Plano Estadual de Contingência para Enfrentamento de Desastre e
Emergência em Saúde Pública por Enchentes.
Plano Estadual de Contingência para Enfrentamento de Desastre e
Emergência em Saúde em Saúde Pública, por Enchentes, Inundações e
Alagamentos.
Gledson de Lima Cameli
Governador do Estado do Acre
Alysson Bestene Lins
Secretária Estadual de Saúde
Elaboração
Secretaria de Estado de Saúde
Diretoria de Vigilância Em Saúde
Divisão de Vigilância em Saúde Ambiental
CIEVS
Organização
Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde Ambiental
Marília Carvalho da Silva
Débora Gorete Toscan
Regina Claudia Cavalcante
Cheila Maria Leão de Oliveira
Colaboração
Centro de Informação Estratégica em Vigilância em Saúde
Rosineide Monteiro de Araújo
Marcos Vinícius Malveira de Lima
Eliane Alves Costa
Renata Sonaira Meirelles
SumárioINTRODUÇÃO4Estado do Acre5HISTORICO DE
INUNDAÇÃO5OBJETIVOS GERAIS8OBJETIVOS ESPECIFICOS8DESASTRES E OS
EFEITOS Á SAÚDE HUMANA9DESCRIÇÃO DO CENÁRIO DE RISCO10GESTÃO DE
RISCO11ESTRATÉGIA DO PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA
INUNDAÇÃO12INDICADORES DE MONITORAMENTO DA
EMERGÊNCIA13ESTRATÉGIAS14DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EM
SAÚDE14ESTRATÉGIAS24DIRETORIA DE ATENÇÃO A SAÚDE24GABINETE DO
SECRETÁRIO25Bibliográficas Referencias:27ANEXOS28ANEXO A28ANEXO
B1ANEXO C1
APRESENTAÇÃO
Há uma linha tênue que diferencia enchente, inundação e
alagamento. Por exemplo, estamos diante de um quadro de enchente
quando temos o aumento do nível da água, porém sem que isso gere o
transbordamento.
Quanto à inundação, ela é caracterizada pelo transbordamento.
Este transbordamento inunda a região quando o sistema de drenagem
não dá conta da vazão de chuva.
No que diz respeito ao alagamento, ele é definido pelo acúmulo
de água e o sistema de drenagem sem eficácia ou até mesmo em
falta.
As inundações estão entre as ocorrências mais frequentes que
atingem todas as regiões do País e têm impactos significativos
sobre a saúde das pessoas e a infraestrutura de saúde. É portanto,
essencial que sejam desenvolvidas ações para a organização da
atuação do setor saúde em emergências em saúde pública por
inundação.
Nesse contexto, o Plano de Contingência Estadual para
enfrentamento de desastre e emergência em saúde publica por
inundação tem por objetivo nortear a atuação da Secretaria Estadual
de Saúde do Acre (SESACRE) na resposta às emergências em saúde
pública.
Vale destacar que muitas das atividades a serem executadas
durante a resposta a uma emergência em saúde pública por inundação
competem a outras áreas e setores, daí a necessidade de articulação
intra e interinstitucional, para a definição de responsabilidades e
atuação integrada, no intuito de garantir a segurança e o bem-estar
da população e dos profissionais que atuam na resposta ao
desastre.
Este plano traz a definição das responsabilidades da SESACRE no
desenvolvimento das ações de resposta às Emergências em Saúde
Pública (ESP) por inundação, e está em consonância com os objetivos
do Plano de Resposta às Emergências em Saúde Pública, buscando uma
atuação coordenada no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A
Vigilância ambiental espera assim, subsidiar o fortalecimento da
capacidade de atuação da esfera Estadual do SUS em ESP por
inundações.
Considerando que o Plano Estadual de Contingência para
Enfrentamento de Desastre e Emergência em Saúde em Saúde Pública
por Enchentes, Inundações e Alagamentos tem por objetivo nortear as
ações da SESACRE diante deste contexto, no sentido de dar respostas
as questões que envolvem a Saúde Publica, se faz necessário
repensar como serão desenvolvidas as ações frente a Pandemia do
Covid 19.
Em 3 de fevereiro de 2020 o Ministério da Saúde declarou
emergência em saúde Publica em decorrência da Infecção pelo novo
corona vírus por meio da Portaria MS 188.
Diante da Crise Sanitária, o Governo do Estado do Acre, através
de todas as secretarias de Estado, em especial a SESACRE, seguindo
as diretrizes da OMS e MS, foram os responsáveis pela elaboração
dos protocolos sanitários,
Atualmente o Estado do Acre, está na iminência de sofrer uma
nova inundação, de acordo com as informações repassadas pela Defesa
Civil do Estado e Corpo de bombeiros, podendo agravar ainda mais a
pandemia do covid19, uma vez que muitas famílias necessitam serem
removidas para os abrigos.
Diante deste cenário, todos os atores envolvidos, precisam
pensar as ações durante o período de inundações, considerando o
contexto pandêmico que já é gravíssimo, criando protocolos e
recomendações para as famílias que necessitarem serem removidas
para os abrigos, escolas ou ginásios com vistas a prevenir uma
situação ainda mais grave.
INTRODUÇÃO
Os desastres de origem natural estão se tornado cada vez mais
presente no cotidiano da população brasileira, nos últimos anos.
Quando acometem uma determinada região, refletem um maior
adoecimento na população por agravos diversificados dependendo de
sua magnitude e intensidade, ocorrendo fatores de insalubridade,
adoecimento, contato e/ou consumo de agua contaminada, aglomeração
de pessoas, descontrole ambiental de vetores, exposição a condições
insalubres, dificuldades socioeconômicas, dentre outros.
Os instrumentos de vigilância em saúde ambiental devem permitir
a análise de informações relacionadas ao ambiente e a saúde e
definir indicadores com o objetivo de prevenir e atender a
ocorrência de agravos à saúde. Desta forma para esta área de
atuação da vigilância em saúde ambiental, são utilizados alguns
indicadores de agravos e doenças monitorados pela vigilância
epidemiológica como também por órgãos externos ao setor saúde.
