PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC - SP Adriana Silva de Souza O ENVELHECIMENTO NA DANÇA em revisão, 2000 a 2015. MESTRADO EM GERONTOLOGIA SÃO PAULO 2016
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC - SP
Adriana Silva de Souza
O ENVELHECIMENTO NA DANÇA em revisão, 2000 a 2015.
MESTRADO EM GERONTOLOGIA
SÃO PAULO
2016
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC - SP
Adriana Silva de Souza
O ENVELHECIMENTO NA DANÇA em revisão, 2000 a 2015.
MESTRADO EM GERONTOLOGIA
Dissertação apresentada à Banca Examinadora
da Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo, como exigência parcial para obtenção do
título de MESTRE em Gerontologia, inserida
na área de concentração Gerontologia Social,
linha de pesquisa Gerontologia: Processos
Político-Institucionais e Práticas Sociais do
Programa de Estudos Pós-Graduados em
Gerontologia, vinculado à FACHS-Faculdade
de Ciências Humanas e da Saúde, da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, sob a
orientação do Prof. Dr. Paulo Renato Canineu.
SÃO PAULO
2016
Banca Examinadora:
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Ao filho querido Cauan, razão de
novos sentidos e novas buscas para minha existência .
Aos filhos do meu Coração: Caio e Cauê.
À minha mãe Maria de Lourdes, por me fazer Borboleta.
Ao meu Pai Valter, pelo exemplo e apoio em cada recomeço.
À minha Mãedrinha Helen, pela sensibilidade do olhar.
Aos irmãos André Luiz (Deca) e Valter (Tinho) pela leveza
intensa do amor que nos une.
Ao meu irmão André Luiz por transcender este mundo, por “ser amor”.
Ao Denis e Simone por termos compartilhado a arte, a dança e a vida, pelos
filhos “do ventre” e “do coração”.
À amiga- irmã Priscila, por “ser luz” que ilumina a alma.
À amiga Elaine Cristina (Laine) , pela sabedoria sincera e
valiosa de suas palavras.
Ao casal Benício e Zenilde, pelo valor da amizade.
À Ana Paula, pela doação, pela mão, pelo braço e pelo coração.
Ao Leandro, por vivermos uma linda história.
À família, pela união.
In Memoriam
Aos entes queridos e à vovó Francisca e- ternamente
Dedicatória Especial
À Mestra Beltrina, pelas “Asas” que me acolheram, por arriscar e acreditar.
Muito mais que professora, foi minha orientadora na vida, amiga nas horas
difíceis, confidente e incentivadora.
Com seu sorriso, ressignificou meu caminhar acadêmico, garimpou meu
conhecimento, me fez amadurecer , me fez “voar” .
AGRADECIMENTOS
Ao Universo pela oportunidade de reescrever minha vida com novos olhares
para arte e para o envelhecer.
A CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior,
pela Bolsa de Estudos, indispensável à realização da pesquisa.
Aos Mestres do programa de Gerontologia Social pela profundidade acadêmica
e pela sensibilidade humana.
Ao Rafael, secretário do programa de Gerontologia, pela prestatividade.
Ao meu “exército de bailarinas”, com o qual aprendi muito mais do que ensinei,
em especial às “gerontobailarinas” que me inspiraram a pesquisar e a continuar neste
caminho de descobertas e cuidado.
Às minhas pupilas, Ana Paula Simon, Celina Lhem e Jessica Ramalho, que
entenderam o quanto temos que doar de vida para que nossa arte seja mais humana e
mais real. Obrigada pela amizade, lealdade e dignidade.
À amiga Aide Angélica Nessi que reconheceu a seriedade com que trabalho, me
apresentou e me conduziu para o caminho acadêmico. Sendo um dos pilares
fundamentais deste processo.
Às novas amizades que traspuseram a esfera do saber: Elizabeth Saiki, Fernanda
Fávere e Helen Leal. “Benefícios valiosos do mestrado”.
Ao meu orientador Dr. Paulo Renato Canineu, pela sensibilidade, por humanizar
a morte em suas práticas diárias , pela valiosa contribuição no campo gerontológico,
pela orientação e humilde lição: Dar um passo para trás, foi a maneira que conseguiu
orientar-me o que me impulsionou a todos os passos subsequentes. Obrigada pelas
palavras, tempo investido e principalmente pelo carinho.
Sabemos que a necessidade, na medida em que obriga o homem
a transformações adaptativas, impulsiona-o para temas novos e
específicos do conhecimento.
Abram Eksterman
RESUMO
SOUZA, Adriana Silva de. O envelhecimento na dança em revisão, 2000 a 2015.
Dissertação de Mestrado (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – Programa de
Pós-Graduados em Gerontologia). São Paulo, 2016, 78 páginas.
Esta pesquisa teve como objetivo geral analisar como a arte da dança vem sendo
trabalhada no resgate da autonomia e no empoderamento das pessoas mais velhas na
sociedade atual. Para isso, utilizou-se a revisão sistemática de literatura a partir do
levantamento de produções acadêmicas brasileiras: teses, dissertações e artigos
científicos, sobre o envelhecimento na dança, no período de 2000 a 2015. Foram
levantadas 160 produções científicas; destas, 21 encontram-se no banco de teses da
CAPES; 19 na BDTD; 20 na BVS; 82 na Biblioteca Digital Vérsila; e 18 no Google
Acadêmico, a partir das palavras-chave: dança, envelhecimento, idoso e velhice, nessa
ordem, sendo um guia fundamental para a pesquisa. Das 160 produções, selecionou-se
32 (7 teses, 13 dissertações e 12 artigos), realizadas por fisioterapeutas e educadores
físicos principalmente, sendo que 26 delas estão na área da saúde e apenas 6 na área de
humanas. A maioria das produções ocorreu nas regiões sul e sudeste do país e em
instituições públicas. Das 32 produções identificadas, 21 foram realizadas
especificamente por mulheres, 4 por homens e 7 por homens e mulheres em conjunto, e
o maior número de publicações se deu a partir de 2011. A maioria das publicações
utiliza a dança como instrumento de mensuração, recursos etnográficos e recursos
terapêuticos. Apesar da dança ser utilizada na maior parte das pesquisas como
instrumento de mensuração, é vista pelos pesquisadores não apenas como uma
estratégia não farmacológica para o auxílio no tratamento de patologias, ou ganhos
funcionais, mas como uma oportunidade de resgatar a qualidade de vida dos praticantes,
que adquirem maior consciência corporal, compreensão de si e do meio,
proporcionando bem estar e prazer durante e após a prática. Nas pesquisas que utilizam
a dança como recurso etnográfico, encontramos a arte da dança sendo trabalhada,
priorizando a reintegração social e a autoimagem positiva, possibilitando o exercício da
cidadania e resgatando a autonomia e o empoderamento do idoso, sem o estereótipo que
se faz do velho, doente e limitado. Tal perspectiva permite visibilidade e valorização
dos corpos maduros na dança, ampliando concomitantemente o universo da dança e da
pessoa mais velha no processo de um envelhecer melhor.
Palavras-Chave: Dança; Envelhecimento; Velhice; Idoso.
ABSTRACT
SOUZA, Adriana Silva de. Ageing in dance under review: 2000 to 2015. Master´s
dissertation (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – Postgraduate Program in
Gerontology). São Paulo, 2016, 78 pages.
This study aims to analyze how the art of dancing has been use to bring back the
autonomy and as a resource of empowerment for older people in the society. For this, as
a metodological procedure it was used literature systemic review for the survey of
brazilian academic productions, master´s and doctoral dissertation and scientific articles
in the period of 2000 to 2015, using the keywords: dance, ageing, elderly and old age. It
was found 160 scientific productions; of these, 21 are on the CAPES‟s database; 19 in
BDTD; 20 in BVS; 82 in the Biblioteca Digital Vérsila; and 18 in Google Scholar. Of
the 160 productions, we selected 32 (7 doctoral dissertation, 13 master‟s dissertation
and 12 articles), mainly performed by physical therapists and physical educators, and 26
of them are in the health sector and only 6 in the humanities.
Most productions were held in public institutions in the South and Southeast regions of
the country. Of the 32 identified productions, 21 were made specifically by women,
four by men and 7 by women and men together, and the largest number of publications
occurred from 2011. A large portion of the publications used dance as a measurement
instrument, ethnographic and therapeutic resources. Although the dance is used in most
studies as the measuremtne instrument, it was observed by the researches not only as a
non-pharmocological strategy to aid in the treatment of diseases or functional gains, but
as an opportunity to redeem the quality of life of the practitioners as they acquire greater
body awareness, understanding of self and the environment, having the feeling of well
being and pleasure during and after practice. In the studies using dance as an
ethnographic resource it was observed that the art of dance being worked prioritizing
the social reintegration and positive self image, enabling the exercise of citizenship, the
concept of autonomy and empowerment of the elderly without the stereotype that makes
the old commonly , what is " sick and limited." Thus, this perspective allows visibility
and optimization of mature bodies in dance, simultaneously expanding the universe of
dance and oldest person in the process of ageing better.
Keywords: Dance; Ageing; Elderly; Old age.
10
ROTEIRO
I. Sinopse. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
II. Espetáculo: Dança x Envelhecimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.1 Velhices: Adágios e Allegros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
III. Modalidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
IV. Abertura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
V. Coreografia: A dança como recurso terapêutico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
VI. Coreografia: A dança como instrumento de mensuração. . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
VII. Coreografia: A dança como recurso etnográfico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Reverência Final. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Participações Especiais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
11
I. SINOPSE
A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por
isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes
que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.
Charlie Chaplin1
arte imita a vida e a vida se transforma com a arte, sem ela, corremos o
grande risco de perdermos o doce sentido das ilusões e sermos apenas
aritmética.
Depois de longos anos de experiência na arte da dança, fui seduzida a imergir em um
processo carregado de vida, conhecido como “Envelhecer”. Encontrei grandes mestres
desse processo, que coreografam com a alma, pesquisas e ações que abrem as cortinas,
para uma velhice mais humana, mais sensível e mais real. Ensinam-nos os passos da
velhice na vida, vida muitas vezes dançada sem alma, passos muitas vezes dançados
sem vida. Vida que sempre morre e como nos diz Charlie Chaplin, “não nos permite
ensaios”.
Fora dos palcos da arte, mas dentro da arte da vida, a Gerontologia foi
construída em minha vida de uma maneira suave, como os chás e as tardes. No colo da
minha avó iniciei meu contato mais profundo com este mundo. Descobri o doce sentido
da vida e o sabor amargo do adeus.
De uma forma natural, a velhice esteve presente em toda trajetória da minha
vida profissional, à ela, atribuo a minha renovação e a “edição do meu recomeço”.
Amante da dança, sempre me senti atraída pela contribuição que ela pode
proporcionar na vida das pessoas. Como bailarina, percebi uma necessidade de
transmitir tudo que aprendi dentro das salas de aulas e nos palcos. Foi então que iniciei
minha atuação como professora de dança e ao longo de 20 anos de muita dedicação, fui
sensibilizada pelos ganhos biopsicossociais que o ballet proporcionou para as alunas
com mais de 60 anos e concomitantemente, pela existência de lacunas dentro do método
1 A maioria dos sites visitados dão como autoria da frase à Charlie Chaplin. Disponível em:
<http://frasedodia.net/charlie-chaplin/?doing_wp_cron=1473711231.1631789207458496093750>. Acesso em: 25 set.
2016.
A
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clássico direcionado para a aplicação da prática para esta faixa etária. Tais lacunas
fizeram-me refletir e buscar um aprofundamento técnico e teórico que me dessem
subsídios para atuar na diversidade corporal deste público. Mas foi por meio do
empirismo que consegui encontrar as respostas para tantas perguntas relacionadas às
peculiaridades de cada corpo, sendo ele a minha maior fonte para uma paulatina
adaptação metodológica, uma vez que não há material teórico ou prático desenvolvido
com um olhar para o corpo que envelhece e que busca no ballet clássico, benefícios
físicos, biológicos e sociais.
Adaptei o método Russo do Ballet Clássico Agripina Vaganova. A priori,
preocupei-me com questões físicas relacionadas às dores e aos problemas de cada um
em detrimento aos exercícios de impacto trabalhados no ballet clássico, em seguida com
questões cognitivas devido à exigência de memorização de sequências de barra e centro
e, por fim, com a autoestima relacionada ao meio social dessas bailarinas.
Comecei então a preparar aulas específicas para a turma, “sequências de barra”
direcionadas para o alívio de dores musculares e problemas articulares, “centros” mais
exigentes em equilíbrio e concentração, trabalho do “core” (centro de forca), as
estabilizações da cintura pélvica, caixa torácica e cintura escapular. Optei por
explicações mais lúdicas e por propor desafios na execução dos exercícios, sempre com
um grau de dificuldade a ser superado. As novas bailarinas respondiam física e
cognitivamente de maneira surpreendente.
Foi então que no início de 2013 recebi um convite da professora de Educação
Física e mestre em Gerontologia Aide Angélica Nessi, coordenadora do curso de
Educação Física da Universidade Paulista – UNIP, para desenvolvermos uma pesquisa
de campo com as bailarinas. Pesquisamos primeiramente um pequeno grupo de idosas
para saber qual seria a contribuição do método adaptado, na tentativa de resgatar a
autonomia até então diminuída nas idosas (praticante do ballet clássico na cidade de
Caieiras - SP).
Colhemos os dados e decidimos escrever sobre essa experiência, publicando os
resultados no Congresso Internacional de Educação Física, realizado em janeiro de 2014
na cidade de Foz de Iguaçu - PR. Em janeiro de 2015 retornamos ao congresso como
palestrantes, com o tema “O resgate da autonomia em idosos através da prática do
ballet clássico”.
13
Durante o processo de amadurecimento da pesquisa, pude ratificar o quanto
carecemos de literatura nessa área, e o quanto minha prática profissional necessitava de
aprofundamento teórico para fundamentar e solidificar a adaptação do método.
Para suprir essa necessidade, imergi nos estudos do processo de envelhecimento
humano, pois, compreender o envelhecimento como um processo que afeta e é afetado
pelo meio social, abre um leque de contextualizações onde atuam profissionais de
diversas áreas, ora contribuindo, ora absorvendo experiências muitas vezes empíricas,
que não se resumem apenas no âmbito profissional, uma vez que cada um possui sua
própria história, ancorada nesse mar que transborda sabedoria.
Estar atento a esses processos e, principalmente, nos reconhecermos dentro deles
tão como nosso papel quanto pesquisadores e autores de ações que contribuam de forma
efetiva, para um caminhar mais humano; em detrimento ao olhar para a velhice na
atualidade, nos coloca em uma posição de destaque dentro de nosso próprio caminho,
onde somos protagonistas de nós mesmos.
O entendimento de questões culturais e a compreensão de fatores sociais
interferem diretamente na qualidade de vida do idoso e possibilitam uma maior
participação em questões que regem direitos individuais e conjuntos, dentro e fora dos
municípios.
Como pérola, encontrei no Programa de Gerontologia, muitas respostas e ações
escritas com o suor, dedicação e muitas vezes com a alma dos pesquisadores. Pesquisas
essas, que poderiam ser alvo de investimento, enriquecendo e obtendo um peso
transformador no sentido qualitativo nas políticas públicas.
O caráter multidisciplinar e o olhar extremamente humano dos docentes
enriqueceram e desmistificaram conceitos sobre a vida, o Ser e o envelhecer. Aguçou
meus sentidos para a “escuta do sujeito” e não apenas para as “patologias do sujeito”.
Senti-me imersa em barris de conhecimentos, potencializando a qualidade do
meu próprio envelhecimento. Durante todo processo, decantam nosso corpo, maceram
nossa alma. Faz-nos entender que tal qual a apreciação de um bom vinho, trabalhar com
a velhice exige do profissional, conhecimento técnico, empírico e histórico, conteúdos
que não podem ser dissociados em nenhuma profissão, que escolhe o corpo como
instrumento de troca entre gerações.
14
Depois de longos meses de maturação e com orientação, mudo meu ângulo de
visão em relação ao tema da minha dissertação, inspirada na leitura do artigo
“Envelhecimento e dança: análise da produção científica na Biblioteca Virtual de
Saúde”, de Carla Witter, Marcelo de Almeida Buriti, Gleice Branco Silva, Renatta
Simões Nogueira, e Eliane Florêncio Gama. Esse artigo me serviu de guia para minha
pesquisa, especialmente quanto a sua metodologia, ou seja, fazer um levantamento de
produções acadêmicas brasileiras seja teses, dissertações e artigos científicos, sobre o
envelhecimento na dança, no período de 2000 a 2015.
Por fim, gostaria de esclarecer quanto ao arcabouço deste trabalho que utiliza
uma estrutura que aproxima o leitor do contexto da dança ao seguir um formato de
apresentação de espetáculos mais contemporâneo. Tomei a liberdade de fazer algumas
substituições na organização de um trabalho acadêmico tradicional, esperando envolver
o leitor na compreensão desta pesquisa.
Assim, na “Sinopse”, relata-se o enredo da história que vai ser contada no palco
por meio da dança, cujo personagem principal se transforma nele mesmo, usando seu
corpo e sua dança para introduzir o leitor no contexto do espetáculo que será
apresentado a seguir.
O “Espetáculo: Dança x Envelhecimento” apresenta em allegro a coreografia da
dança, envolvendo lentamente a velhice como se fosse um adágio, uma série de
exercícios efetuados durante a aula de dança com o fito de desenvolver a graça, o
equilíbrio e o senso de harmonia e beleza das linhas dos territórios da velhice.
Em “Modalidade” o leitor fica sabendo de todos os passos dados para o
levantamento das pesquisas que tratam do tema dança e envelhecimento. Os passos de
cada base de dados, o que foi identificado, as palavras-chave que guiaram cada dança,
entre outros.
Na “Abertura”, finalmente o leitor encontra o momento esperado. É aqui que
plateia e dançarinos entram em cena. É o momento em que as cortinas se abrem para
mostrar ao público tudo o que foi preparado nos ensaios, enfim, tudo o que foi
levantado, base por base, as 160 produções, mas focando em 32.
Depois da abertura, vêm as coreografias, a primeira delas, intitulada
“Coreografia: A dança como recurso terapêutico”, apresenta as pesquisas levantadas
que tiveram como foco essa temática. Em seguida vem a “Coreografia: A dança como
15
instrumento de mensuração”, em que o corpo de cada personagem foi o grande aferidor.
