Profª Supervisora Maria de Lourdes Spazziani Organizadores Hebert da Silva Souza Paulo Eduardo Budri Yuri Fanchini Messas Botucatu – SP 2010
Profª Supervisora
Maria de Lourdes Spazziani
Organizadores
Hebert da Silva Souza
Paulo Eduardo Budri
Yuri Fanchini Messas
Botucatu – SP
2010
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ................................................................................................. 1
A CÉLULA TÁTIL .................................................................................................. 3
CIRCUITO FECHADO DE PERGUNTAS E RESPOSTAS ............................................ 9
CONSTRUÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE UM ECOPONTO ........................................ 13
ECOPONTO NA ESCOLA .................................................................................... 20
MODELOS CELULARES REPRESENTATIVOS ....................................................... 30
PAINÉIS EDUCATIVOS: GRAVIDEZ, DROGAS E DST´S PARA ADOLESCENTES ...... 40
PAINEL INTERATIVO: O PRINCÍPIO DAS CADEIAS ALIMENTARES ...................... 50
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APRESENTAÇÃO
A produção de material didático-pedagógico para a educação básica constitui-se
sempre em tema relevante no contexto escolar. Quer seja pela multiplicidade de olhares
que os temas disciplinares precisam ser tratados. Quer seja pela renovação necessária de
temas e metodologias, especialmente quando se focaliza o Ensino de Ciências e agora,
mais recentemente os temas transversais como a Educação Ambiental, a Saúde ou
mesmo a Sexualidade. A produção de metodologias e experimentos para estas áreas
curriculares requer constante atualização, tanto pelos conteúdos que emergem a cada
dia, quanto pela forma de se repensar os conhecimentos já produzidos.
Quando se pensa na construção do conhecimento escolar para as áreas das
ciências, temática que hoje tem sido considerada uma importante estratégia para
contribuir na solução dos graves problemas socioambientais enfrentados, nos
deparamos com a necessidade de recursos educativos e pedagógicos que circunscrevam
temas e metodologias. Assim, produção de cartilhas, jogos, instalações, cd-roms,
painéis, entre outros recursos, sobre temáticas relacionadas a essas áreas configura-se de
importância para intervenções educativas no contexto escolar da Educação Básica, que
tem com foco a formação de cidadãos com uma percepção diferenciada do meio, com
consciência da importância da relação entre ciência, natureza e o homem a fim de
buscar soluções concretas.
A realização de atividades educativas junto aos alunos das escolas para a
produção do material também se configura de importância no contexto atual. Esta
prática de produzir material educativo no interior do próprio processo ensino-
aprendizagem contribui para a contextualização do conhecimento e para diferentes
formas de abordá-lo. Envolver o público alvo no processo de elaboração e produção do
conhecimento garante que essa implantação fundamente-se em um dos mais importantes
princípios da educação que é a continuidade das ações educativas no ambiente escolar.
Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento de ações pedagógicas nas
áreas do ensino de Ciências e dos temas transversais este livreto apresenta trabalhos de
instrumentação produzidos por alunos e alunas do curso de Ciências Biológicas da
UNESP- Botucatu quando no Estágio Supervisionado:Projeto Temático III. Estes
trabalhos culminaram na produção de diferentes materiais didáticos para o ensino de
Ciências desenvolvidos em escolas públicas no município de Botucatu-SP. Dentre os
diversos tipos de materiais didáticos foram produzidos painéis, instalações, jogos e
simulações.
O primeiro capítulo apresenta A Célula Tátil, que é um modelo orientado para
trabalhar o conhecimento das diferentes organelas que constituem uma célula,
especialmente para estudantes com baixa acuidade visual ou com deficiência visual
total. Este tema é de extrema importância no ensino de Ciências e Biologia e
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
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fundamental para a aprendizagem de outros temas relacionados a vida animal e vegetal
ensinados na escola.
O capítulo 2 apresenta o Circuito Fechado de Perguntas e Respostas para que os
alunos sejam motivados a entender os processos físicos envolvidos nos circuitos
elétricos de forma participativa. Este material didático além de orientar o conhecimento
físico relacionado a eletricidade serve como base para jogos em qualquer área do
conhecimento escolar e extra-escolar.
Já o artigo Construção e Implantação de um Ecoponto apresenta os desafios e
possibilidade do processo de uma instalação no ambiente escolar para promover
interesses relativos a qualidade ambiental. Este recurso pode ter grande importância
numa escola uma vez que promove os motivos pelos quais nós não só devemos, mas
precisamos diminuir os prejuízos ao meio ambiente.
No capítulo 4, igualmente ao anterior, focaliza o Ecoponto na Escola, desde o
processo de sensibilização da escola para a instalação quanto as dificuldades em
conseguir parcerias para o descarte de resíduos, especialmente aqueles que ainda podem
retornar a cadeia produtiva.
Os Modelos Celulares Representativos, apresentados no capítulo 5, apresenta
um material didático para auxiliar o professor nas aulas de biologia celular,
possibilitando aos alunos construírem uma visão geral de células animais, vegetais e
procariotas.
O capítulo 6, Painéis Educativos: Gravidez, Drogas e DST´s para Adolescentes
descreve o processo de construção de três painéis que foram elaborados, por serem
materiais que não necessitam de espaços físicos especiais para sua guarda, são atrativos
aos alunos por possuírem muitas imagens e textos mais curtos e podem servir como
material de apoio aos professores nas aulas e oficinas.
Por fim, o capítulo 7 apresenta o texto Painel Interativo: O Princípio das
Cadeias Alimentares, que descreve a produção de um recurso didático que facilite a
compreensão de relações enfocadas em temas como cadeia alimentar, especialmente
aquelas que indiquem aspectos das dinâmicas interativas presentes no ciclo da vida.
Botucatu/SP - Inverno de 2010
Maria de Lourdes Spazziani
A célula Tátil
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A CÉLULA TÁTIL
Bruno I. KANNO
Carolina M. GORGULHO
Ligia L. N. ROCHA
Luis Otavio G. L. TARGA
Luiza de O. SILVA
“O maior sentido de nosso corpo é o tato. Provavelmente, é o mais
importante dos sentidos para os nossos processos de dormir e acordar;
informa-nos sobre a profundidade, a espessura e a forma; sentimos,
amamos e odiamos, somos suscetíveis e tocados em virtude dos corpúsculos
táteis de nossa pele”
(Lionel Tayler)
INTRODUÇÃO
Nosso projeto foi elaborado sob orientação da Professora Márcia, responsável
pela sala de recursos para deficientes visuais da E.E Américo Virgínio dos Santos.
Nessa escola há também uma sala para deficientes mentais.
O tema escolhido foi "a célula", de extrema importância no ensino de Ciências e
Biologia e fundamental para a aprendizagem de outros temas relacionados a vida animal
e vegetal ensinados na escola. Para tanto, é importante que eles entendam o conceito e
as funções de tal estrutura. Essa estrutura é a base para o entendimento de assuntos
ligados a Ciências. Sem uma total compreensão adequada deste tópico fica difícil
avançar para temas mais complexos.
A célula nos fornece um entendimento em nível microscópico de muitos
processos que ocorrem no corpo animal e humano (digestão, reprodução, etc.) e nos
vegetais. Envolve assuntos contidos nos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN –
Ciências Naturais (4°ciclo - 8° e 9°anos) (Brasil, 1998), cujo objetivo é: compreender o
corpo humano e sua saúde como um todo integrado por dimensões biológicas, afetivas e
sociais, relacionado a prevenção de doenças e promoção de saúde das comunidades à
políticas públicas adequadas. Dentro da grande área „Ser Humano e Saúde‟ a célula se
encaixa nos seguintes conteúdos: compreensão do organismo humano como um todo,
dessa forma, promovendo ao aluno a idéia da diversidade de funções das células e o
reconhecimento destas em outros animais. No caso da grande área „Vida e Ambiente‟ a
célula se encaixa nos seguintes conteúdos: estabelecimento das relações entre os
fenômenos da fotossíntese, respiração celular e combustão e reconhecimento de formas
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
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eficientes de dispersão e estratégias reprodutivas dos seres vivos – reprodução sexuada e
assexuada.
A Célula Tátil poderá ser usada pelos alunos deficientes visuais e pelos alunos
com visão subnormal à medida que este tema for introduzido nas aulas. Eles poderão
tatear cada organela para entender sua estrutura física e a célula como um todo. Há
também uma legenda em braile que auxiliará na parte conceitual.
OBJETIVO
O objetivo é construir um modelo de Célula Tátil e proporcionar
especificamente aos alunos com deficiência visual uma experiência mais palpável no
conhecimento da estrutura física de uma célula.
JUSTIFICATIVA
A Profª Márcia nos chamou atenção para o fato de que os alunos que ela atende
têm dificuldade para compreender a estrutura física (tridimensional) de uma célula.
Cientes da importância desse tópico para a progressão na disciplina de Ciências no
Ensino Fundamental e na Biologia no Ensino médio construímos um modelo tátil de
uma célula eucarionte animal.
Para a construção, utilizamos vários tipos de texturas e de cores contrastantes
para atender aos alunos com visão subnormal, ou seja, que não são cegos, mas também
não possuem 100% da capacidade visual para diferenciar as estruturas dentro do
modelo. A descrição detalhada do processo de elaboração será dada mais adiante.