Como forma de melhorar e intensificar as ações de saúde frente
ao impacto dos desastres e seus efeitos imediatos e em longo prazo
sobre a saúde publica, deve-se aprimorar o conceito de
gerenciamento de risco no planejamento das ações de vigilância em
saúde.
Um fator importante para o desenvolvimento dos trabalhos é o
fortalecimento da intersetorialidade, onde a ação conjunta com os
demais órgãos e entidades que atuam em desastres possam exercer a
universalidade do sistema de saúde, visando favorecer a comunicação
integrada e o bem estar.
Denomina-se de contingência a uma situação de incerteza, quanto
a um determinado evento, fenômeno ou acidente, que pode se
concretizar ou não, durante um período de tempo determinado.
Plano de contingência tende a ser elaborado a partir de uma
determinada hipótese de desastre, com o objetivo de organizar o
setor saúde na prevenção, preparação, resposta e reabilitação aos
desastres relacionados à inundação, com a finalidade de otimizar os
recursos necessários à assistência e ao monitoramento da população
atingida, utilizando a arte de dispor os recursos existentes, sejam
eles privados, institucionais, humanos e materiais, previstos e
disponíveis no terreno ou cenário do desastre.
Estado do Acre
O Estado do Acre possui 22 munícipios, com população estimada
para 2019 de 894.000 habitantes, possui uma área de 152.581m² com
uma superfície de 164.221,36 Km², sua densidade geográfica e de
4.47 (hab./Km²), correspondente a 4,26% da Região Norte e a 1,92%
do território nacional (IBGE 2010).
O Estado está situado num planalto com altitude média de 200 m,
localizado no sudoeste da Região Norte, entre as latitudes de
-7°06´56 N e longitude - 73º 48' 05"N, latitude de - 11º 08' 41"S e
longitude - 68º 42' 59"S.
Os limites do Estado são formados por fronteiras internacionais
com Peru, Bolívia e por divisas estaduais com os estados do
Amazonas e Rondônia. As cidades mais populosas são: Rio Branco,
Cruzeiro do Sul, Feijó, Tarauacá e Sena Madureira.
A avaliação da temperatura mostra que entre os anos de 2005 e
2016, houve um aumento da média mensal, com um número crescente de
meses com temperatura média mensal superior a 26°C(INMET).
HISTORICO DE INUNDAÇÃO
O Estado do Acre foi atingido por enchentes de grande vulto que
ocasionaram prejuízos de ordem econômica e social. Dentre várias
enchentes ocorridas podem ser citada as de 1972, 1974, 1978, 1982,
1984, 1986, 1988, 1991, 1997, 1999, 2006 e 2008. Grandes enchentes,
causadas por fortes chuvas e que provocam um longo período de
quebra da situação de normalidade em uma determinada região
vulnerável à sua ocorrência e que, em decorrência de sua magnitude,
necessitam de grandes esforços para a minimização dos danos, acabam
por tornarem-se inesquecíveis.
Na Regional do Baixo Acre, o município de Rio Branco (Capital)
apresenta de forma frequente essa modalidade, que independente da
sua magnitude de desastre, tem atingido a população impactando
negativamente na ordem social e econômica da capital do Acre.
Nos últimos 45 anos, a cidade de Rio Branco foi atingida por
várias enchentes/inundações. Alguns desses eventos apresentaram-se
de forma incipiente, outros, foram registrados como acontecimento
de enchentes históricas.
A magnitude e o grau de impacto desses eventos podem ser
classificados a partir de algumas variáveis de referência: o nível
do rio Acre, tempo (dias) de permanência acima da cota de alerta,
número de atingidos, número de desabrigados, custos despendidos
para as ações de resposta (socorro e assistência), danos (humanos,
materiais e ambientais) e prejuízos (Econômicos e sociais).
De início, com base nos dados do nível do Rio Acre em Rio
Branco, disponibilizados pela Agência Nacional de Águas (ANA) e
Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Acre (CEDEC/AC), foi
realizado uma pesquisa, desde 1971 até 2015, com o objetivo de
quantificar a ocorrência das enchentes, bem como qualificar esses
eventos, de acordo com a sua magnitude (nível máximo atingido em
cada ano). Assim, dividiram-se os eventos (enchentes/inundações) na
seguinte escala:
Sem enchente (nível < 14,00m);
Pequena enchente (nível entre 14,00m e 15,00m);
Média enchente (nível entre 15,00m e 16,00m);
Grande enchente (entre 16,00m e 17,00m);
Enchente extraordinária (nível > 17,00
Gráfico 1 - Ocorrência de Enchente em Rio Branco/ Acre no
período de 1971 a 2015.
O gráfico 1 mostra o resultado obtido a partir da estratificação
de anos sem enchente e com enchente. Como mostram nos últimos 45
anos, apenas em 09 (nove) deles não ocorreram enchentes,
representando 20% do período analisado. Por outro lado, em 80% (36
anos), ocorreram enchentes pequena, média, grandes ou
extraordinárias. Vale ressaltar que, tanto para anos com ou sem
enchentes, os eventos ocorreram de forma sequencial ou
intercalada.
Pode-se observar que não existe um padrão para a ocorrência ou
não de enchente, independente da magnitude. A sequência, como
também os intervalos dos eventos são bastante aleatórios.
Na regional do Alto Acre o município que chama atenção é
Brasiléia, distante 232 km de Rio Branco, localizado no sul do
estado do Acre. Sua área é de 3.916,507 km²(5,46 h/km²), fronteira
com a Bolívia e tem limites com o município de Epitaciolândia.
O município em 2015 ficou com praticamente 95% da área urbana
coberta pela enchente, registrando a pior cheia da história da
cidade naquele ano. O nível do manancial atingiu 14,85 metros,
marca superior à registrada em 2012 (14,77). Vale lembrar que a
Cota de Alerta é 9,80 m e a Cota de Transbordamento é 11,40m.
