Srie Manuais de Produo mais Limpa
SENAISistema FIERGS
Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI-RS
Princpios Bsicos de Produo mais Limpa em Matadouros
Frigorficos
Porto Alegre 2003
CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS CNTL/SENAI-RS
Srie Manuais de Produo mais Limpa
SENAISistema FIERGS
Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI-RS
Princpios Bsicos de Produo mais Limpa em Matadouros
Frigorficos
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SENAI-RS SERVIO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL DEPARTAMENTO
REGIONAL DO RIO GRANDE DO SUL
CONSELHO REGIONAL Presidente Nato
Francisco Renan O. Proena Presidente do Sistema
FIERGSConselheiros Delegados das Atividades Industriais FIERGS
TitularesManfredo Frederico Koehler Astor Milton Schmitt Valayr
Hlio Wosiack
SuplentesDeomedes Roque Talini Arlindo Paludo Pedro Antnio G.
Leivas Leite
Representantes do Ministrio da Educao TitularEdelbert Krger
SuplenteAldo Antonello Rosito
Representantes do Ministrio do Trabalho e Emprego TitularNeusa
Maria de Azevedo
SuplenteElisete Ramos
Diretor do Departamento Regional do SENAI-RS Jos Zorta DIRETORIA
REGIONAL DO SENAI-RSJos Zorta Diretor Regional Paulo Fernando
Presser Diretor de Educao e Tecnologia Jorge Solidnio Serpa Diretor
Administrativo-FinanceiroCENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS
CNTL/SENAI-RS
Srie Manuais de Produo mais Limpa
SENAISistema FIERGS
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Princpios Bsicos de Produo mais Limpa em Matadouros
Frigorficos
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Srie Manuais de Produo mais LimpaPrincpios Bsicos de Produo mais
Limpa em Matadouros Frigorficos 2003, CNTL SENAI-RSPublicao
elaborada com recursos do Projeto INFOREDE/FINEP N.6400043600, sob
a orientao, coordenao e superviso da Diretoria de Educao e
Tecnologia do Departamento Regional do SENAI-RS. Coordenao Geral
Coordenao Local Coordenao do Projeto Elaborao MICHEL GERBER WAGNER
GERBER ENDRIGO PEREIRA LIMA PAULO REAL DA SILVA Paulo Fernando
Presser Hugo Springer Marise Keller dos SantosDiretoria de Educao e
Tecnologia Diretor do CNTL Coordenadora tcnica do CNTL
S 491
SENAI.RS. Princpios Bsicos de Produo mais Limpa
em Matadouros Frigorficos. Porto Alegre, UNIDO, UNEP,Centro
Nacional de Tecnologias Limpas SENAI, 2003. 59 p. il. (Srie Manuais
de Produo mais Limpa). 1. Proteo do meio ambiente. 2. Administrao
da qualidade ambiental 3.Anlise de situao ambiental 4.Matadouros
Frigorficos I. Ttulo II. Srie CDU 504.064.2:637.513.8Catalogao na
fonte: Enilda Hack SENAI-RS/DET/UNET
Centro Nacional de Tecnologias Limpas/SENAI-RS Av. Assis Brasil,
8450 Bairro Sarandi CEP 91140-000 - Porto Alegre, RS Tel.: (51)
33478410 Fax: (51) 33478405 Home page: www.rs.senai.br/cntl e-mail:
[email protected]
SENAI Instituio mantida e administrada pela IndstriaCENTRO
NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS CNTL/SENAI-RS
SUMRIO1 PRODUO MAIS
LIMPA....................................................................
91.1 CENTROS NACIONAIS DE TECNOLOGIAS LIMPAS
....................................................... 9 1.2 O QUE
PRODUO MAIS
LIMPA..............................................................................
9 1.3 NVEIS DE APLICAO DA PRODUO MAIS LIMPA
..................................................11 1.4 POR QUE
INVESTIR EM PRODUO MAIS LIMPA?
.....................................................14 1.5 PRODUO
MAIS LIMPA E SEGURANA ALIMENTAR
.................................................15
2 IMPLANTAO DE PROGRAMAS DE PRODUO MAIS LIMPA....... 192.1 ETAPA
1 - PLANEJAMENTO E
ORGANIZAO.............................................................21
2.2 ETAPA 2 - DIAGNSTICO E PR-AVALIAO
.............................................................24 2.3
ETAPA 3 - REALIZAO DOS ESTUDOS E
AVALIAO................................................27 2.4 ETAPA
4 - ESTUDOS DE VIABILIDADE TCNICA, ECONMICA E AMBIENTAL
..............31 2.5 ETAPA 5 - IMPLANTAO E CONTINUIDADE
.............................................................34
3 DESCRIO GERAL DO PROCESSAMENTO DE CARNE ....................
373.1 DESCRIO DO PROCESSO
......................................................................................37
3.2 FLUXOGRAMAS DE PROCESSO SEGUNDO A
P+L........................................................41 3.3
INDICADORES AMBIENTAIS
.....................................................................................46
4 OPORTUNIDADES DE PRODUO MAIS
LIMPA.............................. 494.1 EMBARQUE E
TRANSPORTE......................................................................................49
4.2 RECEPO E CURRAL DE ESPERA
.............................................................................49
4.3 LAVAGEM DOS
ANIMAIS...........................................................................................50
4.4 SANGRIA
.................................................................................................................50
4.5 TOALETE E LAVAGEM DA CARCAA
..........................................................................51
4.6 LIMPEZA E DESINFECO DE
CAMINHES................................................................51
4.7 LIMPEZA E DESINFECO DE INSTALAES, EQUIPAMENTOS E UTENSLIOS
............51 4.8 ETE ESTAO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES
....................................................51 4.9
PROCESSAMENTO DE ESTMAGO (BUCHARIA)
.........................................................51 4.10
PROCESSAMENTO DE TRIPAS
................................................................................52
5 ESTUDOS DE CASO DE PRODUO MAIS LIMPA
............................ 535.1 MINIMIZAO DO CONSUMO DE ENERGIA
ELTRICA PARA ILUMINAO ATRAVS DA ADOO DE TELHAS TRANSLCIDAS
..............................................................................53
5.2 REDUO DO CONSUMO DE GUA NA LIMPEZA DOS CURRAIS ATRAVS DA ADOO
DE MECANISMO DE REMOO A
SECO............................................................................53
5.3 REDUO DO DESPERDCIO DE SUBPRODUTOS ATRAVS DA SUBSTITUIO DO
SISTEMA MANUAL DE RETIRADA POR SISTEMA MECANIZADO DE TRANSPORTE
PARA A GRAXARIA
.....................................................................................................................54
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5.4 REDUO DA CARGA DE LEOS E GRAXAS SOBRE A ETE - INVESTIMENTO
EM PRODUO MAIS LIMPA NO FIM DE TUBO
......................................................................55
5.5 AUMENTO DA CANALETA DE SANGRIA PARA AUMENTO DO RECOLHIMENTO DE
SANGUE EXEMPLO DO PARAGUAI
................................................................................56
5.6 AUMENTO DA CANALETA DE SANGRIA PARA AUMENTO DO RECOLHIMENTO DE
SANGUE EXEMPLO DO BRASIL
.....................................................................................57
5.7 REDUO DO CONSUMO DE ENERGIA ELTRICA PARA O AQUECIMENTO DO LEO
DOS BATENTES DAS PORTAS DAS CMARAS FRIAS
................................................................57
6
REFERNCIAS...................................................................................
59
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PRINCPIOS BSICOS DE PRODUO MAIS LIMPA EM MATADOUROS
FRIGORFICOS
9
IMPLANTAO DE PMAISL EM MATADOUROS-FRIGORFICOS1 PRODUO MAIS
LIMPA1.1 CENTROS NACIONAIS DE TECNOLOGIAS LIMPASA UNIDO e a UNEP
criaram, em 1994, o programa de Produo Mais Limpa, voltado para a
preservao ambiental. Cerca de 16 Centros de Produo Mais Limpa j
foram implementados em vrias partes do mundo, e 14 esto em
implementao. Esses centros, chamados de National Cleaner Production
Centres NCPC, tm como papel principal promover demonstraes na
planta industrial; treinamento de todos os envolvidos; disseminao
das informaes e avaliao das polticas ambientais. Em julho de 1995,
foi inaugurado o NCPC brasileiro, denominado Centro Nacional de
Tecnologias Limpas - CNTL/Brasil, o qual est localizado no Servio
Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI/RS, em Porto Alegre,
Estado do Rio Grande do Sul. O CNTL/SENAI-RS tem a funo de atuar
como um instrumento facilitador para a disseminao e implantao do
conceito de Produo Mais Limpa em todos os setores produtivos. O
programa desenvolvido no Brasil uma adaptao do programa da
UNIDO/UNEP e da experincia da Consultoria Stenum, da cidade de
Graz, na ustria, que desenvolveu o projeto Ecological Project for
Integrated Environmental Technologies ECOPROFIT. Este documento
pretende mostrar a metodologia de implantao do programa de produo
mais limpa e descrever as oportunidades de PmaisL em
matadouros-frigorficos de carne bovina e ovina, bem como apresentar
alguns estudos de caso j implantados neste setor.