Como sabemos, pessoas portadoras de deficiência visual desenvolvem muito o
sentido do tato e o utilizam em uma grande variedade de tarefas cotidianas, como
identificar objetos ou ler. Daí a importância do uso de diferentes texturas na construção
do modelo. Os alunos se utilizarão delas para compreenderem melhor a estrutura das
organelas e diferenciá-las, bem como entender um pouco melhor a célula em sua
totalidade.
A célula Tátil
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PASSO A PASSO
Para a confecção do material usamos tecidos com diversas texturas e cores bem
vivas.
A estrutura da célula foi feita em tecido de pelúcia (representando a membrana
celular) em forma de uma esfera com aproximadamente 70 cm de diâmetro. Em uma
das costuras foi colocado um zíper de 20 cm.
Para o enchimento usamos algodão sintético, um material que permite que as
organelas inseridas nele possam ser manuseadas sem que haja perda de material.
As organelas foram feitas da seguinte forma:
Mitocôndria: Utilizamos uma saboneteira de plástico e dentro dela modelamos as
cristas mitocôndriais com durepox (Figura 1).
Figura 1: Montagem da mitocôndria. Autoria: Carolina Gorgulho
Retículo: No liso utilizamos um tecido bem fino, fizemos vários tubos e costuramos
todos em uma base comum. O rugoso foi feito com tecido bem ondulado, em vários
tubos costurados lateralmente entre si e com miçangas grandes costuradas por todo o
tecido, representando os ribossomos (Figura 2).
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
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Figura 2: Montagem dos retículos endoplasmáticos liso, rugoso e dos ribossomos.
Autoria: Carolina Gorgulho
Complexo de Golgi: Várias bolsas ovais com enchimento, costuradas sobrepostas. O
tecido usado foi a Juta.
Núcleo: Esfera de isopor.
Lisossomo: Bola plástica com a superfície texturizada.
Todas as organelas foram inseridas dentro da esfera de pelúcia preenchida pelo
algodão sintético. O zíper serve de abertura para que as crianças possam retirar e tatear
todas as organelas. Para identificar o que cada material representa, foi feita uma legenda
em braile onde há explicação do que é cada estrutura e sua função dentro da célula
(Figura 3).
A célula Tátil
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Figura 3: A – Membrana plasmática; B – Citoplasma; C – Lisossomo; D – Retículo endoplasmático liso;
E – Retículo endoplasmático rugoso; F – Complexo de Golgi; G – Mitocôndria; H - Núcleo
Autoria: Carolina Gorgulho
APLICAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS
Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino das Ciências Naturais
(Brasil, 1998) são divididos em quatro blocos temáticos. Dois deles podem ser ligados
ao tema "célula": Ser Humano e Saúde e Vida e Ambiente, que aparecem no 4°ciclo (8°
e 9° anos). Os objetivos são: compreender o corpo humano e sua saúde como um todo
integrado por dimensões biológicas; compreender as diferentes dimensões da
reprodução humana.
Dentro da grande área do Ser Humano e Saúde o tema sobre a célula se encaixa nos
seguintes conteúdos:
- compreensão do organismo humano como um todo, interpretando diferentes relações e
correlações entre sistemas, órgãos, tecidos em geral;
- reconhecimento de processos comuns a todas as células do organismo humano e de
outros seres vivos: crescimento, respiração, síntese de substâncias e eliminação de
excretas.
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
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No caso da grande área Vida e Ambiente a célula se encaixa nos seguintes
conteúdos:
- estabelecimento de relações entre os fenômenos da fotossíntese, da respiração celular e
da combustão;
- reconhecimento de formas eficientes de dispersão e estratégias reprodutivas dos seres
vivos – reprodução sexuada e assexuada.
REFERENCIAS E MATERIAL DE APOIO
BRASIL - Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais :
Ciências Naturais. Brasília : MEC / SEF, 1998.
SÃO PAULO. SEE/CENP. Caderno do Professor, Ciências da Natureza e suas
tecnologias. Ensino Fundamental, 6ª série, volume 2 – 2009. Governo do Estado de
São Paulo.
Sites:
http://www.universitario.com.br/celo/topicos/subtopicos/citologia/celula_unidade_vida/
celula.html#cel_animal
http://www.escoladecegositu.com.br/
http://www.facinter.br/revista/numeros/8tato.htm
Circuito Fechado de Perguntas e Respostas
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CIRCUITO FECHADO DE PERGUNTAS E RESPOSTAS
Adriana DEL BEM
Ana Caroline COLOMBO
Bárbara Vaccari CARDOSO
Cândido Ferreira PINHO NETO
Paulo Eduardo BUDRI
INTRODUÇÃO
O avanço tecnológico da sociedade atual torna presente no cotidiano dos alunos
temas como transformação de energia, uso de equipamentos e máquinas, além de
modernos sistemas eletrônicos. Este avanço está a serviço dos seres humanos nos
diferentes setores de atividades, trazendo conforto e bem-estar.
Devido a isso, um dos enfoques presente no ensino de ciências está relacionado
com circuitos elétricos, que corresponde ao conjunto de aparelhos interligados
eletricamente de forma apropriada. É constituído, pelo menos, por um gerador elétrico
que fornece a energia, por uma carga (ou receptor) que recebe energia e por condutores
elétricos que interligam os aparelhos.
Apesar de sua enorme presença na vida de todos e de sua importância como
conceito científico nas explicações dos fenômenos naturais, seu entendimento pelos
alunos não é simples, uma vez que é um assunto abstrato e complexo, levando os
envolvidos no processo ensino aprendizagem a um caminho muito amplo a ser
investigado. Para tanto, o uso de uma ferramenta educativa que aborde de maneira
prática e que utilize ferramentas do cotidiano dos alunos se mostra muito eficiente.
Para esses fins, confeccionamos um “Circuito Fechado de Perguntas e
Respostas”, para que os alunos sejam motivados a entender os processos físicos
envolvidos nos circuitos elétricos de forma participativa. Este material resulta numa
plataforma que propicia jogo de questões ligando o fio de um terminal (prego de metal)
da pergunta com outro o fio de outro terminal (prego de metal) da resposta
correspondente para que acenda a luz. Esse processo ocorre devido à formação de um
circuito fechado, na qual a corrente elétrica passa do gerador (pilhas) para os pregos
através de fios de cobre (condutores) e estes para a lâmpada, acendendo-a.
Esse instrumento pode ser utilizado também como recurso didático em outras
disciplinas, independentemente do tema abordado, já que, através de um jogo dinâmico,
proporciona incentivo e motivação ao aluno à aprendizagem.
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
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OBJETIVO
Diante da situação acima descrita, propusemos a construção do Circuito Fechado
de Perguntas e Respostas com o objetivo de proporcionar o aprendizado de física de
maneira interativa e prática, utilizando materiais simples encontrados facilmente no dia
a dia dos alunos, além do incentivo e motivação para aprendizado de maneira
multidisciplinar, através de um jogo dinâmico.
JUSTIFICATIVA
As dificuldades dos alunos no aprendizado dos conceitos da Física podem ser
explicadas pelo distanciamento que se estabelece entre os conceitos abstratos e as
experiências diárias do aluno. No entanto, nosso cotidiano se encontra repleto de
equipamentos cujos princípios de funcionamento se baseiam em conceitos físicos. Por
isso, construir e utilizar recursos didáticos associados ao cotidiano dos alunos permite
aproximação e maior facilidade na compreensão de temas que requeiram certo nível de
abstração.
Constata-se que no ensino de Física e de outras áreas das ciências seja necessário
ferramentas didáticas que motivem e despertem interesses dos alunos, aproximem-nos
da realidade, concretizem os conteúdos da aprendizagem, além de ilustrarem noções
mais abstratas que cercam os equipamentos comumente utilizados.
PASSO A PASSO
Materiais
Tábua de madeira 40x70x1,5cm
Pregos
Fio de cobre
Pilha
Circuito Fechado de Perguntas e Respostas
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Lâmpada
Crachás (Apoio para inserir perguntas e respostas)
Papel
Construção
O primeiro passo para construção do Circuito Fechado de Perguntas e Repostas
deve ser feito pregando os pregos na tábua de madeira, de forma que eles fiquem
dispostos em duas colunas paralelas. Na parte inferior da madeira, referente à ponta do
prego, ligar aleatoriamente pares de pregos (um de cada coluna) com fios de cobre,
previamente desencapados nas extremidades, possibilitando a passagem da corrente
elétrica. Na parte superior, construir um circuito aberto interligando com um fio de
cobre a lâmpada e a pilha (Figura 1). É preciso prestar atenção na compatibilidade da
voltagem da pilha e da lâmpada para que essa possa acender. Ao lado dos pregos, colar
crachás para, posteriormente, inserir as perguntas em uma coluna e as respostas na
outra, conforme a ligação dos fios na parte inferior (Figura 2).
Figura 1 - Parte superior da tábua de madeira com os pregos
dispostos em coluna, a lâmpada e a pilha ligada pelo fio de
cobre. Parte inferior da tábua com as ligações aleatórias dos fios
de cobre. Autoria: Paulo Eduardo Budri
Figura 2- Foto do Instrumento
finalizado. Visão da parte superior da tábua de madeira. Autora:
Bárbara Vaccari Cardoso
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
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Funcionamento
O aluno deve ligar um dos fios na pergunta e o outro na reposta correspondente.