Na regional do Juruá, Cruzeiro do Sul segundo maior municipio do
Estado, localizado na região noroeste do estado de Acre, na margem
esquerda do rio Juruá, a 648 km por via terrestre da capital
do estado Rio Branco pela rodovia BR-364. Faz divisa com
o estado do Amazonas (norte); com os municípios
de Porto Walter (ao sul), Tarauacá (a leste), com os
municípios de Mâncio Lima, Rodrigues Alves e com
o Peru (a oeste).
A maior cota registrada no Rio Juruá foi de 14,18 metros em
1995, sendo a Cota de Alerta 11,80 m e a Cota de Transbordamento
13,00 m, nos anos de 2017 e 2018.
OBJETIVOS GERAIS
Organizar o setor saúde na prevenção, preparação, resposta e
reabilitação, aos desastres relacionados à
enchentes/inundação/alagamentos, com a finalidade de otimizar os
recursos necessários à assistência e ao monitoramento da população
atingida.
OBJETIVOS ESPECIFICOS
· Promover a ações permanentes, a partir de orientações às
unidades de saúde do Estado e dos Municípios;
· Prevenir ou minimizar danos, a fim de assistir as populações
atingidas, atuando na iminência ou situação de desastre;
· Identificar, direcionar e fortalecer ações de atenção integral
à saúde da população atingida por desastres, incluindo a atenção
psicossocial;
· Intensificar a articulação e integração intersetorial;
· Estabelecer fluxo de comunicação dialógica e fortalecer a
participação social.
· Reduzir a exposição da população e dos profissionais de saúde
frente aos impactos que esses eventos podem causar.
· Fortalecer a capacidade de preparação dos serviços de saúde
para responder aos possíveis impactos.
· Aumentar a resiliência da população e da gestão do setor
saúde.
· Preparar as comunidades para futuros eventos.
· Fortalecer a participação integrada dos setores e entes
envolvidos no processo.
· Fortalecer a participação comunitária na elaboração e execução
de ações.
DESASTRES E OS EFEITOS Á SAÚDE HUMANA
Classificação do evento: climatológico.
Tipos de fenômeno Natural: Inundação, enchente, alagamento.
Efeitos sobre a saúde Humana:
· Sistemas de abastecimento de Água: a quantidade e a qualidade
da água podem ser afetadas de muitas maneiras, com prejuízo a vida
aquática e a água para o consumo humano, impactando também nas
atividades de produção dos alimentos, principalmente na pesca e
agricultura de subsistência. Seu impacto na saúde são as doenças de
transmissão hídrica e alimentar; doenças transmitidas por vetores e
zoonoses.
· Sistema alimentar e nutricional: a qualidade e a quantidade de
alimentos podem ser afetadas devido à enchente e/ou contaminação da
água e aumento da densidade demográfica por causa do deslocamento
populacional e o impacto sobre a saúde humana e as doenças
transmissão hídrica e alimentar.
· Serviços saneamento e higiene: a disponibilidade da água para
a limpeza, o saneamento e a higiene estão diretamente ligadas à
redução ou controle de várias doenças. Como a condição de enchente
gera escassez de água tratada e/ ou necessita pouca água, algumas
medidas de saneamento ou higiene podem ser impedidas de serem
feitas. Isso ocasionando possíveis doenças infecciosas,
dermatológica, parasitárias, entre outras.
· Sistema de serviço mental e comportamental: as implicações
decorrentes da situação de cheia geram efeitos adversos como
transtorno psíquico social. Ocorre também o deslocamento de
famílias para áreas mais adequadas de habitação para suprir as
necessidades de moradia, gerando maior ansiedade, estresse,
depressão, mudanças comportamentais e até o suicídio.
· Comprometimento da rede de assistência à saúde: algumas
Unidades de Saúde da Família, Unidades Básica de Saúde, Centros de
Saúde e hospitais, são afetadas pelas enchentes ou ficam isoladas
por serem unidades que estão localizadas em regiões mais próxima da
comunidade e áreas que são atingidas pela inundação. Com isso, há
um possível risco de interrupção da assistência à saúde, podendo
piorar ainda mais as condições de saúde da população afetada.
DESCRIÇÃO DO CENÁRIO DE RISCO
Para a resposta a uma Emergência em Saúde Pública (ESP)
Inundação, é primordial a definição dos cenários de risco. Os
cenários de risco estudam a probabilidade da ocorrência de um
evento, o grau de sua magnitude e a avaliação dos prováveis danos e
prejuízos. Um cenário consiste principalmente na hipótese de
ocorrência de um risco, numa determinada região, e com determinado
nível de intensidade.
O quadro 1, traz os principais pontos que devem ser
identificados, de forma sucinta e objetiva, para a definição dos
cenários de risco.
Quadro 1 - Cenário de Risco
1. Local
Estado do Acre com 22 municípios, dividido em três Regiões de
Saúde; Alto Acre (4 município); Baixo Acre(11 municípios);Região do
Juruá (7 municípios);
2. Descrição
O Acre se característica climaticamente como quente e úmido, com
duas estações: seca e chuvosa. A estação chuvosa estende-se de
novembro a abril.
3. Fatores contribuintes
A ocupação de áreas ribeirinhas, em áreas como várzeas, áreas
com histórico de inundações e zonas alagadiças e ocupação dos
leitos de rios por falta de planejamento do uso e ocupação do
solo.
Bem como o bloqueio de canalizações por resíduos sólidos
lançados indiscriminadamente no leito dos rios. Ainda, pode-se
mencionar a grande quantidade de sedimentos que são retirados pela
erosão de áreas com solo exposto e lançados nos rios, causando seu
assoreamento. Assim como sistemas de drenagem deficientes ou
impróprios para a condição local que não suportam a vazão
existente.
4. Perfil epidemiológico
Doenças gastrointestinais agudas. Doenças de transmissão hídrica
e alimentar (Hepatites A e E, cólera, botulismo), Doenças
transmitidas por vetores e zoonoses (Leptospirose, Acidentes por
animais peçonhentos) Doenças de pele (dermatites). Doenças
parasitárias (verminoses). Doenças do trato respiratório (gripe,
conjuntivite, IRA e IVAS)
5. Resultados estimados
Minimizar os danos e prejuízos causados pela inundação. Um ponto
importante é a participação de equipes de saúde no apoio a estas
ações, pois os agentes de defesa civil não detêm conhecimento
técnico suficiente para avaliar danos à saúde das pessoas,
fazendo-se necessário o envolvimento de profissionais das
vigilâncias em saúde, ambiental, sanitária, epidemiológica, CIEVS,
no processo de avaliação de danos.