Finalmente, apresenta-se a “Coreografia: A dança como recurso etnográfico”, cujo foco
não está no corpo biológico, mas no sujeito que nele habita. Essa coreografia mostra
explicitamente como a arte vem sendo trabalhada no resgate da autonomia e no
empoderamento das pessoas mais velhas na sociedade atual.
Na “Reverência final”, apresentam-se as considerações finais em que o
personagem principal volta à cena para fazer sua última reverência.
Finalmente, em “Participações Especiais” os autores de fora que ajudaram a
compor este espetáculo são convidados a se apresentarem.
O espetáculo vai começar!
16
II. ESPETÁCULO: DANÇA X ENVELHECIMENTO
Digo-vos, sem outro preâmbulo, que a dança, no meu entender,
não se limita a ser um exercício, um divertimento ou um jogo; é
uma coisa séria.
Paul Valéry2
oncordamos com o poeta Paul Valéry que a dança é uma “coisa séria” que
transforma e que é transformada, possuindo em sua essência, a seriedade de
compreender o corpo como instrumento de sua história.
Desde os primórdios a dança utiliza o corpo como linguagem e se manifesta
como reflexo cultural de sua época. “E, provavelmente, antes mesmo de procurar
expressar-se ou comunicar-se através da palavra articulada, o homem criou com o
próprio corpo padrões rítmicos de movimentos, ao mesmo tempo em que desenvolvia
um sentido plástico do espaço” (MENDES, 1985, p. 06).
Na arte Rupestre encontramos registros dos primeiros movimentos executados
pelo homem (dança primitiva). A dança primitiva alimentava o instinto de
sobrevivência e fazia parte do cotidiano do homem, tinha a função de respeitar, pedir e
agradecer a natureza, pela água, luz e alimento.
Na Era Paleolítica, a dança surge com um sentido ritualístico quase mágico, no
qual acreditavam que seus movimentos pudessem impedir que os eventos naturais como
vento, chuva, sol, atrapalhassem a pesca, a caça ou a colheita.
No período Neolítico, a dança foi a arte dominante, quando o homem procurou
fixar-se em um determinado local, plantando e criando animais para seu consumo. O
culto substituía a magia, e a dança teve seu papel fundamental em rituais de plantio e
colheita, casamento, morte e nos cultos aos espíritos. Desde então, a dança passou a ter
um caráter sagrado e religioso, e era muito valorizada, pois estabelecia a perfeita
conexão entre o corpo e o espírito.
Por meio dos tempos, do desenvolvimento do homem e da civilização, a dança
foi tornando-se altamente complexa. Sucintamente narrando para se ter um cenário
2 Apud Sasportes, osé. Pensar a dança. Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1983, p.74.
C
17
geral, observamos que as danças milenares, que aconteciam no antigo Egito, tinham o
caráter ritualístico: dançava-se para os deuses em casamentos e funerais.
Na Grécia, a dança também era dedicada aos deuses, mas, diferente dos
Egípcios, os Gregos utilizavam máscaras durante os rituais, talvez pelo caráter politeísta
de sua civilização, acreditando-se com isso ampliar seu respeito pelos deuses e
contribuir para a sua liberdade de expressão.
Na Grécia antiga a dança também foi difundida nos teatros e manifestada por
meio do coro. Na ocasião, a mesma passou a ser vista como entretenimento na cultura
grega, perdendo a respeitabilidade e seu caráter de adoração.
Foi em Roma que a dança sofreu seu declínio mais profundo, pois era vista
apenas como espetáculo, principalmente quando associada à pantomima que, embora
muito apreciada pelos romanos, esses tinham suas preferências pelos violentos
espetáculos de arena.
Porém os artistas do teatro e da dança impediram que a artes caíssem no
esquecimento. Durante a alta Idade Média esses artistas dançavam em locais populares
como as feiras, assim como nas proximidades dos castelos.
Na Idade Média a dança foi considerada profana pelo cristianismo, por utilizar o
corpo como expressão, resgatando sua importância apenas no período renascentista em
que a dança é apreciada e dançada pela nobreza. Nesse sentido, Mendes assinala que as
danças medievais e renascentistas evoluíram para as de côrte ou salão, bem como as de
teatro, tendo como origem comum as danças populares (1985, p. 19).
A revolução e a visão renascentista provocaram transformações nas artes e
também na dança que passa a ser estudada, organizada e codificada, adquirindo uma
forma mais disciplinada para o estudo de seus passos, sendo denominada Balleto, hoje
conhecido como ballet ou balé. O Ballet ganha importância na Itália, sendo dançada
pelos membros da côrte em ocasiões comemorativas como em casamentos, vitórias em
guerras, alianças políticas, dentre outras. Para isso, surgiram diversos professores que
viajavam por vários lugares para ensinar e aprimorar a arte, valorizando a dança e
tornando o balleto uma regularidade na côrte.
Catarina de Médicis introduziu o Ballet na côrte Francesa com muito sucesso,
combinando com poesias e músicas. Ela foi uma nobre italiana que se tornou rainha da
França de 1547 até 1559, após casar-se com o rei Henrique II.
18
Mas o auge da popularidade do ballet se deu quase cem anos mais tarde por
meio do Rei Luiz XIV, amante da dança e grande bailarino, mais conhecido como Rei
Sol – Título adquirido pela bela atuação em um de seus espetáculos que durou mais de
12 horas. Em 1661 o “Rei Sol” fundou a Academia Real de Ballet e a Academia Real de
Música, oito anos mais tarde, a Escola Nacional de Ballet. A partir daí, a dança deixou
de ser um passatempo da côrte para se tornar uma profissão e os espetáculos de Ballet
foram transferidos dos salões para teatros. A partir daí os corpos monárquicos
profissionalizaram a dança.
Até aqui, o ballet e a dança eram um campo de dominação masculina em que até
os papéis femininos eram interpretados por homens, porém, no século XVII, a Escola
Nacional de Ballet passou a formar bailarinas mulheres introduzindo, assim, o feminino
na dança. As mulheres logo ganharam sua importância, revolucionando, transformando
e contribuindo para a arte.
A bailarina belga Marie Anne Cupis de Camargo (Bruxelas, 1710 - 1770),
causou verdadeira sensação sendo alvo de profundas discussões quando encurtou as
saias. A bailarina francesa Marie Sallé (França, 1707-1756) também fez mudanças nas
vestimentas e nos calçados para facilitar a execução dos passos, antes limitados pelo
figurino longo e pesado, o que contribuiu para a criação de alguns movimentos e
nomenclaturas existentes até hoje.
No século XVIII, na Era Romântica, surge a dança nas pontas dos pés, tornando
a bailarina muito mais leve e expressiva, o que corroborou para a supremacia feminina
na dança. Com isso os bailarinos ganharam uma nova função na dança, a de suporte,
que apoiavam, levantavam e equilibravam as bailarinas na ponta dos pés, e como
partner, deveriam ser fortes, belos e mais expressivos para as interpretações das
histórias de amor, colocando o homem (heróis da antiguidade clássica) em uma posição
inferior.
A ponta era a posição ideal para a percepção da leveza e do flutuar da bailarina
aos olhos do expectador, o que contribuiu para o pensamento da época, em que a arte
deveria ser um refúgio da realidade em um mundo encantado.
Como todo excesso, o uso demasiado da única técnica desenvolvida no
romantismo, as pontas, fez o ballet ganhar novamente o desinteresse do público e a
insatisfação de algumas bailarinas e bailarinos como Fokine que protestava contra o
19
abuso desse uso. Isadora Duncan (1877-1927, São Francisco – Califórnia) foi uma que
contestou seu uso, pois concluiu em seus estudos que em nenhum registro histórico
havia a figura da dança sobre as sapatilhas de ponta e que tal posição era falsa, feia e
iria contra a natureza humana. Assim surgiam os primeiros sinais de uma nova
revolução estética da dança. Ela retirou dos pés as sapatilhas e passou a dançar descalça,
seu princípio era seguir as manifestações da natureza.
De acordo com Dantas (2005, p. 159), “O corpo não a reproduziu, mas tornou-a
fonte inspiradora da criação do movimento: a fluidez (dos ventos), o balanço (do mar), o
ritmo (do vôo das gaivotas). Enfim, o corpo criou códigos, elementos da dança a partir
da natureza, fazendo surgir a dança moderna”. Isadora acreditava que a dança deveria
exprimir os sentimentos da alma e o equilíbrio entre o homem e a natureza ao invés da
frivolidade presente nos espetáculos da dança clássica.
Em sua bibliografia, Duncan (1949) relata que ao público “Dava-lhe os impulsos
mais secretos de minh„alma. Desde o início, nada mais fiz do que dançar a minha vida”
(p. 14). Já Mendes (1985, p. 165) afirma que “Se o balé clássico esforçou-se por fugir
do chão , como se quisesse alçar-se em voo, a dança moderna procurou novamente a
terra, atribuindo-lhe mesmo um sentido maternal, recuperando um contato vital, do
mesmo modo que o caçador ou o guerreiro das eras primitivas”.
Na década de 1960, com o rompimento em tudo aquilo que até aqui foi
compreendido como arte, a dança passou por um período intenso de quase
desconstrução da mesma devido às grandes experimentações e inovações. Dantas (2005,
p.159) assinala que “Na contemporaneidade, o corpo se fez novamente. Deixou de ser
esguio e possuidor de movimentos simétricos, como os do balé clássico, para se
transformar em corpos atléticos, com movimentos assimétricos”.
Começou a se definir por meio de uma linguagem própria, na década de 1980,
fazendo da dança contemporânea uma explosão de criações onde bailarino e coreógrafo
tinham autonomia em corpo livre em busca da identidade de movimento. Para Dantas
(Ibid.), “Algumas companhias de dança, no Brasil, conseguiram encontrar essa
identidade dentro da dança contemporânea. Os exemplos dentre outros existentes, são o
balé Stagium, Grupo Corpo, Quasar Companhia de Dança, Grupo Folclórico da Bahia e
Débora Colker Companhia de Dança”.
20
É no corpo que o movimento se faz dança. É o que afirma Robatto (2012,
p.121):
O corpo é o portador de sua etnia, de sua cultura, assim como é o principal
depositário de vivências, mantenedor de memórias psicofísicas, e, ainda
susceptível de ser impregnados de novas ideias, percepções, sensações,
emoções e condicionamentos comportamentais. Esse corpo é
indubitavelmente um material extremamente sensível à realidade de cada
época sendo, portanto, plástico e flexível.
É a partir dessa multiplicidade de possibilidades de troca entre o corpo e o meio
que se insere a dança no envelhecimento.
21
2.1 Velhices: Adágios e Allegros
e por um lado a velhice é vista pela sociedade como o caminhar a passos lentos
(adágios), por outro, sua finitude está cada vez mais vivaz (allegros). Com um
crescimento populacional cada vez mais rápido e intenso, os profissionais
precisam coreografar a velhice com o que ela abriga de mais especial, “a vida”
e não com passos que a prepare para a doença.
A estrutura etária da população brasileira vem se alterando, pois as pessoas estão
vivendo mais, mas pouco sabemos como elas estão vivendo, isto é, qual é o grau de
satisfação pessoal de suas vidas. Repetindo Quaresma (2008, p.22), “O envelhecimento
demográfico abrangendo todo o planeta é uma das mudanças sociais mais importantes
do século XXI”.
Com base nessa realidade observamos que já é lugar comum se afirmar que o
desenvolvimento da nossa civilização trouxe a longevidade, fazendo do envelhecer uma
das maiores conquistas da humanidade, todavia a população em envelhecimento
também representa um desafio social. Portanto, é necessário termos um olhar mais
atento e transformador para esse novo envelhecer no âmbito individual, familiar, social,
cultural, econômico, e profissional, para que, assim, possamos metamorfosear os novos
desafios em oportunidades.
Queiroz; Ruiz; Ferreira (2009, p. 25) afirmam que as necessidades atuais em
relação aos idosos são muitas, destacando-se a “equalizações dos serviços prestados
com uma proposta de melhoria das relações entre o usuários e servidores, a coordenação
dos esforços destinados a essa população, o aumento do rendimento dos serviços
prestados e a melhoria dos ambientes de trabalho”.
A esse respeito, Lopes (2006, p. 88), assinala que:
A convicção de que todo indivíduo, em qualquer faixa etária tem o direito a
um bem-estar global, levando-se em consideração demandas peculiares à
faixa etária, nos remete a ações que visam à elaboração das expectativas,
possibilitando lidar melhor consigo e com o que se apresenta como novos
desafios.
S
22
O enfoque atual no estudo do envelhecimento e da velhice demonstra também
quão importante é perceber a velhice como uma experiência heterogênea, uma vez que
ser velho envolve uma complexidade de fatores de ordem biológica, psicológica,
espiritual e sociocultural, como vimos durante o mestrado em Gerontologia na PUC-SP.
É o que apontam Côrte; Mercadante; Gomes (2006, p. 27), ao assinalarem que
“Se a velhice é complexa, sem dúvida a sua análise deve levar em conta todas as
dimensões que a compõem e que explicitam como totalidade que é ao mesmo tempo
biológica, psicológica, social, histórica e cultural”. É nesse contexto que Lopes (2006,
p.88) diz que, “A Gerontologia Social vêm se configurando como nova área do
conhecimento, e tem como objetivo abordar a velhice em suas múltiplas dimensões”.
A respeito das diferentes crenças sobre o tema, muitos chegam a pensar a
velhice como sinônimo de doença e que tanto o vigor físico quanto a saúde jamais
estarão à sua disposição na velhice. Por isso Feriancic (2003, p.134), diz que, Na nossa
sociedade, o medo de “pertencer a uma época anterior” aflige um número expressivo de
pessoas, muito antes até do surgimento dos primeiros cabelos brancos ou das primeiras
rugas”. Outros acreditam que os idosos não possuem a capacidade de absorção e
aprendizado e que suas habilidades estão em declínio inevitável. Por conta desses mitos,
muitas instituições acabam não oferecendo qualquer tipo de atividade às pessoas idosas.
Sabe-se que esse tipo de pensamento não concilia apenas com a sociedade
contemporânea, na antiguidade se associava a velhice com sofrimento, decadência,
ineptidão e com o medo da morte. Segundo Santos, (2001, p. 92), “Os gregos foram
amantes do corpo jovem e saudável, preocupados em cultuá-lo e preservá-lo, sendo a
velhice, de modo geral, tratada com desdém, muito desconsiderada e até motivo de
pavor, principalmente pela perda dos prazeres proporcionados pelos sentidos”.
Santos (1999, p.54) verificou os significados de velhice na cultura afro-brasileira
e concluiu que, “[...] enquanto alguns segmentos de nossa sociedade discutem o
preconceito e os medos relacionados ao envelhecer, terreiros de candomblé vivenciam
no seu cotidiano o respeito ao mais velho. A dança é um dos referenciais simbólicos
míticos que evidenciam esse posicionamento”. O autor ressalta ainda os momentos
23
cerimoniais em que se dança para um orixá velho, cujo ritmo mais lento e todo o gestual
são sinônimos de sabedoria, ancestralidade e poder.
No entanto, em nossa sociedade as pessoas são avaliadas pelo que produzem e
por sua independência. Aliás, somos educados desde cedo para sermos seres
independentes sendo que na velhice teremos mais dependências, muitas delas físicas.
Para Zimerman (2000), é muito grande o fardo que o próprio velho obriga-se a carregar,
exigindo-se a mesma independência que tinha nas outras fases da vida. Zimerman
(2000, p. 98) assinala ainda que devemos lembrar que, “se uma dependência maior é
normal na adolescência e na infância, também o é na velhice”. Ou seja, “se a
dependência é inerente à existência humana, atravessando todas as fases da vida, numa
dialética permanente face à autonomia como afirmação de si, a necessidade de cuidados
e de apoio na velhice não poderia legitimar um conceito de dependência como atributo
da velhice”, nos diz Quaresma (2006, p. 24).
De modo geral, o velho evita pedir qualquer tipo de ajuda porque não quer
incomodar, acha que não tem o direito de pedir, tem medo de sobrecarregar os filhos e
ou considera que está tirando o tempo de alguém. Por isso, grande parte do trabalho
com os idosos consiste em evitar a perda de sua independência. Sendo assim, a dança
torna-se uma opção diferenciada para as pessoas que estão envelhecendo que procuram
a atividade física e não tem de início, carisma pela ginástica ou pelo esporte. Segundo
Verderi (2004, p. 31), por meio dos movimentos rítmicos, podemos promover entre
outros benefícios, “a melhora da tonicidade muscular, da mobilidade articular”, o que
estimula as funções cerebrais, beneficiando deste modo a concentração e a memória;
além de favorecer a integração social e o aumento da autoestima. No entanto, um
dançarino em movimento é muito mais.
Movimento é qualquer ação física ou mudança de posição. Porém quando se
observa um dançarino em movimento, isso é muito mais que uma mudança
física de posição. É uma arte visual vibrante de imagens rápidas criadas por
força, equilíbrio e graça. A estética dessa forma de arte não pode ser
sacrificada pela análise científica. (HAAS, 2011, p. 01).
Robatto (2012, p. 74) explica que as marcas de cada um assim como o biótipo de
cada é valorizado pela dança. E que o mesmo ocorre com o pensamento e o afeto de
cada dançante. Segundo ela, cada pessoa, por meio de sua corporeidade, “se insere no
mundo e, através do contato com o „outro‟, é que se conhece a si próprio”. Diz ainda
que o trabalho coletivo, característico da dança, “propicia a coparticipação criativa e
24
uma convivência, mais harmoniosa, com a possibilidade do desenvolvimento de uma
cultura da paz” (Ibid.). Por fim assinala ainda que o trabalho coletivo “transcende o
universo artístico”, devolvendo para o homem a propriedade do seu corpo e a liberdade
de expressar-se com sua alma.
25
III. MODALIDADES
essa parte do trabalho explicitamos todos os passos dados para o
levantamento das pesquisas que tratam do tema dança e envelhecimento. A
escolha se deu pela pesquisa de revisão sistemática de literatura, a qual
permite contribuir para o desenvolvimento de uma base sólida de
conhecimento, uma vez que seu caráter exploratório nos propicia uma familiaridade
com a problemática pesquisada, facilitando a identificação de possíveis lacunas em
áreas onde possa haver oportunidades para o desenvolvimento de novas investigações.
