na proposta; 25: Objetividade; contemporaneidade arquitetônica e 29:
3.2.2 Análise dos editais
Com relação ao grupo A
pela tabela 1 gerada que
abordou aspectos relativos a esse grupo, os demais
estabilidade em relação a essas diretrizes (Tabela Diretriz A Sócio
IX).
Com relação ao grupo B
equilíbrio em relação a sua abordagem nos editais. Em d
do concurso da sede do
apresentando maior quantidade de diretrizes (Tabela Diretriz B Tecnologia e
Racionalidade – Anexo X).
.
Funcionalidade; 3: Solução plástica - linguagem estética; 4: Economia na construção e baixo custo de Contribuição tecnológica; 6: Conforto ambiental; 7: Sustentabilidade; 8: Uso de sistemas eco
racionalização no uso de recursos naturais; 9: Acessibilidade universal; 10: Operacionalidade; Valorização arquitetônica e construtiva; 13: Viabilidade técnico-
sua relação com o entorno e/ou conjunto arquitetônico existente; 15: Durabilidade e facilidade na manutenção da edificação; Preocupação com o mobiliário urbano; 17: Considerações e soluções adequadas relativas à terrenos de APPs (Área de
Flexibilidade - adaptabilidade dos edifícios (interna e externamente); Rapidez construtiva; 21: Compatibilidade com o programa de necessidades do projeto;
às características climáticas do local; 23: Soluções que contemplem construções industrializadas e/ou préObjetividade; 26: Emprego adequado dos materiais; 27: Permeabilidade de fluxos;
29: Preocupação com a Legislação (normas urbanísticas e gabaritos).
3.2.2 Análise dos editais
Com relação ao grupo A – Sócio cultural e suas diretrizes, é possível notar
gerada que o edital do concurso da sede do CREA
abordou aspectos relativos a esse grupo, os demais editais mostram uma certa
estabilidade em relação a essas diretrizes (Tabela Diretriz A Sócio
Com relação ao grupo B – Tecnologia e Racionalidade e suas diretrizes, houve
equilíbrio em relação a sua abordagem nos editais. Em destaque, segue o memorial
sede do CREA-ES, Petrobrás-ES e Shopping
apresentando maior quantidade de diretrizes (Tabela Diretriz B Tecnologia e
Anexo X).
22
Economia na construção e baixo custo de Uso de sistemas eco-eficientes e
Operacionalidade; 11: Viabilidade técnico--construtiva; 14: Implantação e
Durabilidade e facilidade na manutenção da edificação; Considerações e soluções adequadas relativas à terrenos de APPs (Área de
interna e externamente); 19: Racionalização no uso de Compatibilidade com o programa de necessidades do projeto; 22: Respeito
es industrializadas e/ou pré-fabricadas; 24: Permeabilidade de fluxos; 28: Inovação e
abaritos).
Sócio cultural e suas diretrizes, é possível notar
CREA-ES é o que mais
editais mostram uma certa
estabilidade em relação a essas diretrizes (Tabela Diretriz A Sócio-Cultural – Anexo
Tecnologia e Racionalidade e suas diretrizes, houve
estaque, segue o memorial
e Shopping Unisinos - RS
apresentando maior quantidade de diretrizes (Tabela Diretriz B Tecnologia e
23
Com relação ao grupo C – Redução de Impacto Ambiental e suas diretrizes,
também é possível perceber equilíbrio, e os concursos referentes a Shopping
Unisinos-RG, PRR4-RS e sede do CREA-ES, apresentam maior abordagem dessas
diretrizes em seus editais (Tabela Diretriz C Redução de Impacto Ambiental – Anexo
XI).
Para concluir este ciclo sobre a abordagem das diretrizes nos editais dos
concursos foi analisada a intersecção dessas diretrizes formando um outro grupo, o
grupo E. Ao estudar os editais que abordam os três grupos ao mesmo tempo
percebemos que o edital do concurso da sede do CREA-ES e Shopping Unisinos-
RG englobam o maior número de diretrizes coincidentes se apresentando, neste
estudo, como o edital mais completo em relação ao tema sustentabilidade (Tabela
Diretriz E Intersecção – Anexo XII).