GESTÃO DE RISCO
A eficácia da gestão do risco e da gestão do desastre depende
cada vez mais da participação inteligente de todos os atores
envolvidos no processo.
A esse respeito, torna-se indispensável promover a troca de
informações e o fácil acesso aos meios de comunicação, posto que
sem informações não é possível investigar, planificar e monitorar
as ameaças e avaliar riscos, nem responder adequadamente a um
desastre. O processo de comunicação de risco é fundamental ao
funcionamento e aperfeiçoamento do sistema de alerta antecipado,
sendo essencial para salvar vidas diante de um desastre.
Os danos classificam-se em:
a) Danos Humanos:
· Dez ou mais mortos; e/ou
· 100 ou mais pessoas afetadas.
b) Danos Materiais:
· Dez ou mais instalações públicas de saúde, de ensino ou
prestadoras de outros serviços danificadas ou destruídas; e/ou
· Dez ou mais unidades habitacionais danificadas ou destruídas;
e/ou
· Dez ou mais obras de infraestrutura danificadas ou destruídas;
e/ou
· Dez ou mais instalações públicas de uso comunitário
danificadas ou destruídas.
c) Danos Ambientais:
· Poluição e contaminação recuperável em médio e longo prazo do
ar, da água ou do solo, prejudicando a saúde e o abastecimento
demais de 10% da população.
ESTRATÉGIA DO PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA INUNDAÇÃO
O cenário de risco avaliado, necessita da definição de nível de
ocorrência do evento, (Nível zero, Nível l, Nível ll e Nível lll).
Sendo assim, serão implementadas as ações mediante sua
classificação nos seus respectivos níveis de respostas.
Nível zero:
Monitoramento de rotina (todos os setores e parceiros)
Nível de resposta I:
A esfera local deve avaliar sua capacidade de resposta e quando
considerar necessário solicitar apoio complementar, bem como o
encaminhamento de insumos adicionais.
Nível de resposta II:
A capacidade de resposta do município é excedida, sendo
necessária a mobilização de recursos adicionais (materiais e
humanos) e apoio complementar da esfera Estadual.
Nível de resposta III:
A emergência em saúde pública envolve mais de um município,
excedendo a capacidade de resposta das esferas municipal e
estadual. É necessária a mobilização de recursos adicionais e o
apoio complementar da esfera federal, assim como o acionamento de
instituições parceiras, podendo culminar na declaração de
Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN).
INDICADORES DE MONITORAMENTO DA EMERGÊNCIA
Níveis de respostas Zero - Monitoramento de eventos
· Neste nível de emergência, a esfera Estadual se restringe ao
monitoramento do evento e a orientação técnica à distância, com a
emissão de notas técnicas aos municípios em risco;
· Serão monitorados, durante a vigência da emergência, os
alertas da Defesa Civil, o prognóstico de alta densidade de chuva e
a ocorrência de surto de doenças. Além disso, será realizada a
captura de rumores na mídia.
Níveis de respostas l - Emergência localizada
· Neste nível de emergência, a esfera estadual se restringe ao
monitoramento e à orientação técnica à distância, bem como ao
encaminhamento de insumos básicos, quando solicitados.
· Serão monitorados durante a vigência da emergência os alertas
da Defesa Civil, o prognóstico da média de precipitação de chuva e
os indicadores epidemiológicos de incidência para doenças
transmissíveis e outros agravos que podem estar relacionados à
Inundação.
Nível de Resposta ll - Emergência expandida
· Neste nível de emergência, a capacidade de resposta da esfera
municipal é excedida, sendo necessária a mobilização de recursos
adicionais (materiais e humanos), bem como apoio complementar da
esfera estadual.
· Serão monitorados durante a vigência da emergência: alertas da
Defesa Civil, o prognóstico da média de aumento de chuva, os
indicadores epidemiológicos de incidência para doenças
transmissíveis e outros agravos, bem como dados de mortalidade.
Nível de resposta lll - Emergência nacional
· Neste nível de emergência, há necessidade da mobilização de
recursos adicionais e o apoio complementar da esfera federal, assim
como o acionamento de instituições parceiras, podendo culminar na
declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional
(ESPIN).
· Serão monitorados, durante a vigência da emergência, alertas
da Defesa Civil, o prognóstico da média de precipitação de chuva,
os indicadores epidemiológicos de incidência para doenças
transmissíveis e outros agravos, assim como os dados de
mortalidade.
ESTRATÉGIAS
DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
CENTRO DE INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE -
CIEVS
Nível I
· Identificar emergências epidemiológicas, de modo contínuo e
sistemático;
· Receber a comunicação do evento, sendo o ponto focal Inter
setorial da SES;
· Acompanhar sistemas de alerta e alarme;
· Monitorar alertas emitidos pela Defesa Civil, ANA e CGEDRA, e
o prognóstico da precipitação de chuva;
· Monitorar em parceria com as áreas técnicas, a situação
epidemiológica de doenças transmissíveis e outros agravos
relacionados à Inundação.
Nível II
· Coordenar as ações de resposta rápida, frente às necessidades
identificadas;
· Coletar, consolidar, monitorar e disseminar as informações
desses eventos entre os gestores e Rede CIEVS;
· Avaliar a necessidade de envio de missão exploratória da
equipe de resposta rápida aos municípios.
Nível III
· Mobilizar as áreas técnicas para desenvolver suas atribuições
em relação ao Plano de Contingência;
· Prestar apoio técnico, presencial e/ou virtual nas respostas
às emergências em saúde pública;
· Convocar áreas técnicas afins para auxiliar no desenvolvimento
das ações emergenciais;
· Realizar a busca ativa de informações, nas secretarias de
saúde e a partir de rumores da mídia (clipping);
· Garantir a manutenção do fluxo de informação sobre o
monitoramento de alerta de risco de inundação, por meio da
elaboração de boletim informativo, acerca dos municípios com risco
ou em situação de enchente.
