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Transcript
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Previsão geográfica de alteração do padrão de consumo eléctrico devido à evolução da
penetração de consumos de veículos eléctricos
Pedro Teófilo Tiza Barros Alves Vaz
Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores
Orientador: Prof. Dr.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
geográfica de alteração do padrão de consumo eléctrico devido à evolução da
penetração de consumos de veículos eléctricos
Pedro Teófilo Tiza Barros Alves Vaz
VERSÃO PROVISÓRIA
Dissertação realizada no âmbito do Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores
Major Energia
Orientador: Prof. Dr. Cláudio Domingos Martins Monteiro
Fevereiro de 2009
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
geográfica de alteração do padrão de consumo eléctrico devido à evolução da
penetração de consumos de veículos eléctricos
Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores
Existe, actualmente, em Portugal, um plano de promoção e integração de tecnologias para
veículos eléctricos. O desenvolvimento de uma plataforma para veículos eléctricos implicará
alterações importantes nas formas de energia primárias, induzirá novos consumos, formas de
armazenamento e mesmo de produção relacionados com os sistemas eléctricos de energia. Ou
seja, uma nova forma de energia eléctrica, com características de mobilidade e
armazenamento acederá ao sistema, determinando a necessidade de um planeamento de
âmbito geográfico para uma integração sistémica bem sucedida.
Neste trabalho tentou perceber-se como entrarão os veículos eléctricos no mercado
automóvel e a forma como se vão distribuir pelo território nacional. Para isso, realizaram-se
estudos de previsão, até 2020, através de métodos de Technology Forecasting, criando-se
vários cenários, a que se seguiu a distribuição dos veículos previstos, pelo país, usando o
sistema de informação geográfico.
Para a quantificação e localização geográfica dos consumos dos veículos eléctricos estudaram-
se formas de modelização do crescimento do número de veículos, respectivos consumos
típicos e comportamentos de mobilidade dos potenciais utilizadores. Inicialmente, percebeu-
se como está a evoluir o consumo de energia eléctrica em Portugal e como se distribui
nacionalmente, chegando-se a uma tendência de previsão até 2020. Posteriormente,
conhecendo algumas características dos veículos eléctricos, como a capacidade das baterias,
o consumo e a média de quilómetros percorridos anualmente, criaram-se alguns cenários no
sentido de perceber quanto irá aumentar o consumo eléctrico devido à penetração destes
veículos, nos próximos anos, no território português.
Com dados de potência máxima de baterias, conceberam-se diagramas de carga destes
veículos, para se conhecer como o carregamento destes veículos pode afectar o diagrama de
cargas, principalmente nas suas horas de ponta.
Através da distribuição dos veículos eléctricos pelo território nacional, observaram-se
aumentos dos consumos eléctricos por distrito, tendo-se percebido quais as zonas do país que
verão os seus consumos aumentarem e em que quantidade.
Palavras-chave:
Veículos Eléctricos; Technology Forecasting; Sistema de Informação Geográfico; Consumos
Eléctricos;
iv
v
Abstract
Nowadays, there is in Portugal a plan of promotion and integration of technologies for
electrical vehicles. The development of a platform for electrical vehicles will lead to
important changes in ways of primary energy, it will induce new consumptions, ways of
storage and even of production related to electrical systems of energy. That is, a new way of
electrical energy, with characteristics of mobility and storage, will access to the system, and
it will determine the necessity of a geographical planning to a successful systemic
integration.
In this work we tried to understand how the electrical vehicles will enter the automobile
market and the way they are going to be distributed through the national territory. To this
purpose, studies of prediction were done until 2020, through the Technology Forecasting
methods, several sceneries were created and then the distribution of the provided vehicles
through the country, using the geographical information system.
For the geographical location and quantification of the electrical vehicles consumption,
modelling ways of increasing the vehicle numbers were studied, their typical consumption
and behaviour of mobility of potential users. Firstly it was realised as the electrical energy
consumption is involving in Portugal and as it is nationally distributed, reaching a prediction
until 2020. After that, knowing some vehicles characteristics, as the capacity of batteries, the
consumption and the average of kilometres travelled yearly, there were some sceneries to
understand how the electrical consumption will increase owing to the expansion of these
vehicles in the next years all over the country.
With data of maximum power batteries, load diagrams of these vehicles were designed, to
know how the loading of these vehicles may affect the load diagram, mainly during rush
hours.
With the distribution of electrical vehicles through the national territory, increases were
observed in electrical consumption per district, and were understood/ verified which areas of
the country will increase their consumption as well the quantity.
Key Words:
Electrical Vehicles; Technology Forecast; Geographic Information System; Electrical Consumption;
vi
vii
Agradecimentos
Gostaria de agradecer a todos que de algum modo estiveram ligados ao meu trabalho.
Agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Cláudio Monteiro por toda a ajuda e conselhos dispensados.
Não posso dispensar o agradecimento aos meus colegas e amigos, com quem convivi durante a realização do trabalho na sala J204, que, comigo estiveram em bons e menos bons momentos.
Quero agradecer, de uma forma especial, aos meus pais por todo o apoio que me deram durante a realização do trabalho.
Agradeço também à Engenheira Joana Sá e ao Engenheiro Ricardo Rodrigues pelo apoio dado.
Por último, agradecer aos meus amigos que comigo compartilham, tristezas, frustrações e alegrias.
