Processos Hidrológicos Processos Hidrológicos CST 318 CST 318 Tema 05 – Evapotranspiração Tema 05 – Evapotranspiração ANO 2013 ANO 2013 Laura De Simone Borma Camilo Daleles Rennó http://www.dpi.inpe.br/~camilo/ prochidr/
Processos HidrológicosProcessos Hidrológicos
CST 318CST 318
Tema 05 – EvapotranspiraçãoTema 05 – EvapotranspiraçãoANO 2013ANO 2013
Laura De Simone BormaCamilo Daleles Rennóhttp://www.dpi.inpe.br/~camilo/prochidr/
EvaporaçãoEvaporação
Ciclo hidrológico troca constante de água entre a superfície terrestre e a atmosfera
A água chega até a superfície terrestre através da precipitação
A água sai da superfície terrestre através de processos de vaporização da água – evaporação + transpiração = evapotranspiração (ETP)
Vapor d’água indisponível para uso humano
Água “perdida” pela evapotranspiração usada para o crescimento das plantas, que formam a base dos ecossistemas terrestres
Medida da ETP fundamental para quantificação da disponibilidade hídrica
• Previsão dos impactos das mudanças climáticas e mudanças no uso da terra na resposta hidrológica habilidade de modelar a evapotranspiração
ImportânciaImportância
disponibilidade hídrica irrigação
perda de água em reservatórios
Evaporação, transpiração e Evaporação, transpiração e evapotranspiraçãoevapotranspiração
• Evaporação: conjunto de fenômenos físicos que transformam em vapor a água livre existente na superfície do solo:
– interceptada pelas plantas– Cursos d’água– Lagos– Reservatórios
• Transpiração: evaporação devida à ação fisiológica dos vegetais– As plantas, através de suas raízes, retiram do solo a água para atividades vitais e
transpiram pelos estômatos
• Evapotranspiração: conjunto de processos físicos (evaporação) e fisiológicos (transpiração) que provocam a transformação da água precipitada na superfície da Terra em vapor
– Termo bastante usado devido à dificuldade de separação entre evaporação e transpiração, tanto nos cálculos quanto nas medições
Evaporação, transpiração e Evaporação, transpiração e evapotranspiraçãoevapotranspiração
Oceanos, lagos, solo sem cobertura vegetal
Superfície vegetada: florestas, cultivos, etc.
Interceptação
EvapotranspiraçãoEvapotranspiração
Somente ocorrerá se existir água disponívelDisponibilidade de água – fator limitante do processo
Evapotranspiração potencial e Evapotranspiração potencial e evapotranspiração realevapotranspiração real
• Evapotranspiração potencial - Etp (ideal): total de água transferido para a atmosfera por evaporação e transpiração, de uma superfície extensa, coberta por vegetação e não sendo limitada pela disponibilidade de água
• Evapotranspiração real - Etr (atual): perda de água para a atmosfera por evaporação e transpiração, nas condições atmosférica e de umidade do solo atuantes
• Conceitualmente, a Etr não pode exceder a Etp;
ETp e ETrETp e ETr
Evapotranspiração potencial – ETp
Máxima ET que pode ser transferida para a atmosfera – depende apenas das condições atmosféricas
Evapotranspiração real – Etr
Total transferido para a atmosfera de acordo com a disponibilidade hídrica existente (umidade do solo) e resistência das plantas
Meio não saturado
Meio saturado
Condições atmosféricas
9
ETr
ETp
Umidade do solo
Smx
ETr= evapotranspiração depende da umidade do solo
ETp e ETrETp e ETr
Física da evaporaçãoFísica da evaporação
Camada de ar T = Ta acima de uma superfície de água, T = Ts
Moléculas da camada de ar são atraídas pelas que estão na massa líquida por meio de ligações químicas (pontes de H);Ao mesmo tempo, moléculas da superfície de água adquirem energia suficiente para romper as ligações e entrar no arEquilíbrio as taxas de saída e reentrada de moléculas de água são iguaisPressão de vapor na camada de ar = pressão de saturação de vapor (es) à temperatura da superfície Ts
T = Ta
T = Ts
Pressão de saturação de vapor x Pressão de saturação de vapor x temperaturatemperatura
es (hPa)
T (oC)Onde: T – temperatura do meio em oC
Física da evaporaçãoFísica da evaporação
O que acontece se introduzirmos energia na forma de calor no sistema água-atmosfera?