Se esta estiver certa, a luz acenderá (circuito fechado). Caso contrário isso não ocorrerá
(circuito aberto).
APLICAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN de Ciências Naturais do
terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental, o eixo temático Tecnologia e Sociedade
é pouco explorado nas escolas fundamentais, apesar da sua importância que visa formar
alunos capacitados para compreender e utilizar diferentes recursos tecnológicos e
discutir as implicações éticas e ambientais da produção e utilização de tecnologias
(Brasil, 1998). De acordo com a Proposta Curricular da disciplina de Ciências do Estado
de São Paulo (São Paulo, 2008), propõe-se que este tema seja abordado no 4º bimestre
do 8º Ano (7ª série) com os seguintes conteúdos:
- Energia: fontes, obtenção, uso e propriedades,
- Materiais como fonte de energia.
Em “Tecnologia e Sociedade”, a dimensão dos procedimentos comporta todos os
modos de reunir, organizar, discutir e comunicar informações como nos demais eixos.
São exemplos de interesse da Física a construção de modelos e experimentos em
eletroeletrônica, magnetismo, acústica, óptica e mecânica (circuitos elétricos,
campainhas, máquinas fotográficas, motores, chuveiros, torneiras, rádios a pilha etc.)
(Brasil, 1998, p.49).
REFERENCIAS E MATERIAL DE APOIO
BRASIL - MEC/SEF. PCN – Parâmetros curriculares nacionais – Ciências Naturais.
Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.
SÃO PAULO – SEE. Proposta Curricular do Estado de São Paulo – Ciências. Ensino
Fundamental – Ciclo II. Coord. Maria Inês Fini. – São Paulo: SEE, 2008.
Construção e Implantação de um Ecoponto
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CONSTRUÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE UM ECOPONTO
Aline AGUIAR
Hebert SOUZA
Karen LUKO
Tatiana ALVAREZ
INTRODUÇÃO
Ecoponto é um local onde são instalados contentores para a coleta seletiva dos
principais resíduos recicláveis, sendo comumente um total de quatro. Na escola que
realizamos o projeto de construção do Ecoponto, excluímos o recipiente referente ao
vidro, porque este material não é permitido nas dependências de circulação e
alimentação dos estudantes. Sendo assim, foram implantados os seguintes contentores:
amarelo para deposição de materiais plásticos; vermelho para embalagens metálicas; e
azul para papéis. Estes materiais coletados serão posteriormente encaminhados para
reciclagem.
Geralmente os materiais recicláveis dispensados no decorrer do lanche ou nos
intervalos escolares são depositados nos contentores sem respeitar a indicação, ou
mesmo deixados no chão. Também é possível encontrar restos de alimentos, pacotes
não recicláveis de biscoito, entre outros misturados aos recicláveis. Estes dados
representam que a implantação dos contentores por si só não é suficiente, uma vez que
não houve mudança no comportamento dos indivíduos em relação ao descarte do lixo,
após a colocação dos mesmos. Podemos observar que falta uma proposta atrativa para o
envolvimento dos alunos, ou seja, a necessidade de um trabalho efetivo em relação à
educação ambiental dentro da escola.
O tema meio ambiente classificado, não apenas como transversal, mas também
como gerador (Reis, 2006) bem como a implantação de recursos sobre reciclagem tem
grande importância na escola. Isto propicia desde cedo, nas crianças e jovens, a
formação de opinião sobre temas de seu entorno e a conscientização sobre motivos
pelos quais precisamos diminuir os prejuízos ao meio ambiente. E podemos fazer isso
reciclando materiais a partir da coleta seletiva, reduzindo o consumo de recursos não-
renováveis e reaproveitando os materiais de outra forma.
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
14
Assim, é importante proporcionar aos estudantes não só um conhecimento
superficial, mas o reconhecimento da real importância e utilidade de um Ecoponto,
demonstrando, a partir de ações pedagógicas a possibilidade de desenvolver a
consciência ecológica, primeiramente nos estudantes e posteriormente às suas famílias,
o que resultaria em mudanças comportamentais na sociedade.
A partir de ações assim, como a implantação desse recurso, que precisa ter
enfoque didático, tentamos formar cidadãos responsáveis em relação à limpeza urbana e
a preservação ambiental. É necessário que todos professores trabalhem com eficácia a
questão ambiental dentro das salas de aula incentivando os alunos a pensarem
globalmente e agirem localmente. Outra maneira de aumentar a eficácia da utilização do
Ecoponto é interagir com o grêmio estudantil da escola, de forma que esses “vistam a
camisa” em prol da limpeza local e da conservação do meio ambiente, sempre deixando
claro o motivo e a importância dessa prática social.
É preciso que haja participação efetiva de toda a comunidade escolar no
processo da coleta seletiva através da utilização correta dos mesmos para a eficácia do
Ecoponto.
OBJETIVO
Esse projeto tem como objetivo implantar/reativar o Ecoponto na escola e
contribuir para a consciência ecológica dos alunos por meio de um processo de ação-
reflexão-ação, levando em conta uma mudança de comportamento em relação ao
destino correto de materiais recicláveis.
JUSTIFICATIVA
Propomos o uso do Ecoponto para promover os interesses relativos a qualidade
ambiental, pois esse recurso pode ter grande importância numa escola uma vez que tenta
desde cedo, quando o indivíduo está em processo de formação de opinião, conscientizar
a respeito dos motivos pelos quais nós não só devemos, mas precisamos diminuir os
prejuízos ao meio ambiente. E podemos fazer isso reciclando materiais a partir da coleta
seletiva, reduzindo o consumo de recursos não-renováveis e reaproveitando os materiais
Construção e Implantação de um Ecoponto
15
de outra forma. Dependendo da idade do grupo de alunos que é abordado, temos formas
alternativas de se falar sobre o assunto. Mas de maneira geral, justificamos que a
principal causa da necessidade de preservação/conservação ambiental é a de que em
algum momento do processo de degradação nós, seres humanos, seremos afetados.
Como educadores, precisamos ir além desse senso comum apresentando
exemplos do dia-a-dia do aluno, ilustrações de uma biodiversidade que está se perdendo
a cada dia; e ainda, devemos atuar como facilitadores no processo de informação,
sobretudo, no que diz respeito a um desenvolvimento sustentável efetivo.
PASSO-A-PASSO
Nós alunos do Instituto de
Biociências da UNESP campus Botucatu,
responsáveis pela elaboração desse recurso
pedagógico, propusemos para os alunos do
7°ano/6ª série, a construção do Ecoponto
(Figura 1), a elaboração de um painel
(Figura 2) e uma prática de papel
reciclável (Figuras 4 e 5) realizada
posteriormente.
Sob a nossa supervisão, o painel foi
montado em conjunto com os alunos, e posteriormente afixado junto aos latões já
disponíveis na escola. O artefato foi, em grande parte, confeccionado com materiais
reutilizados, sendo estes o verso de um banner, folhas de E.V.A coloridas, duas latas de
alumínio, uma folha e uma embalagem de papel, e uma sacola e uma garrafa plástica.
Também foram utilizadas cola e fita adesiva.
O E.V.A foi cortado em letras para formar a frase título do painel “tempo de
decomposição”. Também foram recortados “de 3 a 4 meses”, dois conjuntos de “mais
de 100 anos”, “papel”, “metal” e “plástico”. Fazendo-se exceção ao título, todas demais
letras foram recortadas observando as cores convencionais de reciclagem, azul para
papel, amarelo para plástico e vermelho para metal. O banner foi dividido em três partes
iguais, sendo que cada uma correspondeu a uma categoria de separação de lixo. Por se
tratar de uma escola em que objetos de vidros não são permitidos, não foi necessária a
inclusão da categoria “vidro” em nosso painel. Foram colados os nomes dos materiais
Figura 1: Implantação do Ecoponto.
Autoria: Aline Aguiar
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
16
com seus respectivos tempos de decomposição e exemplares. O titulo foi colocado logo
acima do painel, como mostrado na figura abaixo.
Como este se trata de um painel de
incentivo a reciclagem e o E.V.A,
possivelmente pode causar algum impacto
ambiental, sugerimos ser substituído por
outro material reutilizado, como melhor
convir. Neste projeto, utilizamos esse
material pela sua disponibilidade no
Departamento Educação, IB – UNESP
campus Botucatu.
É interessante tanto no aspecto
ambiental quanto no aspecto didático
que este Ecoponto montado seja
ativado, para que o lixo separado não
seja misturado novamente. Desta forma,
uma alternativa é instalar um ponto de
coleta seletiva de lixo, entrando em
contato com a cooperativa de coleta
seletiva do Município ou Região ou com
a Secretaria do Meio Ambiente local. Assim, é possível marcar um dia para que a coleta
seja realizada no local desejado. No caso de o professor não poder fiscalizar a
conservação do painel bem como o andamento da separação do lixo e da coleta seletiva
sacola garrafa Latas de alumínio
Embalagem
de papel
Folha de
caderno
Figura 2: Esquema do painel.