O estudo de caso, inserido neste período, é formado pelos três primeiros
colocados dos três concursos públicos de projeto pré - selecionados, após a análise
de seus respectivos editais. Esta pré-seleção foi baseada primeiramente na
disponibilidade de dados, que são fontes concretas para pesquisas e abordagem do
tema sustentabilidade nos editais. Os três primeiros colocados de cada concurso
são:
- Concurso Público Nacional de Arquitetura Sede da Procuradoria
Regional da República da 4ª Região - PRR4.
1º colocado: Emerson José Vidigal – Curitiba / PR
2º colocado: Nonato Veloso - Brasília / DF
3º colocado: Héctor Viglieca Gani - São Paulo / SP
- Concurso Público Nacional de Arquitetura e Urbanismo Anteprojeto de
Reforma e Ampliação do Centro Administrativo da Universidade do Vale do Rio
dos Sinos
1º colocado: Enrique Hugo Brena – Florianópolis / SC
2º colocado: Mádia Santos Borges - Porto Alegre / RS
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3º colocado: Heraldo Ferreira Borges – Vitória / ES
- Concurso Público Nacional de Arquitetura Teatro de Natal
1º colocado: Mario Biselli e Guilherme L. Motta – São Paulo / SP
2º colocado: Arquitetos Juliana Corradini e José Alves - São Paulo / SP
3º colocado: Renato Dal Pian e Lilian Dal Pian- São Paulo / SP
A avaliação da incidência das diretrizes estudadas foi feita nos editais dos três
concursos selecionados e nos memoriais de cada um dos três projetos vencedores.
Foram enumeradas todas as diretrizes presentes nos memoriais dos três primeiros
colocados destes concursos e posteriormente analisadas as maiores freqüências
(Tabela Diretrizes Sustentáveis Projetos Premiados - Anexo XIII e Tabela Diretrizes
Estudo de Casos - Anexo XIV).
PRR4 – Porto Alegre (RS), maio de 2004
O edital do concurso nacional de projeto promovido pela Procuradoria
Regional da República da 4ª Região e organizado pelo IAB Departamento do Rio
Grande do Sul, traz as condições de participação, objeto, objetivos do concurso e
ressaltando algumas características projetuais, como por exemplo, o edifício sede
deverá revelar um caráter aberto, visível e acessível a todos os segmentos sociais,
especialmente os mais vulneráveis. Deverá estimular a empatia entre o Ministério
Público e o cidadão, difundir pedagogicamente um padrão público de austeridade
sem perda de dignidade, sobriedade sem necessidade de excessos, de
funcionamento e eficiência sem desperdícios, de requinte estético e arquitetônico a
dispensar o luxo, de economicidade e durabilidade a não onerar os cofres públicos
com manutenção dispendiosa e de conforto e capricho sem ostentação.
A idéia de espaço segundo a qual foi estruturado o projeto vencedor baseou-
se em duas intenções.
A primeira buscou organizar os espaços do pavimento tipo, de maneira a
posicionar o núcleo de serviços na porção oeste do terreno. Essa medida possibilita
0
1
2
3
Diretriz A
Qu
an
tid
ad
e d
e d
iretr
izes
1 colocado
que o núcleo funcione como um “grande brise”, protegendo o corpo do edifício
da tarde.
A segunda intenção
linearmente no sentido longitudinal, possibilitando que o edifício t
de pedestres. Com isso se cria um espaço de entrada e transição, entre o núcleo e o
pavimento tipo; entre o setor de eventos e os estacionamentos.
longitudinalmente essa galeria interliga a rua de acesso
que o edifício seja permeável aos espaços públicos circundantes.