A todos o meu sincero obrigado.
viii
ix
ÍNDICE
Resumo ......................................................................................................... iii
Palavras-chave: ............................................................................................... iii
Agradecimentos ............................................................................................. vii
Índice ........................................................................................................... ix
Lista de Figuras ............................................................................................... xi
Lista de Tabelas ............................................................................................ xiii
Figura 3.21 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e da média de vendas de
veículos ligeiros entre 2000/2006 .............................................................................................................. 48
Figura 3.22 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos
vendidos em 2011 ...................................................................................................................................... 51
Figura 3.23 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos
vendidos em 2012 ...................................................................................................................................... 52
Figura 3.24 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos
vendidos em 2013 ...................................................................................................................................... 53
Figura 3.25 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos
vendidos em 2014 ...................................................................................................................................... 54
Figura 3.26 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos
vendidos em 2015 ...................................................................................................................................... 55
Figura 3.27 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos
vendidos em 2016 ...................................................................................................................................... 56
Figura 3.28 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos
vendidos em 2017 ...................................................................................................................................... 57
xii
Figura 3.29 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos
vendidos em 2018 ...................................................................................................................................... 58
Figura 3.30 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos
vendidos em 2019 e 2020 .......................................................................................................................... 59
Figura 3.31 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e do total de veículos
eléctricos existentes em 2020 .................................................................................................................... 60
Figura 3.32 - Número de VE em 2020 nos principais distritos do país ....................................................... 61
Figura 4.1 - Consumo de energia eléctrica por ano (GWh) ........................................................................ 64
Figura 4.2 – Mapa do consumo médio total em Portugal dividido por zonas (%) ..................................... 65
Figura 4.3 - Consumo de energia eléctrica por ano até 2020 (GWh) ......................................................... 66
Figura 4.4 - Consumo de energia eléctrica por ano até 2020 atendendo às normativas europeias (GWh)
Figura 4.5 - Consumo de energia eléctrica por ano com e sem os consumos dos VE (GWh) ..................... 70
Figura 4.6 - Consumo de energia eléctrica por ano com e sem os consumos dos VE (GWh) ..................... 71
Figura 4.7 - Consumo de energia eléctrica por ano com e sem os consumos dos VE (GWh) ..................... 72
Figura 4.8 - Consumo de energia eléctrica por ano com e sem os consumos dos VE (GWh) ..................... 76
Figura 4.9 – Diagramas típicos de carga dos V.E. em 2012, 2015, 2018 e 2020 ........................................ 78
Figura 4.10 - Diagrama típico de descarga ................................................................................................ 79
Figura 4.11 – Distrito do Porto ................................................................................................................... 80
Figura 4.12 - Distrito de Lisboa .................................................................................................................. 80
Figura 4.13 - Distrito de Setúbal ................................................................................................................. 81
Figura 4.14 - Distrito de Braga ................................................................................................................... 81
Figura 4.15 - Distrito de Faro ..................................................................................................................... 81
Figura 4.16 - Distrito de Coimbra ............................................................................................................... 82
Figura 4.17 - Distrito de Leiria .................................................................................................................... 82
Figura 4.18 - Distrito de Aveiro……………………………………………………………………………………………………………….82
Figura 4.19 - Distrito de Viana do Castelo……………………………………………………………………………………………..104
Figura 4.20 - Distrito de Bragança…………………………………………………………………………………………………………104
Figura 4.21 - Distrito de Vila Real………………………………………………………………………………………………………….104
Figura 4.22 - Distrito de Viseu……………………………………………………………………………………………………………….105
Figura 4.23 - Distrito de Castelo Branco………………………………………………………………………………………………..105
Figura 4.24 - Distrito da Guarda……………………………………………………………………………………………………………105
Figura 4.25 - Distrito de Santarém………………………………………………………………………………………………………..106
Figura 4.26 - Distrito de Évora………………………………………………………………………………………………………………106
Figura 4.27 - Distrito de Beja………………………………………………………………………………………………………………..106
xiii
Lista de Tabelas
Tabela 1 - Quadro da média de veículos ligeiros vendidos em Portugal 2000/2006 ................................. 49
Tabela 2- Quadro dos veículos eléctricos vendidos em Portugal 2012 ...................................................... 50
Nesta secção vai prognosticar-se o número de veículos eléctricos ligeiros que existirá em
Portugal de 2011 a 2020.
Como foi referido inicialmente, este estudo de previsão é um estudo de longo prazo, baseado
em “Technology Forecasting”, que vai conduzir à previsão do número de veículos eléctricos
em Portugal.
A previsão realizada é uma previsão evolutiva, que pretende indicar a forma como vai evoluir
uma dada tecnologia. Por isso, optou-se por um modelo de crescimento em forma de S que,
como referido no início, tem 3 fases distintas:
Figura 3.6 - Exemplo de curva em S, para caracterizar o desenvolvimento de uma dada tecnologia
Para se chegar a uma curva deste tipo foram aplicados pontos de referência e de
desenvolvimento evolutivo, obtidos através da pesquisa efectuada em artigos sobre veículos
eléctricos, da opinião de especialistas e do inquérito realizado, baseando esses valores na
minimização do somatório dos quadrados dos desvios entre a curva inicial e os pontos obtidos.
3.3.1. Inquérito
O inquérito realizado teve uma importância crucial na previsão feita, visto não existir muita
informação que se pudesse recolher para prever uma evolução, o que é uma situação típica
de problemas de previsão de novas tecnologias.
Este inquérito teve como finalidade conseguir alguns pontos de referência, num espaço
temporal de 10 anos, no sentido de compreender a sensibilidade dos inquiridos sobre o
potencial mercado dos veículos eléctricos em Portugal.
Foi um inquérito colocado na internet para resposta, sendo que cada pessoa só poderia
responder uma única vez. Esteve perto de 3 semanas online, seguindo-se a desactivação para
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
observação e tratamento de dados.
responderam 86 pessoas.
O inquérito foi dividido em duas partes fundamentais,
outra, essencial, das questões sobre veículos eléctricos.
A caracterização da amostra é uma contextualização social,
obterem dados sobre o inquirido, isto é, para ver
dados e para se garantirem dados representativos da população
Este inquérito integrou 12 perguntas
importantes, aquelas que foram utilizadas
para a evolução do veículo eléctrico no mercado nacional.
Caracterização da amostra:
Todos os inquiridos tinham mais de 18 anos,
a possibilidade, por lei, de conduzir veículos ligeiros nas estradas nacionais.
Dos inquiridos cerca de 70% já está no mercado de trabalho, os restantes ainda são
estudantes:
Idade
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
34
observação e tratamento de dados. No espaço de tempo que o inquérito esteve online
O inquérito foi dividido em duas partes fundamentais, uma da caracterização da a
das questões sobre veículos eléctricos.
é uma contextualização social, importante no sentido de se
o inquirido, isto é, para verificar a homogeneidade na distribuição dos
dados representativos da população.
12 perguntas. No texto são indicados os dados das respostas mais
foram utilizadas para conseguir estabelecer pontos de referência
culo eléctrico no mercado nacional.