· Encaminhar alertas para as secretarias municipais de saúde,
que possuem risco de ocorrência da enchente, por meio de
notificação telefônica (Disque-Notifica), eletrônica
(E-notifica).
· Manter escala de plantão para acionamento, quando necessário,
nos diversos níveis de resposta.
· Articular com as coordenações municipais o acompanhamento das
ações desenvolvidas, considerando a matriz de responsabilidade.
· Verificar nas SMS a capacidade de assistência farmacêutica
básica e a saúde da população afetada pelas condições de
Inundação.
· Intensificar alerta para a SMS sobre os eventos em
monitoramento.
· Elaborar boletim informativo com a frequência necessária a
cada nível de resposta, sobre a situação da emergência e as ações
desenvolvidas na esfera Estadual.
· Orientar as SMS na avaliação das necessidades de saúde,
incluindo a notificação do evento, nos sistemas de informação e
atualizar os dados semanalmente e diariamente por meio de
relatórios;
DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA, POLÍTICAS E PROGRAMAS
ESTRATÉGICOS – DAPE
· EDUCAÇÃO EM SAUDE E MOBILIZAÇÃO SOCIAL - DESMS
· Articular com as equipes de saúde e demais parceiros a
orientação sobre medidas de prevenção das doenças prevalentes
durante o período das enchentes junto aos abrigos e população em
geral;
· Divulgar para secretarias municipais de saúde (SMS) o material
educativo (cartilhas, folders e spot de rádio) para reprodução
local e uso em situações de emergência em saúde pública por
Inundação contendo as seguintes informações:
a. Cuidado com os alimentos
b. Tratamento da água para consumo humano;
c. Todas as orientações necessárias quanto ao retorno para
casa
d. Condutas e recomendações relacionadas às DTHA, acidentes
eleticos, acidentes com animais perçonhentos e doenças prevalentes
durante ao período das enchentes (hepatite A, febre tifoide,
leptospirose, dengue, zika e chykungunya) outros;
· Articular junto aos NESMS a elaboração do Plano de Ação
Municipal de Educação em Saúde e Mobilização Social para
enfrentamento aos Desastres e Enchentes;
Monitorar e avaliar todas as ações contempladas nos Planos de
Ação Municipal de Educação em Saúde.
· DIVISÃO DE SAÚDE MENTAL/mulher/crianças/idoso/adolescente
· Articular em conjunto com a área da assistência à saúde das
secretarias municipais, direcionando o atendimento às pessoas
vítimas de trauma e estresse decorrentes dos desastres de origem
natural.
· Fazer a busca ativa de casos de pessoas em situação de maior
vulnerabilidade (idosos, crianças, gestantes, portadores de
necessidades especiais etc.).
· Articular com as SMS atividades para verificar a necessidade
de apoio complementar na assistência à saúde local.
· VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL
PROGRAMA VIGIDESASTRE
Nível I
· Manter o contato com o CIEVS para atualização de informações
sobre desastres ocorridos nos municípios;
· Verificar estoques de insumos estratégicos (hipoclorito de
sódio, medicamentos, etc);
· Acompanhar os alertas de chuvas e participar no planejamento
das ações emergenciais voltadas para a bacia hidrográfica e
manancial de abastecimento público das áreas de risco;
· Acionar os setores envolvidos na SES para desencadear apoio às
ações de resposta nos municípios atingidos;
· Orientar as áreas técnicas para ações de resposta conforme
avaliação de comprometimento dos recursos dos municípios frente aos
desastres;
· Orientar ações de controle da qualidade da água para consumo
em situações de comprometimento da rede de abastecimento;
· Orientar após avaliação de risco a distribuição de hipoclorito
de sódio e as orientações para o uso nos locais afetados;
Nivel II
· Acompanhar os alertas de chuvas, decretos de situação de
emergência e estado de calamidade, instituídos nos municípios;
· Avaliar áreas críticas, utilizando os seguintes critérios:
Áreas com histórico anterior de desabamentos/enchentes;
Populações que vivem em encostas e próximos a cursos d’água;
Adensamentos populacionais (favelas, ocupações);
Mapas de risco social, quando disponível;
· Avaliar se a inundação afetou ou afetará áreas industriais,
depósitos de produtos químicos, estabelecimentos que comercializam
agrotóxicos ou outros produtos químicos, gerando riscos à
saúde;
· Identificar sistemas de disposição final de resíduos urbanos e
industriais (lixão, aterros, áreas de transbordo) atingidas pelas
enchentes, que possam acarretar riscos químicos e/ou
biológicos;
· Entrar em contato com a CGVAM/MS para solicitação dos Kits
emergenciais de medicamentos para distribuição aos municípios
afetados;
Nível III
· Colaborar com a Defesa Civil no gerenciamento de abrigos, com
avaliação dos locais em conjunto com a Vigilância Sanitária;
· Identificar por meio de relatórios fornecidos pelos órgãos
competentes (municipais e estaduais), áreas com estrutura
danificada pelas inundações que oferecem risco de acidentes à
população próxima da área afetada;
· PROGRAMA VIGIAGUA
· Intensificar a vigilância da qualidade da água para consumo
humano nas áreas de risco
· Disponibilizar ou incentivar aquisição de kits para medição de
cloro residual;
· Avaliar a necessidade de aumentar a concentração de cloro
residual e elevar a pressão do sistema de abastecimento de
água;
· Indicar outras fontes seguras de abastecimento de água,
destacando-se que a utilização de caminhões-pipa deverá obedecer às
normas sanitárias;
· Assegurar o acesso ao hipoclorito de sódio a 2,5% para
desinfecção caseira da água para consumo humano;
· Apoiar os municípios na divulgação sobre os procedimentos de
limpeza e desinfecção das caixas d’ água;
· Orientar os responsáveis pela operação dos sistemas de
abastecimentos, sobre como proceder em caso de desabastecimento
público em soluções alternativas coletivas, para elaborar um plano
emergencial de monitoramento da qualidade da água no período de
contingência, visando assegurar a manutenção adequada dos sistemas
de abastecimento;
· Informar aos responsáveis pelos sistemas de Esgotamento
Sanitário sobre a necessidade de: consertos de tubulação,
desentupimento de galerias, drenagem e limpeza de estações de
tratamento, cloração e desinfecção de efluentes, construção de
instalações sanitárias nos acampamentos e abrigos temporários;
· VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
DIVISÃO DE DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA E ALIMENTAR
· Intensificar as ações de Vigilância Epidemiológica das Doenças
de Veiculação Hídrica e Alimentar (Cólera, Botulismo, Doenças
Diarreicas Agudas, Febre Tifóide, Leptospirose e Surtos de Doenças
de Transmissão Hídrica e Alimentar- DTHA), detectando oportunamente
aglomerado de casos e óbitos.