A Comissão julgadora entendeu
inequivocamente reúne as melhores condições para a
de desenvolvimento do problema arquitetônico e urbanístico proposto no edital,
destacando-se pelo acerto de sua estratégia de atendimento às Bases do Concurso,
pelas qualidades funcionais e ambientais de seus pavimentos tipo, p
flexibilidade de uso dos mesmos, pela escolha criteriosa de materiais, por sua
economicidade e pelas qualidades técnicas de sua resolução arquitetônica.
Neste concurso, em relação aos memoriais dos primeiros colocados, é
possível perceber que o proj
correlação em comparação as exigências projetuais do edital.
Diretriz B Diretriz C Diretriz Intersecção
colocado 2 colocado 3º colocado
que o núcleo funcione como um “grande brise”, protegendo o corpo do edifício
A segunda intenção foi dispor os espaços do térreo e 1º pavimento
o sentido longitudinal, possibilitando que o edifício t
Com isso se cria um espaço de entrada e transição, entre o núcleo e o
pavimento tipo; entre o setor de eventos e os estacionamentos.
e essa galeria interliga a rua de acesso a praça cívica, fazendo com
que o edifício seja permeável aos espaços públicos circundantes.
julgadora entendeu que o trabalho vencedor é o que
inequivocamente reúne as melhores condições para a resolução, em nível superior
de desenvolvimento do problema arquitetônico e urbanístico proposto no edital,
se pelo acerto de sua estratégia de atendimento às Bases do Concurso,
pelas qualidades funcionais e ambientais de seus pavimentos tipo, p
flexibilidade de uso dos mesmos, pela escolha criteriosa de materiais, por sua
economicidade e pelas qualidades técnicas de sua resolução arquitetônica.
Neste concurso, em relação aos memoriais dos primeiros colocados, é
possível perceber que o projeto classificado em 1º lugar é o que mais apresenta
correlação em comparação as exigências projetuais do edital.
PRR4 - RS
25
Diretriz Intersecção
3º colocado
que o núcleo funcione como um “grande brise”, protegendo o corpo do edifício do sol
dispor os espaços do térreo e 1º pavimento
o sentido longitudinal, possibilitando que o edifício tenha dois acessos
Com isso se cria um espaço de entrada e transição, entre o núcleo e o
pavimento tipo; entre o setor de eventos e os estacionamentos. Ao cortar o terreno
praça cívica, fazendo com
que o edifício seja permeável aos espaços públicos circundantes.
que o trabalho vencedor é o que
resolução, em nível superior
de desenvolvimento do problema arquitetônico e urbanístico proposto no edital,
se pelo acerto de sua estratégia de atendimento às Bases do Concurso,
pelas qualidades funcionais e ambientais de seus pavimentos tipo, por sua
flexibilidade de uso dos mesmos, pela escolha criteriosa de materiais, por sua
economicidade e pelas qualidades técnicas de sua resolução arquitetônica.
Neste concurso, em relação aos memoriais dos primeiros colocados, é
eto classificado em 1º lugar é o que mais apresenta
26
Shopping Center Unisinos – Porto Alegre (RS), abril de 2005
Promovido pela SAV - Universidade do Vale do Rio dos Sinos, o concurso
público nacional de projeto traz em seu edital as bases para a seleção da equipe
que desenvolver a melhor solução arquitetônica para a reforma e ampliação do
Centro Administrativo, existente no Campus da UNISINOS no Município de São
Leopoldo/RS.
A proposta vencedora do concurso, estabelece uma nova identidade do
Complexo Administrativo da Unisinos, sugerindo dois setores com características
específicas e diferenciadas: Administração e Shopping Center, articuladas por uma
praça e organizados por dois eixos principais que estruturam a proposta.
Fundamentada em critérios de desenho, tecnologias adequadas a nossa realidade
cultural, a proposta está sustentada nos princípios de síntese formal, expressividade
e exeqüibilidade.