Embora a revisão bibliográfica seja comum a todas as pesquisas científicas, é
importante assinalar que a sistemática seja bem executada e confiável, realizada de
forma metódica e de modo compreensivo, como apontam Webster; Watson (2002);
Walsham (2006); Levy; e Ellis (2006). De modo geral, Shaw (1995) relata que um dos
principais problemas de trabalhos que descrevem revisões da literatura sem o devido
rigor é a ênfase apenas na interpretação pessoal dos textos em linguagem narrativa,
porém com pouca análise crítica. De acordo com esses autores, se a pesquisa
bibliográfica receber a devida atenção e for conduzida com rigor e de forma sistemática,
esta permitirá que outros pesquisadores possam fazer uso desses resultados com maior
confiabilidade, possibilitando reutilizar estudos já finalizados, focando apenas no tópico
em que se deseja pesquisar.
Para a seleção das produções científicas sobre envelhecimento na dança no
período de 2000 a 2015, foram utilizadas as seguintes bases:
1) Banco de teses da Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior
(CAPES). Esse banco de teses teve início em 1990 quando, com o objetivo de fortalecer
a pós-graduação no Brasil, o Ministério da Educação (MEC) criou o programa para
bibliotecas de Instituições de Ensino Superior (IES). Foi a partir dessa iniciativa que,
cinco anos mais tarde, foi criado o Programa de Apoio à Aquisição de Periódicos
(PAAP). O Programa está na origem do atual serviço de periódicos eletrônicos
oferecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)
à comunidade acadêmica brasileira.
N
26
2) Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) tem por objetivo
reunir, em um só portal de busca, as teses e dissertações defendidas em todo o País e por
brasileiros no exterior. A BDTD foi concebida e é mantida pelo Instituto Brasileiro de
Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) no âmbito do Programa da Biblioteca
Digital Brasileira (BDB), com apoio da Financiadora de Estudos e Pesquisas (FINEP),
tendo o seu lançamento oficial no final do ano de 2002.
3) Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) foi estabelecida em 1998 como modelo,
estratégia e plataforma operacional de cooperação técnica da Organização Pan-
Americana da Saúde (OPAS) para gestão da informação e conhecimento em saúde na
Região AL&C. A BVS é uma Rede de Redes construída coletivamente e coordenada
pela BIREME. É desenvolvida, por princípio, de modo descentralizado, por meio de
instâncias nacionais (BVS Argentina, BVS Brasil etc.) e redes temáticas de instituições
relacionadas à pesquisa, ensino ou serviços (BVS Enfermagem, BVS Ministério da
Saúde etc.). O Portal Regional da BVS é o espaço de integração de fontes de
informação em saúde que promove a democratização e ampliação do acesso à
informação científica e técnica em saúde na América Latina e Caribe (AL&C). É
desenvolvido e operado pela BIREME em 3 idiomas (inglês, português e espanhol). A
BIREME (Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde,
é mais conhecida pelo seu nome original: Biblioteca Regional de Medicina. Trata-se de
um centro especializado da Organização Pan-Americana da Saúde / Organização
Mundial da Saúde (OPAS/OMS), orientado à cooperação técnica em informação
científica em saúde.
4) Biblioteca Digital Vérsila. Inaugurada em novembro de 2015, a Biblioteca
Digital Vérsila é considerada a maior concentradora de acervos abertos acadêmicos
sediada no hemisfério sul. A biblioteca reúne e oferece gratuitamente milhões de
itens digitais de produção científica oriundos dos melhores centros de pesquisa do
mundo. A plataforma é integrante do consórcio internacional Open Archives
Initiative, na modalidade de Service Provider, e o acervo é composto quase
exclusivamente de textos completos e abertos. O projeto - criado, desenvolvido e
mantido pela Vérsila International - tem sido reconhecido e destacado por vários
centros de pesquisa do Brasil e exterior. O objetivo da Biblioteca Digital Vérsila é
oferecer em um único local, de maneira simples, independente, relevante e gratuita
27
o melhor da produção acadêmica aberta, tornando-se assim um serviço à
comunidade científica e referência internacional em biblioteconomia digital.
5) Google Acadêmico - Scholar oferece uma maneira simples de pesquisar amplamente
a literatura acadêmica. Pode-se pesquisar em várias disciplinas e fontes, artigos, teses,
livros, resumos e opiniões judiciais, de editoras acadêmicas, organizações profissionais,
bibliotecas on-line, universidades e outros sites. O Google Scholar ajuda a encontrar
trabalhos relevantes em todo o mundo acadêmico.
As palavras-chave utilizadas em todas as bases de pesquisa foram: Dança;
Envelhecimento; Velhice; Idoso. A data foi restrita às pesquisas realizadas entre os anos
de 2000 a 2015. Para essa coleta não foi utilizado nenhum outro tipo de filtro, uma vez
que existe uma precariedade de pesquisas voltadas para esta temática.
Foram construídos bancos de dados simples no Word, para armazenamento dos
resumos de cada estudo identificado, planilhas simples para serem alimentadas com os
seguintes dados: Título / Autor / Formação / Região / Objetivo Geral / Data / Palavra
Chave / Área do Conhecimento/Método de Pesquisa / Instituição – Publicação /
Bibliografias utilizadas e sexo.
Esses dados nortearam a análise do levantamento das produções acadêmicas
encontradas no período estabelecido.
28
IV. ABERTURA
brimos as cortinas do Espetáculo, apresentando os resultados obtidos desta
pesquisa, a partir do mapeamento das produções acadêmicas existentes,
levantando, assim, os perfis das pesquisas e suas tendências, realizadas por
diversos pesquisadores em diferentes épocas e em distintos lugares, o que
nos ajudará a compreender, ou não, como a arte vem sendo trabalhada no resgate da
autonomia e no empoderamento das pessoas mais velhas na sociedade atual.
No período de 2000 a 2015 foram identificadas 160 produções científicas.
Destas, 21 encontram-se no banco de teses da Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal
de Nível Superior (CAPES); 19 na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações
(BDTD); 20 na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS); 82 na Biblioteca Digital Vérsila;
e 18 no Google Acadêmico.
Foram retiradas da seleção as pesquisas de línguas estrangeiras e as que se
repetiam; as que não se relacionavam com o tema; as incompletas onde não continham
objetivos, metodologia, bibliografia, palavras-chave; falta de avaliação das áreas do
conhecimento dentro dos periódicos Qualis na Plataforma Sucupira e, por fim, as que
possuíam ordem de relevância inferior a 45%.
Das 160 produções identificadas inicialmente, selecionamos 32 produções
científicas, sendo 7 teses de doutorado, 13 dissertações de mestrado e 12 artigos
científicos.
Subdividindo por bancos de dados, identificamos:
11 produções (8 dissertações e 3 teses) no banco de teses da Coordenação de
Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES)
4 produções (2 teses e 2 dissertações) na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e
Dissertações (BDTD); 7 produções (7 artigos) na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS); 5
produções (1 tese, 2 dissertações e 2 artigos) na Biblioteca Digital Vérsila; e 5
produções (1 tese, 1 dissertação e 3 artigos) no Google Acadêmico.
Os itens “Autor e Formação do Autor” nortearam o corpo discente e seu
interesse pelas áreas e temas propostos, facilitando um melhor entendimento do olhar
A
29
acadêmico para a problematização do tema. Observando as 32 produções científicas
escritas individualmente, ou coletivamente, quanto à formação dos autores temos: 11
fisioterapeutas, 7 educadores físicos, 5 terapeutas ocupacionais, 5 psicólogos, 5
profissionais formados em ciência da motricidade, 4 em ciências do envelhecimento, 3
em ciências, 3 em gerontologia, 2 em gerontologia biomédica, 2 em saúde humana e
meio ambiente, 1 em neurociência, 1 em enfermagem, 1 em psiquiatria, 1 em
farmacologia, 1 em ciências médicas, 1 em ciências do movimento humano, 1 em
biociências, 1 em administração e 1 em artes cênicas.
Verificamos que das 32 produções acadêmicas que se debruçam sobre o
envelhecimento e dança, 26 são da área da saúde e apenas 6 produções são da área de
Humanidades. Dentro da área de saúde, as formações que mais se envolveram foram:
fisioterapia, educadores físicos, terapeutas ocupacionais e ciências da motricidade.
Verificamos também que a maior produção se deu nas regiões sul e sudeste do País, a
saber:
a) Teses: 4 em São Paulo; 1 no Paraná, 1 Rio Grande do Sul e 1 em Santa
Catarina.
b) Dissertações: 6 em São Paulo; 2 em Pernambuco; 1 Rio de Janeiro; 1 em
Brasília; 1 na Bahia; 1 em Fortaleza e 1 no Rio Grande do Sul.
Destas produções, 16 originaram-se de instituições públicas e 4 de instituições
privadas.
c) Artigos: 9 em São Paulo, 1 em Santa Catarina; 1 em Rio Grande do Sul e 1 no
Paraná.
Das 32 produções identificadas, 21 foram realizadas especificamente por
mulheres, 4 por homens e 7 por homens e mulheres em conjunto. O item “Sexo” pode
conduzir a uma discussão sobre como homens e mulheres tratam o tema.
O ano em que houve maior número de produções foi 2011 e 2014, com 5
produções cada; seguido de 2012 e 2015, com 4 produções cada. Em 2010 e 2013
encontramos 3 produções em cada ano, e em 2006, duas produções. Já nos anos de
2001, 2002, 2005, 2007, 2008 e 2009 encontramos apenas uma publicação. Esses dados
demonstram que o maior número de publicações se deu a partir de 2011.
30
O indicador “publicação” é importante para guiar e avaliar o crescimento das
produções acadêmicas ao longo dos anos e uma possível associação com os marcos
legais da Gerontologia como o Estatuto do Idoso. No caso, o grande marco legal
ocorrido na área foi a aprovação da Lei 10.741 de 1 de outubro de 2003, mais conhecida
como Estatuto do Idoso. No entanto, observa-se que no ano posterior, 2004, não
encontramos nenhuma produção acadêmica.
Em relação às palavras-chave utilizadas nesta pesquisa (dança; envelhecimento;
idoso; velhice, nessa ordem) podemos assinalar que essas fecham o campo de estudo e
possibilitam uma maior fidelidade com o tema procurado e com as produções
encontradas, sendo um guia fundamental para a pesquisa. Dentre as palavras-chave as
mais frequentes dessa investigação foram dança e envelhecimento.
Quanto ao item “método de pesquisa” da planilha desse trabalho, além de situar
sobre como o tema será tratado, nos permite analisar como ele vem sendo trabalhado,
possibilitando perceber caminhos possíveis de investigação. Verificamos que a maioria
das pesquisas levantadas utilizou a abordagem quantitativa.
Quadro 1 – Produções acadêmicas brasileiras sobre envelhecimento na dança, de 2000
a 2015.
PC ÁREA SEXO TÍTULO
BASES
ANO
1
D
H F Dança: uma interação entre o corpo e a
alma dos idosos BDTD 2001
2
D H F
Motivos e Sentidos da Dança da
Terceira Idade na Cidade de Presidente
Prudente-SP
(BDTD/IBICT) 2002
3
T S F
Biodança como processo de renovação
existencial do idoso: análise etnográfica
Biblioteca
Digital-USP 2005
4
A S F
Dança sênior: um recurso na
intervenção terapêutico ocupacional
junto a idosos hígidos
Directory of
Open Access
Journals (DOAJ)
2006
5
D S F
Autoconceito do idoso e biodança: Uma
Relação Possível BDTD 2006
6
D H F
Baila Comigo: os velhos que dançam na
Praça de Poços de Caldas (BDTD/IBICT 2007
7 D S M Dança de salão, funções executivas e
memória em idosos institucionalizados (BDTD/IBICT) 2008
8 D H F Corpo, maturidade e envelhecimento. O BDTD 2009
31
feminino e a emergência de outra
estética através da dança
9
T S F
Efeitos do exercício nos parâmetros do
andar de idosas BDTD 2010
10 T S F
Influência do exercício físico sobre
indicadores
antropométricos e pulmonares em
idosas
BDTD 2010
11 A S F/M Atividade física e desempenho em
tarefas de funções executivas em idosos
saudáveis: dados preliminares
Vérsila
Biblioteca
Digital
2010
12
D S F
Efeito na Dança de Salão no Perfil
Lipídico de IDOSAS hipertensas
Cadastrada na Unidade de Saúde da
Família da Bela Vista, Vitória de Santo
Antão–PE
BDTD 2011
13 A S F
Atividade física, Educativa e de Dança:
Um estudo dos valores pessoais dos
consumidores idosos
BVS
2011
14 A S F Ansiedade e parâmetros funcionais
respiratórios de idosos praticantes de
dança
BVS 2011
15
D S M
Impacto das danças de salão na pressão
arterial, aptidão física e qualidade de
vida de idosas hipertensas
BDTD 2011
16
A S F/M
Influência da dança na força muscular
de membros inferiores de idosos BDTD 2011
17
D S F
Dança e aderência à atividade física de
idosos na cidade de Piracicaba - SP
Acadêmico 2012
18 A S F/M Efeito de três modalidades de atividade
física na capacidade funcional de idosos
Vérsila
Biblioteca
Digital
2012
19 A H F/M Influência da dança no aspecto
biopsicossocial do idoso BVS 2012
20 D S F
A intervenção da Dança em mulheres
pós-tratamento de câncer de mama e
suas relações com a qualidade de vida
Vérsila
Biblioteca
Digital
2012
21
D H F
Centro Cultural Cartola: um estudo
sobre envelhecimento e migração com
alunos de dança de Salão
BDTD 2013
22
T S F
Efeitos de um programa de danças de
salão sobre o equilíbrio, função
muscular, controle postural e
funcionalidade associados ao risco de
quedas em idosas
BDTD 2013
23 A S F/M
Capacidade funcional submáxima e
força muscular respiratória entre idosas
praticantes de hidroginástica e dança:
um estudo comparativo
BVS 2013
32
24 A S F/M Efetividade da fisioterapia associada à
dança em idosos saudáveis: ensaio
clínico aleatório
BVS 2014
25
A S F/M
Efeitos funcionais da prática de dança
em idosos BDTD 2014
26
T S F
Influência de um programa
sistematizado de danças circulares em
aspectos psiconeuroimunológicos de
idosos cuidadores de indivíduos com
doença de Alzheimer
Acadêmico 2014
27
T S
Prática regular de dança: relação com
qualidade de vida, autoimagem,
autoestima e sintomas depressivos em
mulheres pós-menopáusicas de um
grupo de convivência
BDTD 2014
28 T S M
Baile de Idosos: Relação entre o nível
de atividade física e marcadores de risco
para desenvolvimento de doenças
cardiovasculares
Vérsila
Biblioteca
Digital
2014
29
A S F
O benefício da dança sênior em relação
ao equilíbrio e às atividades de vida
diárias no idoso
BVS 2015
30 D S M
Estudo Controlado da força muscular e
equilíbrio de idosas participantes da ala
das baianas de escola de samba
Vérsila
Biblioteca
Digital
2015
31
D S F
Problematizando articulações entre
gênero, sexualidade e envelhecimento:
Um estudo com mulheres
frequentadoras de bailes na cidade de
Fortaleza
BDTD 2015
32 A S F
A Influência da Dança do Ventre nos
sintomas depressivos em idosas da
comunidade
BVS 2015
P.C = Pesquisa científica: (T) Tese (D) Dissertação (A) Artigo
Área = Área de conhecimento (H) Humanidade (S) Saúde
Sexo = (F) Feminino (M) Masculino
Após o levantamento e identificação das produções acadêmicas brasileiras sobre
envelhecimento na dança no período de 2000 a 2015, passamos para outra etapa do
trabalho, a qual consistiu no agrupamento dos trabalhos por temas afins. Esse trabalho
resultou na seguinte classificação: a) A dança como recurso terapêutico, b) A dança
como instrumento de mensuração, c) A dança como Recurso Etnográfico.
A seguir elencamos nos quadros os trabalhos identificados em cada grupo:
Quadro 2 – Produções científicas tendo como temática a dança como recurso
terapêutico, no período de 2005-20015.
33
Titulo Autores Formação
1
Dança sênior: um recurso
na intervenção terapêutico
ocupacional junto a idosos
hígidos
Janini Gomes Cassiano*;
Larissa de Silva Serelli**;
Simone Abrantes
Cândido**;
Aline Torquetti***;
Karina Fonseca***;
Terapeuta Ocupacional pela Universidade
Federal de Minas Gerais. Doutora em
Ciências pela Universidade
Federal de São Paulo. Professora Adjunta
do Departamento de Terapia Ocupacional
da Universidade
Federal de Minas Gerais.
** Terapeuta Ocupacional e especialista em
Gerontologia Social pela Universidade
Federal de Minas Gerais.
*** Terapeuta Ocupacional pela
Universidade Federal de Minas Gerais.
2
A intervenção da Dança
em mulheres pós-
tratamento de câncer de
mama e suas relações com
a qualidade de vida.
Fatima Ribeiro Ferreira
Mestre em
Gerontologia Biomédica pelo
Programa de Pós-Graduação
da Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul
3 Efeitos funcionais da
prática de dança em idosos
Paulo Costa Amaral*; André
Bizerra **;
Eliane Florêncio Gama***;
Maria Luiza de Jesus
Miranda***;
*Mestrando em Ciências do
Envelhecimento pela USJT,
**Mestrando em Educação Física pela
USJT,
***Docente do Mestrado em Ciências do
Envelhecimento e Educação Física pela
USJT
4
A Influência da Dança do
Ventre nos sintomas
depressivos em idosas da
comunidade
Bruna Perez Broadbent
Hoyer*;
Vanessa Jesus Rodrigues
Teodoro*;
Sheila de Melo Borges**;
*Fisioterapeuta pela Universidade Santa
Cecilia (UNISANTA). Santos (SP);
**Docente do curso de Fisioterapia da
Universidade Santa Cecília (UNISANTA)
Santos (SP).
Quadro 3 – Produções científicas tendo como temática, a dança como instrumento de
mensuração no período de 2005-2015.
Titulo Autores Formação
1 Dança: uma interação
entre o corpo e a alma dos
idosos.