As moléculas na superfície são atraídas pelas que estão no corpo da massa
Aumento da temperatura•maior movimento das moléculas de água (energia cinética)•maior capacidade do ar de conter vapor d´água
Evaporação processo de resfriamento
EvaporaçãoEnergia:calor do sol
ea < es
Física da evaporaçãoFísica da evaporação
Condensação
Energia
ea > es
TranspiraçãoTranspiração
Vaporização da água líquida contida nos tecidos das plantas e na sua posterior remoção para a atmosfera
As plantas perdem água principalmente através dos estômatos – pequenas aberturas localizadas nas folhas através das quais ocorre a troca de vapor d´água
TranspiraçãoTranspiração
A vaporização ocorre dentro da folha, nos espaços intracelulares;
a troca de vapor com a atmosfera ocorre por meio da abertura estomatal
Praticamente toda a água absorvida pela planta é perdida pela transpiração, e somente uma pequena fração é usada dentro da planta
É também através dos estômatos que as plantas absorvem CO2
http://www.fao.org/
Liberação de água simultânea à assimilação de CO2 - pensar
Resistência da superfícieResistência da superfície
A taxa de fluxo de vapor d´água é controlada pela resistência que a planta oferece à perda de água (através da abertura/fechamento dos estômatos)
Da mesma forma, o solo oferece uma resistência à perda de água, que é uma função do seu conteúdo de água e do tipo de solo
Evaporação x transpiraçãoEvaporação x transpiração
A evaporação e a transpiração ocorrem simultaneamente e não existe uma forma fácil de distinguir os dois processos
A evaporação a partir de um solo cultivado é principalmente determinada pela fração de radiação solar que atinge a superfície do solo. Essa fração decresce com o aumento da vegetação, devido a um maior sombreamento da superfície do terreno
Quando a vegetação é de pequeno porte (ou pouco densa), a água é perdida predominantemente por evaporação do solo
Na medida em que a vegetação se desenvolve e cobre completamente o solo, a transpiração passa a ser o processo dominante
Fatores condicionantes da ETPFatores condicionantes da ETP
a) Condicionantes climáticas (fortemente condicionado pelas condições meteorológicas)
Radiação solar Temperatura
Umidade relativa do ar Velocidade do vento Gradiente de pressão de vapor
a) Características da superfície evaporativa
Superfície de água livre Solo
• Conteúdo de água no solo Vegetação
• Índice de Área Foliar (IAF)• Profundidade de raízes
Fornecimento de energia
Resistência à perda de água
Mecanismo de transporte de massa (vapor)
Índice de área foliar (IAF)Índice de área foliar (IAF)
O índice de área foliar (IAF) ou leaf area index (LAI) é uma quantidade adimensional que expressa a área da superfície foliar (apenas a parte superior) por unidade de área de solo sobre ela.