Autoria: Karen Luko
Figura 3: Observação do Ecoponto pelos alunos da
escola. Autoria: Hebert da Silva Souza
Figura 4: Prática de reciclagem de papel.
Autoria: Hebert da Silva Souza
Construção e Implantação de um Ecoponto
17
pode-se incumbir um grupo de alunos com esta função. Uma boa opção é o grêmio
estudantil que, se bem organizado em sua escola, pode incluir esta tarefa dentre as suas
atividades rotineiras, sendo um importante aliado nesta causa, por ser um grupo mais
próximo do convívio dos demais alunos. Desta forma, garante-se a presença do painel
sempre em boas condições para a observação de todos os alunos, chamando a atenção
dos mesmos às causas a que esta iniciativa se presta (Figura 3).
Seguindo para a prática de reciclagem de papel, os alunos foram trazidos para o
pátio para a realização desta. Neste local, foram questionados sobre “para onde vai o
lixo que produzimos?”, “quais as conseqüências da produção exacerbada de lixo e falta
de preparo das cidades para dar um destino a seus resíduos?”, “enchentes”, “degradação
ambiental”, “uso abusivo dos recursos
naturais”, etc. Nesta tarefa, o grupo atuou
como monitores, deixando que os
próprios alunos levantassem pontos sobre
a questão do lixo nos dias atuais e que
formulassem, por si mesmos, a idéia do
porque reduzir e reciclar se tornaram
fatores tão importantes do ponto de vista
ambiental.
Na sequência, os alunos foram divididos em quatros grupos, cada um sob a
responsabilidade de um monitor. Os papéis a serem reciclados foram trazidos pelos
membros do grupo e eram das seguintes naturezas: folhas de caderno, revistas (exceto
capas plastificadas), papel de computador, de embrulho, saco de supermercado e caixas
de ovos. Todo esse material foi picado pelos alunos, para facilitar a execução da
próxima etapa, em que esse conteúdo foi batido no liquidificador com água, para
facilitar o processamento. O resultado obtido foi uma massa acinzentada que foi
despejada em uma bacia grande e misturada com água na proporção de 1 para 3,
respectivamente. Então, os alunos mergulharam peneiras planas (20X15cm) nesta
mistura, levantando lentamente e cuidando para que se mantivessem rigorosamente na
posição horizontal, para que a massa fosse distribuída homogeneamente produzindo
folha de papel de mesma espessura em todos lados. O próximo passo foi retirar o
excesso de água com a ajuda da esponja, passada no lado inferior da peneira e deixar
esta descansar em cima de um pano de algodão seco e limpo. Pressionando folhas de
Figura 5: Secagem dos papéis confeccionados na
prática. Autoria: Hebert da Silva Souza
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
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jornal na parte superior da peneira, retirou-se o restante da água e foi dada uma forma
mais lisa ao papel. Por fim, o conjunto foi deixado secando ao sol por 24 horas. Passado
esse prazo, os alunos foram incumbidos de se organizar em grupos e criar algum
trabalho artístico, de qualquer natureza, com o papel confeccionado na prática, sendo
que o melhor trabalho seria premiado.
Contato:
Secretaria do Meio Ambiente de Botucatu - Rua General Telles, nº1603, Centro –
Botucatu – SP
Ecobarra - Cooperativa dos Catadores de Barra Bonita.Endereço: Avenida Arthur Balsi,
716 Cep: 17340-000, Barra Bonita - SP
APLICAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS
Visto que se trata de um assunto referente à construção da cidadania, bem estar
individual e coletivo e reciclagem são tratados nos Parâmetros Nacionais Curriculares
(PCN) dentro do tema transversal meio ambiente (Brasil, 1998b). É possível encontrar a
discussão sobre reciclagem em vários momentos, podendo ser abordada de maneira
satisfatória com faixas etárias distintas. Este projeto se relaciona estreitamente com a
proposta sugerida pelos PCN de Temas Transversais sendo, dessa forma, considerado
como material de interesse para todas as áreas do Ensino Fundamental. No âmbito das
Ciências Naturais, a “implantação do Ecoponto e a importância da reciclagem” se
enquadra em vários eixos temáticos dos PCN – Ciências Naturais (Brasil, 1998a), sendo
assunto pertinente ao terceiro e o quarto ciclo do Ensino Fundamental (5ª à 8ª séries),
com maior profundidade nas últimas séries. Ainda de acordo com os Parâmetros
Curriculares Nacionais, a forma de discussão adequada sobre estes problemas
ambientais se dá no entendimento das conseqüências ambientais resultantes das nossas
atitudes. Assim, a importância do lixo e da reciclagem se torna essencial não só nos
conteúdos pertencentes ao eixo temático “Tecnologia e Sociedade”, mas também
quando forem trabalhados assuntos transversais como “Meio Ambiente” e “Trabalho e
Consumo” propostos pelos PCNs.
Os PCNs – Temas Transversais (Brasil, 1998b) ressaltam a importância de que
os alunos percebam-se integrantes, dependentes e agentes transformadores do ambiente,
Construção e Implantação de um Ecoponto
19
identificando seus elementos e a interação entre eles, contribuindo ativamente para a
melhoria do meio ambiente, por isso um dos objetivos em ciências naturais é que eles
caracterizem materiais recicláveis e processos de tratamento de alguns materiais do lixo.
As práticas pedagógicas, assim como as aulas, não devem envolver apenas conceitos,
mas procedimentos, valores e atitudes, o reconhecimento das formas de tratamento do
lixo, a caracterização de materiais recicláveis e processos de reciclagem do lixo,
principalmente os presentes no município.
REFERENCIAS E MATERIAL DE APOIO
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
Ciências Naturais. Brasília: MEC/SEF, 1998a.138 p.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
terceiro e quarto ciclos: Temas Transversais / Secretaria de Educação Fundamental. –
Brasília: MEC/SEF, 1998b. 436 p.
TOZONI-REIS, Marília Freitas de Campos. Temas ambientais como "temas geradores":
contribuições para uma metodologia educativa ambiental crítica, transformadora e
emancipatória. Educ. rev. [online]. 2006, n.27, pp. 93-110. ISSN 0104-4060.
Sites:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ttransversais.pdf
http://www.ambientebotucatu.sp.gov.br/localizacao.asp
http://www.recicloteca.org.br
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
20
ECOPONTO NA ESCOLA
Bruna Buzzato dos SANTOS
Camila Sobral TORREZANI
Fernanda Andreoli ROLIM
Laura Orsi MACHADO
Raphael Souza PAVANI
INTRODUÇÃO
Qualquer material sólido que sobra das atividades humanas ou proveniente da
natureza (folhas, terra, areia, galhos...) é considerado lixo. É, também, considerado lixo
aquilo que, do nosso ponto de vista, perdeu a utilidade, o valor. Ou seja, qualquer coisa
velha.
Toda atividade humana gera resíduos. Apesar de isso ser normal, ignoramos o
lixo após o descarte, sem dar conta de tratá-lo, causando a poluição do ambiente. O lixo
cresceu em quantidade e diversidade a ponto de exigir uma tomada de consciência
urgente por parte da sociedade civil, do poder público e do setor privado, no sentido de
reduzi-lo, modificá-lo e tratá-lo.
Uma das ações efetivas para diminuição do lixo nos aterros sanitários ou lixões é
a instalação de „ecopontos‟. Ou seja, pontos de coleta de resíduos para retornarem a
cadeia produtiva aumentando a ciclagem dos mesmos e estimulando a participação e
conscientização das pessoas sobre o consumo e destino do lixo.
JUSTIFICATIVA
A sociedade consumista na qual vivemos prega uma cultura na qual há
desperdício, desvalorização da arte por não valorizar a reutilização e adaptação, e a
destinação inadequada dos resíduos, por ser mais prático e menos custoso
financeiramente apenas esquecê-los em aterros. Dessa forma, torna-se essencial
trabalhar esse tema com as crianças e adolescentes nas escolas, gerando,
consequentemente, a consciência de que o lixo é um grande problema ambiental e social
atualmente.
Decidimos, portanto, instalar um ponto de coleta seletiva na Escola Estadual
José Pedretti Neto. Escolhemos aplicar esse projeto devido à necessidade da
Ecoponto na Escola
21
conscientização dos alunos, tendo em vista termos identificado ausência de preocupação
no descarte adequado do lixo nas dependências da escola (ver Figuras 1 e 2). Isso
também se dá ao fato da escola não possuir um lugar adequado para o descarte do
mesmo.
Figura 1: Foto tirada durante o recreio na escola
Autor: Fernanda Andreoli Rolim (Estagiária do Curso de Ciências Biológicas da UNESP)
Figura 2: Foto tirada após o recreio na escola, mostrando a situação do lixo no pátio
escolar e a ausência de latões.
Autor: Fernanda Andreoli Rolim (estagiária do Curso de Ciências Biológicas da UNESP).
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
22
OBJETIVO
Instalar um Ecoponto na escola para que toda a comunidade escolar construa
posturas adequadas em relação ao descarte de resíduos, especialmente aqueles que ainda
podem retornar a cadeia produtiva.