O emprego de materiais tradicionais como alvenaria estrutural e painéis de
vidro, compõe a estrutura de vedação em consonância com os princípios de conforto
ambiental e viabilidade econômica. A organização espacial do Shopping sugere
alternativas de racionalização energética com uso de sistemas alternativos como
elementos difusores para maximização da iluminação e ventilação natural, assim
como reaproveitamento das águas da chuva, dentro dos princípios de auto-
sustentabilidade da proposta.
A proposta classificada em primeiro lugar, segundo a comissão julgadora,
adota um partido com uma boa qualificação do eixo norte-sul e distribui o programa
em dois volumes: o setor administrativo e o setor comercial e recreativo. Estas
decisões permitem gerar um novo espaço exterior na escala do conjunto, mantendo
um setor do círculo original que recebe tratamento em termos de proteção solar e
imagem. A parte comercial fica bem relacionada com o estacionamento e com o
setor comercial já existente na Biblioteca. Esta atitude, que privilegia tais conexões,
foi considerada pelo júri solução muito adequada. O centro comercial apresenta um
espaço central público internalizado, sui generis, que se distancia das atuais
tipologias consumistas e mercantilizadas encontradas em edificações para
shoppings. Esta decisão projetual e a linguagem adotada permitem a geração de um
lugar que, como assinala Marc Augé, tem capacidade de identificação, de gerar
0
1
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Diretriz A
Qu
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tid
ad
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iretr
izes
1 colocado
relações e fazer uma história. A noção de es
qualidade arquitetônica e sem fazer concessões a modismos, é caracte
importante do trabalho.
Neste concurso, também é possível notar que o
mais atende as diretrizes mencionadas no edital.
Teatro de Natal – Natal (RN),
Promovido pelo governo do Estado do Rio Grande do Norte
Fundação José Augusto
do Rio Grande do Norte do
Concurso Público Nacional de Arquitetura
O edital do concurso não faz muitas exigências referentes as características
projetuais, ressaltando apenas que as propostas tratem da via
construtiva e funcionalidade
O projeto vencedor
extrai desta ação a condição de implantação do grande equipamento público.
Como estratégia geral estabelece uma faixa infra
reservando as três frentes as áreas públicas.
alinhamento das salas de espetáculo em paralelo à fronteira nordeste do terreno
Diretriz B Diretriz C Diretriz Intersecção
colocado 2 colocado 3º colocado
relações e fazer uma história. A noção de estar em um lugar determinado, com
qualidade arquitetônica e sem fazer concessões a modismos, é caracte
Neste concurso, também é possível notar que o 1
retrizes mencionadas no edital.
Shopping Unisinos
Natal (RN), de outubro de 2005
overno do Estado do Rio Grande do Norte
, com o apoio e o assessoramento técnico do Departamento
do Rio Grande do Norte do Instituto de Arquitetos do Brasil -
Concurso Público Nacional de Arquitetura - Teatro de Natal.
O edital do concurso não faz muitas exigências referentes as características
projetuais, ressaltando apenas que as propostas tratem da via
construtiva e funcionalidade.
vencedor desenha primeiramente um grande espaço urbano, e
extrai desta ação a condição de implantação do grande equipamento público.
Como estratégia geral estabelece uma faixa infra-estrut
as três frentes as áreas públicas. O partido arquitetônico se define no
alinhamento das salas de espetáculo em paralelo à fronteira nordeste do terreno
27
Diretriz Intersecção
3º colocado
tar em um lugar determinado, com
qualidade arquitetônica e sem fazer concessões a modismos, é característica
1º colocado é o que
overno do Estado do Rio Grande do Norte e organizado pela
com o apoio e o assessoramento técnico do Departamento
IAB/RN, instituem o
O edital do concurso não faz muitas exigências referentes as características
projetuais, ressaltando apenas que as propostas tratem da viabilidade técnica e
desenha primeiramente um grande espaço urbano, e
extrai desta ação a condição de implantação do grande equipamento público.
estrutural junto à divisa
O partido arquitetônico se define no
alinhamento das salas de espetáculo em paralelo à fronteira nordeste do terreno.