Todos os inquiridos tinham mais de 18 anos, assim se estabeleceu, visto serem estes que têm
por lei, de conduzir veículos ligeiros nas estradas nacionais.
Figura 3.7 - Idade
Dos inquiridos cerca de 70% já está no mercado de trabalho, os restantes ainda são
18 a 25 mais de 26
45,35% 54,65%
No espaço de tempo que o inquérito esteve online
ção da amostra e a
importante no sentido de se
a homogeneidade na distribuição dos
os dados das respostas mais
pontos de referência
m estes que têm
Dos inquiridos cerca de 70% já está no mercado de trabalho, os restantes ainda são
Por esta caracterização pode verificar
de idade superior a 18 anos e que quase 70% já se encontram no mercado de trabalho,
vivendo dos seus próprios rendimentos e tendo a possibilidade real de comprar um automóvel,
ou seja podem optar.
Os próximos gráficos vão reflectir
referência para a evolução no mercado automóvel de veículos eléctricos:
A primeira questão visou perceber quantos quilómetros
Um factor importante e fundamental para a evolução dos veículos eléctricos é a autonomia
que garantem e as distâncias que podem percorrer. Ora, através do gráfico
verifica-se que mais de 55% dos inquiridos perc
mais de 25% percorrem até 50 km e
Profissão
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Menos de 25km
Série1 56,63%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Previsão da venda de veículos eléctricos até 2020
35
Figura 3.8 - Profissão
Por esta caracterização pode verificar-se que o inquérito efectuado foi obtido com inquiridos
de idade superior a 18 anos e que quase 70% já se encontram no mercado de trabalho,
vivendo dos seus próprios rendimentos e tendo a possibilidade real de comprar um automóvel,
Os próximos gráficos vão reflectir os dados gerais do inquérito, tentando perceber pontos de
referência para a evolução no mercado automóvel de veículos eléctricos:
perceber quantos quilómetros faz por dia cada inquirido
Figura 3.9 – km diários percorridos
Um factor importante e fundamental para a evolução dos veículos eléctricos é a autonomia
e as distâncias que podem percorrer. Ora, através do gráfico
se que mais de 55% dos inquiridos percorre menos de 25 km diariamente,
mais de 25% percorrem até 50 km e 10% até 75 km.
EstudanteEstá no mercado de
trabalho
31,40% 68,60%
Menos de 25km
Entre 25 e 50km
Entre 50 e 75km
Entre 75 e 100km
Entre 100 e 125 km
Entre 125 e 150 km
26,51% 9,64% 1,20% 3,61% 0,00%
da de veículos eléctricos até 2020
i obtido com inquiridos
de idade superior a 18 anos e que quase 70% já se encontram no mercado de trabalho,
vivendo dos seus próprios rendimentos e tendo a possibilidade real de comprar um automóvel,
os dados gerais do inquérito, tentando perceber pontos de
cada inquirido:
Um factor importante e fundamental para a evolução dos veículos eléctricos é a autonomia
e as distâncias que podem percorrer. Ora, através do gráfico da figura anterior,
rre menos de 25 km diariamente, sendo que
Está no mercado de
Entre 125 e 150 km
Mais de 150 km
0,00% 2,41%
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
Larga maioria dos inquiridos respondeu saber que em 2010 vão começar a ser comercializados
veículos eléctricos:
Figura 3.10 – Percentagem de pessoas que sabe
Sobre isto, foram também questionados
funcionamento dos carros eléctricos:
Figura
Quase 75% tem dúvidas acerca do comportamento e
proporcionar.
Foi questionada a importância
central com o intuito de ajudar na compra de veículos eléctricos:
Série1
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Série1
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
36
maioria dos inquiridos respondeu saber que em 2010 vão começar a ser comercializados
entagem de pessoas que sabe quando vão ser comercializados V.E.
questionados relativamente a dúvidas sobre vantagens e
funcionamento dos carros eléctricos:
Figura 3.11 – Vantagens e dúvidas
5% tem dúvidas acerca do comportamento e das vantagens que estes veículos
dos incentivos que se prevêem por parte da
o intuito de ajudar na compra de veículos eléctricos:
Sim Não
59,30% 40,70%
Sim Não
74,42% 25,58%
maioria dos inquiridos respondeu saber que em 2010 vão começar a ser comercializados
comercializados V.E.
dúvidas sobre vantagens e
vantagens que estes veículos poderão
da administração
A resposta foi esmagadora e quase 90% considera essencial, para a massificação do
eléctricos, que haja, por parte das entidades governamentais, incentivos para
tipo de veículos.
Este é um dos aspectos
respeita à decisão de compra.
Finalmente, uma das questões mais importante, foi perceber
comprar veículo eléctrico em
Figura
Pode constatar-se que a opinião dos inquiridos
espaços temporais. 38% preten
mais de 40% consideram que só depois de 2020
circularem em grande escala nas estradas nacionais.
Série1
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2010
Série1 1,16%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
Previsão da venda de veículos eléctricos até 2020
37
Figura 3.12 – Incentivos para a compra de V.E.
A resposta foi esmagadora e quase 90% considera essencial, para a massificação do
por parte das entidades governamentais, incentivos para
considerados mais importante, por parte dos inquiridos,
à decisão de compra.
Finalmente, uma das questões mais importante, foi perceber quantos dos inquiridos pretende
comprar veículo eléctrico em detrimento do veículo de combustão e em que espaço temporal:
Figura 3.13 – Espaço temporal de compra de V.E.
se que a opinião dos inquiridos se divide fundamentalmen
38% pretendem adquirir veículo eléctrico entre 2015
que só depois de 2020 existirão condições para o
em grande escala nas estradas nacionais.
Sim Não
88,37% 11,63%
2010-2012 2012-2015 2015-2020Depois de
2020
1,16% 10,47% 38,37% 40,70%
Previsão da venda de veículos eléctricos até 2020
A resposta foi esmagadora e quase 90% considera essencial, para a massificação dos veículos
por parte das entidades governamentais, incentivos para a compra deste
, por parte dos inquiridos, no que
dos inquiridos pretende
combustão e em que espaço temporal:
fundamentalmente entre dois
entre 2015 - 2020, sendo que
os veículos eléctricos
Nunca comprará
9,30%
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
38
Verifica-se também que existem cépticos entre os inquiridos. Mais de 9% diz nunca tencionar
adquirir carro eléctrico.
