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ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Edição nº 11 Vol. 01/ 2016 julho/2016
Processos e diretrizes para o planejamento de canteiros de obras e
sua aplicação no estudo de caso
Gabriela Pierozan – [email protected]
MBA Gestão de Projetos em Engenharias e
Arquitetura
Instituto de Pós-Graduação – IPOG
Porto Alegre, RS, 11 de novembro de 2015
Resumo
Este artigo apresenta processos e diretrizes para o planejamento e a execução de um canteiro
de obras com ênfase na tipologia de implantação restrita e a aplicação destes dados em um
estudo de caso. A obra de ampliação do Hospital de Clínicas de Porto Alegre vem ao
encontro do tema e da situação expostos acima e foi tomada como estudo de caso para o
desenvolvimento deste artigo. Diante de uma obra de tipologia complexa, implantada em um
ponto nervoso da cidade, onde a confluência de duas avenidas importantes e de tráfego
intenso dificulta a logística dos acessos, somado ao fato do terreno não possuir grandes
áreas livres à locação das edificações de apoio, torna o caso deste canteiro uma referência
pertinente à análise dessas questões que, se não forem bem entendidas e consideradas,
podem dificultar e comprometer gerenciamento da obra. O objetivo da pesquisa é
demonstrar, através deste “case”, a importância do estudo e do planejamento detalhado de
um canteiro, seja no momento da sua concepção, às transições necessárias nas diferentes
etapas da obra, para a otimização dos seus processos e consequentemente à eficiência do seu
gerenciamento. Documentos técnicos e referências bibliográficas sobre gestão de processos,
da qualidade e normas de segurança axiliaram na sistematização e na consolidação da
pesquisa. Concluiu-se, a partir da análise do exemplo abordado, que a aplicação das boas
práticas no processo de planejamento de um canteiro é primordial à saúde do mesmo no
transcorrer da obra. Decisões embasadas em análises críticas prévias e estudo detalhado do
contexto do terreno, somadas ao conhecimento técnico das normas vigentes e aos processos
estudados convergem a um canteiro mais eficiente e a uma obra de resultado.
Palavras-chave: Gestão. Processos. Planejamento. Sistematização. Otimização.
1. Introdução
A construção civil está mais complexa nos últimos tempos devido, sobretudo, às novas
tecnologias desenvolvidas para facilitar os processos construtivos. Entretanto, para que a
implementação destas tecnologias seja feita de forma correta e efetiva, o contexto estratégico
e corporativo das empresas deve ir ao encontro das diretrizes ideais de instalação e
organização, a fim de que isso resulte em eficiência. Atualmente os recursos estão mais
escassos e custosos e as construtoras veem buscando reduzir ao máximo os desperdícios, seja
de material ou de serviços. Neste setor, para que os empreendimentos deem resultado e assim
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se tornem mais atrativos ao investimento, a empreitada não inicia na implantação de um
canteiro de obras, mas sim, a partir do planejamento do mesmo.
O processo de planejamento e organização de um canteiro de obras é uma das etapas mais
importantes da execução de um empreendimento e comumente é negligenciado no setor da
construção. Sua implantação se dá conforme o surgimento das dificuldades de cada situação,
sem o entendimento e o mapeamento detalhado do contexto como um todo. Mesmo tendo-se
ciência de que um bom planejamento reflita diretamente na eficiência das operações,
cumprimento dos prazos, qualidade da construção e nos custos da obra, as construtoras
tendem, de um modo geral, a executar o canteiro de obras por tentativa-erro, na maioria das
vezes direcionando a atividade ao profissional mais experiente da empresa (diretriz
condicionadora do êxito da implantação do canteiro), desconsiderando a oportunidade de
estudar novas técnicas e se apropriar de ferramentas que possam resultar em maior
assertividade e segurança ao processo. A percepção de Saurin (1997) vem ao encontro do
afirmado acima:
“..., observa-se que o planejamento do canteiro deveria ser feito
antecipadamente ao início da obra, obedecendo a uma abordagem sistemática
a fim de integrar ao planejamento e programação global da construção.
Entretanto, conforme a bibliografia da área afirma e o senso comum reitera,
esta não é a prática usual, cabendo aos gerentes reconhecer a necessidade de
mudança da mentalidade atual e dedicar mais atenção ao planejamento do
caneiro.” (SAURIN, T.A., 1997:2).”
