Produtividade e custo no sistema de fôrmas: mesa voadora x cimbre convencional usadas em concreto protendido Julho/2018 ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 15 Vol. 01 julho/2018 Produtividade e custo no sistema de fôrmas: mesa voadora x cimbre convencional usadas em concreto protendido Ana Karliane Carlos Dantas – [email protected]MBA Gerenciamento de Obras, Qualidade e Desempenho da Construção Instituto de Pós-graduação – IPOG Natal, RN, 17/05/2017 RESUMO Este artigo científico estuda a produtividade e os custos no sistema de fôrmas. Foram analisados dois sistemas construtivos bem distintos entre si, a mesa voadora e o cimbre convencional, em um canteiro de obras localizado em na cidade de Fortaleza/CE, composto de duas torres (gêmeas), com 20 pavimentos tipo cada e um edifício garagem com 12 pavimentos. A pesquisa foi estimulada pela falta de comparativo entre os sistemas de fôrmas. O objeto de estudo compreende a análise de eficiência entre os métodos aplicados, tendo sua importância agravada quando se trata de índices de relevância como a produtividade e o custo entre eles. A pesquisa de campo deu-se no ciclo de 5 dias das concretagens das lajes, analisando as dificuldades de cada sistema e atrelando ao planejamento. Os dados utilizados na pesquisa foram em sua maioria materiais e pessoas envolvidas para a montagem de cada sistema. Palavras-chave: Produtividade. Cimbre. Mesa Voadora. Processo construtivo. Eficiência. Planejamento. 1 INTRODUÇÃO O setor da construção busca inovações em seus produtos e processos, de forma a otimizar os custos para maximização dos lucros através da melhoria na produtividade, menor consumo de materiais e maior reaproveitamento dos mesmos. Um exemplo é a utilização de aço cortado e dobrado em uma central de forma a fim evitar, desperdício de ferragem, melhor aproveitamento do espaço no canteiro de obras, bem como menor utilização de mão de obra, visto que, no cenário atual, a mesma é uma parcela importante nos gastos mensais do construtor devido sua valorização com a ascensão do mercado construtivo. (MOREIRA, 2013). Novas tecnologias construtivas sempre estão aparecendo no mercado da construção civil e essas novas ideias vêm inovando o método de construir a cada dia, em todas as áreas da construção. Criar, inovar e transformar são palavras que devem estar sempre na mente de profissionais de tecnologia para alcançar os objetivos. Até o mais básico da construção está
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Produtividade e custo no sistema de fôrmas: mesa voadora x ...€¦ · (madeirite) e os parafusos usados para sua fixação. Figura 3 – Exemplo de fôrmas de mesa voadora na obra
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Produtividade e custo no sistema de fôrmas: mesa voadora x cimbre convencional usadas em
concreto protendido
Julho/2018
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 15 Vol. 01 julho/2018
Produtividade e custo no sistema de fôrmas: mesa voadora x cimbre
Conforme tabelas podemos ver uma economia nítida de mão de obras entre dos dois
sistemas, uma economia de 26,80% entre a equipe adotada da mesa voadora e a equipe
sugerida do cimbre comum.
6 CONCLUSÕES
A construção civil sempre se mostra pouco tecnológica no Brasil, ainda é comum
encontrar profissionais na área da construção não se adaptando com tais tecnologias, ainda
com pensamento que a construção civil tem que ser arcaica e com índices de produtividade
ultrapassados.
Mesmo sendo utilizado desde o século XIX, o concreto protendido ainda sofre uma
certa resistência para ser utilizado, nele há métodos nos quais a armadura sofra um pré-
alongamento, gerando um sistema auto equilibrado de esforços, ou seja, tração no aço e
compressão no concreto, talvez pelo misticismo de que seja mais caro que o concreto armado.
Há muitas situações que o vão precisa ser livre totalmente, sem vigas e o concreto protendido
é uma escolha pertinente para tal fim.