Das sete análises aqui produzidas, foram determinantes as últimas cinco, constituindo o fulcro
deste inquérito. Relacionando estes dados com os obtidos através da opinião de especialistas,
de artigos compulsados e da previsão feita na secção 3.2.1, chegou-se a pontos de evolução a
aplicar na curva S, para se atingir uma evolução dos veículos eléctricos a entrar no mercado
em Portugal.
Resumo dos dados obtidos no inquérito:
Partindo da figura 3.9 verifica-se que mais de 90% das pessoas inquiridas não faz mais de 75
km diários, sendo que, desses, 80% só faz, no máximo, 50 km diários.
Ainda existem muitas dúvidas relativamente ao funcionamento dos veículos eléctricos, figura
3.11. Este é dos aspectos em que os empresários do sector deverão de focalizar para tentar
mudar sensibilidades, principalmente no que respeita às vantagens relativamente aos veículos
de combustão.
Onde não reside qualquer dúvida é na necessidade de apoio, ao nível de incentivos fiscais,
que estes veículos devem ter em relação aos de combustão, por parte governamental figura
3.12, por serem amigos do ambiente. É notória a tendência da maioria dos inquiridos.
Prognostica-se que tal apoio será uma realidade, visto o governo incluir nas suas principais
metas a implantação em Portugal de veículos movidos a electricidade e já indicou que haverá
incentivos fiscais, como deduções no IRS e reduções no imposto automóvel.
Dos pretendentes a ter veículo eléctrico, a grande maioria considera que isso só poderá ser
uma realidade depois de 2015. É explicável esta ideia, visto estarmos em finais de 2008,
inícios de 2009: a informação começa a alastrar-se, embora ainda seja escassa mas ainda se
verifica uma propensão de acomodação, pelo que, para que este género de veículo se instale
terão de verificar-se, em paralelo, mudanças de mentalidade e de atitude por parte de quem
compra veículos automóveis. Existem realmente vantagens e, em Portugal, com a produção
de electricidade a partir de fontes renováveis, o veículo eléctrico pode ser quase totalmente
amigo do ambiente. Para isso é necessário mudar modos de vida relativamente à mobilidade.
3.3.2. Previsão dos V.E. com aplicação de cenários
Para se encontrar uma curva evolutiva, em forma de S, sobre as características do mercado
dos veículos eléctricos em Portugal, fez-se o ajustamento com os pontos de referência
obtidos através de opinião de especialistas, artigos de opinião, as informações obtidas através
de conversas telefónicas com a representante do Ministério da Economia relacionada com
este projecto dos V.E. em Portugal e com os dados obtidos através do inquérito realizado.
Na secção 3.2 foi previsto o número de veículos ligeiros que será vendido em Portugal até
2020. Os dados do cenário ponderado sobre a venda de veículos ligeiros 3.2.1 vão ser basilares
nesta previsão. Através deles vão atingir-se pontos resultantes da relação com as opiniões
Previsão da venda de veículos eléctricos até 2020
39
expressas dos especialistas referenciados. Com esses dados ter-se-ão pontos de referência
com os quais se fará o estudo baseado na minimização do somatório dos quadrados dos
desvios, entre a curva inicial S e esses pontos obtidos.
Como para a previsão do número de veículos ligeiros em Portugal, também se criaram, nesta secção, cenários no sentido de tentar perceber melhor como poderá evoluir esta tecnologia.
3.3.2.1. Cenário base
Vão ser agora apresentados os resultados da pesquisa e a respectiva interpretação, no sentido
de se perceberem os processos de evolução aqui em causa. Repita-se que a obtenção de
dados foi de extrema dificuldade, visto não existir muita informação sobre o mercado de
veículos eléctricos e sobre cenários possíveis e prováveis.
• O primeiro ano de comercialização dos veículos eléctricos será 2011, havendo algumas
indicações de que poderá ter início em finais de 2010. A representante do Ministério
da Economia ligada a este projecto, a especialista Francisca Duarte Pacheco, tem
como previsão que mais de 5% das vendas de veículos ligeiros nesse ano seja de V.E..
• Ligando este dado com os obtidos no inquérito, verifica-se que os inquiridos não são
tão optimistas, sendo que só perto de 1% pensa adquirir um carro eléctrico nos
primeiros anos de comercialização.
• Conclui-se que, para uma previsão ponderada e sabendo à partida que o crescimento
inicial será lento, cerca de 2% dos veículos ligeiros vendidos em 2011 serão V.E..
• Em 2014 a autonomia dos veículos eléctricos será maior, para quase 50% mais de
capacidade do que terão as primeiras baterias para estes veículos, andando perto dos
240 km de autonomia, indica Carlos Tavares, vice-presidente da Nissan.
• A representante do Ministério da Economia, ligada ao projecto dos veículos eléctricos
em Portugal, confia que, entre 2014 e 2016, os veículos eléctricos já rondarão os 20%
dos veículos vendidos, sendo que espera a massificação da venda nessa altura.
• Atendendo a estas duas opiniões de pessoas ligadas ao projecto e estabelecendo a
relação analítica com o inquérito, atribui-se para 2015 um ponderação de 12.5% de
veículos eléctricos vendidos no contexto de todas as vendas de veículos.
• A partir de 2015, com os dados obtidos através do inquérito e com as altas
expectativas de quem está ligado ao projecto, pode acreditar-se numa massificação
da procura destes veículos, havendo um crescimento quase exponencial.
• Para datas perto de 2020 já se espera que quase metade dos veículos vendidos sejam
movidos por motor eléctrico.
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
40
• Observando estas opiniões e, mais uma vez, recorrendo ao inquérito, para essa altura,
entre 2019 e 2020, os veículos eléctricos rondarão os 40% do total de vendidos por
ano.
Fez-se então o ajustamento da curva de evolução em S com os dados obtidos, chegando-se à
seguinte conclusão de uma previsão ponderada onde se prevê a evolução do veículo eléctrico
no mercado automóvel nacional:
Figura 3.14 - Evolução do número de veículos eléctricos em Portugal
Observando o gráfico da figura 3.14, a primeira análise que se pode fazer é de que esta curva
não tem forma de S. A curva é efectivamente em S, mas a inflexão final, ou seja a terceira
fase desta curva, não se situará em 2019 ou 2020. Espera-se sim uma saturação por volta de
2025/2030. Em 2020 a curva ainda estará numa fase de crescimento.