O IAFef é o índice de área foliar que efetivamente contribui para a transferência de calor e vapor e é geralmente a parte superior, mais iluminada do dossel, sendo normalmente considerado como IAFef = 0,5 IAF
Fornecimento de energiaFornecimento de energia
a) Fornecimento de energia para converter água líquida em vapor
Radiação solar líquida (Rn)
Radiação líquida (Rn)
onde:E – calor latente H – calor sensívelG – calor armazenado no solo
EHGRn
Balanço de energia na superfície terrestre
Calor latente e calor sensívelCalor latente e calor sensível
Calor latente de vaporização () – parcela da energia fornecida pela radiação solar para transformar água líquida em vapor d’água. Esta mesma quantidade é liberada no caso da condensação
Calor sensível (H) – refere-se à porção de energia de ondas longas irradiada pela superfície terrestre que não é usada para evaporação do ar. Ela é responsável pela mudança de temperatura do ar, uma propriedade que pode ser medida ou “sentida”
Fluxo de calor latenteFluxo de calor latente
Calor latente de vaporização v função da temperatura
Ts em oC e v em MJKg-1
Fluxo ou transferência de calor latente proporcional à taxa de evaporação
Onde:LE - taxa de transferência de calor latenteE - taxa de evaporação ou condensaçãow - densidade da água
ELE wv
sv T31036,250,2
Fluxo de calor sensívelFluxo de calor sensível
Calor sensível (H) porção de energia radiante que não é utilizada para evaporação
aquece a superfície do terreno mudando a sua temperatura
Fluxo de calor sensível transferência de calor sensível por unidade de tempo e área ocorre quando há uma diferença entre a temperatura de superfície e
a temperatura do ar
Quando Ts < Ta H negativo fluxo de calor sensível vai da atmosfera para a superfície
ap TTcH
- densidade do ar cp – calor específico do ar sob pressão constante
Razão de BowenRazão de Bowen
razão entre a taxa de calor sensível e calor latente
B < 1 – uma maior proporção de energia disponível na superfície é passada para a atmosfera na forma de calor latente do que na forma de calor sensível
LE
HB
Mecanismo de Transporte de massa Mecanismo de Transporte de massa (vapor)(vapor)
b) Mecanismo de transporte – troca de vapor d’água entre a superfície evaporativa e a camada sobrejacente Déficit de pressão de vapor - diferença entre a pressão de
vapor de água na camada sobrejacente à superfície evaporativa e a pressão de vapor na atmosfera de entorno
O processo tende a cessar na medida em que o ar do entorno torna-se saturado (não há mais déficit de pressão de vapor), podendo ocorrer duas situações:
• Condensação e ocorrência de chuva• Substituição do ar saturado por um ar mais seco, pela ação do
vento, mantendo o processo
as eeE Lei de Dalton
Onde:E – taxa de evaporaçãoes – pressão de saturação de vapor de água (tabelada)ea – pressão do vapor de água presente no ar atmosférico – geralmente tomada 2m acima da superfície (tabela ou fórmula)
Difusão molecularDifusão molecular
Expressão matemática da difusão:
Onde Fz(X) é a taxa de transferência de X na direção z por unidade de área e tempo (fluxo), C(X) é a concentração de X e DX é a difusividade de X no fluído.
A evaporação é (também) um processo difusivo
dz
XdCDXF Xz
)()( 1ª lei de Fick
Difusão molecularDifusão molecular
A equação da difusão pode ser aplicada:
Ao fluxo de vapor de água, V
Ao fluxo de calor latente, LE
Ao fluxo de calor sensível, H
Onde: Dv é a difusividade do vapor d´águaρv densidade do vapor d’águaλv calor latente de vaporizaçãoDH difusividade do calor sensível em condições turbulentasca calor específico do ar à pressão constanteTa temperatura do ar
dz
dDVF vvz
)(
dz
dDLEF v
vvz
)(
dz
TcdDHF aaaHz
)()(
Difusão turbulentaDifusão turbulenta
O vento que incide horizontalmente sobre superfícies naturais retardado pela interação entre o terreno e a vegetação
Essa interação cria movimentos randômicos nos quais porções de ar, de vários tamanhos, movem-se em direções não definidas durante o período de sua existência turbulência
mecanismo de transporte mais eficiente que a difusão molecular e é o principal processo responsável pela troca entre o ar próximo do terreno (camada limite da atmosfera) e os níveis mais altos da atmosfera
Medidas da evaporaçãoMedidas da evaporação
Métodos
Medidas diretasTanque de evaporação
Medidas indiretasBalanço hídrico
Formulações matemáticasEquações empíricas (transferência de massa e ação do vento)Balanço de energiaMétodo combinado – Método de Penman
Tanque de evaporaçãoTanque de evaporação
Tanque cilíndrico contendo água líquida exposta à atmosfera
E = P – (V2 – V1)
Onde:
P – precipitação durante um tempo tV1 e V2 – água armazenada no início e no fim de t
Necessita de um coeficiente de correlação (Kt):
EL = Kt . Et.