PASSO A PASSO
a) Conversa com a Secretaria do Meio Ambiente de Botucatu:
Visitamos a Secretaria porque estávamos interessados em um gibi que
encontramos no site da Prefeitura de Botucatu sobre a coleta seletiva. Não pudemos
utilizar os gibis, entretanto nos deram folhetos informativos para que distribuíssemos
aos alunos e se dispuseram a conversar com eles também quando fossemos entregá-los
(Figuras 3 e 4).
Figura 3: Foto tirada da parte frontal do folheto doado pela Prefeitura de Botucatu.
Autor: Fernanda Andreoli Rolim (Estagiária do curso de Ciências Biológicas da
UNESP)
Ecoponto na Escola
23
Figura 4: Foto tirada da parte interna do folheto doado pela Prefeitura de Botucatu.
Autor: Fernanda Andreoli Rolim (estagiária do curso de Ciências Biológicas da UNESP)
b) Visita à cooperativa de reciclagem “Mão à Mão”:
Fomos conhecer a cooperativa para buscarmos informações sobre separação e
tipos de materiais reciclados. Em conversa com os funcionários, descobrimos que
apenas 10% do lixo de Botucatu é encaminhado para a reciclagem, e decidimos divulgar
isso no painel feito para a escola. Discutimos, também, a importância da separação em
latões específicos (vidro, papel, metal e plástico) ou em apenas reciclável e não
reciclável. Os coletores nos mostraram que a última opção é a mais adequada, pois, ao
chegar na cooperativa, todo material deve ser triado novamente. Isto se torna necessário
porque dentre os plásticos, por exemplo, alguns são reciclados e outros não. Na visita
solicitamos que o caminhão passasse na escola para recolher o lixo reciclável da escola,
fato que não acontecia anteriormente ao projeto.
c) Sensibilização
Elaboramos painel informativo (Figura 5) feito com caixas de leite e recortes de
revistas demonstrando, assim, o princípio da reutilização.
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
24
Figura 5: Foto do cartaz elaborado
Autor: Laura Orsi Machado (Estagiária do curso de Ciências Biológicas da UNESP)
O painel foi confeccionado da seguinte maneira: recortamos as caixas de leite,
previamente limpas, abrindo-as; colamos os recortes de revistas e os textos na parte de dentro da
caixa (parte prateada); o painel maior foi feito juntando 6 caixas de leite abertas com fita
adesiva; o restante das caixas de leite foi unido ao painel maior com um barbante (como se
costurasse as caixas); as figuras do painel maior e todo o texto foram impressos e as figuras
dos menores foram recortadas de revistas; o painel maior mostra os diferentes destinos
do lixo e suas consequências; os painéis menores mostram como reduzir, reutilizar e
Ecoponto na Escola
25
reciclar e o que se pode reciclar em plásticos, metais, vidros e papéis; tudo foi coberto
com papel contact para melhor preservação do material.
d) Seleção dos alunos para participarem da construção do Ecoponto:
Para a elaboração dos latões e da placa do Ecoponto, solicitamos a participação
de alguns alunos que se disponibilizaram. Dois alunos do grêmio estudantil, o
presidente (Gabriel Henrique) e o vice presidente (Rafael Corá), e quatro alunos do 9o
ano (Letícia Nogueira, Carine Raqueli, Murilo Luciano e Marcelo Lourençan) nos
auxiliaram. Dessa forma, acreditamos ter criado um maior envolvimento dos alunos,
que se sentiram parte do projeto auxiliando na preservação do mesmo.
e) Construção do Ecoponto:
Utilizamos três latões comprados em um depósito de ferro velho, sendo dois
para o lixo reciclável e um para o lixo não reciclável. Utilizamos, para a placa do
Ecoponto, uma placa de alumínio doada pelo ferro velho, também exemplificando o
princípio da reutilização. Os alunos nos auxiliaram elaborando e executando a forma de
pintar os latões e a placa (Figuras 6 a 9).
Figura 6: Foto dos alunos da escola pintando os latões
Autor: Laura Orsi Machado.
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
26
Figura 7: Foto do aluno da escola
confeccionando a placa.
Autor: Laura Orsi Machado.
Figura 9: Foto dos estagiários da UNESP e alunos da escola
Autor: Giselma Becari Garcia de Oliveira (Funcionária da Escola)
Figura 8: Foto dos alunos da escola
confeccionando os latões.
Autor: Laura Orsi Machado.
Ecoponto na Escola
27
f) Divulgação do Ecoponto:
Após a elaboração, passamos nas salas para explicar o EcoPonto, mostrar a
importância dele como um meio de fazermos pensar um pouco mais sobre o nosso lixo,
seu destino e consequências (Figura 10).
Figura 10: Foto de divulgação do Ecoponto nas salas de aula da escola.
Autor: Laura Orsi Machado.
g) Capacitação dos funcionários:
Apesar de a Cooperativa ter disponibilizado curso de capacitação para os
funcionários da escola, resolvemos apenas conversar com eles para que seja indicado
um responsável por tirar o lixo quando o caminhão da cooperativa passar. As
funcionárias da limpeza da escola se disponibilizaram por ajudar.
h) Implantação do Ecoponto:
Prendemos a placa de alumínio e o painel educativo na parede da escola e logo
abaixo foram disponibilizados os latões (Figura 11).
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
28
Figura 11: Foto do Ecoponto pronto e instalado.
Autor: Fernanda Andreoli Rolim.
APLICAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS
No PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais), esse tema pode ser abordado
dentro do tema transversal de Meio Ambiente e Saúde, portanto, devendo ser tratado
por todas as disciplinas e durante todo o ensino fundamental e médio. Além disso, é
abordado dentro de Ciências Naturais. Entretanto, neste último, a abordagem está
voltada para a saúde humana e saneamento básico e possui pouco enfoque para os “3
Rs” (reduzir, reutilizar, reciclar).
Já na Proposta Curricular do Estado de São Paulo não há menção direta sobre o
tema, mas pode ser compreendido quando se destaca temas sobre qualidade de vida: a
saúde individual, coletiva e ambiental.
Este tema pode ser abordado em sala de aula tendo como conteúdo:
– O que é o lixo;
– Tipos de lixo;
– Ciclagem dos materiais;
– 3 “R”;
– Destino e tratamento;
• Problemas relacionados à cada destino.
– Consequências ambientais;
• Poluição dos solos, águas e do ar.
Ecoponto na Escola
29
• Desequilíbrios ecológicos.
– Lixo como meio de sobrevivência.
REFERENCIAS E MATERIAL DE AUXÍLIO
Guia pedagógico do lixo – Governo do Estado de São Paulo
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
30
MODELOS CELULARES REPRESENTATIVOS
Ana Claudia SIMÕES
Carolina Capel GODINHO
Juliana Aparecida RIZZO
Yuri Fanchini MESSAS
INTRODUÇÃO
Assuntos como células-tronco, clonagem e transgenia estão amplamente
difundidos e popularizados nos meios de comunicação. Estes estudos científicos estão
intimamente relacionados à estrutura e ao funcionamento básico da célula.
Hoje, mais do que nunca, é necessário que os alunos aprendam de maneira clara
e coerente os conteúdos que envolvem a biologia celular, para que entendam os
conceitos fundamentais relativos a esta área do conhecimento. Este entendimento no
contexto escolar é importante para que as ideias científicas circuladas nos meios de
comunicação sejam apropriadas pelos cidadãos conferindo-lhes capacidade em adotar
postura crítica e reflexiva frente a estes avanços.
Quando se trata de Biologia, há a necessidade de interagir os conhecimentos
científicos com os conhecimentos do cotidiano, tentando desmistificar que a Ciência é
uma disciplina que se baseia em muitos nomes para decorar (TEIXEIRA et al, 2006).
A célula é definida como unidade fundamental dos seres vivos, ou a menor
unidade capaz de manifestar as propriedades de um ser vivo. A Citologia faz-se,
portanto, fundamental para a compreensão de como os organismos funcionam, além de
ser um campo de aplicações importantes.
OBJETIVO
Tendo por base o quadro apresentado acima, construímos um material didático
que para auxiliar o professor nas aulas de biologia celular, possibilitando aos alunos
construírem uma visão geral de células animais, vegetais e procariotas.
Modelos Celulares Representativos
31
JUSTIFICATIVA
O conceito de célula é fundamental para o processo de organização do
conhecimento biológico. No entanto, para os alunos, é uma entidade complexa e
abstrata que se constrói em suas mentes (PALMERO & MOREIRA, 2001, apud
TEIXEIRA et al, 2006).
Por ser microscópica, sua presença e observação não é tão óbvia para os alunos
do Ensino Fundamental e Médio. Mesmo com a utilização de inúmeros livros de
Biologia, que contenham representações de suas estruturas e componentes em formas de
fotografia, desenhos e esquemas; os alunos possuem dificuldades na hora de interpretar
ou desenhar suas observações. (TEIXEIRA et al, 2006).
O recurso didático pode ser utilizado como um auxílio ao professor, no intuito
de esclarecer as principais diferenças entre os três tipos celulares apresentados. Neste
contexto, a utilização dos modelos celulares representativos pode favorecer o processo
de aprendizagem e assimilação do conteúdo teórico. O material elaborado possibilita
uma visão tridimensional e detalhada das estruturas que compõem as diferentes células
(procariótica e eucarióticas vegetal e animal).