1.2 O QUE PRODUO MAIS LIMPADe acordo com a United Nations
Environmental Program/United Nations Industrial Development
Organization - UNEP/UNIDO, a Produo mais Limpa a aplicao contnua de
uma estratgia ambiental preventiva e integrada, nos processos
produtivos, nos produtos e nos servios, para reduzir os riscos
relevantes aos seres humanos e ao meio ambiente. Seriam ajustes no
processo produtivo que permitem a reduo da emisso/gerao de resduos
diversos, podendo ser feitas desde pequenas reparaes no modelo
existente at a aquisio de novas tecnologias (simples e/ou
complexas). At o momento, as tecnologias ambientais convencionais
trabalharam principalmente no tratamento dos resduos, efluentes e
emisses existentes (exemplos: tecnologia de tratamento de emisses
atmosfricas, tratamento de guas residuais, tratamento do lodo,
incinerao de resduos, etc.). Como esta abordagem estuda os resduos
no final do processo de produo, ela tambm chamada de tcnica
fim-de-tubo. essencialmente caracterizada pelas despesas adicionais
para a empresa e uma srie de problemas (Exemplos: produo de lodo de
esgoto atravs do tratamento de guas residuais, produo de gesso na
tubulao de gs, etc.). Comparada disposio atravs de servios externos
ou s tecnologias de fim-de-tubo ela apresenta vrias vantagens: -
Produo mais limpa, no sentido de reduzir a quantidade de materiais
e energia usados, apresenta essencialmente um potencial para solues
econmicas; - Devido a uma intensa explorao do processo de produo, a
minimizao de resduos, efluentes e emisses geralmente induz a um
processo de inovao dentro da empresa; - A responsabilidade pode ser
assumida para o processo de produo como um todo e os riscos no
campo das obrigaes ambientais e da disposio de resduos podem ser
minimizados;
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PRINCPIOS BSICOS DE PRODUO MAIS LIMPA EM MATADOUROS
FRIGORFICOS
10
A minimizao de resduos, efluentes e emisses um passo em direo a
um desenvolvimento sustentvel. Enquanto a gesto convencional de
resduos questiona: - O que se pode fazer com os resduos, efluentes
e as emisses existentes? - Quais as formas de livrar-me deles? A
produo mais limpa, proteo ambiental integrada produo, pergunta: -
De onde vem os resduos, os efluentes e as emisses? - Por que so
gerados? - Como eliminar ou reduzir na fonte? Portanto, a diferena
essencial est no fato de que a produo mais limpa no trata
simplesmente do sintoma mas tenta atingir as razes do problema,
como verificado na Tabela 1. Tabela 1 Diferenas entre produo mais
limpa e tecnologias de fim de tubo Tecnologia de fim de tubo Produo
mais limpa Como se pode tratar os resduos e as emisses De onde vem
os resduos e as emisses? existentes? Pretende reao Leva a custos
adicionais Pretende ao Ajuda a reduzir custos
Os resduos, efluentes e as emisses so limitados atravs de
filtros e unidades de tratamento Preveno da gerao de resduos,
efluentes e - solues de fim de tubo emisses na fonte o que evita
processos e materiais potencialmente txicos - tecnologia de reparo
- armazenagem de resduos A proteo ambiental foi introduzida depois
que A proteo ambiental uma parte integrante do design do produto e
da engenharia de processo os produtos e processos foram
desenvolvidos Os problemas ambientais so resolvidos a partir
Resolve-se os problemas ambientais em todos os de um ponto de vista
tecnolgico nveis e envolvendo a todos Proteo ambiental um assunto
para Proteo ambiental tarefa de todos, pois uma especialistas
competentes, que so trazidos de inovao desenvolvida dentro da
empresa e com fora e aumentam o consumo de material e isto reduz o
consumo de material e energia energia Complexidade dos processos e
os riscos so Os riscos so reduzidos e a transparncia aumentados
aumentada Proteo ambiental focada no cumprimento de prescries
legais uma abordagem que cria tcnicas e tecnologias o resultado de
um paradigma de produo que de produo para o desenvolvimento
sustentvel data de um tempo em que os problemas ambientais ainda no
eram conhecidos
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FRIGORFICOS
11
A figura a seguir, apresenta as diferentes abordagens, que
passam de uma viso de fim tubo at uma viso de preveno a gerao com
eliminao de resduos, efluentes e emisses. A preveno a poluio deve
ser a busca constante, pois somente desta forma existir a soluo
total do problema.SEQNCIA DE ABORDAGEM LGICA SEQNCIA DE ABORDAGEM
TRADICIONALCOMPLEXIDADE DA SOLUO
100%
REAPROVEITAR DISPOR TRATAR
MINIMIZAR A GERAO
PREVENIR A GERAO
0%CUSTO GLOBAL DA SOLUO
Figura 1 Abordagens da Produo mais Limpa
1.3 NVEIS DE APLICAO DA PRODUO MAIS LIMPAAs possveis modificaes
decorrentes da implantao de um programa de PmaisL, podem se dar em
vrios nveis de aplicaes de estratgias, de acordo com a figura
1:PRODUO MAIS LIMPA
Minimizao de resduos e emisses Nvel 1 Nvel 2
Reuso de resduos e emisses Nvel 3
Reduo na fonte Modificao no produto
Reciclagem interna
Reciclagem externa
Ciclos biognicos
Modificao no processo
Estruturas
Materiais
Boas Prticas de PmaisL
Substituio de matrias-primas
Modificao Tecnolgica
Figura 2 - Nveis de aplicao da Produo mais Limpa
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FRIGORFICOS
12
1.3.1
Nvel 1 reduo na fonte
Deve ser dada prioridade a medidas que tentam resolver o
problema na fonte. Estas incluem modificaes tanto no processo de
produo quanto no prprio produto. A primeira pergunta a fazer : o
programa de PmaisL envolve a modificao do produto? 1.3.1.1
MODIFICAES NO PRODUTO A modificao no produto uma abordagem
importante, aps as oportunidades mais simples terem sido esgotadas,
ainda que s vezes de difcil realizao. O argumento mais amplamente
aceito contra a mudana no produto a preferncia do consumidor. O
questionamento : Assumir os riscos de ser pioneiro ou esperar para
ver? As modificaes no produto podem levar a uma situao ecolgica
melhorada em termos de produo, utilizao e disposio do produto. Elas
podem conduzir substituio do produto por outro, ao aumento da
longevidade aumentada pelo uso de diferentes materiais ou mudanas
no design do produto. Neste contexto, o termo design ambiental tem
ganhado importncia em anos recentes. Contudo, diversas empresas
esto relutantes em modificar seus produtos. A modificao no produto
pode incluir: - Substituio completa do produto; - Aumento da
longevidade; - Substituio de materiais; - Modificao do design do
produto; - Uso de materiais reciclveis e reciclados; - Substituio
de componentes crticos; - Reduo do nmero de componentes; -
Viabilizao do retorno de produtos; - Substituio de itens do produto
ou alterao de dimenses para um melhor aproveitamento da matria
prima. 1.3.1.2 MODIFICAES NO PROCESSO As modificaes no processo
podem ajudar a reduzir muito os resduos, efluentes e emisses. Por
processo, entende-se todo o processo de produo dentro da empresa
que compreende um conjunto de medidas:
Housekeeping Boas Prticas de PmaisLCaracteriza-se como o uso
cuidadoso de matrias-primas e dos processos, incluindo mudanas
organizacionais. Na maioria dos casos, estas so as medidas
economicamente mais interessantes e pode ser muito fcil coloc-las
em prtica. O inicio do programa de produo mais limpa deve
contemplar primeiramente a anlise das prticas operacionais e buscar
solues prticas de housekeeping. As economias proporcionadas pelas
boas prticas operacionais podem viabilizar novos investimentos na
empresa, inclusive em novas tecnologias. So exemplos de boas
prticas de PmaisL: - Mudana na dosagem e na concentrao de produtos;
- Maximizao da utilizao da capacidade do processo produtivo; -
Reorganizao dos intervalos de limpeza e de manuteno; - Eliminao de
perdas devido evaporao e a vazamentos; - Melhoria de logstica de
compra, estocagem e distribuio de matrias-primas, insumos e
produtos;
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FRIGORFICOS
13
-
Elaborao de manuais de boas prticas operacionais, treinamento e
capacitao de pessoal envolvido no programa de PmaisL; Alterao dos
fluxos de material, pequenos ajustes de Layout; Aumento da logstica
associada a resduos; Melhoria do sistema de informao; Padronizao de
operaes e procedimentos;
Substituio de matrias-primas e auxiliares de processoAs
matrias-primas e auxiliares de processo que so txicas ou tm
diferentes dificuldades para reciclagem podem, muitas vezes, ser
substitudas por outras menos prejudiciais, ajudando assim a reduzir
o volume de resduos e emisses. Como exemplo, tm-se: - Substituio de
solventes orgnicos por agentes aquosos; - Substituio de solventes
halogenados por aminas quaternrias; - Substituio de produtos
petroqumicos por bioqumicos; - Escolha de materiais com menor teor
de impurezas e/ou com menor possibilidade de gerar subprodutos
indesejveis; - Substituio por matrias primas com menos impurezas ou
com maior rendimento no processo; - Simples substituio de
fornecedores.
Modificaes tecnolgicasAs modificaes variam de reconstrues
relativamente simples at mudanas no gasto de tempo em operaes, no
consumo de energia ou na utilizao de matrias-primas. Freqentemente
estas medidas precisam estudadas e serem combinadas com
housekeeping e a seleo de matrias-primas. - Substituies de
processos termoqumicos por processos mecnicos; - Uso de fluxos em
contracorrente; - Tecnologias que realizam a segregao de resduos e
de efluentes; - Modificao nos parmetros de processo; - Utilizao de
calor residual; - Substituio completa da tecnologia.
1.3.2
Nvel 2 - reciclagem interna
Os resduos que no podem ser evitados com a ajuda das medidas
acima descritas devem ser reintegrados ao processo de produo de sua
empresa. Isto pode significar: - Utilizar as matrias primas ou
produtos novamente para o mesmo propsito, como por exemplo a
recuperao de solventes usados; - Utilizar as matrias primas ou
produtos usados, para um propsito diferente, uso de resduos de
verniz para pinturas de partes no visveis de produtos; - Realizar a
utilizao adicional de um material para um propsito inferior a sua
utilizao original, como usar resduos de papel para enchimentos; -
Recuperao parcial de componentes de produtos, com a prata de
produtos fotoqumicos; - Recuperao de compostos intermedirios do
processo ou de resduos de etapas de processos.
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14
1.3.3
Nvel 3 - reciclagem externa
Somente ento, voc deve optar por medidas de reciclagem de
resduos, efluentes e emisses fora da empresa. Isto pode acontecer
na forma de reciclagem externa ou de uma reintegrao ao ciclo
biognico (por exemplo: Compostagem). A recuperao de materiais de
maior valor e sua reintegrao ao ciclo econmico - como papel,
aparas, vidro, materiais de compostagem - um mtodo menos
reconhecido de proteo ambiental integrada atravs da minimizao de
resduos. Os exemplos aplicados para a reciclagem interna tambm se
aplicam para a reciclagem externa. Normalmente mais vantajoso
buscar fechar os circuitos dentro da prpria empresa, mas se isto
momentaneamente no for vivel tcnica e economicamente, ento deve-se
buscar a reciclagem externa. Como norma, pode-se dizer que, quanto
mais prximo raiz do problema e quanto menores os ciclos, mais
eficientes sero as medidas. Isto se deve, essencialmente, ao fato
desta abordagem no ajudar a reduzir adicionalmente a quantidade de
materiais usados.
1.4 POR QUE INVESTIR EM PRODUO MAIS LIMPA?O Programa de Produo
mais Limpa visa fortalecer economicamente a indstria atravs da
preveno da poluio, inspirado pelo desejo de contribuir com a
melhoria da situao ambiental de uma regio. Baseado em problemas
ambientais conhecidos, o Programa de Produo mais Limpa investiga o
processo de produo e as demais atividades de uma empresa e
estuda-os do ponto de vista da utilizao de materiais e energia.