Kt entre 0,6 e 0,8 (0,7 mais utilizado)
Desvantagem – estações automatizadas Tanque Classe A
Método do balanço hídricoMétodo do balanço hídrico
AVVVPE LSR /)(
Método do balanço hídricoMétodo do balanço hídrico
Ex. 1) Em uma bacia hidrográfica, o total precipitado no mês de janeiro foi de 154mm, enquanto a vazão média de água drenada pelo rio principal, neste mesmo período, foi de 24 m3/s. Sabe-se que este rio contribui com 75% do montante de água que escoa para um reservatório e que, com base nas operações deste reservatório, ocorreu no mês de janeiro uma vazão média de saída da bacia de 49 m3/s. Tendo-se em conta que os volumes armazenados no início e no final do mês eram, respectivamente, de 288 x 106 m3 e 244 x 106 m3, estimar a ETP do reservatório com base na equação do balanço hídrico. Dado: relação entre o volume e a área do espelho d´água no reservatório, conforme tabela a seguir.
Reservatório
Q
I
Método do balanço hídricoMétodo do balanço hídrico
Área (Km2)
10 30 60 90 110
Volume x 106 (m3)
10 60 155 305 440
Equações empíricasEquações empíricas
Baseia-se na primeira lei de Dalton, que estabelece a relação entre evaporação e pressão de vapor
))(( as eeufE
Parâmetro onde é introduzido o efeito do vento (relações empíricas)
Pressão de saturação de vapor da superfície de água
Pressão de saturação de vapor do ar em uma coluna acima da superfície evaporativa
mm/dia
Método do balanço de energiaMétodo do balanço de energia
Onde: - densidade do ar cp – calor específico do ar sob pressão constante
- constante psicrométricae – gradiente de pressão de vaporT – gradiente de temperaturaRn – radiação líquidaG – calor armazenado no solo (estações meteorológicas)
ap TTcH
ap eec
LE
e
T
LE
HB
eTGR
E n
1
mm.dia-1
Razão de Bowen
(1)
(2)
(3)
(4)
Também conhecido como Método de Bowen ou método da radiação
Método de PenmanMétodo de Penman
Formulação de Penmam
Penman (1948) combinou o método do balanço de energia (radiação disponível) com o método de transferência de massa (transporte turbulento de vapor da superfície evaporativa para a atmosfera – vento) para computar a equação a partir de uma superfície de água livre
Onde:
Rn – radiação líquida sobre a superfície de água livre- constante psicrométricaEa = f(u)(es-ea) – função empírica da velocidade do vento, onde
es – pressão de saturação de vapor na superfície evaporativaea – pressão de saturação de vapor no ar acima da superfície
(es-ea ) – déficit de saturação de vapor (transferência de massa)- declividade da curva de saturação de vapor à temperatura média de bulbo úmido
an ERE 0
Método de PenmanMétodo de Penman
Fornece bons resultados devido à sua forte base teórica
Os parâmetros utilizados podem ser obtidos em estações meteorológicas convencionais
Quantificação da ETPQuantificação da ETP
Medidas diretas – muito mais difíceis que as medidas de ppt e vazão
Lisímetros
Medidas indiretas – em geral, funcionam para escalas de tempo maiores
Método balanço hídrico
Modelos matemáticos (conceituais, empíricos ou semi-empíricos), p.e.:
Método de ThorntwaiteMétodo de Penman (1948)* (evaporação)Método de Thorntwaite-Matter (1955)Método da resistência – Monteith (1963)Método de Penman-Monteith* (evapotranspiração)Método de Priestley-Taylor (1972) – semi-empíricoMétodo razão de Bowen - requer medidas de campoMétodo da correlação de vórtices
Correlação dos vórtices turbulentos (eddy covariance)