O interesse pelo tema se deu pelo desafio de entender esse processo a partir de um exemplo
pertinente e real, que é o canteiro de obras da Ampliação do Hospital de Clínicas de Porto
Alegre e a partir da análise das boas práticas e normas técnicas utilizadas, juntamente ao
estudo sobre o planejamento e a implantação, identificar aspectos positivos e potenciais
melhorias na implantação do canteiro de uma obra impactante no contexto urbano da cidade.
Este artigo foi desenvolvido a partir de pesquisa bibliográfica referente ao planejamento e
gerenciamento de canteiro de obras e da contextualização do estudo de caso, e estruturado de
forma a inter-relacionar e confrontar esses dois dados.
O canteiro analisado está situado em um terreno da zona central de Porto Alegre, no bairro
Rio Branco, especificamente na confluência de duas importantes e movimentadas avenidas da
cidade, as avenidas Protásio Alves e Ramiro Barcelos, conforme mostra a figura 1:
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Figura 1 – Planta de Situação da Obra de Ampliação do Hospital de Clínicas
Fonte: Documentos da obra (2015)
2. Conceitos e contextualização
O planejamento de um canteiro de obras pode ter como definição o planejamento do layout e
da logística das suas instalações físicas provisórias, do sistema de transporte e armazenamento
de materiais e das instalações de segurança. Para Krajewski e Ritzman (1993), o planejamento
do layout abrange decisões referentes ao arranjo físico de núcleos de atividade econômica em
uma instalação. Este núcleo pode ser qualquer coisa que compreenda um espaço, seja uma
pessoa, ou um grupo de pessoas, um maquinário, um setor, um depósito, uma escada, etc. Já
Frankenfeld (1990) define este planejamento como arranjo físico de trabalhadores, materiais,
equipamentos, áreas de trabalho e de estocagem.
De acordo com Illingworth (1993), pode-se classificar um canteiro de obras em três tipos:
restritos, amplos e longos e estreitos, conforme a tabela 1:
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Tabela 1 – Tipos de canteiro de obras
Fonte: Adaptado de Illingworth (1993)
O tipo de canteiro restrito é o mais comum nas áreas urbanas das cidades, sobretudo nas áreas
centrais. Em se tratando de edificações residenciais e comerciais, devido ao elevado custo dos
terrenos nessas áreas, essas edificações tendem a ocupar uma alta porcentagem da área
visando maximizar sua rentabilidade. Illingworth (1993) afirma, também, que os canteiros
restritos são os que exigem maior cautela no planejamento e devem seguir uma abordagem
criteriosa para esta tarefa, sempre atacando primeiro na divisa mais problemática do terreno e,
quando o subsolo ocupar quase a totalidade do terreno, criando espaços utilizáveis no nível
do térreo o mais cedo possível, os quais possam ser aproveitados à locação das instalações
provisórias e de armazenamento, como forma de facilitar o acesso de veículos e pessoas e
propiciar que essas instalações se mantenham no local a longo prazo.
O canteiro restrito configura a situação da obra de ampliação do Hospital de Clínicas (figura
2). O terreno destinado à obra tem aproximadamente 19.500m² e a área dos subsolos dos dois
anexos que estão sendo construídos abrange cerca de 70% deste terreno. Pela conformação
das edificações existentes, os acessos possíveis apenas podem ocorrer pelas avenidas Ramiro
Barcelos e Protásio Alves, sendo que o acesso pela Ramiro Barcelos mediante passagem por
uma via local que serve de saída da edificação existente do Hospital, que segue em
funcionamento.
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Figura 2 – Implantação Esquemática da Obra de Ampliação do Hospital de Clínicas
Fonte: Elaborado pela autora (2015)
3. Processos de planejamento de um canteiro de obras
O processo de planejamento de um canteiro tem por objetivo a otimização do espaço físico
disponível em uma obra, de maneira com que todos possam trabalhar com eficiência e
segurança. Tommlein (1992) dividiu os objetivos de um bom planejamento de canteiro em
objetivos de alto e baixo nível, nos quais cita a necessidade de promover operações eficientes
e seguras, manter a alta motivação dos empregados fornecendo boas condições ambientais,
tanto em termos de conforto como de segurança do trabalho. O cuidado com a limpeza e a
organização também estão dentro dos objetivos de alto nível. Já os objetivos de baixo nível
compreendem minimizar distâncias de transporte, tempo de movimentação de pessoal e
manuseio materiais e evitar obstruções ao movimento de materiais e equipamentos.