Mônica de Ávila Todaro
Mestre em Gerontologia pelo Programa de
Pós-Graduação da Faculdade de Educação
da UNICAMP
2 Dança de salão, funções
executivas e memória em
idosos institucionalizados
Antônio Carlos de Quadros
Junior
Mestre em Ciências da Motricidade pela
Universidade Estadual Paulista, Rio Claro,
São Paulo.
3 Efeitos do exercício nos
parâmetros do andar de
idosas.
Jozilma de Medeiros
Gonzaga
Doutora em Ciências da Motricidade pela
Universidade Estadual Paulista, Rio Claro,
São Paulo.
4 Influência do exercício
físico sobre indicadores
antropométricos e
pulmonares em idosas
Sandra Emília Benício
Barros
Doutor em Ciências da Motricidade pela
Universidade Estadual Paulista, Rio Claro,
São Paulo.
5 Atividade física e Andreza Giuliane Guim 1 Terapeuta ocupacional, do Centro
34
desempenho em tarefas de
funções executivas em
idosos saudáveis: dados
preliminares
arães Moreira1, Leandro
Fernandes Malloy-Diniz2,
Daniel Fuentes3, Humberto
Correa4,5,
Guilherme Menezes Lage6
Municipal de Atenção Domiciliar em Saúde
(Cemads), Nova Lima, MG.
2 Professor doutor do Departamento de
Psicologia da Faculdade de Filosofia e
Ciências Humanas da Universidade Federal
de Minas Gerais (Fafich/UFMG).
3 Professor doutor da Unidade de Psicologia
e Neuropsicologia do Instituto de
Psiquiatria do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo (IPq-HCFMUSP).
4 Professor doutor do Serviço de Psiquiatria
do Hospital das Clínicas da UFMG.
5 Professor doutor do Departamento de
Farmacologia do Instituto de Ciências
Biológicas da UFMG.
6 Professor mestre da Faculdade de
Ciências da Saúde da Universidade
FUMEC. Doutorando em Neurociências
pela UFMG.
6 Efeito na Dança de Salão
no Perfil Lipídico de
IDOSAS hipertensas
Cadastrada na Unidade de
Saúde da Família da Bela
Vista, Vitória de Santo
Antão–PE.
Osinez Barbosa de Oliveira Mestre em Saúde Humana e Meio Ambiente
pela Universidade Federal de Pernambuco.
7
Ansiedade e parâmetros
funcionais respiratórios
de idosos praticantes de
dança
Adriana Coutinho de
Azevedo Guimarães[a],
Aline Pedrini[b], Darlan
Laurício Matte[c],
Fernanda Guidarini
Monte[d],
Silvia Rosane Parcias[e]
[a] Doutoranda da Faculdade de
Motricidade Humana da FMH-UTL da
Universidade do Estado de Santa Catarina -
Brasil,
[b] Acadêmica do Curso de Fisioterapia
pela UDESC, Florianópolis, SC - Brasil,
[c] Doutorando em Ciências Médicas,
Mestre em Ciências do Movimento Humano
Florianópolis – Brasil.
[d] Doutoranda em Atividade Física e Saúde
da Universidade Federal Santa Catarina
(UFSC), Florianópolis, SC - Brasil,
[e] Doutora em Neurociências,
coordenadora do Núcleo de Atividade
Física, Gerontomotricidade Florianópolis
SC – Brasil.
8
Impacto das danças de
salão na pressão arterial,
aptidão física e qualidade
de vida de idosas
hipertensas.
Flavio Campos de Morais Mestre em Saúde Humana e Meio Ambiente
pela Universidade Federal de Pernambuco.
9
Influência da dança na
força muscular de
membros inferiores de
idosos
Joseane Rodrigues da
Silva*;
Aline Corrêa Bisognin**;
Patrícia Ogliari***;
* Fisioterapeuta, Docente do curso de
Fisioterapia da Universidade Estadual do
Oeste do Paraná, Mestre em Gerontologia
pela PUC-SP.
35
Karen Andrea
Comparin****;
Eduardo Alexandre
Loth*****;
**** Fisioterapeuta, Docente do curso de
Fisioterapia da Universidade Estadual do
Oeste do Paraná, Mestre em Linguagem e
Sociedade pela
Unioeste/PR.
** Fisioterapeuta formada pela
Universidade Estadual do Oeste do Paraná.
*** Fisioterapeuta formada pela
Universidade Estadual do Oeste do Paraná.
***** Fisioterapeuta, Docente do curso de
Fisioterapia da Universidade Estadual do
Oeste do Paraná, Mestre em Distúrbios da
Comunicação
Humana pela UFSM/RS.
10
Dança e aderência à
atividade física de idosos
na cidade de Piracicaba -
SP
Lia Carla Gordon Leme
Mestre em Educação Física pela Faculdade
de Ciências da Saúde da Universidade
Metodista de Piracicaba – UNIMEP
11
Efeito de três modalidades
de atividade física na
capacidade funcional de
idosos
Deisy Terumi Ueno*
Sebastião Gobbi*
Camila Vieira Ligo
Teixeira*
Émerson Sebastião*
Alexandre Konig Garcia
Prado**
José Luiz Riani Costa*
Lilian Teresa Bucken
Gobbi*
*Instituto de Biociências, Universidade
Estadual Paulista – Rio Claro.
**Department of Kinesioloy and
Community
Health, University of Illinois at Urbana -
Champaign - USA.
12
Centro Cultural Cartola:
um estudo sobre
envelhecimento e
migração com alunos de
dança de Salão
Marcia Fraga Sampaio Mestre em Psicologia Social pela
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
13
Efeitos de um programa
de danças de salão sobre o
equilíbrio, função
muscular, controle
postural e funcionalidade
associados ao risco de
quedas em idosas.
Christina Paramustchak
Cruz Cepeda
Doutora em Educação Física do Programa
de Pós-Graduação em Educação Física, do
Setor de Ciências Biológicas da
Universidade Federal do Paraná.
14
Capacidade funcional
submáxima e força
muscular respiratória entre
idosas praticantes de
hidroginástica e dança:
um estudo comparativo
Isabella Martins de
Albuquerque1;
Alessandra Emmanouilidis2;
Talita Ortolan2;
Dannuey Machado
Cardoso3;
Ricardo Gass2;
Renan Trevisan Jost2;
Dulciane Nunes Paiva3;
1 Departamento de Fisioterapia e
Reabilitação. Universidade Federal de Santa
Maria. Santa Maria, RS, Brasil.
2 Curso de Fisioterapia. Universidade de
Santa Cruz do Sul. Santa Cruz do Sul, RS,
Brasil.
3 Departamento de Educação Física e
Saúde. Universidade de Santa Cruz do Sul.
Santa Cruz do Sul, RS, Brasil.
15
Efetividade da fisioterapia
associada à dança em
idosos saudáveis:
ensaio clínico aleatório.
Natália Mariano Barboza1;
Eduardo Nascimento
Floriano1;
Bruna Luísa Motter1;
Hospital Universitário. Universidade
Estadual de Londrina. Londrina, PR, Brasil.
36
Flávia Cristina da Silva1;
Suhaila Mahmoud Smaili
Santos1;
16
Influência de um
programa sistematizado de
danças circulares em
aspectos
psiconeuroimunológicos
de idosos cuidadores de
indivíduos com doença de
Alzheimer.
Danilla Icassatti Corazza
Doutora em Ciências da Motricidade pela
Universidade Estadual Paulista, Rio Claro,
São Paulo.
17
Prática regular de dança:
relação com qualidade de
vida, autoimagem,
autoestima e sintomas
depressivos em mulheres
pós-menopáusicas de um
grupo de convivência.
Zilda Maria Coelho
Montenegro
Doutora em Gerontologia Biomédica pela
Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul.
18
Baile de Idosos: Relação
entre o nível de atividade
física e marcadores de
risco para
desenvolvimento de
doenças cardiovasculares
Fernanda Christina de Souza
Guidarini
Doutora em Educação Física pela
Universidade Federal de Santa Catarina.
19
O benefício
da dança sênior em
relação ao equilíbrio e às
atividades de vida diárias
no idoso
Aline Felipe Gomes da
Silva,
Andréa Marques Berbel.
Curso de Fisioterapia da Universidade Nove
de Julho (UNINOVE) – São Paulo (SP),
Brasil.
20
Estudo Controlado da
força muscular e
equilíbrio de idosas
participantes da ala das
baianas de escola de
samba
Marcos Maurício Serra Mestre em Ciências pela Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo.
Quadro 4 – Produções científicas tendo como temática, a dança como recurso
etnográfico, no período de 2005-20015.
Titulo Autores Formação
1
Motivos e Sentidos da
Dança da Terceira Idade
na Cidade de Presidente
Prudente-SP
Arminda Maria Maluf
Mestre em Psicologia pela
Faculdade de
Ciências e Letras do Campus
de Assis,
Universidade Estadual
Paulista.
2 Biodança como processo
de renovação existencial
do idoso: análise
etnográfica
Barbara Pereira D‟Alencar
Doutorado em enfermagem
pela Escola de Enfermagem
de Ribeirão Preto e Escola de
Enfermagem de São Paulo.
3 Autoconceito do idoso e
biodança: Uma Relação
Possível
Noeme Cristina Alvares de
Carvalho
Mestre em Gerontologia pela
Universidade Católica de
Brasília
37
4 Baila Comigo: os velhos
que dançam na Praça de
Poços de Caldas
Terêsa Cristina Alvisi
Mestre em Gerontologia pela
Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo.
5 Corpo, maturidade e
envelhecimento.
o feminino e a emergência
de outra estética através
da dança.
Marcela dos Santos Lima
Mestre em Artes Cênicas
pelo Programa de Pós-
Graduação em Artes Cênicas
da Escola de Teatro,
Universidade Federal da
Bahia.
6 Atividade física, Educativa
e de Dança: Um estudo
dos valores pessoais dos
consumidores idosos.
Luciana Torres Souza Kelly
Mestrado em Administração
pela Universidade Estácio de
Sá – UNESA Professor da
Universidade Barra Mansa –
UBM
7
Influência da dança no
aspecto
biopsicossocial do idoso
Gleice Branco Silva
Marcelo de Almeida Buriti
Mestranda do Programa
Stricto Sensu em Ciências do
Envelhecimento, da
Universidade São Judas
Tadeu, São Paulo.
Docente do Programa Stricto
Sensu em Ciências do
Envelhecimento da
Universidade São Judas
Tadeu, São Paulo.
8 Problematizando
articulações entre gênero,
sexualidade e
envelhecimento: Um
estudo com mulheres
frequentadoras de bailes na
cidade de Fortaleza
Karoline Sampaio Nunes
Barroso
Mestre em Psicologia pela
Universidade de Fortaleza –
UNIFOR.
38
V. COREOGRAFIA: A DANÇA COMO RECURSO TERAPÊUTICO
ntendemos a dança como recurso terapêutico quando esta – com foco no corpo
biológico - auxilia no processo de reabilitação, facilita a independência pessoal
e promove melhora na funcionalidade e qualidade de vida. Os recursos
terapêuticos podem ser físicos, manuais ou mecânicos, sendo atividades,
objetos, técnicas e métodos, utilizados com o objetivo de auxiliar durante o processo de
reabilitação. A escolha dentre eles está em equilibrar as necessidades da pessoa pela
qual o recurso será aplicado ao conhecimento do profissional, que poderá utilizá-lo um
ou vários recursos terapêuticos, objetivando auxiliar e em alguns casos substituir
tratamentos farmacológicos.
Entre os trabalhos identificados que trabalharam com esta perspectiva, estão:
O artigo intitulado “Dança sênior: um recurso na intervenção terapêutico
ocupacional junto a idosos hígidos” (CASSIANO; SERELLI; FONSECA ;
TORQUETTI e CÂNDIDO, 2006), apresenta por meio de relato de caso e
levantamento de literatura, a dança sênior como um recurso na intervenção terapêutico-
ocupacional para a promoção de saúde em idosos hígidos. Os autores partem do
pressuposto que a dança sênior é uma atividade grupal que envolve música e atividade
física, trabalhando o corpo por meio de coreografias criadas com músicas instrumentais
e movimentos ritmados. O artigo relata uma pesquisa que teve como objetivo a
E
1. Dança sênior: um recurso na intervenção terapêutico ocupacional junto
a idosos hígidos
2. A intervenção da Dança em mulheres pós-tratamento de câncer de
mama e suas relações com a qualidade de vida.
3. Efeitos funcionais da prática de dança em idosos
4. A Influência da Dança do Ventre nos sintomas depressivos em idosas da
comunidade
39
estimulação cognitiva e sensório-motora, favorecendo a autoestima e a integração do
grupo.
A dança sênior foi realizada uma vez por semana junto aos idosos do Projeto
“Vale a pena viver”, vinculado à Universidade Federal de Minas Gerais que, após um
ano de aplicação, cada sujeito deu um depoimento de sua percepção quanto à sua
participação na atividade, cruzando-o com os achados encontrados na busca no
MedLine a fim de uma interlocução. Os autores verificaram os benefícios da utilização
da dança sênior como recurso terapêutico, concluindo que esta propicia atividade física,
lazer, ludicidade, estimulação cognitiva, desenvolvimento da coordenação motora,
autoestima e socialização. Verificaram ainda que os ganhos obtidos com o uso contínuo
da dança nas esferas física, cognitiva e social contribuem para a promoção da percepção
da qualidade de vida dos participantes, sugerindo que a dança sênior pode ser utilizada
para facilitar a socialização, o conhecimento corporal, estimular a criatividade, a
memória e a coordenação motora.
Seguindo a mesma classificação, temos a dissertação “A intervenção da dança
em mulheres pós-tratamento de câncer de mama e sua relação com a qualidade de vida”,
de Fátima Ribeiro Ferreira (2012), que nos traz a incidência do câncer de mama
associada à pessoas com idade avançada e a qualidade de vida (QV) como um
importante aspecto a ser considerado no processo de envelhecimento. A autora acredita
na relevância em estudarmos novas opções de intervenção na QV de mulheres pós-
tratamento de câncer de mama e nos apresenta a utilização da dança, como alternativa
de recurso terapêutico.
O objetivo principal da pesquisa de Ferreira foi avaliar a associação entre a
intervenção da dança e a QV de mulheres com câncer de mama, assim como a
percepção de dor e a expressão de coerção na decisão do tratamento. A autora analisou
15 mulheres com idades de 50 a 79 anos, pacientes ambulatoriais da Oncogenética,
Oncologia e Mastologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) que
participaram de uma intervenção de 13 sessões de 1h30min semanais de dança de salão.
Utilizou instrumentos validados para avaliar a qualidade de vida (WHOQOL – Bref e
Fact B), escala de expressão de coerção e escala análogo visual de dor. Após a
intervenção de dança foi utilizada a técnica de grupos focais para avaliar
qualitativamente a vivência das participantes do estudo.
40
Ferreira observou, assim, que os resultados quantitativos não apresentaram
diferenças estatisticamente significativas na comparação dos períodos antes e depois da
intervenção de dança. Contudo, os dados qualitativos evidenciaram mudanças
relevantes relatadas pelas próprias participantes em termos de dor, integração social e
autoestima, concluindo que os relatos apresentados pelas pacientes evidenciaram a
importância atribuídos a dança, que permitiu conjugar a realização de atividades físicas
com a interação social.
Nessa mesma linha da dança como recurso terapêutico, o artigo intitulado
“Efeitos funcionais da prática de dança em idosos”, de Amaral; Bezerra; Gama;
Miranda (2014), analisam os efeitos funcionais da prática de dança em idosos abordados
na literatura científica. Para o levantamento científico, os autores utilizaram as palavras-
chave “elderly”, combinação com os termos “dance” e “functional effects”, na base de
dados Pubmed, de 2003 a 2013.
Os autores selecionaram oito artigos, nos quais verificaram que a prática de
dança estava presente nos estudos relacionados à Doença de Parkinson, predominando a
utilização dos testes de Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson (Unified
Parkinson Disease Rating Scale-Motor) e Escala de Equilíbrio de Berg (Berg Balance
Scale), destacando melhoras significativas no equilíbrio dos participantes dos
programas de dança, e a predominância do ritmo tango na maioria dos estudos. Os
autores concluíram que programas de dança voltados aos idosos provocam melhoras
significativas na capacidade funcional de seus participantes, principalmente aos idosos
portadores da Doença de Parkinson, destacando a variável equilíbrio.
O próximo artigo tem como título “A influência da dança do ventre nos sintomas
depressivos em idosas da comunidade”, de Bruna Perez Broadbent Hoyer; Vanessa
Jesus Rodrigues Teodoro; Sheila de Melo Borges (2015). Elas realizaram um estudo do
tipo ensaio clínico randomizado “cego” (avaliador independente), em um Centro de
Convivência (CECON), localizado no bairro da Caneleira na cidade de Santos (SP), por
um período de sete semanas, sendo a primeira para avaliação inicial / antes da
intervenção (T0); cinco semanas, para intervenção; e a última semana, para a avaliação
final/após a intervenção (T1).
Foram estudadas 14 idosas divididas de forma aleatória (conforme ordem de
chegada no CECON) em Grupo I (controle; n=7) e Grupo II (intervenção; n=7). Foram
incluídos neste estudo, idosas com idade igual ou superior a 60 anos, do sexo feminino,
41
e sedentárias há pelo menos seis meses, sendo excluídas aquelas que tivessem déficit
cognitivo segundo nota de corte do Mini-Exame do Estado Mental (MEEM),
impossibilidade de marcha, impossibilidade de ficar em ortostatismo, portadoras de
deficiência visual / auditiva importante ou sem correção, recusa, ou não interesse, em
participar da pesquisa, bem como a desistência de participar da intervenção e/ou
reavaliação (T1).
Os resultados desse estudo mostraram que a Dança do Ventre influenciou
positivamente o estado psicológico das idosas, por meio da melhora de sintomas
depressivos no grupo de intervenção. Verificaram que a Dança do Ventre na terceira
idade proporciona inúmeros benefícios, sendo um deles a diminuição de sintomas
psicossomáticos. A dança como atividade terapêutica pode ser eficaz na redução dos
sintomas depressivos e na melhora do desempenho nas atividades de vida diária,
podendo ser uma alternativa terapêutica para uma população que permanece
sintomática. Dessa maneira, o exercício pode atuar como agente antidepressivo em
idosos com depressão menos graves. Portanto, as autoras assinalam que a introdução de
uma atividade de dança, como a Dança do Ventre em centros de convivência para
idosos pode contribuir em aspectos que vão além dos possíveis benefícios físicos,
esperados por uma intervenção com atividade física, corroborando com estudos
anteriores, como os de Thoren et al. (1990).