* Indicados pela ASCE e FAO
LisímetrosLisímetros
LisímetrosLisímetros
Caixa estanque (volume mínimo de 1m3) inserida no solo e plantada com vegetaçãodreno de fundo conduz a água para um sistema de medição (D)
ETP é determinada pelo balanço hídrico
Onde:D – drenagemP – pesow – variação de umidade
Restrição – pequena área ou volume que representa
Dt
wETr
Lisímetro de drenagem
Lisímetro de balançaPETr
Método do balanço hídricoMétodo do balanço hídrico
Desde que se disponha de uma bacia hidrográfica em condições adequadas, esta pode ser usada para estimativa da ETP através da simples resolução do balanço hídrico:
Onde:ET – evapotranspiraçãoP – precipitação (pluviômetros)Q – vazão S – variação do armazenamento da água no solo (sensores)
SQPET
Problema – dificuldade de medição da percolação profundaIndicado:
Condições semi-áridasestações secas do anovariação do conteúdo de água no solo representa a própria ETp no período considerado
PrecisãoDepende do intervalo considerado não é adequado para períodos curtos
Média de vários anos as variações de água armazenada no solo tornam-se desprezíveisETP sazonal ou anual
resultados satisfatóriosextensivamente usado em vários experimentos, desde que as condições sejam ideais (raro)
Bacias pareadasBacias pareadas
Monica Pereira, 2007
Bacia Mirim (1,26 km2) Bacia Colosso (1,22 km2)
Testemunha ou controle(controle da ppt)
Bacia analisada
Objetivo – identificação das mudanças no uso e cobertura da terra sobre a ETP
Metodo de ThornthwaiteMetodo de Thornthwaite
Onde:ET – evapotranspiração mensall – comprimento médio do dia (h)N – número de dias do mêsTa – temperatura média mensal do ar (oC) – mês em questãoI – índice de calor, obtido pela relação
T – temperatura média anual da regiãoa – função cúbica de I, dada pela relação:
a
ap I
TNlET
10
301216
12
1
514,1)5/(I
TI
32 )(000000675,0)(000077,0)(01792,049239,0 IIIa
(método da temperatura)(método da temperatura)
Vantagem – requer apenas dados de temperatura e insolaçãoDesvantagem – subestima ET nos meses de máxima radiação líquida (foi desenvolvido para regiões de clima úmido)
Método de Penman-MonteithMétodo de Penman-Monteith(método combinado)(método combinado)
Na formulação de Penman, as componentes embutidas no fator de proporcionalidade levam em conta apenas as condições atmosféricas. No entanto, quando o solo encontra-se na condição não saturada, o fluxo evaporativo passa a depender também das propriedades do solo;
Para considerar essa situação, o método de Penman foi posteriormente adaptado por outros pesquisadores para abranger superfícies vegetadas em solos não saturados (Monteith, 1965; Choudhurry & Monteith, 1988, entre outros)
Essas expressões definem o fluxo evapotranspirativo e englobam a utilização de fatores de resistência – resistência aerodinâmica (ra) e resistência da superfície (rs) para considerar a resistência que a superfície evaporativa exerce à perda de água
Essas resistências exercem papel chave na determinação da ETP e são determinadas a partir das propriedades físicas do solo e da vegetação
Método de Penman-MonteithMétodo de Penman-Monteith
Formulação de Penmam-Monteith para superfícies vegetadas
Onde:
G – fluxo de calor no solo (desprezado na Eq de Penman)a – massa específica média do ar à pressão constantecp – calor específico do arra e rs – resistências oferecidas pela superfície
as
aaspa
rr
reecGRnE
/1
/