Esta abordagem ajuda a induzir inovaes dentro das prprias empresas
a fim de trazer a estas e toda a regio, um passo em direo a um
desenvolvimento sustentvel. A partir disto, so criteriosamente
estudados os produtos, as tecnologias e os materiais, a fim de
minimizar os resduos, as emisses e os efluentes, e encontrar modos
de reutilizar os resduos inevitveis. Neste sentido, este Programa
no representa uma soluo para um problema isolado, mas uma
ferramenta lucrativa para estabelecer um conceito holstico. Algumas
razes que levam a implantao do programa de Produo mais Limpa so: -
A produo mais limpa baixa os custos da produo, de tratamento
fim-de-tubo, dos cuidados com a sade e da limpeza total (remoo de
gases) do meio ambiente. - A produo mais limpa melhora a eficincia
do processo e a qualidade do produto, assim contribuindo para a
inovao industrial e a competitividade; - A produo mais limpa baixa
os riscos aos trabalhadores, comunidade, consumidores de produtos e
geraes futuras, decrescendo assim seus custos com riscos e prmios
de seguros; - A produo mais limpa pode garantir a imagem pblica da
empresa produzindo benefcios sociais e econmicos intangveis. Em
geral, podem ser identificados dois grupos diferentes, mas
inter-relacionados, de promotores de produo mais limpa. Primeiro
existem as empresas que esto interessadas em produo mais limpa
porque os proprietrios e funcionrios esto preocupados em manter uma
rea de trabalho limpa, adequadamente organizada e ambientalmente
correta. Em segundo lugar, existem empresas onde a adoo de prticas
de produo mais limpa ser motivada pela reduo de custos
operacionais, seja pela reduo dos desperdcios, seja pela reduo de
impostos associados. Alm disso, a produo mais limpa d s empresas
uma vantagem competitiva em mercados onde h demanda por produtos
melhorados ambientalmente.
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Competidores
Exigncias dos credores
Potencial de mercado
Presso do consumidor Grupos de Presso Famlia dos empregados
Organismos do Governo Associaes Comerciais
Responsabilidade social Assuntos comerciais Sindicatos
Imperativos comerciais Presses internas Insumo externo
EMPRESA
Empregados
Presses externas
Organismos regulatrios
Legislao & Normas
Comunidade Local
Grupos de presso
Figura 3 - Interesses que influenciam na deciso de uma empresa
para adotar prticas de produo mais limpa.
1.5 PRODUO MAIS LIMPA E SEGURANA ALIMENTARO Sistema Anlise de
Perigos e Pontos Crticos de Controle (APPCC), conhecido
internacionalmente por Hazard Analysis and Critical Control Point
(HACCP), originou-se a partir das primeiras viagens espaciais
tripuladas no incio dos anos 60. A Administrao Espacial e da
Aeronutica (NASA), dos Estados Unidos, estabeleceu como prioridade
o estudo da segurana da sade dos astronautas no sentido de eliminar
a possibilidade de doena durante a permanncia no espao. Dentre as
possveis doenas que poderiam afetar os astronautas, as consideradas
mais importantes foram aquelas associadas s suas fontes
alimentares. Hoje em dia avolumam-se as perdas de alimentos e
matrias-primas em decorrncia de processos de deteriorao de origem
microbiolgica, infestao por pragas e processamento industrial
ineficaz, com severos prejuzos financeiros s indstrias de
alimentos, rede de distribuio e aos consumidores. Face a este
contexto, s novas exigncias sanitrias e aos requisitos de
qualidade, ditados tanto pelo mercado interno quanto pelos
principais mercados internacionais, o governo brasileiro,
juntamente com a iniciativa privada, vem desenvolvendo, desde 1991,
a implantao em carter experimental do Sistema de Preveno e
Controle, com base na Anlise de Perigos e Pontos Crticos de
Controle- APPCC. Em 1993, o atual MAA estabeleceu normas e
procedimentos para implantao do Sistema APPCC nos estabelecimentos
de pescado e derivados. Tambm em 1993, a Portaria 1428 do MS
estabeleceu obrigatoriedade de procedimentos para a implantao do
Sistema APPCC nas indstrias de alimentos, para vigorar a partir de
1994. Em 1998, a Portaria n 40 de 20/01/98 do MAA estabeleceu o
Manual de Procedimentos no Controle da Produo de Bebidas e
Vinagres, baseado nos princpios do Sistema APPCC. Ainda em 1998, a
Portaria n 46 de 10/02/98 do MAA estabeleceu o Manual de
Procedimentos para Implantao do Sistema APPCC nas Indstrias de
Produtos de Origem Animal. Destaca-se tambm a exigncia dos Estados
Unidos e da Unio Europia, em seus conceitos de equivalncia de
sistemas de inspeo, da aplicao de programas com base no Sistema de
APPCC. Nos Estados Unidos, o sistema foi tornado mandatrio, a
partir de Janeiro de 1997, para as indstrias crneas com implantao
gradativa. Este Sistema, hoje adotado pelos principais mercados
mundiais, basicamente assegura que os produtos industrializados: -
sejam elaborados sem riscos sade pblica;CENTRO NACIONAL DE
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16
apresentem padres uniformes de identidade e qualidade; atendam s
legislaes nacionais e internacionais, no que tange aos aspectos
sanitrios de qualidade e de integridade econmica. O Sistema APPCC
baseado numa srie de etapas inerentes ao processamento industrial
dos alimentos, incluindo todas as operaes que ocorrem desde a
obteno da matriaprima at o consumo do alimento, fundamentando-se na
identificao dos perigos potenciais segurana do alimento, bem como
nas medidas para o controle das condies que geram os perigos. Este
Sistema uma abordagem cientfica e sistemtica para o controle de
processo, elaborado para prevenir a ocorrncia de problemas,
assegurando que os controles so aplicados em determinadas etapas no
sistema de produo de alimentos, onde possam ocorrer perigos ou
situaes crticas. uma ferramenta que deve ser utilizada
adequadamente e sua anlise especfica para uma fbrica ou linha de
processamento e para um produto considerado. O mtodo deve ser
revisado sempre que novos perigos forem identificados e/ou que
parmetros do processo sofram modificaes. Este sistema est designado
para controles durante a produo e tem por base princpios e
conceitos preventivos. Identificando-se os pontos ou etapas nos
quais os perigos podem ser controlados (preveno de acesso,
eliminao, diminuio, etc.) podese aplicar medidas que garantam a
eficincia do controle. Os perigos considerados so os de natureza
fsica, qumica e biolgica. Os principais benefcios que o Sistema
APPCC proporciona so: - Garantia da segurana do alimento; -
Diminuio dos custos operacionais, pela reduo da necessidade de
recolher, destruir ou reprocessar o produto final por razes de
segurana; - Diminuio da necessidade de testes dos produtos
acabados, no que se refere determinao de contaminantes; - Reduo de
perdas de matrias-primas e produtos; - Maior credibilidade junto ao
cliente (consumidor); - Maior competitividade do produto na
comercializao; - Atendimento aos requisitos legais do MS e do MAA e
de legislaes internacionais (USA, Comunidade Europia e outras).
Para a implantao de um sistema APPCC so necessrios alguns
procedimentos preliminares, como: comprometer a direo; definir um
coordenador para o programa; a Formao da equipe multidisciplinar;
disponibilidade de recursos e necessidades e treinar a equipe. Aps
estas etapas parte-se para a elaborao do plano. Um plano APPCC um
documento formal que rene as informaes-chave elaboradas pela equipe
do APPCC, contendo todos os detalhes do que crtico para a produo de
alimentos seguros. A elaborao e implantao de um plano APPCC est
baseada em sete princpios: - Princpio 1 Anlise dos perigos e
medidas preventivas - Princpio 2 Identificao dos pontos crticos de
controle - Princpio 3 Estabelecimento dos limites crticos -
Princpio 4 Estabelecimento dos princpios de monitorizazo - Princpio
5 Estabelecimento das aes corretivas - Princpio 6 Estabelecimento
dos procedimentos de verificao - Princpio 7 Estabelecimento dos
procedimentos de registro -
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Os princpios norteadores do Sistema APPCC e do Programa de
Produo mais Limpa tem muitos pontos em comuns, tornado-os
mutuamente complementares. A seqncia metodolgica descrita acima,
apresenta algumas semelhanas com a de PmaisL, permitindo que sejam
implantados simultaneamente. Certamente uma empresa que adota os
Programa de Produo mais Limpa ter mais facilidade em adequar-se ao
sistema APPCC e vice-versa.
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2 IMPLANTAO DE PROGRAMAS DE PRODUO MAIS LIMPAA implantao de um
programa de Produo mais Limpa constitui-se de uma avaliao tcnica,
econmica e ambiental de um processo produtivo atravs de sua anlise
detalhada e posterior identificao de oportunidades, que
possibilitem melhorar a eficincia dos processos produtivos da
empresa. A metodologia pode ser aplicada em todos os setores,
incluindo indstria, comrcio e servios, alm de atividades do setor
primrio. O programa de produo mais limpa um procedimento planejado
com o objetivo de identificar oportunidades para eliminar ou
reduzir a gerao de efluentes, resduos e emisses, alm de
racionalizar a utilizao de matrias-primas e insumos. Este programa
deve catalisar os esforos da empresa para atingir uma melhoria
ambiental contnua nas operaes em planta. implantado utilizando uma
metodologia que busca solucionar problemas de ordem tcnica e
ambiental sem aumento de custos para a Empresa. A implantao de um
programa de produo mais limpa pode envolver um ciclo de estratgias
de design em todas as fases do processo, que transcendem aos
limites fsicos da empresa, passando a envolver todo o ciclo de
vida. A pr-sensibilizao de uma atividade produtiva para a implantao
de um programa de produo mais limpa pode ocorrer de acordo com
alguns dos seguintes fatores: - proatividade no reconhecimento da
preveno como etapa anterior a aes de fim-detubo; - presses do rgo
ambiental para o cumprimento dos padres ambientais; - custos na
aquisio e manuteno de equipamentos em fim-de-tubo; - Produo mais
Limpa como instrumento da busca da melhoria contnua nos sistemas de
gesto ambiental e - identificao e sensibilizao atravs de exemplos
setoriais similares. Aps a fase de sensibilizao, a atividade
produtiva pode implantar um programa de Produo mais Limpa atravs de
uma metodologia prpria ou buscar instituies que possam apoi-la na
implantao. A atividade produtiva isolada ou setorial que manifestar
seu interesse junto a este Centro na implantao de um programa de
Produo mais Limpa passar pelas seguintes fases: - avaliao da
atividade, atravs de uma visita tcnica, que tem o objetivo de
identificar as possibilidades da implantao de um Programa e sua
durao; - formao de um grupo de trabalho que ser capacitado e
desenvolver o trabalho da empresa realizando os balanos de
materiais e de energia; - obteno de dados que sero avaliados com o
objetivo de identificar oportunidades de tcnicas de Produo mais
Limpa que possam minimizar a gerao de efluentes, resduos e emisses
neste processo produtivo; - realizao de visitas e de reunies
peridicas com os representantes dos grupos de trabalho, para
esclarecimento de dvidas e discusso das oportunidades de Produo
mais Limpa; - elaborao do estudo de viabilidade econmica das
oportunidades identificadas e priorizadas pela empresa, isto ,
avaliao dos benefcios tcnicos, econmicos e ambientais que podem ser
obtidos, quando da efetiva implantao das oportunidades de Produo
mais Limpa neste processo produtivo; - organizao das informaes
obtidas durante a implantao do Programa de Produo mais Limpa, com o
objetivo de obter um relatrio que servir de documento
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comprovando as aes realizadas por esta atividade produtiva na
minimizao de seu impacto ambiental. A metodologia de implantao do
programa de produo mais limpa pode ser dividida em 5 etapas, sendo
estas dividias em uma seqncia de 20 passos, denominado
passo-a-passo da PmaisL, ilustrado na figura abaixo. Etapa 1
Planejamento e OrganizaoPasso 1 Obter o comprometimento e o
envolvimento gerencial Passo 2 - Estabelecer a equipe do programa
(Ecotime) Passo 3 - Estabelecer metas e limites do programa Passo 4
- Identificar barreiras e buscar solues Organizao da equipe e
definio do escopo do estudo
Etapa 2 Diagnstico e Pr-avaliaoPasso 5 - Desenvolver o
fluxograma do processo Passo 6 - Avaliar as entradas e sadas Passo
7 - Selecionar o foco de avaliao da PmaisL Foco de avaliao
selecionado
Etapa 3 AvaliaoPasso 8 - Originar um balano de material Passo 9
- Conduzir uma avaliao das causas de gerao de resduos Passo 10 -
Gerar oportunidades de PmaisL Passo 11 - Selecionar oportunidades
Conhecimento do processo e conjunto abrangente de oportunidades de
PmaisL
Etapa 4 Estudos de Viabilidade Tcnica, Econmica e AmbientalPasso
12 - Avaliao preliminar Passo 13 - Avaliao tcnica Passo 14 -
Avaliao econmica Passo 15 - Avaliao ambiental Passo 16 - Selecionar
as oportunidades a serem implementadas Lista de oportunidades
viveis
Etapa 5 Implantao e Planos de ContinuidadePasso 17 - Preparar o
plano de implantao de PmaisL Passo 18 Implantar as oportunidades de
PmaisL Passo 19 - Monitorar e avaliar os estudos de caso Passo 20
Manter as atividades e o programa de PmaisL Implantao dos estudos
de caso e acompanhamento
Figura 4 Passo-a-passo da Produo mais Limpa A metodologia
completa de implantao de um programa de Produo mais Limpa descrita
a seguir.