Como esperado, a fase inicial da evolução é uma fase lenta em que a tecnologia começa a
aparecer e o mercado começa a absorver a informação relativa aos novos veículos e a novas
formas de mobilidade.
A segunda fase da curva começa sensivelmente em 2015, onde, todas as informações indicam,
será o início da massificação da venda de veículos eléctricos.
Verifica-se que em 2015 já poderão existir nas estradas nacionais um pouco mais de meia
centena de milhar de veículos eléctricos.
O grande crescimento será a partir de 2015, quando a curva indica uma rápida evolução.
Ainda em fase de crescimento, como se explicou anteriormente, em 2020 espera-se que
existam no parque automóvel nacional cerca de 390.000 unidades de veículos movidos a
electricidade.
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
400.000
450.000
2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022
Nú
me
ro d
e v
eíc
ulo
s e
léct
rico
s
Ano
Previsão da venda de veículos eléctricos até 2020
41
3.3.2.2. Cenário optimista
Este é o cenário mais optimista relacionado com a evolução, em Portugal, do mercado dos
carros eléctricos ligeiros.
Para este cenário foram modificados alguns pontos de referência.
Este cenário indica, caso tudo corra melhor do que o esperado tanto ao nível das expectativas
governamentais como dos representantes da Alliance Renault-Nissan (são estes que
inicialmente vão colocar em massa carros para venda a partir de 2011), uma situação em que
rapidamente a tecnologia dos veículos eléctricos entre no mercado automóvel, com vendas
elevadas, conduzindo a que, em 2020, já existam quase 10% de veículos eléctricos em toda a
frota de veículos ligeiros em Portugal, que nesse ano rondará os 6 milhões de veículos
ligeiros.
• Logo no primeiro ano de comercialização de V.E., se se confirmar o esperado pela
representante do Ministério de Economia, de todos os carros ligeiros que serão
vendidos em Portugal 5% serão daquele tipo.
• Na continuação desta análise, a mesma fonte admitiu 20% em 2015.
• A partir de 2015 haverá um crescimento acentuado para, em 2019, de todos os
veículos vendidos, 50% poderem ser eléctricos e em 2020 já ultrapassar essa marca,
chegando muito perto dos 10% do parque automóvel nacional esperado para esse ano.
Figura 3.15 - Evolução do número de veículos eléctricos em Portugal (cenário optimista)
Perto de 2015, segundo este cenário, já estariam nas estradas portuguesas perto de 110.000
unidades de veículos eléctricos.
0
100.000
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300.000
400.000
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Ano
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
42
Este é o cenário em que tudo correria bem, isto é, verificar-se-ia, na mesma, uma evolução
inicial lenta, mas já com um número razoável de vendas e, em 2020, ter-se-ia 10% de toda a
frota de veículos ligeiros como veículos eléctricos, com muito perto de 600.000 unidades.
Da mesma forma e relativamente ao cenário anterior, aqui a terceira fase da curva de
evolução ainda não se admite, sendo esperada, neste cenário, uma saturação por volta do ano
de 2030.
Para que a evolução se dê desta forma, tratando-se de um cenário bastante optimista, é
necessário, principalmente, que a tecnologia das baterias evolua ainda mais rapidamente e
existam, em vários pontos do país, postos de abastecimento de elevada eficácia.
3.3.2.3. Cenário pessimista
Aqui vai representar-se o cenário mais pessimista relativo ao número de veículos eléctricos
que haverá em Portugal até 2020.
Relativamente a este cenário foi decidido subdividi-lo. Propõem-se então dois cenários
pessimistas, um em que se foca principalmente a lentidão da evolução e outro que será um
cenário onde os veículos eléctricos não passarão de uma evolução mínima, passando logo para
uma rápida saturação, em que o mercado destes veículos não se consolidará.
3.3.2.3.1. Cenário pessimista 1
Neste cenário a evolução vai verificar-se, será mais lenta e com menor volume de veículos
por ano, mas existirá. É concebido este cenário no sentido de se perceber que esta tecnologia
pode demorar a ter o seu espaço.
Ainda há uma necessidade evidente de evolução de componentes essenciais destes veículos,
como é o caso das baterias. Caso esse desenvolvimento seja muito lento, será mesmo de
considerar que, apesar das capacidades actuais de autonomia, este género de veículos não
entre no mercado automóvel, ao contrário do que pensa grande parte das entidades que
acompanham este projecto.
Outro dos aspectos poderá ser a baixa de preços dos combustíveis fósseis para abastecimento
de veículos a combustão. Se isso acontecer, que não é claramente o mais provável,
facilmente se depreende que a maioria das pessoas tendo um carro a que está totalmente
habituada e lhe dá plenas garantias, não o troque por um com uma nova tecnologia que ainda
não conhece.
Tendo atenção a estes sinais, procurou-se fazer uma previsão pessimista obtendo-se o gráfico
da figura 3.16:
Previsão da venda de veículos eléctricos até 2020
43
Figura 3.16 - Evolução do número de veículos eléctricos em Portugal (cenário pessimista 1)
O género de curva é idêntico aos anteriores, mudando só no número de veículos vendidos,
colocando-se bem abaixo do previsto para os dois últimos cenários.
A saturação continua a não aparecer neste cenário, esperando-se que isso só aconteça para lá
de 2030, visto a implantação no mercado automóvel se dar mais lentamente.
O grande crescimento da curva espera-se por volta de 2016, perspectivando com isto que, por
volta de 2020, se conseguiria ter nas estradas nacionais 150.000 unidades de veículos
eléctricos.
3.3.2.3.2. Cenário pessimista 2
Nesta subdivisão do cenário pessimista, os veículos eléctricos vão ter pouquíssima expressão
em Portugal. Apesar dos vários incentivos por parte das várias instituições, com este cenário,
os veículos eléctricos seriam uma realidade mas para muito poucas pessoas.