Método de Penman-MonteithMétodo de Penman-Monteith
Resistência aerodinâmica (ra)
Onde:
ra – resistência aerodinâmica (sm-1)zm – altura da medida da velocidade do vento (m)zh – altura da medida da umidade (m)d – altura de deslocamento plano zero (m)zom – comprimento da rugosidade, que governa a transferência de calor e vapor (m)k – constante de von Karnan (0,41)uz – velocidade do vento à altura z (ms-1)
z
oh
h
om
m
a uk
z
dz
z
dz
r2
lnln
Método de Penman-MonteithMétodo de Penman-Monteith
Resistência de superfície (rs) (para plantas)
Onde:
rs – resistência de superfície (sm-1)rl – resistência estomatal de uma folha bem iluminada (sm-1). Corresponde à resistência média de uma folha, individualmente. Essa resistência depende da PAR (radiação fotossinteticamente ativa), do déficit de pressão de vapor entre a folha e a atmosfera e do potencial hídrico da folha (que está relacionado à disponibilidade de água no solo)
LAIef – índice de área foliar efetivo (m2 de área foliar x m-2 de superfície de solo)
ef
ls LAI
rr
Método de Penman-MonteithMétodo de Penman-Monteith
Formulação de Penmam-Monteith para solos
Onde:ras - resistência aerodinâmica entre a superfície de solo e o ar contido no dosselRns – radiação líquida que chega ao solors – resistência de superfície (sm-1)
ass
asaspnss rr
reecRE
/1
/
Método de Penman-MonteithMétodo de Penman-Monteith
Resistência de superfície (rs) (para solos)
Onde:- fator de tortuosidade (parâmetro adimensional relativo à resistência à difusão do vapor d´água para um meio poroso)l – espessura da camada de solo seco (m) – essa espessura não é constante e varia em função do fluxo de água no solo devido à ação das demais componentes do balanço hídrico (percolação, fluxo lateral e fluxo ascendente) – a espessura da camada de solo seco é calculada através da solução da equação de Richards, a qual considera o fluxo em solo não saturadops – porosidade do soloDm difusão molecular do vapor d´água
mss Dp
lr
Correlação dos vórtices turbulentosCorrelação dos vórtices turbulentos((eddy correlationeddy correlation))
'' vaw
a qwE
'' vaaa TwcH
• Mede diretamente os fluxos de ecossistema de uma maneira integrada: quanto CO2 e vapor de H2O entra e sai devido ao vento.
• Relaciona as mudanças no fluxo de CO2
e vapor de H2O no ar acima do dossel provocado pelo movimento ascendente e descendente do ar.
Método preciso, porém requer instrumentos específicosSensores podem apresentar problemas de funcionamentoGradientes horizontais podem provocar errosDificuldade de fechamento do balanço
anemometro
sensor
Correlação dos vórtices turbulentosCorrelação dos vórtices turbulentos((eddy correlationeddy correlation))
H +
Le
(W m
-2)
-200
0
200
400
600
800
1000
y = 0.93x - 4.24r2 = 0.85n = 4304
a)
Rnet - G (W m-2)
-200 0 200 400 600 800 1000
H +
Le
(W m
-2)
-200
0
200
400
600
800
1000
y = 0.94x - 7.09r2 = 0.86n = 3310
b)
GRHLE net
• Como a inclinação da reta é menor do que 1, isto indica de que a soma do calor sensível e latente medido pelo método é menor do que a soma da energia disponível.
• Esta discrepância está relacionada com questões relacionadas com a advecção e restrições na medição dos vórtices.
Unidades da ETPUnidades da ETP
Perdas por evaporação (mm) – volume de água evaporada por unidade de área horizontal (mm) durante um período de tempo.
Taxa de evaporação (mm/h) – é a velocidade com que se processa as perdas por evaporação.