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2.1 ETAPA 1 - PLANEJAMENTO E ORGANIZAOEsta etapa tem por
objetivos: - Obter a participao e o compromisso da alta gerncia; -
Informar gerncia e aos empregados dos objetivos da avaliao da
PmaisL; - Formao da equipe do projeto; - Gerar os recursos
financeiros e humanos necessrios para a implantao de PmaisL; -
Identificar e estabelecer contato com as fontes de informao; -
Estabelecer os objetivos de PmaisL; - Superar as barreiras. Ao
final da etapa a equipe deve estar organizada e o resumo do plano
de trabalho montado.
2.1.1 Passo 1 - obter o comprometimento e o envolvimento
gerencialA gerncia da empresa apoiar a avaliao de produo mais limpa
quando estiver convencida de seus benefcios. Sem o comprometimento
da gerncia no haver verdadeira ao, e no haver resultado. Uma vez
que a gerncia esteja comprometida e aprove a avaliao de produo mais
limpa, necessrio assegurar-se de que eles mantenham-se envolvidos
durante toda a avaliao. Pode ser desnecessrio, ou at no ser
desejvel, envolver a gerncia em todos os passos da avaliao, mas
devem ser indicados claramente os passos onde seu envolvimento for
necessrio. A gerncia pode mostrar seu envolvimento no programa
editando uma declarao formal da poltica ambiental (opcional). Uma
declarao deste tipo deve vir dos diretores e ser repassada e
explicada aos empregados. A fim de sustentar o comprometimento e o
envolvimento da gerncia preciso informar regularmente os benefcios
que a avaliao tem trazido empresa. Resumindo, para obter o
envolvimento da gerncia, necessrio: - Envolver a gerncia na tomada
de decises; - Manter a gerncia informada sobre o processo da
avaliao; - Tornar os benefcios visveis; - Comprometer-se com o
sucesso da Avaliao de Produo Mais Limpa.
2.1.2
Passo 2 - definir a equipe do programa (ecotime)
O Ecotime um grupo de trabalho formado por profissionais da
empresa que tem as seguintes funes: - Realizar o diagnstico de
PmaisL; - Executar o balano de material; - Identificar e implantar
as oportunidades de PmaisL; - Implantar o programa de PmaisL; -
Monitorar o programa de PmaisL; - Manter a continuidade do programa
de PmaisL. A produo mais limpa afeta todos os aspectos de produo.
Portanto importante que seja formado um Ecotime bem balanceado que
possa entender todos os aspectos da empresa e seus processos de
produo. A composio adequada da equipe depender do tamanho e da
estrutura organizacional da empresa. As empresas pequenas, onde
cada funcionrio atua em muitas frentes, podem achar que uma equipe
modesta talvez de duas ou trs pessoas possa desenvolver uma avaliao
de produo mais limpa. de importncia crucial a incluso de
supervisores e operadores do cho de fbrica no Ecotime, uma vez que
eles so a chave do sucesso do programa por seu envolvimento
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com os processos de produo. Sua criatividade tem freqentemente
resultado na identificao de oportunidades de produo mais limpa.
Para obter uma equipe representativa, devem ser escolhidos
colaboradores engajados em diversas atividades e postos chaves. No
preciso levar em considerao todos os campos de trabalho de sua
empresa, pois um grupo grande demais se torna ineficiente pelos
longos tempos de discusso, mas deve ser verificado, olhando o
organograma da empresa, se todos os postos relevantes foram
representados.
2.1.3
Passo 3 - estabelecer metas e limites do programa
Se no forem estabelecidas as metas, que funcionaro como orientao
para a avaliao de produo mais limpa, facilmente a avaliao pode
tornar-se um exerccio sem objetivo. As metas so aperfeioadas medida
que o Ecotime conquista uma viso mais ampla das possibilidades para
produo mais limpa na empresa. Deve-se dar muita ateno s meta, pois
elas devem ser suficientemente ambiciosas para motivar esforos
significativos para a produo mais limpa, porm suficientemente
realistas para servir como medida adequada do sucesso que no tragam
fracasso a partir do incio. Na prtica, suas metas evoluiro de
diretivas de qualidade para objetivos de quantidade medida que for
prosseguindo a avaliao de produo mais limpa. Em muitos casos as
metas j esto estabelecidas antes do incio da avaliao de produo mais
limpa. Caso contrrio, devem ser estabelecidas com base em: - Padres
internos de produtividade; - Legislao ambiental; - Benchmarking e
tecnologia (pontos de referncia que servem como padro da
tecnologia); - Dados histricos de produo. Deve-se elaborar, de
preferncia, metas quantitativas, de modo que possam servir de
orientao clara para posterior avaliao do sucesso do programa. Em
geral, as metas devem ser: - Aceitveis para aqueles que trabalharo
para atingi-las; - Flexveis e adaptveis a necessidades variveis; -
Mensurveis no decurso do tempo do programa; - Motivadoras; -
Adequadas a toda a declarao da poltica da gerncia; - Compreensveis
no nvel prtico dos esforos. Com base nos objetivos de curto e longo
prazo, a equipe do programa deve fazer um planejamento incluindo um
plano de execuo das atividades, uma diviso de responsabilidades e
uma data prevista para a concluso do programa. O planejamento deve
ser flexvel de modo que possam ser feitos ajustes medida que as
metas de produo mais limpa forem sendo aperfeioadas durante a fase
de pr-avaliao e a avaliao.
2.1.4
Passo 4 - identificar barreiras e buscar solues
fundamental que, ao longo da implantao do programa, o ecotime v
identificando barreiras e agindo para reduzi-las ou elimin-las.
Essas barreiras acabam impedindo que o programa seja cumprido,
causando conflitos dentro da empresa. O primeiro passo para superao
das barreiras a conscientizao sobre os benefcios da produo mais
limpa e a demonstrao de que o programa no um processo de busca a
culpados. Todos devem sentir-se livres e confortveis para dar
sugestes e idias, sem serem acusados de no terem percebido isso
antes.
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Tambm a PmaisL deve ser apresentada como um desafio para o
desenvolvimento positivo da empresa, integrando desenvolvimento de
produtos e processos. Devero ser apresentados casos bem sucedidos
de outras empresas do mesmo setor industrial, coletadas informaes
em bancos de dados sobre PmaisL e sobre alternativas tecnolgicas ou
substitutos implementados com sucesso. Voc dever enfatizar as
vantagens econmicas que o programa traz, demonstrando que
oportunidades sem e/ou de baixo custo podem ser facilmente
implementadas, gerando um ganho financeiro para a empresa e,
conseqentemente, um ganho ambiental. As principais barreiras
encontradas podem ser classificadas em: - Barreiras
Organizacionais: no envolvimento dos empregados; concentrao de
poder de deciso; nfase na produo; alta rotatividade de pessoal
tcnico; falta de reconhecimento. - Barreiras Sistmicas: falhas na
documentao; sistema de gerenciamento inadequado ou ineficiente;
falta de sistemas para promoo profissional; planejamento de produo
eventual; - Barreiras Tcnicas: falta de infra-estrutura; mo-de-obra
limitada ou no disponvel; acesso limitado informao tcnica;
tecnologia limitada; dficits tecnolgicos; infraestrutura limitada
na manuteno prpria. - Barreiras Econmicas: preos e disponibilidade
de recursos; disponibilidade e custos de fundos; excluso dos custos
ambientais da anlise econmica das medidas de minimizao de resduos;
planejamento inadequado de investimentos; critrios para
investimento eventual; predominncia de incentivos fiscais relativos
produo - Barreiras de atitude: falta de cultura em boas prticas de
PmaisL (housekeeping); resistncia a mudana; falta de liderana;
falta de superviso eficaz; segurana no trabalho; medo de
falhar/errar. - Barreiras Governamentais: poltica de
estabelecimento de preos de gua; nfase no fim de tubo; poltica
industrial; falta de incentivos para esforos de minimizao de
resduos. - Outras Barreiras: falta de apoio institucional; falta de
presso pblica para o controle da poluio; sazonalidades; espao
limitado. Algumas frases, que tambm so barreiras, devem trabalhadas
quando surgirem, como: - No esquea que ns tambm precisamos ganhar
dinheiro; - Eu sei que isto no possvel; - Ns somos to pequenos (ou
grandes) para isto!; - Ns j tentamos isto e no deu certo. E no dar
de novo!; - Agora no o momento certo para a discusso deste tema; -
Temos que montar uma comisso para aprofundar a discusso; - Isto
significar mais trabalho; - Ns sempre fizemos isto desta forma,
ento porque devemos mudar agora?; - Se realmente fosse bom algum j
teria feito; - Voc no entende completamente o problema; - Em nosso
ramo de atividade isto diferente; - Deixe alguma outra empresa
tentar isto primeiro; - Ns no temos tempo para isto; - Isto soa bem
na teoria, mas como funcionar na prtica?; - Ns no temos funcionrios
suficientes para implementar esta idia; - muito tarde para fazer
mudanas agora.CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS
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2.2 ETAPA 2 - DIAGNSTICO E PR-AVALIAONesta etapa realizado o
diagnstico ambiental e de processo, onde devem ser elaborados os
principais fluxogramas dos processos produtivos da empresa e
levantados os dados relativos ao consumo de matrias-primas,
auxiliares e insumos, bem como a gerao de resduos, efluentes e
emisses entre outras informaes. A elaborao do diagnstico
fundamental para o levantamento de oportunidades de PmaisL, sendo
essencial usar uma base de dados atualizada. Para este propsito,
deve-se estabelecer uma viso geral dos principais fluxos de
material dentro de sua empresa, tendose ao final desta etapa uma
noo global da empresa em relao aos seus processos, o que entra e o
que sai em cada etapa, de forma qualitativa e quantitativa
(quantidades informadas, no medidas), para que seja estabelecido o
foco de avaliao da PmaisL.