No que se refere aos canteiros de tipoligia restrita, Illingworth (1993) elenca alguns cuidados
básicos na tarefa do planejamento:
Desenvolver um estudo detalhado, avaliando a influência das divisas, edificações
adjacentes, pré-existência de redes de esgoto, água, eletricidade e telefônicas;
Avaliar as restrições acarretadas pelas condições internas do próprio canteiro, como
topografia, vegetação e interfaces com as edificações existentes;
Verificar a existência de características que possam ser exploradas no planejamento
(particularidades do terreno que possam favorecer o descarregamento ou o
armazenamento de materiais, por exemplo);
Verificar quais os fatores que afetam os acessos e os descarregamentos, como
desníveis, características do solo, intensidade de tráfego das vias de acesso ao
canteiro, etc.
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O planejamento de um canteiro de obras nada mais é que um processo gerencial comum a
qualquer outra situação, no qual se avalia o planejamento e se coleta dados. O esquema da
figura 3 mostra as etapas desse processo de planejamento sob a perspectiva e o contexto
específicos de um canteiro.
Figura 3 – Etapas do Processo de Planejamento de um Canteiro de Obras
Fonte: Elaborado pela autora (2015)
O processo de análise do layout é pertinente à identificação de problemas relacionados ao
arranjo físico propriamente dito, permitindo observar o excesso de cruzamento de fluxo numa
determinada área ou a localização equivocada de alguma instalação. Para isso, é necessário
que os croquis contemplem, conforme cada caso, os seguintes itens:
Definição aproximada do perímetro dos pavimentos, diferenciando áreas abertas e
fechadas;
Localização de pilares e outras estruturas que interfiram na circulação de materiais e
pessoas
Portões de acesso ao canteiro (acesso de pessoas e veículos) e acesso coberto para
clientes/visitantes;
Localização de árvores que restrinjam ou interfiram na circulação de materiais e
pessoas, incluindo as que se situarem na calçada;
Localização das instalações provisórias (banheiros/vestiários,
escritório/administrativo, refeitório, etc) e, nos empreendimentos
habitacionais/comerciais é importante considerar previamente onde estará locado o
plantão de vendas;
Localização da calha ou tubo para remoção de entulho;
Localização da betoneira, grua, guincho e guincheiro, indicando o lado pelo qual se
fazem as cargas no guincho;
Localização dos elevadores de passageiros;
Localização das centrais de carpintaria e aço;
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Pontos de içamento de formas e armaduras;
Localização de passarelas, rampas e escadas provisórias com indicação aproximada do
desnível;
Principais linhas de fluxo.
Para Maia et al (1994), a padronização das instalações do canteiro é fortemente justificada e
recomendada pelo critério repetição, pois qualquer obra, independente do porte ou tecnologia,
necessita de tais instalações. Para empresas que constroem obras com características
semelhantes, a repetição assume um caráter ainda mais forte, sendo recorrente ocorrer
canteiros idênticos em algumas obras, respeitadas as particularidades intrínsecas ao layout de
cada canteiro. Dentre os benefícios da padronização das instalações de um canteiro, temos:
Em decorrência do reaproveitamento e da utilização mínima de componentes nas
instalações, há uma diminuição das perdas de materiais;
Facilidade para o planejamento do layout dos novos canteiros;
Contribuição para a formação de uma imagem da empresa no mercado;
Conformidade com os requisitos da NR-18 (norma regulamentadora que estabelece
diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a
implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos
processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção),
prevenindo acidentes e evitando multas;
Possibilidade de elaboração de um modelo básico de PCMAT (Programa de
Condições Meio Ambiente de Trabalho) a partir dos padrões estabelecidos que
refletirá a realidade da empresa;
O processo de padronização envolve o diagnóstico de todas as obras de uma empresa,
identificando os padrões existentes e as deficiências recorrentes como forma de justificar a
necessidade da padronização a partir destes pontos. Reuniões específicas para apresentar os
dados do diagnóstico e alinhar as definições são importantes para consolidar o processo e
formular o manual de padronização de canteiros da empresa.
O planejamento do canteiro pode ser sistematizado em cinco etapas: o desenvolvimento de
uma análise preliminar da situação e do contexto do canteiro, a definição do seu arranjo físico
geral (macro-layout) e posteriormente o seu detalhamento (micro-layout), a verificação da
infraestrutura necessária ao funcionamento das instalações e a elaboração do cronograma de
implantação do canteiro.