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PRR4
Qu
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Diretriz A
O gesto maior do projeto consiste no desenho de uma grande praça que
antecede todo o conjunto arquitetônico. A praça nasce de uma linha diagonal
derivada da geometria própria das salas de espetáculo, que se organiza segundo a
ordem crescente das suas dimensões, tendo como base o alinhamento horizontal e
vertical das bocas de cena. A praça é o espaço público que o projeto oferece 'a
cidade, podendo abrigar todos os tipos de evento destacados pelo edital.
Em relação aos memoriais dos primeiros colocados, é possível perceber que
o projeto classificado em 2º lugar, neste concurso
em comparação as exigências projetuais do edital.
O aspecto relacionado a tecnologia e racionalidade
enfoques pré-estabelecidos
bom ressaltar que os aspectos sócio
nos projetos, apesar da menor ênfase.
Diretriz B Diretriz C Diretriz Intersecção
colocado 2 colocado 3º colocado
PRR4 SHOPPING UNISSINOS TEATRO DE NATAL
Diretriz B Diretriz C Diretriz Intersecção
O gesto maior do projeto consiste no desenho de uma grande praça que
tecede todo o conjunto arquitetônico. A praça nasce de uma linha diagonal
derivada da geometria própria das salas de espetáculo, que se organiza segundo a
ordem crescente das suas dimensões, tendo como base o alinhamento horizontal e
cena. A praça é o espaço público que o projeto oferece 'a
cidade, podendo abrigar todos os tipos de evento destacados pelo edital.
Em relação aos memoriais dos primeiros colocados, é possível perceber que
o projeto classificado em 2º lugar, neste concurso é o que mais apresenta correlação
em comparação as exigências projetuais do edital.
Teatro de Natal
aspecto relacionado a tecnologia e racionalidade (grupo B), dos
estabelecidos, foi o mais presente dentre os projetos estudados. É
bom ressaltar que os aspectos sócio-culturais e ambientais também estão presentes
nos projetos, apesar da menor ênfase.
28
Diretriz Intersecção
3º colocado
TEATRO DE NATAL
Diretriz Intersecção
O gesto maior do projeto consiste no desenho de uma grande praça que
tecede todo o conjunto arquitetônico. A praça nasce de uma linha diagonal
derivada da geometria própria das salas de espetáculo, que se organiza segundo a
ordem crescente das suas dimensões, tendo como base o alinhamento horizontal e
cena. A praça é o espaço público que o projeto oferece 'a
cidade, podendo abrigar todos os tipos de evento destacados pelo edital.
Em relação aos memoriais dos primeiros colocados, é possível perceber que
é o que mais apresenta correlação
(grupo B), dos três
foi o mais presente dentre os projetos estudados. É
culturais e ambientais também estão presentes
29
Na revisão bibliográfica foi possível identificar que essa também é uma
tendência da arquitetura internacional e que muitos desses métodos são importados
para o Brasil e várias vezes usados de forma errônea, fora do contexto regional da
inserção do projeto e da realidade sócio-econômica. Dentre os concursos
analisados, o aspecto tecnologia e racionalidade foi abordado de forma coerente e
dentro da realidade brasileira, mostrando a capacidade dos participantes dos
concursos em inovar e adaptar técnicas importadas. Portanto, é possível afirmar que
os concursos públicos de projeto têm contribuído para definir uma postura
sustentável dentro da arquitetura atual, repetindo-se no recorte temporal de 2000 a
2005, que de forma gradativa apresenta maiores exigências em relação às diretrizes
de sustentabilidade. Alguns editais se mostram enfáticos em relação ao tema,
demonstrando que ao longo dos anos a preocupação com a sustentabilidade na
arquitetura tem aumentado e se tornado requisito básico para os projetos.