2.2.1
Passo 5 desenvolver o fluxograma do processo
Aps a organizao da equipe de trabalho e da definio do escopo do
estudo, deve ser elaborado um fluxograma do processo, apresentando
o fluxo de materiais e de energia envolvidos. A preparao de um
fluxograma de processo detalhado um passo-chave para a implantao do
programa de PmaisL, pois a partir dele so melhor evidenciados os
consumos, os desperdcios e a gerao de resduos, efluentes e emisses,
bem como a identificao das respectivas fontes e causas das
ineficincias das etapas do processo. O ecotime deve familiarizar-se
com os processos de produo, incluindo as instalaes de armazenagem,
utilitrios, instalaes para tratamento e disposio de resduos, entre
outras. Um processo produtivo constitudo das etapas e fases
operacionais destinadas a obteno de um ou mais produtos ou servios,
utilizando matrias-primas e insumos, bem como os demais recursos de
produo. As etapas de um processo produtivo podem ser constitudas de
equipamentos ou conjunto de equipamentos. Para dar um nome a uma
etapa utilizar, preferencialmente a denominao do que est sendo
realizado nesta etapa e no o nome do equipamento que realiza a
operao. Por exemplo: Etapa de Lavagem de peles, ao invs de Lavador,
mas sempre utilizar nomes bem especficos. Os materiais que compem o
fluxograma so classificados da seguinte forma: - Matria-prima um
recurso natural ou semi manufaturado que ser submetido a operaes ou
etapas em processo produtivo at tornar-se um produto final. Por
exemplo: chapas metlicas para fabricao de peas automotivas; -
Insumo recurso que entra no processo com intuito de servir ao
processo, sem participar do produto final. Por exemplo: vapor de
gua, numa indstria de celulose; - Auxiliar Pode ser includo como
material de entrada dos processos, podendo participar dos produtos
finais, sem a necessidade de sofrer transformao e/ou participando
em quantidades pequenas, quando comparadas s matrias-primas. Por
exemplo: aditivos (conservantes) na fabricao de alimentos; -
Produto - um bem ou servio resultante da atividade produtiva,
considerado como o objetivo principal do processo. Por exemplo:
carne congelada; - Produto da etapa - um bem ou servio resultante
de uma etapa da atividade produtiva. - Subproduto pode ser
considerado como uma classificao intermediria entre produtos e
resduos, onde no so comercializados como produtos finais, mas que
podem apresentar desempenho positivo entre os custos associados ao
seu processamento e seu valor comercial; - Resduo, efluente e
emisso - so itens de sada dos processos, normalmente associados s
entradas deste processo, em boa parte dos casos s matrias-primas ou
insumos, adquiridos a custos elevados, que no foram transformadas
em produtos finais comercializveis. Em alguns casos podem ser
consideradas matrias-primas semielaboradas, a serem usadas como
entradas em outro processo de produo.CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS
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Resduo slido definido como o material que deixa o processo na
forma slida; efluente lquido deixa o processo na forma lquida e
emisso atmosfrica deixa o processo na forma gasosa. Os resduos,
efluentes e emisses podero ser classificados posteriormente como
subprodutos, conforme o enfoque a ser dado pelo Programa de Produo
Mais Limpa. Um fluxograma de processo pode ser desenvolvido pela
conexo das unidades individuais de cada operao/etapa na forma de
diagrama de blocos, como demonstrado abaixo. Nome do processo:
Entradas - matrias-primas - insumos - auxiliares
Operaes Etapas 1.
Sadas - resduos slidos - efluentes lquidos - emisses atmosfricas
- subprodutos - produtos intermedirios
Produto da etapa ......
- resduos slidos - matrias-primas - insumos - auxiliares Produto
final
n.
- efluentes lquidos
- emisses atmosfricas - subprodutos - produtos intermedirios
Dependendo da amplitude do programa de Pmaisl e da grau de
complexidade definido para o diagnstico podem ser desenvolvidos
mais de um fluxograma de processo.
2.2.2
Passo 6 avaliar as entradas e sadas
Depois de elaborado (s) e revisado (s) o (s) fluxograma (s) o
ecotime, dever preencher as planilhas referentes as quantidades
respectivos custos da entras e sadas listadas. Durante este passo,
faz-se uma estimativa bruta das quantidades de matrias-primas,
materiais auxiliares, produtos, subprodutos, energia, efluentes,
emisses e resduos consumidos e produzidos por processo ou unidade
de operao. Antes de coletar os dados, voc deve ser capaz de
responder s seguintes questes: - De que dados necessito? - Onde
posso obt-los? - Que fontes de informao existem em minha empresa?
As principais fontes de informao disponveis em uma empresa podem
ser: - Dados existentes na Empresa, como contas de gua e energia,
registro de entrada de matrias-primas, insumos e auxiliares,
registro de sada de produtos, resduos, efluentes, subprodutos e
emisses; - Dados obtidos com os fabricantes e fornecedores; -
Estimativas da empresa; - Dados que a empresa acredita que sejam os
verdadeiros, mas no realizou medies. O levantamento de dados no
apenas usado para identificar as entradas e sadas, mas tambm os
custos associados com estas entradas e sadas. A percepo destes
custos pode convencer a gerncia a concordar com a rpida implantao
de oportunidades de produo mais limpa. Devem ser includos custos
como:CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS CNTL/SENAI-RS
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Custo de matrias-primas em resduos e emisses; Custo de produtos
em resduos e emisses; Custo de energia em produtos, resduos e
emisses; Custo de tratamento de resduos e emisses para conformidade
com as exigncias das regulamentaes; - Custo de transporte e
disposio de resduos; - Custo de manuteno. Nesta etapa, a pr-avaliao
deve ser baseada nas informaes j disponveis e/ou no sentimento da
empresa e no conveniente tentar gerar um fluxo de material
detalhado do processo ou da unidade de produo, pois podem ser
feitas medies desnecessrias. Isto ser realizado durante a fase de
Avaliao. Os dados levantados, juntamente com os resultados
identificados na planilha de aspectos e impactos ambientais,
elaborada a partir do(s) fluxograma(s) de processo so utilizados
para determinar o foco de Avaliao da Produo mais Limpa. -
2.2.3
Passo 7 - selecionar o foco de avaliao da pmaisl
Em princpio, todos os processos e unidades de operao podem ser
candidatos ao foco de Avaliao da PmaisL. Contudo, por razes de
praticidade (recursos financeiros e humanos disponveis), deve ser
feita uma seleo de processos e unidades de operao. A determinao dos
focos para a avaliao basicamente um aperfeioamento dos objetivos de
PmaisL que foram definidos durante a fase de planejamento e
organizao. Portanto, aplicam-se aqui as mesmas consideraes e
critrios. A Tabela 2 apresenta um conjunto de critrios mais
abrangentes que podem ser levados em considerao quando se estiver
determinando prioridades para os focos da avaliao. Tabela 2 -
Critrios para determinao dos focos da avaliao de produo mais
limpa.Critrios para a determinao dos focos da avaliao
-
Nvel de periculosidade para o meio ambiente; Custos das
matrias-primas; Submisso, regulamentos e taxaes presentes e
futuros; Quantidade de resduos e emisses e custos de gerenciamento
(tratamento e disposio); Potencial de responsabilidade ambiental;
Consumo de energia; Propriedades perigosas dos resduos e emisses
(incluindo toxicidade, inflamabilidade, corrosividade e
reatividade); Perigos segurana dos empregados e s reas vizinhas;
Potencial para (ou facilidade de) implantao de produo mais limpa;
Potencial para a remoo das condies que retardam o progresso da
produo ou de correntes de resduos e emisses; Potencial para
recuperao de subprodutos; Oramento disponvel para a avaliao de
produo mais limpa; Potencial de subsdios ou garantias para
investimento em tecnologias mais limpas; Expectativas com relao
competitividade futura.
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2.3 ETAPA 3 - REALIZAO DOS ESTUDOS E AVALIAONesta etapa so
checados os balanos de materiais, ou seja, so confirmadas, atravs
de medies, as quantidades de entradas e sadas listadas no
diagnstico ambiental e de processo e includos novos dados
necessrios, porm inexistentes at o momento. Neste estgio, a equipe
do programa deve considerar se o sistema de monitoramento e anlise
existente adequado. Os dados sobre as quantidades e a composio de
entradas e sadas devem ser registrados periodicamente, de modo que
possa ser feita uma comparao do antes-e-depois de uma oportunidade
de produo mais limpa. Aps a compreenso detalhada das fontes e
causas da gerao de resduos e emisses, deve ser gerado um conjunto
amplo de oportunidades de PmaisL e identificadas as oportunidades
que possam ser implementadas imediatamente e as que necessitam de
anlises adicionais mais detalhadas.
2.3.1 Passo 8 originar um balano de materialDeve ser considerado
o uso de matrias-primas, insumos, gua e energia que entram no
processo e que so liberados pelo mesmo. Uma anlise quantitativa de
entradas e sadas permite a identificao e a quantificao das perdas
ou emisses anteriormente desconhecidas. O fluxograma de processo
forma a base para o clculo de entradas e sadas, trazendo a
compreenso sobre a fonte e a causa de resduos e emisses, a qual
necessria para a gerao das oportunidades de PmaisL. Uma ilustrao
grfica destas caractersticas essencial. Portanto, importante
apresentar geograficamente as informaes obtidas por meio da anlise
do fluxo dos materiais, considerando a origem, o uso e tratamento
da matria-prima e o processo de um modo que eles possam ser
rapidamente e facilmente interpretados. Em sua forma mais simples,
um fluxo de material esquematizado de acordo com o princpio de
conservao da massa: Sadas = Entradas + Acumulao Onde as entradas
incluem matrias-primas, auxiliares, gua e energia, e sadas incluem
produtos, subprodutos, resduos, efluentes e emisses. O material e a
energia podem acumular-se em um processo por um determinado tempo.