O estudo de caso mostrado, expõe o cimbre comum que é utilizado em larga escala em
nossas construções, na empresa objeto de estudo não é diferente e na sua total maioria de
obras é utilizado esse tipo de fôrma. O cimbre comum é mais simples em sua composição,
porém existe muitas partes mistas e soltas, isso faz com o que o seu manejo e montagem seja
mais lenta, deixando a produtividade menor, porém mais fácil seu transporte e manejo. Já a
mesa voadora vem desmontada, porém quando montadas não há a necessidade de ter uma
Tabela 8 – Valor de mão de obra com a mesa voadora
Fonte: Dados produzidos pelo autor (2016)
Tabela 9 – Valor de mão de obra com cimbre comum
Fonte: Dados produzidos pelo autor (2016)
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concreto protendido
Julho/2018
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 15 Vol. 01 julho/2018
equipe só para esse fim e nem tanto “perder” esse tempo em montagem, ou seja, o trabalho
que a obra teria montando as mesas só teria uma vez. Seu transporte de um pavimento para o
outro precisa ter uma logística arrojada e eficaz, pois ela precisa de dedicação quase que
exclusiva da grua, o seu peso é bastante elevado não sendo viável ter em obras sem grandes
gruas, o guincho foguete (velox) não suporta o peso elevado da mesa voadora, tornando uma
grande desvantagem, pois se a grua quebrar ela ficará impossibilidade de continuar seu
transporte, assim como as manutenções e elevação (telescopagem) precisa ter um
planejamento minucioso para que não ocorra paradas significativas e com isso alterando o
ciclo para então ter feito a concretagem de seu pavimento.
Assim expondo, conclui-se que nesse modelo de obra com seus projetos arrojados e quase
sem vigas (apenas no poço dos elevadores e escadas), utilizando o concreto protendido,
carrinho para suporte e nivelamento de mesas voadoras e grua para seu transporte vertical de
um pavimento para outro, aconteceu uma economia significativa no montante da obra nessa
fase de estrutura, foi notório que a quantidade de funcionários foi reduzida de 17 carpinteiros
e 10 auxiliares de carpintaria em cimbre comum para 12 carpinteiros e 8 auxiliares de
carpintaria utilizando a mesa voadora, aumentando significativamente sua produtividade
utilizando o mesmo ciclo para os dois sistemas de fôrma, como se pode perceber o ciclo de 5
dias com a mesa voadora utiliza menos funcionários que o cimbre comum. Todo esse
processo de ciclo, número de funcionários e escolha da fôrma gerou uma economia na mão de
obra 26,80% entre a equipe adotada da mesa voadora e a equipe sugerida do cimbre comum,
sendo mais viável para esse tipo de obra com os projetos específicos a utilização da mesa
voadora como fôrma escolhida.
8 REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Luis Otávio Cocito de. Tecnologia e Gestão de Sistemas Construtivos de
Edifícios. Apostila da Disciplina de Tecnologia de Produção de Edificações em Concreto
Armado. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos, 2004.
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Pomi Diniz Costa – Minas Gerais: UFMG / Escola de engenharia, 2014.
FLECK, Verônica Chaves. Sistemas de fôrmas: Análise comparativa entre os sistemas de
fôrmas voadoras e convencional na execução de estruturas de concreto armado/
Verônica Chaves Fleck – Porto Alegre: UFRS / Escola de Engenharia, 2014. HANAI, João Bento. Fundamentos de concreto protendido. Apostila da disciplina de estruturas. São
Carlos: Universidade de São Paulo, 2005
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concreto protendido
Julho/2018
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 15 Vol. 01 julho/2018
JORGE, Felipe Mignone Quintairos. Práticas construtivas capazes de reduzir o tempo de
execução de obras/ Felipe Mignone Quintairos Jorge – Rio de Janeiro: UFRJ / Escola
Politécnica, 2013.
PERES, Pedro de Oliveira. Um Estudo Comparativo sobre os Sistemas de Fôrmas: Mesa
Voadora X Convencional / Pedro de Oliveira Peres – Rio de Janeiro: UFRJ / Escola
Politécnica, 2013.
OBATA, Sasquia H. Trabalho de Racionalização dos Serviços de Fôrmas na
construção Civil. Apostila da Disciplina da Racionalização da Construção Civil. São
Paulo : Universidade de São Paulo, 1996.
SH FÔRMAS. Catálogo de Equipamentos 2013-2014. Disponível em:
<http://www.sh.com.br/site/> Acesso em: 18 outubro 2013.