As autoras ressaltam que, apesar de pouco tempo de intervenção, a Dança do
Ventre teve um efeito positivo em relação a sintomas depressivos e ainda foi possível
observar um marcador qualitativo sobre sentimentos positivos durante a intervenção e
avaliação finais (reavaliação), quando as idosas relataram sentirem-se mais alegres,
mais leves, com menos dores, e até mais dispostas em decorrência da atividade proposta
durante a intervenção com a dança. Dessa maneira, elas sugerem estudos com maior
número de participantes, maior tempo de intervenção, bem como estudos de seguimento
(follow up) para melhor avaliação dos resultados, utilizando a terapia com dança para
melhora de sintomas depressivos na população idosa.
As autoras concluem que a Dança do Ventre influenciou positivamente o relato
de sintomas depressivos em idosas sedentárias usuárias de centros de convivência;
sendo assim, pode ser uma possibilidade de tratamento não farmacológico para
mulheres com sintomas depressivos, bem como para a manutenção do estado de humor
na população envelhecida.
42
Alternativa positiva
Analisando as quatro pesquisas, verificamos que a dança como recurso
terapêutico pode ser uma alternativa positiva no auxílio ao tratamento de algumas
patologias como câncer de mama, doença de Parkinson e depressão, como também na
melhora das capacidades e habilidades funcionais de idosos saudáveis.
Observamos que todos os estudos proporcionaram ganhos que transpuseram a
esfera dos benefícios físicos e das melhoras nos quadros patológicos, uma vez que
contribuíram – por meio do conhecimento e da valorização do corpo –, com
significativas mudanças que favoreceram a autoestima, a socialização e a percepção de
qualidade de vida dos participantes. Dessa forma, tais estudos contribuem para a
autonomia e empoderamento das pessoas mais velhas na sociedade atual.
Verificamos ainda que a área da Gerontologia esteve presente em três dos
quatros estudos, sendo a área de conhecimento que mais se aproximou do olhar para a
dança como recurso terapêutico. Dentre os estudos, o método de pesquisa qualitativo foi
escolhido pela maioria das autoras. Verificamos também que os quatro trabalhos foram
realizados somente por mulheres, sendo três deles artigos, e uma dissertação. As
palavras-chave que se sobressaíram nas pesquisas foram: Dança; Idoso;
Envelhecimento; Terapia – nessa ordem. A única dissertação, “A intervenção da Dança
em mulheres pós-tratamento de câncer de mama e suas relações com qualidade de
vida”, está vinculada à uma instituição de ensino Particular em Porto Alegre, em
seguida artigos das regiões de Passo Fundo (RS) e São Paulo.
Verificamos ainda que em relação ao ano da pesquisa, estas foram elaboradas
nos anos 2006, 2012, 2014 e 2015. É na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) no
12.435, de 2011, que encontramos que um dos objetivos da assistência social está
vinculado à proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à
prevenção de incidência de riscos, especialmente a proteção à família, à infância, à
adolescência e à velhice.
43
Esse olhar de proteção para a velhice, assim como para qualquer outra fase da
vida, pode ter agido como propulsor para as pesquisas nos anos seguintes.
Compreendemos que a arte da dança como recurso terapêutico no auxílio ao tratamento
de câncer de mama, doença de Parkinson e depressão não se limita a ser um exercício,
um divertimento ou jogo, é tratada como uma coisa séria, repetindo Paul Valéry.
VI. COREOGRAFIA: A DANÇA COMO INSTRUMENTO DE MENSURAÇÃO
grande maioria das produções encontradas nesta coreografia utiliza a dança
como aferidor de corpos, mais especificamente da capacidade funcional,
como um instrumento de medida onde são determinados valores que se
relacionam com os ganhos, na maioria das vezes, físicos, trazendo-nos a
ideia de que o corpo tal qual como máquinas, acabam desgastando-se com o uso.
Segue a relação de trabalhos identificados nessa coreografia:
1. Dança: uma interação entre o corpo e a alma dos idosos
2. Dança de salão, funções executivas e memória em idosos
institucionalizados
3. Efeitos do exercício nos parâmetros do andar de
idosas.
4. Influência do exercício físico sobre indicadores
antropométricos e pulmonares em idosas
5. Atividade física e desempenho em tarefas de funções executivas em idosos
saudáveis: dados preliminares
6. Efeito na Dança de Salão no Perfil Lipídico de IDOSAS hipertensas
Cadastrada na Unidade de Saúde da Família da Bela Vista, Vitória de
Santo Antão–PE.
7. Ansiedade e parâmetros funcionais respiratórios
de idosos praticantes de dança
8. Impacto das danças de salão na pressão arterial, aptidão física e qualidade
de vida de idosas hipertensas.
9. Influência da dança na força muscular de membros inferiores de idosos
10. Dança e aderência à atividade física de idosos na cidade de Piracicaba - SP
11. Efeito de três modalidades de atividade física na capacidade funcional de
idosos
12. Centro Cultural Cartola: um estudo sobre envelhecimento e migração com
alunos de dança de Salão
13. Efeitos de um programa de danças de salão sobre o equilíbrio, função
A
44
muscular, controle postural e funcionalidade associados ao risco de quedas
em idosas
14. Capacidade funcional submáxima e força muscular respiratória entre idosas
praticantes de hidroginástica e dança: um estudo comparativo
15. Efetividade da fisioterapia associada à dança em idosos saudáveis: ensaio
clínico aleatório
16. Influência de um programa sistematizado de danças circulares em aspectos
psiconeuroimunológicos de idosos cuidadores de indivíduos com doença
de Alzheimer
17. Prática regular de dança: relação com qualidade de vida, autoimagem,
autoestima e sintomas depressivos em mulheres pós-menopáusicas de um
grupo de convivência
18. Baile de Idosos: Relação entre o nível de atividade física e marcadores de
risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares
19. O beneficio da dança sênior em relação ao equilíbrio e as atividades de
vida diária no idoso
20. Estudo Controlado da força muscular e equilíbrio de idosas participantes da
ala das baianas de escola de samba
Após termos elencado as 20 pesquisas alocadas na coreografia da dança como
instrumento de mensuração, observamos que a ciência da motricidade esteve presente
em cinco delas, sendo a área de conhecimento que mais coreografou. Em seguida, com
quatro coreografias cada uma, foi a vez das disciplinas Educação Física e Fisioterapia.
Dança, envelhecimento e exercício, nessa ordem, foram as palavras chaves mais usadas.
Observamos um número equilibrado entre Teses (6), Dissertações (7) e Artigos (7).
Equilíbrio que não ocorreu no método de pesquisa, pois entre as 20 pesquisas, 13 são
quantitativas, cinco qualitativas, e duas quantitativas e qualitativas. O mesmo ocorreu
entre o sexo dos pesquisadores, foram 11 pesquisas realizadas por mulheres, cinco por
homens e mulheres e apenas quatro pesquisadores homens. Essa diferença também é
encontrada na prática da dança que até hoje sofre preconceitos do sexo masculino.
Talvez, por esse motivo que a dança de salão seja a modalidade mais pesquisada, por
ser ela inclusiva na questão de sexo e na sociabilização, proporcionando prazer e
diversão a seus praticantes.
São Paulo e Paraná foram os Estados com o maior número de produções
acadêmicas: São Paulo, com sete, e Paraná com seis. Os anos de 2011 e 2014
apresentaram um número maior de publicações, totalizando oito pesquisas, seguidos de
2010 e 2013, com um total de seis pesquisas. As instituições públicas foram as que mais
fomentaram as pesquisas usando a dança como instrumento de mensuração, totalizando
45
11 produções, enquanto as privadas foram responsáveis pela produção de apenas duas
pesquisas.
Na linha da dança como instrumento de mensuração, a dissertação intitulada
“Dança: uma interação entre o corpo e a alma dos idosos”, de Monica de Avila Todaro
(2001), teve como objetivo avaliar os efeitos de um programa de dança a partir do
pressuposto de que a qualidade de vida na velhice interessa a todos os profissionais que
acreditam que essa fase da vida pode ser favorecida por oportunidades educacionais e
sociais. A pesquisa considerou a dança como atividade física e de expressão, sobre o
estado funcional e o bem-estar físico, psicológico e social de idosos sedentários.
O estudo contou com a participação de 40 sujeitos institucionalizados, com
idade entre 60 e 89 anos, sendo 14 homens e 26 mulheres, que viviam no Asilo São
Vicente de Paula, localizado na cidade de Atibaia, SP. 100% dos sujeitos eram
funcionalmente independentes em Atividades da Vida Diária3 (AVD) e Atividades
Instrumentais da Vida Diária4 (AIVD), e não praticavam atividade física com
regularidade. O delineamento da pesquisa envolveu pré-teste e pós-teste para os grupos
experimental e controle, e tratamento para o grupo experimental (quatro meses, com
duas sessões semanais de 60 minutos cada). A coleta de dados foi feita com o auxílio de
oito instrumentos, a saber: um questionário sócio-demográfico, escala de satisfação
global com a vida, uma escala de satisfação referenciada a domínios, uma escala de
ânimo, uma escala de sociabilidade, e testes de equilíbrio, flexibilidade e agilidade. As
análises descritivas e não paramétricas dos dados revelaram que a adesão ao Programa
de Dança para Idosos foi de 100%, com a presença de benefícios físicos, psicológicos e
sociais relatados ao nível de significância de 5%, quando a comparação foi feita entre os
grupos e entre os dois momentos.
A autora concluiu que a aderência ao Programa de Dança para Idosos foi plena e
que a dança produziu benefícios físicos, psicológicos e sociais nos idosos sedentários,
melhorando sua qualidade de vida.
3 As AVDs são aquelas consideradas rotineiras, como alimentação, vestir e despir, banho e higiene pessoal. Vale
lembrar que com o envelhecimento, as dificuldades para executar tarefas rotineiras e manter um comportamento
social aceitável podem ser frequentes. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/ape/v19n1/a07v19n1.pdf>. Acesso
em: 25 set. 2016. 4 As AIVD são as habilidades do idoso para administrar o ambiente em que vive e inclui as seguintes ac ões: preparar refeic ões, fazer tarefas domésticas, lavar roupas, manusear dinheiro, usar o telefone, tomar medicac ões, fazer compras e utilizar os meios de transporte. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/ape/v19n1/a07v19n1.pdf>.
Acesso em: 25 set. 2016.
46
Na dissertação intitulada “Dança de salão, funções executivas e memória em
idosos institucionalizados”, Antônio Carlos de Quadros Junior (2008) afirma que o
envelhecimento provoca declínios físico e/ou cognitivo. Assinala ainda que algumas
consequências da institucionalização de pessoas idosas parecem influenciar
negativamente suas esferas física e cognitiva, geralmente já prejudicadas. No entanto,
aponta que o exercício aeróbio pode beneficiar ambas as esferas. A pesquisa foi dividida
em Estudo #1 (transversal) e Estudo #2 (longitudinal).
O estudo teve como principal objetivo realizar o perfil de nível de atividade
física, independência funcional básica, funções executivas, memória e estado cognitivo
geral de idosos moradores de instituições de longa permanência para idosos de Rio
Claro (SP), e analisar possíveis efeitos de um programa de Dança de Salão nestas
variáveis.
Como resultado, a pesquisa concluiu que os idosos institucionalizados
apresentam perfis preocupantes, sugerindo programas de intervenção, não somente
física, mas também cognitiva. Ainda assinala que a dança de salão é efetiva como
tratamento não farmacológico, beneficiando a cognição e a funcionalidade dos mesmos.
A tese “Efeitos do exercício nos parâmetros do andar de idosas” de Jozilme
Medeiros Gonzaga (2010) teve como objetivo estudar o padrão que o andar sofre com a
idade devido a alguns fatores inerentes ao envelhecimento como diminuição da
mobilidade, do equilíbrio e da capacidade funcional.
O exercício físico se apresenta como uma alternativa capaz de reduzir esses
efeitos e, consequentemente, produzir mudanças nos parâmetros do andar e na
capacidade funcional, repercutindo em melhora na mobilidade e na independência
funcional. As características do exercício, como tipo, frequência e intensidade, que
podem melhor favorecer estas mudanças ainda não estão claramente definidas.
Assim, o trabalho foi desenvolvido em dois estudos, com os seguintes objetivos:
Estudo 1) comparar os efeitos de diferentes tipos de exercício nos parâmetros
cinemáticos do andar de idosas, considerando as características antropométricas, a
capacidade funcional e o nível de atividade física; e 2) avaliar os parâmetros do andar
de idosas sedentárias antes e após o envolvimento em um programa de exercícios
generalizados, considerando também as características antropométricas, a capacidade
funcional e o nível de atividade física, conforme o Estudo 1.
47
Participaram do Estudo 1, 56 idosas que foram agrupadas de acordo com o
envolvimento, a mais de 6 meses, em: dança, musculação, hidroginástica, caminhada e
um grupo de idosas inativas, sem envolvimento em exercício físico por pelo menos 02
meses. Participaram do Estudo 2, 32 mulheres acima de 60 anos, sedentárias, recrutadas
em grupos de terceira idade, sendo que 17 delas atenderam aos critérios de inclusão.
Para o Estudo 2, foi desenvolvido um Programa de Exercícios Generalizados
(PEG) durante 4 meses, incluindo atividades de aquecimento, alongamento, dança,
musculação e atividades recreativas, com ênfase nos componentes da capacidade
funcional (resistência aeróbia, força muscular, coordenação motora, flexibilidade e
equilíbrio corporal). Para os dois estudos, foram mensurados o nível de atividade física
(Questionário de Baecke), a capacidade funcional (Bateria da AAHPERD) e os
parâmetros cinemáticos do andar (comprimento da passada e do passo, duração e
velocidade da passada, cadência e duração das fases de suporte simples, balanço e duplo
suporte).
Os resultados do Estudo 1 revelaram que o nível de atividade física do grupo
controle foi diferente dos demais grupos que praticam atividades físicas. Em relação à
capacidade funcional, apenas o componente força apresentou diferenças entre os grupos,
indicando que o grupo controle difere do grupo musculação. Quanto às variáveis do
andar, o grupo controle foi estatisticamente diferente apenas do grupo dança, tanto no
comprimento do passo como no comprimento da passada.
Os resultados do Estudo 2 mostraram que o PEG foi efetivo na redução da dobra
cutânea tricipital, no aumento do nível de atividade física geral, na melhora de todos os
componentes da capacidade funcional e dos parâmetros temporais do andar (duração e
velocidade da passada, cadência, duração do suporte simples e duplo da passada). Em
ambos os estudos, houve um forte relacionamento entre as variáveis temporais e
espaciais do andar e as variáveis demográficas e estruturais. Esses resultados permitiram
concluir que o exercício generalizado, com controle da intensidade e frequência, foi
mais efetivo em promover mudanças positivas no padrão de andar do que a prática de
apenas um tipo de exercício.
A autora da tese “Influência do exercício físico sobre indicadores
antropométricos e pulmonares em idosas”, Sandra Emília Benício Barros (2010) escreve
que o envelhecimento promove mudanças nos diversos sistemas, especialmente
musculoesquelético e cardiopulmonar. Descreve ainda que exercícios físicos regulares
48
melhoram o condicionamento cardiorrespiratório, modificam as dimensões corporais e
neuromusculares, amenizando o impacto do envelhecimento na capacidade funcional.
Com o objetivo de analisar os efeitos do exercício físico sobre indicadores
pulmonares e antropométricos em idosas, dois estudos foram realizados pela autora. O
Estudo 1 observou os efeitos da especificidade do exercício sobre indicadores
antropométricos e pulmonares em idosas. 40 mulheres acima de 60 anos compuseram
quatro grupos (Sedentárias, Hidroginástica, Musculação e Dança). O Estudo 2 verificou
os efeitos de um Programa de Exercícios Generalizados (PEG) em indicadores
antropométricos e pulmonares em mulheres sedentárias entre 60 a 78 anos. Participaram
do estudo 32 mulheres, que compuseram dois grupos: Controle e Intervenção. Para
ambos os estudos, foram analisadas as variáveis antropométricas (Índice de Massa
Corpórea, circunferência muscular do braço e panturrilha, dobra cutânea tricipital e
relação cintura / quadril); nível de atividade física e função pulmonar.
No Estudo 2, as participantes foram reavaliadas após 4 meses de intervenção. No
Estudo 1, para o nível de atividade física, houve diferenças quanto à especificidade do
exercício (p ≤ 0,001) entre Sedentárias e demais grupos, assim como entre
Hidroginástica e dois grupos (Dança e Musculação). Na mobilidade torácica axilar,
houve diferenças entre o grupo Musculação e dois grupos (Sedentárias e Dança) (p≤
0,05). As diferenças também aconteceram para mobilidade torácica xifóide entre
Musculação e os demais grupos (p ≤ 0,05). Quanto a CVF e VEF1, ocorreram
diferenças respectivamente, entre sedentárias e praticantes de Hidroginástica (p=0,013 e
p=0,015) e Musculação (p=0,027 e p=0,034). Para o Estudo 2, ocorreu interação
significativa entre momento e grupo para as variáveis circunferência do braço, atividade
de lazer, FEF25-75%, pressão expiratória máxima e pressões expiratória e inspiratória
máxima endurance.
No Estudo 1, a análise de regressão múltipla mostrou que a dobra cutânea do
tríceps e a relação cintura / quadril explicaram variáveis pulmonares. No Estudo 2,
variáveis pulmonares foram explicadas pela dobra cutânea do tríceps (pré e pós
intervenção), Índice de Massa Corpórea, circunferência muscular do braço e panturrilha
(pós intervenção). A musculação e a hidroginástica parecem ser atividades físicas que
mais favorecem a função pulmonar de idosas. A prática regular de Musculação
influenciou a mobilidade torácica axilar e xifóide. Idosas praticantes de Hidroginástica e
Musculação apresentaram melhor desempenho para CVF. O PEG influenciou a
49
circunferência do braço, o FEF25-75% e o desempenho nas pressões respiratórias
máximas.