Análise Preliminar: esta etapa é fundamental às etapas subsequentes e envolve a coleta
e a análise de dados. Não considerar esta análise pode acarretar atrasos durante as
etapas posteriores e interrupções, pois faltarão informações indispensáveis à tomada
de decisões. As principais informações que devem ser coletadas nesta etapa são:
Programa de necessidades do canteiro onde devem ser listadas todas as
instalações a serem locadas, estimando a área necessária à cada uma delas,
conforme o modelo da tabela 2:
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Tabela 2 – Exemplo de tabela de áreas do canteiro
Fonte: Elaborado pela autora (2015)
Informações sobre o terreno e o entorno da obra, como localização de
árvores no passeio e dentro do terreno, pré-existência da rede de esgoto,
passagem de rede de alta tensão próxima à obra, desníveis do terreno, via
de trânsito menos intenso, no caso do terreno se situar numa esquina, etc;
Definições técnicas da obra: principais tecnologias construtivas adotadas
para mensurar com mais propriedade os espaços necessários à circulação,
estocagem de materiais e áreas de produção, como por exemplo os tipos de
estrutura, argamassa, alvenaria e o tipo de revestimento de fachada que
serão utilizados;
Cronogramas de mão-de-obra e físico da obra: deve ser estimado o número
de operários no canteiro para três fases básica do layout (etapa inicial ou
mobilização da obra, etapa de pico máximo de pessoal e etapa final ou
desmobilização do canteiro). O entendimento do cronograma físico é
importante, já que em algumas situações é necessário estudar atrasos ou
adiantamento de alguns serviços de maneira a viabilizar a implantação do
canteiro, como por exemplo a não execução de lajes, paredes ou rampas
para permitir um acesso fundamental ao canteiro, etc.
Arranjo Físico Geral: envolve o estabelecimento do local em que cada área do canteiro
irá situar-se, devendo ser estudado o posicionamento e as relações entre as diversas
áreas. Nesta etapa define-se aproximadamente a localização das áreas de escritório,
vivência, refeitório, vestiário, etc.
Arranjo Físico Detalhado: é o detalhamento do arranjo físico geral, estabelecendo a
localização de cada equipamento ou instalação dentro de cada área do canteiro.
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Detalhamento das Instalações: é o planejamento da infra-estrutura necessária ao
funcionamento das instalações. Devem ser estabelecidos quantidades e tipos de
mobiliário e o seu posicionamento em cada área, técnicas de armazenamento de
materiais, tipo de pavimentação das vias de circulação de materiais e pessoas, local e
forma de fixação de plataformas de proteção, etc.
Cronograma de Implantação: apresentar graficamente o sequenciamento das fases do
layout, além de explicitar os eventos da execução da obra (como concretagem de uma
laje), eventos estes que possam determinar uma possível alteração no layout. Abaixo,
na figura 4, exemplo de cronograma considerando a implantação do canteiro:
Figura 4 – Trecho do cronograma Implantação da obra de ampliação do HCPA
Fonte: Documentos da obra (2015)
O principal objetivo da etapa de planejamento é permitir que os projetos arquitetônico e
complementares possam atender às necessidades do projeto do canteiro. O intuito desta
análise prévia é evitar que o projeto do canteiro seja mera consequencia das restrições
impostas pelos projetos executivos, possibilitando uma otimização da interface entre os
mesmos e tornando, assim, o layout do canteiro mais eficiente.
É recorrente a percepção entre os profissionais da construção civil de que os canteiros de
obras são desorganizados e sujos, características por eles atribuídas pela natureza do processo
produtivo e pela baixa qualificação da mão-de-obra. O Programa 5S, metodologia japonesa
que visa desenvolver nos indivíduos os cinco sensos nos seus locais de trabalho, tem como
premissa reverter essa realidade de forma a mobilizá-los, motivá-los e conscientizá-los a uma
maior organização e disciplina, criando, assim, um ambiente propício à implantação de
programas de qualidade. A figura 5 faz uma interpretação dos cinco sensos aplicados
especificamente em um canteiro de obras.
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Figura 5 – Os cinco sensos do Programa 5S
Fonte: Adaptado pela autora (2015)
Para implementar este programa se faz necessário seguir algumas diretrizes pertinentes à
estruturação, aplicação e conferência dos resultados:
Definir critérios objetivos de avaliação devendo ser listados os itens do canteiro a
serem avaliados e estabelecidos os critérios de avaliação para cada item;
Tabela 3 – Exemplo de critérios de avaliação
Fonte: Adaptado pela autora (2015)
Estabelecer avaliadores, que podem ser o mestre de obras, os operários ou o próprio
engenheiro, e a periodicidade das avaliações (se serão semanais, quinzenais ou
mensais, etc.);
Estabelecer um sistema de premiação de maneira a motivar todos os funcionários a
aderirem ao programa;
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Demonstrar e informar, da maneira mais clara e objetiva possível, os itens, critérios de
avaliação e os resultados obtidos, de modo que todos os funcionários possam
compreender o seu significado.