Aqui a saturação acontece no espaço temporal que se está a estudar, isto é, até 2020, mas
acontece em valores baixos comparativamente aos outros cenários previstos:
Figura 3.17 - Evolução do número de veículos eléctricos em Portugal (cenário pessimista 2)
0
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
140.000
160.000
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30.000
40.000
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60.000
70.000
80.000
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Ano
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
44
Verifica-se que os veículos eléctricos existirão neste cenário, mas não ultrapassarão em muito
as 80.000 unidades em 2020, sendo que próximo desse valor já se vai começar a verificar a
saturação da curva e a sua estabilização.
Este seria o pior dos cenários. Com o empenhamento que tanto instituições governamentais
como privados estão a demonstrar relativamente a este assunto, este cenário seria
catastrófico tendo em atenção os grandes investimentos públicos e privados que se vão
realizar no país para criar infra-estruturas e benefícios fiscais na compra destes veículos. É
um cenário muito pouco provável, justificado só pela não-aceitação deste tipo de tecnologia
no mercado automóvel.
3.3.2.4. Resumo dos cenários
Na seguinte figura representar-se-ão os quatro cenários, para uma melhor percepção do que
se exemplificou atrás.
Figura 3.18 - Evolução do número de veículos eléctricos em Portugal (resumo dos cenários)
Na figura 3.18 consegue-se relacionar melhor os cenários. Observam-se as diferenças entre
cada um de uma maneira mais expressiva.
O cenário base, aqui representado, será utilizado no seguinte subcapítulo e no capítulo 4 para
várias análises.
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
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Ano
Optimista
base
pessimista 1
pessimista 2
Distribuição
45
3.4. Distribuição
Neste trabalho o conceito de V.E. e da sua distribuição no território, parte de um veículo
utilitário, segundo carro familiar, com o objectivo de fazer viagens curtas, principalmente
casa-trabalho-casa. Por isso o estudo centrou-se mais numa relação entre distâncias
percorridas e densidade populacional do país.
Fez-se a distribuição dos veículos previstos pelo país. Foram estabelecidos critérios para essa
distribuição, sendo que esta foi realizada por ano.
Para isso, procedeu-se a uma prévia recolha de dados, principalmente ao nível da densidade
populacional [18] [19]. Foram inseridos no software de modelização geográfica os valores
obtidos por município para a densidade populacional, que se apresentam na figura 3.19:
Figura 3.19 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2)
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
46
Pode verificar-se, como seria de esperar, que as zonas do país com maior densidade
populacional são as metropolitanas de Lisboa e Porto, municípios de Coimbra, Leiria, Aveiro,
Braga, Guimarães, Faro, Albufeira.
Constata-se que o interior do país tem uma intensa desertificação humana e, naturalmente
um menor número de habitantes por km2. A tendência, suportada nos dados do INE, é para
este fosso aumentar ainda mais, havendo cada vez mais habitantes nas zonas com maior
densidade.
Neste estudo a densidade populacional é um dos factores mais importante para a distribuição,
por ano, da previsão de veículos eléctricos em Portugal, considerando-se que em zonas com
maior densidade populacional os veículos eléctricos vão surgir mais facilmente e em maior
número.
O crescimento do número de veículos eléctricos não é só devido à densidade populacional,
mas também ao facto de os postos de abastecimento e de troca de baterias começarem a
aparecer nos grandes centros urbanos nacionais. Apesar de, com facilidade, estes veículos
poderem ser carregados em casa, muitas habitações, principalmente em blocos de multi-
habitação, poderão não dispor da possibilidade de ter tomadas eléctricas nas suas garagens,
pelo que terão de recarregar as suas baterias nesses postos de abastecimento. Tais postos
começarão a aparecer, como já se referiu, nos grandes centros urbanos, esperando-se uma
distribuição, inicialmente pelas zonas metropolitanas do Porto e Lisboa, seguindo-se, ano
após ano, uma distribuição pelas estradas mais movimentadas do país, ou seja, zonas como o
litoral norte e centro e o Algarve, como referiu Francisca Duarte Pacheco.
O interior do país terá mais dificuldade em dispor deste tipo de veículo automóvel. Em
conversa com a responsável do Ministério da Economia, esta referiu: ” No interior será muito
mais difícil a implementação destes veículos, pois, para já, não estão previstos postos de
abastecimento nessas zonas, sendo que terão de ser as próprias autarquias a lutar para que
esse processo se possa estabelecer. Assim têm de aparecer primeiro os veículos eléctricos
para depois se construir a infra-estrutura”.
Na continuação da conversa com a representante do Ministério da Economia, falou-se dos
postos de abastecimento. Estes serão inicialmente 320, passando para 1300 já em 2011. A
representante disse então que seriam distribuídos pelo país começando nas grandes cidades e
depois através das estradas mais movimentadas: “Pretendemos montar um sistema com
abrangência total de marcas, começando pelas grandes cidades e através das auto-estradas
mais movimentadas”.
Com estes dados fez-se a distribuição dos veículos eléctricos pelo país, começando pelos
grandes centros urbanos e, depois, seguindo um regra de distribuição, relacionando as
estradas mais movimentadas com a densidade populacional de cada zona.
No sentido de se perceber quais as estradas mais movimentadas de Portugal, fez-se uma
pesquisa no sítio das Estradas de Portugal [28], obtiveram-se os dados de veículos por troço e
chegou-se à conclusão que as estradas principais, aquelas que ligam os principais pontos do
país, como capitais de distrito e principais centros urbanos e as que têm mais movimento são:
Distribuição
47
Figura 3.20 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e das principais vias rodoviárias
A traço preto carregado podem verificar-se as estradas mais importantes, aquelas que têm
mais trânsito e que ligam os principais pontos do país, designadas por estradas principais. A
traço preto, menos carregado, estão as estradas nacionais e itinerários principais (IP),
designadas estradas secundárias, com muito menor relevância no que respeita ao trânsito que
por ali circula.
Com traço preto carregado estão representadas, na sua esmagadora maioria, auto-estradas,
sendo que só de Amarante a Quintanilha (Bragança) aparece um IP. Como esse IP é uma via
estruturante, ou seja, a estrada mais rápida de ligação ao centro da Europa e única ligação do
nordeste transmontano ao litoral, neste trabalho foi considerada como via principal, visto
também estar programado, para 2012, a sua transformação em auto-estrada.