A amostra do estudo foi suscetível aos benefícios do PEG para alguns
indicadores antropométricos e pulmonares. O PEG parece favorecer especialmente os
músculos respiratórios por meio da força e endurance, confirmando o papel do exercício
físico, especialmente o generalizado, em amenizar o impacto do envelhecimento na
capacidade funcional.
No artigo intitulado como “Atividade física e desempenho em tarefas de funções
executivas em idosos saudáveis: dados preliminares” dos autores Andreza Giuliane
Guimarães Moreira; Leandro Fernandes Malloy-Diniz; Daniel Fuentes; Humberto
Correa; Guilherme Menezes Lage, esses escrevem que a atividade física parece exercer
um efeito positivo sobre vários processos cognitivos em idosos. Entretanto, pouco se
sabe sobre o impacto da atividade física sequencial, como a dança, sobre as funções
executivas dos idosos.
Os autores tiveram como avaliar a relação entre o tipo de atividade física
praticada e o desempenho em tarefas de funções executivas em idosos. Participaram do
estudo 35 idosos entre 60 e 69 anos de idade. O grupo controle (GC) foi composto por
idosos sedentários; o grupo ativos (GA) foi composto por idosos praticantes de
atividade física; o grupo dança (GD) foi composto por idosos praticantes de atividade
física idêntica ao GA acrescido da prática de dança sênior. Após uma triagem inicial,
todos os participantes foram submetidos a testes de funções executivas. Os resultados
preliminares encontrados sugerem uma especificidade da atividade física sobre o
desempenho de determinadas funções executivas. A perspectiva é de que com uma
maior amostra esses achados sejam mantidos.
Seguindo na mesma linha da dança como instrumento de mensuração, temos a
dissertação intitulada “Efeito na dança de salão no perfil lipídico de idosas hipertensas
cadastradas na Unidade de Saúde da Família da Bela Vista, Vitória de Santo Antão–
PE”, de Osinez Barbosa de Oliveira (2011). Segundo o autor, a dislipidemia é um
quadro clínico caracterizado por concentrações elevadas de lipoproteínas no sangue e
configuram um importante fator de risco às doenças cardiovasculares. A adoção de
comportamentos saudáveis é uma abordagem de redução da dislipidemia e,
consequentemente, de proteção cardiovascular.
50
O estudo usou a dança de salão para observar o seu efeito no perfil lipídico de 21
idosas portadoras de hipertensão arterial sistêmica, usuárias do serviço público de saúde
no município de Vitória de Santo Antão. A metodologia utilizada foi do tipo descritiva e
longitudinal com abordagem quantitativa. Inicialmente foi testada a normalidade dos
dados através do teste de Kolmogorov Smirnov, seguido de uma análise descritiva por
meio de média e desvio padrão, valores mínimos e máximos. Posteriormente, foi
aplicado uma correlação de Pearson e comparação Anova entre as variáveis estudadas.
As análises foram realizadas no Programa SPSS versão 18.0. O nível de
significância utilizado na decisão dos testes estatísticos foi de 5,0%. A idade das idosas
variou de 60 a 85 anos com média de 68,14 ± 6,91 anos. Os resultados mostraram que
os triglicerídeos reduziram-se aos valores desejáveis. O nível de satisfação das idosas
que participaram das atividades de grupo foi bastante elevado, desse modo melhorando
sua compreensão de si mesmas, das suas relações e do meio em que vivem.
O artigo “Ansiedade e parâmetros funcionais respiratórios de idosos praticantes
de dança” das autoras Adriana Coutinho de Azevedo Guimarães; Aline Pedrini; Darlan
Laurício Matte; Fernanda Guidarini Monte; Silvia Rosane Parcias (2011) trabalhou a
ansiedade como um diagnóstico comum encontrado em idosos e que se associa
comumente a anormalidades respiratórias. Ligado ao envelhecimento encontra-se
também o sedentarismo, o qual é um importante fator de risco para diversas patologias.
Partindo da premissa que a prática de atividade física regular melhora a ansiedade e a
condição cardiorrespiratória, os pesquisadores verificaram que, entre os tipos de
atividades físicas, a dança destaca-se como uma boa opção para os idosos. O artigo
descreve os parâmetros respiratórios de idosas praticantes de dança quando comparadas
com idosas sedentárias e a influência da prática regular de dança sobre a ansiedade.
Foram avaliadas 18 idosas, divididas em dois grupos: praticantes de dança
(grupo G1) e sedentárias (grupo G2). Nos grupos G1 e G2, foram aplicados o inventário
de ansiedade traço-estado IDATE, a cirtometria, a espirometria e a manovacuometria,
além de ser utilizado o questionário de Baecke modificado para idosos, apenas para o
grupo G2, a fim de garantir o sedentarismo dos participantes. Foi realizada a estatística
descritiva para sintetizar os dados.
As participantes do grupo G1 apresentaram valores superiores em relação à
ansiedade-estado e à pressão expiratória máxima. A cirtometria em nível basal foi maior
nas participantes do grupo G1, enquanto em nível xifoide foi maior nas idosas do grupo
51
G2. Todas as participantes obtiveram valores de espirometria dentro da normalidade,
sem diferenças entre os grupos. Os pesquisadores observaram nas idosas que praticam
dança de forma regular menor nível de ansiedade-traço, valores adequados de pressão
expiratória máxima e maior valor na cirtometria em nível basal.
O “Impacto das danças de salão na pressão arterial, aptidão física e qualidade de
vida de idosas hipertensas”, dissertação de Flavio Campos de Morais (2011), apresenta
o acréscimo da população de idosos, e observa o significativo aumento na incidência de
várias doenças que comprometem a qualidade de vida e autonomia desse segmento da
população. Dentre as doenças crônico-degenerativas a hipertensão arterial sistêmica é
apontada como um dos fatores de risco mais significativo para o desenvolvimento de
doenças do aparelho cardiovascular, atingindo cerca de 65% de pessoas acima de 60
anos.
Em contrapartida, o autor aponta que mudanças no estilo de vida, incluindo
programas de exercício físico regular, assumem um papel de destaque na relação saúde-
doença, diminuindo a incidência e prevenindo várias doenças decorrentes do processo
de envelhecimento. Segundo o autor da pesquisa, o exercício físico apresenta vários
benefícios para as pessoas idosas, como: diminuição dos níveis pressóricos, melhora da
capacidade aeróbica, da flexibilidade, do equilíbrio e da força muscular. No entanto,
assinala que o tipo de atividade tem que ser prazerosa para haver uma maior adesão ao
programa de exercícios. Por isso o autor esclarece que estudos deixam evidente a
importância das danças de salão como forma de terapia, auxiliando o bem estar mental,
emocional, no equilíbrio, e na força muscular, repercutindo positivamente na qualidade
de vida dos mais velhos.
O estudo contou com a participação de 29 idosas, com idade média de 68,03 ±
6,15 anos, cadastradas no Programa Saúde da Família do Bairro da Bela Vista, zona
urbana, da cidade de Vitória de Santo Antão, no qual foi verificado o efeito das danças
de salão sobre a pressão arterial, assim como a associação do resultado de testes de
aptidão física (senior fitness test) com a percepção da qualidade de vida das
participantes. Para cálculo estatístico foi realizada uma análise descritiva, aplicou-se o
teste t de student pareado, correlação de spearman‟s e análise de regressão linear
múltipla. A normalidade dos dados foi testada por meio do teste kolmogorov-Smirnov,
e o nível de significância adotado foi de p < 0,05.
52
De acordo com o autor, todas as análises foram realizadas no statistical package
for the social Science. Os resultados da pesquisa demonstraram efeito hipotensor agudo
da pressão sistólica (p= 0, 0003) e pressão diastólica (p= 0, 0442) e efeito hipotensor
crônico da pressão sistólica basal (p=0, 002). Foi verificada uma melhora no
desempenho no teste de caminhada de 6 minutos, após 17 semanas de aulas de dança de
salão (p= 0, 0060). O autor descreve que as idosas apresentaram bons escores de
qualidade de vida para todos os domínios (psicológico, social, físico e ambiental) e o
domínio ambiental teve maior influência no domínio global de qualidade de vida das
participantes (cho = 0, 63).
“Influência da dança na força muscular de membros inferiores de idosos”, artigo
de Silva, Bisognin, Ogliari, Comparin (2011), resultado de estudo que avaliou a
influência da dança na força muscular de membros inferiores de idosos. A pesquisa, de
caráter quali-quantitativo, contou com 10 sujeitos idosos de ambos os sexos, que
praticaram aulas de dança de salão durante 12 semanas. A avaliação, realizada antes e
após esse período, foi composta por questionário com dados pessoais e anamnese, teste
de levantar e sentar em 30 segundos e entrevista semi-estruturada com pergunta
norteadora em relação à percepção de força muscular.
A pesquisa utilizou como análise quantitativa o teste estatístico T Pareado, com
nível de significância de p<0,05%. Na análise qualitativa, foram utilizados
direcionamentos propostos por Minayo (1994). A força muscular mensurada através do
teste de sentar e levantar em 30 segundos, demonstra que 4 participantes tiveram
diminuição e 6 tiveram aumento no número de movimentos completos executados no
teste, mas não houve diferença significativa estatisticamente entre os valores antes e
após a intervenção (P=0,1934). O discurso dos participantes demonstrou, porém, que
houve melhora perceptiva do idoso quanto à força muscular e também da mobilidade,
jovialidade e autoestima.
Os autores sugerem que o efeito da dança, praticada na frequência utilizada no
estudo, causa maior efeito no bem-estar e na esfera psicossocial do indivíduo do que na
força muscular mensurável. Concluíram que a atividade lúdica em fisioterapia, realizada
através de exercícios em grupo, traz benefícios; porém, não deve ser uma atividade
isolada, mas sim associada a um treino específico para ganho de força muscular voltado
às necessidades de idosos.
53
Outro estudo que também focou a aderência resultou na dissertação “Dança e
aderência à atividade física de idosos na cidade de Piracicaba – SP”, autoria de Lia
Carla Gordon Leme (2012). A autora explica que na cidade, a dança é uma das
atividades mais procuradas pelos idosos. No entanto, ela assinala que estudos sobre esta
população e dança referem-se apenas a experiências na terceira idade e não ao longo da
vida. Por isso sua investigação teve como objetivo verificar se a prática da dança ao
longo da vida contribui para a aderência à atividade física na velhice e se esta prática
contribui para a melhoria da qualidade de vida e de condições de saúde. A autora ainda
visou averiguar como os idosos da cidade aprenderam a dançar e como eles se sentem
dançando.
A pesquisa contou com a participação de 55 pessoas com mais de 60 anos de
idade, frequentadores da Associação dos Grupos de Terceira Idade de Piracicaba
(AGTIP), e moradores e frequentadores do Lar dos Velhinhos de Piracicaba, no Estado
de São Paulo. Os idosos foram divididos em quatros grupos, independentemente da
instituição de procedência, sendo: G1 (que dançavam, há no mínimo 39 anos
consecutivos, e atualmente realizavam esta atividade por duas ou mais vezes na
semana); G2 (idosos que dançavam, há no mínimo 39 anos consecutivos, e realizavam
esta atividade menos de duas vezes na semana); G3 (idosos que realizavam outro
exercício físico atualmente, por duas ou mais vezes na semana) e; G4 (idosos que
realizavam outro exercício físico, menos de duas vezes por semana ou não realizavam
exercício físico sistemático).
Para verificação do nível de aderência à atividade física a autora aplicou o
Questionário Internacional de Atividades Físicas (IPAQ), versão curta. Fez também um
questionário sobre a prática de atividade física, questões que foram inseridas dentro da
Ficha de Saúde. A qualidade de vida foi verificada com o uso do questionário de
qualidade de vida – WHOQOL-BREF. Ela também analisou as variáveis: escolaridade,
tabagismo, etilismo e frequência de visitas ao médico através da ficha de saúde.
A autora realizou também entrevistas semi-estruturadas, com perguntas abertas
sobre a dança na história de vida das pessoas dos grupos G1 e G2. Os dados dos
questionários foram apresentados através da estatística descritiva. Para análise
estatística foram aplicados o Teste de Kruskal Wallis, teste de Dunn, teste de Qui-
quadrado, teste de Correlação Linear de Spearman.
54
De acordo com a autora, os resultados do estudo se somam a outros achados na
literatura nos quais foi estabelecida a correlação entre o nível de atividade física e a
qualidade de vida de idosos. Segundo ela, em todos os grupos, ocorreu relação entre os
aspectos físicos e sociais referente à qualidade de vida percebida, sendo que o aspecto
mais prejudicado da qualidade de vida foi o do meio ambiente.
Leme explica que os grupos que praticam exercício físico duas ou mais vezes
por semana foram classificados como sendo os mais ativos se comparados aos outros
dois grupos, o que era esperado. Segundo ela, os idosos dançantes apresentaram um
nível de atividade física similar aos de idosos que praticavam outros tipos de exercício
físico. Ela conclui que a dança contribui para a aderência ao exercício físico ao longo da
vida e que auxilia na manutenção desta prática na velhice.
Leme verificou que entre os principais motivos que levaram os idosos a
aderirem à dança estão os sentimentos positivos produzidos, o que contribui para que
continuem a dançar. Outro motivo importante para a aderência é que as pessoas têm
uma visão do baile e da dança como um evento social, e isto as incentiva a buscarem os
locais onde possam participar de eventos de dança; e não como um exercício físico.
Analisar e comparar os efeitos de três modalidades de atividade física: atividade
física geral, dança e musculação, na capacidade funcional de idosos foi o objetivo do
artigo “Efeitos de três modalidades de atividade física na capacidade funcional de
idosos”, dos autores Deisy Terumi Ueno; Sebastião Gobbi; Camila Vieira Ligo
Teixeira; Émerson Sebastião; Alexandre Konig Garcia Prado; José Luiz Riani Costa;
Lilian Teresa Bucken Gobbi (2012). A amostra foi composta por 94 idosos com idade
média de 64,06 ± 7,38 anos, que participavam do PROFIT. Para a avaliação foi utilizada
a bateria de testes da AAHPERD, da qual se obtém os níveis de flexibilidade,
coordenação, agilidade e equilíbrio dinâmico, resistência de força e resistência aeróbia
geral, antes e após quatro meses de intervenção.
Os resultados apontaram de uma maneira geral uma manutenção nos níveis dos
componentes da capacidade funcional. Os participantes do grupo atividade física geral
obtiveram melhora dos resultados nos componentes: resistência de força, agilidade e
equilíbrio dinâmico. Os autores concluíam que a prática de atividade física regular e
sistematizada, independentemente da modalidade, pode ter influência positiva no
desempenho funcional de idosos, podendo preservar sua independência e autonomia.
55
Outra dissertação, intitulada “Centro Cultural Cartola: um estudo sobre
envelhecimento e migração com alunos de dança de Salão”, de Marcia Fraga Sampaio
(2013), organizada a partir de dois eixos temáticos: envelhecimento e migração foi
realizada tendo por base a teoria de cunho social que a fundamenta e a elaboração das
entrevistas com alunos da aula de dança de salão do Centro Cultural Cartola, localizado
no Complexo da Mangueira, na cidade do Rio de Janeiro.
Essa pesquisa teve como objetivo primordial verificar como o grupo se beneficia
dos recursos oferecidos pela instituição através das oficinas de dança de salão no
processo de construção do envelhecimento. A primeira observação foi constatar que
havia, ao lado da motivação do prazer proporcionado pela dança, um estímulo quanto à
preservação da saúde. Paralelamente, na hora da elaboração do perfil dos
frequentadores, foi observado que expressivo percentual do grupo era de migrantes,
fator que veio a integrar os dados. Como metodologia a autora privilegiou a pesquisa
participativa, cujo principal recurso foi a pesquisa de campo, com coleta de dados e
análise das entrevistas realizadas.
Outra investigação na mesma linha da dança como instrumento de mensuração,
é a tese de doutorado intitulada “Efeitos de um programa de danças de salão sobre o
equilíbrio, função muscular, controle postural e funcionalidade associados ao risco de
quedas em idosas”, de autoria de Christina Paramustchak Cruz Cepeda (2013). A
pesquisa assinala logo de início que o envelhecimento está associado ao declínio
gradativo das funções dos sistemas muscular, sensorial e nervoso. Assinala que
alterações no sistema neuromuscular geralmente são expressas pela redução da massa e
força muscular, que associados a alterações dos sistemas de controle postural podem
interferir na estabilidade postural e na capacidade em realizar atividades funcionais que
são essenciais para a independência, qualidade de vida e bem estar do idoso.
Aponta que a prática de exercício regular têm sido uma das estratégias para
minimizar os declínios físicos que acompanham o envelhecimento. Nesse sentido, o
estudo teve como objetivo analisar a influência de um programa de danças de salão de
intensidade baixa / moderada sobre a arquitetura muscular, função muscular, controle
postural (estático e dinâmico) e funcionalidade em idosas com diferentes níveis iniciais
de força (maior e menor desempenho muscular).
A pesquisa contou com a participação de 47 mulheres com idade entre 60 e 75
anos, sendo que 15 delas desistiram de participar do programa de danças de salão e
56
foram alocadas para o grupo controle (GC). Para a composição dos grupos
experimentais (n=32), as participantes foram classificadas pelo pico de força dos
músculos extensores dos membros inferiores (extensores do quadril, joelho e
plantiflexores) através do algoritmo de Cluster k-Means, e formados o grupo de maior
desempenho muscular (GMAD, n=15) e grupo de menor desempenho muscular
(GMED, n=17). As participantes tiveram a arquitetura muscular dos membros inferiores
(comprimento do fascículo, ângulo de penação e espessura - ultrassonografia), função
muscular dos membros inferiores (pico de torque, taxa de desenvolvimento de torque
em CVIM, ativação voluntária máxima – CAR), equilíbrio (estático e dinâmico – teste
do passo) e funcionalidade (desempenho em testes funcionais e um associado a uma
dupla tarefa) analisadas antes (pré) e após o programa de intervenção (pós).
O período de intervenção compreendeu 8 semanas, 3 sessões semanais com
duração de 60 minutos cada aula. O programa foi composto pelos passos básicos do
Bolero (100 BPM), Forró (120 BPM), Valsa (60 BPM) e música Sertaneja (128 BPM).