· Acompanhar a reserva estratégica de hipoclorito de sódio a
2,5%, orientando a dispensação de acordo com a necessidade
local;
· Coordenar a investigação de surtos de doenças de veiculação
hídrica e alimentar;
DIVISÃO DE IMUNIZAÇÃO
· Orientar as Secretarias Municipais de Saúde nas recomendações
específicas sobre vacinação em caráter emergencial;
· Disponibilizar insumos necessários para prover a rede de frio,
caso haja aumento de demanda;
· Organizar a distribuição de insumos estratégicos conforme as
necessidades locais.
VIGILÂNCIA SANITÁRIA
· Orientar as Vigilâncias Sanitárias Municipais, a integração
dos trabalhos e o apoio à vigilância ambiental;
· Orientar as Vigilâncias Sanitárias Municipais no gerenciamento
da situação sanitária dos abrigos;
· Elaborar o diagnóstico sanitário dos municípios em situação de
risco para enchentes e inundações, no tocante ao saneamento básico
(água, esgoto), resíduos sólidos, drenagem, serviços de saúde;
comércio e centrais de acondicionamento/ descarte de embalagens de
agrotóxicos e afins (produtos utilizados no controle de vetores e
animais sinantrópicos), licenciadas e clandestinas;
· Monitorar a qualidade da água potável distribuída
emergencialmente, por meio de barreiras sanitárias verificando os
carros-pipa, credenciados pelo Exército, Prefeituras Municipais,
entre outros;
· Garantir a coleta e o envio de amostras de alimentos e
medicamentos para análise laboratorial, quando necessário;
LABORATÓRIO CENTRAL DE SAÚDE PÚBLICA – LACEN
· Priorizar as análises dos parâmetros turbidez e E. coli ou
coliformes termo tolerantes; Garantir o aporte laboratorial para
confirmação diagnóstica, orientando a coleta, fluxo de
encaminhamento de amostras e resultados dos laboratórios de
Virologia, Imunologia, Endemias, Parasitologia, Bacteriologia,
Bromatologia, Ambiente;
· Disponibilizar os seguintes insumos para a coleta de amostras
clínicas, água, ambiente e alimentos: Swab, Cary Blair para
amostras fecais, recipientes contendo meio de cultura e de
conservação para pesquisa de Vibrio, Cianobactérias e mercúrio em
água;
· Comunicar às Coordenações dos agravos e ao CIEVS estadual, de
forma efetiva, informações relacionadas aos diagnósticos
laboratoriais de saúde pública, independentemente de constar na
lista nacional de agravos de notificação compulsória;
· Notificar os eventos que possa constituir emergência, caso
incomum ou inesperado que pode ter grave impacto sobre a saúde
pública.
SAÚDE DO TRABALHADOR
Saúde do trabalhador - A Lei Orgânica da Saúde (LOS), nº 8.080,
que regulamentou o SUS e suas competências no campo da Saúde do
Trabalhador, aponta o trabalho como fator
determinante/condicionante da saúde e define, em seu artigo 6º, a
Saúde do Trabalhador como "(...) um conjunto de atividades que se
destina, através de ações de vigilância epidemiológica e sanitária,
à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à
recuperação e à reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos
aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho".
O termo Saúde do Trabalhador se refere a um campo do saber e do
fazer que visa compreender e intervir nas relações entre o trabalho
e o processo saúde/doença. O modo de inserção dos trabalhadores nos
contextos de trabalho é de fundamental importância na determinação
de seus modos de adoecer e morrer.
A Saúde do Trabalhador não se restringe apenas aos trabalhadores
envolvidos nas atividades produtivas, mas contempla também a
população em geral de um determinado contexto social e dos impactos
ambientais decorrentes de processos produtivos.
Assim, a Saúde do Trabalhador se constitui em uma área da saúde
pública que tem como objetivos "(...) a promoção e a proteção da
saúde do trabalhador, por meio do desenvolvimento de ações de
vigilância dos riscos presentes nos ambientes e condições de
trabalho, dos agravos à saúde do trabalhador e a organização e a
assistência aos trabalhadores, compreendendo procedimentos de
diagnóstico, tratamento e reabilitação de forma integrada no
Sistema Único de Saúde". (MS, 2001, p. 17).
A Vigilância em Saúde do Trabalhador compreende um conjunto de
práticas sanitárias contínuas e sistemáticas, ao longo do tempo, no
sentido de detectar, conhecer, pesquisar e analisar os
determinantes e condicionantes dos agravos à saúde relacionados aos
processos e ambientes de trabalho, em seus aspectos tecnológico,
social, organizacional e epidemiológico, com a finalidade de
planejar, executar e avaliar intervenções sobre esses aspectos, de
forma a reduzi-los ou eliminá-los e promover a saúde.
As ações de Saúde do Trabalhador requerem integração e
articulação intra e Inter setoriais, de modo que alcancem à atenção
integral à saúde.
Numa situação de emergência ou desastre deve-se ter o cuidado
com os profissionais das diversas áreas envolvidas e, especialmente
os da área da saúde, que se envolvem nas atividades de atendimento
e atenção aos atingidos/afetados.
Mesmo sendo um episódio emergencial, é necessário que esses
profissionais estejam preparados e capacitados para essas
atividades.