30
6. Referências Bibliográficas
Livros
ADAM, Roberto Sabatella. Princípio do Ecoedifício – Interação entre ecologia,
ciência e edifício. São Paulo: Aquariana,2001.
BITTENCOURT, Leonardo. Uso das Cartas Solares – diretrizes para arquitetos. 4.
ed. Maceió: Edufal, 2004.
CORBELLA, Oscar, YANNAS, Simons. Em Busca de uma Arquitetura Sustentável
03.05 PETROBRÁS-VITÓRIA-ES x x x x x x x x x x x x
04.05 TEATRO-NATAL-RN x x x x x x x x x
05.05 MUSEU DA TOLERÂNCIA-SP x x x x x x x
01.06 UFABC-SP x x x x x x x x x x x x x
02.06 PREV-CANOAS-RS
03.06 CUCA-CE
04.06 UNIFESP-SP x x x x x x x x x
05.06 JUDICIÁRIO - CURITIBA-PR
06.06 BIBLIOTECA-PUC-RJ x x x x x x x x
07.06 CARRIS-RS x x x x
08.06 PAÇO HORTOLANDIA-SP x x x x x x
09.06 IPHAN-DF x x x x x x x
10.06 UF-MS x x x x x x x
01.07 CAPES-DF x x x x x x x x x
02.07 PÓLO INFO - CAXIAS-RS
03.07 TEATRO DE LONDRINA-PR x x x x x x x x x x x x
04.07 TRT 18° REGIÃO - GO x x x x x x x x x x
05.07 MERCADO PÚBLICO - SC x x Legenda - Diretrizes Projetuais: 1: Criatividade; 2: Funcionalidade; 3: Solução plástica - linguagem estética; 4: Economia na construção e baixo custo de manutenção; 5: Contribuição tecnológica; 6: Conforto ambiental; 7: Sustentabilidade; 8: Uso de sistemas eco-eficientes e racionalização no uso de recursos naturais; 9: Acessibilidade universal; 10: Operacionalidade; 11: Viabilidade técnico-construtiva – exeqüibilidade; 12: Valorização arquitetônica e construtiva; 13: Viabilidade técnico-construtiva; 14: Implantação e sua relação com o entorno e/ou conjunto arquitetônico existente; 15: Durabilidade e facilidade na manutenção da edificação; 16: Preocupação com o mobiliário urbano; 17: Considerações e soluções adequadas relativas à terrenos de APPs (Área de proteção permanente); 18: Flexibilidade - adaptabilidade dos edifícios (interna e externamente); 19: Racionalização no uso de materiais construtivos; 20: Rapidez construtiva; 21: Compatibilidade com o programa de necessidades do projeto; 22: Respeito às características climáticas do local; 23: Soluções que contemplem construções industrializadas e/ou pré-fabricadas; 24: Clareza na proposta; 25: Objetividade; 26: Emprego adequado dos materiais; 27: Permeabilidade de fluxos; 28: Inovação e contemporaneidade arquitetônica e 29: Preocupação com a Legislação (normas urbanísticas e gabaritos).