As aulas foram padronizadas, sendo que cada um dos ritmos foi ministrado durante duas
semanas. Após o período de intervenção, os resultados mostraram importantes
alterações na arquitetura muscular, aumentos na força e na taxa de desenvolvimento de
torque, redução da falha de ativação voluntária máxima (CAR), melhorias no equilíbrio
estático, no tempo do teste do passo, no desempenho de todos os testes funcionais e no
de dupla tarefa nos dois grupos experimentais (GMAD e GMED).
O artigo “Capacidade funcional submáxima e força muscular respiratória entre
idosas praticantes de hidroginástica e dança: um estudo comparativo”, de Isabella
Martins de Albuquerque; Alessandra Emmanouilidis; Talita Ortolan; Dannuey Machado
Cardoso, Ricardo Gass; Renan Trevisan Jost; Dulciane Nunes Paiva (2013) relata que o
exercício físico é uma estratégia eficaz para prevenir e retardar as perdas funcionais do
envelhecimento, mas há poucos estudos indicando qual a melhor modalidade para
incrementar o status funcional do idoso. O objetivo desse estudo foi comparar a força
muscular respiratória (FMR) e a capacidade funcional submáxima de idosas praticantes
de hidroginástica e dança.
Os autores adotaram como método para esse estudo a avaliação transversal com
idosas do sexo feminino (n=46), praticantes de hidroginástica (Grupo Hidroginástica –
GH; n=23) e dança (Grupo Dança – GD; n=23). Para medida da prática de atividade
física, foi utilizado o International Physical Activit Questionnarie (IPAQ-versão curta);
57
a FMR foi avaliada por meio da pressão inspiratória máxima (PImax) e da pressão
expiratória máxima (PEmax), e a medida da capacidade funcional submáxima, realizada
pelo Teste da Caminhada dos Seis Minutos (TC6m).
As idosas participantes do estudo praticantes de dança evidenciaram maior força
muscular inspiratória e capacidade funcional submáxima, possivelmente devido ao
maior nível de atividade física e também pelo fato de a dança ser uma modalidade
essencialmente aeróbia.
“Efetividade da fisioterapia associada à dança em idosos saudáveis: ensaio
clínico aleatório” dos autores Natália Mariano Barboza; Eduardo Nascimento Floriano;
Bruna Luísa Motter; Flávia Cristina da Silva; Suhaila Mahmoud Smaili Santos (2014),
trata-se de um artigo que relata a efetividade da fisioterapia associada à dança em idosos
saudáveis nos desfechos “equilíbrio”, “flexibilidade” e “agilidade”.
Foi utilizado como método o ensaio clínico aleatório, no qual a amostra foi
composta por 22 indivíduos e posteriormente aleatorizada em dois grupos: controle
(GC; 7M/4H; idade= 74,1±7,3; n=11) e intervenção (GI; 9M/2H; idade= 75,7±7,8;
n=11). Os grupos foram submetidos às seguintes avaliações realizadas no período pré e
pós-intervenção: avaliação do equilíbrio pela Escala de Berg, agilidade pelo Timed Up
and Go test e flexibilidade pelo Banco de Wells (janela aberta e fechada).
Os idosos foram submetidos a um programa de intervenção fisioterapêutica
associada à dançaterapia composto por 16 terapias com duração de 60 minutos e
frequência de duas vezes semanais. A intervenção seguiu um protocolo de evolução
baseado na complexidade dos exercícios e teve como principais objetivos estimular
equilíbrio, independência funcional e alongamento muscular. A análise estatística foi
realizada pelo programa SPSS 15.0. Foram utilizados os testes de Mann-Whitney para a
comparação dos grupos e Wilcoxon para comparar os momentos pré e pós-intervenção,
com significância estatística de 5%.
Como conclusão os autores apresentam que o grupo intervenção apresentou
melhora do equilíbrio (p=0,04), flexibilidade (p=0,01) e agilidade (p=0,03) em relação
ao grupo controle. O grupo controle apresentou melhora nos níveis de flexibilidade
(p=0,01). Sendo assim, o programa proposto se mostrou efetivo para melhora do
equilíbrio, flexibilidade e agilidade nos indivíduos submetidos à intervenção.
58
A tese intitulada “Influência de um programa sistematizado de danças circulares
em aspectos psiconeuroimunológicos de idosos cuidadores de indivíduos com doença
de Alzheimer”, de Danilla Icassatti Corazza (2014), teve como objetivo principal
analisar a influência de um programa sistematizado de danças circulares em aspectos
psiconeuroimunológicos de idosos cuidadores de indivíduos com doença de Alzheimer.
Entre os objetivos específicos perseguidos pela autora estava o de analisar os efeitos de
um programa sistematizado de danças circulares em aspectos psiconeuroimunológicos
de idosos cuidadores de indivíduos com doença de Alzheimer.
Com este estudo a autora observou que o programa sistematizado de danças
circulares em aspectos psiconeuroimunológicos de idosos cuidadores de indivíduos com
doença de Alzheimer teve influência positiva nos níveis de sobrecarga do cuidador e de
estresse, diminuição dos níveis de glicemia, maior magnitude da diminuição dos níveis
de cortisol e razão cortisol/DHEAS, melhor precisão na percepção de tempo e melhoras
de componentes da capacidade funcional. A conclusão do estudo assinala que o
programa sistematizado de danças circulares foi capaz de promover influências
benéficas em aspectos psiconeuroimunológicos de idosos cuidadores de indivíduos com
doença de Alzheimer.
A tese “Prática regular de dança: relação com qualidade de vida, autoimagem,
autoestima e sintomas depressivos em mulheres pós-menopáusicas de um grupo de
convivência de Zilda Maria Coelho Montenegro (2014), avalia a relação entre a prática
regular da dança, qualidade de vida, autoimagem e autoestima em mulheres pós-
menopáusicas e sintomas depressivos em idosas. A tese teve como metodologia ensaio
clínico de abordagem quanti qualitativa, realizado com uma amostra de mulheres pós-
menopáusicas de um grupo de convivência na cidade de Bayeux, PB, Brasil. O estudo
foi realizado em três etapas, a saber: a) avaliação inicial, b) três meses de intervenção
com aulas de dança e c) uma avaliação final.
Foram aplicados os instrumentos: WHOQOL-bref, Questionário de Autoimagem
e autoestima de Stobäus, Escala de Depressão Geriátrica Yesavage, ficha informativa
incluindo dados socioeconômicos e de saúde e um questionário com questões abertas.
Para comparar médias entre os momentos avaliados, foi utilizado o teste t-Student
pareado. Na avaliação de proporções foi utilizado o teste de McNemar. Foi adotado
ainda o nível de significância de 5% (p=0,05) e as análises foram realizadas no
59
programa SPSS versão 18.0. A análise qualitativa foi feita através da técnica de Análise
de Conteúdo, proposta por Bardin.
Neste estudo, participaram 38 mulheres com média de idade de 62,7 ± 7,2 anos,
com predomínio de mulheres casadas, a maioria com ensino fundamental incompleto e
renda, em mediana, de um salário mínimo. Dessas, 73,7% relataram problemas de saúde
sendo a maioria com doenças cardiovasculares. A maioria dos sujeitos acredita que a
dança significa saúde, está satisfeita com o próprio corpo, e apontou que a dança
proporciona bem estar.
Quanto ao domínio social do WHOQOL-bref (p=0,033), houve melhora
significativa. A autoimagem e autoestima, que já eram positivas no início do estudo não
sofreram alteração significativa. O nível de escolaridade se associou significativamente
à adesão à dança. Os sujeitos que mais aumentaram sua AIAE foram os que mais
reduziram os sintomas depressivos (p=0,050). Houve associação positiva
estatisticamente significativa entre as variações do escore geral de QV do WHOQOL-
bref com as variações do escore de AIAE (p=0,043).
Os resultados da pesquisa indicaram que as doenças cardiovasculares são as que
mais atingem as pessoas; que a dança é vista como uma atividade que favorece a saúde
e que proporciona alegria, satisfação e bem estar. Se praticada regularmente, a dança
pode melhorar a qualidade de vida de mulheres pós-menopáusicas, em especial no que
diz respeito ao domínio social. Embora a dança não se mostre eficaz na redução da
sintomatologia depressiva, ela pode favorecer o surgimento de emoções positivas, como
alegria, ânimo, jovialidade e liberdade.
A tese “Bailes de idosos: relação entre o nível de atividade física e marcadores
de risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares”, da autora Fernanda
Christina de Souza Guidarini (2014), relata que as doenças cardiovasculares são causa
de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo. Estratégias para a prevenção das DC
são necessárias no sentido de minimizar a possibilidade de eventos cardiovasculares e
gastos em saúde pelo poder público. Neste panorama, torna-se essencial a busca por
atividades físicas (AF) no intuito de resgatá-las ao contexto da prevenção.
Os bailes proporcionam atividade física de lazer e são bastante frequentados por
idosos. Na região de Florianópolis existe uma ampla e regular oferta de bailes (sete dias
por semana) com longa duração (de 3 a 5 horas). Entretanto, esse local de prática de
60
dança é pouco estudado em pesquisas sobre prevenção de saúde. Assim, a autora
realizou um estudo com objetivo geral de verificar a associação entre a dança praticada
em bailes e o risco de desenvolver doenças cardiovasculares em idosos. Os bailes
elegíveis foram aqueles realizados de forma regular, no período vespertino, nos Centros
Comunitários da Região de Florianópolis. Nestes bailes foram investigados volume e
intensidade da dança praticada por idosas denominadas grupo baile (GB). Um grupo
controle (GC) foi formado por idosas que não frequentavam o baile, mas participavam
de bingos nos mesmos centros comunitários dos bailes. Todas as idosas preencheram o
questionário de caracterização e utilizaram o acelerômetro sete dias durante 10
horas/dia, para mensurar o nível de atividade física semanal.
Foi concluído que as atividades físicas apresentaram associações inversas com
os marcadores de risco cardiovasculares quando realizadas de forma igual ou maior do
que a intensidade leve alta, ou seja, quando classificadas a partir da intensidade
moderada por meio do ponto de corte. Em relação ao volume foi observada a associação
inversa somente com os 150min/semana de AFLMV. Sobre a atividade física realizada
nos bailes, concluiu-se que esta parece contribuir para uma vida mais
ativa e saudável no envelhecimento, tendo este estudo demonstrado volume e
intensidade adequados na A.F dos bailes para proporcionar benefícios à saúde das
idosas.
Também se conclui que as idosas do grupo baile apresentaram menores valores
nos fatores de risco para doenças cardiovasculares quando comparadas as idosas do
grupo controle. A associação inversa entre as intensidades da AF realizada nos bailes
com os valores de NPT sinalizou a necessidade de novas pesquisas para esclarecer
questões de causa e efeito entre essas variáveis.
O artigo “O benefício da dança sênior em relação ao equilíbrio e às atividades de
vida diárias no idoso” das autoras Aline Felipe Gomes da Silva; Andréa Marques Berbel
(2015) relata que com a chegada da velhice, ocorrem mudanças que determinam uma
progressiva perda da capacidade de adaptação do indivíduo, resultando em dificuldades
para manter o equilíbrio ao realizar suas atividades de vida diárias, dificultando a
convivência na sociedade. A dança, por sua vez, proporciona a melhora da capacidade
funcional e dos benefícios psicológicos.
O objetivo das autoras foi avaliar o benefício da dança sênior em relação ao
equilíbrio e às atividades de vida diárias no idoso. Em relação ao método, participaram
61
do grupo de dança sênior 19 idosos entre 60 a 85 anos, que responderam as escalas de
equilíbrio de Berg e de atividades de vida diárias de Lawton. A dança sênior foi
aplicada duas vezes por semana, durante três meses e, ao final desse período, foram
refeitas as duas escalas citadas. As autoras verificaram que a prática de dança sênior
trouxe melhora do equilíbrio e das atividades de vida diárias.
A dissertação intitulada “Estudo controlado da força muscular e equilíbrio de
idosas participantes da ala das baianas de escola de samba”, de Marcos Mauricio Serra
(2015), relata que a dança possibilita a aquisição de habilidades e auxilia na melhora da
capacidade motora, permitindo movimentos mais complexos. O objetivo do trabalho foi
analisar o equilíbrio postural e a força muscular de mulheres idosas que participam de
desfiles no carnaval.
Para a realização do estudo foram recrutadas 110 mulheres, com média de idade
de 67,4 (5,9) anos, divididas em dois grupos. Um grupo de idosas participantes dos
desfiles de carnaval na “Ala das Baianas” (GrBaianas) e um grupo controle que não
realiza tal atividade (Gr-Controle). Foram avaliadas as características
sociodemográficas; clínicas; atividade física; psicocognitivas; equilíbrio postural
dinâmico; força muscular de flexores e extensores de joelho utilizando o dinamômetro
isocinético; força de preensão palmar e avaliação do equilíbrio postural por meio de
uma plataforma de força nas seguintes condições: olhos abertos e olhos fechados. Nas
condições sociodemográficas os grupos foram diferentes no item socioeconômico. De
acordo com o autor não houve diferenças significantes na avaliação psicocognitiva, no
número de quedas, no equilíbrio dinâmico e no equilíbrio postural com olhos abertos e
força muscular de flexores e extensores de joelho. O grupo Baianas apresentou força de
preensão palmar superior ao controle em ambos os membros, houve diferença
significante em todas as variáveis do equilíbrio postural com os olhos fechados.
As condições sociodemográficas, clínicas, funcionais e psicocognitivas e força
de flexores e extensores de joelho não demonstraram diferenças entre os grupos. As
coreografias das dançarinas de samba demonstraram influência no equilíbrio postural
com os olhos fechados, com menores oscilações no sentido anteroposterior e médio-
lateral e maiores amplitudes de deslocamento, velocidade e área de deslocamento nos
dois
sentidos. As baianas apresentaram maior força de preensão palmar que o controle.
62
Na relação saúde-doença, a dança ganha destaque
Verificamos que dança ganha papel de destaque na relação saúde-doença como
uma estratégia não farmacológica para minimizar o declínio físico e cognitivo
decorrente dos efeitos do processo de envelhecimento, assim como para a melhora
funcional e a prevenção de doenças relacionadas ao sistema cardiorrespiratório e
pressão arterial.
Os pesquisadores foram unânimes quanto a satisfação na prevenção de doenças e
também nos quadros clínicos apresentados nas pesquisas. Essa melhora segue
concomitante aos benefícios biopsicossociais onde há relatos de uma diferença positiva
na qualidade de vida dos praticantes, que adquirem maior consciência corporal,
compreensão de si mesmos e do meio, proporcionando bem estar e prazer durante e
após a prática.
63
VII. COREOGRAFIA: A DANÇA COMO RECURSO ETNOGRÁFICO
Dança como Recurso Etnográfico é apresentada aqui por meio de produções
que focam a dança como possibilidade de exercício de cidadania, autonomia
e empoderamento. Entendemos a etnografia como o estudo da cultura dos
povos, a ciência das etnias, inerente a aspectos antropológicos culturais que
estudam os processos de sociabilização.
As pesquisas alocadas nesta coreografia são:
1. Motivos e Sentidos da Dança da Terceira Idade na Cidade de Presidente
Prudente-SP
2. Biodança como processo de renovação existencial do idoso: análise
etnográfica
3. Autoconceito do idoso e biodança: Uma Relação Possível
4. Baila Comigo: os velhos que dançam na Praça de Poços de Caldas
5. Corpo, maturidade e envelhecimento. O feminino e a emergência de outra
estética através da dança
6. Atividade física, Educativa e de Dança: Um estudo dos valores pessoais
dos consumidores idosos
7. Influência da dança no aspecto biopsicossocial do idoso
8. Problematizando articulações entre gênero, sexualidade e
envelhecimento: Um estudo com mulheres frequentadoras de bailes na
cidade de Fortaleza
Foram analisadas cinco dissertações utilizando a dança como recurso
etnográfico, uma tese e dois artigos, totalizando oito produções científicas em que sete
delas tiveram presente o método qualitativo. As pesquisas datam de 2002 a 2015 e as
palavras chaves encontradas com maior frequência foram idosos e dança, nessa ordem.
As instituições públicas, mais uma vez foram palco da maior quantidade de
investigações e as mulheres as responsáveis pela produção de sete pesquisas e apenas
uma foi realizada em conjunto por homem e mulher.
Entre as áreas de conhecimento que coreografaram a dança como recurso
etnográfico destacamos a Gerontologia (3), Psicologia (2), Artes Cênicas (1),
Enfermagem (1) e Administração (1). Observamos que apesar de poucas pesquisas, há
A
64
uma diversidade na área de formação das pesquisadoras em que a dança e o
envelhecimento estão presentes como outra forma de ação, mais humana, mais
autônoma e mais empoderada.
A tese de doutorado intitulada “Motivos e sentidos da dança da terceira idade na
Cidade de Presidente Prudente - SP”, de Arminda Maria Maluf (2002), centrou-se na
busca dos motivos que levam os idosos da cidade, especificamente os bailes do Clube
da Terceira Idade Dona Dalila, a terem a dança de salão como atividade de lazer
preferida. A pesquisadora parte do pressuposto que programas de lazer para a terceira
idade evidenciam a preocupação com a qualidade de vida e bem estar do idoso, chama a
atenção para a necessidade de informações a respeito do processo de envelhecimento e
de lazer da pessoa idosa para a sociedade.
O depoimento de 100 idosos, frequentadores e organizadores dos bailes, assinala
a preferência pela dança, que se dá pela emoção do contato físico e social que ela
proporciona. A autora ressalta que a dança permite a integração, a encenação da fantasia
e a manifestação do desejo de liberdade, reconhecida pelo senso comum sob a
denominação de desejo de prazer. Segundo ela, a prática da dança de salão (bailes), em
programas de lazer do idoso, reintegra o mesmo à sociedade, que se socializa com
outras pessoas, integrando-se em associações e grupos de convivência. Possibilita,
ainda, a discussão de seus problemas em conjunto, e a organizarem-se para lutar por
seus direitos e por melhores condições de vida.
A autora assinala ainda que as características do processo de envelhecimento, os
estereótipos sociais, a construção contínua da identidade, a necessidade de motivação
para uma autoimagem positiva, a importância dos programas de lazer, e,
principalmente, a dança de salão, são pontos abordados na revisão da literatura realizada
e presentes nos resultados dos depoimentos dos sujeitos.