Um fluxo de material permite a identificao e a quantificao das
perdas ou emisses anteriormente desconhecidas. O fluxograma de
processo forma a base para o clculo do fluxo de material. O fluxo
de material traz compreenso sobre a fonte e a causa dos resduos e
emisses. Esta compreenso necessria para a gerao de oportunidades de
produo mais limpa. Deve-se determinar o objetivo da anlise do fluxo
de material a ser realizado. Como ponto de partida, so definidos os
parmetros a serem monitorados e a rea a ser estudada. Um dos
objetivos da anlise do fluxo de material pode ser repassar o fluxo
dos principais produtos, de certos compostos qumicos ou de simples
elementos, dentro da empresa, levando em considerao vrios critrios
(custos, riscos, disposio segurana, volumes, etc.). Para fazer
isto, recomendado iniciar com a anlise do fluxo de material da
empresa como um todo (fluxograma global). Neste caso, se define o
conjunto de limites, quantidade e valor de materiais usados e tambm
quais resduos, efluentes e emisses so gerados, alm dos produtos
produzidos durante o processo. Isto feito na forma de uma anlise de
entrada/sada, sendo os dados efetivamente medidos. Para objetivos
de anlise, pode-se imaginar a unidade de operao como se estivesse
rodeada por uma caixa imaginria. A tarefa, ento, considerar todos
os materiais que entram na caixa (matrias-primas, materiais
auxiliares, gua, energia) ou saem da caixa (produtos, subprodutos,
resduos, efluentes e emisses) durante o perodo estabelecido para o
clculo do fluxo de material. Ao final do perodo, deve ser medida a
quantidade de material
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acumulado na unidade de operao. As entradas devem igualar-se as
sadas e a acumulao. Qualquer discrepncia da equao representa erros
de medida ou materiais no contabilizados. Em alguns casos, a
discrepncia pode ser causada por furto de matriasprimas ou
produtos. Desta maneira, todas as matrias-primas e auxiliares do
processo produtivo, como tambm todas as fontes de energia e gua so
listadas em termos de quantidade e valor. Produtos, resduos,
efluentes e emisses so listados usando o mesmo procedimento. Neste
contexto ns poderemos falar sobre o fluxo de material em nvel
global. Uma anlise mais detalhada investigar e ordenar os materiais
dispendiosos e ambientalmente problemticos (toxicidade, concentrao,
etc.). Um fluxo de material permite a identificao e a quantificao
das perdas ou emisses anteriormente desconhecidas. O fluxo de
material traz compreenso sobre a fonte e a causa dos resduos e
emisses. Esta compreenso necessria para a gerao de oportunidades de
produo mais limpa. O fluxo de material no apenas usado para
identificar as entradas e sadas, mas tambm os custos associados com
estas entradas e sadas. A percepo destes custos pode convencer a
gerncia a concordar com a rpida implantao de oportunidades de
produo mais limpa.
2.3.2 Passo 9 conduzir uma avaliao das causas de gerao de
resduosProblemas de resduos, efluentes e emisses de uma empresa
surgem nos pontos de produo onde os materiais so usados,
processados ou tratados. Por esse motivo as empresas que optam por
uma soluo estratgica para seus problemas ambientais, devem estar
atentas que essencial acompanhar o fluxo de material corrente, com
o objetivo de identificar os pontos de origem, volumes e causas dos
resduos, efluentes e emisses. Resduos e emisses podem originar-se
de diferentes matrias-primas por diferentes razes. Se for
estabelecida uma lista de origens possveis, os resduos, efluentes e
emisses podero ser classificados de acordo com categorias. Para
cada uma podem ser aplicadas vrias estratgias para evitar ou
minimizar resduos, efluentes e emisses, como: Cuidado no uso e
manuseio de matrias-primas e processos (a respeito de frmulas de
produtos, completo esvaziamento dos contineres, vedao dos
vazamentos, ...); Substituio de matrias-primas e processos
(matrias-primas no contendo formaldedo, nem metais pesados ou
cloretos); Modificaes no processo (ex. controle automtico, ...);
Modificaes no produto (aumentar o ciclo de vida de um produto,
...); Reciclagem interna (fechamento dos circuitos da gua,
reciclagem dos materiais teis dentro da empresa, ...); Reciclagem
externa (reciclagem das sobras, compostagem dos materiais
biodegradveis, entre outros). O tamanho da relao de matrias-primas
adequado para assegurar que as perdas com o manuseio de material
sejam minimizadas? As distncias de transferncia entre armazenagem e
processo ou entre operaes da unidade poderiam ser reduzidas para
minimizar as quantidades desperdiadas? Os mesmos tanques estocam
matrias-primas diferentes dependendo do produto do lote? Existe
risco de contaminao cruzada? Os sacos de materiais so plenamente
esvaziados ou desperdiado um pouco do material?CENTRO NACIONAL DE
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Perguntas que auxiliam na investigao de entradas-
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So usados materiais viscosos no local? possvel reduzir as
quantidades de resduos desperdiadas nos tambores? A rea de
armazenagem das matrias-primas segura? Um prdio poderia ser
trancado noite, ou uma rea poderia ser cercada para restringir o
acesso? Como as matrias-primas poderiam ser protegidas da luz
direta do sol ou de chuvaradas pesadas? A poeira das pilhas
estocadas um problema? O equipamento usado para bombear ou
transferir materiais est funcionando com eficincia? Recebe manuteno
regularmente? Os derramamentos poderiam ser evitados? O processo
adequadamente equipado? Como poderia ser monitorada a entrada de
matrias-primas? Existem itens com necessidade bvia de reparos? Os
oleodutos so autodrenveis? A gua da bomba pneumtica recirculada?
Onde a gua usada no processo? Por que ela usada no processo de
produo? Em que quantidade ela usada? Qual o custo do consumo de
gua? A gua extrada diretamente de um poo artesiano, reservatrio de
rio ou sistema pblico de fornecimento de gua? A gua estocada no
local em tanques ou em uma lagoa? Qual a capacidade de armazenagem
de gua no local? Como a gua transferida por bombeamento, por
gravidade ou manualmente? A chuva um fator significante no local?
Para que finalidade usada a gua em cada operao (esfriamento,
purificao de gs, lavagem, enxge dos produtos, umedecimento de
pilhas do estoque, manuteno, esfriamento de segurana, etc.)? Com
que freqncia ocorre cada ao? Que quantidade de gua usada para cada
ao? Onde a energia consumida no processo? Qual a funo da energia no
processo? Em que quantidades ela consumida? Quais so os custos do
consumo de energia? Quais so os produtos e subprodutos? Em que
quantidades so produzidos? Quais so os componentes perigosos? Qual
a dimenso da perda do produto e quais so os custos associados a
esta perda? Existe uma unidade de reciclagem para os produtos
rejeitados? Que resduos e emisses esto sendo gerados? Em que
quantidades so gerados? Qual a sua composio e periculosidade aos
seres humanos e ao meio ambiente? Quais so os custos associados aos
resduos e emisses?CENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS
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Perguntas que auxiliam na investigao das sadas
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De onde se originam os resduos? As operaes de fabricao poderiam
ser otimizadas para produzirem menos resduos? Poderiam ser usadas
matrias-primas alternativas que produziriam menos resduos? Existe
um componente especfico que torna todos os resduos perigosos? Este
componente poderia ser isolado? Os resduos contm material valioso?
Os resduos podem ser reciclados? Existem odores associados a uma
unidade de operao? Existem perodos em que as emisses gasosas so
mais manifestas? Eles esto vinculados temperatura? Existe no local
algum equipamento para controle de poluio? As emisses gasosas so de
lugares confinados (incluindo emisses fugitivas) com sada para o
exterior? praticada a lavagem do gs? O que feito com a soluo de
depurao gasta? Poderia ser convertida em um produto til? Os
funcionrios usam vesturio de proteo, tal como mscaras?
2.3.3 Passo 10 - gerar oportunidades de pmaislUma vez conhecidas
s fontes e causas dos resduos e emisses, a Avaliao de PmaisL entra
na fase criativa. Tendo mo o fluxograma do processo e o balano de
material, voc pode escolher a unidade de operao, material,
correntes de resduos e emisses que quer submeter mais urgentemente
a mudanas de produo mais limpa. O ecotime deve agora comear a
procurar modos possveis de aumentar a eficincia e reduzir resduos e
emisses e perdas de energia. A descoberta de oportunidades depende
do conhecimento e da criatividade dos membros da equipe, muitos dos
quais vm de sua educao e experincia de trabalho. Algumas outras
fontes de ajuda para descobrir oportunidades de produo mais limpa
poderiam ser: - Pessoa da casa de outras empresas; - Associaes
comerciais; - Universidades, Centros de inovao, Institutos de
pesquisa, ONGs, etc.; - Fornecedores de equipamentos; -
Consultores; - Centros de informao tais como UNEP, UNIDO, CNTL e
etc.; - Literatura tcnica e bases de dados eletrnicas.
2.3.4 Passo 11 - selecionar oportunidades de pmaislAps ter sido
gerado um nmero satisfatrio de oportunidades, elas devem ser
separadas. Neste estgio, nenhuma oportunidade deve ser
desconsiderada, a menos que sejam obviamente inviveis. As que
parecem mais promissoras sero submetidas a um estudo de
viabilidade. As idias obscuras devem ser esclarecidas, as
oportunidades similares ou duplicadas devem ser fundidas e todas
discutidas para se ter a certeza de que so oportunidades legtimas
de produo mais limpa. A organizao das oportunidades por unidade de
operao pode ser feita e permite uma abordagem mais estrutural no
processo de separao. Alm disso, alguns cuidados devem ser
observados, como: - Avaliar as interferncias mtuas bvias. A
implantao de uma oportunidade pode tornar outra irrelevante.
fundamental que se identifiquem as oportunidades mutuamente
excludentes para evitar uma seleo de ambas. Devem tambm ser
investigadas asCENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS LIMPAS
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interferncias mtuas em uma unidade de operao. As oportunidades
para uma unidade de operao podem excluir uma outra em outra operao,
ou, no caso inverso, requerer mudanas em outra unidade de operao. -
Implementar oportunidades obviamente viveis. As oportunidades de
baixo ou nenhum custo que parecem ser eficientes e de implantao
relativamente fcil no requerem um estudo amplo de viabilidade. Elas
podem ser implementadas imediatamente. - Eliminar oportunidades
obviamente inviveis. As oportunidades que so excessivamente
onerosas, no disponveis ou que no podem ser implementadas devido a
outras razes bvias devem ser eliminadas da lista de oportunidades
para estudo posterior. O resultado deste ordenamento uma lista de
trs grupos de oportunidades: agrupadas de acordo com a unidade de
operao, as mutuamente exclusivas e as interdependentes. Esta lista
ser sujeita priorizao. Se nem todas as oportunidades puderem ser
implementadas e nem todas puderem ser avaliadas, elas devem ser
priorizadas. As oportunidades listadas no topo podem ser sujeitas a
uma avaliao durante o estudo de viabilidade. A priorizao de
oportunidades uma questo de senso comum e de uma dose de compreenso
das questes econmicas, tcnicas e ambientais. A priorizao deve ser
feita com foco na disponibilidade, na praticabilidade, no efeito
ambiental e na viabilidade econmica das oportunidades.
2.4 ETAPA 4 - ESTUDOS DE VIABILIDADE TCNICA, ECONMICA E
AMBIENTALDe posse da lista de oportunidades j previamente
priorizadas, necessrio submeter algumas oportunidades a estudos de
avaliao. Aps a realizao dos estudos de viabilidade tcnica, econmica
e ambiental, sero selecionadas as oportunidades mais viveis e
documentadas os resultados esperados para cada uma.