Como já foi referido, a distribuição dos veículos eléctricos previstos foi realizada por ano.
Apresentam-se assim resultados, de 2011 até 2020, da evolução da presença destes veículos e
em que regiões começará a ser notória.
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
48
Para conseguir distribuir os veículos eléctricos foi necessário perceber como é feita a venda
de veículos automóveis ligeiros em Portugal, por município. Através de dados do INE
obtiveram-se valores de vendas por município de 2000 até 2006. [21] [22] [23] [24] [25]
Observaram-se esses valores e concluiu-se que as vendas têm, normalmente, um
comportamento padrão. Por isso, fez-se uma média dos seis anos em causa para se ter uma
noção de como são distribuídas as vendas por região e município:
Figura 3.21 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e da média de vendas de veículos
ligeiros entre 2000/2006
Como seria de esperar, as zonas onde existe maior densidade populacional, são aquelas onde
se vendem mais veículos automóveis.
Distribuição
49
Para determinar a quantidade espectável de veículos eléctricos foram usados os dados do
número médio de vendas gerais de veículos ligeiros, visto que aquele será proporcional a este
último.
O exemplo de cálculo que se apresenta a seguir parte dos valores médios de vendas de
veículos ligeiros e refere-se aos municípios que, em 2012, verão chegar ao seu mercado
veículos eléctricos.
Para distribuir o número de veículos eléctricos que chegam ao mercado pelos diversos
municípios estabelece-se a relação com as expectativas de vendas gerais. Apresenta-se de
seguida um exemplo de cálculo.
Exemplo de cálculo
Em 2012 vão ser vendidos veículos eléctricos nas zonas metropolitanas de Lisboa e Porto, nos seguintes municípios:
Tabela 1 - Quadro da média de veículos ligeiros vendidos em Portugal 2000/2006
Tendo os valores das vendas nesses municípios, calcula-se o peso que cada um tem
relativamente à soma dos 6 municípios que aqui está em causa. Assim, atribuiu-se uma
percentagem a cada município e por cada ano em que se está a fazer a distribuição.
Atendendo a que, neste caso, ou seja 2012, só nestes 6 municípios se venderão V.E., usaram-
se estes pesos para, com o valor de V.E. previstos para 2012, se calcular os V.E. que haverá
por município:
Distrito MunicípioMédia de veículos ligeiros vendidos
2000/2006 Peso %
Lisboa 45.112 57,86%
Loures 7.324 9,39%
Oeiras 10.525 13,50%
Porto 9.301 11,93%
Matosinhos 2.184 2,80%
V.N.Gaia 3.526 4,52%
77.972
Lisboa
Porto
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
50
Tabela 2- Quadro dos veículos eléctricos vendidos em Portugal 2012
Atrás foi reproduzido um dos exemplos de como foi feito o cálculo por município para as
vendas de V.E..
Nos restantes anos usou-se exactamente o mesmo critério, distribuindo-se por municípios e
depois calculando-se quantos V.E. se venderiam em cada município.
Para se definir a distribuição, teve-se em conta a densidade populacional, as estradas mais
movimentadas e também os locais onde as vendas de automóveis são mais representativas a
nível nacional.
De seguida são apresentados mapas ilustrativos deste método, no sentido de se perceber
como será feita a distribuição dos V.E. vendidos em Portugal por ano.
Distrito MunicípioVeículos eléctricos
vendidos em 2012 Peso %
Veículos eléctricos
vendidos por
município
Lisboa 57,86% 5.351
Loures 9,39% 869
Oeiras 13,50% 1.248
Porto 11,93% 1.103
Matosinhos 2,80% 259
V.N.Gaia 4,52% 418
Lisboa
Porto
9.249
Distribuição
51
Figura 3.22 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos vendidos
em 2011
Pode verificar-se que no mapa, em cima, a distribuição começa a ser feita nas duas grandes
cidades portuguesas. Como se indicou na previsão dos V.E., o crescimento inicial será lento e,
como afirmou a representante do ministério da economia, no início, os postos de
abastecimento vão começar pelas duas grandes cidades e só depois se vão expandir pelas
outras zonas mais populosas de Portugal. Com isto, em 2011, a distribuição será só por essas
duas grandes áreas metropolitanas.
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
52
Figura 3.23 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos vendidos
em 2012
Em 2012 já se nota um aumento para as zonas metropolitanas, tanto de Lisboa como do
Porto. Esta é evolução esperada por quem está ligado a este projecto em Portugal, um
crescimento a partir das duas grandes cidades de Portugal.
Neste mapa cada ponto verde representa 50 veículos. Na tabela 2 pode verificar-se em que
municípios haverá V.E. e quantos serão.
Distribuição
53
Figura 3.24 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos vendidos
em 2013
Para 2013 ainda não se chega à dezena de milhar vendida a nível nacional, mas as vendas já
se começam a alargar para quase toda a zona metropolitana de Lisboa e do Porto, havendo já
V.E. em vários municípios dessas zonas.
Na tabela 12, em anexo, pode observar-se mais concretamente a que municípios se refere.
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
54
Figura 3.25 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos vendidos
em 2014
Em 2014 começa a alargar-se a existência de V.E. para mais pontos do país, fora das zonas
metropolitanas do Porto e de Lisboa. No distrito de Braga começam a aparecer esses veículos
assim como no de Aveiro. Seguindo a indicação da especialista Francisca Duarte Pacheco,
espera-se assim que a distribuição comece a fazer-se pelos grandes centros urbanos seguindo-
se as cidades de alguma dimensão.
Os municípios encontram-se na tabela 13 em anexo
Distribuição
55
Figura 3.26 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos vendidos
em 2015
Em 2015 e acompanhando o crescimento que se sentirá a nível nacional, também a
distribuição de V.E. se vai começando a expandir. Espera-se que, para 2015, já quase todos os
grandes centros populacionais tenham V.E.. Constata-se através do mapa que, no litoral norte
e centro, onde as densidades populacionais são maiores, já existirão V.E. em quase todos
esses municípios, começando também a aparecer no litoral algarvio.
Os municípios encontram-se na tabela 14 em anexo.