É através de um conjunto de ações educativas, promocionais e
preventivas que os profissionais da saúde podem se preparar melhor
para atuação na área de desastres, minimizando e evitando agravos à
saúde relacionados a esses trabalhos.
Desse modo, sugerem-se algumas ações e atividades relacionadas à
saúde do trabalhador:
a) Conhecer o território (região);
b) Conhecer o histórico de desastres do território;
c) Ter uma relação dos profissionais que farão os atendimentos
aos desabrigados/desalojados em caso de desastre.
d) Verificar e regularizar a imunização (cartão de vacinação)
dos trabalhadores envolvidos nos atendimentos relacionados aos
desastres;
e) Capacitar previamente as equipes de saúde para realizar o
atendimento nessas situações, porém com os cuidados devidos para
com a sua própria saúde;
f) Prestar apoio psicológico aos trabalhadores da saúde
envolvidos nos atendimentos relacionados aos desastres;
g) Promoção do conhecimento a todos os trabalhadores da saúde
sobre os possíveis agravos à saúde decorrentes de sua atividade
profissional em uma situação de emergência;
h) Acompanhar a saúde dos trabalhadores (bombeiros, defesa
civil, pescadores, etc.) que foram expostos aos riscos decorrentes
dos desastres durante sua atividade profissional;
i) Monitorar o efeito dos desastres sobre a saúde dos
trabalhadores da saúde que exerceram suas atividades no período do
evento, por meio do processamento de informações de rotina sobre
agravos ou acidentes relacionados ao trabalho;
j) Estabelecer ações interdisciplinares e intersetoriais na
discussão e no enfrentamento dos impactos do trabalho em situação
de emergência;
k) Implementar as ações de vigilância em Saúde do Trabalhador
nos diversos níveis de atenção do SUS, articulando com o COE
Saúde;
l) Estabelecer fluxos de referência e contra-referência
articulados para a atenção à saúde dos profissionais
envolvidos;
m) Prover e treinar para o uso de equipamentos de proteção
individual e coletivo.
Diante de agravos relacionados ao trabalho decorrente de atuação
na área de desastres, deverá ser adotada a seguinte conduta:
a) Condução clínica dos casos (diagnóstico, tratamento e
acompanhamento) para aquelas situações de menor complexidade,
estabelecendo os mecanismos de referência e contra-referência
necessários;
b) Encaminhamento dos casos de maior complexidade para serviços
referências ou especializados em Saúde do Trabalhador, mantendo o
acompanhamento dos mesmos;
c) Articulação com os Centros de Referência em Saúde do
Trabalhador (Cerest) e os serviços sentinelas em Saúde do
Trabalhador;
d) Vigilância e Notificação dos agravos relacionados ao trabalho
em função de atuação nas ações de enfrentamento à situação de
emergência;
e) Planejar e executar ações de vigilância nos locais de
trabalho, visando estabelecer relações entre situações de risco
observadas e o agravo que está sendo investigado, informar e
discutir com o trabalhador as causas de seu adoecimento.
f) Avaliar os danos e gerenciar o risco em parceria com as
demais vigilâncias.
ESTRATÉGIAS
DIRETORIA DE ATENÇÃO A SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
· Receber o material disponibilizado pelo Ministério da Saúde e
mobilizar a entrega aos municípios, articulado com a divisão de
transporte, almoxarifado central a distribuição rápida de insumos,
quando necessário;
· Organizar esquema para possível demanda em final de
semana;
· Descrever a capacidade de armazenamento e estratégia de
distribuição de material, quando necessário;
· Articular com a gestão estadual a compra e dispensação de
medicamentos em caráter emergencial
ASSISTÊNCIA À SÁUDE
· Identificar Unidades de Saúde em condições de atendimento e
acesso à população afetada (Unidades Públicas e Conveniadas);
· Identificar hospitais de referência para os casos que
necessitem de cuidados intermediários na região ou em outras
regionais próximas;
· Contratação, se necessário, de leitos das unidades privadas de
saúde;
· Providenciar Kit de emergência de medicamentos e insumos para
todos os agravos;
· Divulgar para a rede de assistência regional de saúde os
fluxogramas de atendimento de doenças e agravos relacionados com os
desastres de origem natural, preconizados pelo Ministério da Saúde
e Secretaria Estadual de Saúde;
· Organizar escala de plantão dos profissionais para o
atendimento hospitalar e garantir seu cumprimento;
· Levantar necessidade de leitos para o atendimento aos
principais agravos;
· Identificar leitos para atendimento em Unidade de Tratamento
Intensivo;
· Garantir leitos de retaguarda para pacientes agudos e
crônicos;
· Garantir medicamentos e insumos para as principais
gravidades;
· Garantir a notificação dos casos de doenças de notificação
compulsória;
· Garantir profissionais para os atendimentos emergenciais de
gravidade;
· Manter nos hospitais de referência estoques estratégicos de
soro contra tétano e soro contra animais peçonhentos;
GABINETE DO SECRETÁRIO
· Articular com os diretores e coordenadores da SES, estratégias
de atuação para o atendimento oportuno à ESP;
· Articular o envio de recursos adicionais (materiais e humanos)
para o atendimento à ESP.
· Acompanhar o desenvolvimento das ações de saúde estabelecidas
no Plano de Contingência Estadual por Inundação.
· Garantir o envio de equipe de campo, quando necessário.
· Participar das reuniões do CME, garantindo a resolução de
conflitos e dificuldades encontradas na resposta à ESP.
· Apoiar o desenvolvimento das ações previstas no plano de
ações;
COMUNICAÇÃO E PUBLICIDADE
· Divulgar materiais educativos (cartilhas e folders) no sítio
eletrônico da Secretaria da Saúde;
· Divulgar amplamente nas mídias locais, por meio de parcerias
com empresas de comunicação (portais de internet, veículos de
imprensa, operadores de telefonia, entre outros) para dar suporte à
divulgação de informações úteis à sociedade;
· Monitorar a situação de adoecimento da população em virtude de
enchentes e inundações, junto ao CIEVS, para avaliar estratégias de
comunicação adequadas (envio de pautas, coletivas de imprensa e
ações de mobilização social);
· Manter interface com a Ouvidoria;
· Produzir boletins de monitoramento de alerta de risco de
Inundação ou de alerta para os surtos de doenças decorrentes das
condições de cheia, com a periodicidade inerente a cada nível de
emergência e disseminar por meio da mídia as informações de saúde
relacionadas ao evento (desastre de origem natural);
· Monitorar rumores na mídia e divulgar notas de
esclarecimento;
· Definir, em conjunto, com os componentes do Plano de
Contingência os porta-vozes para atender a imprensa;
· Informar sobre a suspensão das medidas adotadas
emergencialmente e as medidas de retorno à normalidade.