Tabela 4 – Exemplo de painel demonstrativo de resultados
Fonte: Adaptado pela autora (2015)
4. Diretrizes para o planejamento do canteiro
A escolha da tipologia a ser a ser adotada para as instalações provisórias depende de vários
critérios: custos de aquisição, implantação e manutenção, reaproveitamento, durabilidade,
praticidade na montagem e desmontagem, isolamento térmico e impacto visual. A relevância
de cada critério depende das necessidades de cada obra e das condicionantes de cada empresa.
Os sistemas comumente implantados nas obras são o tradicional racionalizado e o de
containers.
No sistema racionalizado temos a utilização de uma estrutura principal de madeira e o
fechamento feito por módulos de chapa de compensado resinado. O uso desse sistema
possibilita um maior reaproveitamento de material em canteiros futuros e é de fácil montagem
e desmontagem. Para a concepção deste sistema é necessário considerar os requisitos:
Segundo a NR-18, as paredes dos banheiros devem ser protegidas contra a umidade
com chapas galvanizadas ou pintura impermeável. É recomendável, também, que o
contrapiso dos banheiros seja cimentado;
Prever módulos especiais e padronizados para portas e janelas;
Deve ser utilizado preferencialmente telhas de zinco à cobertura das instalações por
ser mais resistente a impactos;
Pintas as duas faces das paredes compensadas de forma a aumentar a sua durabilidade;
No caso de canteiros restritos, pela pouca área disponível, é interessante a opção das
instalações em dois pavimentos.
Já o sistema de containers, apesar de ser menos utilizado, ainda é uma alternativa utilizada
pelas construtoras, sobretudo para a locação de subempreiteiros. Para este sistema a NR-18
tem as seguintes exigências:
Ter ventilação natural comporta de, no mínimo, 15% da área do piso e ser composta
por, no mínimo duas aberturas;
A sua estrutura deve ser aterrada eletricamente para prevenir choques elétricos;
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Os containers que foram utilizados originalmente para o transporte ou
acondicionamento de cargas devem ter atestado de salubridade relativo a riscos
químicos, biológicos e radioativos para poderem ser adaptados.
As diretrizes para o planejamento do layout das áreas e da logística das instalações
provisórias de um canteiro de obras, são:
Refeitório: não há uma norma que estabeleça um critério de dimensionamento para um
refeitório, adota-se, então, o parâmetro de 0,8m²/pessoa. Quanto a sua localização,
pela NR-18, é proibido instalá-lo em subsolos ou porões, assim como não deve ter
ligação direta com nenhuma instalação sanitária, seja através de portas ou janelas.
Ações como a disposição de mesas e cadeiras separadas para favorecer o agrupamento
dos funcionários conforme suas afinidades, o fornecimento de refeições prontas, a
colocação de televisão, também são relevantes no planejamento deste ambiente. A
NR-18 também considera o fornecimento de água potável por meio de bebedouro,
mesas com tampos lisos e laváveis, aquecedor de refeições e lixeiras com tampa.
Área de lazer: a NR-18 exige este espaço apenas se tiver trabalhadores alojados. Em
canteiros restritos a opção mais viável é a utilização do refeitório como área de lazer,
colocando-se televisão e jogos. É visto que estas iniciativas geram bons resultados e
contribuem à satisfação dos funcionários.
Vestiário: a NR-24, que apresenta requisitos às condições sanitárias e de conforto nos
locais de trabalho, estabelece um parâmetro de 1,5m²/pessoa para o dimensionamento
deste ambiente. Deve estar locado ao lado dos banheiros e o mais próximo possível do
portão de acesso dos funcionários do canteiro, já que os EPI’s (equipamentos de
proteção individual) básicos são guardados no vestiário. Pela segurança é
recomendável uma ligação coberta entre o vestiário e o portão de acesso, já que é o
único trajeto que os funcionários fazem sem o uso dos EPI’s.
Banheiros: a NR-18 estabelece proporções e dimensões mínimas ao dimensionamento
das instalações hidrossanitárias, tais como:
1 lavatório, 1 vaso sanitário e 1 mictório para cada grupo de 20
trabalhadores ou fração;
1 chuveiro para cada grupo de 10 trabalhadores ou fração;
Box do vaso sanitário com área mínima de 1,00m²;
Área mínima destinada aos chuveiros de 0,80m²;
Os banheiros devem estar localizados próximos ao vestiário ou no mesmo
ambiente;
A distância limite para deslocamento dos postos de trabalho até as
instalações sanitárias deve ser de 150 metros, sejam deslocamentos
horizontais ou verticais.