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
56
Figura 3.27 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos vendidos
em 2016
A partir de 2016 vão começar a aparecer V.E. no interior do país. Como se observou em
3.2.2.1, no cenário base, no gráfico da figura 3.14, o crescimento da venda destes veículos
acentua-se. Nesta altura já se espera que esta tecnologia esteja numa fase de maturação,
com elevado grau de eficiência, fiabilidade, acessibilidade e assim já se possa expandir para
mais zonas do país, onde já haverá condições, ao nível de infra-estruturas, para que essas
populações disponham desse tipo de veículos para a sua mobilidade diária.
Os municípios encontram-se na tabela 15 em anexo.
Distribuição
57
Figura 3.28 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos vendidos em 2017
Para 2017, espera-se que as zonas com maior densidade populacional e as que imediatamente
se lhes seguem, já integrem V.E.. Começa a observar-se claramente que esta tecnologia vai
abrindo horizontes geográficos, partindo inicialmente dos grandes centros urbanos e
expandindo-se, primeiro de forma lenta e, a partir do momento que as vendas a nível
nacional crescem, também se expande mais rapidamente do litoral para o interior do país.
Os municípios encontram-se na tabela 16 em anexo.
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
58
Figura 3.29 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos vendidos em 2018
Nesta fase as vendas nacionais já rondarão as 70.000 unidades, sendo que serão repartidas
pelas grandes áreas urbanas e também pela maioria das capitais de distrito nacionais. Para
2017 já se prevê que a maioria das capitais de distrito nacionais esteja a comercializar V.E..
Os municípios encontram-se na tabela 17 em anexo.
Distribuição
59
Figura 3.30 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos vendidos em 2019 e 2020
Os anos de 2019 e de 2020 serão, ao nível das vendas e da distribuição, muito parecidos. Em
2019 vão vender-se perto de 83.000 unidades, sendo que em 2020 as vendas atingirão 86.000
unidades, valores que indicam estar-se próximo da estabilização nas vendas, embora ainda
em crescimento.
Como o gráfico das vendas de 2020 é em tudo semelhante ao de 2019, decidiu-se não o
colocar, sendo que as tabelas (19 e 20) exemplificativas dos valores e dos municípios estão
em anexo junto às outras tabelas referentes a cada ano de 2011 a 2020.
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
60
• Total do número de veículos eléctricos em 2020
Figura 3.31 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e do total de veículos eléctricos
existentes em 2020
A figura 3.31 representa a totalidade dos V.E. que existirão em 2020 em Portugal. As zonas
com maior densidade populacional são aquelas que irão dispor de maior quantidade desses
veículos. Verificam-se pontos e também manchas verdes, que expressam a totalidade de V.E..
Como será de esperar as áreas com mais habitantes por km2 e aquelas por onde as principais
estradas passam, serão onde vão aparecer mais V.E. e com maior facilidade. Desde o início da
sua comercialização, em 2011, os V.E. começarão a aumentar nas áreas metropolitanas de
Lisboa e Porto expandindo-se, à medida que os anos vão passando e a tecnologia se vai
integrando, pelas principais zonas do país e só depois pelo interior de Portugal.
Distribuição
61
Em 2020 já se espera que em mais de 95% das capitais de distrito de Portugal Continental,
haja a circular V.E..
Figura 3.32 - Número de VE em 2020 nos principais distritos do país
O gráfico da figura 3.32 representa o número de V.E. existentes em Portugal em 2020,
divididos por zonas, distritos do litoral e o interior do país.
As vendas de veículos ligeiros na área do Porto são normalmente quatro vezes inferiores aos
valores das vendas em Lisboa. [21] [23] Isso reflecte-se na venda de eléctricos, na mesma
proporção.
Comprova-se que Lisboa será o distrito onde existirão mais V.E.. Seguindo a tendência das
vendas de automóveis ligeiros em Portugal, Lisboa, desde que existem dados conhecidos, é
sempre o município onde se vendem mais veículos [23] e, por conseguinte, nesta previsão e
relativamente aos V.E., será na capital que existirão mais carros movidos com motor
eléctrico.
O valor do interior do país representa, neste gráfico, o somatório dos V.E. existentes em:
Bragança, Vila Real, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Évora e Beja. Fazendo o somatório dos
municípios onde existirão V.E. e comparando com os outros distritos comprova-se que o
interior do país terá muito mais dificuldades na implantação dos V.E. do que o litoral. Só os
distritos de Santarém e de Viana do Castelo não terão, só por si, mais V.E. que a totalidade
do interior de Portugal Continental.
0 50.000 100.000 150.000 200.000
Interior do país
Viana do Castelo
Braga
Porto
Aveiro
Coimbra
Leiria
Santarém
Lisboa
Setúbal
Faro
Nº de VE
Capítulo 4
CONSUMO ELÉCTRICO
4.1. Consumo de energia eléctrica em Portugal
A electricidade é uma das principais formas de energia dos tempos actuais. O consumo de
energia eléctrica tem aumentado todos os anos. No mundo moderno esta energia é vital.
Paralelamente ao desenvolvimento de qualquer zona, região ou país está o aumento do
consumo eléctrico. Com uma grande taxa de desenvolvimento e um enquadramento político,
económico e social favorável, o consumo de electricidade tende a aumentar.
Os V.E. terão de ser carregados através da rede eléctrica, originando um aumento dos
consumos de electricidade.
Em Portugal os consumos de electricidade, desde que há dados oficiais conhecidos, têm
aumentado todos os anos. Isto deve-se ao contínuo desenvolvimento que se vai logrando no
país.
Consumo Eléctrico
64
Figura 4.1 - Consumo de energia eléctrica por ano (GWh)
O crescimento de 1994 até 2007 tem sido a uma taxa média de 4.5%. Até 2000 o consumo
crescia por ano perto dos 6%. A partir de 2001 houve uma redução no crescimento, sendo que,
de 2006 a 2007, já se aproximou dos 2.5% de crescimento [29].
4.1.1. Distribuição dos consumos de energia eléctrica por Portugal
Continental
O consumo de energia eléctrica em Portugal, distribuída pelos vários distritos, tem,
normalmente, um comportamento padrão. Apesar de o consumo aumentar nacionalmente, de
1994 a 2007 as percentagens por distrito mantêm-se. Ou seja, normalmente cada distrito de
Portugal consome a mesma percentagem de energia eléctrica relativamente ao total nacional