2.4.1 Passo 12 - avaliao preliminarAntes de submeter as
oportunidades as avaliaes tcnica, econmica e ambiental, deve-se
determinar o nvel de detalhes no qual cada oportunidade deve ser
avaliada e fazer uma relao das informaes ainda necessrias para esta
avaliao, bem como das possveis opes referentes a cada oportunidade.
Todas as opes relativas a cada oportunidade selecionada devem, em
princpio, ser avaliadas em sua viabilidade tcnica, econmica e
ambiental. Contudo, para algumas opes pode no ser necessria uma
avaliao to abrangente. A avaliao preliminar determina que opes
necessitam de qual nvel de avaliao tcnica, econmica e ambiental. Ao
final deste passo voc deve ter um arquivo sobre cada uma das opes,
com todas as informaes e detalhes necessrias para a conduo do
Estudo de Viabilidade.
2.4.2 Passo 13 - avaliao tcnicaTodos os investimentos maiores
requerem uma avaliao tcnica, devendo ser investigada a natureza das
opes, a natureza da mudana, o efeito sobre a produo, o efeito sobre
o nmero de empregados, treinamentos requeridos, licenas exigidas,
aumento do espao fsico, controles de laboratrio, exigncias em relao
manuteno, etc. Deve ser avaliado o impacto da opo proposta sobre o
processo, produtividade, segurana, etc. Alm do mais, podem ser
exigidos testes de laboratrio ou ensaios quando a opo estiver
mudando significativamente o processo existente. As experincias de
outras empresas com a opo que est sendo considerada so muito teis
neste ponto e podem eliminar muitos testes internos. importante
incluir todos os empregados e departamentos atingidos pela
implantao das oportunidades. A avaliao tcnica determinar se a
oportunidade ir requerer mudanas deCENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS
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pessoal, operaes adicionais e pessoal de manuteno, alm do
treinamento adicional dos tcnicos e de outras pessoas.
2.4.3 Passo 14 - avaliao econmicaTem por objetivo avaliar a
eficincia do custo de implantao de uma oportunidade de PmaisL. A
viabilidade econmica freqentemente o parmetro chave que determina
se uma oportunidade ser implantada ou no. Este ponto mais
importante do trabalho, uma vez que os empresrios no tm uma cultura
ambiental formada, muitas vezes, s entendendo e aceitando projetos
quando eles se mostram atrativos numericamente. aconselhvel
primeiro avaliar as opes de cada oportunidade que provavelmente
sejam atraentes economicamente. Isto refora o interesse e o
comprometimento da empresa com a produo mais limpa. A lucratividade
de um projeto medida usando-se fluxos de caixa estimados (entradas
menos sadas de caixa) para cada ano do projeto, utilizando trs
mtodos padro para a medio da lucratividade de um projeto: - Perodo
de Retorno do Capital (payback): tempo que se leva para recuperar o
desembolso de caixa inicial para o projeto (recuperao do
investimento efetuado com a opo de PmaisL). - Taxa Interna de
Retorno (TIR): uma demonstrao da rentabilidade do projeto, sendo
que quanto maior for a TIR mais vantagens apresenta o projeto em
termos atuais. Para anlise entre alternativas de um mesmo projeto e
entre projetos sem grandes diferenas de investimento, a TIR
geralmente aceita como o melhor instrumento na determinao do mrito
de projetos. - Valor Presente Lquido (VPL): calcula o valor atual
do fluxo de caixa incremental em perspectiva, pelo uso de uma Taxa
Mnima de Atratividade, ou seja, a partir de uma taxa de juros que
seja considerada como satisfatria, em funo dos ingressos e dos
desembolsos futuros. Sempre que o VPL, estimado a uma taxa de juros
(Taxa Mnima de Atratividade), for superior a zero, o projeto
apresenta um mrito positivo. Na comparao entre dois projetos ou
duas alternativas de um mesmo projeto, o melhor, em princpio,
aquele com maior VPL. Alm dos investimentos, devem ser considerados
os custos e economias de operao. Primeiro, lista-se todos os custos
operacionais associados ao processo de produo em andamento e em
seguida faz-se uma estimativa dos custos operacionais associados ao
processo de produo, caso a oportunidade de PmaisL seja implantada.
A produo mais limpa pode reduzir a importncia dos riscos ao meio
ambiente e segurana para uma empresa. difcil atribuir determinado
fator-custo ou economias aos riscos reduzidos devido produo mais
limpa. Este ponto crucial para a continuidade da produo mais limpa
na empresa. Normalmente, os riscos podem ser muito grandes quando
os dados no representarem a realidade da empresa, por isso a
importncia de que os fluxogramas sejam verdadeiros e os dados
confiveis. Por ser uma melhoria contnua e afetar o desempenho da
empresa, tornando-a mais eficiente, com certeza, afeta sua
lucratividade. E este ponto, para o empresrio que tem que buscar
sempre se manter num mercado competitivo, fundamental. A partir do
momento em que gera lucro, resultados, coloca a empresa em vantagem
competitiva. importante considerar tambm, na anlise financeira, a
regulamentao ambiental que imposta ou que provavelmente ser imposta
no futuro, multas, penalidades, etc., devido a no-conformidades, as
quais podem resultar em grave corte na lucratividade da empresa. As
questes de obrigaes, como pelo solo contaminado, podem at levar
falncia. Tambm, neste caso, difcil atribuir economias produo mais
limpa por evitar problemas com aCENTRO NACIONAL DE TECNOLOGIAS
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regulamentao ambiental. Fazer a viabilidade econmica
considerando a regulamentao e no considerando, para dimensionar
mais claramente os riscos de uma imposio ambiental.
2.4.4 Passo 15 - avaliao ambientalVisa determinar os impactos
positivos e negativos da oportunidade do ponto de vista ambiental.
Um dos objetivos da produo mais limpa a melhoria do desempenho
ambiental de sua empresa. Portanto, imperativa uma avaliao
ambiental. Em muitos casos a vantagem ambiental bvia: uma reduo
lquida na toxicidade e/ou quantidade de resduos e emisses. No caso
de mudanas no processo ou o produto, precisam ser estimadas as
vantagens ambientais por todo o ciclo de vida do produto. Pode-se
distinguir trs nveis para a avaliao ambiental: - Avaliao simples
baseada na reduo da toxicidade e quantidade de resduos e emisses e
perdas de energia; - Avaliao profunda do efeito da composio de
novas entradas e sadas. Simples avaliao do ciclo de vida; - Simples
avaliao do ciclo de vida. Uma avaliao do ciclo de vida (ACV)
somente deve ser feita em casos especiais, por exemplo, no caso de
o governo exigir tal avaliao. Voc deve calcular quanto esforo pode
colocar racionalmente numa avaliao ambiental detalhada e quais das
abordagens acima mencionadas voc seguir. A lista de checagem para a
avaliao ambiental, includa na frente desta fase, pode ajud-lo a
direcionar a avaliao. As informaes necessrias para fazer uma
avaliao ambiental apropriada do produto, matria-prima ou parte
constituinte do processo em questo relacionam-se a: - mudanas na
quantidade de toxicidade dos resduos e emisses por todo o ciclo de
vida do produto; - mudanas no consumo de energia durante o ciclo de
vida do produto; - substituio dos efeitos ambientais para outros
materiais; - substituio dos efeitos ambientais para outros meios; -
mudanas na degradabilidade dos resduos e emisses; - a extenso qual
so usadas as matrias-primas renovveis; - mudanas na reusabilidade
das correntes de resduos.
2.4.5 Passo 16 - selecionar as oportunidades viveisEste passo
caracteriza-se pela documentao dos resultados dos estudos de
viabilidade e da criao de uma lista de oportunidades de PmaisL que
devem ser implantadas. A lista documentada das oportunidades viveis
e no-viveis ser usada durante a fase de implantao para obter
aprovao e financiamento. As oportunidades viveis e no-viveis que no
forem implementadas podem ser recuperadas dos arquivos durante a
prxima avaliao de produo mais limpa. Todo o trabalho realizado deve
ser documentado, incluindo aquele que no levou identificao de uma
oportunidade vivel. Deste modo, fica-se informado de todas as
oportunidades de PmaisL consideradas. Caso a avaliao de PmaisL seja
conduzida novamente, o ecotime pode rever estas oportunidades e
aprender a partir da experincia. Para selecionar as oportunidades,
muitas vezes as restries econmicas podem prevalecer se no houver
dinheiro suficiente para financiar todas as oportunidades. Portanto
estas podem ser classificadas em ordem de prioridade, com base na
taxa de VPL, sendo aquele que tiver o menor valor deve ter a
prioridade para implantao.
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2.5
ETAPA 5 - IMPLANTAO E CONTINUIDADE
A etapa final tem por objetivo implantar as oportunidades de
Produo mais Limpa selecionadas, monitorar os resultados obtidos e
assegurar atividades que mantenham a P mais L.
2.5.1 Passo 17 preparar o plano de implantaoA implantao de
produo mais limpa muitas vezes tem conseqncias para a organizao em
uma empresa. Deve ser esboado um plano, descrevendo a durao do
programa e os recursos humanos e financeiros necessrios. As lies
aprendidas das primeiras quatro fases devem revelar se a avaliao de
produo mais limpa foi, at aqui, um exerccio bem sucedido, que merea
prosseguimento. O Plano de produo mais limpa deve, alm disso,
descrever como deve ser formado este prosseguimento. As
oportunidades de nenhum custo e baixo custo, que j foram
implementadas durante a Pr-Avaliao, Avaliao e Estudo de
Viabilidade, podem ser agora avaliadas atravs das comparaes de
antes e depois. As providncias para estas comparaes foram adequadas
e se devem ser desenvolvidas diferentes procedimentos de
monitoramento. Algumas oportunidades de produo mais limpa no
requerem muitas mudanas e podem ser implementadas em qualquer
tempo, independente dos empregados e do equipamento do processo.
Outras oportunidades podem requerer mudana organizacional. As
informaes apropriadas sobre as mudanas aos empregados e
departamentos pertinentes facilitam a implantao destas
oportunidades. Em alguns casos necessrio o treinamento da equipe e
dos empregados. Um cronograma de implantao deve conter responder a
algumas perguntas, como: Quando devem acontecer determinadas
atividades? Quem responsvel por estas atividades? Quando so
esperados determinados resultados? Quando e por quanto tempo
monitorar as mudanas? Quando avaliar o progresso?
2.5.2 Passo 18 - implantar as oportunidades (estudos de caso) de
pmaislA implantao de oportunidades de produo mais limpa, que passam
a ser chamadas de estudos de caso, no essencialmente diferente de
qualquer outro projeto de investimento. Portanto, a empresa pode
seguir os mesmos procedimentos que usou para a implantao de outros
projetos. Exatamente como qualquer outro projeto de investimento,
os estgios do projeto de produo mais limpa incluem o que segue: -
Planejamento; - Design; - Aquisio; - Construo. Deve ser prestada
ateno especial s necessidades de treinamento da equipe e dos
empregados. O projeto poderia fracassar se no fosse endossado por
funcionrios treinados adequadamente. As necessidades de treinamento
foram identificadas durante a avaliao tcnica.