41
Anexo V - Concursos Dados Gerais 2000 a 2005
Código Descrição Resumida Descrição do Concurso Local Ano Uso
01.01 SEDE CREA-ES Concurso Público Nacional para Estudo Preliminar de Arquitetura da nova sede do CREA-ES ES 2001 B
01.02 TEATRO-UNICAMP-SP Concurso do Teatro Laboratório de Artes Cênicas e Corporais da Unicamp SP 2002 A
02.02 ESA-RN Concurso de Anteprojeto Arquitetônico da ESA – Escola Superior de Advocacia do Rio Grande do Norte RN 2002 A
01.03 CREA-MARINGÁ-PR Concurso de Anteprojeto de Arquitetura para Sede do CREA Maringá PR 2003 B
02.03 CREA-APUCARANA-PR Anteprojeto de Arquitetura para CREA de Apucarana PR 2003 B
03.03 PMDB-RS Concurso Público Nacional de Arquitetura Sede do Diretório Estadual do Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB
RS 2003 B
01.04 COMPLEXO-UNISINOS-RS Concurso Público Nacional de Arquitetura e Urbanismo do Complexo de Desporto e Lazer da Unisinos RS 2004 C
02.04 FAPERGS-RS Concurso Público Nacional de Arquitetura Sede da FAPERGS RS 2004 A
03.04 PRR4-RS Concurso Público Nacional de Arquitetura Sede da Procuradoria Regional da República da 4ª Região - PRR4. RS 2004 B
04.04 AEROPORTO-SC Concurso Público de Arquitetura para o Aeroporto Internacional de Florianópolis SC 2004 E
05.04 CRM-MG Concurso da Nova Sede do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais MG 2004 B
01.05 SHOPPING-UNISINOS-RS Shopping Center na Unisinos RS 2005 D
02.05 OSMG Concurso Público Nacional de Arquitetura Sede da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais / Circuito Cultural Praça da Liberdade
MG 2005 B
03.05 PETROBRÁS-VITÓRIA-ES Concurso Público Nacional de Anteprojetos de Arquitetura para a Sede da Petrobras ES 2005 F
04.05 TEATRO-NATAL-RN Teatro de Natal - Concurso Público Nacional de Arquitetura RN 2005 G
05.05 MUSEU DA TOLERÂNCIA-SP Museu da Tolerância na USP SP 2005 A
Legenda - Uso: A: Instituição de Ensino; B: Edificio Institucional; C: Requalificação Urbana; D: Shopping; E: Aeroporto; F: Empresa Pública; G: Teatro; H: Mercado.
03.05 PETROBRÁS-VITÓRIA-ES X X X X X X X X X X X X
04.05 TEATRO-NATAL-RN X X X X X X X X X
05.05 MUSEU DA TOLERÂNCIA-SP X X X X X X X
Legenda - Diretrizes Projetuais: 1: Criatividade; 2: Funcionalidade; 3: Solução plástica - linguagem estética; 4: Economia na construção e baixo custo de manutenção; 5: Contribuição tecnológica; 6: Conforto ambiental; 7: Sustentabilidade; 8: Uso de sistemas eco-eficientes e racionalização no uso de recursos naturais; 9: Acessibilidade universal; 10: Operacionalidade; 11: Viabilidade técnico-construtiva – exeqüibilidade; 12: Valorização arquitetônica e construtiva; 13: Viabilidade técnico-construtiva; 14: Implantação e sua relação com o entorno e/ou conjunto arquitetônico existente; 15: Durabilidade e facilidade na manutenção da edificação; 16: Preocupação com o mobiliário urbano; 17: Considerações e soluções adequadas relativas à terrenos de APPs (Área de proteção permanente); 18: Flexibilidade - adaptabilidade dos edifícios (interna e externamente); 19: Racionalização no uso de materiais construtivos; 20: Rapidez construtiva; 21: Compatibilidade com o programa de necessidades do projeto; 22: Respeito às características climáticas do local; 23: Soluções que contemplem construções industrializadas e/ou pré-fabricadas; 24: Clareza na proposta; 25: Objetividade; 26: Emprego adequado dos materiais; 27: Permeabilidade de fluxos; 28: Inovação e contemporaneidade arquitetônica e 29: Preocupação com a Legislação (normas urbanísticas e gabaritos).
43
Anexo VII - Diretrizes Projetuais Diretriz A - Sócio-cultural
Legenda - Diretrizes Projetuais: 6: Conforto ambiental; 7: Sustentabilidade; 9: Acessibilidade universal; 12: Valorização arquitetônica e construtiva; 14: Implantação e sua relação com o entorno e/ou conjunto arquitetônico existente; 22: Respeito às características climáticas do local; 26: Emprego adequado dos materiais e 29: Preocupação com a Legislação (normas urbanísticas e gabaritos).