PASSO A PASSO
1) Materiais utilizados
Biscuit coloridos
Caixa de isopor
Bolas de isopor
Placa de isopor
Cola de isopor
Gel
Miçangas
Alfinetes
Papel contact
Papel sulfite
Garrafa de plástico
Bexiga
Molas pequenas
Tinta guache
Pincel
Palito de madeira
Faca
Jornal
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
32
2) Montagem das células
Construímos as organelas modelando a massa de biscuit, com o auxílio de faca e
palito de madeira (Figura 1).
Para a construção do vacúolo utilizamos uma pequena bexiga cheia.
Os peroxissomos foram feitos com bolinhas pequenas de isopor pintadas com
tinta guache.
Figura 1: Exemplo de processo de montagem de organela (cloroplasto). Autoria: Yuri Fanchini
Messas
Utilizando o mesmo procedimento construímos a representação das seguintes
organelas: cloroplasto (Figura 2); mitocôndria (Figura 3); lisossomo (Figura 4);
retículos endoplasmáticos liso e rugoso (Figura 5); complexo de Golgi (Figura 6);
núcleo (Figura 7); bases nitrogenadas (Figura 8); DNA (Figura 9); cromossomo (Figura
10).
Modelos Celulares Representativos
33
Figura 2: Cloroplasto. Autoria: Yuri Fanchini Messas
Figura 3: Mitocôndria. Autoria: Yuri Fanchini Messas
Figura 4: Lisossomo. Autoria: Yuri Fanchini Messas
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
34
Figura 5: Retículos endoplasmáticos liso e rugoso. Autoria: Yuri Fanchini Messas
Figura 6: Complexo de Golgi. Autoria: Yuri Fanchini Messas
Figura 7: Núcleo. Autoria: Yuri Fanchini Messas
Modelos Celulares Representativos
35
Figura 8: Bases nitrogenadas. Autoria: Yuri Fanchini Messas
Figura 9: DNA. Autoria: Yuri Fanchini Messas
Figura 10: Cromossomo. Autoria: Yuri Fanchini Messas
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
36
Célula eucariótica vegetal
Utilizamos uma caixa de isopor (oca) encapada para representar a membrana
plasmática da célula vegetal. Exteriormente a ela colamos uma placa de isopor pintada
de cor diferente para simbolizar a parede celular. Para dar sustentação às organelas,
forramos o fundo da caixa com jornal amassado e colocamos sobre ele uma placa de
isopor, onde as estruturas foram fixadas.
Figura 10: 1- mitocôndria; 2- complexo de Golgi; 3- peroxissomo; 4- lisossomo; 5- ribossomo;
6- cromossomo; 7- DNA (dupla hélice); 8- cloroplasto; 9- envelope nuclear (carioteca); 10-
membrana plasmática (em preto – fosfolipídios; em azul – proteínas transmembrânicas); 11-
parede celular. Autoria: Yuri Fanchini Messas
Figura 11: 1- núcleo; 2- retículo endoplasmático rugoso; 3- retículo endoplasmático liso
Modelos Celulares Representativos
37
Célula eucariótica animal
Utilizamos uma bola de isopor grande para representar a membrana plasmática
da célula animal e pintamos sua face externa com tinta guache. Repetimos o mesmo
procedimento da célula vegetal para promover a sustentação das organelas (Figura 4)
Figura 12: 1- centríolo; 2- mitocôndria; 3- complexo de Golgi; 4- peroxissomo; 5- lisossomo; 6-
ribossomo; 7- cromossomo; 8- DNA (dupla hélice); 9- envelope nuclear (carioteca); 10-
membrana plasmática (em preto – fosfolipídios; em azul – proteínas transmembrânicas).
Autoria: Yuri Fanchini Messas
Figura 13: 1- núcleo; 2- retículo endoplasmático rugoso; 3- retículo endoplasmático liso.
Autoria: Yuri Fanchini Messas
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
38
Célula procariótica
Utilizamos uma garrafa plástica para representar a membrana plasmática.
Preenchemos a garrafa com gel (citoplasma). Adicionamos miçangas e molas,
representando os ribossomos e o DNA, respectivamente. A parede celular foi feita de
biscuit.
Figura 14: Modelo de célula procariótica. Autoria: Yuri Fanchini Messas
APLICAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para o Ensino
Fundamental, os conteúdos relacionados à citologia estão inclusos no eixo temático Ser
humano e Saúde: “[...] é um desafio interessante para o quarto ciclo o reconhecimento
do nível celular, considerando-se a célula como unidade de vida. Para isso, pode-se
auxiliar os alunos comparando-se, em panorama, vários tecidos animais e vegetais com
formas e funções diferenciadas. A organização básica das células, com membrana
plasmática, citoplasma e material genético, caracteriza a unidade e sua relação no meio
em que vive.” (Brasil, 1998, p.105)
Para o Ensino Médio, este material poderia estar incluso em aulas que trabalhem
os seguintes temas: interação entre os seres vivos; diversidade da vida; transmissão da
vida; ética e manipulação gênica; origem e evolução da vida. Esses temas abrangem
algumas competências, como:
Medidas, quantificações, grandezas e escalas.
Modelos explicativos e representativos
Modelos Celulares Representativos
39
Ciência e tecnologia na história
REFERÊNCIAS E MATERIAL DE APOIO
ALBERTS, BRAY, HOPKIN, JOHNSON, LEWIS, RAFF, ROBERTS, WALTER.
Fundamentos da Biologia Celular. Editora Artmed, 2ª Edição, 2006.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS DO ENSINO MÉDIO (PCN+) de
Ciências da Natureza,Matemática e suas Tecnologias. Ministério da Educação e
Cultura, 2003.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL.Ciências Naturais / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília:
MEC/SEF, 1998.
TEIXEIRA, J.M.; LIMA, B.A.; FAVETTA, L.R.A.O conceito de célula investigado
numa sala de aula de Ensino Médio: um Estudo de Caso. IN:
http://www.unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/4mostra/pdfs/229.pdf. Acessado
em: 14/06/2010.
Sites:
http://www.cdcc.usp.br/ciencia/artigos/art_37/aprendendo.html
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
40
PAINÉIS EDUCATIVOS: GRAVIDEZ, DROGAS E DST´S PARA
ADOLESCENTES
Ayesha Ribeiro PEDROZO
Fernanda Yamamoto Ricardo da SILVA
Larissa SHIOZAWA
Renata ISHIBA
INTRODUÇÃO
Durante nosso estágio de regência esbarramos num dos problemas presentes em
muitas escolas do Brasil: gravidez, doenças sexualmente transmissíveis (DST) e drogas
na adolescência. A partir disso, construímos painéis de caráter informativo que abordam
estes temas relevantes ao processo de formação dos jovens. Tais temas são considerados
pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) como transversais (BRASIL, 1998).
Temas transversais são aqueles que expressam conceitos e valores básicos à
democracia e à cidadania e que tratam de questões importantes e urgentes para a
sociedade contemporânea. Como o próprio nome diz, trata-se de assuntos que estão de
forma transversal no conteúdo curricular. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN‟s) compreendem seis áreas: Ética; Orientação Sexual; Meio Ambiente; Saúde;
Pluralidade Cultural; Trabalho e Consumo, sendo que os temas abordados neste
trabalho serão: Orientação Sexual e Saúde. Portanto, devem ser trabalhados nas salas de
aula de forma contextualizada e coordenada, ou seja, devem servir como centro de
articulação das disciplinas.
OBJETIVO
Os objetivos deste projeto são: possibilitar o acesso a informações referentes a
estes assuntos (seus perigos, conseqüências e como evitá-los); estimular os alunos a
buscar mais conhecimentos sobre estes temas; promover debates no contexto escolar
sobre a exposição dos jovens a estas situações; e contribuir para diminuir os crescentes
índices de gravidez, do uso de drogas e de contágio de DST´s na adolescência.
Painéis Educativos: Gravidez, Drogas e DST´s para Adolescentes
41
JUSTIFICATIVA
Atualmente, a escola tem sido apontada como um importante espaço para
abordar temas relacionados à gravidez indesejada, DST‟s e problemas do consumo de
drogas (como álcool e cigarro). Nos últimos anos, a sexualidade dos adolescentes
adquiriu uma dimensão de problema social (ALTMANN, 2004). Como estes são temas
muito difíceis de serem abordados pelos professores nas escolas, educação sexual e
drogas foram escolhidos como bons projetos para serem discutidos de forma
diversificada. São temas permeados por tabus e preconceitos, regido por valores
culturais e de ordem pessoal, sobre o qual poucos professores adquiriram o hábito e a
naturalidade para conversar a respeito. Sem esquecer que muitos pais enxergam estes
temas com “algo para aprender em casa” e não um tema que cabe a escola transmitir. O
principal problema é que grande parte das famílias não sabe ou não deseja abordar estes
temas com seus filhos, mostrando mais uma vez a necessidade de abordar estes temas
na escola.
Os alunos das escolas públicas, principalmente as que se encontram em áreas
periféricas e de baixo poder aquisitivo, tem pouco acesso a discussões e orientações
especializadas sobre esses temas, tanto pela baixa escolaridade da população dos
arredores da escola quanto pela ausência de equipamentos sociais (posto de saúde,
centros esportivos e de lazer, entre outros).