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Tambm importante que as pessoas responsveis pela implantao do
projeto sejam informadas sobre o trabalho e o propsito da
oportunidade, uma vez que a experincia da implantao tem
freqentemente sugestes teis para esta fase.
2.5.3 Passo 19 monitorar e avaliarO desempenho das oportunidades
de Produo mais Limpa implementadas precisa ser monitorado. Os
resultados atingidos precisam ser comparados aos resultados
esperados. Existem trs modos de monitorar a eficcia da implantao de
uma oportunidade de produo mais limpa implementada, como: - Mudanas
em resduos e emisses; - Mudanas em consumo de recursos (incluindo
energia); - Mudanas na lucratividade. Como medida de eficcia, a
empresa estar especialmente interessada em um aumento da
lucratividade. O projeto pode pagar-se devido aos custos mais
baixos no gerenciamento de resduos e emisses, na aquisio de
matrias-primas e nas operaes. Devem ser levadas em conta as mudanas
de concentrao de resduos e emisses. A comparao de antes e depois
essencial para a avaliao das oportunidades implantadas, pois
permite verificar as mudanas decorrentes da implantao. Devem ser
observados na avaliao os seguintes: - A oportunidade foi til e
lucrativa? A eficcia de custo foi a esperada? - O nmero de fontes
de resduos e emisses foi reduzido? Em quantas? - A quantidade total
de resduos e emisses decresceu? Em quanto? - A toxidade dos resduos
e emisses decresceu? Como? - O consumo de energia decresceu?
Quanto? - As metas de produo mais limpa foram atingidas? Quais
foram e quais no foram? - Existem resultados inesperados no aspecto
tcnico? Quais e por que? As permisses e licenas precisam ser
ajustadas? Quais? Ao final da avaliao de produo mais limpa todos os
materiais relevantes, devem ser reunidos e arquivados
adequadamente, de modo que possam ser facilmente recuperados quando
for iniciada uma nova avaliao.
2.5.4 Passo 20 sustentar atividades de pmaislA Produo mais Limpa
deve ter o carter de continuidade, de melhoria contnua. O programa
deve sustentar estas atitudes, gerando experincias de aprendizagem
que possibilitem aos empregados e gerncia capacidade de
identificar, planejar e desenvolver projetos de PmaisL. O melhor
modo de sustentar atividades de produo mais limpa introduzir um
programa que inclua todas as atividades necessrias para obter
entusiasmo e comprometimento com as avaliaes de produo mais limpa
repetidamente conduzidas. Outros componentes de um programa de
produo mais limpa incluem o que segue: - Nomear um coordenador de
produo mais limpa; - Desenvolver um plano de ao; - Avaliar e
ajustar o programa de produo mais limpa. - Integrar a produo mais
limpa aos procedimentos administrativos e aos planos comercial, de
marketing, financeiro, de operaes, de pesquisa e de
desenvolvimento.
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3 DESCRIO GERAL DO PROCESSAMENTO DE CARNE3.1 DESCRIO DO
PROCESSOMatadouros e frigorficos so estabelecimentos dotados de
instalaes e equipamentos adequados para o abate, manipulao, preparo
e conservao das espcies de aougue sob variadas formas, com
aproveitamento completo, racional e ideal dos subprodutos no
comestveis, possuindo ainda, instalaes de frio industrial. As
instalaes completas para o abate envolvem: currais e anexos
(currais de chegada e seleo curral de observao e departamento de
necropsia); rampa de acesso a matana (com chuveiro e seringas); rea
de atordoamento (boxe de atordoamento e rea de vmito); sala de
matana com subsees (sangria, esfola, eviscerao, toalete, sees de
midos); sala de desossa; expedio e setor de utilidades (instalaes
frigorficas, caldeira, abastecimento de gua, estao de tratamento de
efluentes, lavagem de caminhes); reas anexas (processamento de
subprodutos: farinha de sangue e de osso, sebo, triparia, bucharia,
couro, entre outras). O projeto das instalaes deve seguir as normas
preconizadas pelo Sistema Federal de Fiscalizao (SIF) ou pelas
normas estabelecidas pelas coordenadorias estaduais ou municipais
de inspeo animal. A complexidade de exigncias maior em nvel
federal, visto que somente um estabelecimento com SIF habilitado
para exportao de produtos. Abaixo, esto descritas as principais
reas de um matadouro de bovinos.
3.1.1 Embarque e transporteO transporte de animais deve ser
feito em veculos especficos e adequados para tal. O treinamento do
pessoal envolvido no processo de embarque e transporte fundamental
para evitar o stress animal desnecessrio. Devem ser levados em
conta alguns itens como: - No recolhimento do gado no campo e no
embarque evitar a utilizao de ces, objetos sonoros e utenslios
pontiagudos (guisos) que machuquem e estressem os animais ou
danifiquem o couro e a carne dos mesmos; - Os animais devem ser
acomodados adequadamente no muito apertados e sem muita folga de
espao, pois podem acabar se machucando; - Devem evitar manobras
bruscas ao dirigir; - Evitar distncias longas (no mais que 300 km);
- Os caminhes boiadeiros devem ter o compartimento de carga sem
parafusos ou pregos aparentes.
3.1.2 DesembarqueDevem ser observados os mesmos cuidados acima
citados.
3.1.3 Recepo e curral de esperaOs animais so desembarcados dos
caminhes e aps inspeo devero ficar em currais com piso impermevel,
liso e sem rachaduras onde permanecem por um perodo de tempo
determinado antes de serem insensibilizados. As instalaes devem
possuir sistemas de abastecimento de gua limpa. Em caso de abate
misto no mesmo dia, os bovinos no podero ficar no mesmo curral dos
sunos ou ovinos. Recomenda-se que aps a inspeo os animais permaneam
pelo menos 24 horas em repouso. Neste perodo os animais devero
permanecer em dieta hdrica, para diminuio da quantidade de contedo
ruminal no abate, recuperao do glicognio muscular e diminuio do
stress.
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O rgo fiscalizador dever inspecionar os animais verificando
animais doentes, fraturados e machucados ou mortos. A critrio do
mdico veterinrio responsvel, estes animais podero ser abatidos no
final do perodo da matana do restante do gado ou direcionados
diretamente para necropsia ou graxaria.
3.1.4 Lavagem dos animaisOs animais, antes da insensibilizao, so
conduzidos ao box de lavagem, cujas instalaes devem estar providas
de piso impermevel liso sem rachaduras, aspersores com gua sob
presso de forma que os jatos atinjam todas as partes do animal com
uma presso adequada, e com canalizao das guas residuais. O objetivo
desta etapa promover a de vasoconstrio perifrica e vasodilatao
visceral e a retirada de sujidades como: esterco, barro, do couro
do animal. A gua do banho deve ser potvel e clorada, cuja
concentrao varia conforme exigncia do rgo de fiscalizao
competente.
3.1.5 AtordoamentoO atordoamento ou insensibilizao pode ser
considerado a primeira operao do abate, propriamente dita.
Determinado pelo processo adequado, o atordoamento consiste em
colocar o animal em um estado de inconscincia, que perdure at o fim
da sangria, no causando sofrimento desnecessrio e promovendo uma
sangria to completa quanto possvel. A concusso cerebral o mtodo
mais utilizado no Brasil. O atordoamento deve ser realizado atravs
de abate humanitrio, onde no permitido o uso de marreta e sim
preconizando a utilizao de martelo ou pistola pneumticos. A leso
enceflica ou injria cerebral difusa, provocada pela pancada sbita e
pelas alteraes intracranianas, resultados da deformao rotacional do
crebro, promove a descoordenao motora e a inconscincia, porm, mantm
as atividades cardaca e respiratria. No recomendvel acumular
carcaas atordoadas, sendo que o tempo entre o atordoamento e a
sangria no deve ser superior a 1,5 minutos.
3.1.6 SangriaA sangria realizada pela abertura sagital da
barbela, atravs da linha alba e seco da aorta anterior e veia cava
anterior, no incio das artrias cartidas e final das jugulares. O
sangue ento recolhido pela canaleta de sangria. Deve-se cuidar para
que a faca no avance muito em direo ao peito, porque o sangue poder
entrar na cavidade torcica e aderir pleura pariental e s
extremidades das costelas. conveniente a utilizao de duas facas de
sangria: uma para inciso da barbela e outra para o corte dos vasos.
As facas devem ser mergulhadas na caixa de esterilizao aps a
sangria de cada animal, onde a temperatura mnima da gua deve ser de
82,2C. Algumas vezes, entretanto, h necessidade de utilizao do
sangue para fins comestveis e este lquido deve ser recolhido atravs
de facas especiais (tipo vampiro) conectadas diretamente nas
artrias. Elas dispem de um tubo conectado ao cabo da faca que,
higienicamente, leva o sangue para recipientes esterilizados.
3.1.7 EsfolaA esfola, primeira etapa da considerada rea limpa,
consiste na remoo do couro por separao do panculo subcutneo. A
esfola no Brasil realizada principalmente pelo sistema areo, ou
seja, com o bovino suspenso no trilho, que d evidentes vantagens do
ponto de vista higinico - sanitrio e tecnolgico. A operao da esfola
pode ser dividida nas seguintes fases: retirada dos chifres e das
patas dianteiras, abertura da babela at a regio do mento, inciso
longitudinal da pele do peito at o nus e corte das patas traseiras.
Nesta fase inicia-se a retirada do couro e a desarticulao da cabea.
Uma ateno especial deve ser dada nesta fase para evitar contaminao
cruzada entre o couro e a carne por mos e facas. As contaminaes
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da superfcie da carcaa pelo contato com o couro devem ser
retiradas atravs de corte superficial com a faca, nunca por asperso
de gua. Aps a separao de pele nas extremidades, s vezes a esfola
completada mecanicamente por trao. A ocluso do esfago, cujo
objetivo melhorar as condies higinicas do abate, a tcnica
preconizada por vrios autores. Normalmente, faz-se quando retira-se
o couro, separando o esfago da traquia. Amarra-se o esfago e
separa-se a cabea identificando a carcaa com nmero.
3.1.8 EvisceraoA eviscerao uma operao realizada habitualmente
pela abertura da cavidade torcica, abdominal e plvica, atravs de um
corte que passa em toda a sua extenso. realizado do piloro ao reto,
juntamente com a bexiga urinria. Estas operaes devem ser realizadas
cuidadosamente e sob rigorosa observao, com o objetivo de evitar
leses nos tratos gastrintestinal e urinrio durante a abertura do
abdmen e separao do esterno com a serra. A eviscerao seguida pela
extrao dos rgos da cavidade plvica, das vsceras abdominais (com
exceo dos rins), das vsceras torcicas, traquia e esfago, que so
conduzidas para i