Fluxo de energia (MJ m-2 dia-1 ) - calor necessário para vaporizar a água livre
Fatores de conversão para ETP (http://www.fao.org)altura volume por unidade
área Energia por
unidade de área*
mm dia-1 m3 ha-1 dia-1 l s-1 ha-1 MJ m-2 dia-1
1 mm dia-1 1 10 0,116 2,45
1 m3 ha-1 dia-1 0,1 1 0,012 0,245
1 l s-1 ha-1 8,640 86,40 1 21,17
1 MJ m-2 dia-1 0,408 4,082 0,047 1
* Para água com uma densidade de 1000 kg m-3, a 20°C.
Considerações sobre a escolha do Considerações sobre a escolha do métodométodo
Grandes incertezas na determinação da evapotranpiração
Balanço hídrico permite controle apenas para períodos longos
Equações matemáticas requerem dados de estações meteorológicas e dados da superfície evaporativa (solo e vegetação) – nem todas fornecem bons resultados
Métodos mais modernos utilizam torres com medidas ao longo da vertical – eddy covariance (torres micrometeorológicas)
Considerações sobre a escolha do Considerações sobre a escolha do métodométodo
1) Proposta da análise: determinação da quantidade de ETP que realmente
ocorre em uma dada situação Incorporação em um modelo hidrológico Projeto de reservatório Avaliação geral das reservas hídricas
2) Disponibilidade de dados Parâmetros meteorológicos foram medidos na área de
interesse ou estimados a partir de valores regionais
3) Período de interesse Horas, dias, meses, anos, média climática
Equações de balançoEquações de balanço
Balanço de massa
Balanço de energia
)( outin GETQGPdt
dS
GHERn
Dingman, 1993
LLSRn )1( RO = Q + Gout
Superfícies
Intervalo de a
Florestas coníferas
0,10‑0,15
Florestas temporárias
0,15‑0,20
Cereais 0,10‑0,25
Batatas 0,15‑0,25
Algodão 0,20‑0,25
Campo 0,15‑0,20
Superfície de água 0,03‑0,10
Solos escuros 0,05‑0,20
Argila Seca 0,20‑0,35
Solo arenosos (secos)
0,15‑0,45
AlbedoAlbedo
ExercíciosExercícios
1) Defina ETp e ETr mostrando quais são os fatores que as condicionam. Faça um esquema gráfico para melhor ilustrar.
2) Determine a Etp a partir do Método de Thornthwaite, considerando:Local: Piracicaba (SP) – latitude 22º 42´SMês: Janeiro – T média = 24,4º Cl = 13,4 hN = 31 diasTa = 21,1º C
Ano Pmm
Qmm
1971 1988 627
1972 2671 1454
1973 2582 1288
1974 1695 693
1975 1749 647
1976 1802 660
1977 1747 778
1978 1266 359
1079 2048 832
1980 1862 696
ExercíciosExercícios
3) Para uma bacia hidrográfica, estime a Etr a partir dos dados de precipitação (P) e de vazão (Q) apresentados abaixo
ExercíciosExercícios
4) Na região de florestas naturais de Eucalyptus regnans, Austrália, foi desenvolvido um trabalho em uma bacia hidrográfica experimental de 52,8 ha. A floresta adulta natural da bacia tinha cerca de 150-200 anos de idade, com árvores de altura variando entre 70 e 80m, DAP médio de 36 cm, sendo sub-bosque, área basal de 30 m/ha e densidade aproximada de 110 árvores/ha. Nestas condições, para uma precipitação anual de 1100 mm, o deflúvio anual da bacia foi de 256mm, com uma perda da interceptação da ordem de 23%. Em 1971/72 realizou-se um corte raso total da floresta em toda a bacia, mantendo-se apenas uma faixa ciliar de proteção (mais ou menos 15% da área). Após a queima da vegetação remanescente, a área foi semeada (semeadura direta e lanço de cerca de 2 kg/dia de sementes). A regeneração foi rápida e vigorosa. Em 1977, a nova floresta apresentava cerca de 10m de altura média, DAP médio de 13cm e densidade de cerca de 3400 árvores/ha. Em 1978, 13,3m de altura e 18m de DAP médio. No primeiro ano após o corte, o aumento no deflúvio da bacia foi de 308mm, em 1978 o aumento havia se reduzido para 48mm. Medições da interceptação realizadas na floresta em desenvolvimento mostraram os dados apresentados na Tabela x. Pede-se:
a) Determinar as equações de regressão entre as variáveis independente (x = P) e a dependente (y = Pi) para cada ano. Supor Ps =0 e, portanto, I = P – Pib) Plotar as respectivas curvas de regressão para cada ano, identificando cada uma delas com as respectivas equações e anotando o valor do coeficiente de regressão (r2)c) Calcular o valor médio de Pi, percentualmente em relação à P, para cada mês e o valor médio anual para cada anod) Após o corte da floresta natural, quanto do Q (aumento do deflúvio no primeiro ano após o corte) verificado foi devido à interceptação? e) Qual a interceptação média em 1978 (mm) e qual foi a participação deste valor na redução do aumento do deflúvio?f) Faça uma apreciação resumida da variação da interceptação com o desenvolvimento da floresta
ExercíciosExercícios
SOLO SATURADOÁgua
líquida Calor Solutos
NÍVEL D’ÁGUA
SOLO NÃO-SATURADO
SUPERFÍCIE DO TERRENO
ATMOSFERA
Águalíquida
Vapor deágua (oucalorlatente)
arFluxo de
águalíquida
Calor SolutosFluxo de vapor
RadiaçãoLíquida(Rn)
Calor sensível
Fluxo de umidade entre o solo e a Fluxo de umidade entre o solo e a atmosferaatmosfera
Processo complexo no qual 3 fatores são dominantes
1)Suprimento e demanda de água impostos pelas condições atmosféricas – precipitação, radiação líquida, velocidade do vento, umidade e temperatura do ar
2)Habilidade do solo de transmitir água – função da condutividade hidráulica e das características de armazenamento e retenção de água
3)Influência da vegetação – o tipo e densidade da vegetação influenciam nas taxas de transpiração, as quais, por sua vez, são condicionadas pela abertura dos estômatos e pela assimilação de água do solo por meio do sistema de raízes
Esses fatores não atuam como variáveis independentes, mas como um sistema fortemente acoplado.
ConceitosConceitos
Evaporação e evapotranspiração: água líquida convertida em vapor de água e transferida, neste estado, para a atmosfera
Condições de ocorrência: ingresso de energia no sistema proveniente do sol (radiação), da atmosfera (calor e/ou vento) ou de ambos;gradiente de umidade (pressão de vapor)
Controles:Resistência da superfície evaporativa à perda d´água
Umidade relativa (UR %) - quanto maior for a quantidade de vapor d´água, o maior a umidade relativa do ar e menor a capacidade de evaporação
Temperatura (Ta oC) - Quanto maior a temperatura do ar, maior a capacidade de armazenamento de vapor d´água - eleva o valor de es (pressão de saturação de vapor) (Equação e Tabela 1)
Vento (ms-1) – atua renovando as condições atmosféricas
ConceitosConceitos
Superfície evaporativa
Água líquidaVegetação Solo
Resistência da superfície
ETp – evapotranspiração potencial - taxa de evaporação que ocorreria se não houvesse resistência da superfície
ETr – evapotranspiração real – valor efetivamente evaporado, considerando a resistência do solo e das plantas
Superfície de água:
ETp = Etr = E
ConceitosConceitos
Principais variáveis:Radiação solarTemperatura do ar e da superfícieUmidade relativa do arVento
E = F(e, w)e – diferença de tensão de vaporw – velocidade do vento
Na diferença de pressão de vapor estão embutidas as outras variáveis: T e umidade do ar, UR