Além disso, muitas escolas não possuem infra-estrutura como espaço físico ou
laboratórios para a implantação de projetos que produzam maquetes, moldes e outros
recursos didáticos que necessitam de serem armazenados, como no caso da escola em
que estagiamos. Há falta, muitas vezes, de materiais educativos disponíveis aos alunos
que auxiliem no processo de ensino.
Tendo por base esta situação, sugerimos a elaboração de painéis educativos, por
serem materiais que não necessitam de espaços físicos especiais para sua guarda, são
atrativos aos alunos por possuírem muitas imagens e textos mais curtos e podem servir
como material de apoio aos professores nas aulas e oficinas.
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
42
PASSO A PASSO
Primeiramente, após contato com a equipe pedagógica da escola, selecionamos
os temas. A seguir fizemos uma extensa pesquisa em sites, livros, planos de ensino e
monografias que tratassem do tema e sua aplicação dentro da sala de aula.
A abordagem foi uma das grandes dificuldades do nosso grupo, uma vez que não existe
um padrão a ser seguido para abordar drogas, gravidez e DST‟s na adolescência. Dessa
forma conseguimos as informações necessárias para os textos presentes nos painéis, os
conteúdos informativos, contatos importantes, prevenções e curiosidades.
Deparamo-nos então com um grande problema ao perceber que não tínhamos
nenhum integrante do grupo ou alguém com disponibilidade de desenhar figuras que
fariam parte dos painéis. Dessa forma tivemos que recorrer ao uso de imagens
encontradas em nossas pesquisas na internet, as quais poderiam ser utilizadas uma vez
que apresentassem suas devidas fontes. Assim passamos para o processo de seleção das
imagens.
Tivemos extremo cuidado na seleção dos textos e imagens, que seriam
apresentados nos painéis, para que não fossem tendenciosos. Ou seja, que a leitura
destes não causasse um entendimento errôneo por parte dos jovens sobre os assuntos
tratados.
No painel sobre gravidez na adolescência, procuramos apresentar o tema sem
estigmatizar as possíveis alunas grávidas ou que já são mães, sem, no entanto, deixar de
apontar as possíveis dificuldades decorrentes de uma gravidez precoce.
Utilizamos para a montagem dos painéis os programas Microsoft Word, Power
Point e Photoshop. Foram criados layouts específicos para cada um dos três painéis:
para os temas gravidez na adolescência e drogas (Figuras 1 e 2), os layouts continham
várias imagens, ou seja, eram bem ilustrativos. Já o painel sobre DST (Figura 3), por se
tratar de um tema que comumente é abordado pelo uso de imagens impactantes,
optamos por criar uma outra linguagem. A idéia concretizou-se por meio de história em
quadrinhos, cujo enredo é conduzido pelo diálogo entre dois adolescentes sobre o tema
em questão.
A história em quadrinhos é uma proposta que atrai mais os jovens, se aproxima
da realidade dos mesmos e é uma forma lúdica de abordar o tema DST. Para a
confecção dos quadrinhos, utilizamos os recursos (linhas, formas geométricas e figuras)
do programa Power Point para fazer os personagens que representavam os adolescentes.
Painéis Educativos: Gravidez, Drogas e DST´s para Adolescentes
43
Antes de finalizarmos os conteúdos e imprimir os painéis, contamos com a orientação
da professora-supervisora do estágio “Projeto Temático III”, a fim de que a abordagem
dos conteúdos planejados fosse apresentada da melhor forma, promovendo a
identificação dos jovens com os temas enfocados.
A impressão dos painéis pode ser realizada em uma gráfica, com a utilização de
um papel mais resistente (gloss paper) a fim de que os mesmos tenham maior
durabilidade e possam ser utilizados no decorrer do ano letivo.
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
44
Figura 1: Painel Educativo sobre Gravidez na adolescência
Autoria: Ayesha R.Pedrozo,Fernanda Yamamoto R.Silva, Larissa Shiozawa e Renata Ishiba
Painéis Educativos: Gravidez, Drogas e DST´s para Adolescentes
45
Figura 2: Painel Educativo sobre Drogas lícitas
Autoria: Ayesha R.Pedrozo,Fernanda Yamamoto R.Silva, Larissa Shiozawa e Renata Ishiba
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
46
Figura 3: Painel Educativo sobre DST
Autoria: Ayesha R.Pedrozo,Fernanda Yamamoto R.Silva, Larissa Shiozawa e Renata Ishiba
DST’sBlá,
Blá, blá
No fundo da sala...
! Z
Z
Z
Bééé
Hum..?
Meu...Antônio....acorda, a
aula já acabou.
No caminho para casa...
Puts...tôcom uma coceira!
Cara...pode ser DST...
DST???
E o que é que é
isso?
Doenças Sexualmente
Transmissíveis
Será que eu tô
com esse negocio?
Ah! Sei lá meu... Os sintomas
podem ser: coceira e
vermelhidão dos órgãos
genitais, dores ao
urinar, etc...
Unesp – Botucatu (7º semestre – Ciências Biológicas)Ayesha R. Pedrozo, Fernanda Y. R. Silva, Larissa Shiozawa, Renata Ishiba
Nem tem como eu ter pegado
DST, então.
A professora falou que
basta umarelação sexual
sem camisinha pra pegar! Se um dos parceiros
estiver infectados...
pronto
Puts! Sério? Mas só uma vez??? É !!!
Mais e aí ?!? O que eu faço se eu tiver ????
Posto de SaúdeESF – Jardim Aeroporto
Rua Um, 60 [14] 3813-9231
Basta você ir no médico do Posto de Saúde e fazer os exames necessários.
Relaxa véio! Depois, se der positivo, eles te indicam o melhor tratamento.
Ufa! Então é só ir lá no posto e
beleza!
Mas você não pode esquecer que nem toda DST tem cura, né?!? Tipo a
AIDS.
E aí ?!? Vocês tem mais alguma dúvida sobre DST’s??? Então procure seu professor de Ciências, Biologia ou
um médico do posto de saúde perto da sua casa e esclareça outras dúvidas sobre DST’s.
Os índices de
HIV positivo
em indivíduos
com
escolaridade
entre 8 e 11
anos vem
aumentando
em ambos o
sexos.
DST’s – Doenças Sexualmente Transmissíveis
Consultando um
médico as chances
de tratamento e
cura das DSTs
serão maiores. É
importante avisar
seu parceiro (a),
pois ele (a) também
pode estar
infectado (a).
NÃO SE ESQUEÇA!As pílulas
anticoncepcionais não protegem contra
nenhuma DST.
DISQUE DST/AIDS
0800 16 25 50
Serviço gratuito de
aconselhamento
sobre DTS e AIDS
Painéis Educativos: Gravidez, Drogas e DST´s para Adolescentes
47
APLICAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS
De acordo com a Proposta Curricular do Estado de São Paulo e Parâmetros
Curriculares Nacionais – PCNs, os temas que envolvem sexualidade e drogas devem ser
abordados nas sétimas e oitavas séries (oitavo e nono anos respectivamente). Porém, em
conversas com docentes e coordenadores pedagógicos, estas questões deveriam ser
abordadas nas séries anteriores (5ª. e 6ªs) dado à sua relevância para o cotidiano de
todos, em especial aos jovens.
A gravidez na adolescência é sugerida dentro da Proposta Curricular do Estado
de São Paulo em dois momentos. O primeiro seria no segundo bimestre da 7ª série/ 8º
ano no tema “Vida e Ambiente”, no subtema “Manutenção das espécies”; subtópico
“Sexualidade, reprodução humana e saúde reprodutiva”; dentro do conteúdo específico:
“os métodos anticoncepcionais e a gravidez na adolescência.” Ou no segundo bimestre
da 8ª série/ 9º ano no tópico “Coordenação das funções orgânicas”; subtópico “Sistema
endócrino”; dentro do conteúdo específico: “hormônios sexuais e puberdade”.
Já as drogas podem ser abordadas no segundo bimestre da 8ª série/ 9º ano, no
tema “Ser humano e saúde”, no subtema “Preservando o organismo”; dentro do
conteúdo geral “Drogas”.
As DST‟s poderiam ser abordadas no segundo bimestre da 8ª série/ 9º ano, no
tema “Vida e Ambiente”, no subtema “Manutenção das espécies”; nos conteúdos gerais:
“Sexualidade, reprodução humana e saúde reprodutiva”; no conteúdo específico:
“Doenças sexualmente transmissíveis: prevenção e tratamento”.
Quando estes temas forem abordados nestas séries os painéis, de caráter
informativo, poderão ser utilizadas como material de apoio durante as aulas expositivas
ministradas pelos docentes.
As ilustrações contidas nos painéis podem contribuir para despertar maior
interesse dos alunos, principalmente pela grande quantidade de imagens. Também
podendo ser utilizado durante oficinas sobre o tema como material complementar.
Lembrando que estes assuntos são considerados transversais, podem ser abordados
sempre que pertinente em qualquer série ou matéria desde que abordado de forma
correta e adequada pelo professor.