Almoxarifado: o fator determinante a ser considerado é o porte da obra e o seu nível
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de estoque, ou seja, o volume de materiais e equipamentos que necessitam ser
estocados. No caso da estocagem de tubos de PVC, por exemplo, é necessário que ao
menos uma das dimensões da instalação tenha, no mínimo, 6 metros de comprimento.
Como este local abriga as funções de armazenamento e controle de materiais,
equipamentos e ferramentas, é ideal que esteja situado próximo ao ponto de descarga
de caminhões, elevador de carga e ao escritório, seguindo esta ordem de prioridade.
Escritório da obra: o escritório tem a função de proporcionar um espaço de trabalho
isolado para que o mestre de obras, engenheiros, arquiteto e demais profissionais que
componham o quadro efetivo administrativo da obra desemprenhem parte das suas
atividades. Uma função complementar é servir como local de arquivo da
documentação técnica da obra que necessita estar disponível no canteiro, incluindo os
projetos executivos, cronograma, licenças dos órgãos públicos, anotações de
responsabilidade técnica, etc. O dimensionamento desta instalação é em função do
número de pessoas que trabalham no local e dos tipos de equipamentos utilizados
(armários, mesas, cadeiras, computadores, etc.). Dimensões usuais de escritórios são
3,30 x 3,30m ou 3,30 x 2,20m.
Guarita do vigia e portaria: por ter a função de controlar a entrada e saída de pessoas e
veículos, é importante estar localizada junto ao portão de acesso de pessoas e, se
possível próxima ao portão de entrada de caminhões. Outro aspecto importante e
decorrente das atividades do vigia, é que a guarita tenha uma visão global do canteiro,
sobretudo das divisas e do almoxarifado.
Acessos de pessoas à obra: importante haver ao menos um portão exclusivo para
entrada e saída de pessoas. Sua localização deve ser avaliada conjuntamente ao estudo
do(s) trajeto(s) que funcionários e visitantes devem fazer ao entrar e sair da obra, além
de atender aos requisitos:
Ter uma inscrição que o identifique;
Ter a indicação do número do terreno;
Possuir fechadura ou puxador que facilite a abertura e o fechamento;
Possuir uma caixa de correio localizada próxima ao portão de acesso;
Possuir uma campainha ou porteiro eletrônico.
Acessos de veículos à obra: deve ser estudada em conjunto ao layout das instalações
relacionadas aos materiais (almoxarifado). A quantidade de portões de um canteiro
deve ser considerada conforme for a necessidade de cada situação de forma que
garanta a descarga dos materiais sem a necessidade de múltiplos manuseios dos
mesmos. A presença de árvores em frente ao terreno deve ser considerada ao
posicionamento do(s) portão(s) e, no caso do canteiro estar localizado em um terreno
de esquina, é prudente locar o portão na via de trânsito menos intenso. É também
importante considerar o seguinte:
O portão deve ser preferencialmente de correr, caso seja de abrir deve permitir
apertura para dentro e para fora do canteiro;
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Possuir altura livre mínima de 4,50 metros para permitir a passagem de
qualquer tipo de caminhão;
Deve ser de preferência metálico e construído de forma que facilite a sua
montagem e desmontagem, a fim de que possa ser utilizado futuramente em
outros canteiros
Deve estar identificado com a inscrição “Entrada de Veículos”.
Tapumes: devem ser mantidos em bom estado de conservação e limpeza. Como são
elementos aparentes à comunidade, devem causar impacto visual agradável.
Comumente são utilizados pelas construtoras como veículo de marketing e atualmente
também vem sendo explorados de forma artística, com imagens ou até mesmo com
perspectivas do contexto da edificação que naquele local está sendo implantada.
Quanto a sua materialidade, há quadro tipos mais usuais: painéis de madeira
compensada, placas de concreto pré-moldado, chapas galvanizadas e metálicos. Os
tapumes são também utilizados para a fixação de placas de identificação da obra, onde
consta suas informações gerais e seus responsáveis técnicos, assim como os
fornecedores parceiros e financiadores.