Seguindo na mesma linha da dança como recurso etnográfico, a tese intitulada
“Biodança como processo de renovação existencial do idoso: análise etnográfica”, de
Bárbara Pereira D‟Alencar (2005), busca principalmente, compreender o significado da
Biodança para oito idosos entre os 15 que compõem o grupo de Biodança do SESC de
Fortaleza, Ceará.
O método de investigação caracterizou-se como uma etnografia com a
observação participante registrada em diário de campo, associada às entrevistas. O
65
trabalho de campo teve a duração de um ano e nove meses, com frequência semanal no
ambiente do grupo de convivência que utilizava o sistema Biodança, que tem como
referencial imediato à vida.
A autora convoca Rolando Toro, criador da Biodança, que explica que esta é
como um sistema de integração e desenvolvimento humano, orientado para o estudo e a
expressão das potencialidades humanas induzidas pela música, pela dança, por
exercícios de comunicação em grupo e vivências integradoras. Foi utilizada a análise de
narrativa com base em Paul Ricœur. De acordo com a autora, nas entrevistas, os
significados da Biodança que emergiram do processo de análise e interpretação firmam
a reconstrução do cotidiano dos idosos e a melhora de suas condições de saúde, com o
aumento do ímpeto vital e a vontade de viver; ajuda aos idosos a sentirem-se inseridos
no mundo, em sintonia com a natureza, propicia vivências com autonomia e desperta
projetos existenciais.
D‟Alencar conclui que a Biodança é uma estratégia que fortalece o
enfrentamento das dificuldades e, como tal, estimula a liberdade, amplia o círculo de
relacionamentos, promovendo a acolhida e a solidariedade, incentiva a mudança de
atitudes e comportamentos diante da vida. Nesse sentido, a autora assinala que a
Biodança promove a renovação existencial dos idosos. A pesquisadora relata a
contribuição da Biodança como uma estratégia capaz de promover o cuidado solidário,
passível de ser utilizada e convalidada no processo de cuidado humano, objetivando a
promoção da saúde dos idosos. Nesse sentido ela realça a importância desta estratégia
para a enfermagem trabalhar com o envelhecer saudável.
A Biodança também foi tema da dissertação de Noeme Cristina Alvares de
Carvalho (2006), intitulada “Autoconceito do idoso e biodança: uma relação possível”,
que teve como objetivo investigar de que forma a prática da Biodança pode influenciar
o autoconceito do idoso. Carvalho fez uma pesquisa de campo, na qual realizou
entrevistas semi-estruturadas centradas em questões relacionadas com o envelhecimento
e o autoconceito / Biodança. O método de pesquisa foi o fenomenológico, e a
metodologia teve uma abordagem qualitativa.
Dado o caráter pioneiro do tema da pesquisa, considerou-se que seus resultados
podem contribuir tanto para a área acadêmica, servindo de base para a elaboração de
novas investigações relacionadas ao tema autoconceito/Biodança, como para o trabalho
com idosos, haja vista ter estendido a esses nova perspectiva de recuperação de perdas.
66
A autora assinala que sob esse prisma, a Biodança vivenciada pelos participantes pode
ter contribuído para o resgate de sentimentos, emoções e expressões corporais
relacionados a si próprios, inibidos e/ou reprimidos por circunstâncias diversas,
inclusive decorrentes da presente época. Dá como exemplo: mudança negativa na
representatividade dos idosos em relação às famílias, perdas afetivas, biológicas e
sociais e, principalmente, a redução de espaço no mundo, no qual eles podiam se
expressar com maior liberdade, com menos cobranças ou preconceitos.
“Baila Comigo: os velhos que dançam na Praça de Poços de Caldas”, de Terêsa
Cristina Alvisi (2007), tema de dissertação que se concentrou na reconstrução histórica
e na procura pela aproximação dos sentimentos e atitudes de indivíduos em processo de
envelhecimento, que utilizam a Praça Pedro Sanches de Poços de Caldas (MG) como
espaço para a dança.
A pesquisa, de múltiplas abordagens, partiu da categorização de significados
universais para significados singulares: a formação das cidades e das praças ao longo da
história da humanidade, do Brasil e da cidade de Poços de Caldas. Além de categorizar
a velhice do conceito universal e no modo singular como cada indivíduo envelhece.
Projetado como estudo qualitativo, a pesquisa de Alvisi utilizou como recursos
metodológicos relatos orais e a observação participante. Alvisi escolheu como
participantes de sua investigação indivíduos que frequentam com assiduidade e se
destacam nos bailes realizados na Praça de Poços de Caldas, sendo dois homens e duas
mulheres, colhendo depoimentos dos mesmos.
A autora apresenta em seu trabalho como as praças se tornaram locais de
apropriação e convivência de pessoas velhas; singularizou a história da formação e da
criação de espaços significativos da cidade de Poços de Caldas; e abordou conceitos de
identidade, subjetividade, tempo e espaço, envelhecer na cidade contemporânea, lazer e
envelhecimento e o corpo que envelhece que se movimenta e que dança. No capítulo
nomeado “Baila Comigo”, Alvisi analisou os velhos que dançam na praça. Como num
baile, o estudo de Alvisi está repleto de movimentos, impressões e interpretações.
“Corpo, maturidade e envelhecimento. O feminino e a emergência de outra
estética através da dança”, de Marcela dos Santos Lima (2009), realizada na Bahia,
baseou-se na análise histórica, social, fenomenológica, visando refletir a imposição de
uma estética tradicional que se incide sobre a cena artística e limita a duração da
carreira da artista da dança. A autora teve como foco de estudo o corpo feminino, tendo
67
em vista o espaço que vem sendo requisitado por intérpretes criadoras com mais de 40
anos e a verificação de uma produção artística consistente de personalidades da dança
contemporânea no Brasil. A metodologia utilizada no estudo de Lima envolveu os
procedimentos de pesquisa teórica, bibliográfica e videográfica, além de entrevistas.
Lima, ao escrever que “em uma sociedade como a nossa, que acredita que a
dança é o espaço da apresentação de corpos jovens e virtuosos, ou seja, que
correspondem a um padrão corporal “ideal” reforçado pela cultura midiática”, busca
“pensar a possibilidade de uma estética que permita a visibilidade e valorização do
corpo maduro em cena” (2009, p.99).
O estudo de Lima reflete sobre as reais possibilidades e perspectivas
profissionais para a bailarina com mais de 40 anos se perpetuar em seu fazer artístico
fora dos padrões estabelecidos e seus estereótipos. Segundo a autora, a bailarina precisa
continuar produzindo, criando, dançando, assim como todo artista. Diz que esse é o seu
trabalho, sua escolha que, “durante toda a sua trajetória, lhe deu uma percepção do
mundo e de si mesma” (p.130). Fato que é demonstrado em vídeo a partir de registros
de trabalhos realizados por algumas intérpretes veteranas brasileiras. Para a autora, um
“outro corpo” na dança, isto é, um corpo maduro, “é uma outra forma de ação no mundo
e assim o próprio universo da dança se amplia” (p.134).
O artigo intitulado “Atividade física, educativa e de dança: um estudo dos
valores pessoais dos consumidores idosos”, de Luciana Torre Souza Kelly (2011),
apresenta como objetivo principal identificar os valores pessoais dos consumidores
idosos dos serviços de atividades física, educativa e de dança, sob o aspecto
motivacional hedônico e utilitário. A autora adotou o modelo de cadeia meios-fim de
Gutman (1982), o qual sugere que a pesquisa deve utilizar uma abordagem qualitativa
através da entrevista em profundidade no levantamento dos dados e da análise de
conteúdo. Uma fase da metodologia é quantitativa, decorrente da tabulação das
consequências e valores em tabelas, visando construir os mapas hierárquicos, os quais
se constituem em diagramas de frequência. Kelly registra que por meio dos resultados
indicados nos mapas hierárquicos de valor foi observado que os valores e benefícios
associados à participação em cada atividade são tanto de interesse individual quanto
coletivo, e tanto de natureza hedônica quanto utilitária.
A autora constatou através dos resultados, a identificação de valores
convergentes e divergentes apontando o perfil heterogêneo do consumidor idoso
68
indicando que a cultura, as vivências, as experiências e as realidades atuais corroboram
para a manifestação de um valor pessoal característico na sua vida. E nas situações de
compra e utilização de serviços, apresentam como meta a aquisição de novas amizades e
a experimentação de momentos variados (com novidades) na vida diária.
Seguindo na mesma linha da dança como recurso etnográfico, o artigo
“Influência da dança no aspecto biopsicossocial do idoso” de Gleice Branco Silva e
Marcelo de Almeida Buriti (2012) tem como proposta fornecer dados que possam
contribuir significativamente durante o processo de envelhecimento, acompanhando a
influência da dança nos seus aspectos biopsicossociais. O objetivo principal dos autores
foi avaliar a percepção subjetiva da qualidade de vida de idosos, de ambos os gêneros, e
a influência de um programa de dança.
A participação dos idosos em sessões de aulas de dança apresentou melhora nos
escores do WHOQOL-Old nas facetas “Intimidade”, “Morte e Morrer”, “Participação
Social”, “Atividades Passadas, Presentes e Futuras”, “Autonomia” e “Funcionamento
do Sensório” entre o pré e pós-intervenção em ambos os sexos.
Karoline Sampaio Nunes Barroso (2015) em sua dissertação “Problematizando
articulações entre gênero, sexualidade e envelhecimento: um estudo com mulheres
frequentadoras de bailes na cidade de Fortaleza” analisou elementos da produção
discursiva sobre envelhecimento e implicações de gênero e sexualidade a partir de
representações sociais da velhice utilizando o espaço dos bailes de dança.
Ela justificativa sua pesquisa ao encontrar respaldo nas difusas representações e
práticas sociais que tutelam os sujeitos idosos, marcando-os como sujeitos incapazes,
assexuados, frágeis e decadentes. Outros elementos importantes nesta contextualização,
segundo ela, referem-se ao crescente aumento da expectativa de vida da população
brasileira, juntamente com o avanço da medicina estética, à maior acessibilidade aos
cuidados em saúde e às tecnologias voltadas ao desempenho sexual. Para a autora, esses
avanços têm ensejado que as pessoas mantenham boas condições físicas e cognitivas
por maior tempo.
Os resultados apresentados foram produzidos a partir de aproximações com as
abordagens etnográficas e interlocuções com mulheres idosas participantes dos bailes
dançantes na modalidade “por contrato” ou “ficha” (que pagam pelos serviços de
homens dançarinos). Os espaços acionados na pesquisa foram clubes tradicionais na
69
cidade de Fortaleza – CE – que promovem semanalmente as modalidades de bailes
supracitados. Os dados da pesquisa foram tratados a partir da Análise de Discurso –
inspirada nas teorizações foucaultianas.
Segundo ela, as mulheres idosas ocupam estes espaços de sociabilidades
dançantes com liberdade e autonomia, sem medo, sem olhares regulatórios da
sociedade, locais com possibilidade de vivenciar o prazer e a felicidade e que
proporcionará oportunidades de desfrutar novas emoções. Os resultados produzidos
possibilitaram produção de categorias que apresentam evidências da articulação do
processo de envelhecimento entre gênero e sexualidade como elementos importantes na
construção da velhice e na produção dos modos de vida e experiências sociais e
culturais das mulheres idosas.
Entrando nos territórios das velhices
Essa coreografia mostra, enfim, a entrada da dança nos territórios da velhice,
como principal campo de trabalho, dando-se por meio do contato mais profundo e
prolongado dos pesquisadores com o envelhecer dos participantes na tentativa de
compreender a complexidade do longeviver. Assim como o etnógrafo, os autores destas
pesquisas foram instrumentos ao se enveredarem pela dança a fim de explorar o
envelhecimento humano.
São eles que nos dizem que as modalidades de dança de salão com foco nos
“Bailes” e na Biodança foram as mais frequentes, apresentando-nos como uma proposta
de um envelhecer saudável, capaz de promover um cuidado solidário passível de ser
utilizado e convalidado no processo de cuidado do envelhecer humano.
A dança como recurso etnográfico prioriza a reintegração social, a autoimagem
positiva sem o estereótipo que se faz do velho doente e limitado, preocupa-se com o
resgate da expressão corporal do homem, muitas vezes inibida pela condição física atual
ou social. Manifesta o desejo de liberdade por meio da emoção do contato físico e
social. Propicia a discussão em conjunto de problemas inerentes ao grupo, ao indivíduo,
à sociedade. Ajuda o idoso no enfrentamento às dificuldades e à mudança de
comportamento diante da vida.
70
REVERENCIA FINAL
pós os adágios e allegros do envelhecimento na dança, concluímos que tanto
o artigo que nos serviu como inspiração5 para esta investigação, quanto os
resultados obtidos a partir desta pesquisa, nos levam a afirmar que a dança
vem sendo trabalhada como agente transformador necessário para melhora
da qualidade de vida durante o envelhecer.
Ela restaura e mantém a autonomia inerente ao ser que muitas vezes é esquecida
devido às limitações físicas e sociais, proporcionando benefícios biopsicossociais para a
pessoa que envelhece.
Verificamos que a dança como recurso terapêutico pode ser uma alternativa
positiva no auxílio ao tratamento de algumas patologias, como também na melhora das
capacidades e habilidades funcionais de idosos saudáveis.
Observamos ganhos que transpuseram a esfera dos benefícios físicos e das
melhoras nos quadros patológicos, uma vez que contribuíram - através do conhecimento
e da valorização do corpo -, com significativas mudanças que favoreceram a autoestima,
a socialização e a percepção de qualidade de vida dos participantes.
A dança como instrumento de mensuração, também ganha destaque na relação
saúde-doença, pois é usada como uma estratégia não farmacológica para minimizar o
declínio físico e cognitivo decorrente dos efeitos do processo de envelhecimento, assim
como para a melhora funcional e a prevenção de doenças relacionadas ao sistema
cardiorrespiratório e pressão arterial.
As pesquisas levantadas mostraram unanimidade quanto à satisfação na
prevenção de doenças e também nos quadros clínicos.
Essa melhora segue concomitante aos benefícios biopsicossociais onde há
relatos de uma diferença positiva na qualidade de vida dos praticantes, que adquirem
maior consciência corporal, compreensão de si mesmos e do meio, proporcionando bem
estar e prazer durante e após a prática.
5 Envelhecimento e dança: análise da produção científica na biblioteca virtual de saúde. Rev. bras. geriatra.
gerontologia. vol.16 no.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2013. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v16n1/a19v16n1.pdf> . Acesso em: 25 set. 2016.
A
71
A dança como recurso etnográfico mostra, enfim, a entrada da dança nos
territórios da velhice, como principal campo de trabalho, dando-se por meio do contato
mais profundo e prolongado dos pesquisadores com o envelhecer dos participantes na
tentativa de compreender a complexidade do longeviver. Aqui a dança é apresentada
como uma proposta de um envelhecer saudável, capaz de promover um cuidado
solidário passível de ser utilizado e convalidado no processo de cuidado do envelhecer
humano.
A dança como recurso etnográfico prioriza a reintegração social, a autoimagem
positiva sem o estereótipo que se faz do velho doente e limitado, preocupa-se com o
resgate da expressão corporal do homem, muitas vezes inibida pela condição física atual
ou social. Manifesta o desejo de liberdade por meio da emoção do contato físico e
social. Propicia a discussão em conjunto de problemas inerentes ao grupo, ao indivíduo,
à sociedade. Ajuda o idoso no enfrentamento às dificuldades e à mudança de
comportamento diante da vida.
Concluímos que a prática da dança como recurso terapêutico e instrumento de
mensuração, contribui para o resgate da autonomia da pessoa mais velha, uma vez que
há consenso entre os pesquisadores – maioria na área da saúde – sobre seu papel
significativo nos ganhos biopsicossociais que transpõem a esfera dos benefícios físicos
e das melhoras nos quadros patológicos. Mas ao priorizar a dança como reintegração
social, preocupando-se com o resgate da expressão corporal e com a subjetividade do
sujeito que envelhece, a dança como recurso etnográfico potencializou sua contribuição
no resgate do empoderamento.
Analisando os benefícios da dança, observamos que os mesmos se distanciam de
qualquer outra atividade de interação social fazendo com que a experiência vivida no
corpo de quem dança seja única, possibilitando releituras e descobertas que
transformam e libertam, devolvendo ao sujeito a “propriedade de si”, que durante o
envelhecer é paulatinamente esquecida devido as limitações biológicas, psicológicas ou
sociais, limitações que carimbam o corpo velho como um corpo doente, que se prepara
para a morte. Corpo fora dos padrões, impostos tanto pelo universo da dança como pela
cultura social que valoriza o corpo como protagonista da vida limitando assim a própria
arte praticada no envelhecer.
72
Por esta contraposição entre o “ser” do velho e o “corpo” do velho é que
precisamos de profissionais que coreografem a velhice com o que ela abriga de mais
especial, “a vida”.
Fazendo do envelhecimento na dança, outra forma de ação, mais humana, mais
autônoma, mais empoderada, mais próxima do real. Dando ao corpo, o papel de
coadjuvante e não mais de protagonista na dança e na arte da vida.
Ao eleger a “vida do velho” como protagonista, o “corpo do velho” passa a ser
apenas o cenário que abriga a dança e que por meio da sua prática, revela a beleza, e a
sensibilidade do ser velho e não do estar velho com essa ou aquela limitação. E assim a
dança usa a arte para interferir na vida não apenas de quem dança como também no
olhar de quem prestigia - independente das limitações que este corpo abriga – toda
beleza da dança no envelhecer. Contudo, entre as pesquisas levantadas, não
encontramos nenhuma que tenha desenvolvido uma metodologia para a dança como
instrumento artístico direcionada para o publico que envelhece e escolhe esta arte
como um desejo de nova aprendizagem na velhice.
Quem sabe esta pesquisa não inspire outras que foquem no “método”?
Assim o espetáculo “o envelhecimento na dança”, fecha as cortinas desejando
um “Feliz Corpo Velho” à todos bailarinos e bailarinas que escolhem a dança como um
caminho para sentir a vida e sua existência no mundo possibilitando a continuidade de
um olhar artístico e por que não profissional para a dança no envelhecer?
Esperamos com esse estudo contribuir para futuros espetáculos no cenário do
envelhecimento, onde a dança seja utilizada como uma linguagem metodológica que
liberta, transforma, viabiliza e valoriza o corpo maduro, ampliando reciprocamente o
universo da dança e do envelhecer.
73
PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS
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