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
48
REFERENCIAS E MATERIAL DE APOIO
ALTMANN, Helena, A CONSTRUÇÃO SOCIAL DA ORIENTAÇÃO SEXUAL
NA ESCOLA, 2004 – retirado de
www.anped.org.br/reunioes/26/trabalhos/helenaaltmann.rtf
ARATANGY, Lidia Roserberg. SEXUALIDADE - A DIFÍCIL ARTE DO
ENCONTRO. 4ªedição. Editora Ática: São Paulo, 1998.
BRASIL, Ministério da Educação – PARÂMETROS CURRICULARES
NACIONAIS. CIÊNCIAS NATURAIS. Secretaria de Educação Fundamental.
Brasília: MEC/SEF, 1998.
CIPRIANO, Morgyanna A.1; FARIAS, Maria do C. A. D.de.2; ABRANTES, Maria J.
G. de.3; COSTA, Lívia Almeida3; PEREIRA, Güedijany Henrique.3, SEXUALIDADE
NA ESCOLA: PROPOSTA EDUCATIVA PARA ADOLESCENTES. IV Encontro
de extensão da UFCG
DUMONT, Virginie. QUESTÕES DE AMOR 11 - 14 ANOS. 1ªedição . editora
Callis: São Paulo, 1998.
Sites:
http://aletp.com/category/design-grafico/page/2/
http://amigasridiculas.files.wordpress.com/2008/09/juno.jpg
http://www.brasilescola.com/biologia/gravidez-adolescencia.htm (retirado em
24/04/2010)
http://camaraecamara.wordpress.com/2009/08/07/lei-anti-fumo
http://draregina.blogspot.com/2009_07_01_archive.html
http://gballone.sites.uol.com.br/infantil/adolesc3.html (retirado em 24/04/2010)
http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&ct=res&cd=2&ved=0CBsQFjAB&ur
l=http%3A%2F%2Fwww.anped.org.br%2Freunioes%2F26%2Ftrabalhos%2Fhelenaalt
Painéis Educativos: Gravidez, Drogas e DST´s para Adolescentes
49
mann.rtf&rct=j&q=%E2%80%A2%09ALTMANN%2C+Helena%2C+A+CONSTRU%
C3%87%C3%83O+SOCIAL+DA+ORIENTA%C3%87%C3%83O+SEXUAL+NA+ES
COLA&ei=c1cSTOC1GI-
duAe9u4CwAQ&usg=AFQjCNFCy5ICUGVwTDKhVD7oSB9Rr0okwA
http://panodajangada.files.wordpress.com/2009/09/metodos-contraceptivos.jpg
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencias.pdf
http://prasaberviver.blogspot.com/2010/01/alcool-e-alcoolismo.html
http://wddesigner.files.wordpress.com/2009/10/capa-fundo8.jpg
http://www.brasilescola.com/datacomemorativas/dia-nacional-combate-ao-fumo.htm
http://www.cisa.org.br/categoria.html
http://www.flickr.com/photos/giltokio/3654897705/
http://www.fotosearch.com/LIF128/crsh1/
http://malucoporjesus.wordpress.com/2009/10/30/alcool/
http://projetoambsex.terra.com.br/index.asp
www.paulamelo.cineblog.com.br
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
50
PAINEL INTERATIVO: O PRINCÍPIO DAS CADEIAS
ALIMENTARES
Daniel Augusto de MELLO
Érika SHIMABUKURO
Mirella BARONI
Thaís ALVES
INTRODUÇÃO
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) – Tema
Transversal Meio Ambiente (Brasil, 1998a), discussões sobre temas como “vida” e
“meio ambiente” proporcionam ao aluno maior compreensão das condições necessárias
à vida na Terra, levando assim ao entendimento acerca dos ciclos naturais e do manejo
ambiental.
Ainda dentro do tema Meio Ambiente, os PCNs apresentam importantes
discussões sobre ecossistemas e a interação entre seus diferentes componentes,
estudando as relações de interdependência entre os seres vivos e os demais componentes
do espaço que habitam.
Tais relações são enfocadas nos estudos das cadeias e teias alimentares, dos
níveis tróficos (produção, consumo e decomposição), do ciclo dos materiais e fluxo de
energia, da dinâmica das populações, do desenvolvimento e da evolução dos
ecossistemas.
O ensino das cadeias alimentares parte do princípio de que toda cadeia se inicia
com um produtor, seguindo-se os consumidores, os necrófagos e os decompositores. A
despeito da importância desse estudo, é evidente também a complexidade das relações
envolvidas neste processo. Portanto, é comum evidenciar dificuldades na hora do seu
ensino e do reflexo nisso no aprendizado dos alunos.
A produção de recursos didáticos que contribuam para facilitar a compreensão
destas relações enfocadas em temas como cadeia alimentar torna-se fundamental.
Especialmente aqueles que indiquem aspectos das dinâmicas interativas presentes no
ciclo da vida.
Painel Interativo: O Princípio das Cadeias Alimentares
51
OBJETIVO
Construir um painel interativo para ensinar de forma ilustrativa e lúdica a
estrutura, o funcionamento, a importância e a diversidade das cadeias alimentares,
promovendo a apropriação destes conceitos. De acordo com a necessidade e criatividade
do professor, o material pode ainda ser utilizado como forma de abordagem de outros
temas, como transferência de energia nos ecossistemas e importância da conservação do
meio ambiente.
JUSTIFICATIVA
O recurso “painel interativo” possibilita evidenciar a dinâmica na organização
das cadeias alimentares, propiciando aos alunos a construção de uma variedade de
cadeias a partir dos diferentes usos das imagens dos seres vivos, variando no arranjo das
mesmas. Assim, é possível que o aluno elabore uma „certa‟ cadeia e a seguir reflita
sobre a viabilidade da mesma no contexto do ecossistema enfocado.
O uso de recursos didáticos, que contenham representações de modelos da
natureza dinâmicos também contribui para visualizar o efeito de uma pequena alteração
em qualquer um dos níveis tróficos da cadeia e, consequentemente, toda a cadeia sofrerá
mudanças.
PASSO A PASSO
O material confeccionado consiste em dois painéis que representam tipos
distintos de ecossistemas (uma floresta e um fundo oceânico), que foram desenhados e
coloridos com lápis de cor, em cartolina. Os painéis foram plastificados e colados a uma
superfície rígida (papelão). Foram selecionadas algumas cadeias alimentares mais
características de cada um desses ecossistemas. As gravuras dos seres vivos integrantes
foram impressas para confecção de cartões. No verso de cada cartão foi colocado
„velcro‟ de modo que este pudesse aderir à superfície dos painéis em pontos específicos
Construção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências
52
para a montagem de uma cadeia alimentar de maneira correta. Também foram feitos
cartões em forma de setas para indicar o sentido do fluxo da matéria.
Este material pode ser usado após uma aula expositiva sobre os conceitos de
Produtor, Consumidor e Decompositor e de suas respectivas funções em um
determinado ecossistema. Assim, os alunos podem, a partir dos conhecimentos fixados
e do material didático em mãos, raciocinar sobre as consequências desse tipo de
alterações, levando em consideração ações antrópicas como pesca e caças excessivas.
Há também a possibilidade de o professor utilizar o material como recurso visual para
caracterização dos ecossistemas representados.
Figura 1. Materiais utilizados na confecção
dos painéis: lápis de cor, cartolina, papel
contact e superfície rígida (papelão).
Foto: Autoria dos estagiários
Figura 2. Painel da floresta tropical e papel
transparente para plastificá-lo.
Desenho: Daniel Augusto de Mello.
Foto: Autoria dos estagiários
Figura 3: Painel do fundo oceânico
plastificado.
Desenho: Mirella Baroni.
Foto: Autoria dos estagiários
Figura 4. Imagens de animais de diferentes
ecossistemas, impressas em papel sulfite.
Imagens: Retiradas do Clip Art – Microsoft
Word 2007.
Foto: Autoria dos estagiários
Painel Interativo: O Princípio das Cadeias Alimentares
53
Figura 5.Imagens de animais coladas em EVA
e com velcro para adesão nos painéis.
Foto: Autoria dos estagiários
APLICAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS
De acordo com o PCN – Ciências Naturais (Brasil, 1998b), o assunto em questão
deve ser abordado no terceiro ciclo (5ª e 6ª séries), dentro do tema Vida e Ambiente. Já
na Proposta Curricular do Estado de SP, é sugerido que o mesmo seja abordado no
primeiro bimestre do 6º Ano (5ª série), dentro do tema Meio Ambiente, quando serão
apresentados os conceitos de Produtores, Consumidores e Decompositores.
A interdependência alimentar entre os seres vivos é um conhecimento
fundamental no terceiro ciclo (5ª e 6ª séries ou 6º. e 7º. anos) e a classificação dos seres
vivos de acordo com seu papel na cadeia alimentar é prioritária, um conhecimento ao
alcance dos alunos. A partir disso, também é possível que compreendam que há
transferência de matéria de um nível trófico para outro. Entretanto, o entendimento da
transferência e dissipação de energia ao longo das cadeias é um enfoque difícil, que
pode ser deixado para o ciclo seguinte.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, C. e PAULINO W.R. Os seres vivos- 6ª série, 61ª Edição: Editora Ática.
BRASIL - Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
Temas Transversais. Brasília: MEC / SEF, 1998a.
BRASIL - Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
Ciências Naturais. Brasília: MEC / SEF, 1998b.