Com relação às diretrizes de movimentação e armazenamento de materiais, deve-se
considerar o dimensionamento das instalações, a definição do layout das áreas de
armazenamento, o posto de produção de argamassa e concreto, as vias de acesso, a disposição
do entulho e o armazenamento de cimento, agregados, alvenarias, aço, armaduras e tubos de
PVC. A tabela 5 é um exemplo de planilha para coleta e dimensionamento das informações
citadas:
Tabela 5 – Exemplo de tabela das instalações de movimentação e armazenamento de materiais
Fonte: Adaptado pela autora (2015)
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5. Processos e diretrizes de planejamento do canteiro aplicados no estudo de caso
A obra de ampliação do Hospital de Clínicas de Porto Alegre é composta por dois prédios,
chamados Anexos 1 e 2, os quais compreendem a área demarcada na figura 6 e tomam
praticamente 70% da área do terreno no qual estão implantados, esse fator qualifica a este
canteiro a tipologia restrita. Esta área foi totalmente escavada para a execução de dois níveis
de subsolo e a estrutura periférica de contenção foi projetada e concebida através de parede
diafragma. Pelo elevado fluxo de caminhões para a retirada do grande volume de terra (etapa
inicial da obra), optou-se por situar a rampa de acesso ao nível mais baixo do subsolo de
forma que o seu escoamento pudesse ser feito pela via secundária de acesso à avenida Ramiro
Barcelos, minimizando, assim, o impacto direto do fluxo de caminhões nessa via que tem
considerável movimento o dia inteiro. Nota-se que essa decisão foi assertiva, pois conforme
Illingworth (1993) pondera, é necessário verificar os fatores que afetam os acessos e os
descarregamentos, como desníveis, caraterísticas do solo, intensidade de tráfego das vias de
acesso ao canteiro, etc.
Outro aspecto relacionado aos acessos que é pertinente evidenciar: a adequada análise
preliminar da situação do terreno e da obra, mesmo em um canteiro restrito, permitiu
mensurar com propriedade os espaços destinados à circulação de veículos e adotar cinco
acessos, locados em pontos estratégicos do canteiro, contribuindo à fluidez do fluxo de
caminhões dentro da obra e no acesso às avenidas e tornando a logística do transporte e
recebimento de materiais no canteiro mais eficiente.
O estudo e o mapeamento das instalações no arranjo físico geral, figura 6, também permitiram
a otimização das relações entre as instalações e outros aspectos positivos, dos quais pode-se
pontuar:
A solução de duas guaritas, a principal, situada no acesso pela Ramiro Barcelos, na
qual é feito o controle de pessoas (catracas) e o controle de veículos, e a secundária
pela Protásio Alves, mais próxima ao escritório, otimizou o fluxo de pessoas,
deixando os funcionários ligados à produção no acesso pelo portão 5 e os funcionários
ligados ao apoio/escritórios, visitantes e fornecedores no acesso pelo portão 2.
Importante destacar que mesmo estes acessos também serem de veículos, os portões
são individualizados para pessoas e veículos nas duas situações, em conformidade aos
requisitos da NR-18;
Também é possível verificar que, de encontro ao que fora considerado por Tommlein
(1992), quando cita no primeiro parágrafo do capítulo 3 deste artigo os objetivos de
alto e baixo níveis de um bom planejamento, as áreas de vivência e refeitório estão
situadas nos locais onde há maior quantidade de árvores a preservar, proporcionando a
estes locais ambientes mais agradáveis e salutares, apropriados aos momentos das
refeições e lazer dos funcionários;
O posicionamento dos vestiários também foi outro ponto assertivo e em conformidade
a NR-18, já que foi situado próximo à portaria principal colaborando para que os
funcionários da produção tenham fácil acesso aos EPI’s imediatamente à entrada na
obra.
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A localização dos lava-rodas e da central de resíduos também foi adequada ao
contexto das circulações e em conformidade à NR-18.
Com relação ao posicionamento do almoxarifado, este poderia ter sido locado mais próximo à
via interna de circulação, o que diminuiria o deslocamento para armazenagem dos materiais e
contribuiria na logística de encaminhamento dos mesmos à obra.
Figura 6 – Arranjo físico geral (macro-layout) do canteiro de obras do HCPA
Fonte: Adaptado pela autora (2015)
O sistema de tapumes utilizado em todo o perímetro desta obra é o de chapas de aço
galvanizadas, fixadas em estrutura metálica. Em toda a extensão do passeio das avenidas
Protásio Alves e Ramiro Barcelos, bem como na via secundária de acesso ao hospital, esses
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tapumes foram explorados com imagens e perspectivas dos prédios em construção, o que
causa um impacto visual agradável aos transeuntes (figura 7).