Legenda - Diretrizes Projetuais: 3: Solução plástica - linguagem estética; 4: Economia na construção e baixo custo de manutenção; 5: Contribuição tecnológica; 6: Conforto ambiental; 7: Sustentabilidade; 8: Uso de sistemas eco-eficientes e racionalização no uso de recursos naturais; 11: Viabilidade técnico-construtiva – exeqüibilidade; 12: Valorização arquitetônica e construtiva; 13: Viabilidade técnico-construtiva; 15: Durabilidade e facilidade na manutenção da edificação; 18: Flexibilidade - adaptabilidade dos edifícios (interna e externamente); 19: Racionalização no uso de materiais construtivos; 20: Rapidez construtiva; 23: Soluções que contemplem construções industrializadas e/ou pré-fabricadas; 26: Emprego adequado dos materiais.
45
Anexo IX - Diretrizes Projetuais Diretriz C - Redução de impacto ambiental
Legenda - Diretrizes Projetuais: 6: Conforto ambiental; 7: Sustentabilidade; 8: Uso de sistemas eco-eficientes e racionalização no uso de recursos naturais; 14: Implantação e sua relação com o entorno e/ou conjunto arquitetônico existente; 17: Considerações e soluções adequadas relativas à terrenos de APPs (Área de proteção permanente); 21: Compatibilidade com o programa de necessidades do projeto; 22: Respeito às características climáticas do local; 26: Emprego adequado dos materiais.
46
Anexo X - Diretrizes Projetuais Diretriz Intersecção
Legenda - Diretrizes Projetuais: 1: Criatividade; 2: Funcionalidade; 3: Solução plástica - linguagem estética; 4: Economia na construção e baixo custo de manutenção; 5: Contribuição tecnológica; 6: Conforto ambiental; 7: Sustentabilidade; 8: Uso de sistemas eco-eficientes e racionalização no uso de recursos naturais; 9: Acessibilidade universal; 10: Operacionalidade; 11: Viabilidade técnico-construtiva – exeqüibilidade; 12: Valorização arquitetônica e construtiva; 13: Viabilidade técnico-construtiva; 14: Implantação e sua relação com o entorno e/ou conjunto arquitetônico existente; 15: Durabilidade e facilidade na manutenção da edificação; 16: Preocupação com o mobiliário urbano; 17: Considerações e soluções adequadas relativas à terrenos de APPs (Área de proteção permanente); 18: Flexibilidade - adaptabilidade dos edifícios (interna e externamente); 19: Racionalização no uso de materiais construtivos; 20: Rapidez construtiva; 21: Compatibilidade com o programa de necessidades do projeto; 22: Respeito às características climáticas do local; 23: Soluções que contemplem construções industrializadas e/ou pré-fabricadas; 24: Clareza na proposta; 25: Objetividade; 26: Emprego adequado dos materiais; 27: Permeabilidade de fluxos; 28: Inovação e contemporaneidade arquitetônica e 29: Preocupação com a Legislação (normas urbanísticas e gabaritos).
Diretriz A - Sócio-cultural Diretriz B - Tecnologia e
racionalidade Diretriz C - Redução de
impacto ambiental Diretriz Intersecção
03.04
PRR4-RS 3 4 3 1
Pro
jeto
s
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do
s 1º colocado 3 2 3 1
2º colocado 2 1 2 1
3º colocado 2 2 2 1
01.05
SHOPPING UNISSINOS - RS 4 7 3 2
Pro
jeto
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Pre
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s 1º colocado 3 1 3 1
2º colocado 2 1 2 1
3º colocado 2 2 1 0
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TEATRO DE NATAL - RN 1 3 0 0
Pro
jeto
s
Pre
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do
s 1º colocado 1 2 1 1
2º colocado 4 2 3 1
3º colocado 2 2 2 1
Legenda: Quantidade de diretrizes relacionadas a sustentabilidade encontrada nos editais Quantidade de diretrizes relacionadas a sustentabilidade encontrada nos memoriais