Nota: Na ocorrência de um desastre, a mídia é um ator da
comunicação, pois parte de uma determinada cultura no atendimento
do interesse público e a obrigação social de informar. A
compreensão do cenário e do meio no qual estão inseridas as
circunstâncias é primordial na disseminação das informações
corretas. A contribuição da mídia no processo de redução de risco
de desastre é, comprovadamente, essencial. Da mesma forma, a
participação da imprensa durante e após a ocorrência de um
desastre, torna-se primordial na emissão de alertas, recomendações
e repasse de informações. Os jornalistas têm participação
fundamental na gestão dos riscos, pois possuem credibilidade das
pessoas e são capazes de interpretar e facilitar a compreensão dos
fatos transformados em notícias.
OUVIDORIA
· Divulgar conforme sua abrangência de atuação as orientações
técnicas da SES à população em geral;
· Colaborar na notificação de eventos repassando imediatamente
qualquer comunicação advinda da população quanto ao atendimento na
rede de saúde (falta de soros, atendimento precário, remoções
desnecessárias, entre outros) ao CIEVS.
Bibliográficas Referencias:
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Programa Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental dos Riscos
Decorrentes dos Desastres Naturais – Vigidesastres. Brasília:
Secretaria de Vigilância em Saúde, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Departamento de Vigilância
Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica. Brasília:
Ministério da Saúde, 2014.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_epidemiologica_7ed.pdf
BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Departamento de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador. Plano
de Contingência para Emergência em Saúde Pública por Seca e
Estiagem. Brasília, 2015.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_contingencia_emergencia_seca_estiagem.pdf
FREITAS Carlos Machado et al, Enchentes e Saúde Pública - Uma
Questão na Literatura Científica Recente das Causas, Consequências
e Respostas para Prevenção e Mitigação. Escola Nacional de Saúde
Pública, Fundação Oswaldo Cruz, 2012. Disponível em:
https://www.scielosp.org/article/csc/2012.v17n6/1601-1616/
ANEXO A
LISTA DE COORDENAÇÕES E CONTATOS
0
ESTADO DO ACRE
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE – SESACRE
DIRETORIA DE REDES DE ATENÇÃOA SAUDE E DEPARTAMENTO DE
VIGILÃNCIA E PROMOÇÃO A SAÚDE
DIVISÃO DE VIGILANCIA AMBIENTAL
Rua Benjamin Constant, 830, 4º andar – Centro.
CEP: 69.908-520 – Rio Branco-AC
0
Rua Benjamin Constant, 830, 4º andar – Centro
CEP: 69.908-520 – Rio Branco-AC
Diretoria de Redes de Atenção á Saúde e Departamento de
Vigilância e Promoção a Saúde
Diretora: Adriana Maria Vieira Lobão
E-mail: [email protected]
Telefone: 3215-2679/99998-3129
Divisão de Informações Estratégicas em Vigilância Em Saúde
Gerente: Rosineide Monteiro de Araújo
E-mail:[email protected]
Telefone:
Divisão de Educação em Saúde e Mobilização Social
Gerente: Sônia Maria de Souza Queiroz
E-mail:
Telefone:99996-8031
Divisão de Vigilância em Saúde Ambiental
Gerente: Regina Cláudia de Castro Cavalcante
E-mail: [email protected]
Telefone: 996060873
Saúde Mental
Marcia Aurélia dos Santos Pinto
E-mail: [email protected]
Telefone:992091366
Divisão de Vigilância Epidemiológica
Gerente: Antônia Gerinês Arruda Rangel
E-mail:[email protected]
Telefone:999452773
Núcleo do Programa Nacional de Imunização
Responsável: Renata Aparecida Rossato Quilhes
E-mail:[email protected]
Telefone:9999944429
Divisão de Vigilância Sanitária
Gerente: José Ribamar Queiroz de Souza
E-mail:[email protected]
Telefone:992267815
Divisão de Laboratório Central de Saúde Pública
Gerente: Taynã Nascimento Rodrigues
E-mail:[email protected]
Telefone:9999719323
Comunicação e Publicidade
Gerente: fhaidy da Costa Acosta
E-mail: [email protected]
Telefone: 981197778
Saúde do Trabalhador
Eliane Alves da Costa
E-mail: [email protected]
Telefone:999577712
E-mail:[email protected]
Telefone:9999944429
ANEXO B
LISTA DE CONTATOS DE INSTITUIÇÕES PARCEIRAS
Instituição
Área
Nome
Cargos
Telefones
E-mail
Defesa Cívil
Ministério Público
Depasa
Sema
SEMSA/RB
Defesa Civil do Estado do Acre
Ministério Público do Estado do Acre
Policia Militar
Companhia de Eletricidade
Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento – DEPASA
Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Acre
ANEXO C
Lista de Especialista para Composição do Grupo Técnico Assessor
ao Coes.
O especialista deve ter experiência e conhecimento no manejo de
emergências em saúde pública, sendo capaz de:
• Proporcionar orientações práticas e oportunas.
• Apontar ações prioritárias para a resposta à emergência em
saúde pública por seca.
• Subsidiar a elaboração do Plano de Ação do Evento, com base em
sua área de especialização.
• Apoiar a construção de um consenso técnico a partir do enfoque
específico da ESP.
Especialidade
Nome
Telefone
E-mail
Ocorrência de Inchente em Rio Branco/Acre ( 1971 a 2015).
Com Enchentes.36anos - 80%Sem Enchentes. 9 anos - 20% 0.80.2