Figura 7 – Foto do tapume da obra do HCPA
Fonte: Autora (2015)
As instalações provisórias do canteiro do HCPA foram concebidas a partir dos sistemas de
containers e racionalizado. As instalações destinadas aos subempreiteiros são containers
individualizados a cada empresa, locados próximos ao refeitório e ao portão 1. Já as
instalações do refeitório, banheiros, almoxarifado, guaritas, vestiário e escritórios, destinadas
aos funcionários do consórcio construtor, compõem edificações com estrutura principal de
madeira, fechamento com chapas de compensado resinado e telhado de zinco, de acordo às
premissas da NR-18.
Tanto às instalações dos escritórios, quanto do vestiário, optou-se por edificações de dois
andares, como forma de otimizar o espaço exíguo existente no canteiro, conforme pode-se
verificar nas figuras 8 e 9.
As instalações do escritório também seguem a NR-18 em todas as suas diretrizes,
conformando ambientes arejados e dimensionados de acordo ao contingente de funcionários
atuantes nestas dependências.
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Figura 8 – Detalhamento das instalações do canteiro - escritórios
Fonte: Adaptado pela autora (2015)
Os vestiários e banheiros (figura 9) estão locados próximo ao acesso dos funcionários ligados
à produção, permitindo fácil acesso à higiene, aos seus pertences e aos equipamentos de
segurança. Possuem condições sanitárias e de conforto de acordo ao que a NR-24 solicita e
quantidades e adequadas de armários, bacias sanitárias, lavatórios e chuveiros ao pico de 400
funcionários aos quais este vestiário e banheiros estão dimensionados, atendendo aos
requisitos da NR-18, listados no capítulo 4 deste artigo. Na obra deste estudo de caso não há
trabalhadores alojados no canteiro.
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Figura 9 – Detalhamento das instalações do canteiro – sanitários e vestiário
Fonte: Adaptado pela autora (2015)
O refeitório da obra, figura 10, também está em conformidade à NR-18 no que diz respeito ao
seu dimensionamento e está situado em área arborizada, ventilada e de fácil acesso, atendendo
às condições de conforto e higiene necessárias ao local. Não há ligação direta com qualquer
instalação sanitária, contempla lixeiras para separação de resíduos com tampa e mesas com
tampos de granito. A disposição das mesas favorece ao agrupamento dos funcionários
conforme suas afinidades e as refeições são elaboradas por empresa contratada para tal
finalidade.
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Figura 10 – Detalhamento das instalações do canteiro - refeitório
Fonte: Adaptado pela autora (2015)
6. Conclusão
Partindo-se do desafio de implantar um canteiro de obras e lidar com todas as interfaces
envolvidas, verificou-se, a partir do estudo abordado e da vivência em canteiros de obra,
sobretudo neste do estudo de caso especificamente, a importância de se estabelecer processos
de planejamento para a eficiência do canteiro. Assim como qualquer outro tipo de projeto que
demanda planejamento, diretrizes e metas, o canteiro também se enquadra nesta categoria
tendo em vista a sua relevância para o bom transcorrer da obra. Desconsiderar o estudo
detalhado do contexto no qual estiver inserido e a compatibilização com as interfaces do
projeto da obra a ser executada, é negligenciar o seu planejamento, e as consequências dessas
ações, na maioria dos casos, gera atrasos, inconvenientes técnicos e problemas de logística de
difícil resolução durante o processo construtivo.
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Atualmente as empresas estão mais preocupadas com esta etapa da obra, tornando o processo
de estudo e planejamento dos canteiros algo sistematizado e inserido no plano estratégico da
obra como um todo. Tendo em vista esta afirmação, verificou-se que o canteiro de obras do
HCPA seguiu esta premissa, pois foi pensado e planejado de acordo às boas práticas e
atendendo aos processos e diretrizes de planejamento abordados neste artigo, bem como está
de acordo às normas vigentes.
É importante considerar que, por se tratar de um tema amplo no que diz respeito aos diversos
assuntos que compõem um canteiro, e mesmo tendo-se explanado de maneira sucinta todas as
diretrizes consideradas no planejamento do tema, este artigo voltou-se prioritariamente à
verificação analítica e a aplicação dos processos de planejamento no que tange ao macro-
layout e ao detalhamento das instalações do canteiro tomado como estudo de caso. Uma
análise aprofundada de todos os intervenientes envolvidos, como, por exemplo, no que diz
respeito à aplicação do programa dos cinco sensos e os resultados obtidos a partir da coleta de
informações em campo, certamente enriqueceriam ainda mais a pesquisa e poderiam ser
explorados em um trabalho de maior abrangência.
Referências
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